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CURSO DE CAPACITAÇÃO

TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO DE
MEDICAMENTOS INJETÁVEIS

CUIABÁ - MT
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REDE SÃO LUCAS DE ENSINO
CURSO DE CAPACITAÇÃO
TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS INJETÁVEIS

SUMÁRIO

O QUE SÃO MEDICAMENTOS? .................................................................................... 03

O QUE SÃO FORMAS FARMACÊUTICAS?...................................................................... 06


REGRAS PARA O PREPARO GERAL DAS MEDICAÇÕES .................................................. 06
NOVE CERTOS NA ADMINISTRAÇAO DE MEDICAMENTOS ........................................... 09
CUIDADOS GERAIS NO PREPARO DE MEDICAMENTOS ................................................ 12

O QUE SÃO AS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS? ................................. 15


VIA PARENTERAL ......................................................................................................... 16
VANTAGENS DA VIA PARENTERAL ............................................................................... 16
PREPARO DA INJEÇÃO ................................................................................................. 16
REGIÕES GLÚTEAS ....................................................................................................... 24
TÉCNICAS DE APLICAÇÃO DE MEDICAMENTOS ........................................................... 29

TÉCNICA DA APLICAÇÃO INTRAMUSCULAR ................................................................. 34


TÉCNICA DE APLICAÇÃO ENDOVENOSA ....................................................................... 37
TÉCNICA DE APLICAÇÃO SUBCUTÂNEA........................................................................ 40
TÉCNICA DE APLICAÇÃO INTRADÉRMICA..................................................................... 41
PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS ...................... 42

PROBLEMAS QUE PODEM OCORRER NA VIA PARENTERAL .......................................... 42


ACIDENTES .................................................................................................................. 43
CAUSAS DAS COMPLICAÇÕES ...................................................................................... 45
AGULHAS E SERINGAS ................................................................................................. 51
TIPOS DE CATETER ...................................................................................................... 63
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................... 65

ANEXOS ...................................................................................................................... 66
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O QUE SÃO MEDICAMENTOS?


Medicamentos são produtos especiais elaborados com a finalidade de diagnosticar,
prevenir, curar doenças ou aliviar seus sintomas, sendo produzidos com rigoroso controle
técnico para atender às especificações determinadas pela Anvisa. O efeito do medicamento
se deve a uma ou mais substâncias ativas com propriedades terapêuticas reconhecidas
cientificamente, que fazem parte da composição do produto, denominadas fármacos, drogas
ou princípios ativos. Os medicamentos seguem a normas rígidas para poderem ser utilizados,
desde a sua pesquisa e desenvolvimento, até a sua produção e comercialização.
Medicamentos são um produto farmacêutico, especialmente preparado para funções
profiláticas, curativas, paliativas ou para propósito diagnóstico.
Em geral, devem seu efeito a uma ou mais substâncias (ou compostos químicos), obtidas
por extração, purificação, síntese ou semi síntese. Tais substâncias são chamadas também
PRINCÍPIO ATIVO. Medicamentos exigem que sua pesquisa, fabricação e comercialização,
sigam regras austeras, de forma a garantir segurança, eficácia e qualidade a seus usuários.

EM QUE CASOS OS MEDICAMENTOS SÃO ÚTEIS?


Os medicamentos são úteis nos casos de:
 PREVENÇÃO DE DOENÇAS: Entram aqui os medicamentos capazes de prevenir
determinadas doenças - como vacinas, soros, vitaminas etc.
 ALÍVIO DE SINTOMAS: Os deste caso não agem nas causas das doenças, mas atuam
eliminando ou amenizando sintomas como dor, coriza, vômitos, febre, tosse, inflamação.
 CURA DE DOENÇAS: Os medicamentos de cura eliminam as causas de uma determinada
doença ou corrigem uma deficiência nas funções do organismo. São exemplos, os
medicamentos utilizados na eliminação de vermes, bactérias, fungos causadores de
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doenças, assim como hormônios, vitaminas, enzimas, e outros compostos orgânicos feitos
para corrigir deficiências orgânicas.
 AUXÍLIO DIAGNÓSTICO: Aqui, os medicamentos são úteis no auxílio do diagnóstico de
doenças, sendo que alguns podem avaliar o funcionamento de órgãos. Ex.: contrastes
radiológicos.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE REMÉDIO E MEDICAMENTO?

No dia a dia, é muito comum notar pessoas ou meios de comunicação utilizando a palavra
REMÉDIO como sinônimo de MEDICAMENTO. No entanto, elas não significam a mesma coisa.
A ideia de remédio está associada a todo e qualquer tipo de cuidado utilizado para curar
ou aliviar doenças, sintomas, desconforto e mal-estar.
Alguns exemplos de remédio são: Banho quente ou massagem para diminuir as tensões;
chazinho caseiro e repouso em caso de resfriado; hábitos alimentares saudáveis e prática de
atividades físicas para evitar o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis;
medicamentos para curar doenças, entre outros.
Já os medicamentos são substâncias ou preparações elaboradas em farmácias
(medicamentos manipulados) ou indústrias (medicamentos industriais), que devem seguir
determinações legais de segurança, eficácia e qualidade.
Assim, um preparado caseiro com plantas medicinais pode ser um remédio, mas ainda
não é um medicamento. Para isso, deve atender uma série de exigências do Ministério da
Saúde, visando garantir a segurança dos consumidores.

MEDICAMENTOS OFERECEM ALGUM RISCO À SAÚDE?


Todo medicamento oferece risco, mesmo que utilizado corretamente. Antes de
prescrever um medicamento, o profissional deve avaliar o risco/benefício do tratamento a fim
de ampliar a segurança do paciente e favorecer o resultado.
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Por isso, não se justifica o uso de um determinado medicamento que não apresente
benefício superior aos riscos. Na avaliação, também se deve ponderar sobre as consequências
do não-tratamento.
Os riscos de reações adversas aumentam com o emprego simultâneo de mais de um
medicamento, ou com o uso deles sem prescrição médica.
São exemplos de algumas reações
adversas graves: anafilaxia, dano hepático,
dano renal e redução dos glóbulos brancos
(leucócitos), que leva a um consequente
aumento do risco de infecções. Anemia,
úlcera péptica e hemorragia gástrica,
também são exemplos.

COMO DEVO USAR OS MEDICAMENTOS?


• USÁ-LOS RESPEITANDO-LHES AS REGRAS
O modo de usar os medicamentos é chamado de POSOLOGIA. Corresponde ao número
de vezes e à quantidade a ser utilizada num determinado espaço temporal. A posologia pode
variar na dependência do medicamento (tempo de ação, dose terapêutica), na do paciente
(sexo, idade, peso, altura) e na da doença que se deseja tratar.
Todo medicamento apresenta uma faixa entre a dose eficaz mínima e a dose máxima
tolerada. A essa faixa, denominamos “JANELA TERAPÊUTICA”. Portanto, uma dose muito
pequena pode não desencadear o efeito desejado, assim como uma dose exagerada pode
trazer efeitos tóxicos.

QUAL O MELHOR HORÁRIO PARA SE TOMAR UM MEDICAMENTO?


• ORDINARIAMENTE, SÃO OS HORÁRIOS-PADRÃO, A SABER:

⁻ De 6 em 6 horas: 6-12-18-24h
⁻ De 8 em 8 horas: 6-14-22h ou
7-15-23h ou 8-16-24h
⁻ De 12 em 12 horas: 8-20h
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O QUE SÃO FORMAS FARMACÊUTICAS?


São as diferentes formas físicas que os medicamentos podem ser apresentados, para
possibilitar o seu uso pelo paciente.
Quais são as formas farmacêuticas ?
• Comprimidos
• Cápsulas, pós e granulados
• Xaropes
• Soluções (gotas, nasais, colírios, bochechos e gargarejos e injetáveis)
• Supositórios, óvulos e cápsulas ginecológicas
• Aerossóis
• Pomadas e suspensões
Por que existem as diferentes formas farmacêuticas?
• Para facilitar a administração.
• Garantir a precisão da dose.
• Proteger a substância durante o percurso pelo organismo.
• Garantir a presença no local de ação.
• Facilitar a ingestão da substância ativa.
Em alguns casos, as formas
farmacêuticas servem para facilitar
a administração de medicamentos
por pacientes de faixas etárias
diferentes ou em condições
especiais.
Para uma criança, por exemplo, é mais fácil engolir gotas em um pouco de água do que
engolir um comprimido.

REGRAS PARA O PREPARO GERAL DAS MEDICAÇÕES


O processo de administrar medicamentos é complexo abrange vários setores, dentre os
quais:
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• COMPRAS: Aquisição de medicamentos.


• FARMÁCIA: Armazenamento, dispensação,

separação, conferência e orientação.


• ENFERMAGEM: Preparo, diluição e
administração de medicamentos.
• MÉDICOS: Prescrição dos medicamentos.

REGRAS GERAIS
• Todo medicamento requer prescrição médica.
• O ideal é que a prescrição seja feita por escrito. Prescrições por ordem verbal somente
devem ocorrer em situações de risco de morte.
• Todo medicamento deve ter rótulo.
• Todo medicamento deve estar dentro do prazo de validade.
• Não administrar medicamento preparado por outro profissional.
• Informar-se sobre ação, dose e efeitos colaterais dos medicamentos.
• Em situações duvidosas, não administrar o medicamento.
• Manter os medicamentos em condições especiais para uso, como refrigeração e fotos
sensibilidade.
• Os medicamentos devem ser armazenados em locais apropriados.
• Medicamentos controlados devem ser segregados.
 A lavagem das mãos deve preceder todos os procedimentos envolvidos no preparo de
medicamentos;
 Medicamentos incompatíveis não devem ser misturados entre si ou em solução, devendo
também ser evitada a administração simultânea no mesmo horário ou via;
 Quando for necessária a administração simultânea de dois medicamentos injetáveis
verifique se eles são compatíveis. Caso não sejam, prepare cada um separadamente; entre a
administração do primeiro medicamento e do segundo, administre 10 a 20 ml de água
destilada e somente em seguida administre o outro medicamento;
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 Se o medicamento contiver um princípio vasoativo administrado de forma contínua, não


interrompa. Verifique a possibilidade de escolher outra via de acesso para a administração do
medicamento. Na impossibilidade de outra via, evite infusões simultâneas prolongadas;
 Não é recomendável a administração simultânea de qualquer medicamento com
hemoderivados e hemocomponentes;
 Antes de administrar qualquer medicamento, assegure-se de que ele está na temperatura
ambiente, evitando dessa forma a ocorrência de hipotermia;
 Durante a reconstituição, diluição e administração dos medicamentos, observe qualquer
mudança de coloração e formação de precipitado ou cristais. Caso ocorra um desses eventos,
interrompa o processo;
 Quando o medicamento for administrado pela via IM não realize a mistura de
medicamentos na mesma seringa;
 Somente os comprimidos apresentando sulcos poderão ser partidos. Essa marca no
comprimido nos indica onde podemos parti-lo. Portanto, se temos 1 sulco, só podemos partir
o comprimido em 2 ( ⃝)e se temos 2, poderemos partir o comprimido em 4 ( ⃝);
 Os medicamentos de liberação prolongada (SR, AP, etc) não deverão ser triturados,
quebrados ou divididos;
 Todos os produtos fotossensíveis deverão ser protegidos da luz durante a sua infusão, para
tanto, utilize o equipo fotossensível apropriado;
 Não utilize agulhas como respiros em tubos de soro ou frascos de soluções, pois esta prática
leva a contaminação da solução;
 Velocidade de infusão para via endovenosa:

