Você está na página 1de 13

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ

Instituto de Ciências Humanas e Sociais - ICHS


Departamento de História

DISCIPLINA OBRIGATÓRIA: A presença-ausência da África na história:


os africanos e suas diásporas na Historiografia Universal
Terça-feia : 13-17h
2024.1
Prof. Dr. Alain Pascal kaly

Ementa

A periodização ocidental e ocidentalizada da historiografia africana tende a começar no


século XV. Isso acaba colocando o continente africano e os africanos na periferia da
História da Humanidade.
Os processos de tráfico negreiro e de escravidão para a Ásia e o Oriente (as rotas
transaarinas, o Oceano Índico e o Mar Vermelho) e mais tarde para o mundo atlântico -
a partir do século XV- obrigaram muito cedo os africanos transplantados e os seus
descendentes (as diásporas negras) à lutar não só pela reconquista da dignidade humana,
mas também reposicionar o continente africano, suas populações e os descendentes dos
transbordados no seio da historiografia universal. No século XIX, a escrita tornou-se
para os negros transplantados (diásporas) e re-transplantados (os retornados da Jamaíca
e do Canada para a Serra Leoa no século XVIII e dos Estados Unidos para a Libéria no
século XIX) no mundo ocidental uma das maiores armas de luta pela reconquista da
humanidade.
Quase dez anos depois das "independências políticas" da maioria dos países do
continente africano, a década de 70 se consolidou como uma nova frente de luta em
nome da humanidade. Essa luta buscava: 1) reverter a negação da humanidade ao
africano e suas diásporas; 2) recolocar o continente africano no bojo dos debates da
historiografia universal. Nesse mesmo período, em 1970, a Conferência Geral da
Unesco delegou ao Diretor Geral do mesmo órgão a criação de um comitê cientifico
para a redação da Historia Geral da África. A partir do ano seguinte, o Comitê montado
era (Bethwell A. Ogot, 1980) composto de um seleto grupo de 39 pensadores, cujo dois
terços eram compostos por pensadores oriundos do continente africano. Mas o que teria
levado a Conferência Geral de 1970 a adotar esta resolução? O que estaria em jogo? E
porque a História do continente africano e dos africanos tiveram este "privilégio" neste

1
período?
Contudo, na região latino-americana e sobretudo no Brasil, as mesmas lutas de
reconquistas da dignidade humana continuavam fazendo parte da agenda dos
movimentos negros cujo ensino da história da África e das diásporas negras constituíam
uma das prioridades das mobilizações dos movimentos sociopolíticos.
Em análise comparativa, décadas depois, no contexto brasileiro, o governo do
presidente Fernando Henriques Cardoso levou o Brasil a operar uma guinada política e
cultural a fim de colocar o Brasil nos trilhos da democracia. Estas novas políticas
públicas incluírem iniciadas pelo então presidente ganharam consistentes e
aplicabilidade no governo do presidente Lula com a obrigatoriedade do ensino da
História da África, dos brasileiros de "origem africana" e das sociedades indígenas. No
entanto, Por que foi preciso estabelecer uma Lei para o ensino da História do Continente
Africano, dos africanos e das suas diásporas? Seriam os políticos mais "sábios/menos
conservadores" que os universitários?

Desta forma, em meio aos questionamentos e críticas à historiografia, o curso pretende


focar analiticamente a presença-ausência do continente africano, dos africanos e suas
diásporas na historiografia universal.

Objetivos

- Contextualizar os debates sobre o surgimento do ser humano no continente africano e


os impactos dos processos da sua dispersão para o povoamento do mundo.

- Analisar os impactos da domesticação do meio ambiente pelo ser humano e os


primeiros cacos da cultura, das práticas religiosas, do parentesco, da técnica e da
tecnologia.

- Analisar o lugar do Egito Faraônico na formação das bases do que viria a ser o maior
orgulho do mundo ocidental: "as engenhosidades" gregas e contextualizar o
cosmopolitismo do Egito Faraônico e o papel do Mar Mediterrâneo nas circulações das
ideias e das técnicas.

- Analisar: 1) o cruzamento central do continente africano nas estruturações e


reorganização das religiões universalistas e sua importância na formação do mito
fundador do Judaísmo e do povo hebreu; 2) da consolidação do Cristianismo no norte da
África e o papel filosófico e teológico de Santo Agostinho; 3) o Islã/ o mundo árabo-
muçulmano e a introdução da produção de cana de açúcar, do café e de suas técnicas de
no mundo ibérico.

