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ESCOLA SECUNDARIA DE MUCHATAZINA

Disciplina: Filosofia

Classe: 11a, Turma: A01

Tema:

A Bioética
Discentes:

Alberto Frank Nº 5
Angelina Chiriro Nº 10
Camila Ângelo Nº 21
Chelsea Raquel Nº 23
Filiana Campira Nº 40
Laurinda Júlio Nº 59
Linda João Nº 61
Linda Sérgio Nº 62

Docente:

Henriqueta

Beira, Abril 2023

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Índice

Introdução........................................................................................................................................3

Bioética............................................................................................................................................4

Importância da bioética para a sociedade........................................................................................5

Princípios da bioética.......................................................................................................................5

Temas da bioética............................................................................................................................6

Médico e paciente/cientista e cobaia...............................................................................................7

Aborto..............................................................................................................................................7

Utilização de células-tronco embrionárias.......................................................................................7

A eutanásia e o suicídio assistido....................................................................................................8

Direitos dos animais........................................................................................................................8

Conclusão........................................................................................................................................9

Referencias Bibliográficas.............................................................................................................10

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Introdução
Neste presente trabalho abordaremos o tema da Bioética, que por sua vez é, portanto, o ramo de
estudo filosófico que busca a fundamentação ética do tratamento da vida em seus mais variados
aspectos. A bioética é um tema da filosofia, mais especificamente da ética, que trata de questões
relacionadas ao tratamento ético da vida animal (lembrando que nós, seres humanos, também nos
incluímos no conceito de vida animal). Além disso, as discussões sobre a eutanásia e o aborto
ascenderam um acalorado debate entre cientistas, médicos, juristas e religiosos, que
apresentaram várias divergências, com cada um defendendo um ponto de vista com base em sua
área. Nas décadas de 1980 e 1990, o debate sobre o vegetarianismo e o veganismo como posturas
coerentes com uma sociedade que respeita os animais popularizou-se. A partir disso, a bioética
também incorporou em seus estudos o direito dos animais, tratando não somente do abate de
animais para o consumo de carne, como da utilização de animais em testes de cosméticos e
científicos.

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Bioética
A bioética é um tema da filosofia, mais especificamente da ética, que trata de questões
relacionadas ao tratamento ético da vida animal (lembrando que nós, seres humanos, também nos
incluímos no conceito de vida animal).

Os gregos antigos diferenciavam a vida por meio de duas palavras:

Bios: vida individual plena, é o ato de viver e de aproveitar a vida. Para os humanos, bios seria a
vida psicológica e subjectiva, participando dela questões como a felicidade e a dignidade.

Zoé: é a vida fisiológica.

A escolha do radical bios para tratar de bioética tem um motivo: a dignidade. Como tratar a vida
animal de maneira digna e ética quando abordamos assuntos polémicos. É com isso que a
bioética preocupa-se.

A bioética é o ramo de estudos interdisciplinar que estuda as implicações éticas em relação à


utilização e manipulação da vida.

O que é a bioética

Bios, para os gregos, complementa-se com zoé, sendo que a vida fisiológica é também bios e
vice-versa. Ethos é a palavra que, para os gregos, refere-se ao estudo fundamental e filosófico da
moral, pois é a própria palavra que indica costumes e hábitos. A ética nada mais é que a
fundamentação da moral, que está embasada nos costumes. Portanto, a bioética é o ramo de
estudo filosófico que busca a fundamentação ética do tratamento da vida em seus mais variados
aspectos.

A bioética é interdisciplinar. Transitando entre a filosofia, o direito e as ciências humanas, ela


procura dar respostas sobre a justa manipulação e tratamento da vida de seres que podem sofrer,
ou seja, seres vivos do reino Animália. As preocupações da bioética alcançam, hoje, outras
formas de vida que não a humana, mas ela surge com uma específica preocupação em cima do
ser humano por conta das possibilidades que o avanço da medicina e da ciência provocaram na
segunda metade do século XX.
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A engenharia genética proporcionou enormes possibilidades de interferência humana e científica
na forma tradicional de conceber-se a vida. De manipulação genética para a eugenia à
possibilidade da clonagem, o ser humano conseguiu várias maneiras de esculpir ou construir a
vida em laboratório.

