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Templo Exu Caveira e Dona Rosa Caveira

Laroye todos Exus


Laroye todas Pomba Giras
Laroye Exu Mirim
Laroye Pomba Gira Mirim
É muito difícil definir com precisão a origem da Quimbanda, diferentes histórias e
conceitos são descritos de diferentes formas em várias literaturas, e a mistura
com várias tradições e sincretismos que ocorreram ao longo do tempo até se
chegar a Quimbanda como conhecemos hoje também dificulta o estudo sobre sua
origem, além do fato da Quimbanda ser um culto de tradição oral.
Sabemos que as raízes africanas na Quimbanda vêm dos bantos, dos povos de
Angola-Congo, que praticavam o culto aos Mkisi/ Nkisis, e reuniu elementos das
tradições de vários grupos étnicos africanos, como os Ambundus, Bakongos,
Bagandas, Balubas e outras tribos bantas, e também do sincretismo com o culto
Nagô, que assim como os bantos, foram escravizados e trazidos em massa para o
Brasil.

Algumas literaturas retratam que Diogo Cão ( navegador português do século XV)
e sua frota foi mandado por Dom João II em 1482,dando seguimento a sua política
de expansão, com o objetivo de continuar o descobrimento da costa africana.
Diogo Cão chegou ao Congo, e estabeleceu as primeiras relações com este Reino.
Os enviados do Rei português estavam acompanhados por alguns intérpretes
conhecedores das línguas africanas e foram até a cidade real que se encontrava
no interior do continente, onde a corte congolesa ficou muito interessada nas
histórias que os portugueses contavam.

Diogo Cão retornou a Portugal transportando um grupo de elite nativa do Congo, e


como garantia que eles iam retornar com estes homens, também deixaram alguns
portugueses no Congo.

Chegando a Lisboa os congoleses foram muito bem tratados, tiveram estudos


sobre a língua portuguesa, o modo de vida dos portugueses e sobre os preceitos
do catolicismo, onde inclusive foram batizados.

Em 1485 os portugueses retornaram ao Congo juntamente com os nativos e


ofereceram muitos presentes para o Rei do Congo.

O Rei do Congo (Manicongo) se chamava Nzinga Nkuwu e governou o Congo


aproximadamente entre 1470 e 1509.

A aproximação com os portugueses intensificou o comércio regional e


internacional e com tudo isso Nzinga Nkuwu queria que o Reino Congo e o Reino
de Portugal se igualassem nos costumes e na maneira de viver.
Em 1488 Nzinga Nkuwu enviou uma embaixada ao rei de Portugal com o intuito de
que eles fossem instruídos a estudar a fala, a escrita, os costumes portugueses e
a fé católica. Esta embaixada levou para o rei de Portugal vários presentes como
objetos de marfim e tecidos de palmeiras.

O Rei do Congo também fez pedidos para que enviassem ao Congo artesãos,
carpinteiros, trabalhadores em geral e sacerdotes.
Em 1491, o Rei do Congo Nzinga Nkuwu desejou ser batizado junto com sua
família e passou a se chamar João I.

Após a morte de Nzinga Nkuwu, seu filho, que se chamava Nzinga Mvemba se
tornou o governante do Congo.
Ele reinou sobre o império Congo de 1509 ao final de 1543 e adotou o nome de
Afonso I. Nzinga Mvemba , que matinha fortes contatos com Portugal, aumentou o
comércio com os portugueses, aumentando a riqueza do reino e estabeleceu o
cristianismo como a religião oficial do reino, destruindo símbolos religiosos
tradicionais e construindo igrejas e escolas.

Neste período, tanto a nobreza local quanto grande parte dos camponeses
aceitaram a catequização, mas não abandonaram algumas de suas práticas
tradicionais, ocorreram muitas analogias entre o culto local e o cristianismo.

Os missionários chamavam os objetos litúrgicos de nkisi e para os nativos estes


missionários possuíam a mesma importância que os sacerdotes locais, ocorrendo
assim uma “africanização do catolicismo”. Este foi um período conturbado,
havendo choque entre as culturas, e também na política local.

