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5 - SABEDORIA FEMININA....................................................................................... 71
6 - RESPONSABILIDADE PATERNAL...........................................................83
7 - DÍZIMOS E DIVÓRCIO.........................................................................................97
O
bserve bem o texto de Gênesis 5, o qual começa di-
zendo que Deus criou o homem (“h” minúsculo).
Ao se referir à mulher, também utilizou a inicial
“m” em letra minúscula. No final do versículo, porém, o texto ex-
pressa que Deus “os abençoou e os chamou Homem”, com “H” mai-
úsculo. Se você ficou confuso, fique tranquilo! A seguir, lhe explica-
rei a minha linha de raciocínio e como interpreto a Palavra.
“Família” não é um mero detalhe, ela possui um propósito. Apa-
rentemente, do capítulo 2 ao capítulo 5 de Gênesis, não há uma cro-
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rivalidade entre sogras e noras. Sabe qual o motivo disso? O filho ter se
casado e a mamãe não ter deixado de mimá-lo. A probabilidade de que
isso seja verdade é altíssima, porque por mais que o pai (marido) seja
presente, talvez ele não tenha sido um só com a esposa. Então, mesmo
sendo uma senhora adulta, ela possui carências a serem preenchidas, as
quais busca descarregar nos filhos. Por isso, muitas mães são possessivas
e acabam se tornando rivais das noras, ao querer disputar a masculini-
dade do filho — tenha em mente que isso não é ligado ao âmbito erótico,
apenas psicológico, emocional e social.
Se isso acontece na sua casa, é porque o seu pai não amou a sua
mãe da maneira cristocêntrica, então ela continuou com carências. Por
outro lado, quando uma mãe é suprida por um verdadeiro homem, ela
dirá: “Eu não quero nada com o meu filho, quero curtir o meu marido”.
Isso é muito raro de ver, pois estamos em constante desobediência a
Deus, e o ciclo social de uma família disfuncional nunca para.
Existem dois tipos de orfandade paterna: quando o pai abando-
na ou falece, e quando o pai vive na mesma casa, mas não passa de um
objeto decorativo. Se uma mãe é casada há 50 anos com um homem
decorativo, ela não é resolvida e muito menos madura, porque não teve
um homem de verdade ao seu lado — um homem como Jesus. Você
pode até dizer: “Ah, mas meu pai esteve presente!”, e é exatamente sobre
isso que estou falando! Ser homem é uma missão, e se o seu pai não foi
um missionário em casa, ele não cumpriu o seu propósito. O resultado
disso é que a esposa continua carente, e muito provavelmente os filhos
desse homem também são.
Em todos os lugares, existem adolescentes se desviando dos ca-
minhos de Deus, saindo da igreja e desobedecendo aos pais. Por que?
É simples. Quando os filhos ainda são crianças, eles obedecem a todas
as ordens recebidas, porém, quando chegam à adolescência, eles não
querem mais obedecer, porque acham que já têm autonomia suficiente.
Quem é o responsável por isso? O pai que não foi um missionário. Ser
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disso. Ela se baseia no futuro e em ter as feridas curadas, para que nos
tornemos cura e medicina para outros.
Essa é a forma de Deus trabalhar. Onde você tem feridas,
Deus cria uma unção, uma autoridade e uma compaixão. Quem não
teve pai, Deus transforma em um pai espiritual. Quem passou fome,
Deus traz prosperidade para saciar a fome de outros. Por isso, preci-
samos curar o ciclo da ofensa, e essa equação precisa fechar, seja por
meio dos pais naturais ou de Jesus. Caso contrário, a vida adulta se
tornará disfuncional.
Sabe por que eu sou como sou e tenho o rosto todo tatuado?
Porque essa ferida não fechou. Eu deveria ter recebido dos meus pais a
palavra: “Deixará pai e mãe”. Assim acontece com uma garota que é ero-
tizada cedo demais. Ela busca a figura paterna no colo dos homens. Da
mesma forma, ocorre com um homem violento, um menino que entra
numa gangue, um rapaz que toma anabolizante. Este último perdeu sua
identidade, e agora são apenas os músculos que o representam. É assim
com quem compra um carrão e chama a atenção com o som alto — essa
é a forma de se sentir importante e de ser elogiado.
O problema é que chega a hora de dormir e logo a sensação aca-
ba. O que essas pessoas fazem no dia seguinte? Aumentam a potência
do som, fazem mais uma tatuagem, aumentam a dose do anabolizante
e diminuem mais ainda o comprimento da roupa. Tudo isso para ter
provisão, proteção e plataforma, por mais que sejam falsas. Percebe o
quanto esse processo é interminável? Essa é a importância de deixar pai
e mãe e priorizar o cônjuge. É a noção primária que todo ser humano
deveria ter — olhar para o padrão de família cristocêntrico e decidir em
espírito que reproduzirá essa verdade.
Felizmente, não é mais um seminário, uma palestra ou uma pre-
gação que irá resolver os nossos problemas matrimoniais, mas uma de-
cisão: o pai voltar para casa e arrepender-se de não ter sido um missio-
nário, organizar uma agenda para ter tempo de dar atenção à esposa, aos
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a ama. Filha, há quanto tempo você não tem relações sexuais com o seu
marido?” Depois que terminei de falar, ela abaixou a cabeça e começou
a chorar, dizendo: “Há seis meses, ele não me toca!”.
Deu para entender o que acontece? O fato é que o problema não
está na igreja, porque ela não existe como pessoa física. A igreja é apenas
uma representação coletiva e social das nossas individualidades. Não
há como você pegar o telefone e ligar para uma igreja, simplesmente
porque ela é o encontro das nossas famílias. O que não funciona na
sua casa, certamente não funcionará na igreja, e tudo o que você está
fazendo em sua casa, você vai fazer aos domingos na igreja. Se não há
amor em casa, não há amor na igreja. Se você não resolve problemas em
casa, você não resolve problemas na igreja. Tudo isso entra no rolo do
divórcio! “Ah, não gostei do que o pastor falou. Vou embora!”. Se você
pensa dessa forma, é porque acontece o mesmo na sua casa: para todo
problema, você ameaça o outro de divórcio.
A culpa não está na igreja, porque ela representa o encontro dos
nossos lares. Se eu estou ligado com Deus na segunda-feira, o que terei
no domingo? A presença de Deus! Temos que ir à igreja para dar, não
apenas para receber. Se eu perdoo minha esposa na quarta, então eu
posso perdoar um irmão no domingo; se dei uma oferta a alguém na
quinta, vou ofertar ao irmão no domingo.
Família, porém, não é um mero detalhe. Se você quer uma igreja
perfeita, precisa consertar a sua família e ofertá-la como um presente.
Como pode existir uma igreja perfeita se sua família está longe disso?
Nós, pastores, às vezes não somos tão amáveis quanto Jesus. Acabamos
rodeando um problema que já deveria ter sido resolvido há bastante
tempo. Quando o dia da resolução chega, no entanto, não tem como
ser de outra forma: “Querido(a), o problema está na sua casa. Não ve-
nha colocar a culpa na igreja. Eu não estou em pecado e muito menos
a igreja. Seguimos a Bíblia, temos uma doutrina sã, discipulamos to-
dos os membros e estamos em um processo contínuo de santificação.
Onde está o problema?” Quando o crente está desencontrado em casa,
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reclama de tudo o que vê na igreja: “Ah, eu não gostei do LED que colo-
caram” “não gostei do rapaz do louvor”, “não gostei do batom da irmã”.
Sendo bem sincero, isso é atitude de gente mal-amada. Afinal, se você
está feliz em casa, por que vai criar problema para os outros?
Não tem nada mais lindo do que encontrar uma família da igreja
pela cidade em um dia de domingo. Eu choro fácil! Muito provavelmen-
te, essa família nunca chegará à igreja para dar dor de cabeça a ninguém,
porque ela já está bem. Agora, se o marido chega à igreja de “pá virada”,
a primeira coisa que vê é problema. Isso só pode ser proveniente de uma
família atribulada. O fato é que, onde há amor, há o mínimo de esforço
para ver as coisas além das aparências. Em um lar equilibrado, há diá-
logo, humildade e arrependimento. Esse assunto é muito importante e,
nos próximos capítulos, falarei um pouco mais sobre a relação entre a
família e a igreja.
Quando Adão e Eva pecaram, o Senhor proferiu uma sentença,
um tipo de maldição para ambos — “À mulher, declarou: “Multiplicarei
grandemente o seu sofrimento na gravidez; com sofrimento você dará à
luz filhos. Seu desejo será para o seu marido, e ele a dominará”. E ao ho-
mem declarou: “Visto que você deu ouvidos à sua mulher e comeu do fruto
da árvore da qual eu lhe ordenara que não comesse, maldita é a terra por
sua causa; com sofrimento você se alimentará dela todos os dias da sua
vida. “ (Gn 3.16–17) Então, ser homem e mulher é uma missão; elas são
distintas, mas precisam se encontrar e andar de mãos dadas.
O divórcio não vem pela diferença, mas pela igualdade. Se o ma-
rido e a mulher são diferentes, que motivo há para o divórcio? Ora, pen-
se comigo: para que você se interessasse pelo seu cônjuge, certamente
você buscou características diferentes das suas, não é verdade? Afinal, é
impossível unir duas mãos esquerdas, só é possível juntar a mão esquer-
da com a direita. Assim, é necessário quebrarmos alguns tabus.
O primeiro deles é: Eva não pecou por conta da omissão de Adão,
apesar de ele ter sido omisso. Antes de acontecer o pecado original, eles
eram um, estavam em concordância. Se lermos atenciosamente o capí-
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para mim”. No entanto, o texto continua. Por essa razão, é necessário ler
o capítulo inteiro.
Sabe como o texto em Efésios 5.22 começa? “Sede imitadores de
Deus como filhos amados”. Ou seja, o padrão a ser seguido é muito ele-
vado! Ninguém mudou porque foi ofendido, insultado ou agredido, mas
porque foi amado de maneira incondicional por Deus. Então, o que Ele
quer dizer é: “Olhe para o seu problema, por maior que seja, e reproduza
o mesmo padrão que tive em relação a você”. O fato é que Efésios 5.22
não fala apenas de submissão, ele vai um pouco além. Existe uma vír-
gula no meio do caminho, então, ou você, mulher, é transformada nesse
momento, ou nunca viverá a vontade de Deus. O que diz após a vírgula?
Como ao Senhor. Agora, a situação “piorou”, pois, se é “como ao Se-
nhor”, é necessário ter adoração. Portanto, o homem só mudará quando
a mulher encontrar uma linguagem contemplativa tão reverente capaz
de quebrar pedra e derreter gelo.
Pedro disse isso em sua primeira carta: “Se o marido de vocês
não responde à fé, ele pode ser salvo sem palavra alguma”. Sabe por quê?
Porque esse não é um silêncio para o homem, mas um silêncio para
Deus. Aqui está o segredo! Não é o merecimento do homem, é o mere-
cimento de Jesus. Então, o que Cristo diz a você nesse texto é: pegue o
sentimento que você tem, enquanto Me adora, e canalize-o para a sua
relação com seu marido. “Ah, pastor, eu não aguento. Eu lavo, passo,
cozinho para esse homem, e ele não me valoriza!”. Querida, você não
terá nenhum resultado se faz a coisa certa com um sentimento do diabo.
Você só terá resultado se fizer o que é certo com o sentimento de Jesus.
No século passado, viveu um grande homem de Deus que só
se converteu aos 51 anos de idade. Pense como o cara era bruto! No
país onde ele e a família moravam nevava bastante, e a mulher o
converteu amando Jesus. Ela sempre foi uma excelente esposa e uma
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meu discípulo”, assim, você e nenhuma outra mulher reclamam com Ele
por conta disso, porque sabem que Jesus é o herói que as salvou.
Portanto, homens e mulheres só obedecem a heróis. Será que
você tem morrido por sua esposa, por seus filhos e por seus valores?
Ou você é uma bomba relógio que só consegue ser fiel quando é vi-
giado? Por que a senha do celular da sua esposa é simples, e a sua
é complicada? O que você está escondendo? Está fugindo de quem?
