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E.E.E.M.DR.

OTAVIO MEIRA
1º ANO – Ensino Médio TURMA: __________
Disciplina: HISTÓRIA - Educador: Tércio CRISÓTOMO
ALUNO(A):_______________________________________
Área: ciências da sociedade (Sociedade, poder, trabalho e tecnologias)
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS SURGIMRNTO DA HUMANIDADE.

CHEGADA DO HOMEM A AMÉRICA através do Estreito de Bering, que se encontrava


Depois de muitos anos de estudo, arqueólogos congelado devido as baixas temperaturas.
perceberam que a única espécie humana que existiu na Posteriormente, o homem teria se irradiado por
América foi o homo sapiens. Isso significa que o homem toda América do Norte e Central, até atingir a América
do Sul por volta de 11 mil anos atrás.
moderno migrou para o nosso continente depois de ter se
desenvolvido na África, na Ásia e na Europa.
TEORIA DA CHEGADA PELO MAR
A partir do ano de 1970, novas descobertas
No início do século XX, os cientistas acreditavam
arqueológicas em outras regiões da América, como
que as primeiras incursões de grupos humanos na América em Monte Verve no Chile, Aguazuque e Tequendama
teriam se iniciado por volta de 35 mil anos atrás, na última na Colômbia, Taima-taima na Venezuela e Lagoa
era glacial. Santa em Minas Gerais, no Brasil, indicam ocupações
Estes grupos humanos teriam vindo da Ásia e anteriores a cultura de Clóvis, que chegavam até
entrado na América através do Estreito de Bering 14.500 anos atrás.
congelado, que continha aproximadamente 100 Os artefatos encontrados em pedra indicam o
quilômetros de largura. uso de técnicas mais simples, mostrando ocupações
PRINCIPAIS TEORIAS SOBRE A mais antigas do que as da Teoria de Clóvis.
OCUPAÇÃO DA AMÉRICA A análise dos restos humanos desses sítios
Na década de 1930 foram descobertos revela características físicas mais parecidas com
artefatos de pedra perto da cidade de populações da Oceania e da África. Com base nessa
Clóvis, no estado do Novo México, nos Estados nova descoberta foi elaborada uma nova teoria: a de
Unidos, evidências as quais eram de ocupação que o homem teria chegado a América pelo mar, vindo
humana no continente de 12 mil anos atrás. Essas da Oceania e de Ilhas do Oceano Pacífico.
eram as mais antigas encontradas até então. TEORIA DAS DIVERSAS ONDAS
A “Cultura Clóvis” era formada por povos MIGRATÓRIAS PARA A AMÉRICA
caçadores que produziam ferramentas em pedras, A terceira teoria é fortemente defendida
com uma técnica complexa e possuíam traços físicos pelo antropólogo e arqueólogo brasileiro
semelhantes aos das populações asiáticas. Walter Neves, que defende que houve diversas ondas
Desta forma, podemos constatar três teorias acerca da migratórias para a América, ocorridas em datas
chegada do homem na América: diferenciadas e compostas por grupos oriundos tanto
✓ Teoria Clóvis; da Ásia através do Estreito de Bering, quanto da
✓ Teoria da chegada pelo mar; Oceania.
✓ Teoria das diversas ondas migratórias para a Outras interpretações sobre a origem
América. do homem na América
Atualmente, já se reconhece sítios
TEORIA CLÓVIS arqueológicos com datações confirmadas entre 15 mil
e 25 mil anos atrás, como, por exemplo:
✓ Sítios de Santa Eliana no Mato Grosso com 25
mil anos;
✓ Sítios na Pensilvânia nos EUA com 17 mil
anos;
✓ Sitio em Old Crow no Canadá com 25 mil anos.

A POLÊMICA DE NIÉDE GUIDON


Segundo os estudos da arqueóloga franco-
brasileira Niéde Guidon, os vestígios encontrados
nesses sítios, como, por exemplo, acúmulo de
Descobertas realizadas no Novo México carvões, conjunto de pedras queimadas, pinturas
levaram a elaboração da Teoria de Clóvis, a qual rupestres, entre outros, datam de pelo menos 48 mil
sustenta a ideia de que o homem teria chegado a anos, representando então os vestígios mais antigos
América entre 15 mil e 12 mil anos atrás, vindo da Ásia da presença humana na América.

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Segundo Niéde Guidon, a ocupação do Brasil Por meio dos estudos e das descobertas
e da América do Sul ocorreu por volta de 50 mil anos arqueológicas nos territórios brasileiros, concluiu-se
atrás. que os homens que viviam aqui, se alimentavam da
PRÉ-HISTÓRIA NO BRASIL caça, pesca e frutos, e suas ferramentas para isso
eram machados e lanças de madeira com pontas de
A OCUPAÇÃO DO BRASIL pedras afiadas.
Em sua maioria, em regiões interioranas,
Apesar de na escola iniciarmos os habitavam cavernas, mas em regiões do litoral
estudos da história do Brasil revendo a chegada de brasileiro, construíam cabanas de madeira e palha.
Pedro Álvares Cabral ao Brasil em 1500, a vida Usavam o fogo para cozinhar e como forma de
humana já estava em territórios brasileiros há muito proteção, e faziam pinturas rupestres nas paredes das
tempo. Por meio de estudos e indícios, estima-se que cavernas. Nos desenhos, feitos com sangue de
o território brasileiro tenha sido povoado por homens animais, carvão e minerais misturados com água,
entre 40 e 50 mil anos atrás. Acredita-se, ainda, que retratavam cenas de parto, relações sexuais, caça de
os primeiros humanos a chegarem no continente animais, rituais e atividades do cotidiano.
Americano, vieram da Ásia e foram se espalhado por Os homens pré-históricos brasileiros viviam em
todo o território até chegarem ao Brasil. grandes famílias, e faziam divisões de tarefas entre os
homens e mulheres, sendo estas responsáveis pelo
VESTÍGIOS DOS HOMENS preparo dos alimentos e por cuidar das crianças, e os
PRÉ-HISTÓRICOS NO BRASIL homens por caçar e proteger seu grupo. Procuravam
Entre os países da América, o Brasil morar perto de rios e lagos para obter água mais
fornece uma contribuição significativa para os estudos facilmente para beber, pescar e tomar banho.
arqueológicos principalmente nos estados do Piauí, A expectativa de vida dos seres humanos,
Minas Gerais e regiões litorâneas do Centro-sul do devido às doenças, ataques de animais e péssimas
país, onde há vestígios antigos de presença humana. condições de higiene, ficava entre os 25 e 30 anos.
No Brasil, existem diversos sítios Quando alguém de seu grupo morria, enterravam e
arqueológicos pré-históricos e os mais importantes praticavam rituais próximo ao lugar onde moravam.
estão localizados no interior do Piaui. Nessa região,
foram descobertos por meio de estudos e pesquisas POVOS AFRICANOS
da arqueóloga Niède Guidon, ossos de animais pré-
históricos, além de fragmentos de cerâmica, E O BRASIL
machados de pedra, fogueiras e, inclusive, muitas A integração entre o Brasil e o
pinturas rupestres. continente africano representa uma das mais
Também conhecidos como concheiros, os extraordinárias etapas de formação da nossa nação.
SAMBAQUIS foram formados por meio de acúmulos O deslocamento de aproximadamente 4 milhões de
de conchas no litoral brasileiro durante milhares de africanos para o exercício do trabalho escravo nas
anos. Por meio deles, entre uma camada e outra de mais variadas atividades econômicas do Brasil
conchas, encontramos diversas evidências dos assegurou a profunda integração entre os dois lados
homens pré-históricos no país. É possível encontrar do Atlântico.
ossos, artefatos e outros objetos pré-históricos de Cabe destacar que esse singular contato foi
diversos grupos humanos. impactante na configuração do povo brasileiro, visto
A Caverna da Pedra Pintada em Monte Alegre, que, além do exercício da mão de obra, os africanos
nas margens do rio Amazonas, é outro importante sítio introduziram elementos culturais, sociais e religiosos
arqueológico de pesquisas no Brasil. Na década de 90, que permanecem ativos em nossa nação.
encontraram vestígios que evidenciam a presença de Mesmo com todos esses laços, é
grupos que viveram na região cerca de 11 mil anos surpreendente notar o profundo desconhecimento de
atrás, como restos de fogueiras, pontas de lança de parcelas da sociedade brasileira acerca da história
pedras e pinturas rupestres. africana e a relativa indiferença quanto aos elementos
A vida pré-histórica no Brasil históricos e contemporâneos daquela importante
parcela do globo.
A reprodução dos preconceitos que
transformaram milhões em cativos se reafirma na
indisposição de melhor compreender os traços
culturais e históricos da sociedade africana.
DIVERSIDADE
A África não pode ser compreendida
como una, afinal, há grandes variações
Foto: Reprodução de língua e de religião, bem como
diversidade de povos e de espaços geográficos.
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As próprias transformações sofridas pelos povos fronteiras e guerras movidas por temáticas religiosas.
africanos, quando do contato com outras regiões do Essa lamentável situação leva mais da metade da
planeta, geraram uma reconfiguração das estruturas população da África Subsaariana a viver abaixo da
internas desse continente. Os complexos elementos linha de pobreza, com rendimentos inferiores a 1 dólar
que formam essa sociedade são, na por dia. A disseminação de doenças como a AIDS e a
contemporaneidade, objetos de estudo de amplas malária, mundialmente conhecidas, é responsável
pesquisas, pela morte de milhares de pessoas todos os dias na
nos mais região.
variados FORMAÇÃO
setores.
As
diferenças
entre as
diversas
regiões
africanas também podem ser percebidas através da
geografia do continente, que permite delimitar duas
regiões profundamente distintas: a África Setentrional
e a Subsaariana. Entre esses espaços, forma-se uma
faixa limítrofe conhecida pelo nome de Sahel, ou borda
do deserto, que cruza a África da costa do Atlântico
até o Mar Vermelho.
A África Setentrional abriga sete países que A diversidade étnica da África é um dos
apresentam traços semelhantes aos dos povos do aspectos mais extraordinários do continente. O reflexo
Oriente Médio, devido à ocupação árabe na região, a desse cenário é uma riqueza cultural que se reafirma
partir do século VII. Com o clima desértico e a e se integra de maneira intensa, apesar do lado
predominância da religião islâmica, esse território se perverso dos conflitos diretamente conectados a essa
mostra isolado do centro-sul da África pelo gigantesco profunda variação populacional.
Deserto do Saara, que ocupa um terço do território Entre os vários povos africanos, destacam-se:
continental.
Bantos: Predominantes na região sul da África,
Já a África Subsaariana, parte mais extensa do
representam o grupo mais numeroso do continente,
continente, concentra a maior parte da população
apesar de ser possível dividi-los em centenas de
negra daquela região. Está presente nesse território
subgrupos. Possuem a mesma estrutura linguística e
grande parte dos problemas sociais da África,
ocupam, nos dias de hoje, dezenas de países da
oriundos da instabilidade política, da precariedade
África.
econômica, dos baixos investimentos tecnológicos
para a superação das barreiras impostas pela Pigmeus: Caracterizados por apresentarem pele
geografia inóspita de algumas áreas e do histórico de negra e pequena estatura, os pigmeus se concentram
exploração do continente a partir do período moderno. na região da África Equatorial. Dedicam-se às
atividades de coleta e de caça, apresentando uma
Atualmente, apesar de disputas políticas e
estrutura socioeconômica primitiva.
militares, pode-se afirmar que a África é composta de
Sudaneses: Dedicados à agricultura, os sudaneses
53 países, distribuídos em uma área de 30,2 milhões
habitam as savanas localizadas entre a região do
de quilômetros quadrados de extensão que comporta
Atlântico até o vale do Rio Nilo. Chegaram a
986,6 milhões de habitantes, com uma taxa de
apresentar um elevado estágio de civilização no
crescimento demográfico de 2,3% ao ano, conforme o
contexto das Grandes Navegações. Como os bantos,
Fundo de População das Nações Unidas. Sua
os sudaneses contribuíram para a dinâmica
economia se distancia dos padrões existentes em
econômica da América Portuguesa e do Brasil Império
outros continentes, respondendo por,
na condição de mão de obra forçada.
aproximadamente, apenas 2,3% do PIB mundial.
Nilotas: Habitam a região sul do Rio Nilo e são
A ênfase econômica nos setores primários,
caracterizados por apresentarem pele negra e elevada
como a extração do petróleo e a agricultura de
estatura.
exportação, não configuram possibilidades de grandes
Koikoi: Concentrados no sudoeste da África, são
investimentos na região, apesar dos esforços
conhecidos pelos europeus como hotentotes.
empreendidos por nações como França, Inglaterra,
Ocupavam uma extensa faixa no sul da África, mas
EUA e China.
hoje estão restritos a pequenos grupos que se
Apesar da redução dos conflitos, quando destacam pelo exercício da caça.
comparada às últimas décadas do século passado, a
Berberes: Conjunto de povos que vivem no Norte da
região ainda registra diversos problemas políticos
África e que falam as línguas berberes. Convertidos ao
atrelados às rivalidades tribais, além de conflitos de
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islamismo a partir do século VIII, essa população se ouro e o comércio de vários produtos, como sal,
insere nas mais variadas etnias que caracterizam o tecidos, cavalos e tâmaras, permitiram a integração
norte do continente. econômica do reino com as regiões do norte da África,
O contato desses povos com os europeus ocorreu Egito e Sudão. O monarca do reino de Gana garantia
desde a Antiguidade, principalmente no norte da seu poder por meio da exploração do ouro, que era
África. Porém, foi somente a partir das Grandes escoado para os comerciantes árabes empreenderem
Navegações do século XV, período marcado pelo a cunhagem de moeda.
esforço luso de empreender o périplo africano, que as A desestruturação do reino ocorreu a partir do século
duas civilizações se integraram de modo intenso. O XIII, com o progressivo esgotamento da produção
advento das práticas mercantis e o condenável aurífera e as sublevações dos povos dominados. Foi
comércio de escravos representam a base para essa nesse contexto que o território passou a ser dominado
associação de continentes, provocando o pelo reino de Mali.
deslocamento de milhões de nativos para as áreas
coloniais fundadas na região da América. REINO DE MALI
REINOS AFRICANOS Desenvolvido entre os séculos XIII e
XVI, o reino de Mali se constitui nos atuais territórios
A África apresentou, ao longo dos da República de Mali, Senegal e Guiné. Os
séculos, importantes reinos que imperadores do Mali, conhecidos por Mansas,
exerceram profunda influência nos dominavam o território na Bacia do Rio Níger,
processos políticos e sociais do continente. As garantindo intensa atividade comercial com outros
extraordinárias narrativas dos egípcios na região do povos da região, com destaque para os árabes do
Rio Nilo reafirmam essa ideia. Neste estudo, norte do continente.
concentraremos nossas atenções nos reinos A fundação do reino de Mali foi realizada por
fundados na África Subsaariana, em especial na Sundiata Keita, responsável por transformar a cidade
região da costa do Atlântico. de Niani em centro de seu império. Outras cidades
destacavam-se no reino de Mali, como Tombuctu,
Reino de Gana importante centro cultural devido às suas amplas
bibliotecas e ricas mesquitas, servindo de atração para
artistas e intelectuais de várias regiões.