Além disso, as discussões sobre a eutanásia e o aborto ascenderam um acalorado debate entre
cientistas, médicos, juristas e religiosos, que apresentaram várias divergências, com cada um
defendendo um ponto de vista com base em sua área.

Nas décadas de 1980 e 1990, o debate sobre o vegetarianismo e o veganismo como posturas
coerentes com uma sociedade que respeita os animais popularizou-se. A partir disso, a bioética
também incorporou em seus estudos o direito dos animais, tratando não somente do abate de
animais para o consumo de carne, como da utilização de animais em testes de cosméticos e
científicos.

Importância da bioética para a sociedade


Uma sociedade extremamente científica, com as mais variadas maneiras de modificação da vida
em laboratório, com a possibilidade de fertilização invicto, de clonagem, de eugenia, com a
utilização de animais em pesquisas e para a alimentação, precisa de um amparo teórico para
pensar em tais problemas. Em uma sociedade na qual o sofrimento de um doente terminal pode
ser encurtado ou o sofrimento de uma gestação indesejada pode ser evitado, a bioética também
serve para oferecer o aparato intelectual e fundamental para estabelecer-se uma discussão justa
sobre.

A bioética, como quase tudo dentro da filosofia, não fornece respostas, mas fornece problemas e
perguntas como essas, que amparam uma discussão justa sobre tais temas.

Princípios da bioética
O filósofo Tom L. Beauchamp e o filósofo e teólogo James F. Childress podem ser considerados
os primeiros grandes estudiosos de bioética. Eles escreveram um tratado de bioética chamado
Princípios de ética biomédica, considerada obra fundamental por estabelecer os primeiros
princípios de um trabalho bioético.

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Eles dizem especificamente do tratamento médico, da utilização de seres humanos em pesquisas
científicas e da relação paciente e médico ou enfermeiro. No entanto, tais princípios podem ser
estendidos a qualquer relação bioética. No livro, os princípios levantados pelos filósofos são:

Princípio da não maleficência: nunca o paciente ou a cobaia de testes pode ser prejudicado.
Existem excepções, por exemplo quando um tratamento pode desencadear algum tipo de
prejuízo, mas há, no fim, um benefício maior e desejável.

Princípio da beneficência: o utilitarismo, corrente filosófica desenvolvida pela primeira vez


pelos filósofos ingleses Jeremy Bentham e John Stuart Mill, diz que uma acção ética é aquela
que provoca o maior benefício ao maior número de pessoas, além de minimizar o dano. Para
Beauchamp e Childress, uma relação bioética não pode ser diferente. Profissionais de saúde e
pesquisadores que utilizem a vida em suas pesquisas devem ser utilitaristas.

Princípio da autonomia: toda pessoa busca a sua autonomia. Beauchamp e Childress buscaram
essa ideia de autonomia no filósofo iluminista alemão Immanuel Kant para defender que o
paciente deve ser autónomo e decidir se ele aceita ou não o tratamento médico proposto.

Princípio da justiça: recorrendo ao filósofo estadunidense contemporâneo John Rawls,


Beauchamp e Childress colocam a justiça como princípio para qualquer acção que se pretenda
ética na manipulação da vida. Buscar uma acção justa é fundamental para que qualquer
tratamento da vida possa estabelecer-se eticamente.

A utilização de animais como cobaia em testes de cosméticos e medicamentos, além do abate


para a alimentação, é tema da bioética.

Temas da bioética
Os temas tratados pela bioética são os mais variados bem como são, em sua maioria, tabus de
nossa sociedade. O ser humano trata com estranheza e dificuldade algumas coisas de difícil
resolução, como o aborto e a eutanásia. Também tratam com estranheza alguns temas
relacionados à pesquisa científica. Os tópicos seguintes dizem respeito a temas estudados pela
bioética:

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Médico e paciente/cientista e cobaia
Os princípios da bioética fundamentam uma relação que se suponha correta e eticamente
fundamentada entre cientista ou médico, que, por sua posição de autoridade, têm também um
certo poder na relação com seus pacientes ou cobaias, que são partes mais fracas nas relações de
poder.

Aborto
Filósofo australiano, Peter Singer é um dos principais estudiosos de bioética da actualidade. Em
seu livro Ética prática, Singer defende o aborto como uma prática que, se feita até a 12ª semana
de gestação, não provoca sofrimento ao feto e evita o sofrimento futuro da mãe de uma gestação
indesejada e da criança que crescerá sem condições materiais de existência.