Lembre-se: mulher não respeita vilões, apenas heróis. Por outro lado,
toda mulher possui uma importante missão. Na maioria das vezes em
que ouvem ou leem esse tipo de mensagem, logo querem apontar o
dedo para o que o marido deveria ser, mas, na verdade, o que precisa
haver, no mínimo, é compaixão.
Amada, Deus disse que o mundo é maldito por nossa causa.
Então, você não sabe o que é ter a pressão dentro de si, de querer fa-
zer o bem e o mal estar logo ao lado. E isso se torna mais difícil ainda
quando não temos suporte. “Ah, mas o meu marido não fala!” Será que
você está pronta para saber tudo o que Adão colocou dentro de nós?
Que não é sobre você? Que você não é amada? Que você não é o mo-
tivo da vida do seu marido? O fato é que somos malditos por conta de
Adão até perdermos totalmente para Jesus. Será que você está pronta
para saber o que está dentro de nós sem enfartar e fugir de medo? Re-
flita um pouco sobre isso.
Mulher, facilite a vida do seu marido: honre-o! Da mesma forma
você, homem: ajude sua esposa, ame-a, priorize-a. Lembre-se: a igreja
pode mudar, e a sociedade também, basta apenas você decidir.
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A OMISSÃO DOS
HOMENS E O FEMINISMO
N
a sociedade, há uma estrutura histórica cultural que favo-
rece o homem e desmerece a mulher. Para nós, cristãos,
isso não pode ser uma realidade, já que Gênesis relata a
existência de uma maldição através da qual o homem se tornou não o que
escolheu ou aprendeu a ser, mas o que ela o influenciou a se tornar.
Conforme mencionei no capítulo anterior, ser liderado pelo ho-
mem não é uma prerrogativa exclusiva para as mulheres, pois a Palavra
diz que toda criação, se desejar agradar ao Senhor, deve ser liderada
pelo homem. É por esse motivo que a ausência masculina afeta toda a
estrutura social e espiritual. O homem, se você me permitir essa licença,
é Deus na Terra, e eu posso provar isso a partir de uma lógica bíblica.
Existem duas personagens na Bíblia que mostram que, quando
uma mulher não é liderada, ela exerce domínio e, como consequência,
atrai uma maldição sobre si, ou seja, uma desordem espiritual e social.
Quem são essas personagens? Eva e Jezabel — duas mulheres que esta-
beleceram um desastre social quando inverteram a ordem que o Cria-
dor havia estabelecido.
Como já sabemos, Eva assumiu as rédeas ao dialogar com a ser-
pente, enquanto Adão assumiu uma postura de omissão, já que ele esta-
va com Eva e nada fez para impedi-la. Pior, ainda comeu o fruto que sua
mulher lhe deu. Jezabel, por sua vez, também provou que, quando uma
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mulher “vira a pá”, não há quem a segure. Elias tinha acabado de matar
quase mil homens, mas correu para se esconder em uma caverna quan-
do soube que Jezabel o desejava. É por isso que a Bíblia diz que a mulher
sábia edifica o seu lar, mas a tola, o derruba com as próprias mãos.
O feminismo é um movimento que quer dar poder à mulher,
mas sem restaurar o homem. É por isso que afirmo que ele é um Ban-
d-Aid para um câncer. O que cura o câncer não é um Band-Aid, mas
quimio e radioterapia, ou seja, um tratamento. O fato é que a mulher só
estará verdadeiramente empoderada e protegida se pensarmos sobre a
necessidade da devolução do homem ao seu lugar de origem.
Sou pastor em Brasília e discipulador de homossexuais. De
modo geral, homens que vivem na homossexualidade dizem: “Eu nasci
assim”, ou “fui abusado na infância”. Por outro lado, nenhuma mulher
homossexual que discipulei até hoje disse: “Eu nasci assim”, ou “fui abu-
sada”. Sabe o que elas dizem? “Cansei!” Não é que elas aprenderam a
amar outras mulheres, o problema é que, como não há homens de ver-
dade, uma “gambiarra” acaba servindo. A prova disso é que, na maioria
dos relacionamentos lésbicos, uma é feminina e a outra é máscula. Até
na homossexualidade Deus está certo, pois há um cabeça, um protetor,
provedor e sacerdote, dizendo: “Este é o caminho”.
Quando Adão pecou, ambos foram amaldiçoados. Deus disse
à Eva que o seu desejo seria para o seu marido e ele a dominaria. Para
Adão, Deus falou: “Visto que você deu ouvidos à sua mulher [...]” (Gn
3.17). Isso é extremamente sério e não quer dizer que o homem não
deva ouvir a sua mulher, mas que ele só deve fazer isso depois de ouvir a
Deus. O motivo do desastre foi que o homem deixou de ouvir o Criador,
simplesmente porque primeiro deu ouvidos à sua mulher. É por isso que
o homem é o agente destruidor da sociedade.
A sociedade diz que o caminho é o progresso, e que devemos dar
poder à mulher. Entretanto, ela só é empoderada e torna-se uma feminista
aos 20, 30 ou, no máximo (se estiver meio surtada), aos 40 anos. Se você
estudar sobre os grandes nomes do feminismo, como Simone de Beauvoir,
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A REDENÇÃO PROTEGE
O homem nasceu para ser provedor, protetor e profeta social,
aquele que aplaca o crime cometido contra a infância, o lar, a fé ou a
mulher. O homem não pode querer resolver os problemas da sociedade
sendo um assediador. Se colocarmos um homem bonito em uma rua
com 30 mulheres, talvez apenas uma assobie ou fale algo, apesar de to-
das o acharem bonito.
Certa vez, fui ao cinema assistir “Liga da Justiça”. Era só o Thor
aparecer e tirar a camisa para as mulheres começarem a gritar. A Keila
disse que, quando foi assistir ao filme com as mulheres da igreja, elas só
faltavam orar em línguas nas cenas mais fortes. É óbvio que uma mulher
acha um homem bonito e também pode acabar cometendo adultério
emocional na mente (afinal, esse não é um pecado exclusivo do ho-
mem), mas por ser menos ofensiva e não ter a missão de ser protetora,
provedora e profeta social, consegue segurar melhor a onda. Agora, se
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você colocar uma mulher na rua com 30 homens, que Deus a livre de ser
molestada moral ou fisicamente pelos 30.
Há quanto tempo você, homem, não dá uma dura num cretino?
Redenção é proteger, entretanto, não resolveremos o problema enquanto
formos esses cretinos. Quem somos nós, afinal de contas? Aqueles que são
capazes de travar um ambiente imoral quando chegam à roda dos amigos?
Não porque somos moralistas, mas porque somos homens posicionados e
firmes no que cremos. “Ah, mas ela é minha mulher!”, o sujeito pode dizer.
“Mas ela não é o seu saco de pancadas. Consegue peitar um homem?”, essa
seria a minha resposta. Isso se chama santidade social.
Certa vez, recebi uma carta da escola do meu filho mais velho
solicitando que eu comparecesse a uma reunião, pois ele havia se envol-
vido em uma briga com um de seus colegas. Diante daquele recado, eu,
sabendo da boa criação que dei, chamei-o e perguntei:
— Paulo, o que é isso?
— Eu só pratiquei o que o senhor me ensinou. Foi o senhor
quem me disse que eu deveria proteger aqueles que são vulneráveis e
que correm perigo — disse ele. E continuou:
— Um amigo estava batendo em uma coleguinha, e eu entrei na
frente, dei uns murros nele, levei uns também, mas evitei que ele batesse
na minha amiga — concluiu Paulo.
Eu me senti perdido, pois precisava, ao mesmo tempo, repre-
ender aquela atitude do meu filho e elogiá-lo. Havia um pecado e uma
santidade envolvidos naquela situação — o pecado, por ter brigado, e a
santidade, por ter protegido. Diante daquela situação, pedi sabedoria ao
Senhor e deixei passar um dia. Na segunda-feira, fui correr e o chamei
para ir comigo. Depois do exercício, sentamos e falei:
— O seu pai está muito feliz pelo que você fez, pois proteger é o
papel do homem de Deus, mas jamais tenha prazer na violência. Você
só pode agir com violência quando o objetivo for parar outra violência.
Não é sobre ferir o agressor, mas evitar a ação dele. Não tenha prazer em
brigar, mas em parar uma briga, nem que seja agredindo momentanea-
mente alguém. Entendeu?
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PRATICIDADE
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filho a lavar o banheiro. Eu fiz esse teste e não causa impotência sexual,
então fique tranquilo!
Falando sério, quando você compartilha funções, está trazendo
equilíbrio e harmonia ao seu lar. Para muitos, isso é quase a morte, mas
você lembra que eu disse que, quando o homem morre, a mulher adora?
Então, ao servir, você está influenciando sua parceira a respeitá-lo.
Certa vez, a Keila disse que estava surtando e precisava sair para
não pirar. Eu perguntei para onde queria ir, e ela disse que não sabia,
mas pediu que eu lhe desse algum dinheiro e ela resolveria. Eu dei o di-
nheiro, e ela convidou algumas mulheres da igreja para irem ao Outba-
ck. Ao chegarem lá, foram vistas por alguns irmãos da nossa igreja que
perguntaram por mim. “Ele ficou em casa com as crianças”, ela respon-
deu. Aqueles homens não sabiam onde enfiar a cara. Era como se eles
dissessem que achavam aquilo um absurdo, mesmo sem abrir a boca.
Quando ela voltou para casa, estava descansada e menos “neu-
rótica”, afinal, tinha conversado sobre assuntos normais com outras
pessoas e espaireceu um pouco. Ao final, ela ainda voltou melhor para
mim. Com isso, entendo que toda mulher não só pode, como deve sair
sozinha. Apesar de isso ser fundamental para um casamento pleno,
muitos homens não deixam suas parceiras saírem sozinhas, pois pen-
sam que elas têm a mesma predisposição para fazer o que, na verdade,
eles querem.
Existe um tipo de intimidade que está cada vez mais rara nos
casamentos contemporâneos. O chamego aleatório, o tocar, o acordar,
dar “bom dia” e dizer que ama estão cada vez mais escassos. Por quê?
Porque a falta de intimidade em uma área afeta todas as outras. Se não
há cumplicidade para lavar as louças ou criar um filho, não existirá in-
timidade em mais nada. Quando ela não existe, tudo vira um peso, até
mesmo o sexo se torna um fardo. Entretanto, quando há intimidade, até
a relação sexual melhora, afinal, ambos podem compartilhar suas prefe-
rências e desejos sem ofender um ao outro.
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A INIMIZADE ENTRE O
HOMEM E A MULHER
I
nfelizmente, já não existe mais fé verdadeira a partir dos
nossos lares. Que fé é essa, que ama o próximo, mas não
ama quem está ao lado? Que ama o que está distante, mas
ignora aquele com quem convive todos os dias? Que deseja evangelizar
o perdido, mas não evangeliza o que foi achado? É triste ver que mui-
tos se sentiam mais amados por Deus quando estavam perdidos do que
quando se tornaram filhos. Por mais louco que pareça, esta é a realidade:
muitos acreditam que é melhor continuar sendo amado como um per-
dido do que como um filho.
Eu não quero feri-lo ao escrever essas palavras, mas sacudi-lo e
fazer com que você entenda que Deus pode não se agradar ou não rece-
ber o que você tem oferecido. Por quê? Porque Ele não quer o que você
faz, Ele quer quem você é!
O que eu gostaria de falar neste capítulo é exatamente das dificul-
dades familiares e matrimoniais — consequência da inimizade entre o ho-
mem e a mulher. “Ah, mas eu nem sou casado, pastor”, você pode estar pen-
sando. Não se preocupe! Um dia você será, e, independentemente disso, é
importante que você consiga absorver esses ensinamentos.
O fato é que o homem e a mulher se tornaram inimigos, seja
explícita ou implicitamente. A mulher foi criada para ser amada, prote-
gida e receber a provisão do homem, todavia, ele não cumpre mais essas
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nha terra: é um esforço da “gota serena” fazer com que a mulher respeite
o homem e com que o homem ame a mulher. Por conta disso, a relação
se tornou predatória, pois a mulher passou a amar e respeitar somente
o homem que merece, assim como o homem passou a amar apenas a
mulher que aceita ser o seu “capacho”.
