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Conteúdo e tema: bioética.

Competências e habilidades: leitura, escrita e expressão oral com base na compreensão


e na crítica para pensar a bioética.
Tempo: 2 aulas (50 min)
Estratégias: exercícios de reflexão e leitura.
Recursos: Filme e texto para leitura.

Professor Marcos Tadeu Rodrigues


Núcleo Pedagógico – DE Votorantim
Esta sequência didática irá nos levar à um debate cada vez mais relevante o controle da
Ciência e da Tecnologia sobre os processos de estabelecimento, manutenção e
prolongamento da vida humana, este debate em nossa disciplina de filosofia se dará em
torno da bioética e serão discutidas questões relativas aos valores da vida humana em
relação à saúde, à medicalização da existência e ao meio ambiente, tais como o que é
moral ou ético?
Vamos entender um pouco?

A palavra Bioética vem da junção de duas palavras gregas: do grego bios (vida) + ethos
(ética), é a ética da vida ou ética prática, isto é, um campo de estudo inter, multi e
transdisciplinar que engloba a biologia, a medicina, a filosofia, o direito, as ciências
exatas, as ciências políticas e o meio ambiente. Você já ouviu falar em bioética? Se sim,
em que momento? Qual é a sua opinião sobre o assunto? Se não, o que esse nome
sugere? Quais assuntos, a partir desse nome “bioética”, podem ser motivo de discussão?

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A duração da vida humana


Hoje [...] certos progressos na biologia celular nos acenam com a perspectiva de atuar sobre
bioquímicos de envelhecimento, ampliando a duração da vida humana, talvez indefinidamente.
A morte não parece mais ser uma necessidade pertinente à natureza do vivente, mas uma falha
orgânica evitável; suscetível, pelo menos, de ser em princípio tratável e adiável por longo tempo.
Um desejo eterno da humanidade parece aproximar-se de sua realização. Pela primeira vez
temos de nos pôr seriamente a questão “Quão desejável é isto Quão desejável para o indivíduo
e para a espécie” tais questões tangenciam nada menos do que todo o sentido de nossa finitude,
a postura diante da morte e o significado biológico geral do equilíbrio entre morte e procriação.
Antes de tais questões últimas colocam-se as questões mais práticas de saber quem deve se
beneficiar com a hipotética bênção pessoas de valor e mérito especial de eminência e
importância social aqueles que podem pagar por isso todos, A última opinião pareceria a única
justa. Mas a conta seria paga na extremidade oposta, na fonte. Pois está claro que, na escala
demográfica, o preço por uma idade dilatada é um retardamento proporcional da reposição, isto
é, um ingresso menor de vida nova. 0 resultado seria uma proporção decrescente de juventude
em uma população crescentemente idosa.

J0NAS, Hans. O princípio responsabilidade ensaio de uma ética para a civilização tecnológica. Tradução Mariane
Lisboa e Barros Montez. Rio de Janeiro Contraponto/Ed. PUC-Rio, 2006. p. 58.
Nosso primeiro texto envolve a vida e a morte, um assunto complexo e polêmico em
vários sentidos, a partir dele vamos iniciar uma reflexão mais profunda sobre o
significado da vida, da morte, da reprodução humana, e preservação da espécie, que
atualmente não pode ser pensado sem o conhecimento científico desenvolvido e as
recentes tecnologias relacionadas à vida biológica.

Bioética é um termo usado a partir da década de 1970 para o estudo de questões de ordem
moral suscitadas por pesquisas científicas e tecnológicas voltadas para a manutenção e/ou
alteração dos ritmos da vida. Nesse sentido, podemos considerar que a bioética é uma ética
aplicada. 0 termo bioética decorre de um processo histórico ligado a experiências com a vida e a
uma gradual, ainda que lenta, ampliação e reconhecimento dos direitos humanos. A bioética
como um estudo voltado para questões morais acerca de pesquisas científicas só faz sentido
porque há um consenso geral de que as práticas científicas e tecnológicas devem ser
responsáveis. A demanda por esses estudos tem o sentido de evitar distorções sobre as ações
científicas, técnicas e médicas que atuam sobre a manutenção e a melhoria da vida do planeta
e dos homens que nele habitam. Essa demanda não é simples e deve atentar para as possíveis
implicações no desenvolvimento de pesquisas e práticas que envolvem a vida biológica e moral
dos seres humanos e, nesse sentido, refletir e considerar até que ponto uma pesquisa e suas
implicações valem a pena. Uma série de eventos no âmbito da pesquisa científica levou à
formulação de um termo específico relativo a um estudo prático sobre a moral e as reflexões
éticas que devem permear as pesquisas científicas e as ações que manipulam a vida.
Fonte de dados SCHRAMM, Fermin R.; BRA;, Marlene. Introdução à bioética.
Disponível em http//XXX.ghente.org/bioética/index.htm. Acesso em 23 out 2021.
A partir do texto apresentado, podemos observar que, a cada novo caso ou descoberta
científica, novas questões éticas são colocadas. Nesse contexto, podemos afirmar que
as práticas humanas, inclusive aquelas voltadas para o desenvolvimento científico e
tecnológico, sempre exigem alguma forma de julgamento ético moral? Por quê?
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Vamos pensar na história?


