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Fase analítica
Corresponde à etapa de realização do exame
propriamente dito, que inclui o preparo dos
reagentes e materiais a serem utilizados, a ordem
cronológica da retirada de fluidos corporais e o
acondicionamento intermediário até o
encaminhamento ao laboratório para análise.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
• Lubrificar os lábios com vaselina;
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS
PACIENTES GRAVES E AGONIZANTES E • Realizar massagem com hidratante para ativar
PREPARO DO CORPO PÓS-MORTE circulação;
• Aplicar solução de escara em proeminências
ósseas e outras regiões do corpo do paciente;
Cuidados de enfermagem a paciente
• Realizar mudança de decúbito de 2 em 2 horas,
agonizante
para evitar formação de escara;
• Manter o paciente limpo e confortável na • Colocar bolsa de conforto nas regiões de
unidade; compressão;
• Manter proteção de grade na cama, se o • Apoiar os pés com travesseiros, para evitar
paciente apresenta-se agitado; hiperextensão;
• Manter o ambiente calmo, semipenumbra e boa • Quando apresentar diurese no leito ou
areação; evacuação, trocá-lo imediatamente;
• Retirar próteses dentárias; • Administrar medicação conforme prescrição
• Controlar sinais vitais; médica;
• Administrar e controlar oxigênio, se necessário; • Realizar relatório de enfermagem.
• Se o paciente estiver com soluções O coma é um estado de inconsciência no qual o
endovenosas, controlar rigorosamente o paciente não percebe a si mesmo e nem ao seu
gotejamento e observar o local da punção; ambiente. O mutismo acinético é um estado em
que não há resposta ao meio, não há
• Realizar controle de eliminações urinárias e movimentos, mas os olhos permanecem abertos
intestinais; algumas vezes. No estado vegetativo, o paciente
• Realizar higiene oral e corporal; está acordado, mas sem função mental eficaz.
• Lubrificar os lábios com vaselina;
Objetivos:
• Realizar massagem com hidratante para ativar • Manutenção das vias aéreas permeáveis;
circulação;
• Aplicar solução de escara em proeminências • Avaliação neurológica;
ósseas e outras regiões do corpo do paciente; • Obtenção de um equilíbrio hidroeletrolítico;
• Realizar mudança de decúbito de 2 em 2 horas • Obtenção de membranas mucosas orais
para evitar formação de escara; intactas;
• Administrar medicação conforme prescrição • Manter integridade cutânea;
médica;
• Manter integridade dos olhos.
• Realizar relatório de enfermagem;
• Manter curativos limpos - se houver; Manutenção das vias aéreas
•Realizar compressas úmidas com água Uma ventilação adequada assegurará a
destilada em pálpebras, para evitar circulação para o cérebro.
queratinização de córnea.
• O paciente deverá ser colocado de lado para
Cuidados de enfermagem a paciente evitar broncoaspiração;
inconsciente • Aspiração da secreção orofaríngea e
• Administrar líquidos por sonda nasogástrica, traqueobrônquica, sempre que necessário;
após dieta e nos intervalos;
• Em caso de insuficiência respiratória administrar
• Se o paciente estiver com soluções oxigênio umidificado;
endovenosas, controlar rigorosamente o
• Controle rigoroso de sinais vitais;
gotejamento e observar o local da punção;
• Manter cabeceira no ângulo de 30º.
• Realizar controle hidroeletrolítico;
Nível de consciência
• Realizar higiene oral rigorosamente para evitar
• Verificar o nível de consciência (se está
a formação de crostas e inflamação;
consciente, inconsciente, confuso, desorientado);
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
• Verificar se há abertura ocular espontânea, a prontuário.
um comando de voz ou estímulo doloroso; • Dar banho no leito se necessário
• Avaliar pupilas quanto ao tamanho, igualdade e • Retirar sondas e drenos
reatividade;
• Observar movimentos dos olhos; • Fazer curativos se necessário
• Manter os olhos umedecidos com soro • Fazer tamponamento dos orifícios com algodão
fisiológico ou água boricada para evitar lesão de ou gaze
córnea; • Prender braços e pernas com atadura
• Observar reflexos de deglutição, pois quando • Colocar o cadáver identificado no saco para
ineficaz ou ausente, apresenta sialorréia; óbito
• Realizar estímulo doloroso (pressão suave, mas No prontuário as anotações de enfermagem
firme), na região esternal ou no mamilo, quando devem conter:
o paciente não estiver obedecendo aos • O horário que o médico constatou o óbito; o
comandos; nome do médico que constatou o óbito;
• Verificar se apresenta decorticação ou
descerebração. • O horário que avisou o Registro Geral do
Hospital;
Quanto aos cuidados pós-morte • O tipo de óbito (mal definido, bem definido, caso
Segundo a Classificação das Intervenções de de polícia, etc.);
Enfermagem – NIC, (2016) são cuidados de • A retirada de cateteres, drenos, equipamentos
Enfermagem realizados no corpo pós-morte: a para suporte;
identificação do corpo, a limpeza e preservação • O preparo do corpo realizado (limpeza,
da aparência natural do corpo, retirada de tamponamento, colocação de
sondas, cateteres, cânulas e equipamentos próteses, curativo, vestimenta, identificação do
conectados ao corpo, alinhamento dos membros corpo);
superiores e inferiores, colocação de próteses
dentárias (se houver), fechamento dos olhos, • Os pertences encaminhados juntamente com o
tamponamento dos orifícios naturais ou orifícios corpo;
realizados em decorrência da assistência • O horário do encaminhamento do corpo ao
multiprofissional para evitar a saída de gazes, necrotério, Instituto Médico Legal (IML), Serviço
odores e secreções, elevar a cabeceira da cama de Verificação de Óbitos (SVO);
para evitar acúmulo de líquido na cabeça, avisar • O encaminhamento do prontuário do paciente ao
os departamentos e funcionários (conforme a Registro Geral do Hospital.
política da instituição de saúde), etiquetar os Cuidados gerais com drenos, sondas,
pertences do paciente e colocá-los em local ostomias e acesso central
adequado, avisar o serviço religioso conforme
O paciente internado em UTI lida com muitos
solicitação da família, facilitar e oferecer apoio à
procedimentos invasivos, durante a internação
visão do corpo pela família, oferecer privacidade
permanece com: sondas, drenos, cateteres,
e apoio aos familiares, responder às perguntas
traqueostomia, tubos de ventilação mecânica,
sobre doação de órgãos e transferência do corpo
etc., e a equipe precisa saber cuidar desses
para o necrotério.
materiais para que o paciente se restabeleça sem
Esses cuidados devem ser realizados sequelas.
conforme protocolo ou rotina estabelecida pela
instituição de saúde e em consonância com os Drenos
princípios éticos e legais que norteiam os Existem muitos tipos de drenos como o de
profissionais de Enfermagem. penrose, de kher utilizado em cirurgias da via
A equipe de Enfermagem deve permitir que os biliar, dreno fechados de pressão negativa que é
familiares tenham um tempo com o cadáver, deve uma bolsa sanfonada que cria um vácuo e aspira
entregar à família os objetos pessoais, pedir para continuamente à secreção, dreno de tórax
assinar o livro de protocolo além de identificar o utilizado na cavidade torácica, para retirar pus, ar,
cadáver com os dados pessoais, preparar o sangue, etc.
corpo e enviar ao necrotério e fazer anotações no
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Os drenos devem ser cuidadosamente Os ostomizados utilizam um dispositivo,
manipulados para que não seja alterado o fluxo geralmente uma bolsa, que permite recolher o
das secreções e também para que não desloque conteúdo a ser eliminado através do ostoma.
ou retire o dreno acidentalmente causando Existem três tipos principais de ostomias:
desconforto e dor ao paciente. • Colostomia: é um tipo de ostomia intestinal que
faz a comunicação do cólon com o exterior,
As anotações do prontuário devem conter: também através do ostoma, no qual é acoplado a
• A localização e tipo de dreno (Kher, Penrose, bolsa coletora no abdômen para a coleta das
tórax, etc.); fezes.
• O débito (volume, cor, aspecto, etc.); • Ileostomia: é um tipo de ostomia intestinal que
faz a combinação do íleo, a parte final e mais
• A troca de coletor, especificando o horário; larga do intestino delgado, com o exterior. As
• O aspecto de inserção (hiperemia, lesão, Ileostomias localizam-se sempre no lado inferior
ressecamento, presença de exsudato, condições direito do abdômen. Através do ostoma é
gerais de pele); colocada a bolsa coletora para eliminar as fezes
• O curativo de inserção (se houver): oclusivo, mais líquidas.
aberto, limpo, seco e compressivo; • Urostomia (também denominada como
• O tipo de fixação do dreno; “Desvio Urinário”): é a intervenção cirúrgica que
consiste em desviar o curso normal da urina. As
• As queixas referidas pelo paciente com relação
semelhanças das ostomias podem ser
ao dreno (dor, prurido, etc.).
permanentes ou temporárias.
Sondas A equipe de enfermagem ao prestar cuidados
aos ostomizados deve observar:
As sondas utilizadas no paciente podem ser
vesical, nasogástrica, orogástrica, retal, • A localização e o tipo de dispositivo utilizado;
gastrostomia, etc. • O débito (características, volume, frequência,
odor, cor);
Os cuidados de enfermagem vão depender do
tipo de sonda e é importante inicialmente, • As características da ostomia como retração,
observar a localização e tipo de sonda prolapso, edema, sangramento, etc.;
(nasogástrica, nasoenteral, vesical, retal) e • A higienização da ostomia (horário,
assim: intercorrências, etc.);
• Anotar o débito (volume, cor, aspecto, etc.). A • As características da pele ao redor da ostomia
secreção gástrica é clara e viscosa. O aspecto (ressecada, lesada, hiperemiada, edemaciada,
marrom ou esverdeado sugere estase gástrica e presença de exsudato, etc.);
fluxo de bile;
• O horário da troca do dispositivo coletor (bolsa,
• Sempre que necessário trocar de coletor, etc.);
especificando o horário; • As orientações ao paciente relacionadas aos
• Observar o aspecto de inserção se há presença cuidados com a ostomia.
de hiperemia, lesão, ressecamento, quais as • Em relação às eliminações deve anotar a
condições gerais de pele. frequência, a quantidade ou volume, o aspecto ou
• Fazer curativo com técnica asséptica características, a consistência (fezes), a cor e o
• Observar e anotar as queixas referidas pelo odor.
paciente com relação à sonda (dor, prurido, etc.).