Assim, Deus ordenou à Eva que o seu desejo, a sua autonomia, in-
dividualidade e personalidade fossem apenas para o seu marido, que a do-
minaria. Entretanto, você já sabe a diferença entre domínio e liderança. O
próprio Jesus confirmou esse ensinamento e inverteu a pirâmide ao dizer
aos Seus discípulos que o maior entre eles seria o que servisse.
A deturpação desses termos é tão real que nós, homens, se tivermos
uma chefe mulher, podemos até nos comportar bem em sua presença, mas,
se não formos bem resolvidos, nos sentiremos contrariados ao receber uma
ordem. “Quem ela pensa que é, mulherzinha folgada?!”, talvez esse fosse o
seu pensamento ao passar por essa situação. Se fosse um homem na chefia,
seria tranquilo, mas, como é uma mulher de pulso firme, você fica “grilado”.
A comunidade carcerária, por exemplo, é majoritariamente
masculina. Isso comprova que quem é dado a quase todos os males não
é a mulher, mas o homem. Obviamente, por também ser pecadora, a
mulher é má, mas ela não foi criada para proteger. Uma grande diferen-
ça se mostra por meio da estrutura física masculina em relação à femi-
nina. Você pode escolher a mulher mais forte que conhece e ela ainda
terá dificuldades para derrubar um homem — a não ser que ela tenha
experiência com técnicas de artes marciais. Se você escolher o homem
mais frágil que conhece, notará que ele conseguirá derrubar uma mu-
lher. Desculpe-me o exemplo dramático, mas só quero que você entenda
o meu ponto de vista.
Você pode ser um homem incrível e estar constantemente na
igreja ouvindo a Palavra de Deus, mas, se chegar em casa e descobrir
que alguém falou mal de sua mãe, você não vai orar e pedir direção a
Deus sobre o que deve fazer. O fato é que o homem é instintivo, menos
sensível, menos sábio e tem um senso de mundo diferente. Eu gosto de
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a seus próprios corpos. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo. Além do
mais, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo, antes o alimenta e dele
cuida, como também Cristo faz com a igreja, pois somos membros do
seu corpo. Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua
mulher, e os dois se tornarão uma só carne.”
(Ef 5.22–31)
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Ele muda a sua perspectiva e mostra que aquele opressor pode ser, in-
clusive, uma vítima. O Senhor mostra que o homem nem sempre é o
que é porque escolheu ser, mas porque uma realidade maior o domina
e faz com que ele seja quem não deveria. Deus é capaz de mudar a pers-
pectiva da mulher ao mostrar que aquele homem, símbolo de sua dor,
é alguém que também foi ferido. Sabe o que acontece quando a mulher
compreende essa questão? Ela torna-se cooperadora de Deus na reden-
ção desse homem caído, e um instrumento para que ele seja redimido.
Mulher, como é o seu relacionamento com o Senhor? Qual a sua
postura? O que você sente? Saiba que a mesma atitude que você tem
diante de Deus, deve ter diante do homem. Quando a mulher encara o
marido a partir do senso de adoração, ela esmurra o homem interior de
seu companheiro, o qual sabe que não merece ser amado. Assim, esse
homem defeituoso acaba não tendo para onde fugir por apenas receber
amor e ser bem servido. É exatamente como ocorre no exemplo do ho-
mem bruto que mencionei no primeiro capítulo, lembra?
Quanto mais o homem está longe de ser um herói, mais a mu-
lher deve sentir as dores de Cristo, entendendo que ela não só pode
como deve fazer algo que o aproxime da cruz, e não importa se isso vai
demorar cinco, dez ou vinte anos. O meu próprio pastor exigiu 14 anos
de dedicação de sua mulher para se entregar a Jesus. Ele sempre a leva-
va para os cultos de moto e bêbado, tornando cada ida um verdadeiro
milagre divino. Quanto mais ela orava, mais bêbado ele ficava. Hoje,
todos enxergam uma bela igreja, com seus mil membros e outras 15
espalhadas pelo Brasil, mas não imaginam tudo o que já enfrentaram.
Quando alguém diz que ele é uma bênção, sabe qual é a resposta? “Sou
nada! Bênção é a minha mulher, que perseverou 14 anos até que algo
acontecesse”. Mulher, se você estiver com pressa, jamais conseguirá ver
o que Deus está preparando!
O marido é o cabeça da mulher. Quando o homem não está no
lugar que Deus separou, a vida simplesmente não funciona. Esse cabeça
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o divórcio está presente nas mais diversas áreas da vida. Existe muito
essa separação de: seu dinheiro, meu dinheiro; suas contas, minhas con-
tas. Tem casais que nem sabem quanto seus parceiros ganham! A verda-
de é que a vida não vai funcionar, enquanto o homem não voltar para a
posição que Deus separou. Basta observar como uma mãe pega o bebê.
A própria posição que o Senhor criou para a mulher segurar o seu filho
demonstra proteção, segurança e pertencimento. Quando o pai pega a
criança, é totalmente diferente. De forma resumida, a mãe foi responsa-
bilizada por Deus para dar toda a provisão emocional, enquanto o pai
foi criado para dar a provisão moral que a criança precisa.
Você sabia que o ser humano é mais prejudicado pela ausência
do pai do que da mãe? Isso é psicologia, pois o pai simboliza o ponto de
referência para o filho, assim como o homem simbolizava o ponto de
referência para toda a criação. É como se a figura masculina fosse uma
“minidivindade”, a expressão do governo de Deus na Terra. Mais à fren-
te, discutirei sobre responsabilidade paternal.
Minha esposa detectou essa questão no departamento infantil
da nossa igreja. Apesar de clamarmos para que os homens se tornem
professores, eles simplesmente não querem, e deixam essa função
para as mulheres. Vale destacar que não faço essa afirmação de for-
ma preconceituosa, mas os poucos professores que existem, muitas
vezes, são homossexuais.
Se você visitar o departamento infantil da sua igreja e observar
que só existem professoras, perceberá que elas entram numa verdadeira
guerra para controlar as crianças. É como se a voz feminina não tivesse
toda a autonomia ou autoridade para frear a criança. Entretanto, basta
você pedir a um homem para colocar ordem, e todas irão se calar. Uma
pessoa radical pode dizer que isso acontece porque o homem é opressor,
mas eu penso de outra forma, e acredito que as crianças reconhecem
que o homem é o responsável por estabelecer a direção, a missão. Por
isso, o homem precisa voltar a essa posição de governo. Por favor, não
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ANDERSON SILVA
51
REDENÇÃO FAMILIAR
apenas consigo. Você sabia que o homem tem orgasmo sexual indivi-
dualizado, enquanto a mulher tem orgasmo sexual potencializado? É
verdade! O homem tem um orgasmo por vez, enquanto a mulher pode
ter até 15. No entanto, para que isso aconteça, o homem precisa saber
como o corpo feminino funciona emocionalmente, amando a mulher e
deixando de tratá-la como um objeto sexual.
O amor de um homem para com a sua esposa é o maior ensina-
mento que existe para os filhos. Homem, você tem medo de que os seus
filhos se percam nesse mundo difícil? Então, eu vou dar-lhe uma tarefa.
Você pode até não orar ou ler a Bíblia com eles, mas se você quiser in-
fluenciá-los para que não saiam dos caminhos do Senhor, permita que
essa criança assista ao amor que você tem pela mãe deles. Permita que o
seu filho veja o amor que você tem pela sua esposa!
Sabe por que você não tem um bom casamento? Porque você
ama todas as pessoas antes de amar a sua esposa (se é que você a ama
verdadeiramente)! A Bíblia não diz que você é uma só carne com sua
mãe, pai ou filho, mas diz, inúmeras vezes, que você é uma só carne
com a sua mulher ou o seu marido. Sabe quem deveria ser a pessoa mais
amada da sua vida? Adivinha? É por esse motivo que o seu casamento
vai mal, porque você não ama o seu cônjuge como a si mesmo.
A minha própria mãe não entendia isso. Certa vez, comprei uma
briga com ela, pois insistia em interferir na minha casa e na criação dos
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ANDERSON SILVA
meus filhos. Além disso, criticava minha esposa, ao dizer que ela não sa-
bia lavar a louça, fazer arroz etc. Isso inflamou o meu coração ao ponto
de eu ter que chamá-la e dizer que ela não tinha nenhuma autoridade
dentro da minha casa.
Falei que ela era minha mãe apenas quando eu estivesse em
sua casa, mas, na minha, havia um novo ciclo de autoridade, e lá
quem mandava era a minha esposa, e não ela. Também esclareci que
ela não criaria os meus filhos e não ditaria como eles viveriam. Para
tentar melhorar a nossa relação, eu precisava dizer que ela já tinha
sido a pessoa mais importante da minha vida, mas que, a partir do
momento em que me casei, e se tornou a segunda mais importante.
Afinal, eu havia me tornado uma só carne com minha esposa. Então,
finalizei a conversa perguntando se ela acreditava em Deus e na Sua
Palavra. Quando ela respondeu que sim, afirmei que apenas estava
crendo e agindo conforme o que está escrito.
Quais são suas atitudes em relação à pessoa mais importante da
sua vida? Se for a sua mãe, como você a trata? Se for o seu cônjuge, como
você se dirige a ele? Em momentos de crise, você é o tipo de pessoa que
rompe e cai fora, ou que permanece e cria possibilidades? A verdade é
que a maioria dos lares não tem sido referência, as pessoas não podem
olhar para nós e encontrar um exemplo a ser seguido.
Frequentemente, falamos sobre salvação eterna e futura, mas
não falamos sobre salvação vigente, presente e imediata. Estamos aguar-
dando ser salvos para a Eternidade, mas nossas vidas estão perdidas, e
os nossos casamentos, enfraquecidos. Todavia, tenho uma boa notícia
para te dar: vida eterna não é aquilo que está por vir, mas o que vem
quando Cristo reina em nossas vidas. A salvação começa agora! A reali-
dade futura que viveremos pode ser experimentada hoje!
Precisamos ser redimidos por Deus para termos um novo estilo
de vida. Quando Deus criou a humanidade, criou homem e mulher, não
homem, mulher e filhos. A relação primária é entre macho e fêmea. A
relação mais significativa é a matrimonial. Se fosse o contrário, Deus
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REDENÇÃO FAMILIAR
teria criado pai e filho(a), ou mãe e filho(a), mas sabemos que não foi
isso o que Ele fez.
O problema não é você amar os seus filhos, mas amá-los mais
do que o seu cônjuge. Como pai, você foi criado por Deus para liberar
o seu filho para seguir um caminho quando ele alcançar a maioridade.
Tenha em mente que o seu filho não divide a vida com você e não vai
permanecer com você até os 70 ou 80 anos. Ele foi criado para estar
com você, mas sabe quem foi criado para permanecer com você? O seu
cônjuge. Se você é filho, essa mesma lógica deve nortear o seu relaciona-
mento com seus pais. Quem vai ficar com você até o fim, ajudar a trocar
sua dentadura e dormir com você, será a sua esposa ou marido, não sua
mãe ou seu pai. O fato é que as famílias atuais são fracas porque muitos
escolhem resistir a essas verdades e não conseguem praticá-las, já que
não permitem que a realidade desça aos seus corações.
Quando decidi ser um bom marido? A partir do momento em que
vi minha mãe apanhar pela primeira vez. Quando me converti, Jesus disse
que me ajudaria nessa missão. A tatuagem da Keila no meu pescoço não
é uma prova do meu amor, mas um lembrete ao meu pai de que eu não
vou fazer o que ele fez: não vou abandonar, como ele abandonou; não vou
permitir que meus filhos passem fome, como ele permitiu; e não vou deixar
que meus filhos apanhem ou sofram bullying por não ter quem os defenda.
As mulheres não querem mais os homens porque eles não as
protegem. Essa é a diferença entre a homossexualidade feminina e a
masculina. Enquanto a masculina é complexa e certos homens sentem
que nasceram assim, a feminina não possui esse traço, mas geralmente
é baseada em traumas. São mulheres que encontram no amor de outras
aquilo que deveriam encontrar no amor dos homens, como a segurança
de que precisam. Em uma relação entre duas mulheres, a probabilidade
de você detectar que uma delas foi ferida, violentada, que odeia homens
ou viu o seu pai cometendo atos absurdos contra a sua mãe é gigante.