-Analisar os silêncios sobre a escravização secular de brancos pelos brancos e depois


para os mundos muçulmanos;

2
- Analisar os trabalhos feitos pelos teólogos e depois as ciências para a construção do
branco a partir da Família Santa.

- Analisar os impactos do tráfico e da escravidão para o mundo atlântico e suas


repercussões na formação das Américas, na consolidação dos estados-nações europeus,
nas revoluções políticas, culturais, sociais e tecnológicas na Europa e finalmente na
modernidade ocidental e na ocidentalização do resto do mundo.

- Analisar sociopoliticamente a criação da coleção História Geral da África no período


pós-independência e a re-escrita das histórias nacionais, regionais, continentais e
mundiais.

- Analisar finalmente os impactos políticos e intelectuais da Lei 10.369 nos debates


sobre a democracia e a cidadania no Brasil.

Conteúdo Programático

I – O continente africano no centro da historiografia universal.

II – O Egito Faraônico e os seus legados para as bases da modernidade da humanidade.

III - A África no cruzamento das três religiões monoteístas universalistas e a edificação


cultural dos pilares da modernidade ocidental e do mundo ocidentalizado.

IV - O papel das duas margens do Mar Mediterrâneo e a introdução no mundo Ibérico


de plantas (cana de açúcar, algodão e café), técnicas e tecnologias na inauguração da
nova era a partir do século XV.

V- os impactos dos silêncios políticos e ideológicos sobre os processos de escravização


dos brancos pelos branco e depois para os mundos muçulmanos.

V - A África e os africanos na "descoberta" das Américas e os processos coloniais.

VI - Os processos coloniais das Américas e as diásporas negras.

VII - Os Negros e as revoluções políticas, sociais, tecnológicas e culturais nas Américas


e na Europa.

VIII- As políticas de invisibilização e de negação de si nos cursos de Ciências Humanas


nas universidades brasileiras.

3
Avaliação
A avaliação será realizada através de 1 prova e um trabalho final.

Tema I

Os pontos de partida da humanidade

- surgimento do ser humano


- os processos de dispersão e a criação de ferramentas
- línguas e transmissões de conhecimentos e técnicas
- agricultura
- parentesco
- rudimentares práticas culturais

Bibliografia

BA, Hampaté. A tradição viva. In:


http://forumeja.org.br/br/sites/forumeja.org.br/files/A%20tradi%C3%A7%C3%A3o
%20viva%20-%20Amadou%20Hampat%C3%A9%20B%C3%A2%20(texto
%20basico).pdf

CHANDA, Nayan. Sem fronteira. Os comerciantes, missionários, aventureiros e


soldados que moldaram a globalização. São Paulo, Record, 2011. (capitulo 1).

Leituras complementares

CONNAH, Graham. África desconhecida. Uma introdução à sua arqueologia. São


Paulo, Edusp, 2013.
Da Silva, Glaydson (org). A história da antiguidade clássica. São Paulo, Alameda,
2017.
DESMOND, Adrian; MOORE, James. A causa sagrada de Darwin. Raça, escravidão
e a busca pelas origens da humanidade. Rio de Janeiro, Record, 2009.
DIAMOND, Jared. Armas, germes e aço. Os destinos das sociedades humanas. Rio de
Janeiro, Record, 2012.
LANGANEY, André; CLOTTES, Jean; GUILAINE, Jean; SIMONNET,
Dominique. La plus belle histoire de l´Homme. Paris, Seuil, 1998. (farei a
apresentação)

4
KLEIN, Richard G; EDGAR, Blake. O despertar da cultura. A polêmica teoria sobre a
origem da criatividade humana. Rio de Janeiro, Jorge zahar, 2004.
THURAM, Lilian. Mes étoiles noires. De Lucy à Barack Obama. Paris. Philippe Rey,
2010. (capitulo 3: La Charte Du Mande. “Toute vie est une vie...”. les chasseurs Du
Manden, 1222.)

WOOLF, Daniel. Uma história global da História. Petrópolis, Vozes, 2014.

Livros sagrados
Alcorão
A Bíblia
Torá. A Lei de Moisés.