Acesso central
O grande tempo de internação, a terapia
Ostomias intravenosa de longa duração, medicamentos
A ostomia é uma intervenção cirúrgica que vesicantes, nutrição parenteral, ausência de
permite criar uma comunicação entre o órgão acesso periférico de boa qualidade são alguns
interno e o exterior, com a finalidade de eliminar dos motivos pelo qual o paciente crítico precisa
os dejetos do organismo. A nova abertura que se ter um acesso central feito pelo médico da equipe.
cria com o exterior, chama-se ostoma.
O cuidado deve ser rigoroso principalmente no
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
O cuidado deve ser rigoroso principalmente no EMERGÊNCIA
controle da infecção nestes acessos que na A Associação Americana de Enfermagem (ANA)
maioria das vezes tem muitas entradas. Então o estabeleceu os "Padrões da Prática de
curativo deve ser feito sempre que necessário Enfermagem em Emergência" em 1983, tendo
utilizando técnicas assépticas, usar sempre luvas como referência padrões definidos classificando
ao manusear o cateter, observar presença de os enfermeiros de emergência em três níveis de
sinais flogísticos (exsudato, hiperemia, rubor, competência. O primeiro nível requer
calor), observarem indicativos de infecção da competência mínima para o enfermeiro prestar
corrente sanguínea como: tremores, sudorese, atendimento ao paciente traumatizado; no
confusão mental, etc., complicações locais segundo nível este profissional necessita
(hiperemia, flebite, infiltração, edema, queixas formação específica em enfermagem de
álgicas, etc.). emergência e no último nível o enfermeiro deve
Além disso, após os cuidados anotar no ser especialista em área bem delimitada e atuar
prontuário a localização (subclávia, pedioso, etc.) no âmbito pré e intra-hospitalar.
e o tipo do procedimento (intracath, flebotomia, A equipe de enfermagem do setor de emergência
port-a-cath, etc.), tipo de cateter (duplo, triplo do Hospital é composta por:
lúmen, etc.), o tempo de permanência, os
produtos utilizados no curativo realizado em Enfermeiros clínico-cirúrgicos emergencistas;
inserção de cateter. Enfermeiros de protocolo (acolhimento – pré-
atendimento);
TRATAMENTO E ASSITÊNCIA DE Enfermeiros coordenadores;
ENFERMAGEM EM: Clínica médica, Técnicos de enfermagem e Auxiliares de
emergências, clínica médico-cirúrgica, Enfermagem.
pediatria, psiquiatria, ginecologia e Em relação às atividades assistenciais exercidas
obstetrícia, neonatologia. pelo enfermeiro, salientamos abaixo as principais:
- elabora, implementa e supervisiona,
CLÍNICA MÉDICA em conjunto com a equipe médica e
multidisciplinar, o Protocolo de Atenção em
O que é a Clínica Médica? Emergências (PAE) nas bases do acolhimento,
É um setor hospitalar onde acontece o pré-atendimento, regulação dos fluxos e
atendimento integral do indivíduo com idade humanização do cuidado;
superior a 12 anos que se encontra em estado - presta o cuidado ao paciente juntamente com o
crítico ou semicrítico, que não são provenientes médico;
de tratamento cirúrgico e ainda àqueles que
estão hemodinamicamente estáveis, neste setor - prepara e ministra medicamentos;
é prestada assistência integral de enfermagem - viabiliza a execução de exames
aos pacientes de média complexidade. complementares necessários à diagnose;
- instala sondas nasogástricas, nasoenterais e
O papel da Enfermagem em Clínica Médica vesicais em pacientes;
É propiciar a recuperação dos pacientes para que - realiza troca de traqueotomia e punção venosa
alcancem o melhor estado de saúde física, com cateter;
mental e emocional possível, e de conservar o
sentimento de bem-estar espiritual e social dos - efetua curativos de maior complexidade;
mesmos, sempre envolvendo e capacitando-os - preparam instrumentos para intubação,
para o auto cuidado juntamente com os seus aspiração, monitoramento cardíaco e
familiares, prevenindo doenças e danos, visando desfibrilação, auxiliando a equipe médica na
a recuperação dentro do menor tempo possível execução dos procedimentos diversos;
ou proporcionar apoio e conforto aos pacientes - realiza o controle dos sinais vitais;
em processo de morrer e aos seus familiares,
- executa a consulta de enfermagem, diagnóstico,
respeitando as suas crenças e valores. Realizar
plano de cuidados, terapêutica em enfermagem e
também todos os cuidados pertinentes aos
evolução dos pacientes registrando no prontuário;
profissionais de enfermagem.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
- administra, coordena, qualifica e supervisionam atendido em até 2 horas; pouco urgente)
todo o cuidado ao paciente, o serviço de • Azul (pode aguardar até 3 horas; não
enfermagem em emergência e a equipe de urgente).
enfermagem sob sua gerência. Já a classificação do Protocolo de Manchester,
Dentre as atividades administrativas efetuadas é dividida em:
pelo enfermeiro, destacam-se: • Vermelho (atendimento imediato, com
- realiza a estatística dos atendimentos ocorridos risco de vida; emergência)
na unidade; • Laranja (o paciente pode aguardar até 30
- lidera a equipe de enfermagem no atendimento minutos; urgência)
dos pacientes críticos e não críticos; • Amarelo (o paciente pode aguardar até 1
- coordena as atividades do pessoal de recepção, hora; potencialmente urgente)
hotelaria, limpeza e portaria;
• Verde (o paciente pode aguardar até 2
- soluciona problemas decorrentes com o horas; não urgente)
atendimento médico-ambulatorial;
• Azul (o paciente pode aguardar até 4
- aloca pessoal e recursos materiais necessários; horas; ordem de chegada)
- realiza a escala diária e mensal da equipe de Aprofundando cada etapa do Trauma, temos:
enfermagem;
X: Hemorragias – As hemorragias devem ser
- controla estoque de material, insumos e controladas comprimindo-se diretamente a lesão
medicamentos; e elevando o membro ou, em último caso,
- verifica a necessidade de manutenção dos comprimindo diretamente a artéria ou fazendo
equipamentos do setor. uso de torniquete.
A: Permeabilidade das vias aéreas e
ÁREAS DA EMERGÊNCIA estabilização da coluna cervical – todo
Um ambiente de urgência e emergência é politraumatizado deve ser considerado como
subdividido por áreas de gravidade. Por portador de lesão de coluna cervical, até que se
convenção, existem 3 áreas principais: área prove o contrário.
vermelha, amarela e verde. Para a manutenção das vias aéreas, existem
• Área vermelha: encontra-se a sala de algumas manobras e utensílios:
emergência, destinada ao atendimento • Chin Lift: elevação da mandíbula
imediato de pacientes com risco de morte • Jaw Thrust: elevação modificada da
ou que necessitem de procedimentos mandíbula
invasivos;
• Cânula orofaríngea (Guedel)
• Área amarela: encontram-se os pacientes
• Cânula nasofaríngea: indicado para
já estabilizados na área vermelha, porém
pacientes com trismo, crise convulsiva ou
que ainda precisam de cuidados
fratura de mandíbula.
especiais;
• Aspiração das vias aéreas: com cânulas
• Área verde: é composta pela sala de
rígidas ou flexíveis
observação e, por isso, é a área em que,
geralmente, os pacientes passam mais • Máscara laríngea
tempo. • Via aérea definitiva: cânula endotraqueal
PROTOCOLOS conectada a um sistema de ventilação
assistida
A classificação de risco, segundo o Ministério da
Vale ressaltar que é importante estar atento para o
Saúde, contém:
que está causando a ausência de permeabilidade das
• Vermelho (atendimento imediato, com vias aéreas, como a presença de corpo estranho, por
risco de vida; emergência) exemplo. Neste caso, pode-se fazer uso da Manobra
de Heimlich (em pacientes conscientes) ou então
• Amarelo (o paciente pode aguardar cerca realizar 30 compressões torácicas e avaliar se é
de 10 a 30 minutos; urgência) possível retirar o corpo estranho (em pacientes
• Verde (casos menos graves; pode ser inconscientes).
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
B: Avaliar a respiração e ventilar – quando a Na avaliação de cada região do corpo da vítima,
via aérea já está permeável, inicia-se a o examinador deve estar atento a:
ventilação.
Os tipos de ventilação são: • Sinais de TCE (extravasamento de LCR;
hematoma em região periorbital ou em
• Boca-máscara região mastoidea)
• Boca-acessório • Trauma buco-maxilo-facial
• Sistema bolsa-máscara • Distensão ou colabamento de veias
• Ventiladores jugulares (indicando pneumotórax,
tamponamento ou hipovolemia)
Importante: Um cateter nasal ou uma máscara • Sinais vitais
facial não são suficientes para atender às • Avaliação do tórax, abdômen, genitais
necessidades de um politraumatizado. A (investigando lesão uretral) e
ventilação com máscara com reservatório (em extremidades
um ritmo acima de 30 incursões/minuto) com um • Aplicar escala de coma de Glasgow
fluxo de 10 a 15 litros/minuto é capaz de atender
à demanda inicial do paciente. Após isso, é realizada a reavaliação e o
tratamento definitivo.
C: Controle de hemorragias – atentar para o
risco de insuficiência respiratória e hipovolemia.
Já na Parada Cardiorrespiratória (PCR), que é a
Nesse momento, é importante avaliar o nível de interrupção abrupta da atividade mecânica
consciência, a coloração da pele e o pulso cardíaca, devemos atentar para:
central.
Também se torna indispensável a obtenção de • Causas: Primárias – a principal em adultos é a
acessos venosos calibrosos para a reposição de fibrilação ventricular; Secundárias – as
líquidos (de preferência, Ringer Lactato). principais em crianças são causas exteriores
ao coração. Ex: intoxicação, choque;
D: Avaliação neurológica – observação do • Diagnóstico: Inconsciência, ausência de
diâmetro e reatividade das pupilas. pulsos na circulação central, ausência de
O nível de consciência será avaliado pela análise movimentos respiratórios;
dos seguintes parâmetros: • Técnica das compressões torácicas:
realizadas sobre a metade inferior do esterno,
• A – O paciente está alerta; com a região hipotênar do reanimador, com
• V – Responde a estímulos verbais; uma mão sobre a outra e dedos entrelaçados,
• I – Não responde a estímulos. comprimindo 5 cm do tórax em uma frequência
de 100 a 120 compressões/minuto (ou 30
E: Exposição – despir completamente o compressões para cada 2 ventilações) e
paciente e proteger contra hipotermia. monitorando a cada 5 ciclos (2 minutos) a
respiração e o pulso.