Um dos principais objetivos dos portugueses desde a chegada de Diogo Cão era
desenvolver o comércio de escravos, eles precisavam de mão de obra barata e em
grande quantidade.

No início os escravos eram apenas prisioneiros de guerra, e Afonso I foi o principal


fornecedor de escravos para os traficantes portugueses, mas com o passar do
tempo os traficantes começaram a aprisionar até mesmo nobres congoleses e
estavam causando guerras entre os povos para aproveitarem a situação,
capturarem e os venderem como escravos.

Em 22 de abril de 1500 o Brasil foi descoberto pelos portugueses através da frota


comandada por Pedro Álvares Cabral. Devemos ressaltar que quando os
portugueses chegaram ao Brasil, ele já era habitado por vários povos indígenas,
consequentemente o termo “descobrir” neste caso é usado em uma perspectiva
eurocêntrica.

O Brasil, sendo uma colônia de exploração, fez com que os portugueses


utilizassem o trabalho escravo dos negros africanos, e numerosos foi o contingente
de escravos bantos e iorubas trazidos para o Brasil.
Nesse meio havia os escravos catequizados, mas também existia um grupo que
não aceitaram a evangelização.

O índio brasileiro, assim como os africanos, também foi um povo massacrado e


agredido no processo europeu de colonização e que também passou por este
processo de catequização, e assim como ocorreu com os africanos, os índios
brasileiros também se dividiram em dois grupos: Aqueles que aceitaram a
catequização e aqueles que não aceitaram.

No Brasil, os escravos africanos começaram a ter contato com os índios brasileiros


e através dessa aproximação o culto aos Nkises foi misturado ao culto aos pajés e
encantados da tradição indígena Tupí- Guaraní e também com os cultos Iorubás.

É importante ressaltar que durante o processo de colonização na África, os


sacerdotes cristãos haviam demonizado o Exu (Orixá) cultuado pelos Iorubás, por
carregar o símbolo fálico, receber oferendas sangrentas, dentre outros motivos,
além, claro, da igreja católica sempre ter tido a necessidade de combater os outros
cultos.
Devemos salientar que os sacerdotes africanos e os xamãs indígenas exerciam as
mesmas funções em suas tribos, e seus cultos mortuários e a prática que este
povo tinha de curandeirismo, uso de ervas e métodos de adivinhação e possessão
foram elementos extremamente importantes para a formação da Quimbanda.

Nesse tempo foram formados dois grupos; os negros e os índios que aceitaram a
catequização e aceitaram o sincretismo com o catolicismo; sendo estes as raízes
do culto chamado Umbanda, e os negros e os índios que não aceitaram o
catolicismo e através dessa revolta começaram a se identificar com a figura do
Diabo, e assim todos aqueles que eram reprimidos pela sociedade dominante, mas
que não aceitaram as normas, a submissão e as leis impostas pelos
escravocratas, reuniram elementos de todas essas tradições (do branco, do negro
e do índio), elementos estes que são uma síntese de um sistema tribal de bruxaria,
feitiçaria, necromancia, e culto aos ancestrais, este foi então o ponto de partida
para o surgimento da Quimbanda.

Devemos saber que não foram somente os negros e os índios que passaram por
situações de dificuldades no Brasil, mas também houveram europeus que viajaram
para o Brasil em busca de melhores condições de trabalho e passaram por
dificuldades.

Alguns europeus vieram com o intuito de se tornarem proprietários rurais, mas


devido a sua situação precária, contraíram dívidas com os latifundiários que
financiavam as passagens das vindas para o Brasil.

Estes latifundiários que estavam acostumados com o trabalho escravo e estavam


despreparados para lhe dar com o trabalho assalariado criaram situações para que
os imigrantes europeus contraíssem dívidas com eles e não tivessem a chance de
buscar novos rumos, ficando retidos em seus locais de trabalho e criando uma
espécie de semi-servidão.

Os imigrantes começaram a não aceitar a exploração e começaram lutar das mais


diversas formas, sendo muitas delas de formas violentas, havendo greves e em
várias ocasiões, principalmente nos campos, houveram assassinatos.

