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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


CURSO TERAPIA OCUPACIONAL
DISCIPLINA DE ÉTICA EM TERAPIA OCUPACIONAL

Mayara Dayane da Silva

FICHAMENTO/RESENHA – ÉTICA EM TERAPIA OCUPACIONAL

NAZARÉ DA MATA
2020

Fichamento sobre o artigo Princípios Bioéticos na Atualização do Código de Ética


e Deontologia para Terapia Ocupacional no Brasil.
O Código de Ética são à base da prática profissional para ações nos campos de atuação
em saúde, além de ser um instrumento que legitima a prática profissional na dimensão
dos deveres para com os outros e a partir disso percebe-se que a criação do Código de
Ética Profissional da Terapia Ocupacional e Fisioterapia foi um erro histórico. E
acreditando que trabalhar com diligência e coragem para melhorar a qualidade de vida e
o bem-estar do outro é a tarefa de quem se dedica às profissões da saúde.

O artigo visando a reflexão bioética buscou como parâmetro de análise, para


compreender o novo Código de Ética e Deontologia da Terapia Ocupacional, os
princípios existentes na Declaração Universal de Bioética e Direitos Humanos
(DUBDH). Pretendendo identificar mudanças na formulação do novo Código de Ética e
Deontologia da Terapia Ocupacional no Brasil.

O método utilizado foi um estudo exploratório e qualitativo, e os resultados foram


através da correlação entre os artigos do DUBDH e do CEDTO. A partir disso tem-se as
relações de artigo em artigo.