Após a finalização das etapas, inicia-se a
• Modalidades da parada cardíaca: ritmos
Avaliação Secundária, onde cada região do
não chocáveis (assistolia – a cessação de
corpo deve ser examinada por completo além da
qualquer atividade elétrica ou mecânica dos
coleta de uma história. A coleta de informações
ventrículos; atividade elétrica sem pulso –
da vítima é conhecida como AMPLA:
caracterizada pela ausência de pulso
detectável na presença de algum tipo de
• A: Alergias
atividade elétrica) e ritmos
• M: Medicamentos
chocáveis (fibrilação ventricular – a contração
• P: Passado Médico
não coordenada do miocárdio; taquicardia
• L: Líquidos e Alimentos
ventricular sem pulso – sucessão rápida de
• A: Ambiente (eventos relacionados ao
batimentos ectópicos ventriculares que podem
trauma ou emergência clínica)
levar à acentuada deterioração
hemodinâmica).
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
• Utilização do desfibrilador: manual controles, na tomada de sinais vitais e diurese e
(dependem totalmente do operador para na observação de sinais e sintomas, além de
interpretar o ritmo cardíaco e indicar o realizar anotações;
choque) e semiautomáticos (analisam o ritmo Preparo na véspera da cirurgia (limpeza e
e indicam a necessidade de choque. Os desinfecção): o enfermeiro verifica os dados da
aparelhos dependem do operador para cirurgia, checa os pedidos e preparos especiais,
dispara o choque. O DEA sofre interferência providencia a coleta de materiais, observa
da movimentação da vítima, da respiração sintomas, realiza a limpeza do paciente e o
agônica e de convulsões) preparo da pele para a cirurgia, acompanha a
• Terapia farmacológica na parada alimentação, planeja a lavagem intestinal ou
cardiorrespiratória: as drogas mais gástrica, acompanha o jejum, orienta o paciente e
utilizadas são: Adrenalina, Vasopressina, preza por um ambiente calmo e sereno;
Amiodarona, Lidocaína, Bicarbonato de Preparo físico no dia da cirurgia: é o momento
Sódio (deve ser evitado, a não ser que exista de averiguar se todos os cuidados foram tomados
acidose metabólica e/ou hipercalemia prévia
e as preparações realizadas corretamente.
ou intoxicações), Atropina, Adenosina, Também de remover próteses e joias, controlar o
Noradrenalina, Dopamina, Dobutamina, pulso, a temperatura, a respiração e a pressão
Digitálico, Nitroprussiato de sódio (Nipride®), arterial, administrar a medicação pré-anestésica,
Gluconato de Cálcio, Magnésio. ajudar o paciente a passar para a maca e
encaminhá-lo ao centro cirúrgico.
CLÍNICA MÉDICO-CIRÚRGICA Já durante o procedimento, novas funções se
somam à enfermagem no centro cirúrgico.
A assistência de enfermagem no centro cirúrgico
consiste no cuidado integral do paciente. Ou seja, O enfermeiro pode atuar em duas funções para
o enfermeiro assume a responsabilidade por auxiliar a equipe médica:
realizar todos os cuidados necessários para o Instrumentação: responsável por dar apoio ao
bem-estar e a recuperação da pessoa atendida. médico cirurgião com os instrumentais.
Inicialmente, ele é o responsável pela abordagem Circulantes: ajuda com a esterilização das
pré-operatória. É neste momento que o roupas utilizadas pela equipe de cirurgia e
profissional conhece o paciente, avalia suas armazena biópsias no local correto para o envio
condições físicas e emocionais e começa a ao setor de análises, além de seguir orientações
construir uma relação de confiança para médicas, quando necessário.
identificar as principais necessidades a serem
atendidas. Por fim, no pós-operatório, o enfermeiro realiza o
acompanhamento da recuperação do paciente
É ele quem atua não apenas no atendimento até o momento de sua liberação médica.
direto ao paciente, mas também no seu preparo
psicológico. Portanto, é essencial que esse Nessa etapa, a assistência desse profissional é
profissional tenha uma abordagem calma, essencial para normalizar as funções do paciente
com conforto, e de forma rápida e segura. O
otimista e compreensiva, principalmente para
profissional de enfermagem cuidará para que o
entender quais são as principais aflições do
recém-operado receba todas as medicações nos
paciente e tomar as medidas necessárias para horários certos. Também realizará a troca de
acalmá-lo. curativos e auxiliará na higiene.
No pré-operatório, o enfermeiro também é Além disso, ele é responsável por manter o
responsável pelo preparo físico do paciente. Esta prontuário do paciente atualizado. Para isso, deve
etapa engloba: ainda observar a ocorrência de qualquer sintoma
atípico e controlar os sinais vitais.
O preparo inicial (realização de exames pré-
operatórios): profissional auxilia na explicação É ele o responsável por certificar que a sala de
operação esteja preparada, esterilizada e com
dos procedimentos, na coleta de materiais, na
todo o instrumental necessário disponível para a
manutenção de jejum, na aplicação de
realização do procedimento.
medicamentos, soro ou sangue, na realização de
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
O enfermeiro ainda atua no cuidado do leito no PEDIATRIA
qual o paciente será acomodado, avaliando sua A enfermagem pediátrica é especializada em todo
limpeza e esterilização tanto no pré, quanto no o processo de cuidados envolvendo crianças. O
pós-operatório. enfermeiro pediátrico é o profissional que está à
Sabemos que os hospitais são propícios frente da saúde na atenção básica e é ele que
à proliferação de microrganismos que coordena esses programas. Um profissional bem
causam infecções. Por esse motivo, é preciso preparado é uma peça-chave aos procedimentos
rigor nesses espaços, realizando a limpeza, de vida e problemas de saúde infantil.
a higienização e a desinfecção de O cuidado de enfermagem em pediatria deve ser
instrumentos, equipamentos e do próprio compartilhado com a família, de modo que o
ambiente em conformidade com as normas de mesmo participe dos cuidados de seus filhos, o
segurança vigentes. que solidifica a parceria entre as mães e a
Quando falamos em centros cirúrgicos, os enfermagem.
cuidados devem ser redobrados para evitar Descrição detalhada
complicações no quadro de pacientes, mas
também para prevenir a saúde de toda a equipe Executar ações assistenciais de enfermagem,
médica, incluindo os profissionais de sob supervisão, observando e registrando sinais
enfermagem. Logo, a recomendação é que os e sintomas apresentados pelo doente, fazendo
colaboradores sejam capacitados e treinados curativos, ministrando medicamentos e outros.
continuamente para adotar as boas práticas Executar controles relacionados à patologia de
na realização de procedimentos hospitalares. cada paciente. Coletar material para exames
laboratoriais.
Além disso, é fundamental destacar a
importância da correta higienização das mãos e Administra medicamentos e tratamentos, realiza
também do uso apropriado dos equipamentos cuidados ao paciente, como higiene corporal,
de proteção individual (EPI’s). Por falar nisso, mobilização no leito e monitorização dos dados
os principais itens que precisam ser empregados vitais. Elabora relatório do atendimento feito e
durante os procedimentos cirúrgicos, comunica anormalidades à sua supervisão e ao
para proteger a saúde da equipe de enfermagem plantão médico.
e dos demais profissionais, são os seguintes: O enfermeiro precisa buscar ferramentas na
• luvas cirúrgicas: são imprescindíveis para comunicação com a criança, interação, tornando
que os colaboradores de saúde se protejam e assim a informação um processo presente e a
para evitar a transmissão de qualquer agente relação com a equipe de enfermagem satisfatória
infeccioso ao paciente; para busca de bons resultados;
- O enfermeiro deve promover um ambiente
• máscaras de proteção: protege as vias
saudável à criança e de interação buscando a
respiratórias e o rosto contra contaminantes cooperação da criança;
presentes no ar e encontrados no sangue;
- Para o enfermeiro é necessário conhecer o
• pijama e avental cirúrgico: são
Estatuto da Criança e do Adolescente e agir
indumentárias apropriadas para proteger a
sempre na intenção de cumpri-lo;
equipe de cirurgia de agentes contaminantes e
do contato com fluidos corporais; - O enfermeiro tem responsabilidade de promover
• touca: evita que fios de cabelo caiam sobre o a segurança no atendimento à criança em todas
paciente ou na sala de cirurgia, que deve estar as suas fases, por meio de procedimentos
devidamente higienizada e livre de técnicos isentos de riscos e manutenção da
contaminação externa; criança em ambiente seguro quando nos
momentos de consulta de enfermagem e
• propé: é fundamental para evitar que agentes internação hospitalar;
infecciosos entrem em contato com o chão da
sala cirúrgica e se disseminem por todo o
ambiente, representando um risco à saúde,
principalmente ao paciente.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
PSIQUIATRIA o) Participar dos estudos de caso, discussão e
processos de educação permanente na área da
Segundo a resolução COFEN 599/2018:
saúde mental e psiquiatria;
Compete ao Enfermeiro de cuidados de
p) Efetuar a referência e contra referência dos
Enfermagem de maior complexidade técnica e
usuários;
que exijam conhecimentos científicos adequados
e capacidade de tomar decisões imediatas: q) Desenvolver e atualizar os protocolos relativos
à atenção de enfermagem ao usuário do serviço
a) Planejamento, coordenação, organização,
de saúde mental e psiquiatria, pautados nesta
direção e avaliação do serviço de enfermagem
norma, adequadas às particularidades do serviço;
nos serviços de saúde mental e psiquiatria;
r) Desenvolver ações de treinamento operacional
b) Realizar Processo de Enfermagem por meio
e de educação permanente, de modo a garantir a
da consulta de enfermagem em saúde mental
capacitação e atualização da equipe de
com o objetivo de viabilizar a Sistematização da
enfermagem;
Assistência de Enfermagem;
s) Promover a vinculação das pessoas em
c) Prescrever cuidados de enfermagem voltados
sofrimento/transtornos mentais e com
à saúde do indivíduo em sofrimento mental;
necessidades decorrentes do uso de crack, álcool
d) Utilizar modelos teóricos para fundamentar e e outras drogas e suas famílias aos pontos de
sistematizar as ações de cuidado de enfermagem atenção no território;
em saúde mental, por meio do Processo de
t) Participar da regulação do acesso aos leitos de
Enfermagem;
acolhimento noturno, com base em critérios
e) Estabelecer relacionamento terapêutico no clínicos, em especial desintoxicação e/ou critérios
qual o enfermeiro cuida do usuário no psicossociais, como a necessidade de
atendimento de suas necessidades; observação, repouso e proteção, manejo de
f) Programar e gerenciar planos de cuidados para conflito, dentre outros;
usuários com transtornos mentais leves ou u) Promover ações para o desenvolvimento do
severos e persistentes; processo de reabilitação psicossocial;
g) Realizar práticas integrativas e v) Efetuar registro escrito, individualizado e
complementares em saúde dentre as ações de sistemático, no prontuário, contendo os dados
cuidado, se detentor de formação especializada; relevantes da permanência do usuário;
h) Elaborar e participar do desenvolvimento do w) Aplicar testes e escalas em Saúde Mental que
Projeto Terapêutico Singular dos usuários dos não sejam privativas de outros profissionais.