Chegou a hora dos homens voltarem aos seus lugares! Apenas as-
sim nossos filhos aprenderão o que é a vida e o que é o propósito de Deus!
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HOMEM COM “H”
MAIÚSCULO
A
reestruturação familiar a partir da redenção do ho-
mem e da mulher é um tema extremamente impor-
tante que o Senhor tem imprimido em meu espírito.
Esse assunto remete ao resgate da hombridade e da feminilidade,
não apenas no aspecto doméstico e social, mas principalmente no
espiritual. Só a título de esclarecimento: quando falo do homem, não
me refiro ao gênero masculino, mas a um propósito.
Assim, Deus só pode estabelecer um propósito poderoso quan-
do o homem e a mulher compreenderem que, juntos, são capazes de
formar uma tempestade redentora na Terra.
57
REDENÇÃO FAMILIAR
Entretanto, não foi a Igreja que caiu no Éden, mas a família. As-
sim, o plano original de Deus não envolve a instituição em si, mas Ele
deseja que tudo aconteça por meio da Igreja. Na verdade, o Senhor não
está construindo um templo, mas uma cidade na qual a família é a célula
apostólica transmissora do propósito divino.
“E Jesus? Por que Ele não se casou?”, muitos questionam. Lem-
bre-se de que Jesus é Deus, e não podemos atribuir uma característica
humana Àquele que é uma divindade. Por conta disso, Deus não pos-
sui as mesmas necessidades fisiológicas sexuais que nós e, consequen-
temente, não precisaria se casar. Além disso, Ele já possui uma família,
que somos nós.
No caso de Paulo, ele não apenas optou por não se casar, como
também possuía o dom para o celibato. Ele não tomou essa decisão de
forma sofrida, porque foi capacitado a viver daquela forma. Por mais
que Paulo não tenha se casado, ele era um doutrinador da realidade
familiar e estimulava a formação do Homem com “H” maiúsculo. Esse
é um propósito de Deus que pode ser observado no capítulo quatro do
livro de Efésios.
“E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros
para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfei-
çoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação
do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno
conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da
estatura da plenitude de Cristo [...].”
(Ef 4.11–14)
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ANDERSON SILVA
MORDOMOS DO REI
Não existe nenhum relato bíblico de que Adão e Eva adoravam a
Deus, jejuavam, ofertavam, dizimavam, congregavam, amavam ou per-
doavam. Ou seja, obedecer a Deus não era uma necessidade da criatura
que vivia à imagem e semelhança perfeita do seu Criador. Na verdade,
as necessidades de culto e obediência a Deus são para os homens caídos,
para os filhos de Adão.
Apenas três seres humanos experimentaram uma existência sem
pecado: Jesus, Adão e Eva. Só eles sabem como é viver assim, por isso,
não precisavam ter uma obediência litúrgica. A existência sem pecado
era uma forma de adoração a Deus, e tudo o que Adão fazia Lhe glori-
ficava. Assim, Gênesis não relata o oferecimento de ofertas por parte de
Adão. A primeira vez que isso aconteceu foi por meio de Caim e Abel,
depois que o pai deles pecou.
Pensamos que nossa adoração é uma forma de suprir algum
tipo de carência do Criador, como se Ele estivesse menos potente, aba-
tido ou diminuído. Com isso, enganamo-nos ao acreditar que, ao ado-
rar, atribuímos força, potência e soberania a Ele. Assim, adoração não
é uma necessidade de Deus, pois Ele é autoexistente, autosuficiente e
não precisa ou depende de nada e de ninguém. Será que você acha que
o nosso pecado tirou algo de Deus? Se fosse assim, o que nossa santi-
dade acrescentaria a Ele?
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REDENÇÃO FAMILIAR
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ANDERSON SILVA
de Jesus. O que devemos fazer é ofertar e dizimar a carne, até que nos
tornemos o dízimo em Espírito e em verdade.
Você sabe por que não vivemos milagres quando o assunto é
dinheiro? Porque a maioria de nós age como se fosse suficiente entregar
apenas 10% de tudo o que recebemos. Na realidade, os 10% só têm po-
der para gerar respostas do céu a partir do momento que entendemos o
real propósito disso. Mesmo que o dízimo seja dado, estaremos vulne-
ráveis em relação aos 90% restantes, pois eles também possuem dono e
nós somos apenas mordomos.
Na história em quadrinhos do Batman, existe o mordomo que
trabalha na casa de Bruce Wayne, o Alfred. Mesmo não sendo o Batman,
ele anda no carro do Batman, acessa as contas do Batman e conhece a
identidade secreta do Batman. Em termos práticos, o Alfred não salvará
a cidade, afinal, ela já possui um herói. Da mesma forma, só viveremos
o extraordinário de Deus se a nossa vida for vulnerável nas mãos Dele.
A questão não está no que fazemos ou dizemos, mas se Deus
responderá ao que foi dito ou feito. Caim ofertou, mas em pouco tempo
a sua oferta resultou em um homicídio. Como é possível uma oferta se
transformar em um homicídio num curto período de tempo? O inte-
resse de Deus não está no que falamos ou no que fazemos, mas se Ele
pode responder ao que foi apresentado. Em nossos próprios termos, a
obediência continua sendo desobediência.
61
REDENÇÃO FAMILIAR
com o Senhor, o escritor afirma sem medo de errar que, mesmo depois
de morto, ainda é possível ver Abel falando com Deus por meio da sua
oferta, que já não existe mais, mas que permanece representando uma
atitude agradável ao Senhor.
É normal acharmos que a nossa obediência é um esforço ou uma
imposição, mas, na realidade, é uma derrota. Se queremos viver o extraordi-
nário de Deus, precisamos entender que a obediência é uma rendição. A vi-
tória está em entender que só podemos ser mais do que vencedores quando
nos rendermos Àquele que venceu. O problema é que queremos ser mais
do que vencedores nos afundando em tarefas que nos levam a atitudes car-
nais. Louvamos de forma carnal, cantamos de forma carnal, obedecemos de
forma carnal, mas não é esse o desejo de Deus. Ele quer nos responder! Para
que isso aconteça, precisamos oferecer um culto agradável a Ele. Não é essa
a problemática das nossas orações? Achamos que orar é apenas falar com
Deus, mas dessa forma torna-se um monólogo. A oração consiste, princi-
palmente, em ouvir o que Ele tem a nos dizer.
Sabe por que o seu propósito familiar não está dando certo? Por-
que existem momentos em que você escolhe obedecer a Deus, e outros
em que escolhe ignorá-lo. Quem vive dessa forma não entendeu o que
é viver o Reino. Precisamos entender que, no Reino de Deus, mesmo
quando não queremos obedecer, obedecemos, já que existe um legisla-
dor, uma autoridade máxima. Para aqueles que querem enxergar o Rei-
no por um ponto de vista democrático, o Senhor também pede que algo
seja feito. O problema é que nenhum deles consegue concluir a tarefa
por completo, apenas em parte. É nesse tipo de pessoa que o Diabo ama
investir, buscando a oportunidade certa para dar o bote.
Por outro lado, existem aqueles que possuem tanta reverência,
amor e temor que já quebraram a calculadora há tempos. Eles não fa-
zem uma vez, mas cinco, dez, 20, 50 vezes mais do que Deus pediu. Com
essas pessoas, o Diabo nem perde tempo, porque ele não é capaz de mi-
nar a extravagância do amor de Deus. O fato é que Satanás não tem for-
ça contra aqueles que já entenderam que tudo o que possuem tem dono.
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ANDERSON SILVA
muito sobre a forma com a qual as pessoas lidam com seus relaciona-
mentos, porque, se existe um problema em ser generoso com Deus, pro-
vavelmente a pessoa não conseguirá ser generosa com o seu cônjuge.
Toda essa problemática está intimamente ligada ao divórcio, porque ele
revela o fim da generosidade.
As pessoas precisam mudar a mentalidade de que o que impor-
ta é a colheita. O privilégio não está nos frutos, mas no ouvir. Nossa
obediência não está restrita apenas às respostas, pois elas são um fa-
tor secundário. Você já parou para pensar que, quando escolhemos
ouvir, o Criador do universo pode parar a Sua agenda, pois viu em
nós alguém disponível para escutar? Assim, Ele se agrada de nós e
diz: “Preciso fazer um saque, mas não há em quem sacar, estão todos
surdos!”, mas nós estamos disponíveis e respondemos: “Eis-me aqui,
saque tudo! Tudo é teu!”.
Cerca de um ano após o episódio da oferta do carro, fui pregar
em uma igreja em Goiânia. Um jovem veio até mim chorando, e disse
que Deus havia pedido para que ele me desse o seu carro. Então, ele me
entregou a chave, e com tristeza, recebi e me sentei. Pensei que aquilo
era um “Cavalo de Tróia”, que o jovem estava confuso e que aquela não
era a vontade de Deus.
Depois de alguns minutos, uma pessoa sentou ao meu lado e
perguntou se eu não estava feliz em ter ganhado o carro. Eu respondi
que não e, ao mesmo tempo, perguntei a Deus o porquê de não estar fe-
liz com o ocorrido. Deus me respondeu e disse que o carro não era meu,
por isso eu estava me sentindo daquela forma. O Senhor me lembrou de
uma oração que eu havia feito há 12 anos, em que eu pedia para que Ele
me fizesse prosperar para que eu ajudasse pessoas, e que Ele tinha toda
liberdade em escolher quem eu iria abençoar. Naquele momento, perce-
bi que a minha oração estava sendo atendida e não deu tempo nem de
passar o carro para o meu nome — Ele já havia me falado que o veículo
tinha destino certo. Cinco minutos após ter recebido o automóvel, eu já
o tinha ofertado a outra pessoa.
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REDENÇÃO FAMILIAR
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ANDERSON SILVA
O “H” MAIÚSCULO
Quando preguei na Igreja Por Amor, do meu amigo Victor Azeve-
do, de longe pude notar que ele foi impulsionado por alguém que exerce o
“H” maiúsculo. Ele foi discipulado por Leandro Barreto, e muitos acabam
pensando que ele foi apenas um pai na vida do Victor, e que é apenas um
apóstolo que tem cuidado da “galera do Reino”.
Não se trata apenas de paternidade, mas também de masculinida-
de. O Leandro teria todos os motivos para não estar em sua igreja, exer-
cendo o papel que Deus o chamou para desempenhar. Ele é um cara boni-
to e jovem que poderia estar em qualquer outro lugar, mantendo relações
sexuais com quem quisesse, usando drogas e fazendo qualquer outro tipo
de loucura. No entanto, ele está nesta posição, amando Jesus, sendo puro,
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REDENÇÃO FAMILIAR
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ANDERSON SILVA
na igreja!”. “Eu não vou ler as cartas de Paulo, ele era machista!”. Cal-
ma! Antes de emitir qualquer opinião, é preciso entender que, naquele
contexto, as mulheres seguiam religiões pagãs antes de serem resgata-
das pelo Evangelho.
Naquelas religiões, o sacerdócio era desempenhado pelas mu-
lheres. Por esse motivo, quando se convertiam ao Evangelho, elas aca-
bavam querendo exercer cargos altos na igreja. Contudo, o papel de sa-
cerdote é do homem.
Assim, Deus estava falando por meio de Paulo para uma igre-
ja gentílica que estava mudando o seu comportamento de forma pro-
gressiva, e as mulheres ainda não conseguiam exercer de forma plena
os princípios do Evangelho. Os homens daquela antiga religião, por
sua vez, estavam mortos para o seu propósito como cabeça, pois es-
tavam acostumados a não serem sacerdotes. O desejo de Deus era
ressuscitá-los aos seus postos e, segundo os preceitos divinos, ho-
mens mortos espiritualmente são ressuscitados por mulheres vivas
espiritualmente. Entretanto, por conta de seu antigo caráter sacer-
dotal, elas queriam que os homens fossem despertados na mesma
medida em que elas haviam sido, pois desejavam servir a Deus e
ponto final. O que elas não sabiam é que essa atitude poderia acabar
terminando de matar os seus maridos.