Formado a partir do século III da Era Cristã, o


reino de Gana se destacou por se desenvolver em Reino de Mali
uma área distante do litoral Atlântico e fora do O apogeu do reino de Mali ocorreu durante o
gigantesco Deserto do Saara. Seu território se reinado do Mansa Mussa, marcado pela expansão das
concentra nas atuais regiões de Mali e Mauritânia. Por fronteiras do império, ocupando as regiões da costa do
meio da domesticação do camelo, os povos da região Atlântico até o Rio Níger.
realizaram um intenso comércio com os pastores Muitas são as lendas em torno das grandezas
berberes do Saara, que migravam para o território em desse rei, que ampliou o comércio com os árabes e
períodos de climas desfavoráveis. manteve intenso contato com os povos muçulmanos,
Entre os povos dessa sociedade, destacavam- chegando a promover uma suntuosa peregrinação à
se os soninquês, que habitavam a região às margens cidade de Meca, em 1325.
dos rios Níger e Senegal. Para esses povos, a Após a morte do Mansa Mussa, o reino de Mali
formação de um reino foi necessária para fazer frente entrou em lento declínio por conta da dificuldade de
aos ataques de nômades que buscavam saquear a seus sucessores em manterem o controle de tão
agricultura desenvolvida naquele território. extenso território. Assim, o reino de Songhai, povo da
A intensa produção de ouro formava o pilar de região noroeste da Nigéria, passou a assumir o
sustentação do reino de Gana. Cidades importantes controle das províncias do Mali. No século XV, o poder
foram desenvolvidas, como a capital Kumbi Saleh e o de Mali já havia desaparecido frente à força dos
importante centro comercial de Audagoste. Songhai.
O apogeu dessa civilização ocorreu entre os
séculos VII e IX, quando as atividades de extração de
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Reino de Songhai africanos, violentamente arrancados de
suas comunidades e forçados a
exercerem tarefas árduas em regiões
longínquas. Desde o século XVI,
milhões de negros africanos foram
explorados nas mais variadas atividades econômicas
da América Portuguesa.
Os escravos eram conduzidos ao Brasil Colônia após
serem capturados por portugueses ou por inimigos
Fundado por Sonni Ali Ber, O Grande, no contexto tribais, na região da costa africana. Os lusos
do declínio do reino de Mali em torno do século XV, incentivavam os conflitos no continente, visando
esse império se estendia da costa do Atlântico aos garantir a rivalidade responsável pelo fornecimento de
territórios entre a Bacia do Rio Níger e o Lago Chade. numerosos escravos por chefes locais, conhecidos por
Sua capital política e militar ficava na cidade de Gao. sobas, que recebiam em troca tabaco, cachaça, armas
Sonni Ali Ber foi responsável pela conquista das ou qualquer iguaria valorizada pelas comunidades.
cidades de Tombuctu (1468) e Djenne (1473), o que
estimulou o monarca a traçar mapas de seu extenso
império. A expansão empreendida pelos sucessores
de Ali Ber garantiu a extensão da área de domínio
Songhai por mais de dois mil quilômetros, de
Teghazza ao país dos Mossi (norte a sul), de Agades
a Tekrur (leste a oeste).
A estrutura política do império girava em torno do
imperador, responsável pelo controle de uma
numerosa Corte. Por tradição, todos que se
aproximavam do líder supremo deveriam cobrir a
cabeça de pó. Um cuspe do imperador não poderia Representação de Rugendas acerca da precariedade
cair no chão, sendo recolhido na manga de seda de das condições do transporte de escravos nos navios
qualquer um de seus setecentos acompanhantes. tumbeiros. (1835)
A economia se orientava pelo trabalho escravo. Colocados em embarcações precárias, os chamados
Calcula-se que uma terra com duzentos escravos tumbeiros, muitos africanos pereciam antes mesmo
fosse capaz de produzir, aproximadamente, 250 de chegarem aos locais de destino. Calcula-se que
toneladas de arroz por ano. aproximadamente 15 a 20% dos negros morriam nas
O ouro e o sal eram comumente utilizados viagens devido à falta de alimentos, às condições
como referência monetária, mas a principal moeda era subumanas de higiene, à ausência de cuidados
o cauris, conchas de moluscos utilizadas como moeda médicos e às acomodações indevidas.
da África à China até meados do século XIX. viagem para o Brasil chegava a durar mais de trinta
Os núcleos urbanos eram numerosos, servindo dias, podendo alcançar até quatro meses, caso a
de importantes centros religiosos e de estudo, sendo região fosse muito distante. Alguns navios levavam
a educação intensa nas áreas de domínio islâmico. mais de 500 escravos em condições absolutamente
Calcula-se que a Universidade de Sankore abrigava precárias. Calcula-se que, até o século XIX, 25
25 mil estudantes já no século XII. milhões de africanos foram submetidos à escravidão
Em torno do século XVI, o império de Songhai na América, sendo que mais de 4 milhões foram
começou a sofrer a opressão dos Estados transportados para o Brasil. Os negros que vieram
muçulmanos, como o reino de Marrocos, que buscava para a América Portuguesa pertenciam aos seguintes
as minas de sal e de ouro em regiões vizinhas. O grupos étnicos:
avanço europeu pela costa africana em busca de
escravos e de riquezas contribuiu para a decadência Bantos: Região do Congo, Angola e Moçambique.
da região. Sudaneses: Nigéria, Daomé e Costa do Marfim.
Além dos reinos de Gana, Mali e Songhai, muitos Maleses: Sudaneses convertidos ao islamismo.
outros impérios se desenvolveram na África. A riqueza O universo escravocrata não era homogêneo.
destes transcende as limitadas concepções ocidentais Era comum a distinção entre os escravos recém-
do continente, possibilitando a apreensão de ricos chegados da África, conhecidos por boçais, e os
elementos sociológicos ainda não valorizados. ladinos, ou seja, aqueles que já haviam se adaptado
ao universo cultural português. Esses dois grupos
ESCRAVIDÃO NEGRA eram tratados de modo distinto dos que haviam
nascido na América Portuguesa.
A integração entre Brasil e África fundamentou-se no
exercício do trabalho escravo realizado pelos
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A mestiçagem ampliou ainda mais essa pelo sargento-mor Manoel Lopez Galvão em 1677. No
distinção, subdividindo mulatos – quase sempre final do século XVII, o núcleo de amotinados passou a
originados da união entre brancos e negras, escravos ser conduzido por Zumbi, responsável pela liderança
de peles mais claras –, preferidos para as atividades de milhares de escravos que resistiam a qualquer
domésticas, em detrimento dos negros vindos da negociação com as autoridades portuguesas,
África, encarregados das tarefas mais pesadas. desejosas de pôr um fim ao núcleo de negros.
A mão de obra escrava foi utilizada nas mais
variadas atividades da economia colonial, tanto no
meio urbano como no rural. O padre Antonil,
importante cronista colonial, definiu os cativos como
“as mãos e os pés do senhor”. A opressão de todas as
ordens buscava obter o controle da escravaria, com
destaque para o capitão do mato, responsável pela
aplicação dos castigos e pela captura dos cativos que
tentavam fugir.

