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ÉTICA E BIOÉTICA

CUIABÁ - MT
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CENTRO DE ENSINO TÉCNICO DE CUIABÁ
ÉTICA E BIOÉTICA

SUMÁRIO

UNIDADE 01 – INTRODUÇÃO À BIOÉTICA, A ÉTICA E A MORALIDADE ............... 03

UNIDADE 02 – A ÉTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS ........................................... 58

UNIDADE 03 – BIOÉTICA ................................................................................... 61

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 71

ANEXOS ............................................................................................................ 72
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UNIDADE 01 – INTRODUÇÃO À BIOÉTICA, A ÉTICA E A MORALIDADE

A Bioética, mais do que um capítulo, é o novo nascimento da ética. Ela estabelece uma
ponte entre a tradição histórica da ética com os desafios atuais levantados pela biotecnologia
e biomedicina.

Isso significa que não se quer inventar uma nova ética do nada. Trata-se de pensar
eticamente, hoje, os novos problemas humanos com apoio na experiência ética da história.
Em suma, da Ética chegamos à Bioética.

A BIOTECNOLOGIA está, de fato,


transformando a relação do homem
com a natureza em geral e em especial
com a sua própria realidade natural. Em
outras palavras, o homem, hoje, é capaz
de manipular a vida.

Estamos perante um mundo novo que demanda uma ética nova adequada às atuais
condições da vida. Por exemplo, a produção de seres transgênicos, a manipulação do genoma
humano, o uso das células-tronco para pesquisa científica, as novas modalidades de
intervenção científica nos fetos e embriões.

E na outra ponta da vida, a eutanásia e a distanásia, esta, prolongando - a de modo inútil


e penoso, aquela procurando abreviá-la. Haverá limites nesta aventura?

Cabe à bioética, perante esses


novos problemas humanos trazidos
com os avanços da ciência,
reinterpretar as novas formulações da
ética, cuidando da vida nas suas três
modalidades de existir: humana,
animal e vegetal.
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Que a bioética e o biodireito sejam, na expressão de Van Rensselaer Potter


(Pesquisador e professor norte- americano da área de Oncologia): “Pontes para o futuro
da humanidade”.

Van Potter estava preocupado com a dimensão que os avanços da ciência,


principalmente no âmbito da biotecnologia, estavam adquirindo. Assim, propôs um novo
ramo do conhecimento que ajudasse as pessoas a pensar nas possíveis implicações
(positivas ou negativas) dos avanços da ciência sobre a vida (humana ou, de maneira mais
ampla, de todos os seres vivos). Ele sugeriu que se estabelecesse uma “ponte” entre duas
culturas, a científica e a humanística, guiado pela seguinte frase: “Nem tudo que é
cientificamente possível é eticamente aceitável”.

Um dos conceitos que definem a bioética (“ética da vida”) é que esta é a ciência “que tem
como objetivo indicar os limites e as finalidades da intervenção do homem sobre a vida,
identificar os valores de referência racionalmente propostos, além de denunciar os riscos das
possíveis aplicações”.

Para isso, a bioética, como área de pesquisa, necessita ser estudada por meio de uma
metodologia interdisciplinar. Isso significa que profissionais de diversas áreas (profissionais da
educação, do direito, da sociologia, da economia, da teologia, da psicologia, da medicina etc.)
devem participar das discussões sobre os temas que envolvem o impacto da tecnologia sobre
a vida. Todos terão alguma contribuição a oferecer para o estudo dos diversos temas de
bioética.
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Por exemplo, se um economista do governo propõe um novo plano econômico que afeta
(negativamente) a vida das pessoas, haverá aspectos bioéticos a serem considerados. Por essa
razão, os próximos itens tratarão de um resgate de conceitos das ciências humanas que são
fundamentais para o enfrentamento de questões éticas que surgem em razão do progresso
da ciência nas áreas da saúde.

O progresso científico não é um mal, mas a “verdade científica” NÃO pode substituir
à ética.

1.1 ÉTICA DA VIDA (BIOÉTICA)

O ser humano possui três singularidades que o diferenciam de qualquer indivíduo de


outra espécie animal: a de estar geneticamente capacitado para ser sujeito de cultura (capaz
de utilizar a linguagem simbólica), ser sujeito religioso (achar-se aberto à transcendência) e
ser sujeito ético (pode fazer juízos de valor, distinguindo entre bem e mal).

Quanto a esta última singularidade


humana, é um fato constatado que todas as
sociedades humanas tiveram códigos éticos
ou morais mais ou menos sofisticados.
Entendemos que alguns desses códigos são
intrínsecos (poderíamos dizer genéticos) à
própria natureza humana (não matar, cuidar
da prole etc.); outros são adquiridos através
do meio cultural (a educação, as normas) e
podem variar, portanto, com a evolução dos
costumes.
Isto não quer dizer que os valores éticos sejam hereditários, mas que os indivíduos da
espécie homo sapiens estão geneticamente determinados como seres capazes de ser éticos.
O comportamento ético das pessoas é o resultado de uma complexa influência cultural
(herança cultural) que utiliza ou dinamiza uma capacidade geneticamente determinada
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(herança biológica). Em outras palavras, não se herda uma ética concreta, mas a capacidade
de seguir ou escolher uma determinada ética.

1.2 ÉTICA E MORAL

• ÉTICA: A palavra “ética” vem do grego “éthos”.

Em grego, éthos tem duas grafias diferentes: encontramos um éthos escrito com eta (ƞ)
e outro escrito com épsilon (Ɛ). Escrito com eta, significava originalmente “morada” ou “lugar
de residência”.

Mais tarde, veio a ter a acepção que historicamente foi a mais comum na tradição
filosófica do Ocidente: significa “caráter” ou “índole”, isto é, a disposição fundamental de uma
pessoa diante da vida. Escrito com épsilon, pode ser traduzido por “hábito” ou “costume”, ou
seja, refere-se aos atos concretos e particulares, por meio dos quais a pessoa realiza seu
projeto de vida.

• MORAL: Por sua vez, a palavra “moral” vem do latim “mos”, que tanto pode significar
“costume” como “caráter” ou gênero de vida. O termo “moralis” vem de mores (plural de
mos), sendo um neologismo criado por Cícero para traduzir o grego éthika.

MORAL REFLETIDA E MORAL VIVIDA:


Por essas razões, os termos “ética” e “moral” são
empregados, às vezes, como sinônimos, às vezes
como sendo algo diferente. Quem usa os dois termos
indistintamente, como sinônimos, o fazem
fundamentado na etimologia das palavras.

E como vimos, sob o ponto de vista etimológico, ética e moral têm idêntico conteúdo
semântico. Todavia, a etimologia não é o único critério para determinar o significado das
palavras. Todas as línguas evoluem e é preciso ater- se a essa evolução.
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Em relação aos termos “ética” e “moral”, eles foram utilizados ao longo da história com
diversos significados e com relações distintas entre ambos. Quanto aos que fazem uma
distinção semântica entre moral e ética, o entendimento clássico de “ética” era o do estudo
filosófico dos fundamentos, dos princípios, dos deveres, e dos demais elementos da vida
moral.

Trata-se, em suma, da teoria filosófica sobre a moralidade. O termo “moral” aplicava- se,
pelo contrário, à consideração prática dos casos concretos, ou seja, para designar a arte de
aplicar a teoria filosófica (a ética) aos problemas concretos da vida moral.

Problemas práticos cabiam aos “moralistas”; estes eram os que se dedicavam a dar
conselhos morais nos casos particulares; os filósofos, por seu turno, ocupavam- se da teoria
da vida moral (da ética).

Hoje, com frequência, o termo “ética” é reservado para a “disciplina filosófica (ou
teológica) que estuda racionalmente a conduta humana, sob o ponto de vista dos deveres e
das virtudes morais, ou a parte da Filosofia que trata de dizer como as pessoas e os grupos
devem atuar, buscando fundamentar racionalmente as normas e critérios pelos quais se
devem reger as pessoas e os grupos em suas atuações.”

O termo “moral” é reservado para se referir aos códigos normativos concretos, vigentes
nas diversas comunidades humanas. Trata-se, pois, da moral vivida, aceita pelas pessoas e
grupos, sem que tenha sido necessariamente submetida à mediação da crítica racional
sistemática.

O fato é que a palavra ética veio, aos poucos, adquirindo sentido genérico, bem mais
extenso do que lhe foi atribuído por Aristóteles, o primeiro a tratar desse assunto.
Distinguimos, portanto, entre a vida moral (moral vivida) e o saber moral (moral refletida). A
vida moral ou “moral vivida”, que Santo Alberto Magno chama de “ethica utens”, acontece
biograficamente em cada um dos seres humanos.

Mas as nossas atuações morais, muitas vezes (talvez na maior parte das vezes), não estão
fundamentadas racionalmente; acontecem sem necessidade de um conhecimento profundo
da teoria moral.
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O saber moral ou “moral refletida”, por sua vez, é o conhecimento fundamentado da


moralidade, que chamamos de ética. Refere-se à reflexão sobre a vida moral; trata-se da
“moral formulada” ou “moral pensada” na terminologia de Aranguren, ou da “ethica docens”
segundo Santo Alberto Magno.

Haveria uma “reflexão ética” e uma “vivência moral” e, como já dissemos a moral refletida
não é necessária para levar uma vida moral boa. Em suma, embora discutível, entendemos
que a distinção conceitual entre moral vivida e moral refletida é essencial, e não há por que
não se aceitar a denominação da primeira como “moral” e da segunda como “ética”, como se
verifica em boa parte da bibliografia especializada recentemente.

MAS AFINAL, O QUE É A ÉTICA?

A humanidade tem assistido a muitas mudanças em quase todos os sentidos da vida


humana. O desenvolvimento tecnológico está atingindo termos jamais antes imaginados ou
mesmo concebido pelo ser humano. As mudanças decorrentes da evolução e dos
acontecimentos históricos são muito significativas e representam um exemplo do que pode
acontecer com os esforços de criação da mente humana.

Nos campos das descobertas da medicina, da indústria, da tecnologia, jamais se assistiu


tamanho desenvolvimento. Assistimos a um aumento de velocidade de produção de
informações nunca conhecidos. Em face das conquistas tecnológicas atuais, a ética está mais
do que nunca presente nos debates a respeito do comportamento humano e o seu estudo é
sempre necessário em decorrência da necessidade de as pessoas orientarem seu
comportamento de acordo com a nova realidade na vida social.

Assim, a Ética é o conjunto de normas morais pelo qual o indivíduo deve orientar
seu comportamento na profissão que exerce e é de fundamental importância em todas
as profissões e para todo ser humano, para que possamos viver relativamente bem em
sociedade.
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Com o crescimento desenfreado do mundo globalizado, muitas vezes deixamos nos levar
pela pressão exercida em busca de produção, pois o mercado de trabalho está cada vez mais
competitivo e exigente, e as vezes não nos deixa tempo para refletir sobre nossas atitudes.

Temos que ter a consciência de que nossos atos podem influenciar na vida dos outros e
que nossa liberdade acarreta responsabilidade. De forma ampla a Ética é definida como a
explicitação teórica do fundamento último do agir humano na busca do bem comum e da
realização individual.

Pode-se dizer que, no cotidiano, a ética aparece por meio de nossas ações e atitudes, as
quais são classificadas como “boas” ou “ruins” pela sociedade. Isto é, nossas atitudes são
aprovadas ou reprovadas socialmente, uma vez que são reconhecidas como adequadas ou
não aos valores morais que norteiam nossa sociedade.

É preciso observar, no entanto, que há


valores morais próprios de outras sociedades e
que, muitas vezes, esses valores são diferentes
dos nossos. A intolerância de um povo em
relação aos valores de outros povos,
frequentemente, acaba em luta, briga ou
guerra.

Se olharmos à nossa volta e se conversarmos com familiares, com pessoas de gerações


passadas e de diferentes classes sociais, vamos perceber que os valores e as regras do bem
agir variam de lugar para lugar e se modificam ao longo do tempo.

CONCEPÇÕES GERAIS DO CRISTIANISMO

Entre as criaturas de Deus, apenas os homens são dotados de uma natureza espiritual. A
alma humana possui inteligência e vontade. Pela inteligência nós percebemos o “ser” das
coisas e pela vontade escolhemos uma direção, um fim para nossas vidas.
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O HOMEM: Foi criado por Deus à sua imagem e semelhança. É dotado de inteligência e
vontade, características que o distinguem de todos os outros seres. Portador de imortalidade,
tende sempre para Deus. Somente o homem pode optar pelo bem ou pelo mal, graças à
inteligência e à liberdade. O homem é uma entidade única no universo, que toma decisões e
é moralmente responsável.

A VIDA: Desde que é anunciada, a vida, em qualquer circunstância, merece um sublime e


incomensurável respeito. Para que exista de fato esta atenção pela vida de outrem, é
necessário que o ser humano ame e reverencie sua própria vida, porque ela é, acima de tudo,
o instrumento do bem utilizado por todos os homens. O direito a vida é o mais fundamental
dos direitos do homem, sendo inalienável. Por sua vez, o dever é enaltecido com muito
entusiasmo.

A SAÚDE: É o estado de completo bem estar físico, social e mental e não somente a
ausência de enfermidade (OMS).

“A saúde não é puramente negativa, como se consiste na simples exclusão da doença


corporal e das forças físicas, como se a saúde mental, em particular, não exprimisse mais do
que a ausência de toda alienação ou anomalia.

Ela comporta positivamente o bem estar físico, espiritual e social da humanidade, como
uma das condições da paz universal e da segurança comum. Longe de considerar a saúde
objeto da ordem exclusivamente biológica, sublinhamos a importância das forças religiosas
e morais para mantê-la e sempre a incluímos no número das condições para a dignidade e
o bem estar da humanidade, de seu bem corporal e espiritual, temporal e eterno.”

(Escola Técnica de Enfermagem - Catarina Labouré. Psicologia aplicada e Ética


Profissional, p. 25).

LEGITIMAÇÃO DOS VALORES E REGRAS MORAIS

Diz-se que uma pessoa possui um valor e legitima as normas decorrentes quando, sem
controle externo, pauta sua conduta por elas. Por exemplo, alguém que não rouba por medo
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de ser preso não legitima a norma “não roubar”: apenas a segue por medo do castigo e, na
certeza da impunidade, não a seguirá.

Em compensação, diz-se que uma pessoa legitima a regra em questão ao segui-la


independentemente de ser surpreendida, ou seja, se estiver intimamente convicta de que
essa regra representa um bem moral.

Mas o que leva alguém a pautar suas condutas segundo certas regras? Como alguns
valores tornam-se traduções de um ideal de BEM, gerando deveres? Seria mentir por omissão
não dizer que falta consenso entre os especialistas a respeito de como um indivíduo chega a
legitimar determinadas regras e conduzir-se coerentemente com elas.

Para uns, trata-se de simples costume: os hábitos de certas condutas validam-nas. Para
outros, a equação deveria ser invertida: determinadas condutas são consideradas boas,
portanto, devem ser praticadas; neste caso, o juízo seria o carro-chefe da legitimação das
regras. Para outros ainda, processos inconscientes (portanto, ignorados do próprio sujeito, e,
em geral, constituídos durante a infância) seriam os determinantes da conduta moral. E há
outras teorias mais.

