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Lição 2 8 de janeiro

“PEQUENAS MENTIRAS” CRIAM GRANDES PROBLEMAS

Texto da lição: Génesis 12:10-20

Leituras diárias:

Segunda: Isaías 59:1-15 Quinta: 1 João 2: 18-25


Terça: Prov. 12:22 Sexta: 1 João 4:20-21
Quarta: Salmo 101 Sábado: Efésios 4:25

Leitura devocional: Mentindo contra o Espírito Santo – Atos 5:1-11

Texto áureo: “Eis as coisas que deveis fazer: Falai verdade, cada um com o seu
companheiro; executai juízo de verdade e de paz nas vossas portas.” (Zacarias 8:16)

INTRODUÇÃO: Nas palavras proferidas por Deus a Abrão, em Génesis 12:1-3, havia
promessas extraordinárias: Deus faria dele uma grande nação, abençoá-lo-ia e dar-
lhe-ia um grande nome, sendo ele uma bênção. Tinha a garantia da proteção de Deus
face a todos os que quisessem o seu mal. Abrão devia, agora, saber que Deus era
com ele. Mas, à semelhança de muitos que recebem as promessas e as bênçãos do
Senhor, em circunstâncias adversas, esquecem umas e outras e a sua fé fraqueja. O
crente nunca se deve esquecer de manter completa confiança no Senhor!

I – FOME NA TERRA (12:10)

Abrão tinha subido ao topo da montanha, quando ouviu as promessas do Senhor.


Foi um ponto alto, que encheu o seu coração de grande confiança e alegria,
certamente. Geralmente, a estes pontos altos, seguem-se momentos em que a nossa
fé é posta à prova. O teste à fé de Abrão surgiu naquele ambiente de fome. Esta foi
uma penosa circunstância, enquanto seguia na senda das promessas e bênçãos de
Deus. A fome era o resultado da seca, da ausência de chuva, por longos períodos de
tempo, causando escassez de mantimentos. Naquela altura, a fome era “grande”. O
Egito era, naturalmente, em casos de seca, o destino mais recomendado, visto que o
caudal do rio Nilo garantia água, em abundância, para irrigar todas as campinas em
redor, pelo que Abrão rumou ao Egito. Que situações têm acontecido na tua vida
que resultaram como testes à tua fé?

II – A MENTIRA, NOS PLANOS DE ABRÃO (12:11-13)

1. A motivação para a mentira (12:11-12). Por vezes, a mentira não é


planeada, surgindo no calor do momento. Uma situação de maior pressão pode
originar uma mentira como reação imediata. Noutras alturas, pode ser previamente
ponderada, tal como aconteceu com Abrão. Ao aproximar-se do Egito, no seu espírito
surgiram pensamentos, receios e inquietações quanto à sua vida, dada a beleza de
Sarai, temendo que os egípcios o matassem para ficarem com a sua mulher.
2. O conteúdo e a causa da mentira (12:13). Situações extremas pedem
medidas extremas! Como resposta ao seu medo, Abrão urde um esquema para se
livrar de perigos, arrastando Sarai consigo. Abrão aproveita-se do amor de Sarai,
implorando-lhe, como prova do amor, que minta afirmando ser sua irmã, quando
questionada. Sarai, era, efetivamente, meia irmã de Abrão, visto ser, igualmente, filha
de Tera, se bem que de outra mãe (Gén. 20:12). Esta bivalência era uma forma de
tranquilizar a consciência de Abrão, face à mentira que planeara. Porém, aos olhos de
Deus e dos homens, a mentira era completamente reprovável, visto ser, para todos os
efeitos, casado com Sarai. Jesus disse ser Satanás o pai da mentira (João 8:44). Em
Provérbios 6:16-17, 19, a Bíblia declara que Deus abomina a língua mentirosa e
testemunhas que falseiam a verdade.
Percebe-se, nas suas palavras, um Abrão mais preocupado com a sua vida do
que com a vida e bem-estar de Sarai, expondo-a a ser tomada por qualquer outro
homem! Abrão confiava mais na mentira que Sarai teria que apresentar do que na
ação de Deus como seu protetor. Porém, aqueles que confiam nas promessas do
Senhor não necessitam de recorrer a medidas extremas, nem a esquemas duvidosos.
A confiança plena no Senhor é a resposta aos temores do crente perante situações
difíceis!