Apesar da resistência, a falta de entendimento entre


os habitantes de Palmares levou a um desfecho
trágico para o quilombo, que foi destruído pela ação do
bandeirante Domingos Jorge Velho e seus
Debret expõe o autoritarismo e a violência presentes companheiros, no ano de 1695. Zumbi foi morto e
nas relações sociais escravistas. degolado, sendo sua cabeça exposta na cidade de
Muitos senhores buscavam reduzir as tensões Recife.
existentes na relação de domínio por meio de
concessões aos escravos, como a premiação pela
realização de alguma atividade (escravos de ganho) LEITURA COMPLEMENTAR
ou com a autorização do uso da terra para plantio em
Alforria
horários previamente definidos (brecha camponesa).
Esses esforços, no entanto, não inibiram as ações de [...]
resistência por parte dos cativos. Nesse sentido, Em geral, a escravidão poderia terminar pela morte
destacaram-se as revoltas, os suicídios, as natural do escravo ou pela alforria. No caso da alforria,
conspirações e as fugas para os quilombos ou havia três modos legais de um ex-escravo comprovar
mocambos. seu estado de forro: a carta ou “papel da liberdade”,
assinada somente pelo senhor ou por outro, a seu
Palmares rogo, algumas vezes registrada em cartório em livros
Entre as centenas de organizações quilombolas do de notas, outras somente como um papel particular; o
Brasil Colonial, destaca-se o Quilombo dos Palmares. testamento ou codicilo; a pia batismal.
Localizado na Serra da Barriga, atual estado de Os estudiosos da escravidão, de maneira geral, têm
Alagoas, o principal núcleo de resistência negra como certa a vontade dos negros em deixar de serem
ocupou uma área de aproximadamente 350 km. escravos. Os mecanismos variavam, desde assumir
O número de habitantes na região é maior carga de trabalho para juntar o equivalente a seu
divergente, girando entre 6 a 20 mil pessoas, preço e pagar ao senhor, no caso das manumissões
distribuídas em dez agrupamentos, tendo o Mocambo onerosas, até uma dedicação especial ao amo, na
do Macaco como principal núcleo. Sua história esperança de obtê-la gratuitamente. No entanto,
percorreu todo o século XVII, sendo a segunda metade mesmo tendo o escravo a quantia equivalente ao seu
desse século o período de maior expansão do valor, o senhor não es t ava obri g ado a concedê- l a
quilombo, devido ao fato de milhares de escravos . Herança do direito romano presente no direito
aproveitarem-se do quadro de conflitos entre luso- consuetudinário português, o ato de alforriar era
brasileiros e holandeses como possibilidade de fuga. considerado uma concessão senhorial. [...]
A força de Palmares criou condições para a É difícil o cálculo sobre o número de escravos que
derrota de importantes expedições portuguesas que obtiveram a liberdade por meio da alforria, pois são
visavam desmantelar o quilombo, como a conduzida poucas as áreas que dispõem de mapas estatísticos
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sobre a população. Alguns estudos estimam, no participavam da democracia ateniense correspondiam
entanto, que poucos eram os escravos capazes de ter a menos de 20% da população. Já em Esparta, as
acesso à liberdade, sendo possível estimá-los entre questões políticas eram de obrigação de um conjunto
0,5 % e 2% da população escrava. [...] de 28 homens, maiores de 60 anos, que formavam a
Uma das poucas unanimidades entre os historiadores Gerúsia. Além disso, existiam dois reis, que formavam
é a de ter sido privilegiada a mulher no acesso à a chamada Diarquia. As funções desses reis eram
alforria, apesar de ela ser bem menos numerosa na ligadas às questões religiosas e militares.
população escrava. Em que pese a constatação O papel desempenhado por homens e
empírica, as explicações sobre o fato variam. A mulheres na sociedade ateniense e espartana,
primeira seria o seu preço, inferior ao do homem, por também tinha suas especificidades. Em Esparta, as
isso mais fácil de ser pago. Outra explicação diria mulheres recebiam uma rigorosa educação física e
respeito à sua maior possibilidade de estabelecer psicológica. Além disso, elas participavam das
laços afetivos com seus senhores, pois atuavam como reuniões públicas, disputavam competições esportivas
domésticas, amas-de-leite, prostitutas ou amantes. e administravam o patrimônio familiar. Em
Uma terceira pressuporia o fato de que, sendo ela a contrapartida, a cultura ateniense restringia suas
responsável pela reprodução da escravidão, através mulheres ao mundo doméstico. A docilidade e a
do princípio romano de partus sequitur ventrem, sua submissão ao pai e ao marido eram valores
família (consangüínea ou por via do compadrio) repassados às mulheres atenienses.
centraria mais esforços em libertá-la do que ao A questão educacional nas duas cidades
homem. também apresentava diferenças entre si. As
VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil Colonial. Rio instituições atenienses se preocupavam em
de Janeiro: Editora Objetiva, 2000. desenvolver um equilíbrio entre mente e corpo. Dessa
ENSINO MÉDIO forma, a educação buscava conciliar a saúde física e
GRÉCIA ANTIGA – TÉRCIO CRISÓTOMO o debate filosófico. Já em Esparta, dada sua intensa
tradição militarista, privilegiava-se o treinamento do
corpo. Os jovens espartanos aprendiam a escrever
aquilo que era estritamente necessário. Dessa forma,
o cidadão espartano deveria ser forte e resistente, um
indivíduo apto para as batalhas militares.
Com toda certeza, não poderíamos julgar quais
dessas duas diferentes culturas do mundo clássico foi
mais “desenvolvida” ou “sofisticada”. Nem mesmo
poderíamos concluir que os atenienses eram simples
antíteses dos espartanos. As diferenças entre as
experiências vividas por Atenas e Esparta podem nos
o estudarmos a Grécia Antiga, temos uma explicar tantos contrastes. Dessa forma, as
falsa impressão sobre a organização dessa comparações aqui desenvolvidas apenas nos dão
Acivilização clássica. Em geral, os livros uma amostra da riqueza dos costumes, tradições e
didáticos falam repetidamente sobre as histórias que envolveram as cidades-Estado do Mundo
características da Grécia como se tratasse de um povo Grego.
dotado de características comuns. No entanto, ao ESPARTA
conhecermos sua organização política A cidade-estado de
descentralizada, acabamos tendo fortes indícios de Esparta, situada nas beiras
que, dentro do “mundo grego”, existiam povos com do rio Eurotas, na região do
diferentes costumes e tradições. Peloponeso, na Grécia, foi
Nesse sentido, a comparação entre as um dos fenômenos mais
cidades-Estado de Esparta e Atenas nos oferece um fascinantes da história em
quadro de contrastes muito interessante, dessa forma, todos os tempos, tão fascinante que até seus vizinhos
podemos entender a diversidade cultural encontrada e rivais, os atenienses , dedicaram-lhe longos estudos
dentro desse território. As formas de concepção do sobre os usos, costumes e instituições lá vigentes.
mundo, os papéis desempenhados pelos sujeitos Aliás é graças a eles, aos filósofos, a historiadores e
sociais, as instituições políticas, valores e tradições pedagogos atenienses: a Platão, a Xenofonte, a
desses dois povos são de grande utilidade para que Aristóteles, a Isócrates e a Plutarco, que sabemos
possamos, assim, apagar a impressão de que existe como os espartanos viveram. Simplesmente
um povo grego marcado pela mesma cultura. afirmamos que Esparta foi uma escola de guerreiros.
No que diz respeito às instituições políticas, PRINCIPAIS PERÍODOS DA GRÉCIA
Atenas conta com uma trajetória onde depois da ANTIGA
adoção dos regimes monárquico e aristocrático, criou-  HOMÉRICO (XV a VIII a.C.):
se uma forma de governo democrática. Mesmo sendo Comunidades gentílicas.
considerado um “governo do povo”, aqueles que
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 ARCAICO (VIII a VI a.C.): Cidades-estados Leónidas dispensou os aliados, mas permaneceu com
 CLÁSSICO (VI a IV a.C.): auge da democracia os seus 300 espartanos, e aos que ficaram
grega voluntariamente disse: “fiquem aqui comigo, e esta
 HELENÍSTICO (IV a I a.C.): expansão da noite jantamos no inferno”, pois a lei espartana não
cultura grega após a dominação macedônica permite retiradas, ou seja, somente se regressa a casa
HOMERO: ILÍADA E A ODISSÉIA vitorioso ou morto sobre o escudo.
 Homero: Poeta grego que escreveu as obras Durante os três dias anteiores os gregos quase
Ilíada e Odisséia sem baixas, eliminaram 20 mil persas, mas depois da
 Ilíada: narra a Guerra de Tróia traição de Efialtes acabaram cercados pelo exército de
 Odisséia: narra as aventuras de Ulisses em Xerxes. Antes do embate final, Xerxes ordenou a
seu retorno para Ìtaca, sua terra natal. Leónidas: “Entreguem as vossas armas!”, ao que o
A SOCIEDADE ESPARTANA Rei de Esparta respondeu apenas: “Venham buscá-
 Espartanos: grandes proprietários, detentores las”, ultimas palavras do rei antes de suas tropas
do poder político. serem atingidas por uma chuva de flechas e
 Periecos: Homens livres, porém sem direito de massacradas por todos os lados pelo exército persa.
cidadania. A cabeça de Leónidas foi empalada e seu corpo
 Hilotas: Estavam a serviço do Estado, sendo- crucificado. A vingança grega viria algum tempo
lhe vetado o direito a liberdade, eram os servos depois.
do estado espartano. A estratégia de Leónidas é lembrada até hoje
Texto 1 pela sua simplicidade e brilhantismo. Conhecendo
LEÓNIDAS, UM HERÓI IMORTAL melhor a sua terra do que os invasores estrangeiros,
“As flechas do Leónidas aproveitou o terreno para anular a colossal
inimigo serão tão desvantagem numérica e conseguir uma chance
numerosas que considerável de vitória, provando como muitas outras
irão tapar a luz do vezes ocorreram na história, que números não
Sol” vencem batalhas, estratégias vencem batalhas.
Quem nunca ouviu a Hoje existe um monumento nas Termópilas em
célebre frase de homenagem a Leónidas sob o qual está escrita a frase
Leónidas em Molon Labe (“Venham buscá-las”), bem como aos
resposta a um 300 espartanos que o acompanharam na batalha e na
espartano, a quando morte com a frase: “Estrangeiro, vai contar aos
da Batalha das espartanos que aqui jazemos, por obediência às suas
Termópilas, que leis.”
proferiu a seguinte COSTUMES DOS SOLDADOS ESPARTANOS
frase; “As flechas  Eugenia: sacrifício de crianças deficientes.
do inimigo serão  Kriptia: matança de hilotas.
tão numerosas que  Xenofobia: aversão à idéias estrangeiras.
irão tapar a luz do Sol” ?. Leónidas respondeu  Laconismo: hábito de falar pouco.
serenamente; “Tanto melhor, combateremos à  CIDADES-ESTADOS GREGAS*
sombra!”. PÓLIS: centro político –militar –religioso, autônomas
Rei e General de Esparta, Leónidas é famoso e independentes.
pela heróica actuação na Batalha das Termópilas, * Autonomia administrativa, o que caracterizava a
contra os exercitos de Xerxes, rei da Pérsia. A época fragmentação política da Grécia.
em que a invasão persa se deu não era em nada AS MULHERES ESPARTANAS
favorável aos gregos.
Esparta festejava a Carnéia e no resto da
Grécia preparavam-se as Olimpíadas, sendo que
ambos os eventos, por tradição, proibiam combates.
Leónidas viu-se num grave dilema entre infringir a lei
e executar a tão necessária defesa. Por fim, partiu de
Esparta com 300 hoplitas, juntando-se a eles pelo
caminho outros homens de aldeias vizinhas e aliadas,
totalizando algo próximo de 7 mil soldados.
No Desfiladeiro das Termópilas as tropas de
Leónidas confrontaram os mais de 200 mil persas, que
de início foram rechaçados pelos Gregos. Todavia, As mulheres espartanas eram mais dominantes na
devido à traição de Efialtes, um miserável pastor, que sociedade do que as suas semelhantes em Atenas.
subornado por Xerxes guiou os persas por um 1. As moças espartanas recebiam boa educação
caminho que contornava as Termópilas, permitindo- em arte e atletismo.
lhes abrir nova frente de combate. Sabendo da traição,
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2. As mulheres espartanas eram encorajadas a enquanto um sacerdote o chicoteava sem dó nem
desenvolver o seu intelecto. piedade, fazendo espirrar sangue sobre o altar. O
3. As mulheres espartanas eram donas e mais de jovem que aguentasse mais tempo era saudado como
um terço da terra. um campeão, quando tinha a sorte de sobreviver à
4. Havia menos diferença de idade entre maridos cerimónia.
e esposas, e as raparigas espartanas Provavelmente os estrangeiros abandonavam
casavam-se com uma idade mais avançada do o anfiteatro satisfeitos, pois tinham testemunhado um
que as atenienses. legítimo costume da lendária cidade-estado de
5. Os maridos passavam parte do tempo com Esparta.
outros homens em alojamentos militares e,
uma vez que os homens raramente estavam
em casa, as mulheres eram livres para se
encarregar de quase tudo o que existia fora do
exército.
6. As mães criavam os filhos até à idade de 7
anos, momento em que a sociedade se
encarregava deles. Os pais desempenhavam
pouco ou nenhum papel na criação dos filhos.”
 A MULHER ESPARTANA: Era educada para
Para muita gente,
servir a Pátria, Fazia exercícios físicos,
a imagem de um adolescente torturado resume na
gerando filhos saudáveis para o Estado.
perfeição o significado de Esparta para a História. Na
 Na ausência do marido, assumia o lar.
escola, aprendemos que, entre as cidades gregas de
REFLEXÃO:
há 2500 anos, Atenas foi o berço da democracia e da
GORGO, A ESPOSA DE LEÓNIDAS
liberdade de pensar e criar que tanto valorizamos,
Gorgo, foi uma rainha de Esparta. Filha
enquanto os espartanos viviam sob um regime
de Kleomenes e esposa de Leónidas, que
totalitário cuja única preocupação era a guerra, e
morreu na batalha das Termópilas. Ela é
submetiam os jovens ao treino militar mais desumano
mais conhecida mulher de Esparta uma vez que é
do planeta.
numerosas vezes citada por Heródoto.
Desse ponto de vista, passar de superpotência
O seu papel na História é único, sendo vista
grega a parque temático sado masoquista teria sido o
num papel ativo na arena política espartana. Enquanto
destino mais do que merecido. Porém. tal como a
criança (oito ou nove anos), ela recomendou a seu pai
visão dourada de Atenas, a imagem dos espartanos
não confiar em Aristágoras: “Pai, é melhor você partir,
não passa de uma grosseira simplificação. Sem a
ou o estrangeiro irá corrompê-lo”
liderança dos espartanos, a Grécia (e, provavelmente,
(Heródoto). Kleomenes, seu pai seguiu o seu
boa parte da Europa) ter-se-ia tornado uma mera
conselho.
província do Império Persa, com conseqüências
Plutarco incluiu-a também na sua seção de
imprevisíveis para o mundo de hoje.
provérbios de mulheres espartanas. Aqui ficam
Em quatro grandes batalhas contra os persas,
alguns: “Quando questionado por uma mulher da
os espartanos ajudaram a proteger o que será a
Ática porque eram as mulheres espartanas as
origem do mundo ocidental. Por mais estranho que
únicas que podiam governar os homens,
pareça, a verdade é que Esparta esteve entre as
respondeu: porque nós somos também as únicas
primeiras cidades gregas a criar um governo
que fazemos nascer homens.”
constitucional, todos os seus cidadãos era iguais
“Na partida do seu marido Leónidas para as
perante a lei e os seus exércitos foram vistos como
Termópilas, enquanto o incitava a se mostrar digno de
libertadores, face à ambição de Atenas. Por isso, vale
Esparta, perguntou o que devia fazer. Leónidas
à pena tentar ver melhor através das brumas que
respondeu: casa com um homem bom e traz ao mundo
cercam a cidade mais controversa da Grécia.
crianças sãs.”
O Hoplita Espartano
RITUAL ESPARTANO:
Ao contrário de
Guerra e espetáculos sangrentos
outros hoplitas, como por
Mesmo para os turistas do império Romano,
exemplo os Atenienses, os
gente viajada e mais do que habituada a espectáculos
Espartanos seguiam um
sangrentos, tratava-se de uma atração especial.
treino militar durante toda a
O êxito era de tal ordem que, por volta do ano
sua vida, sendo assim
200 da nossa era, foi autorizada a construção de um
verdadeiros soldados de ofício. O Hoplita Espartano
anfiteatro em volta do templo, para os visitantes
enverga todo o seu vestuário de combate. O capacete
poderem acompanhar melhor todos os pormenores do
de bronze, de tipo corintio, é decorado de uma crista.
ritual.
A couraça de linho branco colocada sobre a tuníca
Lá em baixo, um adolescente nu tentava
substituiu a pesada couraça de bronze.
apanhar um queijo colocado no altar da deusa Artémis,
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‘É composta por várias camadas de tecidos Persas Aqueménidas aumentassem o seu território. A
colados uns aos outros. A parte inferior é recortada Grécia, dividida por séculos de conflitos internos entre
faixas para facilitar os movimentos e o abdómen é as cidades estado, uniu esforços para enfrentar a
reforçado por placas metálicas. As caneleiras eram ameaça externa.
igualmente em bronze. Atenas estava ameaçada. O exército Persa
O Hoplita Espartano é armado com uma lança avançava rapidamente. Não iria haver tempo para
e espada e o seu escudo gravado com o símbolo de evacuar a cidade. Leónidas, Rei de Esparta,
Esparta é banhado a bronze na sua face externa. A voluntariou-se para enfrentar os Persas no desfiladeiro
capa termina este uniforme, o soldado está pronto das Termópilas, um estreito que se estendia por vários
para o combate. quilómetros e que traduzido do grego significa Portas
A barba era frequente na Grécia antes da de Fogo. Leónidas, com 300 Espartanos e 4000
época Alexandre (336 a 323 antes de J.C.), e os aliados, impediria as forças Persas de avançar. Ao
cabelos longos eram o sinal distintivo do Espartano terceiro dia, ordenou aos seus aliados que retirassem,
adulto. ficando apenas os seu fieis soldados a guardar o
O CENÁRIO HISTÓRICO desfiladeiro. Aguentaria mais um dia. Nenhum dos
“Todo o sistema da legislação dos soldados Espartanos, nem mesmo Leónidas, iria ver o
lacedemônios visa uma parte das qualidades do nascer do quarto dia.
homem – o valor militar, por este ser útil nas Leónidas tombou em combate, mas o seu
conquistas; consequentemente a força dos sacrifício não foi em vão. Quando os Persas chegaram
lacedemônios foi preservada enquanto eles tiveram a Atenas, encontraram uma cidade vazia. Leónidas,
em guerra, mas começou a declinar quando eles Rei de Esparta, inimigo de Atenas, faria o último
construíram um império, porque não sabiam como sacrifício pelo seu rival, e deixaria uma história de
viver em paz, e não foram preparados para qualquer coragem para a Eternidade. Será sempre lembrado
forma de atividade mais importante para eles do que a pela máxima: Venham Buscá-las!
militar.”Aristóteles “Política”, 1271 b Guerra do Peloponeso – Recapitulando a história
Esparta, por força das circunstâncias da de ESPARTA e ATENAS
ocupação dória, de quem descendiam seus Conflito entre Atenas e
habitantes, petrificou-se no tempo. A sua estrutura Esparta, ocorrido entre 431
social e seu rígido militarismo pouco mudaram ao e 404 a.C.. Sua história foi
longo dos cinco séculos de história. Era uma detalhadamente registrada
sociedade que, desde que adotou as leis de Licurgo, por Tucídides e Xenofonte.
quase nada conheceu do que pode se chamar de De acordo com Tucídides, a
evolução de um regime político. razão fundamental da
A razão disso foi que os espartanos, desde os guerra foi o crescimento do
começos quando chegaram à Lacedemônia como poder ateniense e o temor
povo invasor, tiveram que enfrentar uma população que o mesmo despertava entre os espartanos.
hostil que os superava varias vezes em número e que A cidade de Corinto foi especialmente atuante,
rebelava-se contra eles a mínima hesitação. Para pressionando Esparta a fim de que esta declarasse
afirmar-se nela como conquistadores e dominá-la, guerra contra Atenas. Esparta invadiu a Ática com
tiveram que sacrificar-se integralmente àquele tipo de seus aliados em 431 a.C., mas Péricles persuadiu os
vida. atenienses a se deslocarem para trás das ‘longas
Desta maneira tornaram-se fóbicos à muralhas’ que ligavam Atenas a seu porto, o Pireu, e
mudanças e à novidades. Como já se disse no a evitar uma batalha em terra com o superior exército
passado e foi lembrado mais recentemente por Arnold espartano.
Toynbee, “os espartanos tornaram-se escravos dos Atenas confiava em sua frota de navios
seus escravos”. trirremes para invadir o Peloponeso e proteger seu
império e suas rotas comerciais, mas foi gravemente
surpreendida pela deflagração da peste, em 430 a.C.,
que matou cerca de um terço da população, inclusive
Péricles. Apesar disso, a frota teve boa performance e
foi estabelecida uma trégua de um ano, em 423 a.C..
A Paz de Nícias foi concluída em 421 a.C., mas
Alcibíades liderou um movimento de oposição a
Esparta no Peloponeso; suas esperanças
(Venham Buscá-las!) Resposta de Leónidas ao
esvaneceram-se com a vitória de Esparta em
Rei Persa, quando este exigiu que os Espartanos
Mantinéia, em 418 a.C..
entregassem as armas, nas Termópilas.
Ele foi também o principal defensor de uma
Em 480 a.C. um exército Persa de
expedição à Sicília (415-3 a.C.), que visava derrotar
aproximadamente 250 000 homens entrou na Grécia
Siracusa e que resultou em completo desastre para
com o objectivo de a conquistar e de modo a que os
Atenas. A guerra foi formalmente retomada em 413
10
a.C.; a fortificação de Decélia, na Ática, pelos (pequenos comerciantes, sem direitos de
espartanos, e revoltas generalizadas entre seus cidadão);
aliados pressionaram Atenas, que havia perdido • Escravos (prisioneiros de guerra e
grande parte de sua frota na Sicília e estava falida e condenados por algum crime; Nascidos nas
atormentada por convulsões políticas. Apesar disso e famílias escravas, comercializados como
graças, em grande parte, a Alcibíades, a sorte de escravos por estrangeiros no mercado grego;
Atenas ressurgiu, com vitórias navais em Cinosema eram também considerados escravos os que
(411 a.C.), e Cícico (410 a.C.), e com a reconquista de pagavam dívidas, até que essa modalidade de
Bizâncio (408 a.C.). escravidão por dívida foi proibida na Grécia
Houve mais uma vitória em Arginuse, em 406 antiga.
a.C.. A partir de então, o apoio financeiro da Pérsia a
Esparta e as habilidades estratégicas e táticas do OBSERVAÇÂO: No final do século IV a.C., eram
espartano Lisandro alterou a balança. A vitória aproximadamente 400 mil escravos em Atenas. Os
espartana em Egospótamos e seu controle do escravos urbanos atenienses, estavam
Helesponto subjugaram Atenas, pela fome, até a geralmente protegidos por lei contra abusos ou
rendição, em abril de 404 a.C.. brutalidades de seus donos. Se um escravo
ATENAS denunciasse o seu dono por maus tratos, este
estava sujeito a vende-lo ou a entrega-lo para a
justiça de Atenas.

