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PERGUNTAS DE UM ATEU

Pergunta: Há tantas religiões que falam de Deus, até


algumas que rivalizam com outras com violência. Qual delas
me levaria ao Paraíso?
Resposta: Num primeiro momento, eu diria que nenhuma.
Explico: Jesus afirmou: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem
ao Pai senão por mim” (João 14.6); “Quem crê em mim tem a vida eterna” (João
6.47); e “A vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e
a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17.3). Portanto, o único meio de salvação,
segundo a Bíblia, é Jesus Cristo. Isso porque, sendo Deus Ele se fez homem (eis
outro assunto digno de profundo estudo) e levou sobre Si nossos pecados,
assumindo a consequência da má escolha da humanidade (Adão e Eva) – a
morte, ou separação de Deus. É claro que ainda morremos, mas graças a Jesus
temos a garantia da vida eterna em Sua segunda vinda, e isso não depende
necessariamente de estarmos vinculados a essa ou àquela igreja. A igreja foi
estabelecida por Deus como uma espécie de “hospital”, para ajudar a curar
feridas e sustentar os cansados. Na igreja nossa fé é fortalecida pelo contato
com Deus e com os irmãos. Se a vida eterna consiste em conhecer a Deus, a
igreja deve prover esse conhecimento também.

Pergunta: O que é então “religião”?


Resposta: A palavra “religião” (religio) significa “religar”, ou seja, religar a
humanidade caída a Deus, ajudando a manter a relação Criador/criatura.
Entendo, portanto, que ter uma religião bíblica é um privilégio que nos é
concedido por Deus, já que ela a Bíblia nos ajuda a manter essa relação com a
única fonte e caminho da salvação, Jesus Cristo. “Diariamente perseveravam
unânimes no templo, partiam o pão de casa em casa e tomavam as suas
refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a
simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes [à igreja] o Senhor, os
que iam sendo salvos” (Atos 2.47).

Pergunta: Por que a Bíblia não fala dos dinossauros?


Resposta: A palavra dinossauro é uma palavra moderna, mas o animal que se
designa como dinossauro sem dúvida é mencionado em Jó 40.15-23 que
diz: “Contempla agora o beemote, que Eu criei como a ti, que come a erva como
o boi. Eis que a sua força está nos seus lombos, e o seu poder nos músculos do
seu ventre. Ele enrija a sua cauda como o cedro; os nervos das suas coxas são
entretecidos. Os seus ossos são como tubos de bronze, as suas costelas como
barras de ferro (…) Deita-se debaixo dos lotos, no esconderijo dos canaviais e no
pântano (…) Eis que se um rio transborda, ele não treme; sente-se seguro ainda
que o Jordão se levante até a sua boca”. Alguns dizem se tratar do hipopótamo
ou do elefante, mas nenhum deles “enrija a cauda como o cedro”. A descrição
confere melhor com um tipo de dinossauro herbívoro, como o Braquiossauro. A
evidência fóssil da existência dos dinossauros é incontestável, e mesmo que a
Bíblia não os mencionasse (como ocorre, por exemplo, com o gato), isso não
mudaria o fato que os gatos existem. O que ela não poderia fazer é afirmar que
os dinossauros não existiram. Aí seria um problema.