serviços em que atua, com a equipe
Compete ao Técnico de Enfermagem:
multiprofissional;
a) Promover cuidados gerais do usuário de
i) Realizar atendimento individual e/ou em grupo
acordo com a prescrição de enfermagem ou
com os usuários em sofrimento psíquico e seus
protocolo pré-estabelecido;
familiares;
b) Comunicar ao Enfermeiro qualquer
j) Conduzir e coordenar grupos terapêuticos;
intercorrência;
k) Participar das ações de psicoeducação de
c) Participar de treinamento, conforme programas
usuários, familiares e comunidade;
estabelecidos, garantindo a capacitação e
l) Promover o vínculo terapêutico, escuta atenta atualização referente às boas práticas da atenção
e compreensão empática nas ações de à saúde mental e psiquiatria;
enfermagem aos usuários e familiares;
d) Proceder ao registro das ações efetuadas, no
m) Participar da equipe multiprofissional na prontuário do usuário, de forma clara, precisa e
gestão de caso; pontual;
n) Prescrever medicamentos e solicitar exames e) Participar de atividades grupais junto aos
descritos nos protocolos de saúde pública e/ou demais profissionais da equipe de saúde mental.
rotinas institucionais;
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Compete ao Auxiliar de Enfermagem: V – CAPS AD III: atende adultos ou crianças e
adolescentes, considerando as normativas do
a) Participar dos cuidados gerais aos usuários de
Estatuto da Criança e do Adolescente, com
acordo com a Legislação e com a prescrição de
necessidades de cuidados clínicos contínuos.
enfermagem ou protocolo pré-estabelecido;
Serviço com no máximo doze leitos, para
b) Comunicar ao Enfermeiro qualquer observação e monitoramento, de funcionamento
intercorrência; 24 horas, incluindo feriados e finais de semana;
c) Participar de treinamento, conforme indicado para Municípios ou regiões com
programas estabelecidos, garantindo a população acima de duzentos mil habitantes; e
capacitação e atualização referente às boas VI – CAPS i: atende crianças e adolescentes com
práticas da atenção à saúde mental e psiquiatria; transtornos mentais graves e persistentes e os
d) Proceder à o registro das ações efetuadas, no que fazem uso de crack, álcool e outras drogas.
prontuário do paciente, de forma clara, precisa e Serviço aberto e de caráter comunitário indicado
pontual; para municípios ou regiões com população acima
de cento e cinquenta mil habitantes.
e) Participar de atividades grupais junto aos
demais profissionais da equipe de saúde mental. O trabalho do profissional de enfermagem dentro
dos CAPS AD se constitui na reabilitação
Os Centros de Atenção Psicossocial, segundo a psicossocial que inclui a reinserção do sujeito nas
Portaria Nº 3.088, de 23 de Dezembro de 2011, atividades diárias, no mundo do trabalho e nos
estão organizados nas seguintes modalidades: espaços comunitários. Este desafio é assumido
I – CAPS I: atende pessoas com transtornos cotidianamente nas atividades de cuidado,
mentais graves e persistentes e também com sociais, de acompanhamento, nas oficinas e
necessidades decorrentes do uso de crack, grupos, enquanto espaços terapêuticos e de
álcool e outras drogas de todas as faixas etárias; socialização. Nesse sentido, considera-se
indicado para Municípios com população acima importante realizar ações educativas junto aos
de vinte mil habitantes; profissionais de enfermagem de nível médio e
superior, para que os mesmos sejam qualificados
II – CAPS II: atende pessoas com transtornos para prestarem cuidados humanizados à clientela
mentais graves e persistentes, podendo também assistida nos CAPS AD.
atender pessoas com necessidades decorrentes
do uso de crack, álcool e outras drogas, conforme Sobre o profissional técnico em enfermagem, a
a organização da rede de saúde local, indicado Lei Federal nº 7.498 de 25 de Junho de 1986 que
para Municípios com população acima de setenta dispõe sobre a regulamentação do exercício da
mil habitantes; enfermagem e dá outras providências, em seu
artigo 12, consta que este profissional exerce
III – CAPS III: atende pessoas com transtornos atividades de nível médio, envolvendo orientação
mentais graves e persistentes. Proporciona e acompanhamento do trabalho de Enfermagem
serviços de atenção contínua, com em grau auxiliar, e participação no planejamento
funcionamento vinte e quatro horas, incluindo da assistência de Enfermagem, cabendo-lhe
feriados e finais de semana, ofertando especialmente:
retaguarda clínica e acolhimento noturno a outros
serviços de saúde mental, inclusive CAPS Ad, a) Participar da programação da assistência de
indicado para Municípios ou regiões com Enfermagem;
população acima de duzentos mil habitantes; b) Executar ações assistenciais de Enfermagem,
IV – CAPS AD: atende adultos ou crianças e exceto as privativas do Enfermeiro, observado o
adolescentes, considerando as normativas do disposto no Parágrafo único do Art. 11 desta Lei;
Estatuto da Criança e do Adolescente, com c) Participar da orientação e supervisão do
necessidades decorrentes do uso de crack, trabalho de Enfermagem em grau auxiliar;
álcool e outras drogas. Serviço de saúde mental
aberto e de caráter comunitário, indicado para d) Participar da equipe de saúde.
Municípios ou regiões com população acima de
setenta mil habitantes;
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Nas portarias do Ministério da Saúde GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA,
relacionadas ao CAPS (336/2002 e 3.088/2013) NEONATOLOGIA
apresentam-se as atribuições dos profissionais Para o estudo deste assunto, juntamente com o
de enfermagem, atribuindo aos técnicos em tópico “SAÚDE DA MULHER: Gravidez e suas
enfermagem as seguintes funções: complicações, prevenção do câncer cérvico-
• Realizar o acolhimento; uterino e mama, planejamento familiar”. LEIA
o PDF: Profissionalização de Auxiliares de
• Participar dos planejamentos e realizar
Enfermagem do Ministério da Saúde, até a página
atividades culturais, terapêuticas e de
121. Este abordará todos estes conteúdos
reabilitação psicossocial com o objetivo de
solicitados.
propiciar a reinserção social e profissional
dos usuários que utilizam os serviços do Vamos aos demais conteúdos solicitados do
CAPS; edital:
• Realizar pesquisas visando à construção e
ampliação do conhecimento teórico aplicado DOENÇAS INFECTO-PARASITÁRIAS
no campo da saúde mental coletiva;
• Participar de grupos de estudos para
aprimoramento da equipe; Doenças infecciosas são as doenças causadas
por agentes como bactérias, fungos e vírus.
• Participar das reuniões de equipe, na Doenças parasitárias são as causadas por
educação permanente; protozoários, ácaros, vermes e insetos.
• Realizar boletins de atividades diárias; AIDS
• Discussão de casos clínicos; Os infectados pelo vírus da imunodeficiência
• Fazer anotações nos prontuários, sobre a humana (HIV) evoluem para uma grave disfunção
assistência prestada; do sistema imunológico, à medida que vão sendo
destruídos os linfócitos T CD4+, uma das
• Dar orientações individuais aos usuários e
principais células alvo do vírus. A contagem de
familiares;
linfócitos T CD4+ é um importante marcador
• Atuar como facilitador no processo de dessa imunodeficiência, sendo utilizada tanto
integração e adaptação do indivíduo ao para estimar o prognóstico e avaliar a indicação
CAPS; de início de terapia antirretroviral, quanto para
• Palestras informativas e educativas; definição de casos de Aids, com fins
epidemiológicos.
• Discussão de admissão e alta junto à equipe;
O HIV pode ser transmitido por via sexual
• Participar na construção do Projeto (esperma e secreção vaginal); pelo sangue (via
Terapêutico Individual (PTI) e na sua parenteral e vertical); e pelo leite materno.
constante reformulação;
Período de incubação - Compreendido entre a
• Realizar trabalhos em grupos; infecção pelo HIV e o aparecimento de sinais e
• Evolução em prontuário; sintomas da fase aguda, podendo variar de 5 a 30
dias.
• Visita Domiciliar;
Período de latência - É o período após a fase de
• Convivência. infecção aguda, até o desenvolvimento da
imunodeficiência). Esse período varia entre 5 e 10
anos, média de seis anos.
Período de transmissibilidade - O indivíduo
infectado pelo HIV pode transmiti-lo em todas as
fases da infecção, risco esse proporcional à
magnitude da viremia.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Aids/doenças oportunistas - Uma vez agravada a Agente etiológico - Entamoeba histolytica.
imunodepressão, o portador da infecção pelo HIV Reservatório - O homem.
apresenta infecções oportunistas (IO). As
doenças oportunistas associadas à Aids são Modo de transmissão - As principais fontes de
várias, podendo ser causadas por vírus, infecção são a ingestão de alimentos ou água
bactérias, protozoários, fungos e certas contaminados por fezes contendo cistos
neoplasias: amebianos maduros. Ocorre mais raramente na
transmissão sexual, devido a contato oral-anal. A
Vírus - Citomegalovirose, Herpes Simples, falta de higiene domiciliar pode facilitar a
leucoencefalopatia multifocal progressiva; disseminação de cistos nos componentes da
Bactérias - Micobacterioses (Tuberculose e família. Os portadores assintomáticos, que
complexo Mycobacterium avium-intracellulare), manipulam alimentos, são importantes
pneumonias (S. pneumoniae), salmonelose; disseminadores dessa protozoose.
Fungos - Pneumocistose, candidíase, Período de incubação - Entre 2 a 4 semanas,
criptococose, histoplasmose; podendo variar dias, meses ou anos.
Protozoários - Toxoplasmose, criptosporidiose, Período de transmissibilidade - Quando não
isosporíase. tratada, pode durar anos.