A POLÍTICA PASSOU PELAS FASES


DE MONARQUIA, ARCONTADO,
TIRANIA E DEMOCRACIA.
Apesar de os antigos habitantes de
Atenas se considerarem Autóctones, eles na verdade
resultam de uma lenta mistura de populações pré-
helênicas realmente autóctones com populações
Atenas é uma das mais antigas cidades da helênicas, vindas principalmente da Iônia, sem
Europa, fundada no século VIII a.C, e sua história é histórico de conflitos ou conquistas violentas.
bastante ligada a história da Grécia, sendo de Sua posição geográfica deixou Atenas fora das
fundamental importância desde os tempos da Grécia correntes invasoras dóricas. Mais tarde sua população
Antiga. sofreu novamente
Atenas na antiguidade era uma sociedade não influencia externa pela
militarista, em oposição a Esparta e se destacava das chegada gradual de
outras cidades gregas por ter adotado a democracia. estrangeiros, atraídos
Foi fundada no século VIII a.C.na região da Ática. pela prosperidade
Durante as Guerras Médicas Atenas comandou o comercial da cidade.
exército Grego através da chamada Confederação de
Delos. PÁRTENON: Erguido
A sociedade ateniense era dividida no período em Homenagem à
de seu apogeu em: Deusa Atena
• Eupátridas: Cidadãos, tinham direitos
políticos e participavam da democracia e da Até cerca do
vida pública. Tinham pai e mãe ateniense e século VIII a.C. a região não constituía uma unidade
ertam maiores de 21 anos de idade (alta política, sendo dividida em pequenas comunidades. A
aristocracia, com direito a cidadania, que foi união destas comunidades é associada à figura
progressivamente abrangendo os menos mitológica de Teseu. A colina conhecida como
ricos); Acrópole passou então a ser a capital do novo estado.