Pergunta: A Bíblia fala que no juízo final o nome que não estiver escrito no livro
da vida será lançado no lago de fogo, e o seu nome somente é escrito no
mesmo após o batismo. Pois bem, suponhamos um índio, que mesmo antes do
nascimento de Jesus estava vivendo sua vida em paz no mais profundo da
floresta amazônica. Ele foi um bom índio, nunca roubou e nem matou. Ele
envelhece e morre sem nunca ter ouvido falar em Jesus, mas segundo a lei do
seu Deus ele deve sofrer o tormento eterno. Pergunto: Isso é um ato de um
Deus justo?
Resposta: Note o que diz o apóstolo Paulo, em Romanos 2.11-12: “Porque para
com Deus não há acepção de pessoas. Assim, pois, todos os que pecaram sem
lei, também sem lei perecerão; e todos os que com a lei pecaram, mediante a lei
serão julgados”. Jesus também disse que a “quem muito foi dado, muito lhe será
exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão” (Lucas 12.48).
Portanto, cada um será julgado pelo nível de verdade que lhe foi revelado, o
que não quer dizer que podemos rejeitar deliberadamente a verdade, uma vez
que tenhamos a chance de conhecê-la. A Bíblia diz que Deus é justo e julgará
tudo com justiça, por isso não precisamos temer o juízo. Um bonito exemplo de
salvação pela graça é o do “bom” ladrão. Lucas 23.39-43 menciona os dois
ladrões que foram crucificados ao lado de Jesus. Um deles se converteu ali e foi
perdoado por Jesus, recebendo a garantia da vida eterna. Ele foi batizado?
Praticou alguma boa obra depois? Evidentemente que não, pois morreu na cruz.
Logo, não é o batismo ou a prática de boas obras que nos garantem a salvação.
Novamente fica claro que a salvação é um dom de Deus. Evidentemente que se
o ladrão convertido tivesse tido a chance de descer da cruz, começaria nova
vida e seria batizado, já que o batismo cristão é o símbolo da união com Cristo e
da vida nova pela fé. Assim, se o índio bom, lá na selva amazônica, praticou a
justiça conforme a aprendeu, Deus saberá como julgá-lo. Às vezes atribuímos a
Deus características e ações que mesmo nós, seres humanos com tendência ao
mal, jamais faríamos, como condenar alguém que ignora os fatos sobre Deus.
João diz que “Deus é amor” (I João 4.8). E essa revelação deve nortear sempre
nossos pensamentos e conclusões sobre o Pai celestial.
Está escrito também que Deus não condena o justo com o pecador, mas faz
separação de um do outro como lemos em Gênesis 18.20-32:

“Disse mais o SENHOR: Porquanto o clamor de Sodoma e Gomorra se tem


multiplicado, e porquanto o seu pecado se tem agravado muito, descerei agora,
e verei se com efeito têm praticado segundo o seu clamor, que é vindo até mim;
e se não, sabê-lo-ei. Então viraram aqueles homens os rostos dali, e foram-se
para Sodoma; mas Abraão ficou ainda em pé diante da face do SENHOR.
E chegou-se Abraão, dizendo: Destruirás também o justo com o ímpio? Se
porventura houver cinquenta justos na cidade, destruirás também, e não
pouparás o lugar por causa dos cinquenta justos que estão dentro dela? Longe
de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o
ímpio, longe de ti. Não faria justiça o Juiz de toda a terra? Então disse o
SENHOR: Se eu em Sodoma achar cinquenta justos dentro da cidade, pouparei a
todo o lugar por amor deles. E respondeu Abraão dizendo: Eis que agora me
atrevi a falar ao Senhor, ainda que sou pó e cinza. Se porventura
de cinquenta justos faltarem cinco, destruirás por aqueles cinco toda a cidade? E
disse: Não a destruirei, se eu achar ali quarenta e cinco. E continuou ainda a
falar-lhe, e disse: Se porventura se acharem ali quarenta? E disse: Não o farei
por amor dos quarenta. Disse mais: Ora, não se ire o Senhor, se eu ainda falar:
Se porventura se acharem ali trinta? E disse: Não o farei se achar ali trinta. E
retirou-se o SENHOR, quando acabou de falar a Abraão; e Abraão tornou-se ao
seu lugar. E disse: Eis que agora me atrevi a falar ao Senhor: Se porventura se
acharem ali vinte? E disse: Não a destruirei por amor dos vinte. Disse mais: Ora,
não se ire q Senhor, que ainda só mais esta vez falo: Se porventura se acharem
ali dez? E disse: Não a destruirei por amor dos dez”.

Então, podemos afirmar que o juiz de toda a terra não age aleatoriamente, mas
faz justiça e não condena o justo com o pecador.

Fonte: Pr. Natanel Rinaldi – CACP.org.br

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