OBJETIVOS DA ÉTICA

A Ética é a ciência que ensina o


homem a agir corretamente. O
homem não quer apenas viver, mas
viver bem. Não se deve entender
este bem como uma preocupação
egoísta de conseguir valores
materiais.

Senão como um aperfeiçoamento moral capaz de integrar a aspiração de cada um aos


interesses de todos. O objetivo da Ética é a aquisição de hábitos bons, que contribuam para a
formação do caráter nobre, levando o indivíduo a ser e agir de maneira íntegra e honrada.
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A ÉTICA PROFISSIONAL mantém o homem dentro de um padrão de


comportamento, ditando-lhe aquilo que deve fazer e aquilo que deve evitar a fim de
ser um bom profissional. Assim, temos a ética médica, a ética dos advogados, dos
padres, dos enfermeiros, dos odontólogos, etc. A observância dos princípios éticos
próprios de cada profissão impõe-se a todos aqueles que abraçam como uma
necessidade.

1.3 ÉTICA DAS PROFISSÕES

No que diz respeito às profissões liberais, não é honesto distorcer o exercício da profissão
de sua finalidade de serviço ao cliente para a mera oportunidade de ganhar dinheiro.

A remuneração pela prestação de serviço é um direito justo do profissional, mas o que


não é moralmente lícito é oferecer um serviço profissional quando se sabe que ele não é
efetivamente útil ao cliente, só serve para ganhar dinheiro.

Isto equivale a roubo. Na realização do trabalho profissional é preciso ter sempre


presente o serviço ao cliente, aquilo que ele tem necessidade, realmente. Viver o amor para
com ele, ajudar a encontrar a sua necessidade real e, consequentemente, adequar a própria
atividade profissional.

Ética Profissional, Ética ou “Ciência da Moral” é o conjunto de princípios morais que


regem os direitos e deveres de um indivíduo ou de uma organização, dentro de um
determinado setor de trabalho. Neste último caso, temos a “Ética Profissional”.

O QUE É ÉTICA PROFISSIONAL?

É extremamente importante saber diferenciar a Ética da Moral e do Direito. Estas três


áreas de conhecimento se distinguem, porém têm grandes vínculos e até mesmo
sobreposições. Tanto a Moral como o Direito baseiam-se em regras que visam estabelecer
uma certa previsibilidade para as ações humanas. Ambas, porém, se diferenciam.
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A MORAL estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma de garantir
o seu bem-viver. A Moral independe das fronteiras geográficas e garante uma identidade
entre pessoas que sequer se conhecem, mas utilizam este mesmo referencial moral comum.

O DIREITO busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas fronteiras


do Estado. As leis têm uma base territorial, elas valem apenas para aquela área geográfica
onde uma determinada população ou seus delegados vivem. Alguns autores afirmam que o
Direito é um subconjunto da Moral. Esta perspectiva pode gerar a conclusão de que toda a lei
é moralmente aceitável. Inúmeras situações demonstram a existência de conflitos entre a
Moral e o Direito.

A desobediência civil ocorre quando argumentos morais impedem que uma pessoa acate
uma determinada lei. Este é um exemplo de que a Moral e o Direito, apesar de referirem-se a
uma mesma sociedade, podem ter perspectivas discordantes.

A ÉTICA é o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto,
adequado ou inadequado. Um dos objetivos da Ética é a busca de justificativas para as regras
propostas pela Moral e pelo Direito. Ela é diferente de ambos - Moral e Direito - pois não
estabelece regras. Esta reflexão sobre a ação humana é que caracteriza a Ética.

A fase da escolha profissional, ainda


durante a adolescência muitas vezes, já
deve ser permeada por esta reflexão. A
escolha por uma profissão é optativa, mas
ao escolhê-la, o conjunto de deveres
profissionais passa a ser obrigatório.

Geralmente, quando você é jovem, escolhe sua carreira sem conhecer o conjunto de
deveres que está prestes ao assumir tornando-se parte daquela categoria que escolheu. Toda
a fase de formação profissional, o aprendizado das competências e habilidades referentes à
prática específica numa determinada área, deve incluir a reflexão, desde antes do início dos
estágios práticos.
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Ao completar a formação em nível superior, a pessoa faz um juramento, que significa sua
adesão e comprometimento com a categoria profissional onde formalmente ingressa. Isto
caracteriza o aspecto moral da chamada Ética Profissional, esta adesão voluntária a um
conjunto de regras estabelecidas como sendo as mais adequadas para o seu exercício.

Mas pode ser que você precise começar a trabalhar antes de estudar ou paralelamente
aos estudos, e inicia uma atividade profissional sem completar os estudos ou em área que
nunca estudou, aprendendo na prática. Isto não exime você da responsabilidade assumida ao
iniciar esta atividade!

O fato de uma pessoa trabalhar numa área que não escolheu livremente, o fato de “pegar
o que apareceu” como emprego por precisar trabalhar, o fato de exercer atividade
remunerada onde não pretende seguir carreira, não isenta da responsabilidade de pertencer,
mesmo que temporariamente, a uma classe, e há deveres a cumprir.

Um jovem que, por exemplo, exerce a atividade de auxiliar de almoxarifado durante o dia
e, à noite, faz curso de programador de computadores, certamente pensará sobre seu futuro
em outra profissão, mas deve sempre refletir sobre sua prática atual.

Tomando-se o exemplo anterior, esta pessoa pode se perguntar sobre os deveres


assumidos ao aceitar o trabalho como auxiliar de almoxarifado, como está cumprindo suas
responsabilidades, o que esperam dela na atividade, o que ela deve fazer, e como deve fazer,
mesmo quando não há outra pessoa olhando ou conferindo.

Pode perguntar a si mesmo: Estou sendo bom profissional? Estou agindo


adequadamente? Realizo corretamente minha atividade? É fundamental ter sempre em
mente que há uma série de atitudes que não estão descritas nos códigos de todas as
profissões, mas que são comuns a todas as atividades que uma pessoa pode exercer.

Atitudes de generosidade e cooperação no trabalho em equipe, mesmo quando a


atividade é exercida solitariamente em uma sala, ela faz parte de um conjunto maior de
atividades que dependem do bom desempenho desta.

Uma postura proativa, ou seja, não ficar restrito apenas às tarefas que foram dadas a
você, mas contribuir para o engrandecimento do trabalho, mesmo que ele seja temporário.
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Se sua tarefa é varrer ruas, você pode se contentar em varrer ruas e juntar o lixo, mas
você pode também tirar o lixo que você vê que está prestes a cair na rua, podendo
futuramente entupir uma saída de escoamento e causando uma acumulação de água quando
chover.

Você pode atender num balcão de informações respondendo estritamente o que lhe foi
perguntado, de forma fria, e estará cumprindo seu dever, mas se você mostrar-se mais
disponível, talvez sorrir, ser agradável, a maioria das pessoas que você atende também serão
assim com você, e seu dia será muito melhor.

Muitas oportunidades de trabalho surgem onde menos se espera, desde que você
esteja aberto e receptivo, e que você se preocupe em ser um pouco melhor a cada dia, seja
qual for sua atividade profissional.
E, se não surgir outro trabalho, certamente sua vida será mais feliz, gostando do que você
faz e sem perder, nunca, a dimensão de que é preciso sempre continuar melhorando.

Aprendendo, experimentando novas soluções, criando novas formas de exercer as


atividades, aberto a mudanças, nem que seja mudar, às vezes, pequenos detalhes, mas que
podem fazer uma grande diferença na sua realização profissional e pessoal.
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Isto tudo pode acontecer com a reflexão incorporada a seu viver. E isto é parte do que se
chama empregabilidade: a capacidade que você pode ter de ser um profissional que qualquer
patrão desejaria ter entre seus empregados, um colaborador. Isto é ser um profissional
eticamente bom.

1.4 A ÉTICA NO CAMPO DA SAÚDE

A saúde é antes de tudo um


estado da harmonia e de equilíbrio, e
não apenas ausência de doenças. Por
isso mesmo, o profissional de saúde,
seja ele médico, enfermeiro,
assistente social, técnico em saúde, ou
sanitarista, tal como educador,
precisa ser um exemplo de harmonia.
Ora, a verdadeira harmonia resulta justamente da coligação dos valores éticos, estéticos
e espirituais. Estes por sua vez resultam de uma boa circulação da energia vital através dos
centros energéticos, permitindo a expressão benéfica das vibrações de amor, alegria e beleza
e a inspiração constante da sabedoria.

Por isso, o profissional de saúde é antes de tudo um educador. Neste nível de


compreensão, é difícil separar saúde de educação. Mas assim mesmo os profissionais da saúde
têm questões peculiares de Ética, sobretudo quando lidam com doenças.

O conflito entre motivações e valores está constantemente presente e desafia o


profissional da saúde, mais particularmente o médico e o enfermeiro. Atender um chamado
no meio da noite ou a uma emergência no meio de uma refeição ou da convivência com entes
queridos coloca em confronto amor altruísta com necessidades pessoais.

Tratar e curar exigem dedicação, abnegação, compaixão e amor. Muito mais que isso, a
presença da energia amorosa é altamente benéfica e curativa. Como cientista, o médico
precisa cultivar a verdade, sabendo expressá-la com amor e discernimento, pois a verdade,
através do poder de sugestão, pode reforçar a cura se for positiva ou pode matar se for uma
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notícia ruim. O efeito placebo da sugestão mostra o quanto esse fator é importante. Convém
citar também a modéstia como indispensável não só para reconhecer os próprios limites e
aceitar a colaboração de colegas, como para estimular a cooperação ativa do paciente.

1.5 A ÉTICA NO ÂMBITO DAS RELAÇÕES SOCIAIS

A Ética no âmbito das relações sociais afirma explicitamente que A PESSOA HUMANA
é e deve ser o princípio, o sujeito e o fim de todas as instituições sociais.

A vida social é criação sua, nela se concretiza e se realiza a liberdade do homem; a ordem
social e o progresso devem ordenar-se incessantemente para o bem das pessoas, pois a
organização das coisas deve subordinar-se à ordem das pessoas e não o contrário.

O varredor de rua que se preocupa em limpar o canal de escoamento de água da chuva,


o auxiliar de almoxarifado que verifica se não há umidade no local destinado para colocar
caixas de alimentos, o médico cirurgião que confere as suturas nos tecidos internos antes de
completar a cirurgia, a atendente do asilo que se preocupa com a limpeza de uma senhora
idosa após ir ao banheiro.

O contador que impede uma fraude ou


desfalque, ou que não maquia o balanço de
uma empresa, o engenheiro que utiliza o
material mais indicado para a construção de
uma ponte.

Todos estão agindo de forma eticamente correta em suas profissões, ao fazerem o que
não é visto, ao fazerem aquilo que, alguém descobrindo, não saberá quem fez, mas que estão
preocupados, mais do que com os deveres profissionais, com as PESSOAS.

As leis de cada profissão são elaboradas com o objetivo de proteger os profissionais, a


categoria como um todo e as pessoas que dependem daquele profissional. Mas há muitos
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aspectos não previstos especificamente e que fazem parte do comprometimento do


profissional em ser eticamente correto, aquele que, independente de receber elogios, faz A
COISA CERTA.

1.6 ÉTICA NA ENFERMAGEM

A ética na enfermagem é o ramo da ética que


analisa as atividades da enfermagem. Esta divide
vários princípios com a ética médica, tais como
beneficência, não maleficência e respeito à
autonomia. Pode ser distinguida pela sua ênfase em
relacionamentos, manutenção da dignidade e
cuidado colaborativo.

A natureza da enfermagem significa que o ramo da ética de enfermagem tende a


examinar as éticas de cuidado ao invés da ética da cura, explorando o relacionamento entre
o enfermeiro e o paciente.

Tentativas iniciais para definir ética na enfermagem concentraram-se primariamente na


ética da virtude que faria um enfermeiro bom, ao invés de analisar quais as condutas
necessárias para respeitar os direitos humanos da pessoa no cuidado do enfermeiro.

Porém, na era moderna, a ética da enfermagem tem analisado mais as obrigações dos
enfermeiros para respeitar estes direitos, isto sendo refletido em códigos de ética
profissionais de enfermagem. Por exemplo, a importância de respeitar os direitos humanos
na enfermagem está escrito explicitamente no Conselho Internacional de Enfermeiros.

NATUREZA DISTINTA

Embora muito da ética de enfermagem apareça similar à ética médica, existem fatores
que diferenciam a primeira da segunda. O foco da ética da enfermagem é o desenvolvimento
de uma relação enfermeiro-paciente, isto produzindo algumas diferenças. Por exemplo, um
princípio bem estabelecido da ética médica tradicional é beneficência.
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Enquanto a ética médica tradicional permitiria que este conceito fosse expresso via
paternalismo, o último não é compatível com a ética da enfermagem. Isto porque a teoria da
enfermagem busca uma relação colaborativa do enfermeiro com o paciente.

Tópicos que dão ênfase ao respeito para autonomia e a manutenção da dignidade do


paciente através da advocacia da possibilidade de escolhas por parte do paciente é comum na
ética da enfermagem.

Isto é em contraste com a prática


paternalística onde o profissional da saúde
toma decisões baseado no que ele ou ela
acredita ser a melhor decisão para o
paciente. A distinção pode ser examinada
em um ângulo diferente.

Apesar do aumento da ênfase em tópicos deontológicos por alguns, interesse na ética da


virtude ainda existe, bem como suporte por uma ética de cuidado. Isto é considerado pelos
proponentes da ética da enfermagem como colocando maior ênfase em relações do que
princípios, e, portanto, refletindo o relacionamento enfermeiro- paciente na enfermagem
mais precisamente do que outras visões éticas.

TÓPICOS NA ÉTICA NA ENFERMAGEM

Enfermeiros buscam defender a dignidade dos pacientes. Em termos da teoria ética, isto
pode ser interpretado como respeito por autonomia. O papel dos enfermeiros é o de permitir
que pacientes possam tomar decisões sobre seu próprio tratamento.

Entre outros temas, esta advocacia permite que o paciente tome decisões consentidas
que o enfermeiro, bem como outros profissionais da área da saúde. Embora muito do debate
esteja na discussão de casos onde pacientes não podem realizar decisões sobre seu próprio
tratamento devido à incapacitação, por exemplo, por causa de uma doença mental.
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Um jeito de manter autonomia em casos de incapacitação é o uso de uma declaração


antecipada de vontade, e portanto, evitando paternalismo.

Outro tópico é confidencialidade, que é um princípio importante em vários códigos de


enfermagem. Confidencialidade trata de informações do paciente que devem ser apenas
utilizadas para fins do tratamento do paciente, e entre os profissionais da saúde envolvidos
no cuidado do paciente.

Uma importante exceção é quando a informação deve ser divulgada para terceiros,
devido à lei (abuso de menores) ou preservar vida. Honestidade é um tópico que trata sobre
contar a verdade em interações com o paciente.

Existe uma balança entre o fornecimento de informação para o paciente para que estes
tomem decisões bem informadas, e evitar estresse por causa da verdade. Geralmente, a
balança é em favor da verdade, devido ao respeito da autonomia, embora pacientes por vezes
podem pedir para não serem contados a verdade, ou podem não ter a capacidade de
compreender as implicações.

Enfermeiros podem atuar de forma a manter a dignidade do paciente através da


observação dos princípios acima, embora estes tópicos sejam frequentemente desafiados por
outros fatores, tais como regras institucionais ou ambientais.

