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E OS QUE NÃO OUVIRAM?

(estudo sobre o destino dos que não ouviram a pregação do Evangelho)

INTRODUÇÃO

A Salvação é, sem dúvida nenhuma, o maior bem que uma pessoa pode alcançar. Nós, cristãos,
podemos nos considerar um povo privilegiado, pois fomos escolhidos por Deus para sermos salvos.
Fomos lavados e remidos pelo sangue do Cordeiro, resgatados das trevas para o Reino da Luz,
comprados por um alto preço: a vida do Justo.
Não podemos nos considerar como pessoas em condição superior a nenhuma outra, pois não
alcançamos a Salvação por mérito nosso e sim pela misericórdia de Deus, ao qual somos eternos
devedores.
Mas quando vamos para Cristo, lembramos nossos entes queridos que partiram sem conhecer a
Verdade e ficamos desejosos de saber o que será deles.
Este estudo foi realizado para trazer luz à essa questão que preocupa muitas pessoas ao encontrarem
o Caminho.
Apesar de vivermos em um país predominantemente cristão, sabemos que muitas crenças que se
afirmam cristãs, mais afastam do que aproximam seus seguidores da verdade acerca da pessoa de
Jesus Cristo e da condição pecadora do Homem.
Uma realidade a ser considerada é a de que, para conhecermos alguém, não basta sabermos que ele
existe, precisamos ser apresentados a ele de forma clara e compreensível, para que possamos decidir
se podemos nos relacionar com ele.
Isso também deve ser aplicado na hora de avaliar se alguém conheceu ou não a Jesus Cristo.
Dessa forma poderemos perceber que muitas pessoas, mesmo nos dias de hoje, mesmo em países
predominantemente cristãos, ainda não conheceram verdadeiramente Jesus Cristo.

AS ESPECULAÇÕES
Há algumas correntes na Igreja de Cristo que defendem uma teoria de que todos ouviram, sem
exceção, por vezes baseados no versículo 18 do capítulo 10 da Epístola aos Romanos:
“Mas digo: Porventura não ouviram? Sim, por certo, pois Por toda a terra saiu a voz deles, E as suas
palavras até aos confins do mundo.”(Romanos 10:18 )
Deveria ser melhor analisada, à luz da Palavra de Deus, a crença de que esta palavra significa que, logo
no início de sua pregação, o Evangelho alcançou povos como os esquimós do Pólo Norte, os índios
ocidentais e tribos africanas mais longínquas que já existiam naqueles dias, mas foram descobertos
séculos após a ressurreição de Cristo.
A mesma Palavra questiona o povo de Deus dizendo:
“Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e
como ouvirão, se não há quem pregue?
E como pregarão, se não forem enviados? como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam
o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas.” Romanos 10:14,15
A palavra profética de Isaías citada em Romanos demonstra que o evangelho deveria ser pregado por
toda a terra, e não que toda a terra já teria ouvido acerca da Salvação em Cristo Jesus, de imediato
após a sua morte e ressurreição.
A pregação do evangelho apenas começou em Jerusalém, para depois chegar a todas as nações.
“E em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações,
começando por Jerusalém.” Lucas 24:47
E, na realidade, se todos ouviram, então o fim já deveria ter chegado, como diz a Palavra:
“E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então
virá o fim.” Mateus 24:14
A Palavra de Deus nos ensina que Ele não voltaria antes que o evangelho fosse anunciado em todas as
nações.
Há outras correntes da Igreja que defendem algumas teorias sobre o destino dos que não conheceram
a Jesus Cristo. Alguns pregadores se apegam à passagem descrita em João 14:6, para condenar
antecipadamente milhões de seres humanos que não tiveram a chance de conhecer ao Senhor Jesus.
Outros chegam a afirmar que o sangue dos que não conheceram ao Senhor será requerido das nossas
mãos, baseado na passagem descrita em Ezequiel:
“Filho do homem: Eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; e tu da minha boca ouvirás a palavra e
avisá-los-ás da minha parte.
Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; e tu não o avisares, nem falares para avisar o ímpio
acerca do seu mau caminho, para salvar a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua iniqüidade, mas o seu
sangue, da tua mão o requererei.
Mas, se avisares ao ímpio, e ele não se converter da sua impiedade e do seu mau caminho, ele morrerá
na sua iniqüidade, mas tu livraste a tua alma.
Semelhantemente, quando o justo se desviar da sua justiça, e cometer a iniqüidade, e eu puser diante
dele um tropeço, ele morrerá: porque tu não o avisaste, no seu pecado morrerá; e suas justiças, que
tiver praticado, não serão lembradas, mas o seu sangue, da tua mão o requererei.
Mas, avisando tu o justo, para que não peque, e ele não pecar, certamente viverá; porque foi avisado; e
tu livraste a tua alma.” Ezequiel 3:17-21
Este texto deixa claro que o sangue a ser requerido pelo Senhor é o daqueles que estiverem ao nosso
alcance, tais como familiares, vizinhos, amigos, conhecidos, enfim, todos os que estiverem próximos de
nós e que nos omitirmos de falar-lhes da Palavra.
Com relação aos que estão distantes, será requerido o sangue apenas das mãos dos que forem
enviados e não atenderem ao chamado, quer seja como missionário ou como colaborador financeiro
ou como intercessor.
Longe de procurar contender com as doutrinas adotadas por diversos pregadores, este estudo tem a
intenção de analisar o tema de forma imparcial e estritamente dentro dos esclarecimentos contidos
nas Sagradas Escrituras. Portanto é esta postura que também é esperada daqueles que forem analisar
as conclusões aqui levantadas.