OBSERVAÇÂO: Raramente a cidadania era Na origem lendária, a região da Ática era


concedida a pessoas de outras cidades. disputada entre Poseidon e Atena. Os deuses dariam
a região aquele que desse aos habitantes o presente
• Metecos Viviam na cidade, mais não tinham mais útil. Poseidon deu então o cavalo, e Atena o
nascido na polis Atenas. Não tinham direitos suplantou criando a oliveira. A cidade ganhou então
políticos e eram proibidos de comprarem seu nome do nome desta deusa. Essa disputa entre
terras, podiam trabalhar no artesanato e os deuses parece estar ligada a uma mudança na
comércio. Geralmente pagavam impostos para população dominante da região em algum momento
viverem na cidade, e em algumas épocas da sua história antiga.[1]
podiam ser convocados para o serviço militar

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SOCIEDADE E POLÍTICA sociedade passou a se agrupar em facções rivais de
O governo era inicialmente monárquico, com os acordo com as ocupações e riqueza.
reis considerados descendentes de Erecteu. A Pisístrato apoiado numa facção realmente
Sociedade era então organizada em famílias, frátrias revolucionária, conquistou o poder e o levou a posição
e quatro tribos. A monarquia porém sucumbiu aos de tirano em 561 a.C.. Neste período, Pisístrato
ataques das famílias aristocráticas (eupátridas) e foi promoveu a reforma agrária, saneou as finanças
substituída eventualmente por três arcontes eleitos públicas, construiu uma rede de estradas pela Ática e
(inicialmente por dez anos, depois para mandatos uma rede de abastecimento de água para Atenas.
anuais) e por um conselho chamado de boulé. Os Atenas prosperou como centro de comércio e iniciou
arcontes eram: sua ascensão para a hegemonia sobre as regiões de
O Arconte-Rei: com funções religiosas, raça iônica.
representando a monarquia. Morrendo em 527 a.C., foi sucedido por seus
O Arconte Epônimo: principal governante e juiz filhos Hípias e Hiparco que continuaram seu trabalho
supremo. Os anos eram referidos pelo nome do e embelezaram a cidade ainda mais. Entretanto, com
arconte (dizia-se que o evento ocorreu no ano em que a morte de Hiparco em 514 a.C., Hípias tornou-se um
tal pessoa era arconte epônimo). tirano violento e impopular, culminando com sua
O Polemarco: chefe militar responsável pela deposição em 510 a.C.. Ele ainda tentou recuperar o
segurança do estado. poder através de aliança com os Persas, auxiliando-os
inclusive na batalha de Maratona, mas não obteve
A exigência por parte das classes mais baixas de sucesso.
que as leis fossem escritas e publicadas levou a Com a queda da tirania começa uma guerra
desiganção de mais seis arcontes, os Tesmotetas, entre os partidários da oligarquia, liderados por
responsáveis pela codificação e guardiães das leis, Isagoras e da democracia, liderados por Clistenes. A
dando início ao que mais tarde se tornaria a democracia acaba por vencer e Clistenes promove as
organização judiciária no estado ateniense. mudanças que determinariam, segundo Herodoto, a
grandeza futura de Atenas. Mesmo atacada por
A Boulé, formada por aqueles que já tinham vizinhos (Esparta, Beócia e Calcis) em 506 a.C. a nova
ocupado algum dos cargos de arconte, funcionava democracia consegue repeli-los e assim consolidar
como tribunal de justiça e também supervisionava os sua posição.
magistrados. Este período inicia a história artística e literária
de Atenas, com Pisístrato e seus filhos sendo patronos
Cada uma das quatro tribos se dividia em doze ardorosos das artes e atraindo artistas e poetas
naukrariai, que deviam fornecer uma nau (navio) cada estrangeiros para obras de embelezamento e
uma para a marinha de guerra. Os presidentes das concursos musicais e poéticos. A escultura da Ática
naukrariai formavam um conselho que tinha começa a se desenvolver e se espalhar com o
importante participação na administração da cidade.[1] crescimento do comércio, assim como a
arte da pintura de vasos.
A população se dividia em: os nobres, grandes Imperialismo Ateniense: O auge da
proprietários de terras e escravos; os agricultores, democracia
pequenos e medios proprietários; artesãos, No século V a.C. Atenas se
comerciantes; Trabalhadores assalariados; e também destaca como um estado poderoso, mas
camponeses pobres ou escravos públicos e ainda sofrendo ameaças dos persas, auxiliados por
particulares Hípias que tentava restabelecer a tirania. Durante seis
ANÁLISE DOS SÉCULOS VII E VI A.C. anos os persas foram detidos pelas revoltas das
O período dos séculos VII e VI foi marcado por cidades gregas na Iônia auxiliadas por Atenas.
grande instabilidade e mudança social em Atenas. As Finalmente em 490 a.C. iniciaram-se as Guerras
terras se acumulavam cada vez mais nas mãos de Médicas, quando os persas tentaram a primeira
poucos e o endividamento levava os camponeses à invasão detida em Maratona.
servidão, causando tensão social cada vez maior. Esta A segunda Guerra Médica, dez anos depois,
encontrou em Atenas uma forte marinha de guerra,
tensão culminou em revoltas, como a de Cílon durante
o arcontado de Megaclés em 623 a.C.. Este último, graças a influência de Temistócles. No final da guerra,
tendo violado o templo de Atena Poliás para apesar da cidade estar em ruínas, a frota ateniense se
massacrar os revoltosos, acabou levando ao encontrava intacta, e seu prestígio ainda maior,
banimento da família dos Alcmeônidas à qual conquistando com isso a hegemonia sobre todos os
pertencia.[2] gregos da Iônia.
No período que segue, as legislações de O crescimento proporcionado nos tempos de
Drácon e depois Sólon tentam trazer reformas Pisístrato também fez com que Atenas se tornasse
sociais, mas sempre com resultados limitados. A dependente da importação de alimentos e matérias
primas para a indústria, e para isso o domínio do mar
era de suma importância. Sendo a única frota capaz
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de proteger a Grécia e as ilhas do Mar Egeu contra os até os que, como Platão, acreditavam no julgamento
persas, Atenas dominou as cidades gregas que após a morte, quando os justos seriam separados dos
haviam se rebelado contra a Pérsia, iniciando assim a ímpios.
Confederação de Delos. Abarcava assim entre seus fiéis desde a
Através desta confederação, de suas colônias ingênua piedade dos camponeses até as requintadas
e clerucos no Mar Egeu e no Pontos Euxinus Atenas especulações dos filósofos, e tanto comportava os
se transformou em uma potência imperial sob a excessos orgiásticos do culto de Dioniso como a
liderança principalmente de Címon e Péricles. Com o rigorosa ascese dos que buscavam a purificação.
tempo tomou o controle de seus aliados e apenas três Evolução histórica.
deles mantiveram sua independência: Samos, Quios e No período compreendido entre as primeiras
Mitilene. incursões dos povos helênicos de origem indo-
Na política, através das reformas européia na Grécia, no início do segundo milênio a. C.,
constitucionais de Efialtes e Péricles, Atenas atingiu o até o fechamento das escolas pagãs pelo imperador
auge de sua democracia: Governo do povo pelo povo, bizantino Justiniano, no ano 529 da era cristã,
cargos públicos acessíveis a todos os cidadãos e transcorreram cerca de 25 séculos de influências e
remuneração dos cidadãos que exercessem cargos transformações. Os primeiros dados existentes sobre
públicos para que mesmo os mais pobres pudessem a religião grega são as lendas homéricas, do século
suportar o ônus desses cargos. Foram criados em 501 VIII a. C., mas é possível rastrear a evolução de
a.C 10 novos cargos de estratego e a escolha dos crenças antecedentes. Período arcaico.
arcontes passou a ser mediante sorteio a partir de 487 Quando os indo-europeus chegaram à Grécia,
a.C.. A partir de 458-457 a.C. o arcontado foi aberto a já traziam suas próprias crenças e deuses, entre eles
todos os cidadãos, e não apenas aos mais ricos. Zeus, protetor dos clãs guerreiros e senhor dos
Entretanto, o imperialismo ateniense ofendeu o estados atmosféricos. Também assimilaram cultos
sentimento grego de independência das cidades dos habitantes originais da península, os pelasgos,
estado e ameaçou a hegemonia comercial de Corinto. como o oráculo de Dodona, os deuses dos rios e dos
Esta cidade comercial por excelência viu seus ventos e Deméter, a deusa de cabeça de cavalo que
interesses ameaçados quando Atenas assumiu o encarnava o ciclo da vegetação.
controle de Mégara e ocupou Náupactos, no Golfo de Depois de se fixarem em Micenas, os gregos
Corinto em 459 a.C. e no mesmo ano a guerra entre entraram em contato com a civilização cretense e com
as duas cidades havia eclodido. Égina e Esparta se outras civilizações mediterrâneas, das quais herdaram
juntaram também a esta guerra contra Atenas. principalmente as divindades femininas como Hera,
Apesar de conseguir a capitulação de Égina em que passou a ser a esposa de Zeus; Atena, sua filha;
457-456 a.C. e conquistar a Beócia em 457 a.C., e Ártemis, irmã gêmea de Apolo.
Atenas sofreu reveses em várias frentes. A decisão de Ao que parece, a figura do deus Dioniso
atacar os persas no Egito levando a destruição de um originou-se da Anatólia ou de Creta, como deus da
flotilha de socorro em 454 a.C. e a derrota para os vegetação e principalmente do vinho. Seu culto deve
beócios em Coronea no ano de 447 a.C. deixaram ter-se firmado na Grécia continental por volta do
Atenas em uma posição frágil. Por isso, em 446 a.C. século VIII a.C. Suas devotas, chamadas mênades,
Atenas concluiu um tratado de paz por 30 anos dançavam em coreografias contorcionistas nos
(chamado de "Paz de Trinta Anos") com Esparta banquetes sagrados e devoravam nacos de carne
pondo fim a primeira Guerra do Peloponeso. crua, que arrancavam de certos animais, numa
alegoria da comunhão com o deus.
LEITURAS COMPLEMENTARES Esse culto representava uma forma de
“A religião grega” adoração das forças incontroláveis da natureza e, com
o passar do tempo, adaptou-se a encenações mais
A religião grega teve uma influência tão civilizadas, que deram origem às representações
duradoura, ampla e incisiva, que vigorou da pré- dramáticas. A insatisfação social que predominou do
história ao século IV e muitos dos seus elementos século VIII ao VI a.C. levou a revoltas políticas e à
sobreviveram nos cultos cristãos e nas tradições propagação de uma religiosidade popular de caráter
locais. Complexo de crenças e práticas que profundamente emocional.
constituíram as relações dos gregos antigos com seus Desenvolveram-se nesse período os mistérios
deuses, a religião grega influenciou todo o de Elêusis, em torno de Deméter, símbolo da vida que
Mediterrâneo e áreas adjacentes durante mais de um renasce na primavera, e o oráculo de Apolo, em
milênio. Delfos, transformou-se no centro espiritual da Grécia.
Os gregos antigos adotavam o politeísmo Período clássico. O início da filosofia grega, no século
antropomórfico, ou seja, vários deuses, todos com VI a.C., trouxe uma reflexão sobre as crenças e mitos
formas e atributos humanos. Religião muito do povo grego. Alguns pensadores, como Heráclito, os
diversificada, acolhia entre seus fiéis desde os que sofistas e Aristófanes, encontraram na mitologia
alimentavam poucas esperanças em uma vida motivo de ironia e zombaria.
paradisíaca além túmulo, como os heróis de Homero,
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Outros, como Platão e Aristóteles, que o exaltava. O culto oficial. O mais importante ato
prescindiram dos deuses do Olimpo para desenvolver religioso dos gregos era o sacrifício.
uma idéia filosoficamente depurada sobre a divindade. Outras práticas religiosas eram as preces,
Enquanto isso, o culto público, a religião oficial, banhos, libações, procissões, competições e
alcançava seu momento mais glorioso, em que teve adivinhações por intermédio de oráculos. Entre as
como símbolo o Pártenon ateniense, mandado atividades religiosas públicas estavam os festivais,
construir por Péricles. como a Panatenéia, em que os atenienses
A religiosidade popular evidenciava-se nos homenageavam Atena, e as Dionisíacas, durante as
festejos tradicionais, em geral de origem camponesa, quais atores representavam tragédias e depois
ainda que remoçada com novos nomes. comédias. A cada quatro anos realizavam um festival
Os camponeses cultuavam Pã, deus dos a Zeus, que a partir do ano 776 a.C. passou a incluir
rebanhos, cuja flauta mágica os pastores tentavam os Jogos Olímpicos.
imitar; as ninfas, que protegiam suas casas; e as Havia ainda representações dramáticas,
nereidas, divindades marinhas. Período helenístico e concursos de rapsodos, suntuosas procissões e as
greco-romano. As conquistas de Alexandre o Grande hecatombes, divisão da comida dos sacrifícios.
facilitaram o intercâmbio entre as respectivas Tinham maior sentido religioso os ritos do casamento,
mitologias, de vencedores e vencidos, ainda que nascimento, morte, oráculos e, acima de tudo, os
fossem influências de caráter mais cultural que cultos secretos dos mistérios.
autenticamente religioso. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil
Assim é que foram incorporadas à religião Publicações Ltda.
helênica a deusa frígia Cibele e os deuses egípcios www.enciclopediaescolar.hpg.com.br
Ísis e Serápis. Pode-se dizer que o sincretismo, ou RELIGIOSIDADE GREGA
fusão pacífica das diversas religiões, foi a ENTRE OS PRINCIPAIS DEUSES DA MITOLOGIA
característica dominante do período helenístico. GREGA ENCONTRAMOS:
Crenças religiosas. Os deuses gregos se ✓ APOLO: deus do sol e da razão
distinguiam dos homens por serem imortais. Regiam ✓ DIONÍSIO: deus do vinho
os fenômenos naturais e sociais e não se identificavam ✓ DEMÉTER: deusa da terra e da agricultura.