Estabilidade dos medicamentos após a reconstituição e diluição


 Reconstitua e dilua os medicamentos, de preferência, imediatamente antes do uso;
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 Verifique a estabilidade pós-reconstituição/diluição junto ao fabricante do produto que você


está utilizando, pois poderá apresentar divergência em relação às informações desse manual.
Armazenamento após diluição
 Caso necessite armazenar o medicamento após reconstituição e/ou Diluição utilize etiqueta
de identificação com no mínimo as seguintes Informações:

NOVE CERTOS NA ADMINISTRAÇAO DE MEDICAMENTOS

Um dos métodos mais difundidos entre os profissionais da enfermagem, a fim de garantir


a segurança do paciente na administração do medicamento, é conhecido como 9 Certos. Todo
profissional, ao preparar uma medicação, precisa atentar para as regras apresentadas a seguir.
Entre as principais estratégias que podem ser aplicadas para garantir a segurança do
paciente na prática medicamentosa, está aquela conhecida como regra dos “nove certos”:
1. PACIENTE CERTO
2. MEDICAMENTO CERTO
3. VIA CERTA
4. HORA CERTA
5. DOSE CERTA
6. REGISTRO CERTO DA
ADMINISTRAÇÃO
7. ORIENTAÇÃO CORRETA
8. FORMA CERTA
9. RESPOSTA CERTA

Outro aspecto a ser considerado na atualidade é o conhecimento acerca da RDC nº 67 de


2007 da ANVISA, que dispõe sobre boas práticas de manipulação de preparações magistrais
e oficinais para uso humano em farmácias, estabelecendo que os procedimentos que
integram as atividades desenvolvidas em farmácia hospitalar, sejam eles, fracionamento,
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preparação ou dispensação de medicamentos, deverão ser efetuados sob a supervisão e


responsabilidade de profissional farmacêutico habilitado.
1. PACIENTE CERTO
Para certificar-se que a medicação será administrada no paciente certo, preconiza-se:
 Utilizar dois identificadores (como nome do paciente e data de nascimento)
 Questionar ao paciente, confirmar com a pulseira de identificação.
 Verificar se o nome corresponde ao nome identificado no leito, nome identificado no
prontuário e nome identificado na PRESCRIÇÃO MÉDICA.
 Evitar dentro do possível internar duas pessoas com nomes similares na mesma enfermaria.
 Evitar, dentro do possível que o mesmo funcionário seja responsável pela prestação da
assistência de enfermagem a dois pacientes com nomes similares.

2. MEDICAMENTO CERTO
Esta etapa abrange:
 Conferir se o nome do medicamento que tem em mãos é o que está prescrito. Antes de
administrar, deve-se conferir o nome do medicamento com a prescrição médica.
 Averiguar alergias. Pacientes que tenham alergia a alguma medicação devem ser
identificados com pulseira e aviso no prontuário. Se houver associação de medicamentos
(buscopam composto= dipirona + escopolamina), deve-se certificar-se de que o paciente não
é alérgico a nenhum dos componentes.

3. VIA CERTA
Em relação a via certa, devemos:
 Verificar se a via de administração prescrita é a via tecnicamente recomendada para
administrar determinado medicamento.
 Verificar se o diluente (tipo e volume) foi prescrito.
 Analisar se o medicamento tem compatibilidade com a via prescrita. Ver identificação da via
na embalagem.
 Avaliar a compatibilidade do medicamento com os produtos utilizados para sua
administração (seringas, cateteres, sondas, equipos e outros).
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 Esclarecer todas as dúvidas com a supervisão de enfermagem, prescritor ou farmacêutico


previamente à administração do medicamento.

4. HORA CERTA
As medicações devem ser administradas sempre na hora prescrita, evitando atrasos.
Nesta etapa devemos lembrar que:
 A medicação deve ser preparada na hora da administração, de preferência à beira leito.
 Em caso de medicações administradas após algum tempo do preparo devemos atentar para
o período de estabilidade (como quimioterápicos) e também para a forma de
armazenamento.
 A antecipação ou o atraso da administração em relação ao horário predefinido somente
poderá ser feito com o consentimento do enfermeiro e do prescritor.

5. DOSE CERTA
Esta etapa, assim como todas outras é crucial. Abrange:
 Conferir atentamente a dose prescrita para o medicamento. Doses escritas com “zero”,
“vírgula” e “ponto” devem receber atenção redobrada, conferindo as dúvidas com o prescritor
sobre a dose desejada, pois podem redundar em doses 10 ou 100 vezes superiores à desejada.
 Verificar a unidade de medida utilizada na prescrição, em caso de dúvida ou medidas
imprecisas (colher de chá, colher de sopa, ampola).
 Conferir a velocidade de gotejamento.
 Realizar dupla checagem dos cálculos para o preparo e programação de bomba para
administração de medicamentos potencialmente perigosos ou de alta vigilância.

6. REGISTRO CERTO DA ADMINISTRAÇÃO


O registro de todas as ocorrências relacionadas a administração de medicações é um
importante instrumento para garantir a segurança do paciente na continuidade dos cuidados.
Lembre-se, você não estará lá no próximo turno para esclarecer dúvidas! Então anote com
atenção, clareza e detalhes importantes. Registre:
 Na prescrição o horário da administração do medicamento e cheque!
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 Na anotação de enfermagem, registre o medicamento administrado e justifique em casos de


adiamentos, cancelamentos, desabastecimento, recusa do paciente e eventos adversos.

7. ORIENTAÇÃO CORRETA
A orientação correta refere-se tanto ao profissional quanto ao paciente!
Qualquer dúvida deve ser esclarecida antes de administrar a medicação De acordo com
os 10 passos para segurança do paciente, o paciente também é uma barreira para prevenir
erros e deve ser envolvido na segurança de sua assistência!
Devemos informar o paciente sobre qual medicamento está sendo administrado (nome),
para que “serve” (indicação), a dose e a frequência que será administrado.

8. FORMA CERTA
Esta etapa está relacionada com a forma farmacêutica do medicamento. Devemos:
 Checar se o medicamento a ser administrado possui a forma farmacêutica e via de
administração prescrita.
 Checar se forma farmacêutica e a via de administração prescritas estão apropriadas à
condição clínica do paciente (por exemplo, se o nível de consciência permite administração
de medicação por via oral – V.O).

9. RESPOSTA CERTA
Nessa última etapa devemos observar cuidadosamente o paciente, para identificar se o
medicamento teve o efeito desejado.
Registrar em prontuário e informar ao prescritor, todos os efeitos diferentes (em
intensidade e forma) do esperado para o medicamento.
Devemos considerar o que o paciente ou familiar relata e nunca menosprezar ou
desprezar as informações concedidas.

CUIDADOS GERAIS NO PREPARO DE MEDICAMENTOS


• Não conversar durante o preparo de medicamentos.
• A prescrição médica deve ser mantida com o profissional no momento de preparo do
medicamento.
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• Seguir critérios de segurança como os 5 Certos: medicamento certo, dose certa, paciente
certo, via certa e hora certa.
• Lavar as mãos antes e após o preparo do medicamento, a fim de minimizar os riscos de
contaminação.
• Checar a prescrição médica logo após a administração do medicamento.
• Anotar em prontuário qualquer alteração na administração de medicamento, como recusas,
reações alérgicas e efeitos colaterais.
• Seguir protocolos da instituição sobre diluição de medicamentos administrados por via oral
ou endovenosa.
• Não misturar na mesma administração medicamentos diferentes, com exceção dos casos
prescritos pelos médicos.
• Administrar os medicamentos por via oral com água, exceto em casos prescritos pelo
médico.

CUIDADOS GERAIS EM RELAÇÃO À ANOTAÇÃO DE ENFERMAGEM


• Observar e anotar reações alérgicas decorrentes da administração de medicamentos.
• Realizar anotações de enfermagem relacionadas à administração de medicamento.
• As anotações de enfermagem devem conter data, horário, assinatura e identificação do
Coren.
• Justificar, em anotação de enfermagem, qualquer tipo de recusa da administração pelo
paciente ou a suspensão do medicamento. O horário para administração, colocado em
prescrição médica, deverá ser determinado.

Sugestão de rotina para a administração de medicamentos injetáveis


1. Antes de iniciar o preparo do medicamento leia atentamente a prescrição médica e confira os
dados do rótulo do fármaco com os da prescrição.
2. Verifique na prescrição o tipo de diluente recomendado e a via de administração;
3. Confira, no protocolo, se o diluente sugerido é adequado ao produto ou ligue para a Farmácia;
4. Selecione previamente todo o material necessário para realizar a diluição do medicamento,
evitando que tenha que interromper o procedimento de diluição;
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5. Lave as mãos com água e sabão e seque-as com papel-toalha, seguindo a técnica
recomendada;
6. Dilua um medicamento de cada vez;
7. Jamais coloque sobre a bancada de diluição mais de um produto, evitando dessa forma que
ocorram erros e troca de medicamentos;
8. Após a diluição, alguns medicamentos podem ser guardados para serem utilizados
posteriormente. Nestes casos, identifique corretamente o frasco do medicamento e
acondicione-o conforme a indicação do protocolo. Em caso de dúvida, consulte o
farmacêutico;
9. Jamais administre um medicamento previamente diluído sem certificar-se de que este ainda
está dentro do período de validade e que contém todas as informações sobre sua diluição
escritas na etiqueta de identificação;
10. Administre somente medicamento que esteja prescrito pelo médico assistente. Quando
você descumpre esta regra, está se responsabilizando integralmente por qualquer dano,
decorrente deste ato que, porventura, venha a ocorrer com o paciente;
11. ATENÇÃO: Nem todo medicamento pode ser diluído com soro fisiológico e nem todo
medicamento pode ser guardado na geladeira. Siga as orientações dos fabricantes.
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O QUE SÃO AS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS?


A via de administração pode ser definida como o local onde o medicamento entrará em
contato com o organismo. Os medicamentos poderão ser administrados por várias vias, sendo
necessários cuidados específicos com cada uma delas. Sua escolha envolve o tipo de
medicamento, o tempo de ação esperado, a habilidade do profissional, os efeitos colaterais
do medicamento e o estado físico geral do paciente.
A via de administração é a maneira como o medicamento entra em contato com o
organismo, é sua porta de entrada, podendo ser via oral (boca), retal (ânus), parenteral
(injetável), dermatológica (pele), nasal (nariz), oftálmica (olhos), sublingual (embaixo da
língua), dentre outras.
Cada via é indicada para uma situação
específica, e apresenta vantagens e desvantagens.
Uma injeção, por exemplo, é sempre incômoda e
muitas vezes dolorosa, mas, por outro lado,
apresenta efeito mais rápido.

As vias de administração podem ser divididas em:


• VIA ENTERAL: – Oral; – Sublingual; – Retal.
• VIA VAGINAL.
• VIA PARENTERAL: – Intravascular: Intravenosa e Intra-Arterial;
–Intramuscular;
–Subcutânea;
– Intradérmica;
–Intracardíaca.
• VIA TÓPICA:
– Dérmica;
– Trans dérmica;
– Intraocular.
• VIA NASAL.
• VIA INALATÓRIA.
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• VIA AURICULAR.
• VIA INTRATECAL: – Peridural; – Subaracnóidea.
• VIA INTRAPERITONEAL.
• VIA INTRA-ARTICULAR.

