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Que Deus abra nossos ouvidos e corações para o melhor

aprendizado de sua santa palavra. Amém.

Introdução

Queridos irmãos, convido vocês a refletirmos nos textos que foram


lidos no dia de hoje. Quem nunca se sentiu abandonado? Você já se
sentiu injustiçado alguma vez?! Você pensou até que Deus estava
sendo injusto com você?

O fato

A primeira leitura da palavra de Deus que lemos hoje é o texto de


Ezequiel 18 e que apresenta a reclamação do povo de Deus que estava
no exilio, e com o qual eles não concordaram. Eles achavam que Deus
estava sendo injusto.

O texto de Ezequiel

Os primeiros dois versículos nos dizem: “A palavra do Senhor veio


a mim, dizendo: — O que vocês querem dizer, vocês que ficam
repetindo este provérbio a respeito da terra de Israel: "Os pais comeram
uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram"?”

O texto mostra que o povo de Israel estava fazendo o que sempre


foi feito na história, estavam fugindo da culpa daquilo que estava
acontecendo com eles, e botando essa culpa nos pais e antecessores.
Eles diziam que os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é
que se embotaram/enfraqueceram. Eles não questionam o princípio de
que o pecado deles é que merece punição.

Para eles a questão é que Deus estava punindo o povo errado.


Eles não se viam como culpados, mas sim como vítimas de algo que
não conseguem escapar. As pessoas que faziam uso deste provérbio
(Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se
embotaram"?) se julgavam castigados por pecados que não pertenciam
a eles, e com isso viam Deus como injusto. E bom, se pararmos para
pensar, vemos que isso não é algo que pertence só as pessoas que
estavam no exilio, quantos não botam a culpa em diversas coisas,
colocam a culpa dos seus atos até mesmo em signos, apenas para fugir
dessa culpa.

Em Gênesis não foi diferente, quando a humanidade caiu em


pecado, Adão coloca a culpa na Eva, a Eva na serpente, Adão ainda
coloca a culpa no próprio Deus. Depois da queda, a humanidade tende
a fugir da culpa e fugir da responsabilidade. É aquele velho ditado: “a
culpa é minha e eu boto em quem eu quiser”

A resposta de Deus ao questionamento do povo de Deus está nos


versículos 3-4: “Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, vocês
nunca mais repetirão esse provérbio em Israel. Eis que todas as
pessoas são minhas. Assim como a pessoa do pai, também a pessoa
do filho é minha. A pessoa que pecar, essa morrerá.”

Deus diz que todas as pessoas são dele, ele está tratando com
aquelas pessoas de forma pessoal, tanto o pai quanto o filho são dele,
ou seja, ele trata a todos de igual forma, seja o pai, seja o filho, ou
qualquer outra pessoa, não tem essa de pagar pelos pecados do meu
pai ou coisas do tipo. Deus é claro quando diz que a pessoa que pecar
morrerá, o salário do pecado é a morte, e assim sempre será até a volta
de Cristo Jesus, onde seremos, cada um individualmente, julgados para
a vida eterna ou condenação eterna.

O povo parece querer argumentar com Deus e Deus lhes


questiona mais uma vez, no v.25: “— No entanto, vocês dizem: "O
caminho do Senhor não é reto." Então escute, ó casa de Israel: Será
que é o meu caminho que não é reto? Não seriam muito mais os
caminhos de vocês que são tortuosos?”

Aqui encontramos um novo questionamento do povo, quando as


pessoas estão dizendo que os caminhos de Deus não são retos, não
são direitos. E então Deus os confronta, perguntando se realmente é o
caminho de Deus que não é reto, ou se na verdade não seriam os
caminhos deles tortuosos. Se não seria o caminho que eles estavam
seguindo o errado. Deus mostra-lhes que é o inverso do que eles
acreditam, não é Deus que não é direito, mas sim o caminho deles que
é errado. Não se trata dos pais, mas sim das próprias pessoas. Os pais
pecaram, eles morreram, eles pecaram, também morrerão, aquele que
peca morre. Esse era um problema que eles tinham e que nós também
temos, pois também somos pecadores.

Deus conclui dizendo nos versículos 30-32 diz: “— Portanto, eu os


julgarei, cada um segundo os seus caminhos, ó casa de Israel, diz o
Senhor Deus. Convertam-se e afastem-se de todas as suas
transgressões, para que a iniquidade não lhes sirva de tropeço. Livrem-
se de todas as transgressões que vocês cometeram e façam para vocês
um coração novo e um espírito novo. Por que vocês haveriam de
morrer, ó casa de Israel? Eu não tenho prazer na morte de ninguém, diz
o Senhor Deus. Portanto, convertam-se e vivam.”
Deus diz que vai julgar cada um segundo os seus caminhos, mas
ele não termina assim, ele nos faz um chamado ao arrependimento,
uma mensagem de salvação onde diz que Deus é justo, mas tardio em
irar-se, Ele não se alegra com a morte de ninguém, Ele é abundante em
graça e seu prazer está em cuidar dos seus filhos, cada um,
individualmente.
Salmo 25

Por isso, podemos nos unir à oração do salmista do salmo 25 que


foi lido hoje: “Faze-me conhecer os teus caminhos, Senhor; ensina-me
as tuas veredas. Guia-me na tua verdade e ensina-me, pois tu és o
Deus da minha salvação, em quem eu espero todo o dia. Lembra-te,
Senhor, das tuas misericórdias e das tuas bondades, que são desde a
eternidade. Não te lembres dos meus pecados da mocidade, nem das
minhas transgressões. Lembra-te de mim, segundo a tua misericórdia,
por causa da tua bondade, ó Senhor. Bom e reto é o Senhor, por isso
aponta o caminho aos pecadores. Guia os humildes na justiça e ensina
aos mansos o seu caminho.” Esta parte do salmo nos mostra que a
questão nunca estará em nós, mas sim em Deus, aquele que nos guia
através do Espírito Santo, o salmo de Davi mostra que ele reconhece
seus pecados e sabe que isso não é capaz de salvá-lo, por isso ele
pede para que Deus não se lembre dele por seus pecados, mas sim
pela graça, pela bondade de Deus, pois somente ele pode nos salvar.