COMO CHEGAR-SE À DEUS?


É maravilhoso compreendermos que Deus tem razões que não estão dentro do padrão de
compreensão humano pois, da mesma forma que ninguém chega ao Pai, senão por Jesus, ninguém
chega a Jesus, senão trazido pelo Pai.
“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” João
14:6
“Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.”
João 6:44
“E dizia: Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido.” João
6:65
Por isso compreendemos que somente Deus escolhe os salvos, antes e depois da revelação de Cristo.
A passagem em João 14:6 não afirma que ninguém “vai” ao Pai e sim que ninguém “vem” ao Pai, senão
por Jesus.
Se cremos que a pessoa de Jesus Cristo é Deus, compreendemos o porquê da justiça ter alcançado a
tantos, mesmo antes do nascimento de Jesus, a exemplo de Enoque, Abraão, Elias, Davi, além de
tantos profetas que não negaram ao seu Deus, como Daniel, Isaías, Jeremias, entre outros fiéis como
Jó, Hananias, Misael e Azarias.
Sendo que confiamos na bondade e justiça de Deus, como poderíamos afirmar que todos os que não
conheceram a Jesus estão condenados a morrer em trevas?
Não podemos ser juízes, pois esta condição pertence à Palavra de Deus. Nem o Senhor Jesus, mesmo
tendo esta condição no dia do Juízo, se colocou nesta posição de julgador:
“E se alguém ouvir as minhas palavras, e não crer, eu não o julgo; porque eu vim, não para julgar o
mundo, mas para salvar o mundo.
Quem me rejeitar a mim, e não receber as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho
pregado, essa o há de julgar no último dia.” João 12:47-48
Devemos lembrar que Deus deseja que todos sejam salvos.
“Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que todos os homens se
salvem, e venham ao conhecimento da verdade.” I Timóteo 2:3-4
Portanto, antes de determinar o destino daqueles que não foram alcançados pela pregação da Palavra,
devemos nos conscientizar de que Deus é Justo para fazer justiça na Terra.
“... Não faria justiça o Juiz de toda a terra?” Gênesis 18:25