Tratamento - A abordagem clínico-terapêutica Complicações - Granulomas amebianos
do HIV tem-se tornado cada vez mais complexa, (amebomas) na parede do intestino grosso,
em virtude da velocidade do conhecimento abscesso hepático, pulmonar ou cerebral,
acerca deste agente. Os objetivos do tratamento empiema, pericardite, colite fulminante com
são: prolongar a sobrevida e melhorar a perfuração.
qualidade de vida, pela redução da carga viral e Diagnóstico - Presença de trofozoítos ou cistos
reconstituição do sistema imunológico. O do parasito encontrados nas fezes; em aspirados
atendimento é garantido pelo SUS, por meio de ou raspados, obtidos através de endoscopia ou
uma ampla rede de serviços. O Brasil é um dos proctoscopia; ou em aspirados de abscesso ou
poucos países que disponibiliza, integralmente, a cortes de tecido. Os anticorpos séricos podem ser
assistência ao paciente com Aids. Em crianças dosados e são de grande auxílio no diagnóstico
infectadas pelo HIV, atualmente, indica-se de abscesso hepático amebiano. A ultra-
tratamento antirretroviral potente, com a sonografia e tomografia axial computadorizada
associação de três ou mais drogas, por tempo são úteis no diagnóstico de abscessos
indeterminado, e monitoramento periódico da amebianos.
eficácia clínico-laboratorial e sinais de toxicidade
aos medicamentos. Tratamento
AMEBÍASE 1º opção: Formas intestinais: Secnidazol -
Adultos: 2g, em dose única. Crianças:
- Infecção causada por protozoário que se 30mg/kg/dia, VO, não ultrapassando o máximo de
apresenta em duas formas: cisto e trofozoíto. 2g/dia. Deve ser evitado no 1º trimestre da
Esse parasito pode atuar como comensal ou gravidez e durante a amamentação.
provocar a invasão de tecidos, originando as
formas intestinal e extra-intestinal da doença. O 2º opção: Metronidazol, 500mg, 3 vezes/dia,
quadro clínico varia de uma forma branda, durante 5 dias, para adultos. Para crianças,
caracterizada por desconforto abdominal leve ou recomenda-se 35mg/kg/dia, divididas em 3
moderado, com sangue e/ou muco nas dejeções, tomadas, durante 5 dias.
até uma diarreia aguda e fulminante, de caráter Formas graves: amebíase intestinal sintomática
sanguinolento ou mucóide, acompanhada de ou Amebíase extra intestinal): Metronidazol,
febre e calafrios. Podem ou não ocorrer períodos 750mg, VO, 3 vezes/dia, durante 10 dias. Em
de remissão. Em casos graves, as formas crianças, recomenda-se 50mg/kg/dia, durante 10
trofozoíticas se disseminam pela corrente dias.
sanguínea, provocando abcesso no fígado (com
maior frequência), nos pulmões ou cérebro. 3º opção: Tinidazol, 2g, VO, para adultos, após
Quando não diagnosticadas a tempo, podem uma das refeições, durante 2 dias, para formas
levar o paciente a óbito. intestinais.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Formas extra intestinais: 50mg/kg/dia, durante 2 Agente etiológico - Nematóides da família
ou 3 dias, a depender da forma clínica. Em Ancylostomidae: A. duodenale e Necator
formas graves, utilizar a mesma dosagem das americanus.
formas leves, por 3 dias. Em crianças, a dosagem Reservatório - O homem.
recomendada é 50mg/kg/dia.
Modo de transmissão - Os ovos contidos nas
MEDIDAS DE CONTROLE fezes são depositados no solo, onde se tornam
Gerais- Impedir a contaminação fecal da água e embrionados. Em condições favoráveis de
alimentos por meio de medidas de saneamento, umidade e temperatura, as larvas se
educação em saúde, destino adequado das fezes desenvolvem até chegar ao 3º estágio, tornando-
e controle dos indivíduos que manipulam se infectantes em um prazo de 7 a 10 dias. A
alimentos. infecção nos homens ocorre quando essas larvas
infectantes penetram na pele, geralmente pelos
Específicas- Lavar as mãos, após o uso do pés, causando dermatite característica. As larvas
sanitário e lavar cuidadosamente os vegetais dos ancilóstomos, após penetrarem pela pele,
com água potável, e deixando-os imersos em passam pelos vasos linfáticos, ganham a corrente
hipoclorito de sódio a 2,5% (uma colher de sopa sanguínea e, nos pulmões, penetram nos
de hipoclorito em 1 litro de água filtrada), durante alvéolos. Daí migram para a traqueia e faringe,
meia hora, para eliminar os cistos. Evitar práticas são deglutidas e chegam ao intestino delgado,
sexuais que favoreçam o contato fecal-oral. onde se fixam, atingindo a maturidade ao final de
Investigar os contatos e a fonte de infecção, ou 6 a 7 semanas, passando a produzir milhares de
seja, realizar exame coproscópico dos membros ovos por dia.
do grupo familiar e de outros contatos. O
Período de incubação - Semanas ou meses
diagnóstico de um caso em quartéis, creches,
após a infecção inicial.
orfanatos e outras instituições indica a realização
de inquérito coproscópico para tratamento dos Período de transmissibilidade - Não se
portadores de cistos. Realizar a fiscalização dos transmite de pessoa a pessoa, porém os
prestadores de serviços na área de alimentos, indivíduos infectados contaminam o solo durante
atividade a cargo da vigilância sanitária. vários anos, quando não adequadamente
tratados. Em condições favoráveis, as larvas
Isolamento- Em pacientes internados, permanecem infectantes no solo durante várias
precauções do tipo entérico devem ser adotadas. semanas.
Pessoas infectadas devem ser afastadas de
atividades de manipulação dos alimentos. Complicações - Anemia, hipoproteinemia,
podendo ocorrer insuficiência cardíaca e
Desinfecção- Concorrente, destino adequado anasarca. A migração da larva através dos
das fezes. pulmões pode causar hemorragia e pneumonite.
Diagnóstico - Em geral clínico, devido ao prurido
ANCILOSTOMÍASE característico. O diagnóstico laboratorial é
realizado pelo achado de ovos no exame
Descrição - Infecção intestinal causada por parasitológico de fezes, por meio dos métodos de
nematódeos, que nos caos de infecções leves, Lutz, Willis ou Faust, realizando-se, também, a
pode apresentar-se assintomática. contagem de ovos pelo Kato-Katz.
Apresentações clínicas importantes, como um
Características epidemiológicas - Distribuição
quadro gastrointestinal agudo caracterizado por
mundial. Ocorre, preferencialmente, em crianças
náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal e
com mais de 6 anos, adolescentes e em
flatulência, também podem ocorrer. Em crianças
indivíduos mais velhos, independentemente da
com parasitismo intenso, pode ocorrer
idade. No Brasil, predomina nas áreas rurais,
hipoproteinemia e atraso no desenvolvimento
estando muito associada a áreas sem
físico e mental. Com frequência, dependendo da
saneamento e cujas populações têm o hábito de
intensidade da infecção, acarreta anemia
andar descalças.
ferropriva.
MEDIDAS DE CONTROLE
Sinonímia - Amarelão, opilação, doença do Jeca
Tatu. Desenvolver atividades de educação em saúde
com relação a hábitos pessoais de higiene,
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
particularmente o de lavar as mãos antes das CÓLERA
refeições e o uso de calçados. Evitar a Descrição - Infecção intestinal aguda, causada pela
contaminação do solo mediante a instalação de enterotoxina do bacilo da Cólera Vibrio cholerae,
sistemas sanitários para eliminação das fezes, frequentemente assintomática ou oligossintomática,
especialmente nas zonas rurais (saneamento). com diarreia leve. Pode se apresentar de forma grave,
com diarreia aquosa e profusa, com ou sem vômitos,
ASCARIDÍASE
dor abdominal e câimbras. Esse quadro, quando não
Descrição - Doença parasitária do homem, tratado prontamente, pode evoluir para desidratação,
causada por um helminto. Habitualmente, não acidose, colapso circulatório, com choque
causa sintomatologia, mas pode manifestar-se hipovolêmico e insuficiência renal à infecção.
por dor abdominal, diarreia, náuseas e anorexia. Agente etiológico - Vibrio cholerae O1, biotipo
Quando há grande número de parasitas, pode clássico ou El Tor (sorotipos Inaba, Ogawa ou
ocorrer quadro de obstrução intestinal. Em Hikogima), toxigênico, e, também, o O139. Bacilo
virtude do ciclo pulmonar da larva, alguns gram-negativo, com flagelo polar, aeróbio ou
pacientes apresentam manifestações anaeróbio facultativo, produtor de endotoxina.
pulmonares, com broncoespasmo, hemoptise e Reservatório - O principal é o homem. Estudos
pneumonite, caracterizando a síndrome de recentes sugerem a existência de reservatórios
Löefler, que cursa com eosinofilia importante. ambientais como plantas aquáticas e frutos do mar.
Quando há grande número de parasitas, pode Modo de transmissão - Ingestão de água ou
ocorrer quadro de obstrução intestinal. alimentos contaminados por fezes ou vômitos de
Sinonímia - Infecção por Ascaris. Agente doente ou portador. A contaminação pessoa a pessoa
é menos importante na cadeia epidemiológica. A
etiológico - Ascaris lumbricoides.
variedade El Tor persiste na água por muito tempo, o
Modo de transmissão - Ingestão dos ovos que aumenta a probabilidade de manter sua
infectantes do parasita, procedentes do solo, transmissão e circulação.
água ou alimentos contaminados com fezes Período de incubação - De algumas horas a 5 dias.
humanas. Na maioria dos casos, de 2 a 3 dias.
Período de incubação - O período de incubação Período de transmissibilidade - Dura enquanto
dos ovos férteis até o desenvolvimento da larva houver eliminação do V. cholerae nas fezes, o que
infectante (L3), no meio exterior e em condições ocorre, geralmente, até poucos dias após a cura. Para
favoráveis, é de aproximadamente 20 dias. O fins de vigilância, o padrão aceito é de 20 dias. Alguns
período pré-patente da infecção (desde a indivíduos podem permanecer portadores sadios por
infecção com ovos embrionados até a presença meses ou até anos, situação de particular importância,
já que podem se tornar responsáveis pela introdução
de ovos nas fezes do hospedeiro) é de 60 a 75
da doença em área indene.
dias.