Filipenses

A misericórdia de Deus tem seu ápice em Cristo Jesus, na sua


morte, e morte de cruz. Em Filipenses 2.5-8 temos: “Tenham entre
vocês o mesmo modo de pensar de Cristo Jesus, que, mesmo existindo
na forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus algo que deveria
ser retido a qualquer custo.” Pelo contrário, Cristo se esvaziou,
assumindo a forma de servo, tornando-se semelhante aos seres
humanos, mas sem pecado. E, reconhecido em figura humana, ele se
humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.” Cristo
esvazia-se, não deixando de ser Deus, mas abrindo mão da sua glória.
Em Cristo Deus fez justiça por todos.
A justiça e a salvação vieram pelo fel e vinagre bebidos por Jesus
na cruz. O veneno amargo da nossa culpa tem como antídoto o doce
comer e beber do corpo e sangue de Jesus Cristo. Apenas nele temos
justiça, inocência e bem-aventurança.

Mateus

Com isso chegamos no evangelho de Mateus, o qual foi lido hoje.


Nele, Jesus nos convida a praticar uma fé ousada. Ele nos convida a
confiar Nele, sem cálculos.
No texto lido vemos que Cristo estava ensinando e alguns
príncipes sacerdotes e anciãos chegaram para fazer algumas perguntas
para Ele, e perguntaram de onde vinha a autoridade dele a autoridade
de Cristo para fazer o que fazia. E então nos versículos 24-26 vemos
que Cristo faz uma pergunta para eles. Onde diz: “Jesus respondeu: —
Eu também vou fazer uma pergunta a vocês. Se me responderem,
também eu lhes direi com que autoridade faço estas coisas. De onde
era o batismo de João: do céu ou dos homens? E eles discutiam entre
si: — Se dissermos: "Do céu", ele nos dirá: "Então por que não
acreditaram nele?" Mas, se dissermos: "Dos homens", é de temer o
povo. Porque todos consideram João um profeta.”
Vemos que em vez de responder à pergunta de Cristo, que era
simples. Eles discutem os méritos do que acontece se disserem que
acreditam numa coisa ou noutra. A fé, para eles, é uma postura social
calculada. O que eles realmente acreditam não importa. O que importa
é o que acontece quando eles parecem acreditar em uma coisa ou
outra. Assim como o pessoal do exilio, eles também não estavam
confiando em Cristo, mas confiando somente neles. Não vendo Cristo
como o salvador.
Então Cristo conta para eles uma parábola, na qual um pai tinha
dois filhos, ele chega no primeiro e o chama para trabalhar na vinha, ele
diz que não quer, mas se arrepende e vai. Já o segundo filho diz que vai
trabalhar, mas acaba não indo. Cristo então pergunta qual dos filhos fez
a vontade do pai, e eles respondem que foi o primeiro. a relação do
segundo filho com o pai é uma questão de cálculo. Trata-se apenas de
dizer as palavras certas no momento certo. Para Jesus, a fé é mais do
que ter a resposta correta e calculada. Jesus não quer nossas respostas
calculadas como se fossem fé. Ele não quer que digamos que
acreditamos quando não o fazemos, que digamos que nos importamos
com os pobres quando não o fazemos, que digamos que honramos o
casamento quando não o fazemos, que digamos que falamos a verdade
quando não o fazemos. Isso reflete no texto de Ezequiel, onde eles não
achavam justo aquilo que estava acontecendo, mas eles não viam o
próprio pecado, o próprio erro que eles cometiam diariamente. Jesus
veio para nos libertar do jogo das respostas calculadas. Em vez disso,
Ele nos convida a segui-Lo. Viver com Ele numa vida doada
gratuitamente e de resposta fiel.

Conclusão

Jesus nos oferece um vislumbre. Ele aponta para os cobradores


de impostos e prostitutas que O seguem. Estas são pessoas que
ninguém esperaria que fossem filhos de Deus. Suas vidas foram um
testemunho aberto contra a vontade de seu pai celestial. Mas, pelo
poder do Espírito, algo aconteceu. Eles ouviram um chamado para se
arrepender e o fizeram. Eles ouviram um chamado para seguir e o
fizeram.
Jesus traz a este mundo uma palavra que desperta as pessoas
para a vida. Liberta-nos dos jogos das confissões calculadas e abre-nos
uma vida de resposta desinibida, uma vida onde não julgamos Deus,
mas reconhecemos que os errados somos nós.
Cristo morreu e ressuscitou por você. Ele perdoa seus pecados e
reivindica você como Seu. Esta é a fonte da sua vida. Sinta-se à
vontade para fazer esta confissão, independentemente do que está
acontecendo ou o que se segue
Em Jesus, Deus assumiu o nosso pecado e foi o nosso substituto
na cruz. Pela sua morte trouxe o perdão e pela sua ressurreição nos
deu uma nova vida. Esta nova vida é transparente sobre quem somos
no Reino de Deus. Não estamos aqui por mérito próprio. Estamos aqui
pela graça e somente pela graça. Nossas vidas tornam-se então um
testemunho aberto da graça de Deus e da obra de Cristo. Amém

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