QUAL O DESTINO DOS QUE NÃO FORAM ALCANÇADOS PELA PREGAÇÃO DO EVANGELHO DO SENHOR
JESUS CRISTO?
Muitos povos e nações, desde o início da pregação do Evangelho, que já data de quase dois mil anos,
ficaram sem ter conhecimento da existência de um Redentor, sem sequer conhecer a existência do
pecado e da queda do Homem. Ainda nos dias de hoje, há povos que não foram alcançados pela
pregação do Evangelho de Jesus Cristo.
Se fosse possível calcularmos o número de pessoas que já partiram deste mundo sem saber que existe
um Salvador, ou até mesmo que existe uma Palavra dada pelo próprio Deus à sua criação, teríamos,
sem qualquer sombra de dúvida, uma população muito maior de não conhecedores do que de
conhecedores de Cristo.
Precisamos buscar o conhecimento do caráter de Deus para não transformarmos o seu amor em
julgamento irracional.
Podemos encontrar, à luz das Escrituras, as respostas certas para a situação dos que não conheceram
ao Salvador, sem condená-los precipitadamente. Para isso acontecer, basta um pouco de meditação
consciente e desvencilhada de conceitos pré-adquiridos.
O HOMEM EM BUSCA DE DEUS
O Homem sempre demonstrou um desejo natural de conhecer o seu criador e as suas origens. Alguns
grupos de interesse têm investido quantias milionárias nos trabalhos de alguns cientistas, na tentativa
de encontrar a verdade sobre o surgimento do homem e do universo em que vivemos mas, apesar
disso, todas as suas conclusões permanecem limitadas ao campo das teorias (idéias não provadas),
mesmo que aleguem o contrário.
Desde a teoria do Big Bang, que cogita a criação do universo a partir de uma gigantesca (ou minúscula)
explosão acontecida ao acaso, até a teoria da evolução, elaborada pelo naturalista sem formação
acadêmica, Charles Darwin, o Homem tem tentado explicar o porquê de sua existência, sem,
entretanto, haver reais provas científicas para as suas conclusões.
Esses são os evolucionistas, que procuram encontrar independência de Deus através da ciência, a
mesma ciência que, através do creacionismo, derrubou todas as suas teorias mostrando a inexatidão
de seus métodos e a abundância de motivos para se considerar verdadeiros os relatos bíblicos, pois
existem maiores evidências biológicas, geológicas, paleontológicas, astronômicas e históricas que
comprovam os textos bíblicos.
Para esses céticos não há outra possibilidade de Salvação, a não ser que convertam seus corações ao
Senhor, pois morrer sem crer em Deus é condenação certa.
O próprio politeísmo demonstra esta busca por Deus. Apesar de adorar a muitos deuses, o Homem
continua buscando ou criando outros, pois não fica satisfeito, uma vez que sempre sentirá dentro do
seu coração a existência de um Deus maior, no qual ele é, mesmo que inconscientemente, levado a
crer.
“Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO
DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio.
O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos
feitos por mãos de homens;
Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele
mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas;
E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra,
determinando os termos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação;
Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe
de cada um de nós;” Atos17:23-27
“É porventura Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios,
certamente, Visto que Deus é um só, que justifica pela fé a circuncisão, e por meio da fé a incircuncisão.
Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei.” Romanos 3:29-31
A morte no tempo da ignorância não pode significar explicitamente a perda da Salvação, pois Deus não
leva em conta esse tempo.
“Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo
o lugar, que se arrependam;” Atos 17:30
“Disse-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas como agora dizeis: Vemos; por isso o vosso
pecado permanece.” João 9:41
Deus demonstra que a responsabilidade do homem pelos seus próprios pecados está diretamente
ligada ao conhecimento e entendimento que tem acerca do pecado.
O Homem que não conheceu a Jesus ainda tem sua consciência do bem e do mal e sua crença em um
Deus maior:
“Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram,
pela lei serão julgados
Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser
justificados.
Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo
eles lei, para si mesmos são lei;
Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e
os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os;
No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.”
Romanos 2:12-16
“Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.” I Timóteo
1:19
Não podemos nos esquecer de que a humanidade não é ignorante a respeito da existência de Deus,
visto que os gentios não são isentos de contato ou aliança com o Senhor, pois todos, tanto judeus
como gentios descendem de Noé, com o qual Deus fez aliança eterna, estendendo-a a todos os seres
viventes.
“E falou Deus a Noé e a seus filhos com ele, dizendo:
E eu, eis que estabeleço a minha aliança convosco e com a vossa descendência depois de vós.
E com toda a alma vivente, que convosco está, de aves, de gado, e de todo o animal da terra convosco;
com todos que saíram da arca, até todo o animal da terra.
E eu convosco estabeleço a minha aliança, que não será mais destruída toda a carne pelas águas do
dilúvio, e que não haverá mais dilúvio, para destruir a terra.
E disse Deus: Este é o sinal da aliança que ponho entre mim e vós, e entre toda a alma vivente, que está
convosco, por gerações eternas.
O meu arco tenho posto nas nuvens; este será por sinal da aliança entre mim e a terra.
E acontecerá que, quando eu trouxer nuvens sobre a terra, aparecerá o arco nas nuvens.
Então me lembrarei da minha aliança, que está entre mim e vós, e entre toda a alma vivente de toda a
carne; e as águas não se tornarão mais em dilúvio para destruir toda a carne.
E estará o arco nas nuvens, e eu o verei, para me lembrar da aliança eterna entre Deus e toda a alma
vivente de toda a carne, que está sobre a terra.
E disse Deus a Noé: Este é o sinal da aliança que tenho estabelecido entre mim e entre toda a carne,
que está sobre a terra.” Gênesis 9:8-17
Essa passagem comprova a ligação natural do Homem com a crença em um Deus maior. O Homem
possui uma fé como a de Abraão, talvez não tão intensa, talvez até frágil, mas no momento de
angústia, é a ela que a maioria dos seres humanos recorre, e julgar a forma pela qual buscam chegar-se
a Deus na ignorância seria uma atitude errada, sendo que o Senhor não leva em conta o tempo da
ignorância, e aí opera a misericórdia de Deus.