A posição de Singer está baseada na ciência, na medicina e em algo que ele sempre coloca para
fundamentar suas decisões bioéticas: a semiciência. Para o filósofo, a semiciência é o ato de
sentir dor e prazer, o que leva o indivíduo a perceber-se como alguém no mundo. Diferente da
consciência, que é a capacidade de pensar-se no mundo, a semiciência apenas sente.

O feto, até a 12ª semana de gestação, ainda não tem actividade cerebral, o que impossibilita a
semiciência e, consequentemente, qualquer chance de sofrimento por parte daquele ser que foi,
na maior parte do tempo, um emaranhado de células embrionárias em crescimento.

Utilização de células-tronco embrionárias


É possível retirar de um embrião abortado as células-tronco, que são como células que
conseguem replicar vários tecidos do corpo humano. Hoje existem tratamentos com células-
tronco que retardam doenças degenerativas, como esclerose múltipla, e recuperam partes
significativas de tecidos cerebrais e nervosos danificados, podendo até devolverem parte de
movimentos de braços e pernas perdidos por pacientes que sofreram lesões na coluna vertical.

Para capturar tais células, é necessário utilizar um embrião abortado ou gerado em laboratório
sem fim reprodutivo. Para algumas concepções religiosas, isso é um pecado. Para certas visões
bioéticas, entre elas a de Singer, é uma acção legítima que segue o princípio da utilidade.

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A eutanásia e o suicídio assistido
A palavra eutanásia vem do grego e significa, literalmente, boa morte. É a prática de encerrar-se
uma vida que sofre e que não tem (ou quase não tem) chance de recuperação de uma vida digna.
A eutanásia é praticada em animais domesticados, como cachorros, gatos e cavalos. Para
encurtar o sofrimento de animais doentes ou acidentados que não podem recuperar uma vida
digna, o ser humano aplica neles uma morte digna e sem dor.

O suicídio assistido é uma espécie de eutanásia praticada por vontade própria, em que a própria
pessoa que sofre opta por uma morte digna para encerrar o sofrimento da vida indigna. A questão
é: se nos animais é tão normal, o que nos difere deles a ponto de obrigar-nos ao sofrimento e a
uma vida indigna?

Peter Singer é um dos defensores da eutanásia e do suicídio assistido na actualidade. A legislação


suíça permite o suicídio assistido, e há, na Suíça, a primeira ONG (Dignitas) que presta auxílio a
quem deseja acabar com o próprio sofrimento.

Direitos dos animais


Os animais têm direito à vida? Eles têm direito a uma vida livre, digna e sem sofrimento
provocado por agentes humanos? O ser humano pode utilizar os animais como se fossem
objectos? Essas e outras questões a respeito da utilização animal entram em cena quando falamos
de bioética e direitos dos animais.

Peter Singer, por exemplo, defende o vegetarianismo e a abolição da utilização de animais em


testes laboratoriais e médicos. Essa visão pode conflituar com o princípio utilitarista de
Beauchamp e Childress, visto que a utilização de animais pode atender a um certo benefício
humano. O aspecto conflituante deve ser debatido para que se estabeleça até que ponto podemos
utilizar os animais para nosso próprio benefício.

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Conclusão
Ao fim do presente trabalho concluímos o suicídio assistido como uma espécie de eutanásia
praticada por vontade própria, em que a própria pessoa que sofre opta por uma morte digna para
encerrar o sofrimento da vida indigna, entendemos também que a eutanásia é praticada em
animais domesticados, como cachorros, gatos e cavalos. Para encurtar o sofrimento de animais
doentes ou acidentados que não podem recuperar uma vida digna, o ser humano aplica neles uma
morte digna e sem dor.

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Referencias Bibliográficas
BEAUCHAMP T, CHILDRESS J. Principles of biomedical ethics. 5th ed. New York, Oxford:
Oxford University Press, 2001. 454 p.
GARRAFA V, Pessini L organizadores. Bioética, poder e injustiça. São Paulo: Loyola, 2003.
522 p.
GARRAFA V, KOTTOW M, SAADA A, coordenadores. Bases conceituais da bioética: enfoque
latino-americano. São Paulo: Ed. Gaia - Redbioética Unesco, 2006 (no prelo).

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