Tema II

O Egito Faraônico

O patrimônio cultural e suas contribuições na civilização da humanidade.


Porque o patrimônio cultural do Egito faraônico virou um “caso de policia” de cientistas
como também a sua posição geográfica. Mas que estaria em jogo?

Bibliografia

BERNAL, Martin. Black Athena, les racines afro-asiatiques de la civilisation


classique. Volume I. Paris, PUF, 1999. Farei a apresentação dos pontos essenciais.
CAMARA, Fatou Kine. Le système africain de protection des droits de l´ homme.
Cours de licence 1. Faculte Juridique et politique de l UCAD. In :
www.DroitsHumainsAfrique.pdf.
Da Silva, Glaydson (org). A história da antiguidade clássica. São Paulo, Alameda,
2017.
DIOP, Cheikh Anta. L´Afrique noire pré-coloniale. Paris, Presence africaine, 1987.
- Nations negres et culture. De l antiquité negre egyptienne aux
problemes culturels de l´Afrique Noire d´aujourd´hui. Paris, Présence africaine, 1979.
Farei apresentação dos pontos essenciais.
HARRIS, J.R. O legado do Egito. Rio de Janeiro, Imago editora LTDA, 1993.
- Tecnologia e materiais. A medicina
- A tradição canônica (Eric Iversen)
- O conceito de direito no antigo Egito. (Aristide Theodorides)
- O legado à África
- O Egito cristão e copta.

5
BARGEMAN, Lisa Ann. A origem egípcia do cristianismo. São Paulo,, Ed.
Pensamento, 2012. (aulas 4-5)

ROONEY, Anne. A historia da física. São Paulo, M. Books, 2013. (Um-a aluno-a
fara a apresentação do primeiro capitulo).

Leituras complementares.

TRAUNECKER, Claude. Os deuses do Egito. Ed. UNB, 1995.


HARPUR, Tom. O Cristo dos pagãos. A sabedoria antiga e o significado espiritual da
Bíblia e da Historia de Jesus. (capítulos 3-5). Ler e discutir comparativamente os dois
autores nas aulas 3 e 4.
LIRA, David Pessoa de. O batismo de coração no vaso do conhecimento: uma análise
do corpus hermeticum IV 3-6a. São Leopoldo, EST, 2014. Tese de doutorado.
MOKHTAR, Gamal. HGA volume 2. In:
http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001902/190250POR.pdf. Capitulo 5

MEREDITH, Martin. O destino da África. Cinco mil anos de riquezas, ganância e


desafios. Rio de Janeiro, Zahar, 2017.

OBENGA, Theophile. L´Egypte, la Grece et l´Ecole d´Alexandrie. Histoire interculturelle


dans l´Antiquité. Aux sources égyptiennes de la philosophie grecque. Paris, Khepra/L
´Harmattan, 2005.

- La philosophie africaine de la période pharaonique . 2780 –


330 avant notre ère. Paris, L´Harmattan, 1990.

Documnetario sobre as contribuições do Egito em medicina.


https://www.youtube.com/watch?v=bz-KaLa_y_E (aula 6)

O conto do camponês eloquente. In:


http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/2461/11/ulsd059259_td_vol.2_4.%20Conto
%20do%20Campon%C3%AAs%20Eloquente.pdf

O dialogo de um desesperado com o seu ba. In:


http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/2461/9/ulsd059259_td_vol.2_6.%20Dialogo_
.pdf

SOMET, Yoporeka. L´Egypte ancienne. Un système africain du monde. Paris, TEHAM


Editions, 2018.

Tema III

6
O continente africano no cruzamento das religiões monoteístas universalistas:

- Judaísmo e os mitos fundadores


- Cristianismo
- Islã & tráfico e escravidão de africanos para o continente asiático e no mundo ibérico.

Bibliografia

CHANDA, Nayan. Sem Fronteira. São Paulo, Ed. Companhia das Letras,
2011. Capitulo 2.
LEWIS, David Levering. O Islã e a formação da Europa de 570 a 1215. Barueri/SP,
Amarilys, 2010.

