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Índice

Introdução...................................................................................................................................3

1. Etimologia e o conceito de bioética como ciência..................................................................4

2. Debate em torno do inicio da vida humana............................................................................5

3. Visão da igreja católica na defesa da vida e suas origens.......................................................7

4. Importância da bioética hoje e relação da bioética e ecologia................................................9

Conclusão..................................................................................................................................10

Bibliografia...............................................................................................................................11
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Introdução

Etimologia e o conceito de bioética como ciência, debate em torno do inicio da vida humana,
visão da igreja católica na defesa da vida e suas origens, importância da bioética hoje e
relação da bioética e ecologia, constitui o foco principal do trabalho.

O propósito do trabalho é de trazer reflexões epistemológicas e da igreja católica, mas dar, de


maneira sucinta, uma ideia de alguns fundamentos do pensamento e posicionamento católico
sobre os principais pontos a cima apontados. O mesmo, procura, igualmente, abrir caminhos
para posteriores aprofundamentos dos assuntos abordados.

Obviamente, o trabalho possui dois tipos de objectivos: Geral e Específicos.


No que concerne ao objectivo geral, temos o seguinte:

 Trazer alguns fundamentos científicos e posicionamento teológico da igreja católica


no que tange a questão da bioética.

E para que se garantisse o alcance deste objectivo foi necessário traçar-se alguns objectivos
específicos que se resumem nos seguintes:

 Trazer a etimologia e o conceito de bioética como ciência;


 Trazer a visão da igreja católica na defesa da vida e suas origens;
 Falar da importância da bioética hoje e relação da bioética e ecologia.

O trabalho é pertinente na medida em que traz algumas abordagens epistemológicas sobre


assuntos ligados a bioética e posicionamentos da igreja católica na mesma problemática.

Quanto a metodologia, recorreu-se a consulta bibliográfica numa abordagem qualitativa e, como


técnica, fez-se uma leitura exaustiva, análise facial das fontes usadas e os dados foram
sintetizados de forma descritiva.

O trabalho está estruturado da seguinte maneira: introdução, desenvolvimento e inclui uma


conclusão ao menos parcial, mediante a sua abordagem, inclui igualmente uma bibliografia final da
fonte usada. Como técnica, fez-se uma leitura exaustiva, análise facial da fonte consultada.
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1. Etimologia e o conceito de bioética como ciência

Etimologicamente, a Bioética é um neologismo construído a partir das palavras gregas bios


(vida) + ethos (ética). Define-se como “o estudo sistemático da conduta humana no âmbito
das ciências da vida e da saúde” (Reich, 1995. P. 57).

A Bioética pode ser entendida como ciência, disciplina ou movimento de intervenção social e
centra a sua actuação, fundamentalmente, no agir da pessoa humana e nas consequências que
daí resultam, pretendendo com isso melhorar as realidades da vida e do viver.

Segundo Padre Sapato, Padre Cunlela, Irma Maria (2014),

Bioética é o estudo sistemático da conduta humana, no âmbito das ciências da vida e


da saúde, considerada `a luz de valores e de princípios morais. […] é a orientação que
diz respeito `as intervenções sobre a vida, entendida em sentido extensivo que deve
compreender também as intervenções sobre a vida e a saúde do homem (p. 40).

Trata-se de um ramo de estudo interdisciplinar que utiliza o conceito de vida da Biologia, o


Direito e os campos da investigação ética para problematizar questões relacionadas à conduta
dos seres humanos em relação a outros seres humanos e a outras formas de vida.

Um dos conceitos que definem Bioética (“ética da vida”) é que esta é a ciência “que tem
como objectivo indicar os limites e as finalidades da intervenção do homem sobre a vida,
identificar os valores de referência racionalmente proponíveis, denunciar os riscos das
possíveis aplicações” (LEONE; PRIVITERA; CUNHA, 2001).

Para isso, a Bioética, como área de pesquisa, necessita ser estudada por meio de uma
metodologia interdisciplinar. Isso significa que profissionais de diversas áreas (profissionais
da educação, do direito, da sociologia, da economia, da teologia, da psicologia, da medicina
etc.) devem participar das discussões sobre os temas que envolvem o impacto da tecnologia
sobre a vida. Todos terão alguma contribuição a oferecer para o estudo dos diversos temas de
Bioética. Por exemplo, se um economista do governo propõe um novo plano económico que
afeta (negativamente) a vida das pessoas, haverá aspectos bioéticos a serem considerados.