ÉTICA PROFISSIONAL E ATIVIDADE VOLUNTÁRIA:

Outro conceito interessante de examinar é o de Profissional, como aquele que é


regularmente remunerado pelo trabalho que executa ou atividade que exerce, em oposição a
Amador.
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ÉTICA E BIOÉTICA

Nesta conceituação, se diria que aquele que exerce atividade voluntária não seria
profissional, e esta é uma conceituação polêmica. Em realidade, voluntário é aquele que se
dispõe, por opção, a exercer a prática Profissional não remunerada, seja com fins assistenciais,
ou prestação de serviços em beneficência, por um período determinado ou não.

Aqui, é fundamental observar que só é eticamente adequado, o profissional que age, na


atividade voluntária, com todo o comprometimento que teria no mesmo exercício profissional
se este fosse remunerado. Seja esta atividade voluntária na mesma profissão da atividade
remunerada ou em outra área. Por exemplo: Um engenheiro que faz a atividade voluntária de
dar aulas de matemática. Ele deve agir, ao dar estas aulas, como se esta fosse sua atividade
mais importante.

É isto que aquelas crianças cheias de dúvidas em matemática esperam dele! Se a atividade
é voluntária, foi sua opção realizá-la. Então, é eticamente adequado que você a realize da
mesma forma como faz tudo que é importante em sua vida. É imprescindível estar sempre
bem informado, acompanhando não apenas as mudanças nos conhecimentos técnicos da sua
área profissional, mas também nos aspectos legais e normativos. Vá e busque o
conhecimento.

Muitos processos éticos disciplinares nos conselhos profissionais acontecem por


desconhecimento, negligência. Competência técnica, aprimoramento constante, respeito às
pessoas, confidencialidade, privacidade, tolerância, flexibilidade, fidelidade, envolvimento,
afetividade. Correção de conduta, boas maneiras, relações genuínas com as pessoas,
responsabilidade, corresponder à confiança que é depositada em você. Comportamento
eticamente adequado e sucesso continuado são indissociáveis!

VIRTUDES PROFISSIONAIS

Não obstante os deveres de um profissional, os quais são obrigatórios, devem ser levadas
em conta as qualidades pessoais que concorrem para o enriquecimento de sua atuação
profissional, facilitando o exercício da profissão.
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ÉTICA E BIOÉTICA

Muitas destas qualidades


poderão ser adquiridas com esforço
e boa vontade, aumentando neste
caso o mérito do profissional que, no
decorrer de sua atividade, consegue
incorporá-las à sua personalidade,
tentando vivenciá-las ao lado dos
deveres profissionais.

Só pessoas que tenham autoestima e sentimento de poder próprio são capazes de


assumir responsabilidade, pois elas sentem um sentido na vida, alcançando metas sobre as
quais concordam previamente e pelas quais assumiram responsabilidade real, de maneira
consciente.

As virtudes da responsabilidade e da lealdade são completadas por uma terceira, a


iniciativa, capaz de colocá-las em movimento e, assim, tomar a iniciativa de fazer algo no
interesse da organização significa demonstrar lealdade pela organização.

Em um contexto de empregabilidade, tomar iniciativas não quer dizer apenas iniciar um


projeto no interesse da organização ou da equipe, mas também assumir responsabilidade por
sua complementação.

Dentre as qualidades que consideramos mais importantes no exercício de uma profissão,


está a honestidade que se relaciona com a confiança que nos é depositada, com a
responsabilidade perante o bem de terceiros e a manutenção de seus direitos.

É muito fácil encontrar a falta de honestidade quanto existe a fascinação pelos lucros,
pelo enriquecimento ilícito em cargos que outorgam autoridade e que têm a confiança
coletiva de uma coletividade.

Os exemplos de falta de honestidade no exercício de uma profissão são muitos. Um


psicanalista, abusando de sua profissão ao induzir um paciente a cometer adultério, está
sendo desonesto. Um contabilista que, para conseguir aumentos de honorários, retém os
livros de um comerciante, está sendo desonesto. A honestidade é a primeira virtude no campo
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ÉTICA E BIOÉTICA

profissional. É um princípio que não admite relatividade, tolerância ou interpretações


circunstanciais.

O Sigilo também é uma das qualidades consideradas de maior importância, senão o maior
deles dentro de uma profissão. O respeito aos segredos das pessoas, deve ser desenvolvido
na formação de futuros profissionais, pois se trata de algo muito importante.

Uma informação sigilosa é algo que nos é confiado e cuja preservação de silêncio é
obrigatória. Hábitos pessoais, dentre outros, devem ser mantidos em sigilo e sua revelação
pode representar sérios problemas para a empresa ou para os clientes do profissional.

Competência, sob o ponto de vista funcional, é o exercício do conhecimento de forma


adequada e persistente a um trabalho ou profissão. Devemos buscá-la sempre, como afirma
Aristóteles: "A função de um citarista é tocar cítara, e a de um bom citarista é tocá-la bem".
É de extrema importância a busca da competência profissional em qualquer área de atuação.
Nem sempre é possível acumular todo conhecimento exigido por determinada tarefa, mas é
necessário que se tenha a postura ética de recusar serviços quando não se tem a devida
capacitação para executá-lo.

Pacientes que morrem ou ficam aleijados por incompetência médica, causas que são
perdidas pela incompetência de advogados, prédios que desabam por erros de cálculo em
engenharia, são apenas alguns exemplos de quanto se deve investir na busca da competência.
A prudência é uma das qualidades que faz com que o profissional análise situações complexas
e difíceis com mais facilidade e de forma mais profunda e minuciosa, contribui para a maior
segurança, principalmente das decisões a serem tomadas.

A prudência é indispensável nos casos de decisões sérias e graves, pois evita os


julgamentos apressados e as lutas ou discussões inúteis. A coragem é uma das qualidades mais
exigidas a todos os profissionais. Todo profissional precisa ter coragem, pois "o homem que
evita e teme a tudo, não enfrenta coisa alguma, torna-se um covarde" .

A coragem nos ajuda a reagir às críticas, quando injustas, e a nos defender dignamente
quando estamos cônscios de nosso dever. Ajuda-nos também a não ter medo de defender a
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verdade e a justiça, principalmente quando estas forem de real interesse para outrem ou para
o bem comum.

A perseverança é uma qualidade difícil de ser encontrada, mas necessária, pois todo
trabalho está sujeito a incompreensões, insucessos e fracassos que precisam ser superados,
prosseguindo o profissional em seu trabalho, sem entregar-se a decepções ou mágoas. É
louvável a perseverança dos profissionais que precisam enfrentar os problemas do
subdesenvolvimento.

Compreensão é uma qualidade que ajuda muito um profissional, porque é bem aceito
pelos que dele dependem, em termos de trabalho, facilitando a aproximação e o diálogo, tão
importante no relacionamento profissional.

Porém, não podemos confundir compreensão com fraqueza, para que o profissional não
se deixe levar por opiniões ou atitudes, nem sempre, válidas para eficiência do seu trabalho,
para que não se percam os verdadeiros objetivos a serem alcançados pela profissão. Vê-se
que a compreensão precisa ser condicionada, muitas vezes, pela prudência. A compreensão
que se traduz, principalmente em calor humano pode realizar muito em benefício de uma
atividade profissional, dependendo de ser convenientemente dosada.

O profissional precisa ter humildade suficiente para admitir que não é o dono da verdade
e que o bom senso e a inteligência são propriedade de um grande número de pessoas.

A humildade representa a autoanálise que todo profissional deve praticar em função de


sua atividade profissional, para reconhecer melhor suas limitações, buscando a colaboração
de outros profissionais mais capazes, quando tiver esta necessidade, numa busca constante
de aperfeiçoamento.

Humildade é qualidade que carece de melhor interpretação, dada a sua importância, pois
muitos a confundem com subserviência ou dependência e, quase sempre, lhe é atribuído um
sentido depreciativo.

Imparcialidade é uma qualidade tão importante que assume as características do dever,


pois se destina a se contrapor aos preconceitos, a reagir contra os mitos, a defender os
verdadeiros valores sociais e éticos, assumindo principalmente uma posição justa nas
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ÉTICA E BIOÉTICA

situações que terá que enfrentar. Para ser justo é preciso ser imparcial, logo a justiça depende
muito da imparcialidade.

Otimismo em face das perspectivas das sociedades modernas é uma das qualidades em
que o profissional precisa mais estar dedicado, pois é imperativo que o profissional seja
otimista, para acreditar na capacidade de realização da pessoa humana, no poder do
desenvolvimento, enfrentando o futuro com energia e bom humor.

1.7 CLASSES PROFISSIONAIS

Uma classe profissional caracteriza-se pela homogeneidade do trabalho executado, pela


natureza do conhecimento exigido para tal execução e pela identidade de habilitação para o
exercício da mesma.

A classe profissional é um grupo dentro da sociedade, específico, definido por sua


especialidade de desempenho de tarefa. A divisão do trabalho é antiga e está ligada à vocação
de cada um para determinadas tarefas e às circunstâncias que obrigam, muitas vezes, a
assumir esse ou aquele trabalho; ficou prático para o homem, em comunidade, transferir
tarefas e executar a sua.

A união dos que realizam o mesmo trabalho foi uma evolução natural e hoje se acha não
só regulada por lei, mas consolidada em instituições fortíssimas de classe, como os códigos de
ética. O termo, Ética refere-se aos padrões de conduta moral, isto é, padrões de
comportamento relativos ao paciente, ao patrão e aos colegas de trabalho. Ter boa
capacidade de discernimento significa saber o que é certo e o que é errado, e como agir para
chegar ao equilíbrio.

Os pontos de ética enumerados foram compilados por diferentes autores. A lista pode
não ser completa, mas contém os pontos mais importantes e mais tarde, quando você se
familiarizar com o programa de enfermagem poderá acrescentar algo na lista.

Respeite todas as confidencias que seus pacientes lhe fizerem durante o serviço. Jamais
comente em público durante as horas de folga, qualquer incidente ocorrido no hospital nem
de informações sobre seu doente.
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ÉTICA E BIOÉTICA

Qualquer pergunta que lhe for feita sobre os cuidados que ele recebe, bem como de suas
condições atuais e prognosticas, por seus familiares, deverá ser relatada ao supervisor. Evite
maledicências- jamais critique seu supervisor ou seus colegas de trabalho na presença de
outros funcionários ou dos enfermos.

Respeite sempre a intimidade de seus pacientes. Bata de leve a porta antes de entrar no
quarto. Cubra-o antes de executar qualquer posição. Cuide para que haja sempre lençóis
disponíveis para exames e posições terapêuticas.

A ficha do paciente contém informação privada e deve ser guardada. Apenas as pessoas
diretamente envolvidas no seu atendimento podem ter acesso a ela. Demonstre respeito por
seus colegas de trabalho em qualquer ocasião. Seja leal a seus chefes.

Trate-os assim como a seus pacientes, pelo sobrenome, em sinal de respeito. Nunca
recorra a apelidos, doenças ou número de quarto para se referir aos doentes. Aceite suas
responsabilidades de bom grado.

Antecipe-se ao chamado do paciente; procurando adivinhar-lhe as necessidades. É


importante que você não exceda suas responsabilidades nem sua habilidade. Conheça bem
seu trabalho. Tenha cuidado com os objetos ao paciente, para prevenir posteriores
complicações, tanto para você quanto para o hospital. Guarde os objetos pessoais do doente,
isto é, dinheiro, joias, como se fossem seus.

Cuide para que os objetos de valor sejam guardados no cofre do hospital. Assuma a
responsabilidade de seus erros e falhas de julgamento, levando-se logo ao conhecimento do
supervisor, do contrário, você poderá colocar em risco sua própria pessoa, o paciente e o
hospital.

O bom atendimento ao enfermo não permitir que haja preconceitos de raça, religião ou
cor. Dispense a todos a mesma consideração e o mesmo respeito, e dê-lhes o melhor de si.
Recorra à igreja da qual faz parte do paciente sempre que necessário. Nunca se coloque na
posição de conselheiro espiritual, mas esteja ciente de sua obrigação, em providenciar este
tipo de apoio sempre que necessário.
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ÉTICA E BIOÉTICA

Comunique ao supervisor quando o paciente exigir um apoio religioso especial. Não


comente sua vida nem seus problemas pessoais ou familiares com seus doentes a não ser em
termos gerais. Falar alto e fazer muito barulho é um comportamento impróprio que incomoda
ao paciente e a seus familiares.

Ande não corra, mesmo em emergências. Ter boas maneiras é uma obrigação. Os
visitantes são convidados dentro do hospital. Se você os tratar com respeito e cortesia, eles
confiarão mais em você e no hospital.

Gratificações, como dinheiro, presentes e gorjetas por parte dos pacientes, devem ser
recusadas. Não faça refeições no quarto do enfermo nem no local onde é preparada sua
comida. Não é permitido comer restos deixados pelo doente e nem se servir da comida que
lhe é destinada.

Use com moderação o material fornecido pelo hospital. Tenha cuidado com os
equipamentos. Levar para casa objetos de propriedades do hospital, como termômetros,
canetas e loção para as mãos é roubo.

Durante a carreira de enfermagem você encontrará certos tipos especiais de pacientes,


como viciados em drogas, alcoólicos, criminosos, suicidas e pervertidos sexuais. Não deixe que
sua simpatia e antipatia pessoal interfiram no atendimento a essa espécie de doente.

Não permita, tampouco, que a condição social ou econômica do paciente modifique a


qualidade do atendimento que você dispensa. Tirar medicamentos da reserva do hospital ou
do paciente é roubo.

Não se aproveite da presença do médico para lhe pedir que prescreva medicação para
você ou seus familiares. Nunca faça diagnóstico nem medicação para os pacientes, para seus
familiares e amigos, porque isso constitui exercício ilegal da Medicina.

Não deixe que se estabeleçam laços pessoais entre você e seu paciente. Delicadamente
desencoraje-o quando ele fizer tentativas neste sentido. Você poderá ser despedido (a) se for
encontrado (a) sobre efeito de álcool ou de outras drogas, o fato deverá ser levado
imediatamente ao conhecimento do seu supervisor.
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ÉTICA E BIOÉTICA

Permaneça no seu setor de trabalho, só saindo quando lhe for permitido, como nos
intervalos para almoço e descanso.

Responda logo a qualquer chamado do paciente. Atenda a suas solicitações, sempre que
possível. Quando estiver em dúvida ou não for capaz de fazê-lo, chame o supervisor.
Normalmente é a enfermeira chefe quem atende as chamadas telefônicas.

Caso você tenha de fazê-lo seja educado (a) e cortês. Encaminhe qualquer chamada
telefônica a autoridade competente. As ordens médicas dadas por telefone só devem ser
recebidas pela enfermeira chefe. O telefone da enfermeira só deve ser usado para chamadas
internas do hospital e nunca para chamadas pessoais.

TRABALHO EM EQUIPE

E o trabalho de equipe?
O trabalho em saúde é, sempre,
um trabalho de equipe e exige,
sempre, respeito entre os membros
do grupo.

Cada um dos membros de uma equipe que trabalha com saúde, reconhece que o trabalho
que cada profissional realiza é importante e contribui para o conjunto e por isso todos
precisam se encontrar para refletir sobre sua atuação.