ALMEIDA Carlos Alberto Ferreira. Notas sobre a Alta idade Média no noroeste de
Portugal. In: http://ler. Letras.up.pt/uploads/ficheiro/3315.pdf.10/10/2016.
ARENDT, Hannah. O conceito de amor em Santo Agostinho. Lisboa, Jean Piaget.
BOXER, Charles R. A igreja militante e a expansão ibérica 1440- 1770. São Paulo,
Companhia das Letras, 2007.
BRANCO, Alberto Manuel Vara. Do Reino de Axum ao Reino da Etiópia (século I
d.C ao século XVII): a forma e o isolamento do Cristianismo na África do norte e
nordeste. Millenium, n. 48 (jan/jun). 2015, p.63-74.
Da Silva, Glaydson (org). A história da antiguidade clássica. São Paulo, Alameda,
2017.

DIOP, Cheikh Anta. L´Afrique noire pré-coloniale. Paris, Presence africaine, 1987.
- Nations negres et culture. De l antiquité negre egyptienne aux
problemes culturels de l´Afrique Noire d´aujourd´hui. Paris, Présence africaine, 1979.
Farei apresentação dos pontos essenciais.
FREUD, Sigmund. Moisés e o monoteísmo. Lisboa, Imago, s/d.
GOODY, Jack. O roubo da história. Como os europeus se apropriaram das ideias e
invenções do Oriente. São Paulo, Contexto, 2008.
JÚNIOR, Lincoln Etchebéhère; LEPINSKI, Thiago Pereira de Sousa. Cristandade
oriental: a Igreja Etíope na idade média. Mirabília, Vitória-ES, n. 9,dez 2009, p.75-88.
HOURANI, Albert. Uma história dos povos árabes. São Paulo, Companhia das Letras,
1993.
KALY, Alain Pascal. A consciência negra: perigos ou salvação de uma nação? In:
http://revistaeixo.ifb.edu.br/index.php/RevistaEixo/article/viewFile/517/281
LEWIS, Davis Levering. O Islã e a formação da Europa de 570 a 1215. São Paulo,
Amarilys, 2010.
M´BOKOLO, Elikia. África negra. História e civilizações. Tomo I. São Paulo/Salvador,
Casa das Áfricas/Edufba, 2011.

7
PIRATELI, Marcos Roberto. De corretione donastistarum liber unus: igreja universal e
poder temporal na carta 185 de santo Agostinho, 2010. In:
http:/www.ppe.uem.br/jean/anais/2010/pdf/23.pdf.5/11/2016.p.3
REBOIRAS, Fernando Domingues. A Espanha medieval, fronteiras da cristandade.
International studies on law and education 12 set-dez 2012 Cemoroc-feusp/UI-Univ. de
Porto.
SANCOVSKY, Renata Rozental. Reis, bispos e rabinos. Das polêmicas anti-judaícas à
invenção do converso na Alta Idade Média (séculos V a VII d.c). Curitiba, Ed. Prisma,
2015.
- Inimigos da fé. Judeus, conversos e judaizantes na
Península Ibérica século VII. Rio de Janeiro, Imprinta, 2010.
OLIVEIRA, Anderson José Machado de. Devoção e identidade: significados do culto de
santo Elesbão e Santa Efigênia no Rio de Janeiro e nas Minas gerais no Setecentos.
Topii, v.7,n.12,jan-jun. 2006, PP.60-115.
- A santa dos pretos: apropriações do culto de
santa Efigênia do Brasil Colonial. Afro-Ásia, n. 35. 2007, PP.237-262

TALIB, Yusof. A diáspora africana na Ásia. In volume III HGA.


SAID, Edward W. Freud e os não-europeus. São-Paulo, boitempo, 2004.
SANTO, Moisés Espírito. Os mouros fatimidas e as aparições de Fátima. Lisboa, Assírio
& Alvim, 2006.
SLOTERDIJK, Peter. Derrida, um egípcio. São Paulo, Estação Liberdade, 2009.
THEISSEN, GERD, A religião dos primeiros cristãos. Uma teoria do cristianismo
primitivo. São Paulo, Paulinas, 2009.
YERUSHALMI, Yosef Hayim. O Moisés de Freud. Lisboa, Imago, 1992.
Filme: santo Agostinho
WOLKMER, Antonio Carlos. O pensamento político medieval: Santo Agostinho e São
Tomaz e Aquino. Revista Cr´tica jurídica, Brasilia, n. 09, jul/dez, 2001.

