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Graça e paz! Você já se perguntou por quê é tão comum ao ser humano, muitas vezes, só
querer olhar o que não deve? Ou, então, só querer andar onde não pode? É comum para o ser humano
também estar super apaixonado por uma coisa e instantes depois nem se lembrar daquilo. Dá com
uma das mãos e com a outra tenta tomar de volta. Todas essas são atitudes contraditórias comuns aos
seres humanos. E este é o dilema do texto que acabamos de ler: o contraditório do pecado. Por que
não faço o bem que eu quero, mas o mal que não quero persegue os meus passos? Em nossa
caminhada cristã percebemos que é muito difícil manter o alvo ajustado para Cristo devido às grandes
distrações da vida e extremamente fácil de se perder na estrada e até chegar a desistir.
A intenção deste estudo é fazer você compreender melhor o que é o pecado desde a sua origem
e, assim, estar munido de todas as armas espirituais para resistir às investidas do inimigo das nossas
almas (Tg 4.7).
1. O QUE É O PECADO?
O Apóstolo João nos respondeu esta pergunta afirmando que “Todo aquele que pratica o
pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei.” (1 Jo 3.4). Este é o grande
mal do pecado que leva o Homem a ir além dos limites estabelecidos pela lei. Em Gn 2.16-17 Deus
ordena: “[...] De toda árvore do jardim você pode comer livremente, mas da árvore do conhecimento
do bem e do mal você não deve comer; porque, no dia em que dela comer, você certamente morrerá.”.
Temos então: (1) Lei: Não comerás da árvore do conhecimento do bem e do mal; (2) Princípio da lei:
obediência; (3) Autor da lei: Deus; (4) Quem deve cumprir a lei: Ser humano (Adão e Eva); (5) Pena
pelo descumprimento da lei: morte.
Como vemos no relato de Gn 3.1-6, ambos comeram do fruto proibido e no mesmo instante
sofreram os efeitos prometidos na lei: a morte. Com o pecado de Adão, toda a humanidade caiu.
Como está escrito: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo
pecado veio a morte, assim também a morte passou a toda a humanidade, porque todos pecaram.”
(Rm 5.12). Há quem pergunte: Acaso serei condenado pelo pecado de Adão? Bom, sim e não. Pois
cada um morrerá pela sua própria iniquidade (Jr 31.30). O profeta Oséias ainda mostra o povo de
Israel transgredindo a lei do Senhor, assim como fez Adão (Os 6.7). Mas, por sermos todos
descendentes da semente de Adão já nascemos em pecado (Sl 51.5), e ainda precisamos vigiar
constantemente ante às tentações (2 Co 11.3).
(2) Separação de Deus (Is 59.1-2): O ser humano costuma responsabilizar a Deus por todo o
sofrimento que passa e o acusa de não intervir em suas causas ou por falta de poder, ou por
falta de misericórdia. Mas pela Palavra de Deus sabemos que não é por nenhuma das duas
coisas, mas por causa do pecado, que nos afasta de Deus, somos separados dEle e devido às
nossas iniquidades Ele resiste a nós.
(3) Carnalidade e inimizade com Deus (Jo 3.6; Rm 8.6-7): Depois da queda, temos aquilo que
chamamos de “Depravação total”. O ser humano foi corrompido em todas as suas instâncias
e ele passa a agir não mais pelo senso espiritual, mas pelo carnal. Não há nada no homem
carnal que chame por Deus ou que de alguma maneira aponte para Ele.
(4) Cegueira espiritual (2 Co 4.4): O pecado é tão maligno que nos impede de enxergar O
caminho (Jo 14.6). Assim, o ser humano cego espiritualmente anda aos tropeços, caindo em
buracos e entrando em lamaçais cada vez maiores.
(5) Morte (Rm 6.23; Tg 1.15): Pelo pecado veio a morte. A morte física, que é o retorno do
pó que somos ao pó da terra (Gn 3.19; Sl 89.48); a morte espiritual, que é separação de Deus
(Ef 2.1); e a morte eterna, que é a total e absoluta separação de Deus em sofrimento no inferno
para sempre (Sl 9.17; Dn 12.2).
4. A ORIGEM DO PECADO
Desta corrupção original, pela qual nos tornamos totalmente indispostos, incapazes e
antagônicos a todo bem, e totalmente inclinados a todo mal, procedem todas as transgressões atuais
(Mc 7.21-23).
Muito embora Adão e Eva tenham desfrutado por certo tempo de um jardim de delícias, tudo
isso se perdeu no ato que marcou a primeira transgressão. As consequências desastrosas já começaram
a aparecer logo de imediato: Homem e mulher fogem de Deus (v. 10), se acusam e ofendem (v. 12-
13), tentam maquiar o erro e resolver sem ajuda de Deus (v. 7) e Deus rejeita a tentativa insuficiente
do homem (v. 21). Nada disso acontecia antes. Esses são os primeiros sinais de uma triste realidade:
o pecado entrou no mundo!
5. O CRENTE E O PECADO
Durante esta vida a corrupção de natureza permanece mesmo naqueles que são regenerados
(Tg 3.2); e ainda que, através de Cristo, ela seja perdoada e mortificada (1 Jo 1.8-10), contudo, tanto
ela quanto todos os seus impulsos são real e propriamente pecado (Pv 20.9; Ec 7.20; Gl 5.17).
6. O SALÁRIO DO PECADO
Se “salário” é a recompensa por aquilo que fazemos e “pecado” é aquilo que produzimos por
nossa própria força e capacidade, é natural entender que a recompensa por todo esforço e dedicação
em pecar é a morte (Rm 2.15; 1 Jo 3.4).
A morte é a justa condenação que Deus prometeu como consequência do pecado (Ez 18.4).
Essa condenação é necessária porque o pecado atrai a ira santa de Deus cuja manifestação eterna é o
inferno (Jo 3.36; Gl 3.10). Esta é a justa paga para o pecado – para todos que cometem pecado (2 Ts
1.9).
“Falar sobre pecado não está na moda, mas está na Bíblia” – G. K. Chesterton