Diante disso, Paulo ensinava que, se elas desejavam ressuscitar
os seus maridos, seria necessário erguê-los com a linguagem correta:
respeito e honra. Em vez de se pronunciarem nos cultos, elas poderiam
chegar nas suas casas e expor aos seus maridos os seus questionamen-
tos, por mais que já soubessem as respostas de suas perguntas.
Assim sendo, acredito que a intenção do apóstolo Paulo era ofe-
recer uma estratégia de sabedoria às mulheres — ao agir dessa forma,
elas levariam seus maridos aos sentimentos de honra e respeito, desper-
tando-os e gerando neles o DNA do “H” maiúsculo.
Portanto, mulher, se seu marido ainda não está rendido ao Se-
nhor, você deve exercer o papel missionário em casa até que o seu “H”
maiúsculo seja formado.
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SABEDORIA FEMININA
F
alar sobre a mulher em um contexto conjugal, matrimonial
e familiar engloba princípios que servirão como norte para
as demais configurações relacionais. Não pense que, por
não ser uma mulher, isso não se aplica a você! Saiba que a sabedoria femini-
na é um princípio de vida que deve ser entendido por todos.
O relacionamento entre homem e mulher é uma complementa-
ridade de capacidades. Os dois são muito distintos, mas se completam.
A mulher não poderia viver sem a força do homem, e o homem não
funcionaria sem a capacidade de percepção e sensibilidade da mulher.
Quando o homem e a mulher se complementam a partir dos dons que o
Senhor depositou sobre cada um, a vida a dois funciona de forma mais
leve. Tudo funciona como se o homem executasse uma obra e a mulher
fosse a arquiteta.
A sabedoria feminina é capaz de perceber aquilo que o homem
não consegue e, a partir disso, as mulheres conseguem falar a coisa certa
e da forma certa, possibilitando que o homem seja o que precisa ser.
Por outro lado, todo homem funciona baseado em valores de
honra, dignidade, hombridade e masculinidade. Você sabia que, no ori-
ginal, a palavra “reverência” significa “homenagem”? Isso nos revela que
a atitude da mulher para com o homem deve ser de profundo respeito,
reconhecendo que ele é o executor de tudo o que ela percebe.
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REDENÇÃO FAMILIAR
“Eles seguirão o SENHOR; ele rugirá como leão. Quando ele rugir, os
seus filhos virão tremendo desde o ocidente.”
(Os 11.10)
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ANDERSON SILVA
manifestarei a ele.” Ou seja, não adianta ir até Jesus dizendo que deseja
vestir a Sua camisa se você desonra a Sua palavra. Fique esperto!
“Ditados do rei Lemuel; uma exortação que sua mãe lhe fez: “Ó meu
filho, filho do meu ventre, filho de meus votos, não gaste sua força com
mulheres, seu vigor com aquelas que destroem reis. Não convém aos reis,
ó Lemuel; não convém aos reis beber vinho, não convém aos governantes
desejar bebida fermentada, para não suceder que bebam e se esqueçam
do que a lei determina, e deixem de fazer justiça aos oprimidos. Dê
bebida fermentada aos que estão prestes a morrer, vinho aos que estão
angustiados; para que bebam e se esqueçam da sua pobreza, e não mais
se lembrem da sua infelicidade. Erga a voz em favor dos que não po-
dem defender-se, seja o defensor de todos os desamparados. Erga a voz
e julgue com justiça; defenda os direitos dos pobres e dos necessitados”.
Uma esposa exemplar; feliz quem a encontrar! É muito mais valiosa que
os rubis. Seu marido tem plena confiança nela e nunca lhe falta coisa
alguma. Ela só lhe faz o bem, e nunca o mal, todos os dias da sua vida.
Escolhe a lã e o linho e com prazer trabalha com as mãos. Como os na-
vios mercantes, ela traz de longe as suas provisões. Antes de clarear o dia
ela se levanta, prepara comida para todos os de casa, e dá tarefas às suas
servas. Ela avalia um campo e o compra; com o que ganha planta uma
vinha. Entrega-se com vontade ao seu trabalho; seus braços são fortes
e vigorosos. Administra bem o seu comércio lucrativo, e a sua lâmpada
fica acesa durante a noite. Nas mãos segura o fuso e com os dedos pega
a roca. Acolhe os necessitados e estende as mãos aos pobres. Não receia
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REDENÇÃO FAMILIAR
a neve por seus familiares, pois todos eles vestem agasalhos. Faz cober-
tas para a sua cama; veste-se de linho fino e de púrpura. Seu marido
é respeitado na porta da cidade, onde toma assento entre as autorida-
des da sua terra. Ela faz vestes de linho e as vende, e fornece cintos aos
comerciantes. Reveste-se de força e dignidade; sorri diante do futuro.
Fala com sabedoria e ensina com amor. Cuida dos negócios de sua casa e
não dá lugar à preguiça. Seus filhos se levantam e a elogiam; seu marido
também a elogia, dizendo: “Muitas mulheres são exemplares, mas você
a todas supera”. A beleza é enganosa, e a formosura é passageira; mas a
mulher que teme ao Senhor será elogiada. Que ela receba a recompensa
merecida, e as suas obras sejam elogiadas à porta da cidade.”
(Pv 31.1–31)
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REDENÇÃO FAMILIAR
REALIDADE DISTORCIDA
Ao conversar com as mulheres de hoje, notaremos que muitas
delas já não aceitam tudo. São mulheres que vão para cima, que compe-
tem de igual para igual e, se tiverem alguns músculos, chamam até para
brigar! A situação é tão preocupante que já ouvi pastoras aconselhando
suas filhas a trabalharem e não dependerem de homem nenhum. Como
assim? A mulher foi feita para depender do homem, e vice-versa. Eu
fui feito para depender da Keila, e ela foi fita para depender de mim.
Não há como estes ensinamentos serem corretos: “Vivam juntos, mas
tenham vidas paralelas”, ou: “Garanta-se economicamente, porque, no
fundo, homem nenhum presta”. Essas linhas de raciocínio nos mostram
o quanto tudo está socialmente distorcido.
Concordo que lugar de mulher não é na cozinha, mas muitas
assumiram postos de trabalho dignos sem carregar sabedoria. Assim
que experimentaram a liberdade, negaram princípios e acabaram vol-
tando para suas casas sem serem mulheres de um homem. Pelo con-
trário, agem como se seus maridos fossem inimigos e como se preci-
sassem garantir suas vidas sem eles. Dessa forma, a mulher criou um
ambiente de colisão dentro do lar e, com o passar do tempo, o homem
foi se assustando.
Costumo citar a minha mãe como um exemplo disso. Ela fez
com que a vida dos seus filhos desse certo porque lutou sozinha, mas a
sua própria vida não funcionou, porque precisou ser mulher e homem
ao mesmo tempo. Com o passar dos anos, ela foi ficando cansada, falida,
ranzinza e vendo problemas em tudo e todos. Quem está ao seu redor
precisa ter muito cuidado com as palavras, pois tudo o que lhe é dito a
fere e ofende. Por quê? Porque, um dia, o traidor a feriu, decepcionou e
não foi o homem que ela precisava.
Esse tipo de situação magoa muito, e só quem passa por isso sabe
realmente o peso que este acontecimento tem. É necessário, porém, ha-
ver esforço em Cristo para que consigamos transpor essa força maligna
que o Diabo tem lançado na sociedade com o intuito de inverter valores
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coito, você o puxa e pede para que pegue, explicando que aquele biscoito
é fruto do suor do trabalho do pai dele, e que aquele ato é um descaso
com o esforço daquele que acorda às 5h e trabalha o dia inteiro para
prover o melhor para a família. Isso funciona! Você ensina o que é certo
ao menino e lança o fundamento da honra.
Em um de seus provérbios, Salomão diz que a palavra lançada é
como um dique rachado. Dique é o mesmo que represa, então, quando
uma mulher fala da forma errada, libera palavras que ferem um ponto
certeiro, rachando o dique. Sendo assim, águas furiosas fluirão e o engo-
lirão. Então, mulher, não queira ter um homem morto ao seu lado. Ele
depende das suas palavras para viver!
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REDENÇÃO FAMILIAR
deve pensar que a Keila é doida. Podemos estar conversando com ami-
gos, e do nada ela solta uma de suas gargalhadas. Ela é aquele tipo de
pessoa que pode estar em um velório, mas que ainda assim é capaz de
ter uma crise de risos.
Sem a mulher despretensiosa que tenho, acho que já teria surta-
do. Ela é o meu sorriso em meio às trevas. Eu posso estar querendo mor-
rer, mas ela consegue melhorar o meu dia ao aparecer com uma de suas
piadas. Se não fosse por ela, eu poderia até ter desenvolvido depressão.
A gargalhada da Keila é o meu resgate humano.
Casados ou não, precisamos reconhecer as nossas funções —
homens devem agir como homens, e mulheres precisam agir como
mulheres, cada parte consciente das suas responsabilidades. Pedro foi
ousado ao escrever: “Como Sara, que obedecia a Abraão e lhe chamava
de senhor” (1 Pe 3.6). Aqui, a questão não é gramatical e o foco não é
no termo usado por Sara, mas na ação reverente que ela teve frente a
Abraão. Apesar desse ser o pavor das mulheres atuais, escolha fazer o
contrário do que a sociedade dita, e veja a vida funcionar!
Só eu sei das vezes em que quis desistir quando vi desonra da parte
da minha esposa, mas também tenho convicção da renovação que senti ao
ouvir palavras ou perceber olhares de honra e respeito. Por isso, mulher,
entenda que você possui duas armas poderosas: sensibilidade e sabedoria.
Eu sempre digo que, se o homem falhar em ouvir a voz do Espírito
ou da Palavra, ele deve, ao menos, ouvir a sua esposa. Se ela for uma mulher
virtuosa, jamais falhará. É o tal do “sexto sentido”, ou aquele conselho de
mãe: “Meu filho, estou sentindo que você não deve sair hoje”. O homem vê
apenas o tijolo e o cimento, mas a mulher já está vendo a planta da constru-
ção. Se ela rasgar a planta, o homem não saberá mais para onde ir. É por isso
que, atualmente, muitos estão estagnados. O plano de construção está se
perdendo porque a mulher não está conseguindo se comportar adequada-
mente diante da vida, não está sabendo incentivar o homem a ser homem.
Mulher, seja virtuosa e persevere! Não existe maior legado do
que ver seus filhos decidindo construir uma família baseados no exem-
plo que tiveram em casa.
82
RESPONSABILIDADE
PATERNAL
N
este capítulo, aprofundaremos um pouco mais a ques-
tão da responsabilidade do homem como pai. Certa
vez, uma amiga que estava vivendo o rito de passagem
do noivado usou um exemplo maravilhoso, que guardei em meu co-
ração. Ela fazia uma distinção entre a importância da mãe e do pai na
formação familiar, psicológica e social de um filho.
De acordo com o exemplo dado por minha amiga, a mãe é o
fundamento emocional de todo ser humano. Isso é tão evidente que,
desde o nascimento do bebê, ela o chama para si a fim de guardar, ama-
mentar e proteger o recém-nascido. Assim, todo afeto maternal e a for-
mação emotiva são transmitidos para a criança. A mulher, no entanto,
por Deus e pela própria Palavra, não pode ser responsabilizada em sua
totalidade pela formação moral do ser humano. O homem é quem pos-
sui a maior parte dessa responsabilidade.
Enquanto a mãe cria o filho para si, o pai cria-o para o mundo. Nós,
homens, somos destrambelhados, mas geralmente criamos os filhos sinali-
zando o propósito e fazendo com que eles olhem para o amanhã.
Não é à toa que, nos dias atuais, vivamos quase um desastre so-
cial em vários aspectos. As responsabilidades foram mudadas e os va-
lores estão sendo invertidos. O homem já não quer mais ser respon-
sabilizado por aquilo que sempre foi de sua alçada, apoiando-se num
discurso baseado no lema: “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu
faço”. O fato é que o homem atual prefere viver na mentira.
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REDENÇÃO FAMILIAR
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está forte!”. O que isso significa? Que ele está recebendo o que o pai
não deu: elogio e atenção. Como tudo isso passa, o próximo passo é
tomar esteroides, para chamar mais atenção ainda.