Leituras complementares
-CROWLEY, Roger. Impérios do mar. A batalha final entre cristãos e muçulmanos
pelo controle do Mediterrâneo. , 1521 – 1580. São Paulo, Três Estrelas, 2009.
-LYON, Jonathan. A casa da sabedoria. Como a valorização do conhecimento pelos
árabes transformou a civilização ocidental. Rio de Janeiro, Zahar, 2011.
Livros sagrados
Filme: Os Dez mandamentos

Alcorão
A Bíblia
Torá. A Lei de Moisés.

8
Tema IV

O continente africano e os africanos na base da era da modernidade ocidental a


partir do século XV: a “descoberta” das Américas e os processos coloniais (trafico,
escravidão e colonização territorial)

- Estados na África Ocidental: Gana e Mali


- Comércio inter-africano
- Europeus nas costas da África
- “descoberta” das Américas
- tráfico e escravidão para o mundo atlântico
-plantation e as reconfigurações linguísticas, culturais, políticas, demográficas,
econômicas e sociais das Américas e da Europa
- a formação dos estados-nações das Américas

Bibliografia

BARRY, Boubacar. Le royaume Du Waalo. Le Senegal avant a conquête. Paris,


Karthala, 1985.
BLACKBURN, Robin. A construção do escravismo no Novo Mundo. Do barroco ao
moderno, 1492 -1800. Rio de Janeiro, Record, 2003. Capitulo XII.
BRAGA, Isabel M.R. Mendes Drumond. Entre a Cristandade e o Islão (XV-XVII).
Cativos e renegados nas franjas de duas sociedades em confronto. Ceútas, Instituto de
estudos Ceuties, 1998.
BERLIN, Ira. Gerações de cativeiro. Uma história da escravidão nos Estados Unidos.
Rio de Janeiro, Record, 2006.
CHANDA, Nayan. Sem fronteira. Os comerciantes, missionários, aventureiros e
soldados que moldaram a globalização. São Paulo, Record, 2011. Capítulo 5.
FRYER, Peter. British Black history. London, Index books, 1993. (farei apresentação)
GILROY, Paul. O Atlântico negro. Rio de Janeiro, UCAM/ed.34, 2001.
GRUZINSKI, Serge. Que horas são... lá, no outro lado? América e Islã no limiar da
época moderna. Belo Horizonte, Autentica Ed. Ltda, 2012.
HOURANI, Albert. O pensamento árabe na era liberal, 1798 – 1939. SãoPaulo,
Companhia das letras, 2003.
INIKORI, Joseph E. Africans and the industrial revolution in England. A study in
international trade and economic development. New York, Cambridge University Press,
2002. (farei a apresentação).

9
KALY, Alain Pascal. Uma presença-ausência. A presença-ausência dos árabes e
de muçulmanos nos processos de modernização Brasileira: a readequação dos
mapas coloniais. In:
http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rpcsoc/article/view/
5144

KEAY, John. A rota das especiarias. Uma aventura épica. As origens misteriosas, os
exploradores destemidos e as cargas exóticas. Lisboa, CasadasLetras, 2007.

M´BOKOLO, Elikia. África negra: História e civilizações. Tome I. São Paulo, Casa das
África2012.
REDIKER, Marcus. O navio negreiro. Uma história humana. São Paulo, Companhia
das Letras, 2011.
ROTH, Luis Carlos de. O renascimento do Atlântico: os grandes impérios marítimos.
In: Atlântico. A história de um oceano. São Paulo, Companhia das Letras,2013. Capitulo
III.
RUSSELL-WOOD, John. Histórias do Atlântico portugués. Sao Paulo, EdUnesp,
2014
WILLIAMS, Eric. Capitalismo & escravidão. São Paulo, Companhia das Letras, 2012.

Tema V

As diásporas negras (nas Américas e na Europa) nas revoluções sociais, políticas e


culturais e nos processos de independência nas Américas.
- Os mundos das plantations e a “filosofia das relações”
- A construção das bases do capitalismo ocidental
- Os negros e a re-construção do novo mundo, do novo homem, de novas sociedades.
- Questionando a modernidade ocidental e as estruturações das hierarquias baseadas em
“raças”.

Bibliografia

ALLENDE, Isabel. A Ilha sob o mar. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2009.
ALEXANDER, Michelle. A nova segregação. Racismo e encarceramento em massa.
São Paulo, Boitempo, 2017.
DEPELCHIN, Jacques. Por uma recuperación de la historia africana. De África a Haití
a Gaza. Barcelona, OOzebap, 2010.