Os Exus que muitas vezes são chamados de “povos das ruas” representam estes
ancestrais que formaram a história do Brasil, sendo eles principalmente de origens
europeia ,africana e indígena( ou a mistura entre eles) o que explica como os
europeus também foram importantes para a formação da Quimbanda no Brasil,
além das formas de bruxaria e feitiçaria européia que se uniram aos cultos
africanos e indígenas formando a Quimbanda.
DIFERENÇAS ENTRE Umbanda E Quimbanda
Uma das maiores confusões que existem está relacionado à confusão entre
Umbanda e Quimbanda. Muitas pessoas acreditam que Quimbanda é uma
ramificação da umbanda ou que ela é “o lado negro da umbanda” e isto é de
fato uma afirmativa falsa, pois a Quimbanda é um culto que tem seus próprios
fundamentos e eles são muito diferentes da Umbanda, que é um culto que
possui uma forte influência cristã.

Apesar de haver muitas diferenças regionais e variações da forma de culto de


casa para casa, podemos exemplificar alguns aspectos da umbanda que a
torna extremamente diferente da Quimbanda.

Quando nos referimos a Umbanda, tudo começou quando no tempo de


escravidão no Brasil a igreja católica proibia os negros de cultuarem os Orixás,
pois ela demonizava tudo o que não estivesse de acordo com suas tradições.

Os negros foram obrigados a se converterem ao catolicismo e a igreja fez de


tudo para destruir qualquer outra espécie de religião praticada por eles. Muitos
negros que chegaram ao Brasil já haviam sido catequizados pelos
Portugueses, mas havia outros negros que ainda queriam exercer suas
crenças.

Neste momento alguns negros em suas festas de senzalas começaram a


cultuar os Orixás disfarçando seus cultos com imagens de santos católicos
para burlarem as proibições da igreja. Nestas festas de senzalas além do culto
aos Orixás, começaram a cultuar também os espíritos de ancestrais. Os
Pretos-velhos ali incorporados seriam os espíritos de escravos que eram
babalaôs, yalorixás, babalorixás etc e que chegaram a uma idade avançada, e
quando em vida davam conselhos e sabiam sobre as artes do seu povo.

Eles viveram nas senzalas e morreram de velhice ou no tronco e assim eram


invocados para continuar dando conselhos e passar mensagens de “amor, fé e
esperança” aos seus filhos. Anos mais tarde com os escravos foragidos, os que
foram libertados pelos seus “proprietários” e os que foram libertados por outras
leis se iniciou a montagem de tendas e terreiros por várias partes do país.

No Brasil, os índios também foram escravizados pelos colonizadores e as


crenças indígenas também influenciaram de diversas formas na formação da
Umbanda, como as manifestações dos caboclos, que seriam espíritos de índios
brasileiros, como pajés e caciques e que também começaram a ser cultuados
nessas casas de umbanda.
Podemos dizer então que a umbanda surgiu de uma mistura de crenças,
fundamentos e concepções originadas dos negros, índios, católicos e também
podemos encontrar influência dos espíritas Kardecistas.

Devido ao fato de terem que disfarçar seus cultos com imagens e elementos
católicos, e também ao fato de que alguns negros catequizados não tinham
abandonado totalmente algumas de suas práticas tradicionais, com o passar do
tempo o sincretismo se tornou tão forte que ocorreu uma simbiose entre os
santos católicos e os Orixás.

Chegou ao ponto de que hoje em dia em muitos terreiros de umbanda é


comum ver os chefes de suas casas e seus praticantes rezando missas
católicas dentro do terreiro e frequentando igrejas católicas.

Muitos se dizem católicos e umbandistas ao mesmo tempo, frequentando as


duas religiões. Alguns exemplos dos sincretismos são: Oxalá sendo
sincretizado com Jesus Cristo, Ogum sincretizado com São Jorge, Oxossi
sincretizado com São Sebastião, Iansã sincretizada com Santa Bárbara,
Iemanjá sincretizada com Nossa Senhora da Glória, Oxumarê sincretizado com
São Bartolomeu. Ibejí sincretizado com São Cosme e Damião dentre vários
outros sincretismos que aconteceram ao longo do tempo.