O Sacerdócio Universal, a Ordem de Melquisedeque


Outra prova da existência desta ligação do Homem com Deus, independente da sua revelação ao povo
de Israel, é a passagem descrita em Gênesis no primeiro registro de entrega dos dízimos ao Senhor:
“E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo.
E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra;
E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo
de tudo.” Gênesis 14:18-20
“Jurou o SENHOR, e não se arrependerá: tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de
Melquisedeque.” Salmos 110:4
“Assim também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas aquele que lhe
disse: Tu és meu Filho, Hoje te gerei.
Como também diz, noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque.”
Hebreus 5:6
“E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem;
Chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.” Hebreus 5:10
“Onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de
Melquisedeque.” Hebreus 6:20
“Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro
de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou;
A quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e
depois também rei de Salém, que é rei de paz;
Sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito
semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.” Hebreus 7:1-3
Se Melquisedeque, que era rei de Salém (Paz), era sacerdote do Deus altíssimo, podemos comprovar
que a ligação e revelação de Deus para com os Homens não tem restrita ligação com a descendência
de Abraão.
“Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos.”
Hebreus 7:4
Hebreus 7:3 revela uma representação de Cristo, pois quando a Bíblia fala que ele era sem pai e sem
mãe, sem genealogia, sugere apenas que sua descendência não é conhecida, nem contada com a dos
israelitas. Quanto ao não ter princípio de dias e nem fim de vida, mostra apenas que não é mencionado
nas Escrituras o seu nascimento e nem a sua morte, dando margem à personificação do Cristo
preexistente e eterno, pois retrata perfeitamente ao Sacerdote Salvador: rei de justiça, rei de paz,
trouxe o pão e o vinho e era sacerdote do Deus Altíssimo, sem princípio de dias nem fim de vida.
Também podemos concluir, através do capítulo 7 da Epístola aos Hebreus, que o sacerdócio de
Melquisedeque era superior ao sacerdócio levítico, porque ultrapassa as fronteiras da aliança de Deus
com Israel, sendo por isso da mesma ordem o sacerdócio de Cristo.
Cristo é o sumo sacerdote eterno, desvinculado do sacerdócio levítico, pois Jesus procede da tribo de
Judá e não de Levi ou dos filhos de Arão. A aliança do seu sacerdócio é com todos os que o recebem e
não apenas com o povo de Israel.

QUEM SERÃO OS CONDENADOS?