com a natureza. Zeus comandava os fenômenos ✓ ARTEMIS: deusa da lua e da caça, da
atmosféricos e os deuses do Olimpo. Sua esposa, fecundidade animal, irmã gêmea de Apolo
Hera, protegia os casamentos. Dois irmãos de Zeus, ✓ ARES: deus da guerra
Hades e Posêidon, eram encarregados ✓ MERCÚRIO: Mensageiro dos deuses
respectivamente do mundo do além e dos mares. ✓ ATENA: deusa da sabedoria
Outra irmã, Deméter, era a deusa da colheita. ✓ POSSEIDON: deus dos mares
Dos filhos de Zeus, Atena representava a coragem e a ✓ HEFESTO: deus do fogo
sabedoria; Apolo, tipo ideal do jovem herói, dirigia a ✓ HÉSTIA: deusa do lar
carruagem do Sol e tinha numerosos poderes; seu ✓ AFRODITE: deusa do sexo do amor
filho Asclépio era adorado como deus da medicina; ✓ HADES: deus do inferno
Marte personificava o deus da guerra; Hefesto era o ✓ ZEUS: deus do Olímpo. Principal deus da
deus do fogo; Afrodite e seu filho Eros encarnavam o Grécia
amor. Essas atribuições, no entanto, eram bastante ✓ HERA: Nome da esposa e irmã de Zeus.
elásticas e variavam no tempo, nas diversas regiões e ✓ HERMES: deus do comércio
nos diferentes documentos literários. OBSERVAÇÃO: Estes deuses namoravam e geraram
Homero foi o grande organizador do panteão semideuses, como HÉRCULES, na mitologia, o mais
grego, que situou no monte Olimpo, onde os deuses forte e belo de todos.
viviam entregues a seus caprichos e desavenças, As Artes na Grécia antiga
pouco interessados no culto ritualístico mas atentos às Nos cinquenta anos que seguiram as Guerras
vicissitudes de seus protegidos terrestres. O homem e Médicas Atenas viveu um período de florescimento
seu destino. cultural e artístico que faria com que marcaria a
Para os gregos, o homem era o centro do cidade. Esta época produziu nomes como Ésquilo,
universo e a medida de todas as coisas. Cada homem Sófocles, Eurípides, Fídias e Polígnotos. Atenas era a
compunha-se de corpo e alma; esta, ao morrer, descia salvadora da Grécia, que a livrara dos bárbaros
em forma de sombra para o reino de Hades, na persas, proporcionava liberdade política e sentimento
embarcação de Caronte. Apenas os heróis e os de independência, e dominava os mares com sua
favorecidos dos deuses iam para os campos elísios. frota.
Os rebeldes eram castigados no Tártaro, e quem A exaltação provocada pela formação de seu
tivesse cometido crime contra pessoa do mesmo novo império marítimo e dos avanços sociais
sangue era perseguido ainda em vida pelas fúrias. favoreceu a produção intelectual e cultural, junto com
As crenças órficas acentuaram o dualismo o intercâmbio de idéias proporcionado pela atração de
entre a alma e o corpo. Consideravam este como uma visitantes de todo o mundo grego.
prisão da alma, ao contrário da cultura grega clássica,
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Administração pública viviam na cidade, exercendo todo tipo de atividade. O
Na democracia ateniense os oradores número de escravos é ainda mais difícil de estimar,
desempenhavam um papel importantíssimos, pois mas fala-se[1] em cerca de 150.000 a 400.000. O
mesmo sem ter participação no governo tinham recenseamento efetuado por Demétrio de Falero no
influência decisiva nos acontecimentos políticos. final do século IV a.C. revelou os números de 21.000
Alcibíades, Clêon e Demóstenes foram desses cidadãos, 10.000 metecos e 400.000 escravos.
cidadãos comuns que tiveram sua participação na
política como oradores. A GUERRA DO PELOPONESO E O DECLÍNIO DE
A administração em geral era feita por ATENAS
autoridades de diversos escalões. Estas eram em Apesar de declarada por trinta anos, a paz com
geral escolhidas por sorteio, a exceção dos cargos que Esparta durou apenas quinze. Em 431 a.C. a Guerra
exigiam algum conhecimento técnico ou experiência. do Peloponeso começa entre Atenas e Esparta, e
Os mandatos eram de um ano, e em geral eram Atenas entra também em guerra contra Corinto na
formadas por juntas de 10 membros, um para cada disputa por rotas comerciais. O evento culminante
uma das tribos. Mesmo soando estranho, este sistema desta guerra — a malfadada expedição ateniense à
de sorteio e decisões colegiadas parece ter dado Sicília — deflagrou a insurgência de vários aliados-
resultados satisfatórios, afinal os sorteios eram feitos súditos de Atenas, reprimida com algum sucesso. Ao
entre candidatos voluntários e estes tinham de passar final da guerra, também os persas se aliaram contra
por exame de capacitação diante da Boulé. Além do Atenas graças às intrigas de Alcibíades então exilado.
que, eles eram também obrigados a prestar contas à Com todos esses reveses, a própria cidade
Boulé de todos os seus atos. acabou por se insurgir, e em 411 a.C. um governo
Os principais cargos eram os arcontes (com oligárquico conhecido como "O Conselho dos
poder judiciário) e os estrategos. Além deles haviam Quatrocentos" foi instaurado, complementado
os tesoureiros, cujos principais eram os dez nominalmente pela "Assembléia dos Cinco Mil" que
tesoureiros de Atena (tamiai), depois os recebedores nunca foi convocada. Apesar disso a frota de
gerais (apodektai) também em número de 10, que Alcibíades, então chamado de volta, continuou
recebiam e distribuíam aos outros magistrados as defendendo os ideais democráticos de Atenas. Com a
finanças públicas, de acordo com as necessidades. revolta da Eubéia os Quatrocentos acabaram por ser
Outros cargos eram os poletai que vendiam depostos.
bens confiscados e arrecadavam rendimentos de Terâmenes foi um dos nomes mais importantes
arrendamentos; praktores que arrecadavam multas tanto no período oligárquico, quanto na sua deposição,
judiciais; logistái que examinavam as contas públicas e um governo misto de oligarquia e democracia
e dos magistrados que deixavam os cargos, todos idealizado por ele e baseado na "Assembléia dos
estes em número de 10. O policiamento era Cinco Mil" entrou então em vigor. Esta forma de
coordenado pelos astynomoi, que se dividiam em governo, elogiada por Tucídides e Aristóteles foi
cinco para a cidade e cinco para o porto do Pireu, e os finalmente posta de lado em prol do retorno a
reparos das ruas ficavam a cargo dos hodopoi. Haviam democracia no ano de 410 a.C. depois da vitória naval
também outras juntas, como juntas de inspetores de em Cízicos.
mercado, inspetores de pesos e medidas, etc. Todos A democracia durou até a rendição de Atenas
eles eram escolhidos por sorteio. Os helanotamiai, em 404 a.C. quando a oligarquia foi restaurada,
tesoureiros dos tributos federais, assim como outros subordinada ao comando dos espartanos.
funcionários técnicos (superintendente do Atenas estava empobrecida e com seu império
abastecimento de águas, comissários de obras mutilado depois da guerra, e ficou a mercê do
públicas, etc) eram escolhidos por eleição. espartano Lisandros. A nova oligarquia liderada por
O policiamento da cidade ficava por conta de Crítias formou um governo conhecido como "Os
trezentos arqueiros citas, que eram escravos públicos. Trinta" que deveria governar e elaborar uma nova
Os carcereiros e guardas incumbidos de prender constituição. Foi composto um conselho de adeptos da
malfeitores eram também escravos públicos, e se oligarquia, os Quinhentos, que impôs um reinado de
subordinavam a uma junta conhecida como Os Onze. terror sobre Atenas.
Diversas outras funções administrativas e burocráticas Mas as divergências entre os oligarcas levaram
eram exercidas por escravos públicos, inclusive a uma guerra civil com os democratas, liderados por
funções importantes como a guarda dos arquivos Trasíbulos. Com a intervenção de Pausânias, rei de
públicos. Esparta, a guerra civil terminou com a vitória da
democracia em 403 a.C..
População Em 395 a.C. Atenas junto com Tebas, Argos e
Estima-se, baseado no número de hoplitas, Corinto tentam se rebelar contra a supremacia
que a população em Atenas no início da Guerra do espartana mas a tentativa fracassou e resultou na paz
Peloponeso fosse de cerca de 40.000 cidadãos, que de Antralcidas em 387 a.C. ditada pelo rei da Pérsia
com suas famílias compunham cerca de 140.000 que recuperou então as cidades da Ásia Menor e o
pessoas. Além destes, cerca de 70.000 metecos domínio do Mar Egeu.
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Os principais nomes do pensamento ateniense família. À frente do governo estavam dois reis de
nessa época foram Sócrates, Platão, Tucídides e sucessão hereditária, descendentes, segundo a
Aristófanes. tradição, dos gêmeos Eurístenes e Procles, cujos
LEITURA COMPLEMENTAR SOBRE A GRÉCIA filhos, Ágis e Eurípone, teriam dado nome às dinastias
ANTIGA reinantes: ágidas e euripôntidas. Tinham igual
Esparta Frente aos ideais autoridade como chefes religiosos e militares e
atenienses de liberdade e contavam com o assessoramento de uma espécie de
democracia, a cidade de senado, a gerúsia, composta de 28 membros
Esparta representou, na vitalícios, maiores de sessenta anos, eleitos por
Grécia antiga, os valores aclamação pela assembléia do povo, denominada
da apela.
austeridade, do espírito cívico e militar, da igualdade Aos integrantes da GERÚSIA, os Gerontes,
social e da submissão total do indivíduo ao estado. cabia preparar as leis a serem votadas pela apela e
Curiosamente, esse modelo de sociedade, constituir um tribunal que julgava os processos de
consolidado pelas reformas legislativas de Licurgo por interesse do estado, especialmente os que afetassem
volta do ano 700 a.C., inspirou a teoria do contrato os soberanos. A apela, integrada por todos os
social de Rousseau, documento básico da democracia cidadãos com plenos direitos, aprovava ou rejeitava os
moderna. projetos apresentados, elegia os gerontes e os éforos
Esparta, Spárti em grego moderno, está (principais magistrados de Esparta) e votava a paz e a
situada no sudeste da península do Peloponeso, às guerra.
margens do rio Eurotas. A cidade atual, ao norte das Em meados do século VI a.C., Esparta tornou-
ruínas antigas, é capital do departamento da Lacônia. se uma das principais potências da Grécia.
Fundação. Primitivamente habitada por povos pré- Desprezando os avanços culturais, filosóficos e
helênicos, a Lacônia foi invadida pelos aqueus, que aí artísticos de Atenas, concentrou sua força na atividade
teriam fundado a cidade de Lacedemônia (a tradição militar. A educação dos jovens era sempre voltada
aponta, como fundador, Lacedemônio, filho de Zeus e para os interesses do estado e sobretudo para as
Taígeta). Por volta do século XII a.C., os dórios, em guerras. Ao chegar à idade adulta, os homens se
ondas sucessivas, ocuparam a região e, no local da convertiam nas "muralhas de Esparta", já que a cidade
antiga Lacedemônia, ergueram Esparta no século IX carecia de fortificações.
a.C., como resultado da fusão de quatro povos dóricos A mulher espartana desfrutou de mais
com o povoado aqueu de Amiclas. liberdade em comparação com outras gregas. Sua
A cidade logo se impôs sobre as vizinhas função principal era dar ao estado filhos fortes e
graças a seu poderoso exército. Após a unificação, sadios. A força militar de Esparta foi decisiva na luta
todo o território ficou sob o comando de Esparta e suas que uniu todos os gregos para repelir a invasão persa
terras foram repartidas entre os guerreiros. A entre 481 e 480 a.C. e derrotar completamente os
população foi dividida em três classes: a dos agressores, um ano depois.
espartanos, ou cidadãos, com todos os direitos civis e Coube aos espartanos, liderados por Leônidas,
políticos; a dos periecos, homens livres, antigos protagonizar a heróica defesa do estreito das
habitantes da região, possuidores de terras, sem Termópilas. Livres da pressão persa, os gregos
direitos políticos mas obrigados ao serviço militar e passaram a guerrear entre si. As guerras do
responsáveis pelo comércio e indústria, atividade Peloponeso (431-404) entre Esparta e Atenas teve
vedada aos espartanos, proibidos de acumular origem na rivalidade econômica e política entre as
riquezas; e os hilotas, SERVOS do estado, que duas potências. Atenas, dona de uma importante frota
cultivavam as terras dos espartanos. capaz de controlar os povos das ilhas, ameaçava a
Numericamente inferiores, os espartanos se tradicional superioridade espartana na península.
impuseram uma severíssima disciplina militar, sobre a Depois de anos de combates terrestres e navais, os
qual se assentava sua organização político-social. espartanos conseguiram submeter Atenas e seus
Isentos de tarefas agrícolas, dedicavam-se ao aliados. Entretanto, o triunfo obrigou Esparta a
governo, à caça e ao treinamento militar e desportivo, administrar um extenso território que excedia sua
entendidas essas atividades como necessárias para a capacidade de controle.
disciplina pessoal e social. Em breve, as cidades gregas começaram a
Dos sete aos vinte anos o jovem era submetido mostrar seu descontentamento com o duro regime
a treinamento militar intensivo, por conta do estado. espartano. Atenas, Corinto, Tebas e Argos coligaram-
Dos vinte aos sessenta o cidadão estava ligado ao se e, com a ajuda dos persas, derrotaram Esparta, em
serviço militar, devendo tomar com os companheiros a 387 a.C. A cidade vivia uma grave crise social,
refeição da noite. Aos vinte anos já podia casar-se, motivada pela desigualdade entre a oligarquia e o
mas só aos trinta era desobrigado de dormir no restante da população, submetida a condições de
acampamento. miséria. Esparta foi então obrigada a firmar com os
As moças recebiam treinamento análogo e persas uma paz pela qual perdeu o domínio sobre as
privilegiavam o dever patriótico em relação ao amor à
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colônias jônicas da Anatólia, embora mantivesse certo em condições de servir o exército. A Assembléia tinha