No entanto, embora haja consenso sobre essa necessidade, no cotidiano, os encontros


não se verificam. Queremos, no entanto, estimular essa discussão por entender que a
responsabilidade ética de que tanto falamos, passa pela existência de uma relação com outras
pessoas, também profissionais de saúde que, como nós, têm um compromisso com a defesa
da vida.

O trabalho de equipe precisa ser entendido como um trabalho de parcerias. Numa equipe,
todos têm uma função importante que será realizada da melhor forma possível, na medida
em que os profissionais estejam integrados.
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ÉTICA E BIOÉTICA

Mas... Como fazer para que a integração aconteça?

É evidente que a instituição onde estamos trabalhando, precisa reconhecer a importância


do trabalho do grupo, a fim de que os profissionais tenham espaço para se reconhecer como
tal.

Uma equipe de saúde trabalha bem, quando integra os papéis de seus membros. A
integração é sempre muito proveitosa e não pode ser confundida com a sujeição de um
membro da equipe por outro. Isso não quer dizer que os trabalhos nas equipes dispensem
uma hierarquia, principalmente se são atividades relacionadas à realização de tratamentos ou
de procedimentos curativos.

É importante que cada um reconheça seus limites e os limites da atuação profissional dos
membros de uma equipe, a fim de se aperfeiçoar, cada vez mais, naquilo que sabe e que foi
preparado para realizar.

O nosso enfoque diz respeito, basicamente, às relações interpessoais nos grupos.


Portanto, relaciona-se a todos os seus membros. Queremos afirmar a necessidade de diálogo
e de respeito entre as pessoas que trabalham juntas. Consideramos que é dever de todos nós
contribuirmos para que nosso ambiente de trabalho seja agradável, para que cada um de nós
também se sinta acolhido em nosso espaço de trabalho, seja ele o hospital, os consultórios e
ambulatórios, ou os espaços onde discutimos as ações que vamos realizar nas casas das
pessoas.

Na verdade, é difícil dedicarmos algum momento da nossa jornada de trabalho, para


pensarmos e conversarmos sobre o quanto esta ou aquela situação mexeu conosco. Quantas
vezes ficamos com um nó na garganta diante de uma situação (e são muitas!) de morte, ou
diante da dor de alguém que recebe a notícia de que vai ficar com alguma deficiência?

Quantas vezes nos fazem perguntas cujas respostas desconhecemos ou conhecemos, mas
não podemos ou nos falta preparo para fornecer (como quando sabemos de um diagnóstico
ou de um prognóstico ruim)!

Situações assim geram em nós reações que não controlamos, como tremores, suores, frio
na barriga, dor de cabeça. Quantas vezes somos obrigados a estar em contato com situações
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que nos causam aborrecimento e vergonha, como é o caso de doentes ou acompanhantes


que fazem insinuações grosseiras apelando para temas que têm a ver com a sexualidade!

E quando nos aborrecemos com outros colegas de trabalho? Você não acha que seria bom
poder falar desses sentimentos com outras pessoas que também passam pelas mesmas
situações? Que seria bom que encontrássemos, entre nossos pares, aquele olhar de
compreensão diante de uma impossibilidade nossa? Que pudéssemos contar com a crítica
construtiva das pessoas com as quais trabalhamos?

Que não precisássemos ter medo de demonstrar nossa fragilidade em relação a


determinadas situações? Então, é preciso que nos olhemos mais e nos escutemos mais.

Principalmente porque o que nos une é estar lidando tão de perto com o sofrimento
humano. É preciso parceria, seja para entender melhor do trabalho que vamos realizar, seja
para reafirmar uma cumplicidade solidária, diante das situações de tensão, de tristezas e de
alegrias, experimentadas no dia a dia de nosso trabalho.

A cumplicidade solidária pode nos aliviar, fazer com que percebamos que nossa
experiência guarda semelhanças com a experiência de outros colegas. Permite que nosso
sentimento seja de inclusão num espaço que é coletivo, mas entendendo que temos
necessidades individuais.

Cria o conhecimento através da experiência coletiva. Nós, profissionais de saúde, somos


seres humanos que realizam as ações de saúde, nos nossos espaços de trabalho. Fora desse
espaço, temos uma série de outros afazeres na vida.

Divertimo-nos, aborrecemo-nos, estudamos, enganamo-nos, adoecemos, temos


responsabilidade com outras pessoas de quem também cuidamos. Além disso, somos também
usuários dos serviços de saúde.

É preciso reafirmar que a humanização dos serviços de saúde ou a humanização da


assistência à saúde se faz através de pessoas. Faz-se através de nós. Espera-se que tenha
ficado claro que não é possível falar em ética pessoal/profissional, sem falar em humanização.
E que não existe humanização sem emoção.
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ÉTICA E BIOÉTICA

Porque os serviços de saúde acontecem por meio das pessoas que ali trabalham. É através
do repensar sobre a nossa prática e a forma como nos relacionamos com os outros, que vamos
poder dar respostas às nossas inquietações ou - quem sabe? - apaziguar nossas ansiedades.

1.8 CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL

Sempre, quando se fala em virtudes profissionais, é preciso mencionar a existência dos


códigos de ética profissional.

As relações de valor que existem entre


o ideal moral traçado e os diversos campos
da conduta humana podem ser reunidas em
instrumento regulador.

Assim, o código de ética é uma espécie de contrato de classe em que os órgãos de


fiscalização do exercício da profissão passam a controlar a execução de tal peça magna.

Tudo deriva, pois, de critérios de condutas de um indivíduo perante seu grupo e o todo
social. Tem como base as virtudes que devem ser exigíveis e respeitadas no exercício da
profissão, abrangendo o relacionamento com usuários, colegas de profissão, classe e
sociedade. O interesse no cumprimento do referido código deve ser de todos.

O exercício de uma virtude obrigatória torna-se exigível de cada profissional, como se


uma lei fosse, uma vez que toda comunidade possui elementos qualificados e alguns que
transgridem a prática das virtudes; seria utópico admitir uniformidade de conduta.

A disciplina, entretanto, é um contrato de atitudes, de deveres, de estados de consciência,


e que deve formar um código de ética, tem sido a solução, notadamente nas classes
profissionais que são egressas de cursos universitários (contadores, médicos, advogados,
psicólogos etc.). Uma ordem deve existir para que se consiga eliminar conflitos e
especialmente evitar que se macule o bom nome e o conceito social de uma categoria.
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ÉTICA E BIOÉTICA

CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM

ANEXO PREÂMBULO

A Enfermagem compreende um componente próprio de conhecimentos científicos e


técnicos, construído e reproduzido por um conjunto de práticas sociais, éticas e políticas que
se processa pelo ensino, pesquisa e assistência.

Realiza-se na prestação de serviços à pessoa, família e coletividade, no seu contexto e


circunstâncias de vida. O aprimoramento do comportamento ético do profissional passa pelo
processo de construção de uma consciência individual e coletiva, pelo compromisso social e
profissional configurado pela responsabilidade no plano das relações de trabalho com reflexos
no campo científico e político.

A Enfermagem Brasileira, face às transformações socioculturais, científicas e legais,


entendeu ter chegado o momento de reformular o Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem (CEPE).

A trajetória da reformulação, coordenada pelo Conselho Federal de Enfermagem com a


participação dos Conselhos Regionais de Enfermagem, inclui discussões com a categoria de
Enfermagem.

O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem está organizado por assunto e inclui
princípios, direitos, responsabilidades, deveres e proibições pertinentes à conduta ética dos
profissionais de Enfermagem.

O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem leva em consideração a necessidade


e o direito de assistência em Enfermagem da população, os interesses do profissional e de sua
organização.

Está centrado na pessoa, família e coletividade e pressupõe que os trabalhadores de


Enfermagem estejam aliados aos usuários na luta por uma assistência sem riscos e danos e
acessível a toda população.

O presente Código teve como referência os postulados da Declaração Universal dos


Direitos do Homem, promulgada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (1948) e adotada
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pela Convenção de Genebra da Cruz Vermelha (1949), contidos no Código de Ética do


Conselho Internacional de Enfermeiros (1953) e no Código de Ética da Associação Brasileira
de Enfermagem (1975).

Teve como referência, ainda, o Código de Deontologia de Enfermagem do Conselho


Federal de Enfermagem (1976), o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (1993) e
as Normas Internacionais e Nacionais sobre Pesquisa em Seres Humanos [Declaração
Helsinque (1964), revista em Tóquio (1975) e a Resolução 196 do Conselho Nacional de Saúde,
Ministério da Saúde (1996)].

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

A Enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde e qualidade de vida da


pessoa, família e coletividade.

O Profissional de Enfermagem atua na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação


da saúde, com autonomia e em consonância com os preceitos éticos e legais.

• O profissional de enfermagem participa, como integrante da equipe de saúde, das ações que
visem satisfazer as necessidades de saúde da população e da defesa dos princípios das políticas
públicas de saúde e ambientais, que garantam a universalidade de acesso aos serviços de
saúde, integralidade da assistência, resolutividade, preservação da autonomia das pessoas,
participação da comunidade, hierarquização e descentralização político- administrativa dos
serviços de saúde.

• O Profissional de Enfermagem respeita a vida, a dignidade e os direitos humanos, em todas as


suas dimensões.

• O Profissional de Enfermagem exerce suas atividades com competência para a promoção do


ser humano na sua integralidade, de acordo com os princípios da ética e da bioética.

• O Profissional de Enfermagem exerce suas atividades com competência para a promoção da


saúde do ser humano na sua integridade, de acordo com os princípios da ética e da bioética.
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ÉTICA E BIOÉTICA

CAPÍTULO I DAS RELAÇÕES PROFISSIONAIS DIREITOS

Art. 1º - Exercer a Enfermagem com liberdade, autonomia e ser tratado segundo os


pressupostos e princípios legais, éticos e dos direitos humanos.

Art. 2º – Aprimorar seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais que dão


sustentação a sua prática profissional.

Art. 3º - Apoiar as iniciativas que visem ao aprimoramento profissional e à defesa dos


direitos e interesses da categoria e da sociedade.

Art. 4º - Obter desagravo público por ofensa que atinja a profissão, por meio do Conselho
Regional de Enfermagem.

RESPONSABILIDADES E DEVERES

Art. 5º - Exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade, resolutividade,


dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade.

Art. 6º – Fundamentar suas relações no direito, na prudência, no respeito, na


solidariedade e na diversidade de opinião e posição ideológica.

Art. 7º Comunicar ao COREN e aos órgãos competentes, fatos que infrinjam dispositivos
legais e que possam prejudicar o exercício profissional.

PROIBIÇÕES

Art. 8º - Promover e ser conivente com a injúria calúnia e difamação de membro da Equipe
de Enfermagem, Equipe de Saúde e de trabalhadores de outras áreas, de organizações da
categoria ou instituições.

Art. 9 – Praticar e/ou ser conivente com crime, contravenção penal ou qualquer outro ato,
que infrinja postulados éticos e legais.

SEÇÃO I DAS RELAÇÕES COM A PESSOA, FAMILIA E COLETIVIDADE. DIREITOS


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Art. 10- Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência técnica,
científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, família e
coletividade.

Art. 11 - Ter acesso às informações, relacionadas à pessoa, família e coletividade,


necessárias ao exercício profissional.

RESPONSABILIDADES E DEVERES

Art. 12 - Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de Enfermagem livre de


danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência.

Art. 13 - Avaliar criteriosamente sua competência técnica, científica, ética e legal e


somente aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho seguro para si e para
outrem.

Art. 14 – Aprimorar os conhecimentos técnicos, científicos, éticos e culturais, em benefício


da pessoa, família e coletividade e do desenvolvimento da profissão.

Art. 15 - Prestar Assistência de Enfermagem sem discriminação de qualquer natureza.

Art. 16 - Garantir a continuidade da Assistência de Enfermagem em condições que


ofereçam segurança, mesmo em caso de suspensão das atividades profissionais decorrentes
de movimentos reivindicatórios da categoria.

Art. 17 - Prestar adequadas informações à pessoa, família e coletividade a respeito dos


direitos, riscos, benefícios e intercorrências acerca da Assistência de Enfermagem.

Art. 18 - Respeitar, reconhecer e realizar ações que garantam o direito da pessoa ou de


seu representante legal, de tomar decisões sobre sua saúde, tratamento, conforto e bem estar.

Art. 19 - Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade do ser humano, em todo seu ciclo
vital, inclusive nas situações de morte e pós-morte.

Art. 20 - Colaborar com a Equipe de Saúde no esclarecimento da pessoa, família e


coletividade a respeito dos direitos, riscos, benefícios e intercorrências acerca de seu estado
de saúde e tratamento.
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Art. 21 - Proteger a pessoa, família e coletividade contra danos decorrentes de imperícia,


negligência ou imprudência por parte de qualquer membro da Equipe de Saúde.

Art. 22 - Disponibilizar seus serviços profissionais à comunidade em casos de emergência,


epidemia e catástrofe, sem pleitear vantagens pessoais.

Art. 23 - Encaminhar a pessoa, família e coletividade aos serviços de defesa do cidadão,


nos termos da lei.

Art. 24 – Respeitar, no exercício da profissão, as normas relativas à preservação do meio


ambiente e denunciar aos órgãos competentes as formas de poluição e deterioração que
comprometam a saúde e a vida.

Art. 25 – Registrar no Prontuário do Paciente as informações inerentes e indispensáveis


ao processo de cuidar.

PROIBIÇÕES

Art. 26 - Negar Assistência de Enfermagem em qualquer situação que se caracterize como


urgência ou emergência.

Art. 27 – Executar ou participar da assistência à saúde sem o consentimento da pessoa ou


de seu representante legal, exceto em iminente risco de morte.

Art. 28 - Provocar aborto, ou cooperar em prática destinada a interromper a gestação.


Parágrafo único - Nos casos previstos em Lei, o profissional deverá decidir, de acordo com a
sua consciência, sobre a sua participação ou não no ato abortivo.

Art. 29 - Promover a eutanásia ou participar em prática destinada a antecipar a morte do


cliente.

Art. 30 - Administrar medicamentos sem conhecer a ação da droga e sem certificar- se da


possibilidade dos riscos.

Art. 31 - Prescrever medicamentos e praticar ato cirúrgico, exceto nos casos previstos na
legislação vigente e em situação de emergência.
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Art. 32 - Executar prescrições de qualquer natureza, que comprometam a segurança da


pessoa.

Art. 33 - Prestar serviços que por sua natureza competem a outro profissional, exceto em
caso de emergência.

Art. 34 - Provocar, cooperar, ser conivente ou omisso com qualquer forma de violência.

Art. 35 - Registrar informações parciais e inverídicas sobre a assistência prestada.

SEÇÃO II DAS RELAÇÕES COM OS TRABALHADORES DE ENFERMAGEM, SAÚDE E


OUTROS. DIREITOS

Art. 36 - Participar da prática profissional multi e interdisciplinar com responsabilidade,


autonomia e liberdade.

Art. 37 - Recusar-se a executar prescrição medicamentosa e terapêutica, onde não conste


a assinatura e o número de registro do profissional, exceto em situações de urgência e
emergência.

PARÁGRAFO ÚNICO – O profissional de enfermagem poderá recusar-se a executar


prescrição medicamentosa e terapêutica em caso de identificação de erro ou ilegibilidade.

RESPONSABILIDADES E DEVERES

Art. 38 - Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades profissionais,


independentemente de ter sido praticada individualmente ou em equipe.