VIA PARENTERAL

Consiste na utilização de formas farmacêuticas injetáveis, em que o medicamento não


passa pelo tubo gastrintestinal. A disponibilidade é mais rápida e mais previsível e a dose eficaz
pode ser escolhida de forma mais precisa. As formas farmacêuticas utilizadas por via
parenteral podem ser soluções, suspensões aquosas e oleosas, emulsões óleo/água. As
preparações por esta via devem ser estéreis e apirogênicas.
As principais subdivisões da via parenteral são: intramuscular, intravenosa, subcutânea
ou hipodérmica, intradérmica, intra-arterial, intracardíaca, intraperitoneal e intratecal.

VANTAGENS DA VIA PARENTERAL


•Permite a administração de medicamentos que poderiam ser degradados ao longo do trato
gastrintestinal pelo suco gástrico, suco entérico ou fator enzimático;
•Favorece a administração de medicamentos que não são absorvidos pelo trato
gastrintestinal;
•Possibilita a administração de medicamentos mesmo sem a cooperação do paciente;
•Proporciona maiores níveis sanguíneos em tempo menor;
•Permite reposição rápida de líquidos, eletrólitos e outras substâncias orgânicas, perdidos
pelo paciente em casos acidentais ou patológicos.

PREPARO DA INJEÇÃO
Para preparar uma injeção, você
precisa escolher de maneira correta a
agulha e aspirar o medicamento líquido
de um frasco ou ampola. Pode ser preciso
reconstituir o medicamento ou combiná-
lo em uma única seringa.
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Em seguida, deverá administrar a injeção no local apropriado, aplicando as técnicas


corretas.
Técnicas para preparo de injeção
A primeira etapa no preparo da injeção consiste na seleção adequada da seringa e da
agulha, o próximo passo é considerar a via de administração, o porte do paciente e o local
mais provável de injeção. Em seguida, aspirar o medicamento do frasco ou ampola para
dentro da seringa.
Executando a técnica
Providenciar:
 O frasco do medicamento;
 Um frasco ou ampola de um diluente apropriado;
 Compressas de álcool ou iodo;
 Uma seringa;
 Duas agulhas de tamanho apropriado e uma agulha de filtro, quando indicado, para
capturar as partículas que podem se criar durante a reconstituição.
Executando a ação:
• Verifique a prescrição na papeleta do paciente;
• Lave as mãos;
• Limpe o diafragma de borracha no alto do frasco com uma compressa de álcool ou com uma
solução iodada;
• Atenção: não friccione com muita força o diafragma, pois pode carrear bactérias da borda
não-estéril do frasco para cima do diafragma;
• Em seguida, limpe o diafragma de borracha no alto do frasco do diluente com uma
compressa de álcool ou iodada;
• Pegue a seringa apropriada, desencape a agulha, introduza-a no diafragma de borracha e
puxe para trás o embolo da seringa até que o espaço de ar dentro da seringa se iguale a
quantidade de diluente desejada;
• Enquanto segura a base do frasco para mantê-lo equilibrado, puncione o diafragma de
borracha do frasco do diluente com a agulha, e injete o ar da seringa dentro do frasco;
• Aspire a quantidade apropriada de diluente para dentro da seringa;
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• Em seguida, volte para o frasco do medicamento. Enquanto segura a base para manter o
frasco em equilíbrio, injete o diluente dentro dele e retire a agulha;
• Agite o frasco ou role-o entre as mãos para homogeneizar por completo a mistura de
medicamento e diluente;
• Se o frasco do medicamento contiver seu próprio compartimento de diluente, retire a capa
de proteção e use o dedo para abaixar o embolo de borracha. Isso força o freio inferior a cair
no sentido do fundo do frasco, juntamente com o diluente;
• Quando precisar aspirar o medicamento por uma agulha com filtro , retire a agulha original
da seringa, prenda a agulha de filtro, e em seguida desencape-a. Se você não precisa de uma
agulha de filtro, apenas deixe a agulha original na seringa;
• Puxe para trás o embolo até que a parte vazia da seringa seja preenchida com volume de
medicamento a ser administrado;
• Puncione o diafragma do frasco de medicamento e injete o ar;
• Inverta o frasco e aspire a quantidade de medicamento a ser administrada;
• Retire a agulha da seringa e substitua-a por uma nova agulha esterilizada, pois, ao puncionar
o diafragma de borracha, torna a agulha romba, aumentando a dor da injeção, e também
porque o medicamento que ficou na parede externa da agulha usada pode irritar os tecidos do
paciente;
• Rotule a seringa cheia de medicamento para finalizar o preparo da administração.

A via parenteral consiste na administração de medicamentos através das seguintes vias:

INJEÇÃO SUBCUTÂNEA (SC):


Uma medicação injetada nos tecidos adiposos (gordura), abaixo da pele, se move mais
rapidamente para a corrente sanguínea do que por via oral. A injeção subcutânea permite
uma administração medicamentosa mais lenta e gradual que a injeção intramuscular, ela
também provoca um mínimo traumatismo tecidual e comporta um pequeno risco de atingir
vasos sanguíneos de grande calibre e nervos.
Absorvida principalmente através dos capilares, as medicações recomendadas para
injeção subcutânea incluem soluções aquosas e suspensões não irritantes contidas em 0,5 a
2,0 ml de líquido.
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A heparina e a insulina, por exemplo, são geralmente administradas via subcutânea. Para
os casos emergências de reação anafilática, pode-se administrar adrenalina 1:1000 pm via
subcutânea.

Os locais mais comuns de injeção subcutânea são a face externa da porção superior do
braço, face anterior da coxa, tecido frouxo do abdômen inferior, região glútea e dorso
superior.
A injeção é realizada através de uma agulha relativamente curta. Ela é contraindicada em
locais inflamados, edemaciados, cicatrizados ou cobertos por uma mancha, marca de
nascença ou outra lesão.

Elas também podem ser contraindicadas em pacientes com alteração nos mecanismos de
coagulação.

ÁREAS DE INJEÇÃO SUBCUTÂNEA


Pode ser feita em várias regiões do corpo, em que haja camada substancial de tecido
gorduroso. Os locais de preferência são: região dorsal, periumbilical e na face externa lateral
do braço, próximo ao músculo deltoide.
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TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS INJETÁVEIS

ÂNGULO DA AGULHA EM RELAÇÃO AO TECIDO SUBCUTÂNEO SEM PREGA CUTÂNEA

• Modo de Aplicação:

⁻ Selecione um local de injeção apropriado;


⁻ Limpe o local da injeção com um chumaço de algodão com álcool, iniciando pelo centro do
local e movendo para fora em movimento circular. Permita que a pele seque sempre antes de
injetar a medicação para evitar uma sensação de picada pela introdução de álcool nos tecidos
subcutâneos;
⁻ Com a sua mão não dominante, agarre a pele ao redor do ponto de injeção firmemente para
elevar o tecido subcutâneo, formando uma dobra de gordura de 2,5cm;
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⁻ Segurando a seringa com a sua mão dominante , insira a bainha da agulha entre os dedos
anular e mínimo da sua outra mão enquanto agarra a pele ao redor do ponto de injeção. Puxe
para trás a seringa com a sua mão dominante para descobrir a agulha agarrando a seringa
como um lápis. Não toque a agulha;
⁻ Posicione a agulha com o bisel para cima;
⁻ Insira a agulha rapidamente em um único movimento. Libere a pele do paciente para evitar a
injeção da medicação em um tecido comprimido e irritar as fibras nervosas;
⁻ Após a injeção, remova a agulha delicadamente (mas de forma rápida) na mesma angulação
utilizada para a inserção;
⁻ Cubra o local com um chumaço de algodão com álcool e massageie delicadamente (a menos
que você tenha injetado uma medicação que contra indique a massagem, como a heparina e
a insulina) para distribuir a medicação e facilitar a absorção.
⁻ Agulhas indicadas :10 x 6 / 7 ; 20 x 6; 20 x 7.
⁻ Insira a agulha em ângulo de 45 ou 90 graus em relação a superfície epidérmica. Dependendo
do comprimento da agulha e da quantidade de tecido subcutâneo no local.

INJEÇÃO INTRADÉRMICA (ID):


Usada principalmente com fins de
diagnóstico como em testes para
alergia ou tuberculina, as injeções
intradérmicas indicam quantidades
pequenas, geralmente 0,5ml ou
menos, dentro das camadas mais
externas da pele.
Por haver baixa absorção sistêmica dos agentes injetada via intradérmica, este tipo de
injeção é usado principalmente para produzir um efeito local. A face ventral do antebraço é o
local mais comumente utilizado por ser facilmente acessível e ausentes de pelos.
• Modo de Aplicação:

⁻ Limpe a superfície ventral do antebraço, com algodão embebido em álcool, e espere a pele
secar;
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⁻ Enquanto segura o antebraço do paciente em sua mão, puxe a pele esticando com seu polegar;
⁻ Com a sua mão livre, segure a agulha em um ângulo de 15 graus em relação ao antebraço do
paciente, com a bisel da agulha virado para cima;
⁻ Insira a agulha aproximadamente 0,3 abaixo da epiderme em locais a 5 cm de intervalo.
Interrompa quando o bisel da agulha estiver sob a pele e injete o antígeno lentamente. Você
deve encontrar alguma resistência a ao fazer isso e deve ocorrer a formação de um vergão
enquanto você injeta o antígeno;
⁻ Retire a agulha na mesma angulação em que tenha sido inserida.

INJEÇÃO INTRAMUSCULAR (IM):

Injeções Intramusculares depositam a


medicação profundamente no tecido
muscular, o qual é bastante vascularizado
podendo absorver rapidamente. Esta via de
administração fornece uma ação sistêmica
rápida e absorção de doses relativamente
grandes (até 5ml em locais adequados).

Pelo fato de possuir uma ação rápida, esta via é utilizada em quadros de Reação
Anafilática, através da administração Intramuscular de Betametazona ou Dexametasona
(Disprospan R ou Decadron R), como conduta emergencial.
As injeções intramusculares são recomendadas para os pacientes não cooperativos ou
aqueles que não podem tomar a medicação via oral e para as medicações que são alteradas
pelo suco digestivo.
Os tecidos musculares possuem poucos nervos sensoriais, permitindo na injeção uma
administração menos dolorosa de medicações irritantes. O local de uma injeção intramuscular
deve ser escolhido cuidadosamente, levando em consideração o estado físico geral do
paciente e a proposta da injeção.
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As injeções intramusculares são contraindicadas em pacientes com mecanismo de


coagulação prejudicados, em pacientes com doença vascular periférica oclusiva, edema e
choque, porque estas moléstias prejudicam a absorção periférica. Além de não serem
administrado em locais inflamado, edemaciado ou irritado ou ainda em locais com manchas
de nascença, tecido cicatrizado ou outras lesões.
• Modo de Aplicação:

⁻ Escolha um local adequado para a injeção. Os músculos glúteos são geralmente utilizados em
adultos sadios, embora o músculo deltoide possa ser utilizado para uma injeção de pequeno
volume (2ml ou menos). Para neonatos e crianças, o músculo vasto lateral da coxa é mais
utilizado porque é geralmente mais desenvolvido e não contém nervos grandes ou vasos
sanguíneos calibrosos, minimizando o risco de uma lesão grave. O músculo reto anterior
também pode ser utilizado em neonatos, mas geralmente é contraindicado em adultos.
⁻ Limpe a pele com algodão e álcool e aguarde a pele secar;
⁻ Com os dedos polegar e indicador da sua mão não dominante, agarre suavemente a pele do
local da injeção;
⁻ Posicione a seringa em um ângulo de 90 graus em relação à epiderme. Insira a agulha rápida
e firmemente através das camadas dérmicas, profundamente até o músculo;
⁻ Após a injeção, remova a agulha em um ângulo de 90 graus;
⁻ Massageie o músculo relaxado para ajudar a distribuir a medicação e ajudar a promover a
absorção.
⁻ Agulhas indicadas: 25 x 7/8; 30x 7/8

DIMENSÕES DE AGULHAS EM RELAÇÃO AO GRUPO ETÁRIO


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REGIÕES GLÚTEAS
• REGIÃO DORSO-GLÚTEA: Dividir mentalmente o glúteo em quatro partes e aplicar no
quadrante superior externo. O paciente deve ser colocado em decúbito ventral, com a cabeça
lateralizada para o lado do profissional, com os braços ao longo do corpo.