A Bioética surgiu na segunda metade do século XX, devido ao grande


desenvolvimento da Medicina e das ciências, que avançaram cada vez mais para a
modificação da vida humana e a promoção do conforto humano, bem como para a
utilização de cobaias vivas (humanas e não humanas). A fim de evitar horrores, como
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os que foram vividos dentro dos campos de concentração nazistas e de técnicas


médicas que ferissem os princípios vitais das pessoas, surgiu a Bioética como meio de
problematizar o que está oculto na pesquisa científica ou na técnica médica quando
elas envolvem a vida (Ramos, 2009. P. 374).

O primeiro documento conhecido é de Fritz Jahr que em 1927, publicou um artigo na revista
alemã Kosmos, onde apresentava a Bioética como a emergência de obrigações éticas não
apenas com o homem, mas com todos os seres vivos. Seguindo a linha do pensamento
filosófico de Kant, propôs o Imperativo Bioético: “Respeita cada ser vivo em princípio como
uma finalidade em si e trata-o como tal na medida do possível (Cfr. idem).

Daqui partiria a reflexão do médico oncologista norte-americano Van Ressenlaer Potter,


preocupado com os avanços tecnológicos e com os efeitos que o meio ambiente exercia na
saúde humana devido ao comportamento do homem. A sua esperança era de que o fim último
do progresso tecnológico e científico fosse o homem e a sua qualidade de vida, tendo a
Bioética como missão consciencializar a humanidade para uma vida digna.

Considerado o verdadeiro pai da Bioética quando a apresentou em 1970 como a ciência da


sobrevivência, é notável a preocupação e o esforço de Potter em manter na Bioética as
características fundamentais: abrangente, trans e interdisciplinar, plural, aberta a críticas e a
novos conhecimentos; Bioética como movimento social, que ele redefiniria no final dos anos
noventa para reabilitar as suas ideias originais como Bioética Profunda: “Bioética como nova
ciência ética que combina humildade, responsabilidade e uma competência interdisciplinar,
intercultural e que potencializa o senso de humanidade (Ramos, 2009. P. 381).

2. Debate em torno do inicio da vida humana

Outro conceito importante para construirmos a nossa reflexão ética/bioética é o inicio de vida
humana. Para a Bioética, é fundamental o respeito à vida humana. Mas o que designamos vida
humana?

Segundo Ramos (2009), refere que:

Os principais livros de Embriologia, a vida humana inicia-se no exacto momento da


fecundação, quando o gâmeta masculino e o gâmeta feminino se juntam para formar um novo
código genético. Esse código genético não é igual ao do pai nem ao da mãe, mas é composto
de 23 cromossomas do pai e de 23 cromossomas da mãe (p. 384).
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Sendo assim, nesse momento, inicia-se uma nova vida, com património genético próprio, e, a
partir desse momento, essa vida deverá ser respeitada. Este é o primeiro estágio de
desenvolvimento de cada um de nós. A nossa experiência mostra que o desenvolvimento de
todos nós se deu da mesma maneira, ou seja, a partir da união dos gâmetas do pai e da mãe.

Além disso, a vida é um processo que pode ser:

a) Contínuo: porque é ininterrupto na sua duração. Estar vivo representa dizer que não
existe interrupção entre sucessivos fenómenos integrados. Se houver interrupção, haverá a
morte.
b) coordenado: significa que o DNA do próprio embrião é responsável pelo
gerenciamento das etapas de seu desenvolvimento. Esse código genético coordena as
actividades moleculares e celulares, o que confere a cada indivíduo uma identidade
genética.
c) progressivo: porque a vida apresenta, como propriedade, a gradualidade, na qual o processo
de desenvolvimento leva a uma complexidade cada vez maior da vida em formação.

Segundo Padre Sapato, Padre Cunlela, Irma Maria, a questão do inicio da vida humana se
assenta mais dentro do parâmetro da reprodução natural e reprodução assistida (Cfr. Padre
Sapato, Padre Cunlela, Irma Maria, 2014, p. 42).

Reprodução natural

O ser humano começa a existir quando no acto sexual o óvulo que sempre tem o
cromossoma X fica fecundado pelo espermatozóide que tem ou cromossoma X ou Y,
resultando numa menina - XX, ou num rapaz -XY, dependendo do tipo de
espermatozóide que fecunda o óvulo (p. 42).