Art. 39 - Participar da orientação sobre benefícios, riscos e consequências decorrentes de


exames e de outros procedimentos, na condição de membro da equipe de saúde.

Art. 40 – posicionar-se contra falta cometida durante o exercício profissional seja por
imperícia, imprudência ou negligência.

Art. 41 - Prestar informações, escritas e verbais, completas e fidedignas necessárias para


assegurar a continuidade da assistência.
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ÉTICA E BIOÉTICA

PROIBIÇÕES

Art. 42 - Assinar as ações de Enfermagem que não executou, bem como permitir que suas
ações sejam assinadas por outro profissional.

Art. 43 - Colaborar, direta ou indiretamente com outros profissionais de saúde, no


descumprimento da legislação referente aos transplantes de órgãos, tecidos, esterilização,
fecundação artificial e manipulação genética.

SEÇÃO III DAS RELAÇÕES COM AS ORGANIZAÇÕES DA CATEGORIA DIREITOS

Art. 44 - Recorrer ao Conselho Regional de Enfermagem, quando impedido de cumprir o


presente Código, a legislação do Exercício Profissional e as Resoluções e Decisões emanadas
pelo Sistema COFEN/COREN.

Art. 45 - Associar-se, exercer cargos e participar de Entidades de Classe e Órgãos de


Fiscalização do Exercício Profissional.

Art. 46 – Requerer em tempo hábil, informações acerca de normas e convocações.

Art. 47 – Requerer, ao Conselho Regional de Enfermagem, mediadas cabíveis para


obtenção de desagravo público em decorrência de ofensa sofrida no exercício profissional.

RESPONSABILIDADES E DEVERES

Art. 48 - Cumprir e fazer os preceitos éticos e legais da profissão.

Art. 49 – Comunicar ao Conselho Regional de Enfermagem, fatos que firam preceitos do


presente Código e da legislação do exercício profissional.

Art. 50 – Comunicar formalmente ao Conselho Regional de Enfermagem fatos que


envolvam recusa ou demissão de cargo, função ou emprego, motivado pela necessidade do
profissional em cumprir o presente Código e a legislação do exercício profissional.

Art. 51 – Cumprir, no prazo estabelecido, as determinações e convocações do Conselho


Federal e Conselho Regional de Enfermagem.
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ÉTICA E BIOÉTICA

Art. 52 – Colaborar com a fiscalização de exercício profissional.

Art. 53 – Manter seus dados cadastrais atualizados, e regularizadas as suas obrigações


financeiras com o Conselho Regional de Enfermagem.

Art. 54 – Apura o número e categoria de inscrição no Conselho Regional de Enfermagem


em assinatura, quando no exercício profissional.

Art.55 – Facilitar e incentivar a participação dos profissionais de enfermagem no


desempenho de atividades nas organizações da categoria.

PROIBIÇÕES

Art. 56 – Executar e determinar a execução de atos contrários ao Código de Ética e às


demais normas que regulam o exercício da Enfermagem.

Art. 57 – Aceitar cargo, função ou emprego vago em decorrência de fatos que envolvam
recusa ou demissão de cargo, função ou emprego motivado pela necessidade do profissional
em cumprir o presente código e a legislação do exercício profissional.

Art. 58 – Realizar ou facilitar ações que causem prejuízo ao patrimônio ou comprometam


a finalidade para a qual foram instituídas as organizações da categoria.

Art. 59 - Negar, omitir informações ou emitir falsas declarações sobre o exercício


profissional quando solicitado pelo Conselho Regional de Enfermagem.

SEÇÃO IV DAS RELAÇÕES COM AS ORGANIZAÇÕES EMPREGADORAS - DIREITOS

Art. 60 - Participar de movimentos de defesa da dignidade profissional, do seu


aprimoramento técnico-científico, do exercício da cidadania e das reivindicações por melhores
condições de assistência, trabalho e remuneração.

Art. 61 - Suspender suas atividades, individual ou coletivamente, quando a instituição


pública ou privada para a qual trabalhe não oferecer condições dignas para o exercício
profissional ou que desrespeite a legislação do setor saúde, ressalvadas as situações de
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ÉTICA E BIOÉTICA

urgência e emergência, devendo comunicar imediatamente por escrito sua decisão ao


Conselho Regional de Enfermagem.

Art. 62 - Receber salários ou honorários compatíveis com o nível de formação, a jornada


de trabalho, a complexidade das ações e responsabilidade pelo exercício profissional.

Art. 63 - Desenvolver suas atividades profissionais em condições de trabalho que


promovam a própria segurança e a da pessoa, família e coletividade sob seus cuidados, e
dispor de material e equipamentos de proteção individual e coletiva, segundo as normas
vigentes.

Art. 64 - Recusar-se a desenvolver atividades profissionais na falta de material ou


equipamentos de proteção individual e coletiva definidos na legislação específica.

Art. 65- Formar e participar da comissão de ética da instituição pública ou privada onde
trabalha, bem como de comissões interdisciplinares.

Art. 66 - Exercer cargos de direção, gestão e coordenação na área de seu exercício


profissional e do setor saúde.

Art. 67 - Ser informado sobre as políticas da instituição e do Serviço de Enfermagem, bem


como participar de sua elaboração.

Art. 68 – Registrar no prontuário e em outros documentos próprios da Enfermagem


informações referentes ao processo de cuidar da pessoa.

RESPONSABILIDADES E DEVERES

Art. 69 – Estimular, promover e criar condições para o aperfeiçoamento técnico, científico


e cultural dos profissionais de Enfermagem sob sua orientação e supervisão.

Art. 70 - Estimular, facilitar e promover o desenvolvimento das atividades de ensino,


pesquisa e extensão, devidamente aprovadas nas instâncias deliberativas da instituição.

Art. 71 - Incentivar e criar condições para registrar as informações inerentes e


indispensáveis ao processo de cuidar.
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ÉTICA E BIOÉTICA

Art. 72 – Registrar as informações inerentes e indispensáveis ao processo de cuidar de


forma clara, objetiva e completa.

PROIBIÇÕES

Art. 73 – Trabalhar, colaborar ou acumpliciar-se com pessoas ou jurídicas que


desrespeitem princípios e normas que regulam o exercício profissional de Enfermagem.

Art. 74 - Pleitear cargo, função ou emprego ocupado por colega, utilizando-se de


concorrência desleal.

Art. 75 – Permitir que seu nome conste no quadro de pessoal de hospital, casa de saúde,
unidade sanitária, clínica, ambulatório, escola, curso, empresa ou estabelecimento congênere
sem nele exercer as funções de Enfermagem pressupostas.

Art. 76 - Receber vantagens de instituição, empresa, pessoa, família e coletividade, além


do que lhe é devido, como forma de garantir Assistência de Enfermagem diferenciada ou
benefícios de qualquer natureza para si ou para outrem.

Art. 77 - Usar de qualquer mecanismo de pressão ou suborno com pessoas físicas ou


jurídicas para conseguir qualquer tipo de vantagem.

Art. 78 – Utilizar, de forma abusiva, o poder que lhe confere a posição ou cargo, para
impor ordens, opiniões, atentar contra o puder, assediar sexual ou moralmente, inferiorizar
pessoas ou dificultar o exercício profissional.

Art. 79 – Apropriar-se de dinheiro, valor, bem móvel ou imóvel, público ou particular de


que tenha posse em razão do cargo, ou desviá-lo em proveito próprio ou de outrem.

Art. 80 - Delegar suas atividades privativas a outro membro da equipe de Enfermagem ou


de saúde, que não seja Enfermeiro.

CAPÍTULO II DO SIGILO PROFISSIONAL DIREITOS

Art. 81 – Abster-se de revelar informações confidenciais de que tenha conhecimento em


razão de seu exercício profissional a pessoas ou entidades que não estejam obrigadas ao sigilo.
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ÉTICA E BIOÉTICA

RESPONSABILIDADES E DEVERES

Art. 82 - Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão de sua
atividade profissional, exceto casos previstos em lei, ordem judicial, ou com o consentimento
escrito da pessoa envolvida ou de seu representante legal.

§ 1º Permanece o dever mesmo quando o fato seja de conhecimento público e em caso de


falecimento da pessoa envolvida.

§ 2º Em atividade multiprofissional, o fato sigiloso poderá ser revelado quando necessário


à prestação da assistência.

§ 3º O profissional de Enfermagem intimado como testemunha deverá comparecer


perante a autoridade e, se for o caso, declarar seu impedimento de revelar o segredo.

§ 4º - O segredo profissional referente ao menor de idade deverá ser mantido, mesmo


quando a revelação seja solicitada por pais ou responsáveis, desde que o menor tenha
capacidade de discernimento, exceto nos casos em que possa acarretar danos ou riscos ao
mesmo.

Art. 83 – Orientar, na condição de Enfermeiro, a equipe sob sua responsabilidade sobre o


dever do sigilo profissional.

PROIBIÇÕES

Art. 84 - Franquear o acesso a informações e documentos a pessoas que não estão


diretamente envolvidas na prestação da assistência, exceto nos casos previstos na legislação
vigente ou por ordem judicial.

Art. 85 - Divulgar ou fazer referência a casos, situações ou fatos de forma que os


envolvidos possam ser identificados.

CAPÍTULO III DO ENSINO, DA PESQUISA E DA PRODUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA DIREITOS

Art. 86 - Realizar e participar de atividades de ensino e pesquisa, respeitadas as normas


ético-legais.
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ÉTICA E BIOÉTICA

Art. 87 – Ter conhecimento acerca do ensino e da pesquisa a serem desenvolvidos com as


pessoas sob sua responsabilidade profissional ou em seu local de trabalho.

Art. 88 – Ter reconhecida sua autoria ou participação em produção técnico científica.

RESPONSABILIDADES E DEVERES

Art. 89 – Atender as normas vigentes para a pesquisa envolvendo seres humanos, segundo
a especificidade da investigação.

Art. 90 - Interromper a pesquisa na presença de qualquer perigo à vida e à integridade da


pessoa.

Art. 91 - Respeitar os princípios da honestidade e fidedignidade, bem como os direitos


autorais no processo de pesquisa, especialmente na divulgação dos seus resultados.

Art. 92 - Disponibilizar os resultados de pesquisa à comunidade científica e sociedade em


geral.

Art. 93 - Promover a defesa e o respeito aos princípios éticos e legais da profissão no


ensino, na pesquisa e produções técnico-científicas.

PROIBIÇÕES

Art. 94 - Realizar ou participar de atividades de ensino e pesquisa, em que o direito


inalienável da pessoa, família ou coletividade seja desrespeitado ou ofereça qualquer tipo de
risco ou dano aos envolvidos.

Art. 95 - Eximir-se da responsabilidade por atividades executadas por alunos ou


estagiários, na condição de docente, Enfermeiro responsável ou supervisor.

Art. 96 - Sobrepor o interesse da ciência ao interesse e segurança da pessoa, família ou


coletividade.

Art. 97 – Falsificar ou manipular resultados de pesquisa, bem como, usá-los para fins
diferentes dos pré-determinados.
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ÉTICA E BIOÉTICA

Art. 98 - Publicar trabalho com elementos que identifiquem o sujeito participante do


estudo sem sua autorização.

Art. 99 – Divulgar ou publicar, em seu nome, produção técnico-científica ou instrumento


de organização formal do qual não tenha participado ou omitir nomes de coautores e
colaboradores.

Art. 100 - Utilizar sem referência ao autor ou sem a sua autorização expressa, dados,
informações, ou opiniões ainda não publicados.

Art. 101 – Apropriar-se ou utilizar produções técnico-científicas, das quais tenha


participado como autor ou não, implantadas em serviços ou instituições sob concordância ou
concessão do autor.

Art. 102 – Aproveitar-se de posição hierárquica para fazer constar seu nome como autor
ou coautor em obra técnico-científica.

CAPÍTULO IV DA PUBLICIDADE DIREITOS

Art. 103 – Utilizar-se de veículo de comunicação para conceder entrevistas ou divulgar


eventos e assuntos de sua competência, com finalidade educativa e de interesse social.

Art. 104 – Anunciar a prestação de serviços para os quais está habilitado.

RESPONSABILIDADES E DEVERES

Art. 105 – Resguardar os princípios da honestidade, veracidade e fidedignidade no


conteúdo e na forma publicitária.

Art. 106 – Zelar pelos preceitos éticos e legais da profissão nas diferentes formas de
divulgação.

PROIBIÇÕES RESPONSABILIDADES E DEVERES

Art. 107 – Divulgar informação inverídica sobre assunto de sua área profissional.
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ÉTICA E BIOÉTICA

Art. 108- Inserir imagens ou informações que possam identificar pessoas e instituições sem
sua prévia autorização.

Art. 109 – Anunciar título ou qualificação que não possa comprovar.

Art. 110 – Omitir, em proveito próprio, referência a pessoas ou instituições.

Art. 111 – Anunciar a prestação de serviços gratuitos ou propor honorários que


caracterizem concorrência desleal.

CAPÍTULO V DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES

Art. 112 - A caracterização das infrações éticas e disciplinares e a aplicação das respectivas
penalidades regem-se por este Código, sem prejuízo das sanções previstas em outros
dispositivos legais.

Art. 113- Considera-se Infração Ética a ação, omissão ou conivência que implique em
desobediência e/ou inobservância às disposições do Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem.

Art. 114 - Considera-se infração disciplinar a inobservância das normas dos Conselhos
Federal e Regional de Enfermagem.

Art. 115 - Responde pela infração quem a cometer ou concorrer para a sua prática, ou
dela obtiver benefício, quando cometida por outrem.

Art. 116 - A gravidade da infração é caracterizada por meio da análise dos fatos do dano
e de suas consequências.

Art. 117 - A infração é apurada em processo instaurado e conduzido nos termos do Código
de Processo ético das Autarquias dos Profissionais de Enfermagem.

Art. 118 - As penalidades a serem impostas pelos Conselhos Federal e Regional de


Enfermagem, conforme o que determina o art. 18, da Lei n° 5.905, de 12 de julho de 1973, são
as seguintes:

I - Advertência verbal;
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ÉTICA E BIOÉTICA

II - Multa;

III - Censura;

- Suspensão do Exercício Profissional;

V - Cassação do direito ao Exercício Profissional.

§ 1º - A advertência verbal consiste na admoestação ao infrator, de forma reservada, que


será registrada no Prontuário do mesmo, na presença de duas testemunhas.

§ 2º - A multa consiste na obrigatoriedade de pagamento de 01 (um) a 10 (dez) vezes o


valor da anuidade da categoria profissional à qual pertence o infrator, em vigor no ato do
pagamento.

§3º - A censura consiste em repreensão que será divulgada nas publicações oficiais dos
Conselhos Federal e Regional de Enfermagem e em jornais de grande circulação.

§ 4º - A suspensão consiste na proibição do exercício profissional da Enfermagem por um


período não superior a 29 (vinte e nove) dias e serão divulgados nas publicações oficiais dos
Conselhos Federal e Regional de Enfermagem, jornais de grande circulação e comunicada aos
órgãos empregadores.

§ 5º - A cassação consiste na perda do direito ao exercício da Enfermagem e será


divulgada nas publicações dos Conselhos Federal e Regional de Enfermagem e em jornais de
grande circulação.