• REGIÃO VENTRO-GLÚTEA: O profissional


deve colocar a mão não dominante no
quadril do paciente, espalmando-a sobre a
base do trocânter do fêmur, localizando,
assim, a espinha ilíaca anterossuperior.

Fazer a aplicação na área delimitada pelos dedos (indicador e médio) abertos em V. O


ideal é que o paciente seja colocado em decúbito dorsal.
• REGIÃO VASTO-LATERAL DA COXA:
Dividir mentalmente a coxa em três
partes e fazer a aplicação na região
Antero lateral do terço médio.
Preferencialmente, o paciente deve ser
colocado sentado com as pernas fletidas
ou em decúbito dorsal com as pernas
estendidas.
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INJEÇÃO INTRAÓSSEA:
Quando for difícil ou impossível à infusão venosa rápida, a infusão intraóssea permite a
disposição de líquidos, medicações ou sangue total na medula óssea. Executada em neonatos
e crianças, esta técnica é utilizada em emergências como parada cardiopulmonar ou colapso
circulatório, hipopotassemia, provocada por lesão traumática ou desidratação, estado
epilético, estado asmático, queimaduras, pseudo afogamentos e septicemia opressiva .

INJEÇÃO INTRA-ARTICULAR:
Uma injeção intra-articular deposita as medicações diretamente na cavidade articular
para aliviar a dor, ajudar a preservar a função, prevenir contraturas e retardar a atrofia
muscular. As medicações geralmente administradas via intra-articular incluem
corticosteroide, anestésicos e lubrificantes.
É contraindicada em pacientes com infecção articular, fratura ou instabilidade articular
ou infecção fúngica sistêmica.
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INJEÇÃO INTRAVENOSA (IV) OU ENDOVENOSA (EV):


É a administração de uma droga
diretamente na veia, a fim de obter
uma ação imediata do medicamento.
A medicação poderá ser administrada
em qualquer veia periférica acessível,
mas com preferência para:

⁻ Dobra do Cotovelo: Basílica, Mediana e Cefálica;


⁻ Antebraço;
⁻ Dorso das mãos.
A medicação poderá ser administrada ainda em veias profundas, por meio de cateteres
endovenosos introduzidos por punção ou flebotomia. Esta via é utilizada em casos de
emergência na qual o paciente se encontra inconsciente, como por exemplo, nos casos de
Crise Hipoglicêmica, onde a conduta seria a administração de Glicose 50% por via intravenosa.
• Modo de aplicação:

⁻ Após o preparo da medicação, pedir ao paciente para abrir e fechar a mão diversas vezes, com
o braço voltado para baixo (para melhorar a visualização das veias);
⁻ Escolher a veia, garrotear sem compressão exagerada, acima do local escolhido;
⁻ Pedir ao paciente para fechar a mão e manter o braço imóvel;
⁻ Fazer uma antissepsia ampla no sentido de baixo para cima;
⁻ Expelir todo o ar da seringa; com a mão esquerda, esticar a pele, fixar a veia e segurar o
algodão embebido em álcool;
⁻ Colocar o bisel voltado para cima, segurar o canhão da agulha com o dedo indicador da mão
direita, e a seringa com os demais dedos;
⁻ Introduzir a agulha e após o refluxo de sangue na seringa, pedir para o paciente abrir a mão,
e com a mão esquerda retirar o garrote;
⁻ Administrar a medicação, retirar a agulha e comprimir com algodão embebido no álcool, sem
massagear.
• Observações importantes:
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⁻ A solução deve ser cristalina, não oleosa e não conter flocos em suspensão;
⁻ Retirar todo ar da seringa, para não deixar entrar ar na circulação;
⁻ Aplicar lentamente, observando as reações do paciente;
⁻ Verificar se a agulha permanece na veia durante a aplicação;
⁻ Retirar a agulha na presença de hematoma, infiltração ou dor. A nova picada deverá ser em
outro local, de preferência em outro membro.

PUNÇÃO VENOSA
MATERIAL:
• Bandeja para acondicionar o material.
• Luvas de procedimento.
• Dispositivo venoso adequado para a
rede venosa (considerar o tempo de
permanência necessário).

• Conector de sistema fechado.


• Algodão com álcool a 70%.
• Material para fixação: fita adesiva hipoalergênica ou filme transparente.
• Garrote.

TÉCNICA:
• Higienizar as mãos.
• Separar o material necessário.
• Orientar o paciente sobre o procedimento a ser realizado.
• Higienizar as mãos e calçar as luvas.
•Avaliar as condições da rede venosa do paciente, identificando o melhor local a ser
puncionado.
• Garrotear o membro aproximadamente 5 cm acima do local a ser puncionado.
• Abrir o material com técnica asséptica.
• Pedir para o paciente abrir e fechar a mão diversas vezes, mantendo a mão fechada até a
obtenção do retorno venoso.
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• Fazer antissepsia ampla no local com compressa embebida em álcool a 70% com movimento
único de baixo para cima.
• Inserir o cateter na veia com a mão dominante com o bisel da agulha voltado para cima, em
ângulo de 30°, 1 cm abaixo do local da punção.
• Após a verificação do refluxo sanguíneo, pedir para o paciente abrir a mão, introduzir
delicadamente o corpo do cateter e retirar o mandril (cateter sobre agulha).
• Soltar o garrote.
• Adaptar conector de sistema fechado.
• Fixar o cateter com filme transparente.
• Reunir o material e deixar a unidade em ordem.
• Retirar as luvas.
• Higienizar as mãos
• Checar o procedimento em prescrição médica.
• Fazer anotação de enfermagem, relatando local da punção e dispositivo utilizado.

OBSERVAÇÃO:
É necessário retirar o ar do dispositivo antes de realizar a punção venosa. Isso pode ser
feito injetando-se soro fisiológico (SF) 0,9% antes da punção no dispositivo ou permitindo o
refluxo de sangue no momento da punção até o final do dispositivo.

CALIBRE DOS DISPOSITIVOS VENOSOS PERIFÉRICOS


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VIA INTRA-ARTERIAL:
É raramente empregada, por dificuldades técnicas e riscos que oferece. A justificativa de
uso tem sido obter altas concentrações locais de fármacos, antes de ocorrer sua diluição por
toda circulação. Uma variante dessa é a via intracardíaca, hoje em desuso, desde que foi
substituída pela punção de grandes vasos venosos para administrar fármacos em reanimação
cardiorrespiratória.

TÉCNICAS DE APLICAÇÃO DE MEDICAMENTOS


Em sentido amplo, via parenteral refere-se ao modo de administração de drogas,
inclusive alimentos, por qualquer via que não seja a oral ou intestinal. Em sentido restrito, é a
administração de drogas pelas seguintes vias: intradérmica, subcutânea, intramuscular,
intravenosa, intra-arterial, intraóssea, intratecal, intraperitoneal, intra pleural, intra
pericárdica e intracardíaca. A introdução de medicamentos por via parenteral se faz através
de injeção que consiste na introdução, em tecido ou órgão, de droga, por meio de pressão,
utilizando-se para isso .seringa e agulha ou "hypospray".

•VIAS UTILIZADAS: Às vias mais comumente utilizadas para aplicação de medicamentos são:
A via intramuscular, intravenosa, subcutânea e intradérmica. A introdução de drogas por estas
vias pode visar uma ação local ou geral, porém, genericamente, os objetivos principais são a
rapidez da ação e eficiência da dosagem; além disso, constitui-se na única maneira de se
administrar determinadas drogas que são destruídas pelos sucos digestivos, como é o caso da
insulina.
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•DROGAS INJETADAS: Para aplicação por via parenteral, respeitadas as especificidades de


cada droga, devem elas, de maneira geral, obedecer às seguintes características:
A) serem absolutamente estéreis;
B) líquidas;
C) isentas de substâncias pirogênicas;
D) apresentarem ph dentro dos limites fisiológicos.

• MATERIAL UTILIZADO:

"Hypospray": É um aparelho manual ou elétrico, constituído


de um cilindro de metal com pequena abertura numa das
extremidades. A droga é colocada neste cilindro e sob forte
pressão, o líquido, em forma de micropartículas, é introduzido
na pele, sem o auxílio de agulha. Este aparelho é usado para a
aplicação de drogas em grande número de indivíduos, como
em campanhas de vacinação, tratamentos em massa nas
epidemias etc.

Seringas e agulhas: As seringas são constituídas por duas peças: o corpo ou cilindro e o
embolo. Podem ser metálicas, de vidro ou plástico. O corpo, numa das extremidades termina
em tubo afilado, onde se encaixa a agulha, denominado bico.
As agulhas são, em geral, metálicas. Seus comprimentos
e calibres variam segundo as vias utilizadas. Cada agulha possui
duas partes: uma porção dilatada, que se encaixa na seringa, o
canhão, e a parte afilada, a haste, que termina em bizel; este
pode ser curto ou longo.
As agulhas têm suas medidas indicadas no canhão. Há
várias escalas como a inglesa, a americana e a francesa. As
agulhas fabricadas no Brasil, têm comprimento e calibre
indicados em milímetros; p. ex., a medida 25x8 significa 25 mm
de comprimento por 8/10 de milímetro de diâmetro.
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• CONDIÇÕES PARA USO: Para que a injeção surta efeito, é necessário que o material tenha as

seguintes características:
a) Seja absolutamente estéril (do princípio ao fim da aplicação devem ser mantidos livres de
contaminação as seguintes partes do material: a haste da agulha, interna e externamente, a
face interna do corpo da seringa e o bico interna e externamente e todo o corpo do embolo
em contato com a face interna do corpo da seringa);
b) Apresente encaixe perfeito dos componentes da seringa e, nela, da agulha;
c) Seja material íntegro, isento de rachaduras, de pedaços com reparos grosseiros e de hastes
tortas ou sinuosas das agulhas;
d) Apresente bizel afiado.

• MATERIAL ACESSÓRIO: Para serrarmos uma ampola podemos utilizar pequenas serras
metálicas, previamente desinfetadas com álcool ou água e sabão, ou serras de cartolina com
esmeril. Estas após o uso, devem ser guardadas em recipientes fechado.
O gargalo das ampolas será limpo antes de quebrado, para evitar que fragmentos do
esmeril caiam no seu interior, no ato da abertura. O algodão usado para a antissepsia da pele
deve ser hidrófilo e conservado em recipiente limpo e tampado. Para as endovenosas utiliza-
se garrote (tira elástica) que deve ser de borracha flexível, levemente áspera, a fim de que,
por atrito, se mantenha firme em contato com a pele. O comprimento ideal é de 35 a 45 cm.