- Os que conheceram e não aceitaram, os que aceitaram e procederam iniquamente.
“Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor.”Gálatas 2:17-
18
“Semelhantemente, quando o justo se desviar da sua justiça, e cometer a iniqüidade, e eu puser diante
dele um tropeço, ele morrerá: porque tu não o avisaste, no seu pecado morrerá; e suas justiças, que
tiver praticado, não serão lembradas ...” Ezequiel 3:20

- Os que não conheceram e procederam com más obras, mesmo conscientes do bem e do mal,
poderão ser condenados porém, para estes haverá menos rigor no seu julgamento.
“E o servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade,
será castigado com muitos açoites;
Mas o que a não soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites será castigado. E, a qualquer
que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá.” Lucas
12:47-48
Haverão dois tipos de livro a serem abertos no dia do juízo.
“E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se
outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros,
segundo as suas obras.
E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram
julgados cada um segundo as suas obras.
E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte.
E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.” Ap 20:12-15
“...e abriram-se os livros” – O livro da vida de cada pessoa a ser julgada, contendo suas obras em vida;
“...e abriu-se outro livro” – O livro da vida, onde estarão inscritos os herdeiros da vida eterna.

FORMAS DE JUSTIFICAÇÃO DESCRITAS NA BÍBLIA:


Justificação pela fé em Jesus Cristo:
Justiça mediante a fé em Cristo para e sobre os que crêem nEle.
“Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas;
Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há
diferença.
Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;” (Romanos 3:21-23).

Justificação pela fé em Deus:


Deus é um só, justificando o homem pela fé em Deus Criador. (Hebreus 11:1-40 ).
“É porventura Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios,
certamente, Visto que Deus é um só, que justifica pela fé a circuncisão, e por meio da fé a incircuncisão.
Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei.” Romanos 3:29-31
“Porque a lei opera a ira. Porque onde não há lei também não há transgressão.” Romanos 4:15
“Assim como Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.” Gálatas 3:6
Todos os mencionados nesta passagem foram justificados pela fé em Deus, não alcançaram a
promessa de vinda do Senhor, mas já eram participantes e testemunhas da sua vinda, pela fé.

A FÉ, SOMENTE, GARANTE A SALVAÇÃO?


O crente que volta para o pecado, a si mesmo se constitui pecador.
“Pois, se nós, que procuramos ser justificados em Cristo, nós mesmos também somos achados
pecadores, é porventura Cristo ministro do pecado? De maneira nenhuma.
Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor.” Gálatas 2:17-
18
Naturalmente que a Salvação não vem apenas por obras, pois vem pela graça mediante a fé.
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” Efésios 2:8-9
Mas é necessário confirmar também que a fé, sem as obras é nula. Tiago 2:14-26
Crer apenas não basta. Até os demônios crêem e tremem, mas suas obras são iniqüidade.
“Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem.” Tiago 2:19
Pelas obras a fé se consuma.
“Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada.” Tiago 2:22
Uma pessoa é justificada não por fé somente, mas acompanhada das obras.
“Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé.” Tiago 2:24
Sem a boa consciência, há o naufrágio da fé.
“Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.” I Timóteo
1:19
Juntas a fé com o fruto do espírito, suprirão a entrada no Reino dos Senhor. II Pedro 1:5-11
Mesmo para os que aceitam, pode haver condenação, conforme suas obras.
“Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que
tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.” II Co 5:10
“Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo
a carne, mas segundo o Espírito.” Romanos 8:1
Com relação à importânca das obras para a Salvação, existe um questionamento por parte de alguns,
que alegam que o texto em Tg 2:14-26 contradiz o texto e Rm 4:1-25.
Romanos 4:1-25 (deve ser analisado em conjunto com Tiago 2:14-26.)
Analisando estes dois textos bíblicos concluímos que em Tiago 2:14-26, defende-se que a fé sem obras
é morta, o que não contradiz Romanos 4:1-25, que defende que a salvação não vem por obras
somente, mas pela fé, ou seja, ambas são insuficientes quando separadas, mas quando unidas são a
certeza da Salvação.