No que tange a questão da sexualidade humana é firmemente radicada na carne e no sangue e


toca um conjunto de factores:

Sexo cromossómico: depende da constituição genética que distingue cromossomas sexuais


diferentes, XX na mulher e XY no homem. Essa fórmula preside todas as diferenciações
ulteriores. Sexo gonádico: distingue na mulher órgãos genitais do tipo feminino, os ovários, e
no homem, os testículos, órgãos do tipo masculino. Nesse contexto, distingue-se também o
sexo enzimático, isto é, a existência de substâncias químicas provenientes dos ganes que
provocam as determinações gonádicas que aparecem no crescimento do indivíduo, Sexo
endócrino: concerne as secreções hormonais das glândulas endócrinas que ficam derramadas
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directamente no sangue do indivíduo para permear todo o organismo. O sexo endócrino é


essencialmente mas não unicamente relacionado as gônatas e determina o aspecto exterior do
indivíduo; Sexo morfológico: concerne as características sexuais secundárias exteriores –
órgãos genitais externos, estatura, abundância, disposição do pêlo, o tom da voz etc. Trata-se
do sexo do estado civil; Sexo psicológico: constituído pelas características afectivas e
intelectuais de cada sexo; funcional: toca o papel do indivíduo de realizar um acto sexual
seguido ou não por procriação (Idem).

Reprodução assistida

Consiste na assistência médica do processo de reprodução humana. Existem várias técnicas de


assistência de acordo com os motivos da necessidade da assistência, destacam-se a
Fecundação in vitro e transferência de embriões, Inseminação artificial que consiste na
colocação do esperma na vagina ou numa outra parte do aparelho reprodutivo feminino por
meios artificiais. Este método é usado para responder à questões ligadas à esterilidade ou
impotência masculina. Em princípio, esta prática não apresenta dificuldades morais quando o
esperma provém do cônjuge.

3. Visão da igreja católica na defesa da vida e suas origens

De certeza, o valor da vida de algumas pessoas, em diferentes épocas, não foi respeitado (e
ainda hoje, em muitos casos, não é). Por exemplo: os escravos no Brasil (até a Abolição da
Escravatura, em 1888), com consequente (e ainda frequente) discriminação dos
afrodescendentes; os prisioneiros nos campos de concentração na 2ª Guerra Mundial; os
pacientes com necessidades especiais (como os portadores do vírus HIV em diversas
situações); as mulheres e os pobres em diversas sociedades (inclusive na nossa), dentre tantos
outros exemplos.

A questão da não valorização da vida humana transcendeu da questão de violência física indo
mais para ate as questões biológicas. Neste sentido surge a bioética como tema de cariz
flios6fico, a Bioética começa a consolidar-se após a Segunda Guerra Mundial, quando
chocado com as práticas abusivas e desumanas dos médicos nazis nos campos de
concentração, o Ocidente cria um código para por fim os tais estudos. Tal código tinha como
princípio fundamental o respeito pela vida dos seres animados, em geral, e sobretudo, a dos
homens, julgando-se necessário que o progresso da ciência da técnica fosse controlado e
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acompanhado, em nome da consciência da humanidade, no que diz respeito aos efeitos que
podern provocar no mundo e na sociedade.

A partir destes postulados, a bioética começou a se preocupar com temas que tem a ver com a
vida humana, em geral destacando-se assim temas como a eutanásia, a distanásia e o aborto,
inseminação artificial.

Ora, a Igreja é sacramento enquanto é expressão da vontade salvífica de Cristo, uma salvação
universal. A Igreja é como um sacramento ou sinal da íntima união com Deus e da unidade de
todo o género humano. É também um instrumento para o alcance de tal união e unidade (LG
1). «A Igreja que compreende no seu seio os pecadores, santa ao mesmo tempo e sempre
necessitada de purificação, incessantemente se aplica na penitência e no seu renovamento»
(LG 8). (Cfr. Padre Sapato, Padre Cunlela, Irma Maria, 2014, p. 26).

Assim, a Igreja se empenha na salvação do povo, do pecado mundano que se contrai através
dos actos malignos. E com esta missão que ela tem, na questão da vida e suas origens, a igreja
católica tem manifestado os seus pontos de visto do que é e não é correcto.

Portanto, na questão da defesa da vida e sua origem, a igreja católica traz a sua posição no que
tange a reprodução assistida sobre tudo na questão da Fecundação in vitro e transferência de
embriões, a Maternidade substitutiva assim como o Aborto;

A fecundação in vitro e transferência de embriões consiste em colocar O esperma (do marido


ou do doador) e os óvulos em contacto num vaso para realizar a fecundação, em um
laboratório. Este processo responde a questões de esterilidade feminina ou em ambos os
cônjuges. Esta técnica coloca um problema de base que é o do futuro dos embriões já
fecundados e não alocados a uma mãe. Por isso a Igreja desencoraja esta técnica.