• APRESENTAÇÃO DE MATERIAL: São muito variadas as formas de apresentação, motivo pelo


qual nos limitaremos à descrição das principais.
— Material descartável: Seringas e agulhas de plásticos já vêm montadas e esterilizadas, não
oferecendo problemas, desde que se obedeça rigorosamente às normas de assepsia ao
manipulá-las.
— Material fervido: Dentro de um rigoroso conceito de assepsia, este material não é
considerado estéril, mesmo que ferva durante o tempo médio de 30 minutos, mínimo
necessário para a destruição de vírus resistentes ao calor, como os da hepatite; o material é
considerado desinfetado dentro de um ebulidor (erroneamente chamado esterilizador). Para
a retirada da seringa e agulha, é indispensável uma pinça estéril, que deve ser mantida em
frasco estéril com antisséptico ou desinfetante (em geral álcool a 70%) e protegido por um
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tampo. Para a montagem da seringa, retiramos seu corpo com a pinça, mantendo-o na mão
livre; em seguida, retiramos o embolo, procurando com a própria pinça, introduzi-lo no corpo
da seringa; a seguir completamos o ajuste, se necessário, manualmente, tocando apenas na
cabeça do embolo. Por último, retiramos a agulha, montando-a no bico da seringa e utilizando,
se possível, a própria pinça para ajustá-la com firmeza.
— Material auto clavado: O material submetido a este processo, deve estar acondicionado
em pacotes de pano ou papel. No momento do uso devemos observar primeiramente se os
invólucros estão íntegros e secos, caso contrário, serão considerados contaminados: o pacote
deve ser aberto com cuidado, de acordo com as normas de assepsia cirúrgica e retirado o
corpo da seringa seguido logo após do embolo (seguro apenas pela cabeça); precedemos,
assim, à montagem.
—Agulhas em tubos de vidro: As agulhas ficam em pequenos tubos de ensaio individuais,
arrolhados com tampo de gaze ou algodão que, uma vez retirado, deve permanecer entre os
dedos mínimo e anular, evitando-se contaminá-lo. A seringa, já montada, deve ser introduzida
na abertura do tubo e o conjunto mantido em posição vertical, para permitir o encaixe da
agulha que, por gravidade, deslizará para o bico da seringa; seu ajuste definitivo poderá ser
feito com uma simples operação manual, quando se procurará fixá-la firmemente. O tampo
acima mencionado além de conferir proteção ao material pode servir se necessário, para o
teste do bizel da agulha, que consiste no roçar do bizel neste tampo; se alguns fios lhe
aderirem comprova-se a existência de rebarbas. Poderíamos ainda descrever outros tipos de
apresentação, mas o trabalho tornar-se-ia muito longo e fastidioso; o fundamental é aplicar-
se sempre os princípios básicos de assepsia no manejo do material utilizado.
—Aspiração: A aspiração do líquido de uma ampola se faz, simplesmente, através do princípio
físico: Os fluídos tendem a passar de meios de maior pressão para os de menor pressão. Assim
uma vez montada a seringa, quebramos o gargalo da ampola, mantendo-a entre os dedos
indicador e médio, com a abertura voltada para a palma da mão.
Com cuidado, introduzimos a agulha no seu interior, mantendo sempre, mão e material
em posição horizontal; com os demais dedos da mão na qual está a ampola, seguramos o
corpo da seringa, de modo a deixar a outra mão livre para a cabeça do embolo; à medida que
aspiramos, lenta e cuidadosamente, vamos girando mão e material até que, terminada a
aspiração, o conjunto e a ampola estejam em posição vertical.
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— Esterilização do material: Nas grandes instituições hospitalares e ambulatórios, o material,


em geral, é auto clavado. Nos pequenos centros de saúde, consultórios odontológicos,
farmácias etc., usa-se em geral o ebulidor que, como já dissemos, não esteriliza o material, e
cria um grave risco para o cliente. Experiências feitas com panela de pressão doméstica
demonstraram a possibilidade de sua utilização como uma eficiente autoclave, segundo
técnica descrita e comprovada; obtém-se, assim, o material estéril e seco, em pacotes de pano
ou papel.
— PREPARO DO PROFISSIONAL:
Conhecimentos: Além dos conhecimentos de farmacologia e habilidade na técnica, é
indispensável que o profissional esteja consciente e seguro das medidas de assepsia médica e
cirúrgica aplicáveis ao caso.
Medidas de assepsia: Como primeira medida de assepsia médica lembramos a necessidade
de se lavar as mãos, cuidadosamente, antes de se tocar o material estéril e após as aplicações.
Como medida de assepsia cirúrgica, deve-se observar o manejo correto do material
esterilizado, evitando-se contaminá-lo durante o processo.
Escolha do local: Cabe ainda ao profissional a escolha do local: primeiro inquirindo, se cabível,
a preferência do cliente e a seguir examinando os locais e verificando sua viabilidade, que
deverá estar em função do grupo etário, da facilidade de aceso, visibilidade, dos volumes da
massa muscular e tela subcutânea, das condições da pele, etc.
— PREPARO DO CLIENTE:
Orientação: O cliente deverá estar preparado psicologicamente para o tratamento,
recebendo informações sobre características
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da droga que lhe será injetada (p. ex. menos ou mais dolorida), sobre a via indicada e a
possibilidade de reações secundárias ou alérgicas. Indagações deverão ser feitas ao cliente,
sobre suas possíveis suscetibilidades a fenômenos alérgicos. A preparação psicológica evita
traumas emocionais.
Postura: Além da postura indicada e específica para cada via utilizada, há algumas diretrizes
gerais: o cliente deverá estar sempre recostado, deitado ou sentado, em posição anatômica
que lhe permita o relaxamento muscular e a prevenção de acidentes.
Antissepsia: A antissepsia do local de aplicação é feita, em geral, com álcool, de preferência a
70%; pode-se ainda utilizar água e sabão ou álcool iodado (lembrar que há pessoas alérgicas
ao iodo). Segundo pesquisas realizadas na Inglaterra e Estados Unidos, concluiu-se ser
desnecessária a antissepsia da pele antes das aplicações. No entanto, devido à reduzida
amostragem utilizada nesses estudos, o que nos impossibilita uma generalização, temos por
válida ainda, a antissepsia como é feita atualmente.
Imobilização do local: O local escolhido para a aplicação deve ser imobilizado pela mão do
profissional; esta imobilização tem três objetivos:
a) transmitir segurança ao cliente;
b) distender a pele;
c) manter o local escolhido firme e sob controle.

TÉCNICA DA APLICAÇÃO INTRAMUSCULAR:

PREPARO:
— Do cliente: Explicar o que lhe será injetado e onde receberá a injeção; mantê-lo em posição
confortável.
— Do profissional: Lavar as mãos; rever a prescrição; separar, selecionar e examinar o
material (em especial as condições do bizel da agulha); certificar-se de sua esterilidade; ler
três vezes o rótulo da droga.
— Do material: Reunir o material: seringa, agulha, algodão embebido em álcool a 70%, serra,
droga prescrita, recipiente para detritos; desinfetar a serra (se for metálica) e o gargalo da
ampola; serrar a ampola protegendo os dedos, onde ela estiver apoiada, com o próprio
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algodão que foi usado na desinfecção; montar seringa e agulha obedecendo às normas de
assepsia médica e cirúrgica; ajustar firmemente o canhão no bico da seringa.
— Da droga a ser injetada: Quebrar o gargalo da ampola aspirar seu conteúdo com a seringa
que, logo após, deverá ser mantida em posição vertical com a agulha voltada para cima, para
que o ar seja expulso, evitar a perda do medicamento tendo-se, para isso, os cuidados
necessários; manter a agulha protegida pela ampola vazia ou pelo protetor esterilizado.

APLICAÇÃO:
— Expor a área de aplicação.
— Fazer a antissepsia do local com algodão embebido em antisséptico; esta medida deve
abranger toda a área escolhida, com movimentos firmes e em sentido único.
— Manter o algodão entre os dedos mínimo e anular da mão que firmará o musculo.
— Distender a pele do local de aplicação com os dedos indicador e polegar ao mesmo tempo
em que se mantém firme o músculo selecionado.
— Empunhar a seringa conforme a figura e introduzir a agulha com rapidez e firmeza; na
intramuscular, o ângulo para a sua penetração é de 90.°, isto é, a agulha é inserida em direção
perpendicular à pele.
— Soltar o músculo e com a mão livre proceder à aspiração, puxando o embolo, para se
verificar a possibilidade de algum vaso ter introduzido em outro. Após a aspiração, voltar a
apoiar a mão sobre o músculo.
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— Injetar o líquido lenta, mas firmemente, observando as condições do cliente. Retirar seringa
e agulha com movimento único, rápido e firme, depois de apoiar um dedo no canhão da
agulha.
— Comprimir o local com algodão durante alguns segundos para permitir a hemostasia.
— Favorecer a absorção do medicamento com massagem de fricção, por mais alguns
segundos.
— Observar o cliente e mantê-lo, durante alguns minutos, em repouso.
CUIDADOS COM O MATERIAL:
— Lavar seringa e agulha com água e sabão, deixando escorrer bastante água para remover
restos da droga. Isto é conseguido, enchendo-se o corpo da seringa com água ensaboada,
montando-se o embolo e agulha, a seguir pela compressão do embolo deixar o líquido
escorrer pela agulha, depois repete-se o mesmo procedimento com água pura.
— Preparar o material para esterilização.
— Lavar as mãos
OBSERVAÇÕES:
Ao descrevermos uma técnica, não nos é possível detalhar todas as suas possíveis
variações. Por exemplo, dependendo de como a droga é apresentada alguns passos da técnica
de aplicação deverão ser alterados. A maioria das drogas usadas por via parenteral têm, como
embalagem, ampolas de vidro; os antibióticos e outros medicamentos podem estar em
frascos-ampolas com a droga pulverizada ou já diluída.
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— Frasco-ampola com droga diluída: Retirar a tampa metálica que protege o tampo de
borracha com todo o cuidado para não a contaminar; caso isto ocorra, deverá ele ser
desinfetado com algodão embebido em antisséptico. A seguir:
— Puxar o embolo, com a seringa montada, até a marca que indica o volume do medicamento
desejado.
—Introduzir, com firmeza, a ponta da agulha no tampo de borracha, o suficiente para
atravessar sua espessura, mantendo durante todo o processo, frasco-ampola e seringa em
posição horizontal.
— Passar agora o conjunto para a posição vertical, com a agulha voltada para baixo; injetar o
ar no interior do frasco-ampola. e a seguir inverter sua posição; sem esforço algum entrará,
na seringa, o volume de líquido desejado.
— Retirar a agulha do frasco-ampola e substituí-la por outra para a aplicação no cliente.

— Frasco-ampola com droga pulverizada: Preparar e serrar a ampola para a diluição da droga
(solução fisiológica de cloreto de sódio, água bidestilada, outros diluentes, como na técnica já
descrita.
— Remover o protetor metálico do tampo de borracha com os cuidados descritos acima.
— Montar a seringa com agulha, quebrar a ampola e aspirar seu conteúdo.
— Introduzir o diluente no frasco-ampola, mantendo o conjunto em posição vertical, com o
frasco em situação inferior à seringa. Proteger a agulha, terminada a operação, com a ampola
vazia.
— Agitar o frasco para diluir o pó.