Primeiramente, no artigo 3, O DUBDH determina que a dignidade humana, os


direitos humanos e as liberdades fundamentais devem ser respeitados em sua totalidade,
enquanto o CEDTO determina em seu artigo 4º que não deve haver discriminação sob
qualquer forma ou pretexto e no seu artigo 9º um dos deveres fundamentais do terapeuta
ocupacional é contribuir para a promoção da universalização dos direitos sociais. Tanto
no DUBDH, quanto no CEDTO, o respeito à pessoa se destaca acima dos interesses da
ciência ou da sociedade e respeito pela dignidade humana é fundamental para garantir
os direitos individuais e coletivos que conduzem a uma sociedade que promova a justiça
social.
No Artigo 4º o DUBDH diz que os sujeitos da pesquisa e outros indivíduos
afetados devem ser maximizados e qualquer possível dano a tais indivíduos deve ser
minimizado. No CEDTO, em seu artigo 5º, determina-se que o terapeuta ocupacional
avalie sua capacidade técnica e só aceite atribuição ou assuma uma atribuição quando
for capaz de atuação segura para o cliente.
No artigo 5º o DUBDH indica que a autonomia dos indivíduos deve ser
respeitada, quando podem ser responsáveis ​por essas decisões e que respeitam a
autonomia dos demais. . No CEDTO, no artigo 10, é vedado recomendar, prescrever e
executar o tratamento sem o consentimento do paciente por escrito. No artigo 14
determina-se que é dever do terapeuta ocupacional respeitar o pudor natural e a
privacidade do usuário e os princípios bioéticos da autonomia, beneficência e não
maleficência. Uma observação importante é que a violação da autonomia só é
eticamente aceitável quando o bem público se sobrepõe ao bem individual, pois
respeitar a autonomia é reconhecer a individualidade de cada pessoa.
No artigo 6º do DUBDH fica determinado que a intervenção médica e a pesquisa
em seres humanos devem ser acompanhado de consentimento prévio, livre e esclarecido
da pessoa envolvida ou, no caso, de seu representante legal, com base em informações
adequadas. No CEDTO, em seu artigo 14 No CEDTO, em seu artigo 14 é dever do
profissional informar o cliente quanto a qualquer conduta terapêutica ocupacional a ser
adotada, esclarecendo e relatando os resultados obtidos, de forma clara, objetiva,
compreensível e adaptada à condição cultural e intelectual de quem o recebe.
No artigo 7º do DUBDH deve ser concedida proteção especial às pessoas sem
capacidade para consentir. No CEDTO, em seu artigo 30, o terapeuta ocupacional fica
proibido de promover ou participar de atividades de ensino ou pesquisa em que seja
violado o direito inalienável da pessoa humana.
No artigo 8º do DUBDH, a vulnerabilidade humana deve ser tida em
consideração na aplicação e no avanço do conhecimento científico, das práticas médicas
e das tecnologias associadas, ou seja, eles devem ser protegidos e a integridade
individual de cada um deve ser respeitada. No CEDTO, no artigo 8º, o terapeuta
ocupacional deve atualizar e aperfeiçoar seus conhecimentos capacitando-se visando
melhor atender o paciente e desenvolver a profissão, devendo se refugiar nos princípios
bioéticos. Aliado ao artigo 30º que á foi citado, proibido trabalhar em locais nos quais
os princípios éticos e bioéticos sejam violados.
No artigo 9º do DUBDH, a privacidade dos indivíduos envolvidos e a
confidencialidade de suas informações devem ser respeitadas e não devem ser utilizadas
ou divulgadas para fins diferentes daqueles para os quais foram coletados ou
consentidos. No CEDTO, também no artigo 9º é necessário manter sigilo tanto os
profissionais quanto o pessoal sob sua direção, salvo nas situações previstas em lei. Já
no artigo 13, o terapeuta ocupacional deve garantir que o prognóstico do cliente
permaneça fora do alcance de estranhos independente de ser d equipe ou não.
No artigo 10º do DUBDH, a igualdade fundamental entre todos os seres
humanos em termos de dignidade e direitos deve ser respeitada para que todos sejam
tratados com justiça e equidade. No CEDTO, novamente no artigo 9º, é dever do
terapeuta ocupacional colocar seus serviços profissionais à disposição da comunidade
em caso de guerra, catástrofe, entre outros, sem visar vantagem pessoal incompatível.
No artigo11º do DUBDH ele determina que nenhum indivíduo ou grupo deve ser
discriminado ou estigmatizado por qualquer motivo. No CEDTO, artigo 9º (novamente),
o terapeuta ocupacional deve contribuir, com sua atuação, para a eliminação de qualquer
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
No artigo12º do DUBDH a importância da diversidade cultural e do pluralismo
deve receber a devida consideração, sem violar a dignidade humana, os direitos
humanos e as liberdades fundamentais. No CEDTO, artigo 10, o profissional está
vedado de induzir convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas e religiosas no
exercício de suas funções profissionais.
No artigo13º do DUBDH a solidariedade entre os seres humanos e a cooperação
internacional para este fim devem ser incentivadas. No CEDTO, em seu artigo 9º
terapeuta ocupacional deve colocar seus serviços profissionais à disposição da
comunidade em caso de guerra, entre outros como á foi mencionado. Em seu 16º artigo,
como participante de equipes multiprofissionais e interdisciplinares o terapeuta
ocupacional deve colaborar com seus conhecimentos no atendimento.
No artigo14º do DUBDH a promoção da saúde e do desenvolvimento social de
sua população é um objetivo central dos governos, já que a saúde é um dos direitos
fundamentais de todo ser humano. No CEDTO, no artigo 9º, como já foi mencionado o
terapeuta ocupacional deve utilizar todos os seus conhecimentos e técnicas para auxiliar
o tratamento.
No artigo15º do DUBDH as pesquisas cientificas devem ser compartilhados com
a empresa como um todo e, no âmbito da comunidade internacional, em particular com
os países em desenvolvimento. No CEDTO, em seu artigo 30, é proibido promover os
terapeutas ocupacionais a participarem de atividades de ensino ou pesquisa em que o
direito inalienável do ser humano seja violado, como já mencionado.
No artigo 28º do DUBDH diz que nada nesta Declaração pode ser usado para
justificar o envolvimento em qualquer atividade ou prática de atos contrários aos
direitos humanos, às liberdades fundamentais e à dignidade humana. No CEDTO, artigo
30º, o profissional é proibido de trabalhar ou ser colaborador de ambientes em que os
princípios éticos e bioéticos sejam violados e onde não haja autonomia profissional e
condições de atendimento adequado.

Conclusão
Observa-se a partir da leitura e interpretação do artigo que saber e entender o
Código de Ética Profissional é fundamental para compreender e identificar as ações que
os Terapeutas Ocupacionais podem ou não ter, durante a atuação. Visando dessa forma
proteger o desenvolvimento humano tanto nos aspectos individuais, quanto nos
coletivos, tanto o cliente como o próprio profissional. Ademais, é perceptível que o
Código foi criado com base em um ambiente mais humano, crítico, reflexivo e, acima
de tudo, pluralista, o qual abrange todos os cidadãos e os protege. Dessa forma, o
Terapeuta Ocupacional que exerce o que está prescrito no documento supracitado estará
ciente da responsabilidade social e terá ações voltadas de maneira universalizada, bem
como norteadas com autonomia e respeito. Com isso, fica claro que o ensino da ética
não deve ser apenas algo materializado em um papel, mas sim designado à ações
práticas que demonstrem as mais variadas situações e como lidar eticamente com elas,
visando profissionais mais conscientes.

Referência:

Maranhão, L., & Montagner, M. (2020). Principios bioéticos en la actualización del


Código de Ética y Deontología de la terapia ocupacional en Brasil. Revista Chilena de
Terapia Ocupacional, 20(1), 83-92. doi:10.5354/0719-5346.2020.51092

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