Art.119 - As penalidades, referentes à advertência verbal, multa, censura e suspensão do


exercício profissional, são da alçada do Conselho Regional de Enfermagem, serão registradas
no prontuário do profissional de Enfermagem; a pena de cassação do direito ao exercício
profissional é de competência do Conselho Federal de Enfermagem, conforme o disposto no
art. 18, parágrafo primeiro, da Lei n° 5.905/73. Parágrafo único - Na situação em que o
processo tiver origem no Conselho Federal de Enfermagem, terá como instância superior a
Assembleia dos Delegados Regionais.

Art. 120 - Para a graduação da penalidade e respectiva imposição consideram-se:


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ÉTICA E BIOÉTICA

I - A maior ou menor gravidade da infração;

II- As circunstâncias agravantes e atenuantes da infração;

III - O dano causado e suas consequências;

IV - Os antecedentes do infrator.

Art.121 - As infrações serão consideradas leves, graves ou gravíssimas, segundo a


natureza do ato e a circunstância de cada caso.

§ 1º - São consideradas infrações leves as que ofendam a integridade física, mental ou


moral de qualquer pessoa, sem causar debilidade ou aquelas que venham a difamar
organizações da categoria ou instituições.

§ 2º - São consideradas infrações graves as que provoquem perigo de vida, debilidade


temporária de membro, sentido ou função em qualquer pessoa ou as que causem danos
patrimoniais ou financeiros.

§ 3º - São consideradas infrações gravíssimas as que provoquem morte, deformidade


permanente, perda ou inutilização de membro, sentido, função ou ainda, dano moral
irremediável em qualquer pessoa.

Art. 122 - São consideradas circunstâncias atenuantes:

I - Ter o infrator procurado, logo após a infração, por sua espontânea vontade e com
eficiência, evitar ou minorar as consequências do seu ato;

II - Ter bons antecedentes profissionais;

III - Realizar atos sob coação e/ou intimidação;

IV - Realizar ato sob emprego real de força física;

V - Ter confessado espontaneamente a autoria da infração.

Art. 123 - São consideradas circunstâncias agravantes:

I - Ser reincidente;
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ÉTICA E BIOÉTICA

II - Causar danos irreparáveis;

III - Cometer infração dolosamente;

IV - Cometer a infração por motivo fútil ou torpe;

V - Facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem de outra


infração;

VI - Aproveitar-se da fragilidade da vítima;

VII - Cometer a infração com abuso de autoridade ou violação do dever inerente ao cargo
ou função;

VIII - Ter maus antecedentes profissionais.

CAPÍTULO VI DA APLICAÇÃO DAS PENALIDAES

Art. 124 - As penalidades previstas neste Código somente poderão ser aplicadas,
cumulativamente, quando houver infração a mais de um artigo.

Art. 125 - A pena de Advertência verbal é aplicável nos casos de infrações ao que está
estabelecido nos artigos: 5º a 7º; 12 a 14; 16 a 24; 27; 30; 32; 34; 35; 38 a 40; 49 a 55; 57; 69
a71; 74; 78; 82 a 85; 89 a 95; 89; 98 a 102; 105; 106; 108 a 111.

Código. Art. 126 - A pena de Multa é aplicável nos casos de infrações ao que está
estabelecido nos artigos: 5º a 9º; 12; 13; 15; 16; 19; 24; 25; 26; 28 a 35; 38 a 43; 48 a 51; 53;
56 a 59; 72 a 80; 82; 84; 85; 90; 94; 96; 97 a 102; 105; 107; 108; 110; e 111 deste.

Código. Art. 127 - A pena de Censura é aplicável nos casos de infrações ao que está
estabelecido nos artigos: 8º; 12; 13; 15; 16; 25; 30 a 35; 41 a 43; 48; 51; 54; 56 a 59 71 a 80;
82; 84; 85; 90; 91; 94 a 102; 105; 107 a 111 deste.

Código. Art. 128- A pena de Suspensão do Exercício Profissional é aplicável nos casos de
infrações ao que está estabelecido nos artigos: 8º; 9º; 12; 15; 16; 25; 26; 28; 29; 31; 33 a 35;
41 a 43; 48; 56; 58; 59; 72; 73; 75 a 80; 82; 84; 85; 90; 94; 96 a 102; 105; 107 e 108 deste.
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Código. Art.129 - A pena de Cassação do Direito ao Exercício Profissional é aplicável nos


casos de infrações ao que está estabelecido nos artigos: 9º, 12; 26; 28; 29; 78 e 79 deste
Código.

CAPÍTULO VII DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 130- Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Federal de Enfermagem.

Art. 131- Este Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de Enfermagem, por
iniciativa própria ou mediante proposta de Conselhos Regionais.

PARÁGRAFO ÚNICO - A alteração referida deve ser precedida de ampla discussão com a
categoria, coordenada pelos Conselhos Regionais.

Art. 132 O presente Código entrará em vigor 90 dias após sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 08 de fevereiro de 2007.

ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL

Antigamente os profissionais de enfermagem eram submetidos à medicina, sendo que


hoje somos profissionais liberais em que todos são responsáveis em seus limites.

Compete ao enfermeiro coordenar, planejar, executar e supervisionar os técnicos e


auxiliares de enfermagem da área.

1- RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL: No sentido geral a responsabilidade tem o significado de


obrigação, encargo, compromisso ou dever de satisfazer ou executar alguma coisa e suportar
as sanções decorrentes dessa obrigação. A responsabilidade trás sempre em seu bojo os
aspectos de dever, de dano ou de prejuízo e também de reparação do dano.

2- DISTINÇÃO ENTRE A NORMA JURÍDICA DA MORAL (DIREITO X MORAL):

• O direito é o princípio de adequação do homem à vida social;


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• A norma moral é mais ampla do que o direito, porque compreende as normas jurídicas e as
normas morais;

• O direito tem estrutura imperativa e atributiva, impedindo obrigação e conferindo direito;

• A moral tem como característica a unilateralidade das regras por imposição dos deveres;

• O direito é coercitivo e atua na vida social, ou seja, propõe uma forma de conduta obrigatória,
tem poder de vigilância e coação visando o bem comum: infringiu será penalizado;

• A legislação ética se limita a dizer o que se deve ou não fazer, o que pode ou não se fazer,
fundamentadas em conhecimentos racionais e objetivos a respeito do comportamento moral
dos homens;

• Neste sentido, posiciona-se a Deontologia, que representa o conjunto de deveres exigidos do


homem, quando no exercício de determinada profissão.

3- CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM:

Representa o mínimo admissível, quando chega a transgredi-lo o agente,


obrigatoriamente, terá que ser penalizado. Reúne normas e princípios, direitos e deveres
pertinentes à conduta do profissional que deverá ser assumida por todos.

4- RESPONSABILIDADES ÉTICAS:

5- DOS DIREITOS:
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ÉTICA E BIOÉTICA

6- DOS DEVERES:

7- RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL: A responsabilidade envolve o aspecto do dano ou prejuízo


produzido por alguém que violou o direito de um terceiro. Sempre que ocorrem tais danos ou
prejuízos, cabe reparação, restauração ou indenização do mal causado. O profissional pode
ser envolvido em infrações civis e penais, como autor ou coautor em pleno exercício da
profissão. Porém não haverá responsabilidade jurídica se a violação de um dever não produzir
dano, seja pessoal, material ou moral.

8- RESPONSABILIDADE CIVIL:
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ÉTICA E BIOÉTICA

9- RESPONSABILIDADE PENAL: Existe uma série de situações, na prática da enfermagem, como


administração de substâncias estranhas, erradas, dosagem errada, por via errada, quedas e
outros procedimentos, que possam envolver o enfermeiro em um ato criminoso por
imprudência, negligência e imperícia.

A IMPRUDÊNCIA, NEGLIGÊNCIA e IMPERÍCIA, geralmente, configuram-se em atos, ou na


omissão de providência que deveriam ser tomadas pelo indivíduo no exercício de qualquer
profissão.

10- IMPRUDÊNCIA:

11- NEGLIGÊNCIA:
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ÉTICA E BIOÉTICA

12- IMPERÍCIA:

PERIGO. Não haverá dano, seja pessoal, material ou moral. Portanto o profissional deve
ser prudente, cuidadoso e conhecedor de sua profissão.
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13- SEGREDO PROFISSIONAL:

14- PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:

PARÁGRAFO ÚNICO: Somente se procede mediante representação (autorização


expressa). I- Pode revelar o segredo:
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1º. Quando o dano o permite, entretanto é prudente avaliar as condições emocionais do


paciente e chamar um colega para testemunhar;

2º. Quando o bem comum exige: comércio de tóxico, paciente portador de doença
contagiosa; 3º. Quando o bem da terceira pessoa o exige: nos casos de servícias (maus tratos)
ou castigo a menores (caso ocorrido na emergência);

4º. Quando o bem do depositário o exige (o bem do próprio profissional de enfermagem):


casos que o enfermeiro é ameaçado de chantagem por parte do cliente.

OBS: Mesmo nestas situações exige-se uma série de condições que precisam ser
observadas, tais como:

- Revelar o que for estritamente necessário para a solução do problema;

- Divulgar ao menor número de pessoas ou entidades possíveis apenas àquelas que poderão
de fato, colaborar para a solução do problema;

A revelação só será admissível, depois de esgotadas todos os recursos para que o próprio
cliente se disponha a revelar o seu segredo;

- Que dano que esteja afetando uma terceira pessoa, a comunidade ou o próprio
profissional, seja um dano grave, injusto ou eminente. Nenhum profissional tem o direito de
revelar um segredo por um dano que só ocorrerá remotamente.

II- É obrigado a revelar o segredo: No capítulo II do Sigilo Profissional nas


Responsabilidades e Deveres no Artigo 82 do Código de Ética: São deveres

Art. 82. Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão de sua
atividade profissional, exceto casos previstos em lei, ordem judicial, ou com o consentimento
escrito da pessoa envolvida ou de seu representante legal.

§ 1º Permanece o dever mesmo quando o fato seja de conhecimento público e em caso


de falecimento da pessoa envolvida.

§ 2º Em atividade multiprofissional, o fato sigiloso poderá ser revelado quando necessário


à prestação da assistência.
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§ 3º O profissional de· Enfermagem intimado como testemunha deverá comparecer


perante a autoridade e, se for o caso, declarar seu impedimento de revelar o segredo.

§ 4º O segredo profissional referente ao menor de idade deverá ser mantido, mesmo


quando a revelação seja solicitada por pais ou responsáveis, desde que o menor tenha
capacidade de discernimento, exceto nos casos em que possa acarretar danos ou riscos ao
mesmo.

Art. 83. Orientar, na condição de Enfermeiro, a equipe sob sua responsabilidade sobre o
dever do sigilo profissional. 1º Exemplo: Infração de medida sanitária preventiva: Artigo 268
do Código Penal – “Infringir, determinação do poder público destinado a impedir introdução
ou propagação de doença contagiosa”. Pena: detenção, de um mês a um ano.

PARÁGRAFO ÚNICO: a pena é aumentada de um terço, se o agente é funcionário da saúde


pública ou exerce a profissão de médico, farmacêutico, dentista ou ENFERMEIRA (O).
Portanto, a (o) enfermeira (o) pode revelar o segredo quando se tratar de agravos a saúde,
relacionado a notificação compulsória.

2º EXEMPLO: LEIS DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS: Artigo 66 do Código Penal – Deixar de


comunicar à autoridade competente.

Inciso II – Crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício da medicina ou


de outro profissional sanitário, desde que a ação penal não dependa de representação e a
comunidade não exponha o cliente a procedimento criminal.

Pena: multa.

III- Não é obrigado a revelar o segredo: Artigo 144 do Código Civil – Ninguém pode ser
obrigado a depor de fatos, cujo respeito, por estado ou profissional, deve guardar segredo.
Artigo 406 do Código Processual Civil – A testemunha não é obrigada a depor de fatos; Inciso
II – Cujo respeito, por estado ou profissional, deva guardar sigilo.

Artigo 207 do Código Processual Penal – São proibidas de depor, as pessoas em razão de
função, ministério, ofício ou profissional, devam guardar segredo, salvos de se, desobrigado
pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.
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ÉTICA E BIOÉTICA

Em resumo, estes princípios fornecem cobertura a quem for convocado a depor em juízo
sobre fato conhecido no exercício profissional. O profissional comparece à juízo, mas será
obrigado a revelar o que sabe, exceto nos casos em que a revelação é obrigatória, apenas
declara o impedimento.

O Código do Conselho Internacional de Profissionais de Enfermagem, posiciona-se


em relação a responsabilidade da(o) enfermeira(o). As responsabilidades fundamentais
da(o) profissional de enfermagem são as seguintes:

- Promover a saúde;

- Prevenir a doença;

- Restaurar a saúde;

- Aliviar o sofrimento.

A necessidade dos profissionais de enfermagem é universal: respeito à vida,


respeito à dignidade e aos direitos do homem.

SER RESPONSÁVEL X TER RESPONSABILIDADE

Ser responsável: se refere à esfera das funções e deveres associados ao papel dos
enfermeiros. À medida que assumem mais funções, estas se tornam parte da sua
responsabilidade, sendo responsável, a (o) enfermeira (o) se torna segura (o) e digna (o) de
confiança pelos colgas e pacientes.

O profissional responsável é competente em conhecimento e habilidade. A


responsabilidade de uma enfermeira (o) requer uma disposição de atuação apropriada dentro
de diretrizes de conduta da ética profissional.

Ter responsabilidade: significa estar apto a responder por suas ações. Ter
responsabilidade pede uma avaliação da efetividade do profissional em assumir
responsabilidades.
58
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ÉTICA E BIOÉTICA

O profissional responsável denuncia erros e inicia os cuidados para prevenir qualquer


prejuízo futuro ao paciente. O profissional de enfermagem tem responsabilidade com ele,
com o paciente, com a profissão, com a instituição empregatícia e com a sociedade. Ele relata
qualquer conduta de outro profissional da mesma área e que não coloque em risco a
integridade do paciente.

A prioridade mais alta do profissional de enfermagem é a segurança e o bem estar do


paciente. Quem falha em apresentar esta conduta é considerado corresponsável. Ter
responsabilidade para com o paciente significa que o profissional fornece informações
precisas a ele sobre o tratamento. Ele tem a responsabilidade de informar o paciente sobre o
procedimento e fornecer informações que o ajudem a tomar decisões.

A preocupação ética primária dos profissionais de enfermagem é ajudar cada paciente a


receber assistência de saúde de alta qualidade. Assim como deve-se também preocupar-se
com o seu agir em relação ao colega.

UNIDADE 02 – A ÉTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS

As novas descobertas tecnológicas mudaram profundamente a “face da terra” e a “face


do homem” que vive na terra. Mudou a maneira de viver e de relacionar-se das pessoas; e
mudou a vida mesma das pessoas. A tecnologia nos acompanha desde o nascimento até a
morte.
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ÉTICA E BIOÉTICA

As novas tecnologias mexem com a vida humana; possibilitam uma maior regulação da
natalidade e conseguem, muitas vezes, vencer a esterilidade com técnicas que nem se
sonhavam poucas décadas atrás: a inseminação artificial, o “bebê de proveta” etc.

No campo da saúde, as novas tecnologias possibilitam a cura de muitas doenças, a diálise,


os transplantes (rins, fígado, coração, entre outros). O PGH (Projeto Genoma Humano)
identificou e mapeou os genes presentes na longa molécula do DNA. Todo este
desenvolvimento tecnológico levantou sérias questões éticas. A ética se baseia,
essencialmente, no respeito da pessoa humana.