TÉCNICA DE APLICAÇÃO ENDOVENOSA:

PREPARO:
— Do cliente: Pedir ao cliente que informe ao profissional imediatamente, a qualquer
manifestação de dor no local da aplicação e, em caso de hemofobia, que desvie o olhar da
seringa. Deverá ele receber orientação prévia sobre as manobras de estase venosa.
— Do profissional: Idêntico ao exposto para a técnica intramuscular.
— Do material: Munir-se do material para injeções endovenosas.
— Da droga a ser injetada: Idêntico ao preparo da Intra muscular.
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APLICAÇÃO:
— Expor a área onde deverá ser feita a aplicação.
— Passar a tira elástica conforme a figura, a fim de se produzir uma estase na rede venosa
periférica. A compressão não deverá ser tão exagerada que interrompa a circulação arterial.

— Fazer o cliente abrir e fechar a mão várias vezes e conservá-la fechada até segunda ordem.
— Colocar o braço em hiperextensão.
— Fazer a antissepsia do local e do dedo com o qual se fará a palpação da veia.
— Expulsar todo o ar que se encontrar dentro da seringa, com a agulha voltada para cima.
— Esticar a pele, manter aveia fixa com o polegar de urna das mãos e com a outra introduzir
a agulha aproximadamente 1 cm aquém do local onde a veia deverá ser alcançada, segurando
a seringa conforme. A confirmação de que a agulha ganhou a luz do vaso se faz pela aspiração
de sangue para o interior da seringa, e pela sensação tátil.
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—Retirar o garrote e pedir ao cliente que abra a mão.


—Injetar lentamente, evitando a sobrecarga circulatória e sensações desagradáveis ao cliente.
—Retirar a agulha com movimento único, após a injeção do líquido, comprimindo o local com
algodão, ao mesmo tempo que se distende a pele sobre a veia, para facilitar a hemostasia.
CUIDADOS COM O MATERIAL:
Lavá-lo imediatamente com água fria para evitar a coagulação sanguínea no interior da
agulha e da seringa.
OBSERVAÇÕES:
Nem sempre as veias se encontram em condições favoráveis para as aplicações, por se
apresentarem pouco visíveis, serem delgadas ou de grande mobilidade. Em tais casos
podemos recorrer a algumas manobras que favorecem sua evidenciação e concorrem para o
aumento da estase:
— Compressas quentes: Panos umedecidos com água aquecida à temperatura pouco superior
a corporal, podem ser aplicados sobre o local onde se deseja melhor visualização da veia.
— Massagens:
Por alisamento pesado: Massageia-se o local com certa pressão, em direção centrípeta.
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Por percussão: Através de tapinhas aplicados sobre o local. Ambos os tipos de massagem
concorrem para o aumento da volemia local favorecendo a evidenciação venosa.
Garrote: É o meio mais comumente usado e será mais eficiente na estase venosa se,
simultaneamente ao seu uso forem realizados movimentos de fechamento e abertura da mão.
Postura do braço:
Em hiperextensão: Evidencia e fixa a rede venosa.
Pendente: Com o membro superior voltado para baixo teremos, por gravidade, maior afluxo
sanguíneo.

TÉCNICA DE APLICAÇÃO SUBCUTÂNEA:


— Preparo do cliente, do profissional, do material, da droga a ser injetada, semelhantes à
técnica da intramuscular
APLICAÇÃO:
— Expor a área de aplicação, fazer a antissepsia do local, manter o algodão entre os dedos
mínimo e anular da mão que firmará a pele.
—Distender a pele do local de aplicação com os dedos indicador e polegar, mantendo a região
firme.
— Empunhar a seringa e introduzir a agulha, com rapidez e firmeza, em ângulo de 30 a 60°
(para indivíduos normais e obesos, respectivamente).
— Soltar a pele e proceder à aspiração puxando o embolo para verificar se algum vaso foi
atingido; caso isto ocorra, proceder conforme explicações anteriores. Voltar a segurar a pele.
— Injetar o líquido lenta, mas firmemente, observando as condições do cliente.
— Continuar a seguir, com os mesmos procedimentos indicados na técnica da intramuscular
— Cuidados com o material: Conforme técnica da intramuscular
— Observações: Na descrição desta técnica, assinalaremos alguns pontos que consideramos
importantes para melhor esclarecimento :
— Aplicação em indivíduos magros ou caquéticos: Em clientes nestas condições, variam o
modo de segurar a pele e o ângulo de inserção da agulha; devemos proceder nestes casos, da
seguinte maneira:
a) levantar a pele segurando-a e mantendo-a suspensa entre os dedos indicador e polegar;
b) introduzir a agulha em posição paralela à pele, sob sua dobra, com rapidez e firmeza.
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— Fricção após a injeção: Para certos tipos de drogas como a insulina, não é conveniente a
massagem após a aplicação, justamente para se evitar a absorção rápida.
— Tamanho da agulha: Se utilizarmos agulhas de dimensões tais como 10x5 ou 10x6, em
indivíduos normais ou obesos, a introdução se dará perpendicularmente à pele como na
intramuscular.
— Aspecto após a injeção: Na injeção subcutânea bem aplicada, é frequente formar-se uma
elevação da pele que corresponde ao volume da droga injetada. Essa elevação será maior ou
menor dependendo da espessura da tela subcutânea.

TÉCNICA DE APLICAÇÃO INTRADÉRMICA:


—Preparo do cliente: Além do processo comum, explicar-lhe o tipo de dor que sentirá e
informá-lo de sua curta duração. Quanto aos demais itens do preparo, são idênticos aos da
intramuscular,
APLICAÇÃO:
— Expor a área de aplicação (face ventral do antebraço), fazer a antissepsia da pele e manter
o algodão na posição já descrita anteriormente.
—Empalmar o antebraço por sua face dorsal e distender a pele do local de aplicação.
— Empunhar a seringa e introduzir a agulha, paralelamente à pele, numa extensão de 2mm.
O bizel deve ser mantido para cima e nos indivíduos de pele clara será possível ver a haste da
agulha sob a pele. Injetar lentamente a dose indicada.
— Observar se houve formação de pápula, característica da injeção intradérmica

CUIDADOS COM O MATERIAL:


Conforme técnica da intramuscular.
— Retirar a seringa e agulha com movimento rápido.
— Aplicar o algodão somente para favorecera hemostasia, quando no local da picada houver
sangramento.
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—Observar o cliente e mantê-lo durante alguns minutos em repouso.

OBSERVAÇÕES:
Dadas as condições anatômicas do córion não há necessidade de se aspirar após a introdução
da agulha. Além disto, a massagem local é contraindicada porque o objetivo é retardar a
absorção da droga que, quando injetada por esta via, pode produzir fenômenos alérgicos
graves, dependendo das condições do cliente. Verifica-se se a injeção foi realmente
intradérmica, se houver formação de pápula, caso isto não ocorra, conclui-se que a agulha
atingiu a tela subcutânea.

PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

PROBLEMAS QUE PODEM OCORRER NA VIA PARENTERAL

1 — Econômico: A via parenteral é antieconômica em virtude de se utilizar material caro e


exigir toda uma técnica especializada que, quando não obedecida, acarreta traumas e mesmo
a morte do cliente.
2 — Relacionados ao cliente: Por ser tratamento raramente indolor, provoca aversão, mesmo
em clientes psicologicamente bem preparados. Em adultos, o medo pode levar à recusa em
submeter-se ao tratamento. Em crianças será sempre possível o tratamento compulsório,
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uma vez esgotados os recursos psicológicos; ressalvando-se o aspecto traumático, esta


medida obrigará ao auxílio de mais uma pessoa para a imobilização adequada do pequeno
cliente. O medo pode levar, ainda, à exagerada contração muscular impedindo a penetração
da agulha, acarretando acidentes ou a contaminação acidental do material.
3 — Relacionados ao profissional: A falta de habilidade ou a má técnica são causas de
insucesso na aplicação e de acidentes, muitas vezes, fatais.

ACIDENTES
Vamos enumerar os acidentes comuns a todas as vias parenterais, deixando os específicos
para quando nos detivermos no estudo de cada via.
1. Infecções: Infecções locais ou gerais (abcessos, flegmões, septicemias) são o resultado da
contaminação do material, da droga ou consequência da condição específica do cliente
(ignorância de assepsia, mau estado geral, presença de focos infecciosos locais ou gerais, etc.)
2. Fenômenos alérgicos: A alergia às drogas injetadas (fenômeno de Arthus)* ou aos
antissépticos usados pode provocar reações locais ou mesmo o choque anafilático.
3. Má absorção das drogas: As drogas de difícil absorção injetadas em local inadequado podem
provocar a formação de nódulos ou de abcessos assépticos, além de não surtirem o efeito
esperado.
4. Embolias: São acidentes graves e relativamente frequentes, resultantes da introdução
acidental, direta ou indireta na circulação sanguínea, de ar, coágulos, cristais de drogas em
suspensão, etc. Podem estar relacionados à má técnica (falta de aspiração antes de se injetar
a droga), à introdução inadvertida das substâncias já citadas, a desconhecimentos de
farmacologia (p. ex. aplicação de drogas oleosas ou suspensões por via intravenosa), ou à
aplicação de pressão muito forte na injeção de drogas em suspensão ou oleosas, causando a
ruptura de capilares, com consequentes microembolias locais ou gerais.
5. Traumas: Podemos classificá-los em dois tipos fundamentais: o trauma psicológico e o
tissular. O trauma psicológico decorre muitas vezes da falta de preparo adequado do cliente
ou do seu estado de tensão; vai desde a demonstração de medo, choro até a lipotimia. Os
traumas tissulares são de natureza variável, podendo ocorrer lesões da pele (agulha romba ou
de calibre muito grande), da tela subcutânea, do músculo, do nervo, do periósteo, de osso, de
vasos. Como consequência dessas lesões, teremos ferimentos, hemorragias, hematomas,
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equimoses, dor, paresias, parestesias, paralisias, nódulos, necroses etc. Estes traumas podem
ocorrer em virtude da má técnica, os desconhecimentos de anatomia e farmacologia e de
variações anatômicas individuais.
VIA INTRAMUSCULAR (IM)
Quando o paciente está
hipotenso ou tem um aporte
sanguíneo deficiente para o músculo,
o medicamento administrado por via
intramuscular pode precipitar-se ou
não ser absorvido. Ocorre dor, no
caso da injeção IM, porque a pele e o
tecido subcutâneo são ricamente
inervados e os receptores da dor são
Fasceíte necrotizante após aplicação de injeção estimulados pela agulha, quando ela
intramuscular penetra e disseca o tecido conectivo.
O músculo é menos inervado, mas a infusão de solução no espaço intersticial pode ser
muito dolorosa, devido à irritação causada pela solução, ao pH ou à tonicidade alta para a
solução fisiológica. Quando não se emprega a técnica correta de administração, pode-se,
acidentalmente, injetar o medicamento na corrente sanguínea e causar uma reação adversa
ou overdose.
Podem ocorrer: Irritação tecidual local, dor, lesão óssea, punção de vasos sanguíneos
causando hematomas, endurecimento local, lesão de nervos, volume inadequado para o
músculo, rompimento de tecido muscular interferindo na mioglobina (marcador de IAM),
distrofias, abscessos, reações alérgicas no caso de sensibilidade ao fármaco e perda da
funcionalidade do membro.
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A administração de medicamento IM pode ser ineficaz para crianças desidratadas, devido


ao volume circulante impróprio para dissolver e transportar a substância para o sistema
vascular.
As complicações mais comuns, após injeções no músculo vasto lateral da coxa, são:
Desconforto do paciente, devido a intensa dor durante a aplicação; presença de manchas
avermelhadas no local e extensão do membro e abdome; hiperemia; edema; hematomas
difusos; vesículas contendo fluido sanguinolento; abscessos; nodulações e escaras no local da
injeção. Tais fatores decorrem de local inapropriado da injeção, falta de rotatividade dos
locais, grande volume de medicação injetada em músculo pequeno e técnica incorreta de
assepsia. Porém surgir, por exemplo, no caso de administração de penicilina G, procaína e
diclofenaco de sódio.