Quando falamos sobre a influência Kardecista na umbanda devemos lembrar


de Zélio Fernandino de Morais, que muitos o consideram como o anunciador
da Umbanda. No dia 15 de novembro de 1908, em Neves, São Gonçalo,
município do Estado do Rio de Janeiro, Zélio de Morais, que freqüentava uma
sessão espírita Kardecista, manifestou durante esta sessão o espírito chamado
“Caboclo das Sete encruzilhadas”, e mais tarde ele também recebeu o Preto-
Velho, chamado de Pai Antônio.

Os Kardecistas ali presentes julgaram aquelas manifestações como


manifestações de espíritos atrasados, seres de pouca luz, pouco evoluídos.
Segundo alguns relatos, quando incorporado através de Zélio, o Caboclo das
Sete encruzilhadas teria dito que se eles (os Kardecistas que estavam ali
presentes) julgam os espíritos de pretos e índios como espíritos atrasados,
então ele iria criar uma nova religião para que pudessem passar suas
mensagens e cumprirem suas missões na Terra.

Na década de 1920 Zélio fundou seu primeiro templo de Umbanda, o centro


espírita “Nossa Senhora da Piedade”, com o objetivo, segundo eles ,de
prestarem a “caridade, com humildade, respeito e fé”.

Algum tempo depois outros terreiros foram criados por iniciativa do “Caboclo
das Sete Encruzilhadas”. Esses terreiros serviram de referência para
posteriormente vários outros terreiros umbandistas que seguiram as
orientações de Zélio. Com todos estes acontecimentos podemos dizer que hoje
a Umbanda é cultuada de diferentes formas, sendo algumas casas praticando
os ensinamentos de Zélio, outras mais influenciadas pelas práticas antes de
Zélio, e outras que acabaram se sincretizando mais tarde com mais algumas
outras tradições.
Todos estes pontos de vistas diferentes dentro da umbanda também
acabaram influenciando o modo deles verem a manifestação e o culto a Exu.
Na Umbanda existem duas Linhas.

A linha da direita, que é formada por Caboclos, Pretos-Velhos, Erês,


Marinheiros e outros, e a Linha da Esquerda, onde se encontram os Exus e
Pomba-Giras. Em algumas casas de umbanda , principalmente aquelas
influenciadas pelo Kardecismo, eles vêm os exus como espíritos trevosos,
obscuros, e que cometeram alguns “erros” quando em vida, mas que
resolveram se arrepender e estão buscando a luz “divina” ,e por isso estão
trabalhando na Terra, para serem ajudados e também para praticar caridades e
ajudar outras pessoas para que todos eles possam “evoluir” e encontrar “a luz
de Deus” Segundo eles,o lado esquerdo da umbanda é uma forma de ajudar os
espíritos trevosos a encontrar o caminho da luz do “Deus criador”.

Já em outras casas de umbanda há aqueles que procuram agradar os dois


lados. Se por um lado eles acendem velas e trabalham com as “entidades de
luz” da linha da direita, da qual eles consideram como seres de luz, evoluídos,
eles também trabalham com “a linha da esquerda”, da qual muitas vezes
consideram como, malignos, pouco evoluídos, e fazem pedidos as entidades
para prejudicarem outras pessoas, conseguir dinheiro etc . Comumente eles
dizem

Na umbanda há também culto aos Orixás, e em algumas casas cada Orixá


possui um Exu a sua esquerda a sua disposição, repassando suas qualidades
às entidades. Nenhum desses conceitos acima fazem parte da Quimbanda e
por isto estes são apenas alguns aspectos que tornam a umbanda
extremamente diferente da Quimbanda, não somente pela forma exotérica,
mas também pela forma esotérica.

Essencialmente a Umbanda e a Quimbanda são muito diferentes, são duas


correntes opostas, pois se por um lado à umbanda é dotada de uma ética
cristã, baseada em um conjunto de “leis divinas”.

Quimbanda representa o culto de Exu e Pomba Gira nossos guardiões e protetores

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