CONCLUSÃO
A justiça de Deus é muito maior do que podemos compreender, mas à luz da Palavra encontramos
informações que nos convencem de que a justificação vem pela fé em Deus Criador e por meio de
Cristo Jesus, acompanhada de obras boas que são geradas pelo fruto do espírito.
Para os que conhecem a Cristo, é muito mais fácil obter a Salvação, pois basta seguir seus
ensinamentos.
Para os que não o conheceram, mas têm no seu coração gravada a lei do Senhor, lembrada nas suas
consciências e crêem no Deus Criador, há ainda uma esperança.
Assim como foi para Abraão que, sem circuncisão, sem as Escrituras, e sem conhecer a pessoa de Jesus
Cristo, alcançou a justificação pela sua fé no Senhor (Romanos 4:1-25).
Jesus disse:
“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.” João 14:1
“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” João
14:6
Jesus disse que ninguém vem, e não que ninguém vai ao pai senão por Ele, e também disse:
“Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o
tendes visto.
Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta.
Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim
vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?
Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de
mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras.
Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras.” (João
14:7-11).
A resposta mais clara a respeito do destino dos que não conheceram a Jesus está na infinita
misericórdia de Deus.
Haverá Salvação para aqueles que têm fé no Deus Criador, que praticam as obras da justiça do Senhor,
com a lei gravada em seus corações, pela boa consciência, quando não conheceram a Jesus. Mas se
estes o conhecerem e o rejeitarem anularão a sua fé.
Para os que não conheceram a Verdade, as obras serão fundamentais no dia do juízo.
“E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o
céu; e não se achou lugar para eles.
E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se
outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros,
segundo as suas obras.
E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram
julgados cada um segundo as suas obras.
E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte.
E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.” Apocalipse 20:11-15
Para os que crerem em Jesus, talvez até mais, pois a quem muito foi dado, muito será exigido.
“Mas o que a não soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites será castigado. E, a
qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe
pedirá.” Lucas 12:48
Esta conclusão nos leva a ficarmos mais tranqüilos em relação a buscar a salvação de mais vidas para
que não se percam? Não, muito pelo contrário, deve levar-nos à consciência de que esta Salvação está
se tornando cada dia mais difícil de ser alcançada por aqueles que não conhecem a Jesus, pois Satanás
tem anulado a boa consciência dos corações humanos e caminhamos para um caos moral no mundo.
Por esse motivo, se queremos garantir mesmo a Salvação dos que amamos, e isso inclui nosso
próximo, devemos nos mobilizar cada vez mais para resgatar as vidas que estão caminhando a passos
largos para o inferno, porque nos dias de hoje a consciência moral da humanidade está com a sua
falência decretada.
A única forma de vencer a Satanás é através do conhecimento de Deus. Por isso vemos que é preciso
correr e não descansar por causa dos esclarecimentos da Palavra aqui descritos.
Não nos esqueçamos de que os critérios para salvar pertencem a Deus, pois é Ele quem escolhe os
salvos. Portanto “ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura.” Marcos 16:15
Tenhamos a consciência de que nossos olhos e nosso coração enxergam a aparência do mal, não
sabendo discernir o verdadeiro mal do mal circunstancial, por isso jamais nos demos ao proferir juízo
contra qualquer pessoa, pois não sabemos a real condição do seu coração diante de Deus. Deixemos as
conclusões e o julgamento para o Justo Juiz de toda a terra.
Amemo-nos uns aos outros e tenhamos compaixão uns pelos outros, pois muitas vezes onde nós
vemos a abundância de pecados, Deus provê a superabundância da sua Graça. Confiemos na
esperança de que a misericórdia de Deus tenha alcançado àqueles nossos entes queridos que partiram
sem conhecer verdadeiramente ao Senhor Jesus.
Não nos esqueçamos de que, para conhecermos alguém, não basta sabermos que ele existe,
precisamos ser apresentados a ele de forma clara e compreensível, para que possamos decidir se
podemos nos relacionar com ele.
Assim também é para com Deus, Ele só rejeita aqueles que o conheceram verdadeiramente e
rejeitaram a Sua Palavra.
Procuremos assim ter paz em nossos corações com relação à esta questão, descansemos no Senhor
sabendo que Ele é o Justo Juiz de toda a terra, que julga com retidão absoluta, mas também com amor
inigualável.
Espero que este estudo tenha colocado uma luz no coração de pessoas que, assim como eu, amam
entender e conhecer a Verdade presente nas Sagradas Escrituras.
Que a Graça e a Paz de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos os que lerem este estudo e que toda
a honra e toda a glória sejam dadas ao Senhor Deus Todo Poderoso, amém.
Que Deus os abençoe
Alberto Pavoni

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