O que motiva alguém a entrar em uma gangue? O cara sobe em
um megaedifício para pichar e colocar sua tag no topo, só para outro
passar e dizer: “Que doido! Ele colocou o nome lá em cima!”. O que essa
pessoa ganha com isso? Pertencimento. O pai não gerou comunidade,
inclusão ou aceitação, e não o elogiou. Há outro cara na gangue, contu-
do, que diz: “Você é o cara!”. Quando isso perde o valor, o sujeito sai da
pichação, pega uma arma e vai para o crime, tudo isso porque ele está à
procura de um pai substituto.
Há inúmeros motivos para a existência da homossexualidade.
Como pastor de homossexuais, gosto de observar alguns comporta-
mentos. A homossexualidade masculina é diferente da feminina, pois
possui muitos fatores motivacionais, e você precisa explorar mais a fun-
do a individualidade de cada um.
Ao observar a homossexualidade feminina, percebo que quase
todas as lésbicas são resultado da ruptura da imagem masculina. Elas
não são o tipo “eu acho que nasci assim”, isso é muito raro de acontecer.
Geralmente, quando a mulher apresenta traços masculinos precoces,
existe algo muito além de uma simples escolha. Por isso, há inúmeros
casos de mulheres que se relacionam com outras por conta da frustra-
ção em relação ao homem.
Quando há uma ruptura nessa relação entre pai e filha, ou você
vai atrás dessa figura, ou foge dela, como um sinal de punição. Então,
aquele que era responsável por ser o seu guardião foi o culpado por ter
rompido o seu processo. Talvez, um filho que tenha tido o seu processo
rompido por seu pai deseje ser um “super-homem” para disputar com
ele ou, ao mesmo tempo em que foge do pai, busque em outro homem
a figura do seu próprio.
No Rio de Janeiro, tenho um amigo pastor que encontrou um
travesti na rua e resolveu acolhê-lo. Ele o amou, tirou-o da rua e propor-
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bom, e o seu vestido é muito bonito!”. Com isso, nos três dias seguintes, ela
apareceu novamente de trança e vestido.
No final da semana, acabou o período de provas e todos sumi-
ram. Quando fui sair da sala, ela colocou a mão na porta, disse: “Você
não vai sair!”, e a trancou. Bem, nem preciso dizer como a história ter-
minou. Tempos depois, já crente, orei, me arrependi e pensei sobre
como a vida é frágil e que as pessoas são vulneráveis e precisam ter os
seus valores bem fundamentados. Ela era uma mulher jovem, de 19 ou
20 anos, mas casada. Se uma mulher cedeu ao elogio de um drogado, o
que acontecia em sua casa? Talvez ela fosse chamada de burra, estúpida,
idiota e muitos outros adjetivos desagradáveis.
O fato é que nossos filhos são formados também pelas nossas
palavras. Que tipo de palavras você utiliza no seu ambiente familiar?
Certa vez, eu estava em Jaú, e um irmão de igreja me avisou que a
sua família estava chegando. Ele me pediu para dar uma atenção especial
a um de seus primos, pois o seu pai pegava muito pesado, chamando-o
de “viadinho” e de outros nomes ruins. Logo pensei que se tratava de um
adolescente, mas me surpreendi ao ver duas crianças de seis e sete anos de
idade. A minha vontade era bater naquele pai, afinal nada daquilo, fazia
sentido. Pensei que o caso era sobre um adulto brigando com o pai ou um
adolescente querendo “engrossar o pescoço”, mas descobri que se tratava de
uma criança! Como esse menino vai crescer? Que tipo de adulto se tornará?
Há cerca de três anos, atendi uma irmã. Ela era bonita, uma fun-
cionária pública que já havia conquistado muito na vida, porém era tris-
te, e às vezes flertava com a depressão. Conversamos durante três horas,
até que ela revelou que o relacionamento com sua mãe não era bom, e
que se lembrava de uma experiência que teve aos seis anos, quando fez o
desenho de uma girafa para a sua mãe. Ao ver a pintura, a mãe zombou,
rasgou o papel e a chamou de imbecil, dizendo que aquele desenho em
nada se parecia com uma girafa.
Na hora em que ela contou o ocorrido, o Espírito Santo me disse
que aquele era o fundamento de todo o problema. Então, expus a raiz
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A Vivo Por Ti é uma igreja que abraça todo tipo de pessoa, mas, se
você parar para observar, todos são órfãos desesperados por amor
e ajuda. Imagine a minha aflição ao ver que não existe um homem
atrás de mim que possa me dar confiança para que eu seja um líder
para essas pessoas!
O fato é que precisamos assumir nossas responsabilidades,
mas os modelos simplesmente não existem. Muitos desejam e que-
rem ser pessoas melhores, mas não encontram fontes que os auxi-
liem rumo a essa mudança. Sabe como me renovo para amar ainda
mais as pessoas? Saio da minha cidade para me deparar com realida-
des piores do que as que geralmente encontro. Quando isso acontece,
volto para casa amando ainda mais o que já tenho, disposto a andar
mais uma légua.
Em Jaú, acompanhei o caso de uma linda médica que se envolveu
com crack e passou a morar debaixo de um vagão abandonado. Além disso,
ela havia tido três filhos dentro dessa realidade. Quando um irmão foi abrir
uma igreja que ficava próxima ao local, viu aquela situação e tirou as crian-
ças daquela mulher. O mais chocante de tudo foi ver as criancinhas tendo
crises de abstinência de pedra, pois, enquanto estava grávida, a mãe fumava.
Esse é o tipo de realidade que me faz ser um líder e um pai melhor, a fim de
perseverar diante dos problemas.
Ter um filho autista também me incentiva a não fazer acepção de
pessoas. A verdade é que ninguém me ensinou coisa alguma, mas eu de-
cidi fazer alguma coisa! Este é o meu convite para você que lê este livro:
faça algo! Se você não agir, ninguém agirá no seu lugar. Se você não for o
pai que precisa ser, ninguém será no seu lugar. Se você não for o homem
que precisa ser, os seus filhos precisarão ser o alvo de evangelização da
Igreja de amanhã!
“Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo
com o passar dos anos não se desviará deles.”
(Pv 22.6)
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pelo fato de crianças passarem fome. Elas se encontram nessa situação exa-
tamente porque homens como ele não assumiram suas responsabilidades!
Naquela época, eu ainda era muito carnal, e fiquei tão revoltado que quis
brigar, dizendo que era pastor, mas não otário.
Como podemos colocar na conta de Deus o que, na verdade, é fruto
da nossa omissão e falta de responsabilidade? A igreja é o meio pelo qual
Deus assume as responsabilidades da omissão dos homens. Para os que não
tiveram pai, a igreja se torna um pai, e para os que não tiveram família ou
casa, a igreja se torna família e casa. O fato é que Deus é o Pai dos órfãos, e
a igreja existe (ou deveria existir) para consertar o mundo.
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REDENÇÃO FAMILIAR
Se você prestou bem atenção nesse texto, notou que o rei fez o
que não estava autorizado, e mostrou todo o segredo do seu reino. En-
tão, Deus levantou um profeta para repreendê-lo e dizer que tudo o que
existia seria tomado pelo reino da Babilônia, inclusive os filhos gerados,
que seriam levados como escravos e castrados para servir à autoridade
máxima da Babilônia.
Diante disso, Ezequias aceitou a Palavra e ficou tranquilo, afinal
quem iria sofrer as consequências seriam os filhos, e não ele. A verdade
é que Ezequias não era homem e muito menos pai, pois quem é pai e
homem tem responsabilidade em longo prazo, gera um legado e escreve
o livro que será lido pela próxima geração. Nesse caso, o posicionamen-
to de Ezequias é exatamente igual ao de um homem pós-moderno. Ele
quer ter uma mulher e filhos, mas foge de suas responsabilidades.
O fato é que a responsabilidade do homem pós-moderno passou
a ser apenas pagar uma mesada. Eu não quero trazer esse peso para
as exceções, mas estou me referindo aos cretinos que agem deliberada-
mente dessa forma.
EXEMPLO DE PAI
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de Raquel foi exatamente essa palavra. Com isso, toda vez que aquele
garoto fosse chamado de Benoni, seria lembrado e punido pela morte
da própria mãe.
Eu não sou místico, mas é interessante saber que a nossa perso-
nalidade carrega traços que concordam até mesmo com o significado
do nosso nome. Se você pesquisar o significado do seu, notará caracte-
rísticas em sua personalidade que combinam com a sua descrição. Ra-
abe, por exemplo, significa “a insolente”. Eu já tive uma ovelha com esse
nome e ela era exatamente assim.
O fato é que Deus muda o seu nome através de Jesus e, quando
você briga com Ele, assim como aconteceu com Jacó. As mudanças de
nome na Bíblia são extremamente significativas, e podem representar
desde uma nova estação na vida do indivíduo até uma mudança de tra-
jetória, já que o seu nome era negativo. O nome de Jacó significava “o
usurpador”, dessa forma, quando negociou com o irmão, ele agiu con-
forme a sua alcunha. Entretanto, quando Jacó brigou com Deus, ele re-
cebeu um novo nome, e teve o seu destino transformado.
É interessante perceber que, na história narrada em Gênesis 35,
Jacó estava à porta esperando o parto do seu filho. Ao ouvir o nome que
o bebê havia recebido, ele recusou imediatamente aquela identidade e
declarou que ele se chamaria Benjamim, que significa “filho da minha
força”. Na cultura judaica, principalmente, o conceito familiar era de
extrema importância, além de representar uma responsabilidade muito
importante para o homem. O exemplo de Jacó nos mostra como deve
ser o posicionamento masculino que, ao perceber que o futuro do seu
filho está em jogo, logo intervém.
Trazendo essa questão para a nossa realidade, você não pode,
de maneira nenhuma, aceitar a negatividade que seu filho recebe sem
se posicionar, sem defendê-lo. Se um filho pode ser prejudicado pela
ausência ou palavras negativas do pai, imagine o que ele pode se tornar
com um pai presente ecom palavras positivas? Eu não estou dizendo
para ignorar a instrução e a correção, mas para não negligenciar a im-
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DÍZIMOS E DIVÓRCIO
“Desde o tempo dos seus antepassados vocês se desviaram dos meus
decretos e não os obedeceram. Voltem para mim e eu voltarei para vocês,
diz o Senhor dos Exércitos. Mas vocês perguntam: Como voltaremos?
Pode um homem roubar de Deus? Contudo vocês estão me roubando. E
ainda perguntam: Como é que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.
Vocês estão debaixo de grande maldição porque estão me roubando; a
nação toda está me roubando. Tragam o dízimo todo ao depósito do
templo, para que haja alimento em minha casa. Ponham-me à prova, diz
o Senhor dos Exércitos, e vejam se não vou abrir as comportas dos céus
e derramar sobre vocês tantas bênçãos que nem terão onde guardá-las.
Impedirei que pragas devorem suas colheitas, e as videiras nos campos
não perderão o seu fruto, diz o Senhor dos Exércitos. Então, todas as
nações os chamarão felizes, porque a terra de vocês será maravilhosa, diz
o Senhor dos Exércitos.”
(Ml 3.7–12)
V
ocê pode até ter estranhado o título deste capítulo, mas
eu quero provocá-lo e ajudá-lo a recalcular a rota da
sua vida. Além disso, quero que você perceba a ligação
que existe entre o altar e o seu lar, pois, se você profana um, consequen-
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REDENÇÃO FAMILIAR
temente profanará o outro. Assim, por meio desta leitura, você notará
que a qualidade de uma área da sua vida está totalmente ligada ao que
irei destrinchar.
Fiz questão de começar este capítulo com o texto que encontra-
mos Malaquias 3, pois sei que a primeira coisa que você pensou foi: “Aff!
Isso é sério? Falar sobre dízimo?”. Entretanto, acredito que, assim como
aconteceu comigo, você aprenderá a nunca mais ter medo desse texto.
Muito pelo contrário, você vai passar a amá-lo, basta apenas se permitir
entendê-lo verdadeiramente.
Antes de mergulharmos nas Escrituras, gostaria de chamar a sua
atenção para três coisas que me instigaram a estudar a fundo o capítulo
três do livro de Malaquias. A primeira coisa é o fato de Deus reclamar
um roubo material, apesar de ser Espírito. Se Deus é Espírito, Ele não
participa do que é material. Assim sendo, por que um Deus espiritual
diz que está sendo materialmente roubado? Esse é um paradigma que
precisa ser solucionado!