CAUSAS DAS COMPLICAÇÕES


• Tipo de medicação introduzida: Medicação irritante, diluição em solvente oleoso ou de
absorção lenta, alta concentração.
• Volume injetado incompatível com a estrutura do músculo, ocasionando um aumento da
tensão local, compressão vascular, edema local e, com o efeito tóxico, podendo causar infarto
muscular, fibrose e necrose.
• Local de aplicação errado em relação à qualidade da medicação injetada. Existem
medicações que exigem grande quantidade de massa muscular, possibilitando aumento na
velocidade de absorção.
COMPLICAÇÕES DA TERAPIA ENDOVENOSA (EV)
• INFILTRAÇÃO

A infiltração é a administração de uma solução


ou medicamento não vesicante no tecido
circunvizinho. Ocorre quando a cânula EV se desloca
ou perfura a parede da veia. Caracteriza-se por
edema ao redor do local de inserção,
extravasamento do líquido para fora do leito venoso,
dor e sensação de frio na área da infiltração e uma
diminuição significativa na velocidade do fluxo.
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Quando a solução é irritante, pode ocorrer descamação do tecido. É necessário


monitorização intensiva do local para detectar uma infiltração, antes que ela se torne grave.
Nem sempre o fato de haver um fluxo retrógrado de sangue significa que não houve
infiltração; isso pode indicar, por exemplo, que o cateter não está bem posicionado, podendo
ter acontecido de a sua extremidade distal ter perfurado a veia.
O fluido EV escorre para dentro dos tecidos, assim como flui dentro da veia. Embora
ocorra o retorno do sangue, a infiltração também aconteceu. Uma boa forma de confirmar se
a infiltração está ocorrendo é aplicar um garrote acima ou próximo ao local de infusão e
apertá-lo o suficiente para restringir o fluxo venoso.
Quando a infusão continuar a gotejar, apesar da obstrução venosa, a infiltração estará
acontecendo. A infiltração de qualquer quantidade de produto sanguíneo, irritante ou
vesicante, é considerada grave.
O tratamento consiste em:
• Quando a infiltração for recente, aplicar compressas frias.
• Quando já tiver passado algumas horas, aplicar compressas quentes no local.
• Elevar o membro para promover absorção do líquido e diminuir o edema.
• Puncionar um novo acesso em outro membro.
• Associar a terapia prescrita com o local da punção.
• Escolher uma cânula do tamanho e do tipo adequado para a veia.
• EXTRAVASAMENTO
O extravasamento é similar à infiltração e ocorre
por uma administração inadvertida de solução
vesicante ou medicamento dentro do tecido
circunvizinho.
Medicamentos, como a dopamina, preparações
de cálcio e agentes quimioterápicos, podem provocar
dor, queimação e rubor no local.

Possivelmente, ocorrerá a formação de vesículas, inflamação e necrose dos tecidos. A


extensão da lesão é determinada pela concentração do medicamento, pela quantidade
extravasada, pela localização da inserção para infusão, pela resposta tecidual e pela duração
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do processo de extravasamento. Deve-se interromper a infusão imediatamente. O enfermeiro


e o médico devem ser notificados.
O protocolo da instituição para extravasamento deve ser iniciado; ele pode determinar
os tratamentos necessários, incluindo antídotos específicos para o medicamento que
extravasou, e pode indicar se a linha EV deve permanecer no local ou ser removida antes do
tratamento.
Com frequência, o protocolo especifica que o local de infusão seja infiltrado com o
antídoto prescrito, depois da avaliação pelo enfermeiro e pelo médico e a aplicação de
compressa fria inicialmente, seguida por compressas quentes e elevação do membro.
Esse membro não deve ser usado para a instalação posterior de cânula. Avaliações neuro
vasculares completas do membro afetado devem ser regularmente efetuadas.

• FLEBITE
A flebite é definida como a inflamação de uma veia devido a uma irritação química e/ou
mecânica. Caracteriza-se por uma área avermelhada e quente ao redor do local de inserção,
ou ao longo do trajeto da veia, e edema. A seguir, há a especificação dos tipos de flebite

FLEBITE MECÂNICA
É uma irritação mecânica, causando uma flebite ou inflamação na veia; pode ser atribuída
ao uso de cateter de calibre grande inserido em Flebite Química. Muitos fatores contribuem
para o desenvolvimento de flebite química. Geralmente, é causada por administração de
medicações ou soluções irritantes, medicações diluídas ou misturadas impropriamente,
infusão muito rápida, presença de pequenas partículas na solução.
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Um fator contributivo na formação de flebite química são partículas ínfimas na solução,


tais como partículas de drogas que não se dissolvem totalmente durante a diluição e que não
são visíveis. Infusões intermitentes heparenizadas causam menos irritação na parede da veia
no decorrer do tempo do que infusões contínuas.

FLEBITE BACTERIANA
É a inflamação da parede interna da veia associada com a infecção bacteriana. Fatores
que contribuem para o desenvolvimento de flebite bacteriana incluem técnicas assépticas
inadequadas de inserção do cateter, fixação ineficaz do cateter e falha na realização de
avaliação dos locais.

FLEBITE PÓS-INFUSÃO
Trata-se de uma inflamação da veia que se torna evidente em 48 a 72 horas. Fatores que
contribuem para seu desenvolvimento, são: Técnica de inserção do cateter, condição da veia
utilizada, tipo, compatibilidade e o pH da solução ou medicações infundidas, calibre, tamanho,
comprimento e material do cateter e tempo de permanência.

CLASSIFICAÇÃO DA FLEBITE – ESCALA DE MADDOX

A incidência de flebite aumenta conforme o período em que a linha EV é mantida,


dependendo da composição do líquido infundido, especialmente seu pH e tonicidade, do
tamanho da cânula e do local da inserção, da filtração ineficaz, da fixação imprópria da linha
e da introdução de micro-organismos no momento da inserção.
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O tratamento consiste em troca da punção conforme protocolo da instituição, geralmente


a cada 72 horas, interrupção da linha EV, punção em novo local e compressa morna e úmida
no local afetado.

• TROMBOFLEBITE
É a presença de um processo inflamatório de um segmento de uma veia, geralmente de
localização superficial, com a formação de coágulos, na área afetada. Seus sinais são: dor
localizada, rubor, calor e edema ao redor da inserção ou ao longo do trajeto da veia.

• HEMATOMA
Surge o hematoma quando o sangue
extravasa para dentro dos teci- dos
circunvizinhos ao local da inserção EV. Ocorre em
decorrência da perfuração da parede vascular
oposta durante a punção venosa, do
deslizamento da agulha para fora da veia e da
pressão insuficiente aplicada ao local após a
retirada da agulha ou cânula.
Os sinais de hematoma incluem equimose, edema imediato e extravasamento de sangue
no local. O tratamento inclui a retirada da agulha ou cânula e a aplicação de pressão com um
curativo estéril, a utilização de bolsa de gelo durante as próximas 24 horas no local e, em
seguida, compressa quente para aumentar a absorção do sangue, além de avaliação do local.
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• COAGULAÇÃO E OBSTRUÇÃO

Os coágulos podem formar-se na administração EV em consequência de equipo torcido,


de velocidade de infusão muito lenta, de espaço vazio ou da falta de lavagem da linha após
administração de medicamentos. Nunca se deve tentar desobstruir o cateter. Seringas
grandes fazem alta pressão, pode-se tentar aspirar o cateter com uma seringa de 1 a 3 ml.

A aspiração impede que se empurre o trombo para a circulação e previne a formação de


hematoma por rompimento da veia. Se não se obter êxito, deve-se retirar o cateter e realizar
uma nova punção. Deve-se interromper a infusão e reiniciar em outro local. O equipo não
deve ser irrigado ou ordenhado, nem a velocidade da infusão aumentada, nem o frasco da
solução elevado.

VIA SUBCUTÂNEA (SC)


A via SC é utilizada comumente para administração de insulina e anticoagulantes. As
complicações mais comuns são reações alérgicas locais (rubor, edema, dor e endurecimento
do local, presença de pápula).
A lipodistrofia refere-se a uma reação localizada, na forma de lipoatrofia ou lipo
hipertrofia, ocorrendo no sítio das injeções de insulina. A lipoatrofia é a perda do tecido
adiposo subcutâneo e aparece como uma pequena fóvea ou depressão mais acentuada do
tecido adiposo subcutâneo.
O uso de insulina humana quase eliminou essa complicação desfigurante. A
lipohipertrofia – o desenvolvimento de massas fibroadiposas no sítio da injeção – é causada
pelo uso repetido de um sítio de injeção.
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Quando a insulina é injetada em áreas


cicatrizadas, a absorção pode ser retardada. O
paciente deve evitar injeções de insulina nessas
áreas até que a hipertrofia desapareça. Os
medicamentos trazem inúmeros benefícios para
os pacientes, mas, infelizmente, também podem
gerar algumas complicações.
Há as relacionadas diretamente com os fármacos, que são consideradas efeitos
indesejáveis, e o profissional tem pouca ação para minimizar. Outros efeitos estão
relacionados com as vias de administração, e, neste caso, a participação do profissional é
fundamental para minimizá-los.
O profissional de enfermagem deverá
estar constantemente atento para a
ocorrência desses efeitos e atuar para que
eles não aconteçam ou, pelo menos,
sejam minimizados, trazendo maior
conforto e segurança para os pacientes.

AGULHAS E SERINGAS

A aplicação de medicamentos injetáveis sob prescrição médica é um serviço


rotineiramente prestado em hospitais, postos de saúde, farmácias e drogarias. Está previsto
nas legislações que regem o funcionamento dos mesmos.

Para isso, os profissionais que realizam esse serviço precisam entender bem as
diferenças e aplicações das agulhas e seringas hipodérmicas para aplicação de injetáveis. É
importante conhecer esses materiais, saber identificar e diferenciá-los no momento da
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dispensação e aplicação de injetáveis. Aqui, iremos explicar um pouco sobre as agulhas e


seringas hipodérmicas estéreis de uso único (descartáveis). Esses produtos são amplamente
utilizados nos serviços de saúde por vários profissionais desta área.

AGULHAS

ESTRUTURA DA AGULHA PARA APLICAÇÃO DE MEDICAMENTOS INJETÁVEIS

AGULHA HIPODÉRMICA
ESTÉRIL DE USO ÚNICO 25X
7 MM
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Tipos de Bisel

Atualmente existem 2 tipos de bisel para as agulhas comercializadas: tri e penta


facetado. O mais utilizado é o tri facetado.