III – ACONTECIMENTOS NO EGITO (12:14-16)

1. Os egípcios reparam na beleza de Sarai (12:14-15a). Naturalmente, como


Abrão premeditara, os egípcios, tanto o povo como os príncipes de Faraó,
imediatamente repararam na beleza de Sarai.
2. Sarai é levada para a casa de Faraó (12:15b). Os príncipes do Egito, cujos
ofícios eram desempenhados na presença de Faraó, comentaram e gabaram a
beleza de Sarai, tendo esta sido levada para a casa do rei.
3. Faraó trata bem Abrão (12:16). Grato pelo prazer de ter Sarai perto de si, e
pela estima que ela granjeara, Faraó “fez bem a Abrão”, com gentileza e cordialidade,
concedendo-lhe imensos bens. Poderíamos ser levados a pensar que a mentira de
Abrão recebeu, da parte de Deus, grande recompensa! Deus abomina a mentira; por
isso, não se tratou de uma retribuição divina. O que parecia ser uma “pequena
mentira” estava prestes a tornar-se num grande problema.

IV – PRAGAS SOBRE FARAÓ E TODA A SUA CASA (12:17)

Abrão sentir-se-ia razoavelmente bem com a presença de Sarai no palácio real,


visto ter acumulado riquezas dadas por Faraó. Porém, Deus não podia, de forma
alguma, estar feliz. O desagrado do Senhor foi notório através das pragas que
assolaram o palácio real. Grande sofrimento e doença se fizeram sentir. Tudo isto
aconteceu (efeito) por Sarai ser mulher de Abrão (causa).
Notemos como o texto enfatiza o cerne da questão: Sarai era mulher de Abrão.
As promessas de Deus diziam respeito a Abrão, mas envolviam, também, Sarai. As
promessas de Deus não se concretizariam com Sarai a morar no palácio real. Embora
Abrão tivesse pecado, o Senhor interveio para garantir as promessas feitas e as
bênçãos que receberiam, segundo a Sua vontade. Louvemos ao Senhor pela Sua
proteção a Abrão e a Sarai, visando o Seu plano de redenção para o mundo!

V – FARAÓ QUESTIONA ABRÃO E DESPEDE-O (12:18-20)

O texto não nos esclarece acerca da forma como Faraó soube que Sarai e
Abrão eram casados. Teriam vindo as pragas, porventura, logo após a ida de Sarai
para o palácio? Teria sido alertado, em sonhos, pelo Senhor? O facto é que ele o
soube, confrontando, imediatamente, Abrão com a gravidade da situação que criara,
através de três perguntas: (1) “Que é isto que me fizeste?” (2) “Por que não me
disseste que ela era tua mulher?” (3) “Por que disseste: É minha irmã?” Podemos
imaginar Faraó interrogando-se: Quem é esta gente que acarreta tanto mal sobre
mim, pelo facto de trazer a sua mulher para minha casa? Este foi o primeiro encontro
dos egípcios com o Senhor, mas não seria o último (Êxodo, caps 7 a 12).
Porque o rei se queria ver livre daquelas pragas o mais rapidamente possível, e
porque Sarai era a causa, imediatamente deu duas ordens a Abrão: toma a tua
mulher e vai-te! Para evitar mais delongas, deu ordem aos seus varões para os
acompanharem até aos termos do seu reino (12:20). Das promessas feitas a Abrão,
constava a proteção de Deus que, naquele momento, se manifestava. Agora, Abrão e
Sarai seguem, como marido e esposa, com todos os bens conseguidos, aguardando
as demais bênçãos para eles e os seus descendentes.

CONCLUSÃO: Não nos é possível imaginar as terríveis teias de angústia e dor que
nos aguardam, quando urdimos a mentira! Não nos iludamos, como Abrão, com a
nossa esperteza apoiada naquilo que Deus abomina!
Quando enfrentamos o medo ou o perigo, coloquemos toda a nossa confiança no
Senhor.
Louvemo-Lo pela proteção concedida a Abrão e a Sarai, para que tivéssemos a
graça da salvação em Jesus Cristo.

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