O segundo ponto é que Malaquias 3 é o único texto em que Deus
chama o ser humano para brigar ao dizer: “Ponham-me à prova”. O ter-
ceiro e último ponto é exatamente a sequência, quando Deus disse que,
se eles Lhe obedecessem e o colocassem à prova, veriam que as com-
portas dos céus seriam abertas. Quando essa palavra encontrou o meu
coração, logo fiquei “facinho” para Jesus.
De modo geral, todos podem abrir uma porta, tanto Deus quan-
to o Diabo, e até nós mesmos. Além disso, é importante mencionar que
portas são abertas por dentro e por fora, diferentemente de janelas.
Quando Deus diz que abrirá janelas, a coisa muda de figura.
Por exemplo, se você sai de sua casa e tranca tudo, alguém pode
entrar pela sua janela? Não, afinal, ela só pode ser aberta por dentro. As-
sim, o que Deus diz é que, se fizermos o que Ele orienta, adivinha quem
será o responsável pelo resultado? Ele mesmo! Como isso vai acontecer
não importa, mas, conforme o livro de Atos narra diversas vezes, será de
repente. Quando você obedecer às ordenanças de Deus, não se preocu-
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pe em calcular o tempo, mas deixe que Ele promova o “de repente”. Per-
mita que Ele chegue de surpresa! Será que você tem dado a Deus uma
oportunidade para surpreendê-lo? O fato é que você só vai aprender a
amar versos como o de Malaquias 3.10 quando entender que Deus não
está falando sobre dinheiro, mas sobre vida.
No início, afirmei que, quando ferimos o altar, ferimos o lar. Ou seja,
quando ferimos a fé, ferimos a vida, e quando ferimos Deus, também feri-
mos o próximo. Por incrível que pareça, Ele está falando sobre vida, sobre o
que somos na segunda-feira. Sabe por que você precisa concordar comigo?
Porque Atos 17.24 diz que o Senhor não habita em templos construídos por
mãos humanas. Ele não depende de nada e nem de ninguém.
Muitas vezes, pensamos que estamos dando algo ao Senhor por
meio das nossas sementes, mas, a partir de agora, você vai entender que,
quando separamos o dízimo, amamos, perdoamos e obedecemos. O
principal é que fazemos isso não para Deus, mas para nós mesmos.
A vida que não começa com Deus é muito difícil de terminar com
Ele. Todo assunto que não começa com Ele também não termina bem.
Quando eu era imaturo, acreditava que era um exagero afirmar que a Bíblia
fala menos sobre fé, salvação, amor e perdão do que sobre dinheiro. Em
partes, eu estava certo, afinal, se formos analisar, a palavra “dinheiro” apa-
rece mais de 2.400 vezes na Bíblia, enquanto as demais aparecem menos de
300 vezes. Apesar da quantidade de vezes, isso não representa um exagero.
Com isso, percebemos que quase toda a linguagem de Jesus nos
evangelhos é sobre dinheiro, posse, trabalho e propriedade privada. Um
grande exemplo é a parábola dos talentos. Embora muitos achem que
os talentos representam habilidade, na verdade, significa uma medida
monetária — como a dracma. É como se o Senhor estivesse dizendo que
deu R$10 para um homem, R$5 para outro e R$1 para o outro.
Depois de Jesus, nem o Diabo é chamado de senhor na Bíblia,
mas sabe quem é chamado dessa forma? O dinheiro. A Palavra afirma
que, sem Deus, o dinheiro é capaz de dominar as nossas vidas, afeições
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dência será incontável como as estrelas”, mas até Abraão entender o real
sentido dessa palavra, demorou cerca de 25 anos. No Novo Testamento,
o apóstolo diz que, pela fé, todos nós somos descendentes de Abraão, ou
seja, Deus falava a respeito de mim e de você.
Quando Deus nos pede algo, é porque aquilo irá de encontro à nos-
sa prosperidade em todas as áreas da vida. Na verdade, Deus está querendo
desentulhar a nossa jornada. Você se lembra da parábola do jovem rico? O
seu dinheiro era o entulho, a muralha que ele precisava transpor, e ele não
conseguiu. Se Deus não precisa, Ele está pedindo apenas para ajudá-lo. É
como se Ele estivesse dizendo: “Tire isso do caminho, essa é a muralha con-
tra a sua jornada, o seu destino e o seu futuro”.
Aqui vale também lembrar que, antes do pecado, não haviam
mandamentos, pois Adão e Eva eram voluntários para viver tudo o que
Deus tinha separado para eles. Por causa do pecado, a vontade de Deus
passou a ser delegada a nós através da Lei, já que não mais existe essa
voluntariedade. O amor bíblico, por sua vez, é um mandamento, pois
Deus nos obriga a amar. Será que Ele nos obrigará para sempre? Não!
Ele quer que cheguemos a um nível de maturidade em que entendamos
que, quanto mais vivermos na prática do amor, mais perceberemos em
nós a morte de Adão.
É exatamente sobre isso que Richard Foster fala no livro “Cele-
bração da Disciplina”. Ao mencionar o jejum, o teólogo diz que os cris-
tãos não gostam de jejuar porque essa prática os deixa irritados, mas
Rick Joyner quebra essa ideia ao dizer que, quando agimos dessa forma,
perdemos de vista a finalidade do jejum: revelar que somos irritados, e
por isso precisamos tomar uma atitude.
O objetivo do jejum não é ganhar um carro, assim como não é o
jejum que me dá direito à minha herança. Um exemplo disso é o meu filho,
que não precisa implorar por algo que já é dele. Da mesma forma, se ele qui-
ser ter um videogame, não é necessário jejuar, apenas pedir. O jejum não é
para que eu adquira bens, pois os alcanço pedindo ao Pai em oração. O seu
objetivo é matar Adão dentro de mim e entender como ele me faz mal. Se
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acho que sou mais crente por jejuar, esse ato só revelará o quão maligna é a
herança de Adão e o quanto ainda preciso mortificar a minha velha nature-
za para tomar posse da nova em Cristo Jesus.
Deus não precisa, mas Ele pede para que a herança de Adão caia
por terra e a de Jesus tome posse do meu interior. O escritor de Hebreus,
no capítulo 8, afirma que chegaria o dia em que Deus faria uma nova
aliança com o seu povo, imprimindo Sua lei nas mentes e nos corações.
Com isso, Deus mostra que sairá da externalidade da nossa obediência
e emergirá na sua essencialidade.
O fato é que não fomos feitos para viver à base de mandamentos
eternamente, mas precisamos entender que eles existem porque somos
involuntários, e que somente com o amadurecimento podemos deixar
de andar por uma ordem externa e passar a andar baseados numa per-
cepção interna. Este é o objetivo do amadurecimento: Deus não precisar
mais pedir para que eu ame, porque percebi que a prática do amor o que
combateria a minha velha natureza e evidenciaria a nova. Dessa forma,
amo sem que o Senhor precise me pedir, pois deixei Moisés para trás e
agora caminho com Jesus.
Isso aconteceu com os discípulos da Igreja no primeiro século.
Estevão foi um deles. Ele tanto entendeu e cresceu em fé que conse-
guiu fazer a mesma oração de Jesus na cruz, enquanto estava sendo
apedrejado: “Perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo!”. João,
o apóstolo do amor, foi enviado para a ilha de Patmos. Naquela época,
o imperador era Domiciano, e a sua ordem foi que executassem João,
não o crucificando ou degolando, mas colocando-o numa caldeira de
azeite fervente. Assim foi feito, mas quando o imperador viu que João
não havia morrido, teve medo e ordenou que o tirassem do convívio
social e o exilassem na ilha de Patmos.
O curioso é que, quando lemos as cartas de João, não notamos
nenhuma menção ao que sofreu mediante às ordens do imperador. Por
quê? Porque, quando permitimos, a nossa natureza pode ser transfor-
mada a partir do caráter de Jesus. Não é comum vermos o apóstolo
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pareça estar errado, mas, se você faz votos diários de amor e os cumpre
em sua família, tenha a certeza de que terá a igreja que merece.
“O filho honra seu pai, e o servo o seu senhor. “Se eu sou pai, onde está
a honra que me é devida? Se eu sou senhor, onde está o temor que me
devem?”, pergunta o Senhor dos Exércitos a vocês, sacerdotes. São vocês
que desprezam o meu nome! Mas vocês perguntam: De que maneira
temos desprezado o teu nome? Trazendo comida impura ao meu altar! E
mesmo assim ainda perguntam: De que maneira te desonramos? Ao di-
zerem que a mesa do Senhor é desprezível. Na hora de trazerem animais
cegos para sacrificar, vocês não veem mal algum. Na hora de trazerem
animais aleijados e doentes como oferta, também não veem mal algum.
Tentem oferecê-los de presente ao governador! “Será que ele se agradará
de vocês? Será que os atenderá?”, pergunta o Senhor dos Exércitos.”
(Ml 1.6–8)
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“Não temos todos o mesmo Pai? Não fomos todos criados pelo mesmo
Deus? Por que será então que quebramos a aliança dos nossos ante-
passados sendo infiéis uns com os outros? Judá tem sido infiel. Uma
coisa repugnante foi cometida em Israel e em Jerusalém; Judá deson-
rou o santuário que o Senhor ama; homens casaram-se com mulheres
que adoram deuses estrangeiros. Que o Senhor lance fora das tendas
de Jacó o homem que faz isso, seja ele quem for, mesmo que esteja
trazendo ofertas ao Senhor dos Exércitos. Há outra coisa que vocês
fazem: Enchem de lágrimas o altar do Senhor; choram e gemem por-
que ele já não dá atenção às suas ofertas nem as aceita com prazer.
E vocês ainda perguntam: “Por quê?” É porque o Senhor é testemu-
nha entre você e a mulher da sua mocidade, pois você não cumpriu
a sua promessa de fidelidade, embora ela fosse a sua companheira,
a mulher do seu acordo matrimonial. Não foi o Senhor que os fez
um só? Em corpo e em espírito eles lhe pertencem. E por que um só?
Porque ele desejava uma descendência consagrada. Portanto, tenham
cuidado: Ninguém seja infiel à mulher da sua mocidade. “Eu odeio o
divórcio”, diz o Senhor, o Deus de Israel, e “o homem que se cobre de
violência como se cobre de roupas”, diz o Senhor dos Exércitos. Por
isso tenham bom senso; não sejam infiéis.”
(Ml 2.10–16)
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à míngua, desde que não deixe de investir no que é prazeroso para você?
Você é capaz de amar um mendigo, mas não consegue pedir perdão ao
seu filho? Você quer viver orando na igreja, mas não é capaz de levar o
seu filho ao cinema? Você quer ver anjos e demônios toda hora, mas não
é capaz de sentar à mesa de casa para falar sobre as bobagens da vida?
Até isso você precisa avaliar, pois talvez esteja sem frutos exatamente
por ser “espiritual” demais.
Seja generoso na vida. Garanto que você também será generoso
na igreja. Seja generoso com o seu cônjuge, e você será generoso com os
seus líderes, pastores e irmãos. Perdoe os seus parentes, e você também
perdoará os irmãos da sua igreja. Permita que o altar se comunique com
o seu lar, e vice-versa! Não isole ou valorize apenas uma das partes: es-
colha conectar as pontas!
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A IGREJA É O REFLEXO
DA FAMÍLIA
“Desejando agradar a multidão, Pilatos soltou-lhes Barrabás, mandou
açoitar Jesus e o entregou para ser crucificado.”
(Mc 15.15)
O
campo missionário de maior dificuldade para o cristão
não é a África ou o Afeganistão, mas o seu lar. A nos-
sa casa é, provavelmente, o ambiente mais hostil que
podemos enfrentar. Eu costumo dizer que, em alguns casos, o desejo
de fazer missões na África é mais uma questão de covardia do que de
valentia, porque o desejo de fazer missões pode estar, na verdade, ca-
muflando uma fuga da responsabilidade diária que temos em relação às
nossas famílias. Ao lerem isso, alguns podem se perguntar o que existe
de errado em querer amar e ajudar pessoas de outras nações. Tudo bem,
entendo esse ponto de vista, mas precisamos compreender que nenhum
amor tem eficácia se for direcionado apenas para alguém que você nun-
ca viu ou com quem tem pouco contato.