10
GOMES, Flavio (org). Mocambos de Palmares. Historias e fontes (séculos XVI-XIX).
Rio de Janeiro, 7Letras & Faperj, 2010.
COOPER, Frederick; HOLT, Thomas; SCOT, Rebecca. Além da escravidão.
Investigações sobre raça, trabalho e cidadania em sociedade pós-emancipação. Rio de
Janeiro, Civilização brasileira/Sephis, 2003. Capitulo, I.
GRANDIN, Grec. O império da necessidade. Escravatura, liberdade e ilusão no Novo
Mundo. Rio de Janeiro, Rocco,2014.
GUERRERO, Dolores Fernández. La revolución haitiana y el fin de un sueño colonial
(1791 – 1803). Cidade do Mexico, UNAM, 1997.
GUIMARAES, Renato. Dois estudos para a mão esquerda. Cabanagem. Guerrilha ou
luta de massas. Rio de Janeiro, Revan, 2000.
HOBSBAWM, Eric J. A era das revoluções, 1789 – 1848. São Paulo, Paz e Terra,
2011.
HELG, Aline. Os afro-cubanos, protagonistas silenciados da história cubana. : Revista de
Estudos & pesquisas sobre as Américas, V8, n.1. 2014.
HOCHSCHILD, Adam. Enterrem as correntes. Profetas e rebeldes na luta pela
libertação dos escravos. Rio de Janeiro, Record, 2007.
HUNT, Lynn. A invenção dos direitos humanos. Uma história. São Paulo, 2009
JAMES, C.L.R. os jacobinos negros. Toussaint L’ Ouverture e a revolução de São
Domingos. São Paulo, Boitempo, 2000.
JACOBSON, Matthew Frye. « Pessoas livres brancas” na República, 1790 – 1840. In:
Branquidade. Identidade branca e multiculturalismo. (Vron Ware, org). Rio de Janeiro,
Garamond/UCAD, 2004.
REISS, Tom. Conde Negro. Glória, revolução, traição e o verdadeiro conde de Monte
Crsito. Rio de Janeiro, Objetiva, 2012.
Susan Buck-Morss. Hegel e Haiti. In:
http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0101-33002011000200010.

LINEBAUGH, Peter, REDIKR, Marcus. A hidra de muitas cabeças. Marinheiros,


escravos, plebeus e a historia oculta do Atlântico revolucionário. São Paulo, Companhia
das letras, 2008.
MINTZ, Sidney W. O poder amargo do açúcar. Produtos escravizados, consumidores
proletarizados. Recife, UFPE, 2010.
REISS, Tom. Conde negro. Gloria, revolução, traição e o verdadeiro Conde de Monte
Cristo. Rio de Janeiro, Objetiva, 2015.
TEIXEIRA DA SILVA, Francisco Carlos. Um oceano de revoluções. História e
historiografia do Atlântico e de suas revoluções nos séculos XVII e XVIII (Capitulo
VIII). In: Atlântico. A história de um oceano. São Paulo, Companhia das Letras,2013.
SPITZER, Leo. Vidas de entremeio. Assimilação e marginalização na Áustria, no
Brasil e na África Ocidental, 1780 -1945. Rio de Janeiro, Eduerj, 2001.

11
THOMPSON, Robert Farris. Flash of spirit. Arte e filosofia africana e afro-
americana. São Paulo, Museu Afro São Paulo, 2011.
TOMICH, Dale. Pensando o “impensável”: Victor Schoelcher e o Haiti. In: Mana 15
(1): 2009.
THURAM, Lilian. Mes étoiles noires. De Lucy à Barack Obama. Paris. Philippe Rey,
2010. (capitulo 3: La Charte Du Mande. “Toute vie est une vie...”. les chasseurs Du
Manden, 1222.)
WILMORE, Gayraud S ; CONE, James H. Teologia negra. São Paulo, Paulinas,
1986.
Filmes: Não sou o teu negro; Sarafina.

Tema VI

Africanos e suas diásporas nas lutas pela modernização social e política dos seus
estados nações: o caso do Brasil.

- O continente africano, os africanos e suas diásporas na historiografia universal.