poder na Grécia continental. como principais funções: eleger altos funcionários,
Por fim, a vitória do tebano Epaminondas em aprovar ou rejeitar leis, aclamar o rei.
Leuctras, em 371 a.C., acabou com a soberania SOCIEDADE: A DIVISÃO DE CLASSES
espartana no Peloponeso e na Grécia, na primeira A sociedade romana estava dividida
batalha em campo aberto perdida pelos espartanos. nas seguintes categorias:
Poucos anos depois, o poder da Macedônia, estado • Patrícios: eram os cidadãos romanos,
helenizado do norte, se impôs sobre toda a Grécia. grandes proprietários de terras, rebanhos
Esparta vegetou nas épocas helenística e romana e, e escravos. Desfrutavam de direitos
no ano 396 d.C., foi destruída pelos visigodos. políticos e podiam desempenhar funções públicas
Os bizantinos a repovoaram e, em 1460, a no exército, na religião, na justiça, na
região caiu em poder dos turcos otomanos. A cidade administração;
moderna foi edificada a partir de 1834, junto às ruínas • Clientes: homens livres que se associavam aos
antigas. É um pequeno núcleo comercial e industrial, patrícios, prestando-lhes diversos serviços
que vive da produção de cítricos e azeite de oliva. pessoais em troca de auxílio econômico e proteção
ROMA – A CIVILIZAÇÃO social;
ROMANA • Plebeus: homens livres que se dedicavam ao
Educador: Tércio comércio, ao artesanato e ao trabalho agrícola.
Crisótomo A plebe representava a maioria da população
Monarquia: Início da romana, sendo constituída de imigrantes vindos,
organização político- sobretudo, de regiões conquistadas pelos romanos.
social OBSERVAÇÃO: Durante o período monárquico, os
Por volta do século plebeus não tinham direitos de cidadão, isto é, não
VII a.C., os etruscos podiam exercer cargos públicos nem participar da
impuseram seu domínio aos ITALIOTAS, e a aldeia Assembléia Curial;
romana acabou-se por tornar uma cidade. • Escravos: eram, em sua maioria, prisioneiros de
Ao adquirir características de cidade, Roma guerra. Trabalhavam nas mais diversas atividades,
iniciou um processo de organização político-social que como serviços domésticos e trabalhos agrícolas.
resultou na Monarquia. Desempenhavam funções de capatazes,
POLÍTICA: AS INSTITUIÇÕES professores, artesãos etc. O escravo era
Durante a monarquia, Roma foi governada por considerado bem material, propriedade do senhor,
rei, Senado* e Assembléia Curial. que tinha o direito de castigá-lo, vendê-lo, alugar
O rei era juiz, chefe militar e religioso. No seus serviços, decidir sobre sua vida ou morte.
desempenho de usas funções, submetia-se a PASSAGEM PARA REPÚBLICA
fiscalização da Assembléia Curial e do Senado. Apesar dos progressos que Roma vinha
alcançando com a Monarquia, no reinado de Tarquínio
as famílias romanas poderosas (os patrícios) ficaram
insatisfeitas com as medidas adotadas por esse rei
etrusco em favor dos plebeus.
Para controlar diretamente o poder em Roma,
os patrícios, que formavam o Senado, rebelaram-se
contra o rei, expulsando-o estabelecendo uma nova
organização política: a República.
REPÚBLICA:
Novas instituições políticas e
FORÚM ROMANO expansão militar
São conhecidos sete reis romanos: Rômulo, Com a instalação da
Numa Pompílio, Túlio Hostílio, Anco Márcio, Tarquínio Republica, os patrícios
Prisco (o Antigo), Sérvio Túlio e Tarquínio ( o organizaram uma estrutura social e
Soberbo). Provavelmente deve ter existidos outros administrativa que lhes permitia
reis. Porém não há comprovação histórica. Dos reis exercer domínio sobre Roma e
citados acima quatro eram italiotas e os três últimos desfrutar os privilégios do poder.
eram etruscos. Os patrícios controlavam
O SENADO era um conselho formado por quase a totalidade dos altos cargos da República.
cidadãos idosos, responsáveis pela chefia das Esses cargos eram exercidos por dois cônsules e
grandes famílias (genos).As principais funções do outros importantes magistrados. Na chefia da
Senado eram: propor novas leis e fiscalizar as ações República os cônsules eram auxiliados pelo Senado,
dos reis. composto por trezentos destacados cidadãos
A Assembléia Curial compunha-se de cidadãos
agrupados em cúrias*. Seus membros eram soldados
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romanos. Havia, ainda, a Assembléia dos Cidadãos, passou a desprezar o homen pobre da plebe da
manobrada pelos ricos patrícios. mesma maneira que um elevado patrício.
CONFLITOS ENTRE PATRÍCIOS E Conquistas Militares e expansão territorial
PLEBEUS A luta política entre patrícios e plebeus não
Embora os plebeus constituíssem a maioria da chegou a desestabilizar o poder republicano. Prova
população, eles não tinham direito de participar das disso é que a República romana expandiu
decisões políticas. Tinham deveres a cumprir: lutar no notavelmente seu território através de várias
exército, pagar impostos etc. A segurança de Roma conquistas militares.
dependia de um exército forte e numeroso. Os plebeus As primeiras evidências da expansão militar
eram indispensáveis na formação do exército, uma consistiram no domínio completo da península itálica.
vez que constituíam a maior parte da população. Mais tarde, tiveram inicio as guerras contra Cartago
Conscientes disso e cansados de tanta (cidade no norte da África), conhecidas como Guerras
exploração, os plebeus recusaram-se a servir o Púnicas* .
exército, o que representou duro golpe na estrutura Posteriormente veio a expansão pelo mundo
militar de Roma. Iniciaram uma longa luta política antigo.
contra os patrícios, que perdurou por mais de um ✓ Guerras Púnicas (264-146 a.C.) – a principal
século. causa das guerras púnicas foi disputa pelo
Lutaram para conquistar direitos, como o de controle comercial do Mediterrâneo. Quando
participar de decisões políticas, exercer cargos da os romanos completaram o processo de
magistratura ou casar-se com patrícios. conquistas da península Itálica, Cartago era
Conquistas da Plebe uma próspera cidade comercial que possuía
Para retornar ao serviço militar, os plebeus colônias no norte da África, na Sicília, na
fizeram várias exigências aos patrícios e conquistaram Sardenha e na Córsega. Era, portanto, uma
direitos. Entre eles encontrava-se a criação de um forte concorrente dos romanos.
comício da plebe, presidido por um TRIBUNO DA Para impor sua hegemonia comercial e militar
PLEBE. na região do Mediterrâneo, os romanos precisavam
A pessoa do tribuno da plebe seria inviolável, derrotar Cartago. Após batalhas violentas,
pessoa protegida contra qualquer violência ou ação da desgastantes e com duras perdas, os romanos
justiça. Ela teria também poderes especiais para conseguiram arrasar Cartago em 146 a.C. · Expansão
cancelar quaisquer decisões do governo que pelo mundo antigo – eliminando a rival ( Cartago), os
prejudicassem os interesses da plebe. romanos abriram caminho para a dominação de
Outras importantes conquistas obtidas pela regiões do Mediterrâneo ocidental (Macedônia,
plebe foram: Grécia, Ásia Menor). O mar mediterrâneo foi
✓ Lei das Doze Tábuas (450 a.C) – Juízes inteiramente controlado pelos romanos que o
especiais (decênviros) decretariam leis escritas chamavam de mare nostrum (nosso mar).
válidas para patrícios e plebeus. Embora o CONSEQUÊNCIAS DAS CONQUISTAS MILITARES
conteúdo dessas leis fosse favorável aos As conquistas militares acabaram levando a
patrícios, o código escrito serviu para dar clareza Roma à riqueza dos países dominados. O estilo de
às normas, evitando arbitrariedades; vida romano, antes simples e modesto, evoluiu em
✓ Lei Canuléia (445 a.C.) – autorizava o direção ao luxuoso, ao requintado, ao exótico. A
casamento entre patrícios e plebeus. Mas na elevação do padrão e do estilo de vida romano refletia-
prática só os plebeus ricos conseguiam casar-se se na construção das casas, nos vestuários e na
com patrícios. alimentação das classes dominantes. Mas o luxo e a
✓ Eleição dos magistrados plebeus (362 a.C.) – riqueza eram privilégios de uma minoria de patrícios e
os plebeus conseguiram, lentamente, Ter plebeus ricos.
acesso a diversas magistraturas romanas. Em No plano cultural, as conquistas militares
336 a.C., elegeu-se o primeiro cônsul plebeu, colocaram os romanos em contato com a cultura de
era a mais alta magistratura; outras civilizações. Nesse sentido, deve-se destacar a
✓ Proibição da escravidão por dívidas – por grande influência dos gregos sobre os romanos. Á
volta de 366 a.C. foi decretada uma lei que sociedade também sofreu transformações. Os ricos
proibia a escravização de romanos por dívidas ( nobres romanos, em geral pertencentes ao Senado,
muitos plebeus havaim se tornado escravos dos tornaram-se donos de grandes latifúndios, que eram
patrícios por causa de dívidas). Em 326 a.C., a cultivados pelos escravos.
escravidão de romanos foi definitivamente Obrigados a servir no exército romano, muitos
abolida. plebeus regressaram a Itália de tal modo empobrecido
As diversas conquistas da plebe, entretanto, que, para sobreviver, passaram a vender seus bens.
não beneficiaram igualmente a todos os membros da Sem terras, inúmeros camponeses plebeus
plebe. Os cargos políticos e os privilégios ficaram emigraram para a cidade, engrossando a massa de
concentradas nas mãos da nobreza plebéia, que desocupados pobres e famintos.
Crise e fim da Republica
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O aumento da massa de plebeus pobres e Com a conquista da Grécia, os romanos
miseráveis ornava cada vez mais tensa a situação assimilaram muitas divindades, batizado-as com
social e política de Roma. A sociedade dividia-se em nomes romanos (Latinos). Para os romanos a
dois grandes pólos. De um lado, o povo e seus líderes, religião tinha em grande medida sentido prático e
que reivindicavam reformas sociais urgentes. De outro utilitarista (pragmatismo). Havia portanto dois tipos
a nobreza e grandes proprietários rurais. de cultos:
A REFORMA DOS GRACO ✓ Privado: celebrado pelo o chefe da família
Diante do clima de tensão, os irmãos Tibério e (pater famílias)
Caio Graco, que eram tributos da plebe, tentaram ✓ Público: Celebrado pelos sacerdotes
promover uma reforma social (133-132 a.C.) para romanos, com a supervisão dos
melhorar as condições de vida da massa plebéia. magistrados, a autoridade máxima religiosa
Entre outras medidas, propuseram a distribuição de romana era O SUMO PONTÍFICE (pontifex
terras entre camponeses plebeus e limitações ao maximus).
crescimento dos latifúndios. A religião romana era um dos fundamentos do
Sofreram então forte oposição do Senado Estado, sendo utilizada com finalidade política. No
romano. Acabaram sendo assassinados a mando dos período imperial romano, a figura do imperador era
nobres, que se sentiram ameaçados pelo apoio venerada por todos que o cultuavam, pois depois de
popular que os irmãos vinham recebendo. morto ocupava os lugares sagrados ao lado dos
Fracassadas as reformas sociais dos irmãos Graco, a deuses tradicionais (apoteose). Tanto ricos como
política, a economia e a sociedade romanas entraram pobres e até mesmo os escravos desenvolviam suas
num período de grande instabilidade. crenças e religiosidades, buscavam a proteção divina
RELIGIOSIDADE ROMANA e sobrenatural, por meios de rituais ate mesmo de
A religião romana assim como a grega era magias.
caracterizada pelo: A transição para o império
➢ Politeísmo: Acreditava-se em vários deuses. Com o agravamento da crise, tradicionais
➢ Antropormofismo: Os deuses podiam ter a instituições foram questionadas, e um clima de
forma humana. desordem e agitação foi tomando conta da vida das
➢ Zoomorfismo: Os deuses podiam ter a forma de cidades. Diversos chefes militares entraram,
animais. sucessivamente, em luta pelo poder, marcando o
➢ Dualismo: acreditava-se no Bem x Mal. processo de transição para o império. Entre os
➢ Sacrifícios: Principalmente de animais, mais até principais acontecimentos desse processo destacam-
seres humanos foram sacrificados, como é o se:
caso de crianças recém-nascidas que eram Em 107 a.C., o general Caio Mário tornou-se
queimadas ao deus Moloke (MOLOQUE) que cônsul. Reformou o exército, instituindo o pagamento
era construído todo em metal. de salário (soldo) para os soldados. Em 82 a.C., o
➢ Mitologia: Nota-se a presença de diversas general Cornélio Sila, representando a nobreza,
divindades mitológicas na religião romana. derrotou Caio Mário e instituiu um governo ditatorial.
Entre os principais deuses da mitologia Em 79 a.C., Sila foi forçado a deixar o poder
romana encontramos: devido a seu estilo antipopular de governo, pois a
✓ APOLO: deus do sol situação social estava incontrolável.
✓ BACO: deus do vinho Em 60 a.C. estabeleceu-se o Primeiro
✓ CERES: deusa da terra e da agricultura. Triunvirato*, formado por Crasso, Julio César e
✓ CUPIDO: deus do amor e da reprodução. Pompeu para governar Roma.
✓ DIANA: deusa da lua e da casa Pouco tempo depois de assumir o poder,
✓ FORTUNA: deusa da sorte Crasso foi assassinado. Surgiu, então, séria rivalidade
✓ MARTE: deus da guerra entre Pompeu e Julio César.
✓ MERCÚRIO: Mensageiro dos deuses César saiu vitorioso e tornou-
✓ MINERVA: deusa da sabedoria se ditador supremo de Roma.
✓ NETUNO: deus dos mares Promoveu, durante o seu governo,
✓ VULCANO: deus do fogo diversas reformas sociais para
✓ VESTA: deusa do lar controlar a situação. Em 44 a.C. foi
✓ VÊNUS: deusa do sexo do amor assassinado por uma conspiração
✓ JUPTER: Nome romano de ZEUS, deus do organizada por membros do
Olímpo. Senado.
✓ JUNO : Nome romano de Hera, esposa de Julio Cezar (100 a.C até 44ª.C.)
Zeus. Em 43 a.C., estabeleceu-se o Segundo
OBSERVAÇÃO: Estes deuses namoravam e Triunvirato, composto por Marco Antonio, Otávio e
geraram semideuses, como Hércules, na mitologia. Lépido.
O poder foi dividido entre os três: Lépido ficou