Como já vimos a bioética trata-se de um ramo de estudo interdisciplinar que utiliza o
conceito de vida da Biologia, o Direito e os campos da investigação ética (Filosofia) para
problematizar questões relacionadas à conduta dos seres humanos em relação a outros
seres humanos e a outras formas de vida. surgiu na segunda metade do século XX,
devido ao grande desenvolvimento da Medicina e das ciências, que avançaram cada vez
mais para a modificação da vida humana e a promoção do conforto humano, bem como
para a utilização de cobaias vivas (humanas e não humanas). A fim de evitar horrores,
como os que foram vividos dentro dos campos de concentração nazistas e de técnicas
médicas que ferissem os princípios vitais das pessoas, surgiu a Bioética como meio de
problematizar o que está oculto na pesquisa científica ou na técnica médica quando elas
envolvem a vida.
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Quando o mundo se depara “aos experimentos nazistas”, os países que ganharam a segunda
guerra mundial, levados pelo horror de tais atrocidades, se reúnem na cidade de Nuremberg,
Alemanha para decidir os assassinatos cometidos “em prol da ciência”. A série de audiências
começou em dezembro de 1946 e terminou em julho de 1947. Foi criado o Código de
Nuremberg, logo após esse julgamento, por juízes dos EUA, descrevia 10 principais pontos que,
por lei, teriam que ser seguidos nas pesquisas que envolvessem seres humanos. Essas normas
éticas para a pesquisa clínica foram publicadas em 1949.

1- O consentimento voluntário do ser humano é absolutamente essencial.


2- O experimento deve produzir resultados para a sociedade e ser o, único modo de
conseguir o conhecimento.
3- O experimento deve estar baseado em resultados de experimentação em animais e no
conhecimento da evolução da doença com resultados que justifiquem o experimento.
4- O experimento deve ser conduzido de maneira a evitar sofrimentos e danos
desnecessários (físicos ou mentais).
5- O experimento não pode ser realizado se houver qualquer possibilidade de causar
morte, invalidez permanente.
6- O grau de risco aceitável deve ser limitado pela importância do problema
7- O participante pesquisa deve ser protegido.
8- Os experimentos devem ser conduzidos por pessoas cientificamente qualificadas.
9- O participante deve ter a liberdade de se retirar no decorrer do experimento.
10- O pesquisador deve estar preparado para suspender os procedimentos experimentais
caso haja motivos razoáveis para acreditar que a continuação dessa pesquisa poderá
resultar em dano aos participantes.

Dos 22 julgados, apenas oito foram culpados por conluio, quanto ao risco da
impunidade, os vereditos mostram que ela não se concretizou. Treze réus foram
condenados à morte na forca, três foram condenados à prisão perpétua, quatro
condenados à penas que variaram entre 10 e 20 anos e dois foram absolvidos. Muitos
criminosos de guerra estiveram ausentes de Nuremberg, mas as lideranças que tinha
sobrevivido à guerra foram severamente condenadas, o que aplacava naquele momento
o grande desejo por punição e justiça. Além disso, o Tribunal conseguira um fato inédito:
primeira vez se julgou grandes lideranças do Estado por crimes de guerras.
Em Nuremberg cada réu era observado por um guarda, que permanecia
constantemente postado na frente da cela. Medida visava impedir suicídios.

O Tribunal só considerou os nazistas alemães como


criminosos de guerra. Nenhuma outra pessoa de
nacionalidade diferente da alemã ou ideologia política

que a nazista foi acusada.

Aprendemos aqui quea bioética surge no sentido de resgatar a reflexão dos padrões da
moralidade que exigem o respeito à dignidade de todos os seres humanos. Dessa forma,
a partir do que foi estudado, podemos ser capazes de entender que a bioética tornou-
se necessária para nortear práticas científicas e tecnológicas que incidem sobre
fenômenos vitais a fim de que estas considerem a vida humana como um fim e não
como meio e respeitem a dignidade humana.

Por que a bioética tornou-se tão necessária?


(Reflita com seus colegas e registre a opinião do grupo)
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