- Os debates sobre o ensino da historia da África, dos afro-brasileiros e dos povos
indígenas no Brasil.
- A lei 10639 e a re-escritura da historia nacional.
- os debates sobre a cidadania e os privilégios seculares

Bibliografia

ALEXANDER, Michelle. A nova segregação. Racismo e encarceramento em massa.


São Paulo, Boitempo, 2017.
BARBOSA, Muryatan Santana. A África por ela mesma: a perspectiva africana
na História Geral da África (Unesco). São Paulo, Depart. Historia da USP. In:
www.teses.usp.br%2Fteses%2Fdisponiveis%2F
CUNHA, Olivia Maria Gomes; GOMES, Flavio dos Santos (orgs). Quase-cidadão.
Historias e antropologias da pós-emancipação no Brasil. Rio de Janeiro, FGV, 2007.
DEPELCHIN, Jacques. Por uma recuperación de la historia africana. De África a Haiti
a Gaza. Barcelona, oozehap, 2011.
DO Lago, Luiz Aranha Correa. Da escravidão ao trabalho livre. Brasil, 1550 –
1900. São Paulo, Companhia das letras, 2014.
FERREIRA LINS, Monica Regina;LUIZ, Fernandes. A PRESENÇA-AUSÊNCIA
DA HISTÓRIA DA ÁFRICA NOS CURRÍCULOS DE HISTÓRIA DAS
UNIVERSIDADES DO RIO DE JANEIRO: ANTES E DEPOIS DA LEI 10.639/03. I
Encontro de História da Educação do estado do Rio de Janeiro, Niterói – RJ de 4 a 6 de
junho de 2007. Disponível em https://www.academia.edu/5418842/A_PRESEN
12
%C3%87A-AUS%C3%8ANCIA_DA_HIST%C3%93RIA_DA_%C3%81FRICA_NOS_CURR
%C3%8DCULOS_DE_HIST
%C3%93RIA_DAS_UNIVERSIDADES_DO_RIO_DE_JANEIRO_ANTES_E_DEPOIS_DA
HANCHARD, Michael George. Orfeu e o poder. Movimento negro no Rio e Sao
Paulo. Rio de Janeiro, Eduerj, 2001.
GRINBERG, Keila. O fiador dos brasileiros. Cidadania, escravidão e direito civil no
tempo de Antonio Pereira Rebouças. São Paulo, Companhia das Letras, 2002.

LIRA, David Pessoa de; TRINDADE, Celio Juliano Barroso. Elementos


epistemológicos e filosóficos etnocentrocos: inversão de paradigmas e modelos para
estudos afros em diásporas.

MACEDO, José Rivair. Historia da África. São Paulo, Contexto, 2013


MUDIMBE, Valentin Y. A invenção de África. Gnose, filosofia e a ordem do
conhecimento. Luanda, Pedago, s/d.
- A ideia de África. Luanda, Pedago, 2012.
OLIVEIRA, Reinaldo José de ( org). A cidade e o negro no Brasil. Cidadania e
território. São Paulo, Alameda, 2013.
PAIVA, Angela Randolpho (org). Ação afirmativa em questão: Brasil, Estados Unidos,
Africa do Sul e França. Rio de Janeiro, Pallas, 201.
PEREIRA, Amilcar Araújo. O mundo negro. Relações raciais e a constituição do
movimento negro no Brasil. Rio de Janeiro, Pallas/Faerj, 2013.
;MONTEIRO, Ana Maria. (orgs) ensino de história e
culturas afro-brasileiras e indígenas. Rio de Janeiro, Pallas, 2013.
SOUZA, José (org). multiculturalismo e racismo. Uma comparação Brasil – Estados
Unidos. Brasilia, Paralelo 15, 1997.
TINHORAO, José Ramos. Os sons dos negros no Brasil. Cantos – danças-folguedos:
origens. São Paulo, Art Editoria, 1988.
XAVIER, Patrícia Pereira. Dragão do mar: a construção do herói jangadeiro.
Fortaleza, Museu do Ceara, 2011.
SALES, Veronique (org.). os historiadores. São Paulo, Edusp, 2010.
SOUZA, Jessé (org). Multiculturalismo e racismo. Uma comparação Brasil – Estados
Unidos. Brasília, Paralelo 15, 1997.

13

Você também pode gostar