Suscetibilidade e imunidade - A suscetibilidade é
Período de transmissibilidade - Durante todo o variável e aumenta na presença de fatores que
período em que o indivíduo portar o parasita e diminuem a acidez gástrica (acloridria, gastrectomia,
estiver eliminando ovos pelas fezes. Portanto, uso de alcalinizantes e outros). A infecção produz
longo, quando não se institui o tratamento elevação de anticorpos e confere imunidade por
adequado. As fêmeas fecundadas no aparelho tempo limitado, e m torno de 6 meses.
digestivo podem produzir cerca de 200.000 ovos Complicações - São decorrentes, fundamentalmente,
por dia. A duração média de vida dos parasitas da depleção hidro-salina imposta pela diarreia e pelos
adultos é de 12 meses. Quando os ovos vômitos. A desidratação não corrigida levará a uma
embrionados encontram um meio favorável, deterioração progressiva da circulação, da função
podem permanecer viáveis e infectantes durante renal e do balanço hidroeletrolítico, produzindo dano a
anos. todos os sistemas do organismo. Em consequência,
sobrevém choque hipovolêmico, necrose tubular
Complicações - Obstrução intestinal, volvo, renal, íleo paralítico, hipocalemia (levando a arritmias),
perfuração intestinal, colecistite, colelitíase, hipoglicemia (com convulsão e coma em crianças). O
pancreatite aguda e abcesso hepático. aborto é comum no 3º trimestre de gestação, em
Diagnóstico - O quadro clínico apenas não a casos de choque hipovolêmico. As complicações
distingue de outras verminoses, havendo, podem ser evitadas com adequada hidratação
precoce.
portanto, necessidade de confirmação do achado
de ovos nos exames parasitológicos de fezes.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
COQUELUCHE Reservatório - O homem é o único reservatório
natural. Ainda não foi demonstrada a existência de
Descrição - Doença infecciosa aguda,
portadores crônicos; entretanto, podem ocorrer casos
transmissível, de distribuição universal, que oligossintomáticos, com pouca importância na
compromete especificamente o aparelho disseminação da doença.
respiratório (traqueia e brônquios) e se
Modo de transmissão - Contato direto da pessoa
caracteriza por paroxismos de tosse seca. Ocorre doente com pessoa suscetível (gotículas de secreção
sob as formas endêmica e epidêmica. Em eliminadas por tosse, espirro ou ao falar). A
lactentes, pode resultar em número elevado de transmissão por objetos recém-contaminados com
complicações e até morte. A doença evolui em secreções do doente é pouco frequente, em virtude da
três fases sucessivas: dificuldade do agente sobreviver fora do hospedeiro.
Fase Catarral- Com duração de 1 ou 2 semanas, Período de incubação - Em média, de 5 a 10 dias,
inicia-se com manifestações respiratórias e podendo variar de 1 a 3 semanas e, raramente, até 42
sintomas leves (febre pouco intensa, mal-estar dias.
geral, coriza e tosse seca), seguidos pela Período de transmissibilidade - Para efeito de
instalação gradual de surtos de tosse, cada vez controle, considera-se que esse período se estende
mais intensos e frequentes, até que passam a de 5 dias após o contato com um do ente (final do
ocorrer as crises de tosses paroxísticas. período de incubação) até 3 semanas após o início
dos acessos de tosse típicos da doença (fase
Fase Paroxística- Geralmente afebril ou com paroxística). Em lactentes menores de 6 meses, o
febre baixa. Em alguns casos, ocorrem vários período de transmissibilidade pode prolongar-se por
picos de febre ao longo do dia. A manifestação até 4 a 6 semanas após o início da tosse. A maior
típica são os paroxismos de tosse seca (durante transmissibilidade ocorre na fase catarral.
os quais o paciente não consegue inspirar e Suscetibilidade e imunidade - A suscetibilidade é
apresenta protusão da língua, congestão facial e, geral. O indivíduo torna-se imune após adquirir a
eventualmente, cianose com sensação de doença (imunidade duradoura, mas não permanente)
asfixia), finalizados por inspiração forçada, súbita ou após receber vacinação adequada. Em média de 5
e prolongada, acompanhada de um ruído a 10 anos após a última dose da vacina, a proteção
característico, o guincho, seguidos de vômitos. pode declinar.
Os episódios de tosse paroxística aumentam em Complicações - Pneumonia e otite média por B.
frequência e intensidade nas duas primeiras pertussis, pneumonias por outras etiologias, ativação
semanas e depois diminuem paulatinamente. de Tuberculose latente, atelectasia, bronquiectasia,
Nos intervalos dos paroxismos o paciente passa enfisema, pneumotórax, ruptura de diafragma;
bem. Essa fase dura de 2 a 6 semanas. encefalopatia aguda, convulsões, coma, hemorragias
intracerebrais, hemorragia subdural, estrabismo,
Fase de convalescença -Os paroxismos de surdez; hemorragias subconjuntivais, epistaxe, edema
tosse desaparecem e dão lugar a episódios de de face, úlcera do frênulo lingual, hérnias (um bilicais,
tosse comum; esta fase pode persistir por mais 2 inguinais e diafragmáticas), conjuntivite, desidratação
a 6 semanas e, em alguns casos, pode se e/ou desnutrição.
prolongar por até 3 meses. Infecções Diagnóstico - O diagnóstico específico é realizado
respiratórias de outra natureza, que se instalam mediante o isolamento da B. pertussis por meio de
durante a convalescença da Coqueluche, podem cultura de material colhido de nasorofaringe, com
provocar reaparecimento de paroxismos. técnica adequada. Essa técnica é considerada como
Lactentes jovens (<6 meses) dão propensos a “padrão-ouro” para o diagnóstico laboratorial da
apresentar formas graves, muitas vezes letais. Coqueluche, por seu alto grau de especificidade,
Indivíduos inadequadamente vacinados ou embora sua sensibilidade seja variável. Como a B.
vacinados há mais de 5 anos podem apresentar pertussis apresenta um tropismo pelo epitélio
respiratório ciliado, a cultura deve ser feita a partir da
formas atípicas da doença, com tosse
secreção nasofaríngea. A coleta do espécime clínico
persistente, porém sem o guincho característico. deve ser realizada antes do início da antibioticoterapia
Agente etiológico - Bordetella pertussis. Bacilo ou, no máximo, até 3 dias após seu início. Por isso, é
gram-negativo, aeróbio, não-esporulado, imóvel importante procurar a unidade de saúde ou entrar em
e pequeno, provido de cápsula (formas contato com a coordenação da vigilância
patogênicas) e fímbrias. epidemiológica, na secretaria de saúde do município
ou estado.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
DENGUE Vetores hospedeiros - Os vetores são
Descrição - Doença infecciosa febril aguda, que mosquitos do gênero Aedes. Nas Américas, o
pode ser de curso benigno ou grave, dependendo vírus da Dengue persiste na natureza, mediante o
da forma como se apresente. A primeira ciclo de transmissão homem → Aedes aegypti →
manifestação do Dengue é a febre, geralmente homem. O Aedes albopictus, já presente nas
alta (39ºC a 40ºC), de início abrupto, associada à Américas e com ampla dispersão na região
cefaleia, adinamia, mialgias, artralgias, dor retro Sudeste do Brasil, até o momento não foi
orbitária, com presença ou não de exantema e/ou associado à transmissão do vírus. A fonte da
prurido. Anorexia, náuseas, vômitos e diarreia infecção e hospedeiro vertebrado é o homem. Foi
podem ser observados por 2 a 6 dias. As descrito, na Ásia e na África, um ciclo selvagem
manifestações hemorrágicas, como epistaxe, envolvendo o macaco.
petéquias, gengivorragia, metrorragia, Modo de transmissão - A transmissão se faz
hematêmese, melena, hematúria e outras, bem pela picada da fêmea do mosquito Ae. aegypti, no
como a plaquetopenia, podem ser observadas ciclo homem → Ae. aegypti → homem. Após um
em todas as apresentações clínicas de Dengue. repasto de sangue infectado, o mosquito está
Alguns pacientes podem evoluir para formas apto a transmitir o vírus, depois de 8 a 12 dias de
graves da doença e passam a apresentar sinais incubação extrínseca. A transmissão mecânica
de alarme da Dengue (Quadro 2), principalmente também é possível, quando o repasto é
quando a febre cede, precedendo manifestações interrompido e o mosquito, imediatamente, se
hemorrágicas mais graves. É importante alimenta em um hospedeiro suscetível próximo.
ressaltar que o fator determinante nos casos Não há transmissão por contato direto de um
graves de Dengue é o extravasamento doente ou de suas secreções com uma pessoa
plasmático, que pode ser expresso por meio da sadia, nem por fontes de água ou alimento.
hemoconcentração, hipoalbuminemia e/ou Período de incubação - De 3 a 15 dias; em
derrames cavitários. As manifestações clínicas média, de 5 a 6 dias.
iniciais da Dengue grave denominada de Dengue
hemorrágica são as mesmas descritas nas Período de transmissibilidade - O homem
formas clássicas da doença. Entre o terceiro e o infecta o mosquito durante o período de viremia,
sétimo dia do seu início, quando, da febre, que começa um dia antes da febre e perdura até
surgem sinais e sintomas como vômitos o sexto dia da doença.
importantes, dor abdominal intensa, Complicações - O paciente pode evoluir para
hepatomegalia dolorosa, desconforto instabilidade hemodinâmica, com hipotensão
respiratório, letargia, derrames cavitários arterial, taquisfigmia e choque.
(pleural, pericárdico, ascite), que indicam a Diagnóstico - É necessária uma boa anamnese,
possibilidade de evolução do paciente para com realização da prova do laço, exame clínico e
formas hemorrágicas severas. Em geral, esses confirmação laboratorial específica. A
sinais de alarme precedem as manifestações confirmação laboratorial é orientada de acordo
hemorrágicas espontâneas ou provocadas com a situação epidemiológica: em períodos não
(prova do laço positiva) e os sinais de epidêmicos, solicitar o exame de todos os casos
insuficiência circulatória, que podem existir na suspeitos; em períodos epidêmicos, solicitar o
FHD. A Dengue na criança, na maioria das vezes, exame em todo paciente grave ou com dúvidas
apresenta-se como uma síndrome febril com no diagnóstico, seguindo as orientações da
sinais e sintomas inespecíficos: apatia, Vigilância Epidemiológica de cada região.
sonolência, recusa da alimentação, vômitos,
diarreia ou fezes amolecidas.
Sinonímia - Febre de quebra ossos.
Agente etiológico - O vírus da Dengue (RNA).
Arbovírus do gênero Flavivirus, pertencente à
família Flaviviridae, com quatro sorotipos
conhecidos: DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
DIFTERIA A transmissão por objetos recém-contaminados
Descrição - Doença transmissível aguda, toxico com secreções do doente ou de lesões em outras
infecciosa, causada por bacilo toxigênico, que, localizações é pouco frequente.
frequentemente, se aloja nas amígdalas, faringe, Período de incubação - De 1 a 6 dias, podendo
laringe, nariz e, ocasionalmente, em outras ser mais longo.
mucosas e na pele. A manifestação clínica típica Período de transmissibilidade - Em média, até
é a presença de placas pseudomembranosas 2 semanas após o início dos sintomas. A
branco-acinzentadas aderentes, que se instalam antibioticoterapia adequada erradica o bacilo
nas amígdalas e invadem estruturas vizinhas diftérico da orofaringe, de 24 a 48 horas após a
(forma faringe-amigdaliana ou faringotonsilar – sua introdução, na maioria dos casos. O portador
angina diftérica). Essas placas podem se crônico não tratado pode transmitir a infecção por
localizar na faringe, laringe (laringite diftérica) e 6 meses ou mais e é extremamente importante na
fossas nasais (rinite diftérica), e, menos disseminação da doença.
frequentemente, na conjuntiva, pele, conduto
auditivo, vulva, pênis (pós-circuncisão) e cordão Suscetibilidade e imunidade - A suscetibilidade
umbilical. A doença se manifesta por é geral. A imunidade pode ser naturalmente
comprometimento do estado geral do paciente, adquirida pela passagem de anticorpos maternos
com prostração e palidez. A dor de garganta é via transplacentária, que protegem o bebê nos
discreta, independentemente da localização ou primeiros meses de vida, ou através de infecções
quantidade de placas existentes, e a febre inaparentes atípicas, que conferem imunidade em
normalmente não é muito elevada (37,5 -38,5°C). diferentes graus, dependendo da maior ou menor
Nos casos mais graves, há intenso aumento do exposição dos indivíduos. A imunidade também
pescoço (pescoço taurino), por pode ser adquirida ativamente, através da
comprometimento dos gânglios linfáticos dessa vacinação com toxóide diftérico. A proteção
área e edema periganglionar nas cadeias conferida pelo soro antidiftérico (SAD) é
cervicais e submandibulares. Dependendo do temporária e de curta duração (em média, 2
tamanho e localização da placa semanas). A doença normalmente não confere
pseudomembranosa, pode ocorrer asfixia imunidade permanente, devendo o doente
mecânica aguda no paciente, o que muitas vezes continuar seu esquema de vacinação após a alta
exige imediata traqueostomia para evitar a morte. hospitalar.