MEDIDAS DAS AGULHAS

CORES DOS CANHÕES DAS AGULHAS

As cores dos canhões das agulhas tem padrão mundial o que facilita a identificação do
calibre da agulha. (A tabela de medidas de agulhas representada aqui contém as agulhas
comercializadas no Brasil).
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TABELA DE MEDIDAS DE AGULHAS


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COMO IDENTIFICAR AS MEDIDAS DAS AGULHAS

Uma agulha pode possuir codificações diferentes. Tanto o sistema inglês (que usa as
unidades gauge e polegadas) como o sistema métrico (que usa as unidades milímetros x
milímetros) servem para identificar o calibre e o comprimento da agulha.

» Veja abaixo, o detalhe ampliado desta descrição no rótulo da embalagem do produto:▼

» Veja a correspondência das codificações e medidas na imagem abaixo:▼


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SERINGAS

São equipamentos usados por profissionais de saúde para inserir ou aspirar substâncias
liquidas por vias: intravenosa, intramuscular, intracardíaca, intratecal, subcutânea,
intradérmica e intramuscular. No passado já foram produzidas por diversos materiais, tais
como osso, prata e vidro. As seringas de vidro perduraram por muitos anos, sendo reutilizadas.
Na década de 70 surgiram as primeiras seringas descartáveis. Porém, a conversão de seringa
de vidro para a descartável foi lenta e encontrou grande resistência.

“Até o início dos anos 80, o conhecimento sobre transmissão de agentes patogênicos
através de materiais perfurantes e cortantes usados nos procedimentos era bastante vago. O
alarme para o perigo soou há cerca de 25 anos, com a divulgação da descoberta do HIV.”

» A imagem abaixo mostra todos os componentes de uma seringa hipodérmica de uso


único:▼
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◆ Temos no mercado as seringas com dispositivo de Segurança e Prevenção de Reuso

fabricadas pela BD.▼ (NR32)

STOPPER

É a linha de aferição da dose do medicamento a ser administrado.

» A imagem abaixo mostra como identificar o volume da dose do medicamento a ser


administrado a partir do stopper: ▼
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TIPOS DE BICOS DAS SERINGAS

VOLUMES E GRADUAÇÕES DAS SERINGAS

As seringas se diferem de acordo com o volume que comportam. A escolha da seringa


depende do volume do medicamento e da via de administração.

SERINGA DE 1ML

Mais usada para aplicação de medicamentos nas vias subcutânea e intradérmica.

◆ Existem duas apresentações para as seringas de 1mL:

 UI – Unidades Internacionais é dividida em 100 partes iguais, ou seja 1,0mL = 100UI.

 mL- 0,1mL, 0,2mL…até » 1,0mL.


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→Cada UI corresponde a 0,1mL »» 1UI=0,1mL

As seringas graduadas em unidades internacionais (UI) são as mais utilizadas,


principalmente pelas pessoas que fazem uso de insulina.

 Para converter mililitros (mL) em Unidades Internacionais (UI) basta multiplicar por 100.

 Para converter Unidades Internacionais (UI) em mililitros (mL) basta dividir por 100.

A tabela abaixo mostra as apresentações de graduações de seringas disponíveis no


mercado para aplicação de insulina: 30UI, 50UI e 100UI.▼
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SERINGA DE 3ML
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É dividida em subunidades de 0,1 mL. É graduada de 0,5 em 0,5 mL e cada 0,5 mL contêm
5 traços menores que correspondem a 0,1mL cada.

SERINGA DE 5ML

É dividida em subunidades de 0,2 mL. É graduada de 1,0 em 1,0 mL e cada 1 mL contêm


5 traços menores que correspondem a 0,2mL cada.

SERINGA DE 10ML
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É dividida em subunidades de 0,2 mL. É graduada de 1,0 em 1,0 mL e cada 1 mL contém


5 traços menores que correspondem a 0,2mL cada.

SERINGA DE 20ML

É dividida em subunidades de 1,0 mL. É graduada de 5,0 em 5,0 mL e cada 5 mL contém


5 traços menores que correspondem a 1,0mL cada.

SERINGA DE 60ML
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Usada para aspiração e injeção de grandes volumes líquidos e alimentação enteral,


durante procedimentos médicos. É dividida em subunidades de 2,0 em 2,0 mL. É graduada de
10,0 em 10,0mL e cada 10,0mL contém 5 traços menores que correspondem a 2mL cada.

»Observações Importantes:

 1 mL = 1 cm³ = 1 CC = 1000mm³

 0,1 mL = 100mm³

 1mm³ = 0,001Ml

TIPOS DE CATETER

Um cateter nada mais é que um tubo introduzido no organismo para medição, aplicação
de soros, remoção de líquidos que não foram eliminados naturalmente pelo organismo ou
monitoramento da função de algum órgão vital.

A espessura desses tubos varia, assim como suas formas de uso, sejam eles aplicados no
sistema respiratório, digestivo, nervoso ou circulatório.

 CATETER JELCO INTRAVENOSO– utensílio médico básico composto por uma agulha e
invólucro flexível. Feito o acesso venoso, a agulha é retirada e o invólucro fixado na pele com
fita adesiva. Acesso utilizado para a introdução de medicamentos na corrente sanguínea,
evitando picadas frequentes em internações.
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 CATETER DUPLO J – utilizado para fazer a drenagem da urina do rim até a bexiga. Uma das
extremidades do utensílio é ancorada na pelve renal, enquanto a outra extremidade se curva
no interior da bexiga. Alguns modelos desse cateter possuem um fio amarrado na
extremidade que permite sua retirada sem a necessidade de cistoscopia. Muito usado em pós
operatório de cirurgias urológicas, tumores renais, pedras no rim. entre outras causas.
 CATETER NASAL – utilizado para administrar oxigênio de baixo fluxo em pacientes. Seu uso é
simples e permite que o paciente mantenha atividades diárias como falar e comer sem
dificuldades.
 CATETER ARTERIAL PERIFÉRICO – Para uso de curta duração; normalmente utilizado para
monitorizar o estado hemodinâmico e análises gasométricas em pacientes críticos
 CATETER VENOSO CENTRAL – Utensílio inserido em veias centrais (jugulares internas,
femorais ou subclávias); é o tipo de CVC mais utilizado. É de extrema importância que o
profissional esteja preparado para manipulação desse utensílio, uma vez que o uso
inadequado pode prejudicar a saúde do paciente. Além disso, a escolha do cateter deve ser
adequada à necessidade do quadro – para isso, conhecer a função de cada um dos tipos de
cateter é essencial.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 Aplicação de Insulina – aspectos importantes na aquisição do produto, do preparo até a


efetiva aplicação. Disponível em : < http://www.diabetes.org.br > Acesso em 11 dez.2019.

 BECTON DICKINSON. Manual de Aplicações de Injetáveis. 3. ed. São Paulo:[s.n.], 2007.

 Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Higienização das mãos em serviços de


saúde. Brasília: ANVISA, 2007.

 Castellanos B. P. Injeções Modos e Métodos. São Paulo: Editora Ática, 1987.

 OLIVEIRA, M.C. Escolha a seringa e a agulha BD Ultra-Fine adequadas ao seu tratamento


com insulina. BD Bom Dia, São Paulo, n.76, p.8-9, Dez.2006.

 Prefeitura de Belo Horizonte Orientação para o acidente de trabalho com exposição a


material biológico de risco, na rede municipal de saúde de Belo Horizonte. 2005
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ANEXOS

ATIVIDADE 01
1) Conceitue medicamentos.

2) Em quais casos os medicamentos são úteis?

3) Diferencie remédio de medicamento.

4) Em relação as regras para o preparo geral das medicações. Relacione as colunas:


A) Compras ( ) Preparo, diluição e administração de medicamentos.
B) Farmácia ( ) Prescrição dos medicamentos.
C) Enfermagem ( ) Aquisição de medicamentos.
D) Médicos ( ) Armazenamento, dispensação, conferência e orientação.
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5) O de todas as ocorrências relacionadas a administração de medicações é um


importante instrumento para garantir a segurança do paciente na continuidade dos
cuidados. Lembre-se, você não estará lá no próximo turno para esclarecer dúvidas! Então
anote com atenção, clareza e detalhes importantes.
A) Registro
B) Armazenamento
C) Custo

6) Após a diluição, alguns medicamentos podem ser guardados para serem utilizados
posteriormente. Nestes casos, identifique corretamente o frasco do medicamento e
acondicione-o conforme a indicação do protocolo. Em caso de dúvida, consulte o:
A) Enfermeiro.
B) Médico.
C) Farmacêutico

ATIVIDADE 02
1) Defina via de administração de medicamentos.

2) As principais subdivisões da via são: intramuscular, intravenosa, subcutânea ou


hipodérmica, intradérmica, intra-arterial, intracardíaca, intraperitoneal e intratecal.
A) Auricular
B) Parenteral
C) Nasal

3) Como é realizado o preparo da injeção?


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4) Qual é a primeira técnica no preparo da injeção?

5) Os locais mais comuns de injeção subcutânea são a face externa da porção do


braço, face anterior da coxa, tecido frouxo do abdômen inferior, região glútea e dorso
superior.
A) Inferior.
B) Superior.

6) As injeções intramusculares são em pacientes com mecanismo de coagulação


prejudicados, em pacientes com doença vascular periférica oclusiva, edema e choque,
porque estas moléstias prejudicam a absorção periférica.
A) Indicadas
B) Contraindicadas

ATIVIDADE 03
1) Em relação a aplicação de injetáveis na região glútea: Dividir mentalmente o glúteo em
e aplicar no quadrante superior externo. O paciente deve ser colocado em
decúbito ventral, com a cabeça lateralizada para o lado do profissional, com os braços ao
longo do corpo.
A) 4 partes.
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B) 3 partes.
C) 2 partes.

2) A injeção intra-articular é contraindicado para quais pacientes?

3) Como é realizada a injeção intravenosa?

4) Em sentido amplo, via parenteral refere-se ao modo de administração de drogas, inclusive


alimentos, por qualquer via que não seja a oral ou intestinal. Em sentido restrito, é a
administração de drogas por quais vias?

5) O que é Hypospay?
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6) A maioria das drogas usadas por via parenteral têm, como embalagem, ampolas de vidro;
os antibióticos e outros medicamentos podem estar em frascos-ampolas com a droga
pulverizada ou .
A) Não diluída.
B) Já diluída.

ATIVIDADE 04
1) O que é garrote?

2) Quais são os principais problemas que podem ocorrer na administração de medicamentos


na via parenteral?

3) Escreva os acidentes comuns a todas as vias parenterais.


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4) Quais são as complicações mais comuns, após injeções no músculo vasto lateral da coxa?

5) A é a presença de um processo inflamatório de um segmento de uma


veia, geralmente de localização superficial, com a formação de coágulos, na área afetada.
Seus sinais são: dor localizada, rubor, calor e edema ao redor da inserção ou ao longo do
trajeto da veia.
A) Tromboflebite.
B) Flebite mecânica.
C) Infiltração.

6) O profissional de enfermagem constantemente atento para a ocorrência


desses efeitos e atuar para que eles não aconteçam ou, pelo menos, sejam minimizados,
trazendo maior conforto e segurança para os pacientes.
A) Não estar
B) Deverá estar

ATIVIDADE 05
1) Conceitue seringas.

2) Escreva os componentes de uma seringa hipodérmica de uso único.


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3) Quais são os tipos de bicos das seringas?

4) A seringa para aplicação de insulina com capacidade de 100 unidades possui:


A) Escala com graduação de 1 em 1 unidade.
B) Escala com graduação de 2 em 2 unidades.

5) Defina cateter.

6) Diferencie cateter nasal de cateter arterial periférico.

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