A maternidade substitutiva é uma prática de contratação de mulheres que com pagamento


assumem a gestão de embriões fecundados in vitro com óvulos e espermatozóides de outras
pessoas ou dos bancos de embriões (Screccia, 2007 apud Padre Sapato, Padre Cunlela, Irma
Maria, 2014, p. 43). Esta técnica é igualmente desencorajada pela Igreja.

O aborto é a interrupção da gestação que pode ser espontânea ou provocada. O aborto


provocado pode ser terapêutico ou por outros motivos. O aborto terapêutico é interrupção da
gravidez para salvar a vida salvável da mãe ou da criança, trata-se daqueles casos em que se
deve escolher entre deixar as duas vidas morrer ou salvar uma das duas vidas (Häring, 1982,
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apud Padre Sapato, Padre Cunlela, Irma Maria, 2014, p. 43). A Igreja apenas condena o
aborto provocado por outros motivos que não sejam a questão terapêutica.

4. Importância da bioética hoje e relação da bioética e ecologia.

A importância social da Bioética Hoje centra-se, justamente, no fato de que ela procura evitar
que a vida seja afectada ou que alguns tipos de vida sejam considerados inferiores a outros. A
Bioética discute, por exemplo, a utilização de células-tronco embrionárias em suas mais
diversas problemáticas, passando pela necessidade de abortar-se uma gestação para retirar tais
células e pelos benefícios que os tratamentos obtidos por esse recurso podem promover para
as pessoas.

Igualmente, ela possui alta pertinência na medida em que nos reflecte o respeito aos limites
que devemos ter ao lidar com animais, seja para o cuidado ou a alimentação, seja para a
utilização comercial deles, pois são seres vivos dotados de sentidos e capazes de sofrer.

Outrossim, a bioética relaciona-se com a ecologia na medida em que ambas se preocupam na


preservação e cuidados de seres vivos; como já vimos anteriormente, a bioética é o estudo
sistemático da conduta humana no âmbito das ciências da vida e da saúde, e a ecologia
também é concebida como ciência que se preocupa na preservação de vida das plantas, na
preservação dos recursos humanos e do meio ambiente a fim de proporcionar um futuro
melhor as gerações vindouras. Assim, é notável a relação que se estende entre a bioética e a
ecologia, a preservação e o respeito pelos seres vivos.
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Conclusão

A Bioética pode ser entendida como ciência, disciplina ou movimento de intervenção social e
centra a sua actuação, fundamentalmente, no agir da pessoa humana e nas consequências que
daí resultam, pretendendo com isso melhorar as realidades da vida e do viver. Trata-se de um
ramo de estudo interdisciplinar que utiliza o conceito de vida da Biologia, o Direito e os
campos da investigação ética para problematizar questões relacionadas à conduta dos seres
humanos em relação a outros seres humanos e a outras formas de vida.

Como área de pesquisa, necessita ser estudada por meio de uma metodologia interdisciplinar.
Isso significa que profissionais de diversas áreas (profissionais da educação, do direito, da
sociologia, da economia, da teologia, da psicologia, da medicina etc.) devem participar das
discussões sobre os temas que envolvem o impacto da tecnologia sobre a vida. Todos terão
alguma contribuição a oferecer para o estudo dos diversos temas de Bioética.

Os principais livros de Embriologia, a vida humana inicia-se no exacto momento da


fecundação, quando o gâmeta masculino e o gâmeta feminino se juntam para formar um novo
código genético. Esse código genético não é igual ao do pai nem ao da mãe, mas é composto
de 23 cromossomas do pai e de 23 cromossomas da mãe. Sendo assim, nesse momento,
inicia-se uma nova vida, com património genético próprio, e, a partir desse momento, essa
vida deverá ser respeitada.

Na questão da defesa da vida e sua origem, a igreja católica traz a sua posição negativa no que
tange a reprodução assistida sobre tudo na questão da Fecundação in vitro e transferência de
embriões, a Maternidade substitutiva assim como o Aborto. A igreja desaconselha estes
processos indicados. A importância social da Bioética Hoje centra-se, justamente, no fato de
que ela procura evitar que a vida seja afectada ou que alguns tipos de vida sejam considerados
inferiores a outros
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Bibliografia

Reich W.T. (1995). Enciclopédia da bioética. (2ª ed.), New York;

Leone, S.; Privitera, S.; Cunha, J.T. (2001). Dicionário de bioética. (4ª ed.). Aparecida:
Editorial Perpétuo Socorro/Santuário.

RAMOS, D.L.P. (2009). Bioética: pessoa e vida. (2ª ed.). São Caetano do Sul: Difusão, 374p.

Padre Sapato, R. B., Padre Cunlela, F., Imã Maria, E. L. (2014). Manual de Fundamentos de
Teologia Católica. Beira, Moçambique.

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