Essas tecnologias respeitam sempre a pessoa humana? Não existe, por acaso, o risco de
reduzir a pessoa a um objeto de manipulação? São perguntas que interessam a todas as
pessoas. É preciso dialogar, numa atitude interdisciplinar, com o seguinte objetivo: colocar o
progresso biomédico e tecnológico a serviço da vida humana e de toda a convivência social, e
não contra.

2.1 ÉTICA: SIGNIFICADO ETIMOLÓGICO E SUA DEFINIÇÃO

Etimologicamente, ética origina-se do termo grego ethos, significando o conjunto de


costumes, hábitos, valores de uma determinada sociedade ou cultura. Os romanos o
traduziram para o termo latino mores, significando o mesmo que ethos, donde provém o
termo moralis, do qual se deriva o termo moral em português.

Na prática, porém, distingue-se a moral da ética. A Moral diz respeito ao comportamento


da pessoa que respeita, ou não, seus semelhantes, tornando, assim, seu comportamento BOM
ou MAU. A ÉTICA, por sua vez, é a reflexão sistemática sobre a moral, sendo considerada como
um capítulo da filosofia. Pode ser definida como: “A ciência do comportamento humano em
relação aos valores, aos princípios e às normas morais.”

2.2 INDUSTRIALIZAÇÃO, URBANIZAÇÃO, INFORMÁTICA E ÉTICA

A Ética, assunto tradicionalmente reservado aos estudiosos de filosofia e aos mestres


religiosos, na atualidade, passou a ser discutido pelos cidadãos comuns. Por exemplo, debate-
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ÉTICA E BIOÉTICA

se sobre a eticidade dos modos de limitação da natalidade, eutanásia, pena de morte,


homossexualismo; discute-se sobre a ética na política, na economia, na administração pública,
na ecologia, na ciência e tecnologia.

Isso é explicado pelas mudanças estruturais ocorridas particularmente no século XX, que
geraram novos comportamentos humanos.

Em primeiro lugar, o processo de industrialização, iniciado no século XIX, radicalizou- se e


expandiu-se vertiginosamente: a humanidade trocou literalmente o arado pela máquina, a
vida no campo pela urbanização, com o consequente abandono de hábitos e tradições do
mundo agrícola.

Entre os avanços da tecnologia, ocupam lugar de destaque a biologia e a medicina que


alteraram profundamente o ciclo da duração de vida humana: o nascer, o viver e o morrer
caem sob o controle da ciência, derrubando tradições e convicções que atribuíam a forças
arcanas ou divinas, muitas manifestações de nosso corpo.

Entre as mudanças estruturais, nos últimos anos, a convivência da ciência com a técnica,
deixando para trás a fase de industrialização, abriu a era da informática. Os braços que
construíram e movimentaram as máquinas da era industrial foram substituídos, na pós-
modernidade, pelos cérebros pensantes e criativos encarregados de pensar e inventar novas
estratégias tecno científicas. Numa palavra, a velocidade das informações e a criatividade são,
hoje, o segredo do sucesso do mundo tecno científico.
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ÉTICA E BIOÉTICA

2.3 MICROÉTICA E MACROÉTICA

A reflexão ética acompanhou com dificuldade as transformações das estruturas


organizacionais do mundo e das consequentes formas ou estilos de vida da humanidade. Além
disso, as mudanças estruturais ocorridas na sociedade, no campo da ética provocaram a
passagem da microética para a macroética.

É sabido que a ética grega, medieval e moderna, até meados do século XX, ocupou- se,
com ênfase prioritária e, às vezes exclusiva, da ação individual; a ética sempre cuidou que a
ação, que começa e termina no sujeito, seja realizada com liberdade, consciência e decisão
pessoal.

Hoje vivemos a experiência da prioridade do sujeito-social devido às transformações


supracitadas. Aqui, o sujeito da ação moral não é o indivíduo, mas o grupo, a associação, a
comunidade política.

Numa greve, por exemplo, não há uma pessoa responsável do movimento, mas uma
entidade, um grupo organizado e publicamente identificado. A mesma reflexão vale para o
ato da eleição, ação única feita por muitos, milhares e milhões de votantes. Portanto, na visão
macroética inscrevem- se as atividades feitas em grupos econômicos, tecno científicos,
sindicais, políticos e religiosos.

UNIDADE 03 – BIOÉTICA

3.1 INTRODUÇÃO A BIOÉTICA

Cresce em nossos dias, a consciência de que necessitamos de uma “ética da vida”, ou seja,
de uma bioética. Isto se faz sentir quando nos colocamos diante do valor da vida humana, bem
como quando nos deparamos com o valor de todas as formas de vida sobre a face da terra.

Diante dos numerosos desafios que daí surgem, sentimos a urgência de resgatar a ética
“enquanto referência à capacidade humana de ordenar as relações a favor de uma vida
digna”.
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ÉTICA E BIOÉTICA

Sentimos a imperiosa necessidade de redescobrir a ética e auscultar os caminhos que ela


vai nos apontar; isto nos permitirá alcançar os fins que necessitamos, sem desconsiderar o
passado em seus valores éticos fundamentais. Igualmente, nos lançaremos numa incessante
busca do sentido da vida em meio aos sempre novos desafios da história, em suas mutações
constantes e em sua realidade multifacetária.

A bioética está se transformando, hoje, num campo indispensável de reflexão e de ação,


pois contém uma “finalidade ética própria que é a de salvaguardar o bem e promover a
melhoria da realidade global humano sócio ecológica”. Como vemos, o campo é bastante
vasto e já entrevemos numerosos desafios.

3.2 ORIGEM DO TERMO BIOÉTICA

Desde 1971, quando apareceu o vocábulo “bioética” no artigo escrito pelo oncólogo Van
Rensselaer Potter, da Universidade de Wisconsin (E.U.A.), com o título The science of survival,
e no ano seguinte, no volume do mesmo autor com o título Bioethics: bridge to the future,
esse nome teve um rápido e grande sucesso.

Potter diagnosticou com seus escritos o perigo que representa para a sobrevivência de
todo o ecossistema a separação entre duas áreas do saber, o saber científico e o saber
humanista.

A clara distinção entre os valores éticos, que fazem parte da cultura humanista em sentido
lato, e os fatos biológicos está na raiz daquele processo científico- tecnológico indiscriminado
que, segundo Potter, põe em perigo a própria humanidade e a própria sobrevivência sobre a
terra.

O único caminho possível de solução para essa iminente catástrofe é a constituição de


uma ponte entre as duas culturas: a científica e a humanístico-moral. Em outros termos, a
ética não deve se referir somente ao homem, mas deve estender o olhar para a biosfera em
seu conjunto, ou melhor, para cada intervenção científica do homem sobre a vida em geral.
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ÉTICA E BIOÉTICA

Trata-se de superar a tendência


pragmática do mundo moderno, que aplica
imediatamente o saber sem uma mediação
racional e, muito menos, moral: a aplicação
de todo conhecimento científico pode ter,
de fato, consequências imprevisíveis sobre a
humanidade, até por efeito da concentração
do poder biotecnológico nas mãos de
poucos.

Na concepção de Potter, portanto, a bioética se movimenta a partir de uma situação de


alarme e de uma preocupação crítica a respeito do progresso da ciência e da sociedade.

Outra característica do pensamento bioético é que essa nova reflexão deve se ocupar, ao
mesmo tempo, de todas as intervenções na biosfera e não apenas das intervenções sobre o
homem. Há, portanto, uma concepção mais ampla em relação à ética médica tradicional.

3.3 CAMPO DE ESTUDO DA BIOÉTICA

Em 1978, a Encyclopedia of Bioethic fala sobre a “bioética” nos seguintes termos:

“Bioética é um neologismo derivado das palavras gregas bios (vida) e ethike (ética).
Pode-se defini-la como sendo o estudo sistemático da conduta humana no âmbito das
ciências da vida e da saúde, utilizando uma variedade de metodologias éticas num contexto
interdisciplinar”.

O âmbito das ciências da vida e da saúde compreende, por isso, a consideração da


biosfera, para além da medicina; as intervenções podem ser as que se referem às profissões
médicas, mas também as das populações, p. ex. as que se referem aos problemas
demográficos e ambientais; a especificidade desse estudo sistemático define-se pela
referência a valores e princípios éticos e, por isso, à definição de critérios, juízos e limites de
licitude ou de ilicitude.
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ÉTICA E BIOÉTICA

Enquanto ética aplicada ao ‘reino biológico’, que designa um universo muito mais
amplo do que o da medicina, a bioética abraça a ética médica tradicional e se amplia incluindo:

a) Os problemas éticos de todas as profissões sanitárias;

b) Os problemas sociais unidos às políticas sanitárias, à medicina do trabalho, à saúde


internacional e às políticas de controle demográfico;

c) Os problemas da vida animal e vegetal em relação à vida do homem.

Os instrumentos de estudo da bioética resultam da metodologia interdisciplinar


específica que se propõe examinar de modo aprofundado e atualizado a natureza do fato
biomédico (momento epistemológico), ressaltar suas implicações num plano antropológico
(momento antropológico) e identificar as ‘soluções’ éticas e as justificativas de ordem racional
que sustentam essas soluções (momento aplicativo).

A reflexão sobre a bioética tem hoje configurado três diferentes momentos: a bioética
geral, a bioética especial e a bioética clínica.

A bioética geral, que se ocupa das fundações éticas, é o discurso sobre os valores e sobre
os princípios originários. A bioética especial, que analisa os grandes problemas, enfrentados
sempre sob o perfil geral, tanto no terreno médico, quanto no terreno biológico: saúde
pública, fertilidade, engenharia genética, aborto, doação e transplante de órgãos, eutanásia,
experimentação clínica, meio ambiente etc.
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ÉTICA E BIOÉTICA

3.4 ENGENHARIA GENÉTICA, QUESTÃO ECOLÓGICA E BIOÉTICA

A Bioética, em suma, é uma disciplina relativamente nova que trata de problemas éticos
relacionados à vida humana, principalmente a descobertas recentes na medicina, Biologia e
Engenharia Genética, o que tem trazido alterações profundas nos padrões habituais que, em
muitos casos, simplesmente não previam situações hoje possíveis do ponto de vista científico,
porém no mínimo problemáticas do ponto de vista ético.

Alguns exemplos mais contundentes são os casos, tornados possíveis pela inseminação
artificial, de “barrigas de aluguel”. Até que ponto é ético uma mulher alugar seu útero? Quem
é finalmente a mãe em um caso como este? Que implicações isto poderá ter para a criança no
futuro? Estas são algumas das questões que, em grande parte, permanecem em aberto e têm
sido muito discutidas.

A clonagem, a possibilidade de reprodução da vida por meio de avanços tecnológicos na


Genética suscitam também perplexidades com as quais estamos apenas começando a lidar.

Quanto à questão ecológica, há uma revisão de nossos parâmetros habituais de relação


com o meio ambiente, envolvendo uma série de questões éticas.

Desde o início do período moderno (séc. XVI), e principalmente após a Revolução


Industrial (séc. XIX), nossa cultura ocidental tem vivido a ideologia do progresso, segundo a
qual, podemos, e devemos explorar a natureza, extraindo desta a matéria-prima para seu
desenvolvimento técnico e industrial.

Só muito recentemente o ser humano tem despertado para os riscos e consequências


desastrosas dessa atividade. Problemas como poluição, destruição de ecossistemas
provocando a extinção de espécies animais e vegetais, esgotamento de recursos etc., nos
revelam que em nome do aparente “bem- estar” de uma geração podemos estar legando às
gerações futuras um mundo devastado e um meio ambiente até mesmo inabitável.

Novas responsabilidades surgem, portanto, na medida em que adquirimos uma maior


consciência da importância do meio ambiente. Não só devemos reconhecer o mundo em que
habitamos como uma realidade viva com a qual devemos nos relacionar eticamente, como
também devemos reconhecer que de um ponto de vista ético temos uma grande
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ÉTICA E BIOÉTICA

responsabilidade com o futuro da nossa e das demais espécies que habitam este mundo, e
que esta responsabilidade deve orientar nosso relacionamento com a natureza.

3.5 A BIOÉTICA E SEUS PRINCÍPIOS

Responder aos problemas apresentados pelo progresso científico significa repropor a


pergunta sobre o valor da pessoa, sobre suas prerrogativas e sobre seus deveres.

O valor fundamental da vida, o valor transcendente da pessoa, a concepção integral da


pessoa (síntese unitária de valores físicos, psicológicos e espirituais), a relação entre pessoa e
sociedade são pontos de referência para a bioética.

Estes valores deverão ser confrontados e compostos com os problemas emergentes do


desenvolvimento da ciência biomédica, que, apesar do entusiasmo provocado pelas suas
recentes descobertas, não pode esquecer-se dos desafios das doenças não dominadas, da
prevenção dos males provocados pela própria sociedade tecnológica e gerados pela
exploração ecológica.

Com estas premissas, pode-se enunciar e explicar alguns PRINCÍPIOS E ORIENTAÇÕES


DA BIOÉTICA.

a) A DEFESA DA VIDA FÍSICA:

A vida corpórea não exaure toda a riqueza da pessoa que é também, e antes de tudo,
espírito e, por isso, como tal, transcende o próprio corpo e a temporalidade. Todavia, com
relação à pessoa, o corpo é coessencial, é sua encarnação primeira, o fundamento por meio
do qual a pessoa se realiza, se expressa e se manifesta.

É emergente, portanto, a importância desse princípio em ordem à manifestação dos


vários tipos de supressão da vida humana: homicídio, suicídio, aborto, eutanásia, genocídio,
guerra de conquista e assim por diante. Não é possível aceitar, de um ponto de vista ético, a
hipótese da supressão direta e deliberada da vida de alguém para favorecer a vida de outros
ou as melhores condições político-sociais de outros.
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ÉTICA E BIOÉTICA

No âmbito da promoção da vida humana está inserido o tema da defesa da saúde do


homem. O assim chamado “direito à saúde” aponta para a obrigação ética de defender a
promover a saúde para todos os seres humanos e à proporção de sua necessidade. A este
respeito pronunciou-se, já em 1948, a Constituição da Organização Mundial da Saúde, no seu
art. 25.

b) LIBERDADE E RESPONSABILIDADE

Partindo do princípio pelo qual a liberdade-responsabilidade constitui a fonte do ato


ético, podem-se considerar alguns reflexos no campo da bioética. Assim, a liberdade-
responsabilidade do médico não pode transformar o tratamento em coação, quando a vida
não está em questão.

É o problema do consentimento do paciente. Há um consentimento implícito desde o


momento em que o paciente se põe nas mãos do médico para que faça tudo o que for
necessário para o tratamento e a recuperação da saúde.

Este consentimento, todavia, não dispensa o médico do dever de informar o paciente


sobre o andamento da terapia e de pedir ulterior e explícito consentimento todas as vezes
que houver circunstâncias não previstas: um tratamento que comporte risco, ou a
experimentação de um remédio.

É preciso ter sempre presente que a vida e a saúde são confiadas prioritariamente à
responsabilidade do paciente e que o médico não tem sobre o paciente outros direitos
superiores aos que o próprio paciente tem a respeito de si mesmo.

c) PRINCÍPIO DE TOTALIDADE OU PRINCÍPIO TERAPÊUTICO

É este um dos princípios basilares e característicos da ética médica. Fundamenta-se ele


no fato de que a corporeidade humana é um todo unitário resultante de partes distintas e
unificadas orgânica e hierarquicamente entre si pela existência única e pessoal.