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com os territórios africanos, mas depois foi forçado a para facilitar a administração. Esse sistema de
retirar-se da política; Otávio ficou responsável pelos governo, entretanto não se consolidou.
territórios ocidentais; e Marco Antonio assumiu o Baixo Império Cristão (306-476) – nesse
controle dos territórios do Oriente. período, destacou-se o reinado de Constantino, que
Surgiu intensa rivalidade entre Otavio e Marco através do Edito de Milão, concedeu liberdade
Antonio, que se apaixonara pela rainha Cleópatra, do religiosa aos cristãos. Consciente dos problemas de
Egito. Declarando ao Senado que Marco Antonio Roma, constantino decidiu mudar a capital do império
pretendia formar um império no Oriente, Otavio para a parte oriental.
conseguiu o apoio dos romanos para derrotá-lo. Para isso remodelou a antiga Bizâncio ( cidade
Assim, tornou-se o grande senhor de Roma. fundada pelos gregos) e fundou Constantinopla, que
IMPÉRIO ROMANO: significava “cidade de Constantino”
APOGEU E QUEDA DE ROMA CRISE DO IMPÉRIO
A partir de 27 a.C., Otávio foi acumulando O Baixo Império foi sendo corroído por uma
poderes e títulos, entre eles o de longa crise social, econômica e política. Entre os
Augusto*, e o de imperador. Otávio fatores que contribuíram para essa crise, destacam-
Augusto tornou-se, na prática, rei se:
absoluto de Roma. Mas não ➢ Elevados gastos públicos para sustentar a
assumiu oficialmente o título de rei e imensa estrutura administrativa e militar;
permitiu que as instituições ➢ Aumento dos impostos para custear as
republicanas (Senado, Comício despesas do exército e da burocracia
Centurial e Tribal etc.) continuasse administrativa;
existindo na aparência. ➢ Crescimento do número de miseráveis entre a
plebe, os comerciantes e os camponeses;
Otavio Augusto (27 a.C. até 14 d.C.) ➢ Desordens sociais e políticas provocadas por
ALTO IMPÉRIO ( 27 a.C.-235 d.C): O alto rebeliões tanto das massas internas quanto
império foi a fase de maior esplendor desse período. dos povos submetidos.
Durante o longo governo de Otávio Augusto (27 a.C.- Agravando ainda mais essa situação social e
14 d.C.), uma série de reformas sociais administrativas econômica, os romanos tiveram de enfrentar a
foi realizada. Roma pressão dos povos bárbaros*. Chegou um momento
ganhou em em que os romanos perceberam que os soldados
prosperidade encarregados de defender Roma vinham dos próprios
econômica. povos contra os quais eles (romanos) combatiam.
O imenso Divisão e Declínio do Império e Invasão Bárbara
império passou a Com a morte de Teodósio, em 395, o grande
desfrutar um período de império Romano foi dividido em: Império Romano do
paz e segurança, Ocidente, com sede em Roma; e Império Romano do
conhecido como Pax Oriente, com sede em Constantinopla.
Romana. A finalidade dessa divisão era fortalecer cada
COLISEU ROMANO uma das partes do império para vencer a ameaça das
Após a morte de Otavio Augusto , o trono invasões Bárbaras. Entretanto, o Império Romano do
romano foi ocupado por vários imperadores, que pode Ocidente não teve organização interna para resistir
ser agrupados em quatro dinastias: aos sucessivos ataques dos povos bárbaros.
✓ Dinastia dos Julios-Claudius (14-68) – Os bárbaros tinham exércitos eficientes, que
Tibério, Calígula, Claudio e Nero; · Dinastia contavam com soldados guerreiros, coesão interna
dos Flávios (69-96) –Vespasiano e das tropas e boas armas metálicas.
Domiciano; Apesar de rudes, os bárbaros exibiam ideal e
✓ Dinastia dos Antoninos (96-192) – Nerva, vigor. Roma, por sua vez, mostrava-se corrompida
Trajano, Adriano, Marco Arélio, Antinino Pio e pela discórdia, pela indisciplina no exército e pela falta
Cômodo. de entusiasmo das populações miseráveis. É por isso
✓ Dinastia dos Severos (193-235) – Sétimo, que cerca de quinhentos mil bárbaros conseguiram
Severo, Caracala, Macrino, Heliogábalo e desestabilizar o um império com mais de oitenta
Severo Alexandre. milhões de pessoas.
BAIXO IMPÉRIO (235-476) Em 476, o ultimo imperador de Roma, Romulo
O baixo império corresponde à Augusto, foi deposto por Odocro, rei do hérulos, um
fase final do período imperial. Costuma dos povos bárbaros.
ser subdividido em: Quanto ao Império Romano do Oriente,
Baixo Império pagão (235-305) – período em embora com transformações, sobreviveu até 1453,
que dominava as religiões não-cristãs. Destacou-se o ano em que os turcos conquistaram a cidade de
reinado de Dicleciano, que dividiu o governo do Constantinopla, capital do Império Bizantino.
enorme império entre quatro imperadores (tetrarquia) DEUS NOS ABENÇOE !
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