O quando clínico produzido pelo bacilo não- Complicações - Miocardite, neurites periféricas,
toxigênico também determina a formação de nefropatia tóxica, insuficiência renal aguda.
placas características, embora não se observe Diagnóstico - Isolamento e identificação do
sinais de toxemia ou ocorrência de complicações. bacilo, mesmo sem as provas de toxigenicidade,
Entretanto, as infecções causadas pelos bacilos associados ao quadro clínico e epidemiológico.
não toxigênicos têm importância epidemiológica
Diagnóstico diferencial - Angina de Paul
por disseminar o Corynebacterium diphtheriae.
Vincent, rinite e amigdalite estreptocócica, rinite
Os casos graves e intensamente tóxicos são
sifilítica, corpo estranho em naso e orofaringe,
denominados de Difteria Hipertóxica (maligna) e
angina monocítica, crupe viral, laringite
apresentam, desde o início, importante com
estridulosa, epiglotite aguda, inalação de corpo
prometimento do estado geral, placas com
estranho. Para o diagnóstico diferencial da difteria
aspecto necrótico e pescoço taurino.
cutânea, considerar impetigo, eczema, ectima,
Sinonímia - Crupe. úlceras.
Agente etiológico - Corynebacterium
diphtheriae, bacilo grampositivo, produtor da
toxina diftérica, quando infectado por um fago.
Reservatório - O homem, doente ou portador
assintomático.
Modo de transmissão - Contato direto da
pessoa doente ou do portador com pessoa
suscetível através de gotículas de secreção
eliminadas por tosse, espirro ou ao falar.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
DOENÇA DE CHAGAS Alterações eletrocardiográficas mais comuns:
Descrição - Doença parasitária com curso clínico bloqueio completo do ramo direito (BCRD),
bifásico (fases aguda e crônica), podendo se hemibloqueio anterior esquerdo (HBAE), bloqueio
manifestar sob várias formas. atrioventricular (BAV) de 1º, 2º e 3º graus,
Fase Aguda- Caracterizada por miocardite difusa, extrassístoles ventriculares, sobrecarga de
com vários graus de severidade, às vezes só cavidades cardíacas, alterações da repolarização
identificada por eletrocardiograma ou eco ventricular. A radiografia de tórax pode revelar
cardiograma. Pode ocorrer pericardite, derrame cardiomegalia.
pericárdico, tamponamento cardíaco, cardiomegalia, Digestiva: alterações ao longo do trato digestivo,
insuficiência cardíaca congestiva, derrame pleural, As ocasionadas por lesões dos plexos nervosos
manifestações clínicas mais comuns são: febre
(destruição neuronal simpática), com
prolongada e recorrente, cefaleia, mialgias, astenia,
edema de face ou membros inferiores, rash cutâneo, consequentes alterações da motilidade e
hipertrofia de linfonodos, hepatomegalia, morfologia, sendo o megaesôfago e o megacólon
esplenomegalia, ascite. Manifestações digestivas as formas mais comuns. Manifestações que
(diarreia, vômito e epigastralgia intensa) são comuns sugerem megaesôfago: disfagia (sintoma mais
em casos por transmissão oral; há relatos de icterícia frequente), regurgitação, epigastralgia, dor
e manifestações digestivas hemorrágicas. Em casos retroesternal à passagem do alimento, odinofagia
de transmissão vetorial, podem ocorrer sinais de porta (dor à deglutição), soluços, ptialismo (excesso de
de entrada: sinal de Romaña (edema bipalpebral salivação), hipertrofia de parótidas; em casos
unilateral) ou chagoma de inoculação (lesão a mais graves pode ocorrer esofagite, fístulas
furúnculo que não supura). A meningoencefalite, que esofágicas, alterações pulmonares decorrentes
é rara, tende a ser letal, e ocorre geralmente em casos
de refluxo gastroesofágico. No megacólon,
de reativação (imunodeprimidos) ou em lactentes.
Alterações laboratoriais incluem anemia, leucocitose, geralmente ocorre constipação intestinal de
linfocitose, elevação de enzimas hepáticas, alteração instalação insidiosa, meteorismo, distensão
nos marcadores de atividade inflamatória (velocidade abdominal; volvos e torções de intestino e
de hemossedimentação, proteína C-reativa, etc.). fecalomas podem complicar o quadro. Exames
Relatos em surtos de transmissão por via oral radiológicos contrastados são importantes no
demonstraram a ocorrência de icterícia, lesões em diagnóstico da forma digestiva.
mucosa gástrica, alterações nas provas de
Forma associada (cardiodigestiva): quando no
coagulação e plaquetopenia.
mesmo paciente são identificadas pelo as duas
Fase Crônica- Passada a fase aguda, aparente ou formas da doença.
inaparente, se não for realizado tratamento
específico, ocorre redução espontânea da Forma congênita: ocorre em crianças nascidas
parasitemia com tendência à evolução para as de mães com exame positivo para T. cruzi. Pode
formas: passar despercebida em mais de 60% dos casos;
Indeterminada: forma crônica mais frequente. O em sintomáticos, pode ocorrer prematuridade,
indivíduo apresenta exame sorológico positivo sem baixo peso, hepatoesplenomegalia e febre; há
nenhuma outra alteração identificável por exames relatos de icterícia, equimoses e convulsões
específicos (cardiológicos, digestivos, etc). Esta fase devidas à hipoglicemia. Meningoencefalite
pode durar toda a vida ou, após cerca de 10 anos, costuma ser letal.
pode evoluir para outras formas (ex: cardíaca, Pacientes imunodeprimidos, como os portadores de
digestiva). neoplasias hematológicas, os usuários de drogas
Cardíaca: importante causa de limitação do imunodepressoras, ou os co-infectados pelo vírus da
chagásico crônico e a principal causa de morte. Pode imunodeficiência humana adquirida, podem
apresentar-se sem sintomatologia, apenas com apresentar reativação da Doença de Chagas, que
alterações eletrocardiográficas, ou com insuficiência deve ser confirmada por exames parasitológicos
cardíaca de diversos graus, progressiva ou diretos no sangue periférico, em outros fluidos
fulminante, arritmias graves, acidentes orgânicos ou em tecidos.
tromboembólicos, aneurisma de ponta do coração e Agente etiológico - Trypanosoma cruzi, protozoário
morte súbita. As principais manifestações são flagelado da família Trypanosomatidae, caracterizado
palpitações, edemas, dor precordial, dispneia, pela presença de um flagelo e uma única mitocôndria.
dispneia paroxística noturna, tosse, tonturas, No sangue dos vertebrados, apresenta-se sob a forma
desmaios, desdobramento ou hipofonese de segunda de tripomastigota e, nos tecidos, como amastigota.
bulha, sopro sistólico.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Vetores - Triatomíneos hematófagos que, Período de incubação - Varia de acordo com a
dependendo da espécie, podem viver em meio forma de transmissão. Vetorial: 4 a 15 dias;
silvestre, no peridomicílio ou no intradomicílio. transfusional: 30 a 40 dias; vertical: pode ocorrer
São também conhecidos como “barbeiros” ou em qualquer período da gestação ou durante o
“chupões”. No Brasil, há uma diversidade de parto; oral: 3 a 22 dias; transmissão acidental: até
espécies que foram encontradas infectadas. A aproximadamente 20 dias.
mais importante era o Triatoma infestans que Período de transmissibilidade - O paciente
recentemente foi eliminado do Brasil. Os T. chagásico pode albergar o T. cruzi no sangue
brasiliensis, Panstrongylus megistus, T. e/ou tecidos por toda a vida, sendo assim
pseudomaculata, T. sórdida também se reservatório para os vetores com os quais tiver
constituem em vetores do T.cruzi . contato. No entanto, os principais reservatórios
Reservatórios - Além do homem, diversos são os outros mamíferos já citados.
mamíferos domésticos e silvestres têm sido FASE AGUDA- Determinada pela presença de
encontrados naturalmente infectados pelo T. parasitos circulantes em exames parasitológicos
cruzi. Epidemiologicamente, os mais importantes diretos de sangue periférico (exame a fresco,
são aqueles que coabitam ou estão próximos do esfregaço, gota espessa). Quando houver
homem (gatos, cães, porcos, ratos). No entanto, presença de sintomas por mais de 30 dias, são
também são relevantes os tatus, gambás, recomendados métodos de concentração devido
primatas não humanos, morcegos, entre outros ao declínio da parasitemia (teste de Strout, micro-
animais silvestres. As aves, répteis e anfíbios são hematócrito, QBC); b) presença de anticorpos
refratários à infecção pelo T. cruzi. IgM anti-T. cruzi no sangue indica doença aguda
Modo de transmissão quando associada a fatores clínicos e
A forma vetorial ocorre pela passagem do epidemiológicos compatíveis.
protozoário dos excretas dos triatomíneos FASE CRÔNICA- Indivíduo que apresenta
através da pele lesada ou de mucosas do ser anticorpos IgG anti-T. cruzi detectados por dois
humano, durante ou logo após o repasto testes sorológicos de princípios distintos, sendo a
sanguíneo. Imunofluorescência Indireta (IFI), a
A transmissão oral ocorre a partir da ingestão de Hemoaglutinação (HE) e o ELISA os métodos
alimentos contaminados com T. cruzi. Esta recomendados. Por serem de baixa sensibilidade,
forma, frequente na região Amazônica, tem sido os métodos parasitológicos são desnecessários
implicada em surtos intrafamiliares em diversos para o manejo clínico dos pacientes; no entanto,
estados brasileiros e tem apresentado letalidade testes de xenodiagóstico, hemocultivo ou PCR
elevada. positivos podem indicar a doença crônica.