O princípio da inviolabilidade da vida, que é primeiro e fundamental, não é negado, mas,


ao contrário, posto em prática toda vez que, para salvar o todo, e a própria vida do sujeito, é
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ÉTICA E BIOÉTICA

preciso intervir de maneira mutilante sobre uma parte do organismo. Fundamentalmente,


esse princípio regula toda a licitude e a obrigatoriedade da terapia médica e cirúrgica. É por
isso que o princípio se chama também princípio terapêutico.

O princípio terapêutico tem aplicações particulares não somente nos casos gerais da
intervenção cirúrgica, mas também em casos mais específicos, como a esterilização
terapêutica ou o transplante de órgão.

Além disso, este princípio tem sua aplicação na norma da “proporcionalidade das
terapias”. De fato, ao se pôr em prática uma terapia, esta deve ser avaliada dentro da
totalidade da pessoa: por isso precisa haver uma certa proporção entre os riscos e danos que

ela comporta e os benefícios que ela traz. Pôr em prática tratamentos desproporcionais,
ou para enganar o paciente, dando a impressão da eficiência, ou para satisfazer o pedido do
paciente ou dos parentes de “fazer de tudo” sem resultados previsíveis, pode significar uma
atitude de agressividade ou de insistência terapêutica.

d) SOCIALIDADE E SUBSIDIARIDADE

A pessoa é essencialmente aberta à sociedade e a socialidade é uma característica


intrínseca da personalidade. A própria situação de fato comprova que a vida e a saúde de cada
um dependem também do apoio dos outros.

Assim, o princípio da socialidade obriga cada pessoa a se realizar na participação da


realização do bem dos próprios semelhantes. No caso da promoção da vida e da saúde, isso
importa em que cada cidadão se obrigue a considerar a própria vida e a do outro como um
bem não apenas pessoal, mas também social, e obriga a comunidade a promover a vida e a
saúde de cada um, a promover o bem comum pela promoção do bem de cada um.

Para nos darmos conta da importância desse princípio ético, basta considerar a situação
da saúde no caso de poluição e de epidemias contagiosas, basta observar o conjunto de
serviços que constituem a assistência médica, em que a recuperação da saúde se torna
possível à medida que existe múltipla colaboração de profissões, de competências e de
intervenções legislativas.
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ÉTICA E BIOÉTICA

O princípio de socialidade pode chegar até a justificar a doação de órgãos e tecidos, que,
embora comporte certa mutilação do doador, pode estimular o voluntariado assistencial e,
como aconteceu em quase todo o mundo, fazer surgir obras assistenciais (hospitais, centros
de saúde...) somente pelo sentimento de serviço fraterno dos sãos para com os doentes.

Mas, em termos de justiça social, o princípio obriga a comunidade a garantir a todos os


meios de acesso aos tratamentos necessários, ainda que seja a custo de sacrifícios dos que
estão bem.

E é neste momento que o princípio de socialidade se une ao de subsidiaridade, pelo qual


a comunidade deve, de uma parte, ajudar mais onde mais grave é a necessidade (ter mais
cuidados com quem mais necessita de cuidados e gastar mais com quem está mais doente) e,
de outra, não deve suplantar ou substituir iniciativas livres de cada um e dos grupos, mas
garantir seu funcionamento.

e) OS PRINCÍPIOS DE AUTONOMIA BENEFÍCIO E JUSTIÇA

Na literatura específica sobre bioética, sobretudo na inglesa, encontra-se a referência a


outros princípios fundamentais que deveriam guiar o médico na sua relação com o paciente e
em geral em toda ação ou escolha no campo biomédico. Beauchamps e Childress (1989)
elaboraram uma espécie de “paradigma” ético voltado para quem trabalha na área da saúde,
com o fim de fornecer uma referência prático- conceitual que os pudesse orientar nas
situações concretas. Esse “paradigma” é constituído pela formulação dos princípios de
autonomia, benefício e justiça.

O princípio de autonomia refere-se ao respeito devido aos direitos fundamentais do


homem, inclusive o da autodeterminação. Esse princípio se inspira na máxima “não faças aos
outros aquilo que não queres que te façam” e está, portanto, na base de uma moralidade
inspirada no respeito mútuo. É sobre esse princípio que se fundamentam sobretudo a aliança
terapêutica entre médico e paciente e o consentimento aos tratamentos diagnósticos e de
terapias.
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ÉTICA E BIOÉTICA

O princípio de benefício não comporta somente o abster-se de prejudicar, mas implica


sobretudo o imperativo de fazer ativamente o bem e até de prevenir o mal.

O princípio de justiça se refere à obrigação de igualdade de tratamento e, em relação ao


Estado, de justa distribuição das verbas para a saúde, para a pesquisa etc.

Este princípio foi gestado ao longo dos três últimos séculos como parte da consciência da
cidadania e luta pelo direito à saúde, até chegar a ser um direito de todos.

3.4 NASCIMENTO E SURGIMENTO DA BIOÉTICA

A bioética nasceu dentro do próprio contexto de evolução dos países de Primeiro Mundo:
ela é fruto de uma sociedade que atingiu a democracia - com pleno exercício da cidadania,
com a afirmação do sujeito instruído - de uma sociedade pluralista e secularizada. Mas o
desafio, aqui, é como elaborar uma bioética para os países do Terceiro Mundo, levando-se em
contas a realidade da vida dos pobres, que são a grande maioria, bem como o contexto a partir
do qual ela se estrutura. Não se podem desconsiderar as necessidades básicas que estruturam
a vida humana, tais como alimentação, saúde, habitação, trabalho.
71
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ÉTICA E BIOÉTICA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• BOFF. Ética e moral a busca de fundamentos. Rio de Janeiro: Vozes. 2003;

• Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Comissão Nacional de Ética em


Pesquisa. Normas para Pesquisas Envolvendo Seres Humanos (Resolução CNS nº 196/96 e
outras). Brasília, Brasil. Ministério da Saúde; 2002;

• CLOTET, J. Bioética: uma aproximação. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003;

• CLOTET, J. GOLDIM JR, FRANCISCONI CF. Consentimento informado e a sua prática na


assistência e pesquisa no Brasil. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2000;

• CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM – COFEN. Código de Ética dos Profissionais de


Enfermagem. Rio de Janeiro, 1993.

• Documentos Básicos do Conselho Federal de Enfermagem, Brasília, COFEN, 2005;

• GALLO, S. Ética e cidadania: caminhos da filosofia. (Grupo de estudos sobre ensino de


filosofia) Campinas: Papirus. 2003;

• GLOCK, R.S, GOLDIM J.R. Ética profissional é compromisso social. Porto Alegre; Mundo Jovem
(PUCRS) 2003.

• LIMA, IDELMINA, Manual do Técnico e Auxiliar de Enfermagem, Ed. 8ª, AB, Goiânia, 2007.

• MINISTÉRIO DA SAÚDE, Profissionalização de enfermagem, Coleção, Brasília, 2003.

• NALINI, José R. Ética geral e profissional. 2ª ed. São Paulo: RT Didáticos, 1999.

• OGUISSO T, SCHMIDT MJ. O exercício da enfermagem: uma abordagem ético legal. São Paulo:
LTr, 1999;

• PENA-VEJA, A., ALMEIDA, C. R. S., PETRÁGLIA, I. Edgar Morin: Ética, cultura e educação. São
Paulo: Cortez. 2003;

• SMELTZER, S.C.; BARE, B.B. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica.10 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2005;
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ÉTICA E BIOÉTICA

ANEXOS

ATIVIDADE 1

1. De que maneira a Biotecnologia está transformando a relação do homem com a


natureza?

_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

2. Qual é o papel da Bioética perante os novos problemas humanos trazidos com os avanços
das ciências?

_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

3. Diga quais são as três modalidades de existência da vida.

_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

4. Quem foi Van Resselar Potter?

_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

5. Conceitue Bioética e explique quais os seus principais objetivos e finalidades?


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_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

6. De que forma a Bioética deve ser estudada na área da pesquisa? O que isso significa?

_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

7. A Ética é...

a) O conhecimento fundamentado da moralidade. Refere-se à reflexão sobre a vida moral;


trata-se da “moral formulada” ou “moral pensada”.

b) São os códigos normativos concretos, vigentes nas diversas comunidades humanas.

c) O conjunto de normas morais pelo qual o indivíduo deve orientar seu comportamento na
profissão que exerce e é de fundamental importância em todas as profissões e para todo
ser humano, para que possamos viver relativamente bem em sociedade.

d) Trata-se, em suma, da teoria filosófica sobre a moralidade.

8. A Ética Profissional...

a) É o conjunto de princípios morais que regem os direitos e deveres de um indivíduo ou de


uma organização, dentro de um determinado setor de trabalho.

b) Mantém o homem dentro de um padrão de comportamento, ditando-lhe aquilo que deve


fazer e aquilo que deve evitar a fim de ser um bom profissional.

c) O conhecimento fundamentado da moralidade. Refere-se à reflexão sobre a vida moral;


trata-se da “moral formulada” ou “moral pensada”.

d) Trata-se, em suma, da teoria filosófica sobre a moralidade.


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ÉTICA E BIOÉTICA

9. Ética Profissional, Ética ou “Ciência da Moral” é...

a) É o conjunto de princípios morais que regem os direitos e deveres de um indivíduo ou de


uma organização, dentro de um determinado setor de trabalho.

b) Mantém o homem dentro de um padrão de comportamento, ditando-lhe aquilo que deve


fazer e aquilo que deve evitar a fim de ser um bom profissional.

c) O conhecimento fundamentado da moralidade. Refere-se à reflexão sobre a vida moral;


trata-se da “moral formulada” ou “moral pensada”.

d) Trata-se, em suma, da teoria filosófica sobre a moralidade.

10. A MORAL...

a) Busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas fronteiras do Estado.


As leis têm uma base territorial, elas valem apenas para aquela área geográfica onde uma
determinada população ou seus delegados vivem.

b) É o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto, adequado ou
inadequado.

c) Estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma de garantir o seu bem-
viver. Independe das fronteiras geográficas e garante uma identidade entre pessoas que
sequer se conhecem, mas utilizam este mesmo referencial moral comum.

11. O DIREITO...

a) Busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas fronteiras do Estado.


As leis têm uma base territorial, elas valem apenas para aquela área geográfica onde uma
determinada população ou seus delegados vivem.

b) É o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto, adequado ou
inadequado.
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ÉTICA E BIOÉTICA

c) Estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma de garantir o seu bem-
viver. Independe das fronteiras geográficas e garante uma identidade entre pessoas que
sequer se conhecem, mas utilizam este mesmo referencial moral comum.

12. A ÉTICA...

a) Busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas fronteiras do Estado.


As leis têm uma base territorial, elas valem apenas para aquela área geográfica onde uma
determinada população ou seus delegados vivem.

b) É o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto, adequado ou
inadequado.

c) Estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma de garantir o seu bem-
viver. Independe das fronteiras geográficas e garante uma identidade entre pessoas que
sequer se conhecem, mas utilizam este mesmo referencial moral comum.

13. A Ética no âmbito das relações sociais afirma explicitamente


que___________________________ é e deve ser o princípio, o sujeito e o fim de todas as
instituições sociais.

a) TODOS OS SERES VIVOS;

b) O CAPITALISMO;

c) A PESSOA HUMANA;

d) O MATERIALISMO;

14. O que é a ética na enfermagem?

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_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
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15. Cite algumas das principais virtudes na profissão:

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_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

16. O trabalho em saúde é, sempre, um e exige, sempre, respeito entre os membros do


grupo.

a) Trabalho individual

b) Trabalho entre amigos

c) Trabalho de equipe

17. O que é o código de ética profissional?

a) É uma espécie de contrato de classe em que os órgãos de fiscalização do exercício da


profissão passam a controlar a execução de tal peça magna.

b) É um contrato de atitudes, de deveres, de estados de consciência.

c) É um componente próprio de conhecimentos científicos e técnicos, construído e


reproduzido por um conjunto de práticas sociais, éticas e políticas que se processa pelo
ensino, pesquisa e assistência.

18. CEPE significa?

a) Código de Ética dos Pediatras e Enfermeiros;

b) Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem;

c) Código Profissionais de Enfermagem;

d) Código de Ensino dos Profissionais de Enfermagem;

19. Cite os PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS da Enfermagem:


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ATIVIDADE 2

1. Quais são as três singularidades capazes de diferenciar o ser humano de todas as outras
espécies de animais?

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_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

2. Explique a diferença entre os códigos éticos ou morais chamados de Intrínsecos, e os


códigos éticos adquiridos através do meio cultural.

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_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

3. O que significa a palavra Ética? Como surgiu este termo?

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4. O que significa a palavra Moral? Como surgiu este termo?

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5. Diferencie a Moral Refletida, da Moral Vivida.

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_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
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6. De que forma os termos “Ética” e “Moral” foram utilizados ao longo da história? O que
eles significam hoje? Explique com suas palavras.

_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

7. De que forma as novas tecnologia e descobertas foram capazes de alterar a vida humana?
Explique com suas palavras.

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_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

8. Qual é o principal questionamento levantado pela Ética a respeito do novo e recente


desenvolvimento tecnológico?

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_________________________________________________________________________
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9. De que maneira este desenvolvimento tecnológico deve ser utilizado pelo homem?

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10. Na prática, como a Moral se diferencia da Ética? Explique.

_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

11. Como a Ética, anteriormente discutida somente pelos filósofos e mestres religiosos,
pode atualmente ser discutida pelos cidadãos comuns?

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_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

12. Como este fenômeno é explicado? Relacione sua explicação aos processos de
Industrialização, Urbanização e Tecnologia.

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_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

13. Diferencie:

a) Microética:

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b) Macroética:
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14. Explique como ocorreu a passagem da Microética para a Macroética.

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_________________________________________________________________________
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ATIVIDADE 3

1. Quando, e como podemos perceber a consciência de que necessitamos de uma ética da


vida (Bioética)? Explique como isso ocorre.

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_________________________________________________________________________
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2. Por que podemos afirmar que a Bioética está se transformando hoje num campo
indispensável de reflexão e de ação?

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_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

3. Explique o surgimento do termo Bioética.

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4. Diferencie os valores éticos que fazem parte da cultura humanista, dos valores éticos
relacionados aos fatos biológicos.

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5. Do que deve se ocupar o pensamento bioético segundo Van Reussler Potter?

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6. Quando a bioética é agregada à ética médica tradicional, quais são os fatores que ela
adquire?

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_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

7. Diferencie os três momentos da Bioética

a) Bioética geral

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_________________________________________________________________________
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_________________________________________________________________________
b) Bioética especial

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c) Bioética clínica.

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8. Que relação pode ser estabelecida entre a Bioética, a Biologia e a Engenharia Genética?

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_________________________________________________________________________

9. Faça um resumo. dos principais PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA

a. A defesa da vida:

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_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
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_________________________________________________________________________
b. Liberdade e responsabilidade:

_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
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_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
c. Princípio de totalidade ou princípio terapêutico:

_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
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_________________________________________________________________________
d. Socialidade e subsidiariedade:
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e. Os princípios de autonomia benefícios justiça:

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10.Explique de que forma a nasceu, ou surgiu a Bioética.

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