A hostilidade do lar como campo missionário está em lidar com
as mesmas pessoas quando elas não são merecedoras do nosso amor.
Assim, parece-me mais fácil ir à África, abraçar uma prostituta na rua,
ajudar pessoas que nunca vi antes e com as quais, provavelmente, não
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terei um compromisso cotidiano. Por outro lado, a vida diária nos revela
que não somos tão bons assim, e nos dá diversas justificativas para não
amar, insistir, permanecer e perseverar. Por isso, evangelizar aqueles que
não convivem diariamente conosco se torna mais fácil.
Há dias em que desejo pular no pescoço da Keila, mas eu enten-
do que sou um missionário e ela é o meu campo. Se o meu evangelis-
mo serve para um estranho, por que não serviria para ela? A primeira
pessoa que deve perceber que sou extremamente temente, reverente e
apaixonado por Jesus é a mulher que dorme ao meu lado.
Não é à toa que o núcleo familiar idealizado por Deus está sendo
desfeito, porque é visto apenas como uma possibilidade, enquanto o ide é
tido como uma realidade. Muitos querem fazer missões fora, mas se es-
quecem da missão que assumiram ao dizer “sim” no altar. Ao agirem dessa
forma, impossibilitam a formação e a perpetuação do núcleo familiar.
A fé não começa na igreja, mas é compartilhada nela. Na ver-
dade, tudo começa na família, pois ela é a célula apostólica. Essa in-
versão de papéis tem feito com que tudo dê errado. A igreja virou um
reduto de consumidores, onde todos querem a bênção, mas ninguém
quer ser o Abençoador. Muitos vêm para “sacar”, mas poucos querem
“depositar”. Assim, a igreja não deve ser o local em que as pessoas ape-
nas se encontram com Deus, mas um lugar no qual nos reabastecemos
e devemos ser abençoadores, evidenciando que Ele está conosco e nos
usando como Seus instrumentos.
Na igreja em que pastoreio, sempre brinco, pedindo para que
os irmãos não testem a minha paciência, senão eu fecho as portas e
vou embora. Em minha casa, já somos igreja, pois lá o “H” maiúsculo
está estabelecido. Da mesma forma, posso ser igreja no carro, na rua,
no restaurante ou em qualquer lugar. A presença de Jesus não está li-
mitada a um lugar geográfico, mas a um propósito apostólico. Vivendo
apoiado nessa revelação, tenho a capacidade de mudar realidades e
cenários nos quais estou inserido.
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O IDE REVERSO
Há algum tempo, desenvolvi uma técnica que chamo de “ide re-
verso”, ou evangelismo reverso. Na língua original do Novo Testamento,
o ide de Mateus 28 não é um imperativo verbal, assim como na língua
portuguesa. O grego possui a voz média, diferentemente do português,
em que existe apenas a voz ativa e a passiva.
A voz média replica-se da seguinte forma: quer você aja ou re-
cepcione a ação, você é um participante dela. Por isso, a melhor maneira
de entender o ide, em sua essência gramatical, é “indo”, exercendo. Se
interpretarmos o ide de forma errada, podemos gerar uma dicotomia.
Por exemplo, o empresário que sustenta uma obra entra em crise, acre-
ditando estar errado por agir contrário à Palavra de Deus. Todavia, ele
quer o Senhor em sua vida e procura ser obediente, mas sua visão errada
o faz pensar que, se ele não abandona um lugar físico, o ide não está
sendo exercido.
Se colocássemos um particípio ou gerúndio, entenderíamos que
o Senhor não está nos pedindo para abandonar algo e começar outra
coisa, mas nos dizendo: “Viva a vida! Case-se, trabalhe, viaje, crie seus
filhos, dirija, malhe, mas não deixe de fazer discípulos em todas as na-
ções”. Se todos nós fôssemos chamados para fazer a obra de forma inte-
gral, quem a sustentaria? E se todos sustentassem a obra, quem a viveria
de forma integral?
O ponto em que quero chegar é que a igreja é resultado de nossas
famílias. Não existe igreja boa e eficaz sem famílias redimidas que erguem
altares domésticos. A igreja não é o local onde o cristão encontra Deus, mas
um lugar onde o cristão autêntico revela seu encontro diário com o Pai.
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tanto, é válido lembrar que Timóteo não tinha pai (apenas mãe e avó
foram relatadas), por isso Paulo exerceu esse papel. Provavelmente, não
existiria nenhum problema se Timóteo tivesse um pai e, ainda assim,
chamasse Paulo dessa forma, desde que aquela atitude fosse uma exten-
são do respeito já existente em casa. A verdadeira paternidade espiritual
é aquela que estimula a volta ao passado para apaziguar, ressignificar e
seguir o seu destino. Assim, é preciso estabelecer a cura em casa, para
depois fazer da igreja um lar.
UM AVIVAMENTO DE LONGEVIDADE
Tudo o que tenho dito até aqui não é para sua tristeza, mas para
o seu avivamento, um avivamento de longevidade. O que temos dis-
cutido sobre avivamento tem pernas curtas: começa na conferência e
morre na segunda-feira, tornando-nos pessoas nostálgicas que acabam
morrendo espiritualmente.
Muitas vezes, quem vive dessa forma só se empolga ao ver no-
mes de “gringos” sendo confirmados em grandes eventos. Contudo,
temos muitos pregadores no Brasil que estão cheios da Palavra e que
carregam uma mensagem incrível, são pessoas profundas, avivadas e
sérias. Eu não os troco por nenhum desses nomes internacionais que
tantos admiram.
O fato é que muitos vivem por empolgação, não por amor. É
como Apocalipse 2 relata: podemos ser como os crentes da igreja em
Éfeso, que trabalhavam arduamente, não toleravam homens maus e su-
portavam sofrimentos, mas ainda assim precisavam de uma mudança,
pois haviam perdido o primeiro amor. Podemos chamar esse primeiro
amor de “paixão”, um primeiro estímulo. Sabe aquela vontade de servir e
de fazer a mesma coisa com amor durante anos e anos? É isso! O Senhor
não deseja que percamos essa alegria, essa paixão, mas isso só é possível
se assumirmos responsabilidades cotidianas.
Você deseja uma igreja melhor? Então leve Jesus para a sua casa!
Deseja uma igreja missionária? Faça missões em casa! Se agirmos dessa
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ANDERSON SILVA
RESPONSABILIZE-SE!
Gostaria de finalizar este livro combatendo a fantasia da igreja
perfeita. Especificamente em Brasília, não existe fidelidade congrega-
cional. As pessoas são meras consumidoras, como se estivessem em um
mercado. Muitas não gostam do louvor, reclamam do departamento
infantil, das pregações etc. O problema é que a busca pela igreja per-
feita revela a disfuncionalidade das famílias. É como falei nos capítulos
anteriores: os indivíduos estão projetando nas igrejas aquilo que falta
em suas casas. Se somos capazes de resolver nossos problemas domés-
ticos, que tipo de problema não seríamos capazes de resolver na igreja?
A Arca possui uma logística, mas é melhor estar dentro dela do que
apodrecer do lado de fora! Se vivemos bem em casa, projetaremos esse
bem em qualquer outro lugar.
Minha esposa quase entrou em depressão por ser frequentemente
pressionada a exercer o ministério pastoral, ser teóloga, missionária, orar
em línguas, interpretar, bater escanteio e cabecear. Eu sempre digo que ela
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REDENÇÃO FAMILIAR
não precisa ser nada disso, pois a minha única necessidade é que ela sorria
para mim todos os dias. Dessa forma, Satanás fica preocupado, pois ele sabe
que esse é o energético que me motiva a continuar. Ver a Keila triste, princi-
palmente por conta da tentativa de suprir as expectativas alheias, me deixa
mal e traz à tona o pior de mim. Eu não desejo uma pastora em casa, o que
eu quero é ter a minha esposa e o seu sorriso.
O fato é que a igreja perfeita é apenas uma questão de perspecti-
va. Sem medo algum, posso dizer que sou pastor de uma igreja porque
Jesus mandou. Se Ele me mandasse estar em uma Assembleia de Deus
e me pedisse para usar um terno verde com gravata amarela, eu iria
obedecer. Se eu fosse enviado por Deus para a Igreja Universal do Reino
de Deus, você ouviria falar de mim porque eu seria o melhor obreiro do
Edir Macedo. Então, eu não mudo de igreja porque quero, mas porque
existe um Deus que guia a minha vida. À medida em que os ciclos mu-
dam, e o Senhor me direciona, eu me movo.
Não procure a igreja perfeita, mas dê sua família saudável para
sua igreja. Deseja uma igreja boa? Pare de ser um defraudador e seja um
homem, um exemplo para os seus irmãos na fé.
De modo geral, a igreja está sendo responsabilizada por atitu-
des que não são dela. Na verdade, ela está sendo responsabilizada pelos
frutos de nossa omissão. D. L. Moody, um grande evangelista do século
passado, dizia: “Se você quer saber se um homem é um verdadeiro cris-
tão, não pergunte ao seu pastor, pergunte à sua esposa”. Se eu tiver uma
conversa com sua esposa, com seus pais ou com o seu filho, será que
eu poderia perguntar quem você é? O que você acha que eles respon-
deriam? Lembre-se: a igreja é o encontro coletivo de nossas individua-
lidades, mas, se não há responsabilidade com o lar, que igreja existirá
aos domingos? Se a família briga e se omite durante toda a semana, o
que será da igreja aos domingos? Entretanto, se existe amor, perdão,
investimento, cotidiano familiar, os domingos serão mais do que uma
multidão sedenta por bençãos, serão um movimento apostólico eficaz.
Você só cria problemas para a igreja se esses problemas são
uma realidade em sua casa. Por outro lado, aquele que oferece solu-
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ANDERSON SILVA
ções para a Casa do Senhor faz isso porque está oferecendo soluções
em seu próprio lar. Aquele que perdoa o irmão também é aquele que
futuramente perdoará o cônjuge, o filho, o pai e o passado, já que ele
está se resolvendo fora da liturgia.
Quem colonizou a Terra em Gênesis 1 e 2 foi uma igreja ou uma
família? Quando Deus julgou a Terra por intermédio de um dilúvio,
quem a reorganizou, uma igreja ou uma família? Se a nossa família nos
vê andando pela fé, ela nunca mais se esquecerá. Ore em casa, adore em
casa, humilhe-se diante de Deus em casa, perdoe, chore, quebre a ver-
gonha e leve Jesus até a sua casa. Da mesma forma, saia de suas crises,
deixe de lado suas infantilidades, assuma a sua responsabilidade! Erga
um altar e deixe Jesus usar a sua casa para a evangelização do mundo.
Se amamos Jesus, devemos fazer algo em relação a esse amor.
Posicione-se! Decida! Deus quer e pode fazer algo por você, mas Ele
precisa que você seja digno de confiança. Se Ele atendesse ao seu mila-
gre hoje, você teria sabedoria para administrar o que recebeu? Se você
recebesse um emprego, dinheiro ou influência, será que uma dessas coi-
sas lhe fará bem ou mal? Existem pessoas que pedem um carro a Deus e,
quando recebem, fogem Dele a 200 km/h. Com esse tipo de atitude, só
resta ao Senhor tratar essas pessoas como crianças, porque elas não são
capazes de assumir responsabilidades. Deus deseja fazer grandes coisas,
mas Ele precisa de homens que decidam deixar um legado.
Tenha em mente que a sua casa pode ser um instrumento re-
dentor nas mãos de Deus. Nossas famílias, casamentos e até a forma
como criamos os filhos devem cooperar para o cumprimento desse
propósito. Cada divórcio é a morte de uma pequena civilização que
poderia ser forjada por uma família funcional em Cristo. Quando
uma família termina, um propósito deixa de existir. Da mesma forma,
quando uma família surge, surge também um novo propósito.
Portanto, não há desculpas! Se tomarmos a decisão certa, vive-
remos o nosso propósito com nosso cônjuge e filhos, afetando positiva-
mente a sociedade em que estamos inseridos.
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