A transmissão transfusional ocorre por meio de
hemoderivados ou transplante de órgãos ou ESCABIOSE
tecidos provenientes de doadores contaminados Descrição - Parasitose da pele causada por um
com o T. cruzi. ácaro cuja penetração deixa lesões em forma de
A transmissão por transplante de órgãos tem vesículas, pápulas ou pequenos sulcos, nos quais
adquirido relevância nos últimos anos devido ao ele deposita seus ovos. As áreas preferenciais da
aumento desse tipo de procedimento, com pele para visualizar essas lesões são: regiões
quadros clínicos pois receptores estão interdigitais, punhos (face anterior), axilas (pregas
imunocomprometidos. anteriores), região periumbilical, sulco interglúteo
A transmissão vertical ocorre em função da e órgãos genitais externos (nos homens). Em
passagem do T. cruzi de mulheres infectadas crianças e idosos, podem também ocorrer no
para seus bebês, durante a gestação ou o parto. couro cabeludo, nas palmas das mãos e plantas
dos pés. O prurido intenso é causado por reação
A transmissão acidental ocorre a partir do alérgica a produtos metabólicos do ácaro.
contato de material contaminado (sangue de Caracteristicamente essa manifestação clínica se
doentes, excretas de triatomíneos) com a pele intensifica durante a noite, por ser o período de
lesada ou com mucosas, geralmente durante reprodução e deposição de ovos desse agente.
manipulação em laboratório sem equipamento de
biossegurança.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Sinonímia - Sarna, pereba, curuba, pira, quipá. dessa forma clínica, correspondem a áreas de
Agente etiológico - Sarcoptes scabiei. fibrose decorrentes de granulomatose periportal
ou fibrose de Symmers.
Reservatório - O homem.
Hepática- A apresentação clínica dos pacientes
Modo de transmissão - Contato direto com pode ser assintomática ou com sintomas da forma
doentes (compartilhamento de dormitórios, hepatointestinal. Ao exame físico, o fígado é
relações sexuais, etc.) e por meio de fômites palpável e endurecido, à semelhança do que
contaminados (roupas de cama, toalhas de acontece na forma hepatoesplênica. Na
banho, vestimentas). ultrassonografia, verifica-se a presença de fibrose
Período de incubação - De 1 dia a 6 semanas. hepática, moderada ou intensa.
Período de transmissibilidade - Todo o período Hepatoesplênica compensada- A característica
da doença. fundamental desta forma é a presença de
Complicações - Infecções secundárias pela hipertensão portal, levando à esplenomegalia e
“coçadura”, que, quando causada pelo ao aparecimento de varizes no esôfago. Os
estreptococo ß hemolítico, pode levar à pacientes costumam apresentar sinais e sintomas
glomerulonefrite. Em pacientes gerais inespecíficos, como dores abdominais
imunocomprometidos, há risco de se estender atípicas, alterações das funções intestinais e
como uma dermatite generalizada, com intensa sensação de peso ou desconforto no hipocôndrio
descamação. Essa forma também pode ocorrer esquerdo, devido ao crescimento do baço. Às
em idosos, nos quais o prurido é menor ou não vezes, o primeiro sinal de descompensação da
existe. A forma intensamente generalizada é doença é a hemorragia digestiva com a presença
denominada de sarna norueguesa. de hematêmese e/ou melena. O exame físico
detecta hepatoesplenomegalia.
Diagnóstico
Hepatoesplênica Descompensada-
Clínico- Baseia-se na sintomatologia, tipo e
Considerada uma das formas mais graves.
topografia das lesões e dados epidemiológicos.
Caracteriza-se por diminuição acentuada do
Pode ser feito também mediante a visualização
estado funcional do fígado. Essa
do ácaro, à microscopia pelo raspado ou biópsia
descompensação relaciona-se à ação de vários
de pele.
fatores, tais como os surtos de hemorragia
digestiva e consequente isquemia hepática e
ESQUISTOSSOMOSE fatores associados (hepatite viral, alcoolismo).
Descrição - A Esquistossomose Mansônica é Agente etiológico - Schistosoma mansoni, um
uma doença parasitária, causada pelo helminto pertencente à classe dos Trematoda,
trematódeo Schistosoma mansoni, cuja família Schistosomatidae e gênero Schistosoma.
sintomatologia clínica depende de seu estágio de Reservatório - No ciclo da doença, estão
evolução no homem. A fase aguda pode ser envolvidos dois hospedeiros, um definitivo e o
assintomática ou apresentar-se como dermatite intermediário.
cercariana, caracterizada por micropápulas
Hospedeiro definitivo - O homem é o principal
eritematosas e pruriginosas, até cinco dias após
hospedeiro definitivo e nele o parasita apresenta
a infecção. Com cerca de 3 a 7 semanas após a
a forma adulta, reproduzindo-se sexuadamente,
exposição, pode ocorrer a febre de Katayama,
possibilitando a eliminação dos ovos do S.
caracterizada por linfodenopatia, febre, anorexia,
mansoni, no ambiente, pelas fezes, ocasionando
dor abdominal e cefaleia. Esses sintomas podem
a contaminação das coleções hídricas. Os
ser acompanhados de diarreia, náuseas, vômitos
primatas, marsupiais (gambá), ruminantes,
ou tosse seca, ocorrendo hepatomegalia. Após
roedores e lagomorfos (lebres e coelhos), são
seis meses de infecção, há risco do quadro
considerados hospedeiros permissivos ou
clínico evoluir para a fase crônica, cujas formas
reservatórios, porém, não está clara a
clínicas são:
participação desses animais na transmissão.
Hepatointestinal - Caracteriza-se pela presença
de diarreias e epigastralgia. Ao exame físico, o
paciente apresenta fígado palpável, com
nodulações que, nas fases mais avançadas
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Modo de transmissão - Os ovos do S. mansoni FEBRE AMARELA
são eliminados pelas fezes do hospedeiro
infectado (homem). Na água, eclodem, liberando
Descrição - Doença febril aguda, de curta duração (no
uma larva ciliada denominada miracídio, que máximo 12 dias) e gravidade variável. Apresenta-se
infecta o caramujo. Após 4 a 6 semanas, a larva como infecções subclínicas e/ ou leves, até formas
abandona o caramujo, na forma de cercária, graves, fatais. O quadro típico tem evolução bifásica
ficando livre nas águas naturais. O contato (período de infecção e de intoxicação), com início
humano com águas infectadas pelas cercárias é abrupto, febre alta e pulso lento em relação à
a maneira pela qual o indivíduo adquire a temperatura (sinal de Faget), calafrios, cefaleia
Esquistossomose. Período de incubação - Em intensa, mialgias, prostração, náuseas e vômitos,
média, 1 a 2 meses após a infecção. durando cerca de 3 dias, após os quais se observa
remissão da febre e melhora dos sintomas, o que pode
Período de transmissibilidade - O homem pode durar algumas horas ou, no máximo, 2 dias. O caso
eliminar ovos viáveis de S. mansoni nas fezes a pode evoluir para cura ou para a forma grave (período
partir de 5 semanas após a infecção, e por um de intoxicação), caracterizada pelo aumento da febre,
período de 6 a 10 anos, podendo chegar até mais diarreia e reaparecimento de vômitos com aspecto de
de 20 anos. Os hospedeiros intermediários, borra de café, instalação de insuficiência hepática e
começam a eliminar cercárias após 4 a 7 renal. Surgem também icterícia, manifestações
semanas da infecção pelos miracídios Os hemorrágicas (hematêmese, melena, epistaxe,
caramujos infectados eliminam cercárias durante hematúria, sangramento vestibular e da cavidade oral,
toda a sua vida que é de, aproximadamente, 1 entre outras), oligúria, albuminúria e prostração
ano. intensa, além de comprometimento do sensório, que
se expressa mediante obnubilação mental e torpor
Complicações - Fibrose hepática, hipertensão com evolução para coma. Epidemiologicamente, a
portal, insuficiência hepática severa, hemorragia doença pode se apresentar sob duas formas distintas:
digestiva, cor pulmonale, glomerulonefrite. Febre Amarela Urbana (FAU) e Febre Amarela
Podem ocorrer associações com infecções Silvestre (FAS), diferenciando-se uma da outra pela
bacterianas (salmonelas, estafilococos) e virais localização geográfica, espécie vetorial e tipo de
(hepatites B e C). Pode haver comprometimento hospedeiro.
do sistema nervoso central e de outros órgãos Agente etiológico - Vírus amarílico, arbovírus do
secundários ao depósito ectópico de ovos. gênero Flavivírus e família Flaviviridae. É um RNA
vírus.
Diagnóstico - Além do quadro clínico-
epidemiológico, deve ser realizado exame Vetores/reservatórios e hospedeiros - O principal
coprológico, preferencialmente com uso de vetor e reservatório da FAS no Brasil é o mosquito do
gênero Haemagogus janthinomys; os hospedeiros
técnicas quantitativas de sedimentação,
naturais são os primatas não humanos (macacos). O
destacando-se a técnica de Kato-Katz. A ultra- homem não imunizado entra nesse ciclo
sonografia hepática auxilia o diagnóstico da acidentalmente. Na FAU, o mosquito Aedes aegypti é
fibrose de Symmers e nos casos de o principal vetor e reservatório e o homem, o único
hepatoesplenomegalia. A biópsia retal ou hospedeiro de importância epidemiológica.
hepática, apesar de não recomendada na rotina, Modo de transmissão - Na FAS, o ciclo de
pode ser de ser útil em casos suspeitos e na transmissão se processa entre o macaco infectado →
presença de exame parasitológico de fezes mosquito silvestre → macaco sadio. Na FAU, a
negativo. transmissão se faz através da picada do mosquito Ae.
aegypti, no ciclo: homem infectado → Ae. aegypti →
homem sadio.
Período de incubação - Varia de 3 a 6 dias, após a
picada do mosquito fêmea infectado.
Período de transmissibilidade - O sangue dos
doentes é infectante de 24 a 48 horas antes do
aparecimento dos sintomas até 3 a 5 dias após, tempo
que corresponde ao período de viremia. No mosquito
Ae. aegypti, o período de incubação é de 9 a 12 dias,
após o que se mantém infectado por toda a vida.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Diagnóstico - É clínico, epidemiológico e infectado com microfilaremia e a transmite a outro
laboratorial. O diagnóstico laboratorial é feito por indivíduo, após maturação das microfilárias no
isolamento do vírus de amostras de sangue ou de vetor, que ocorre entre 12 a 14 dias do repasto
tecido hepático, por detecção de antígeno em sanguíneo. A microfilaremia pode persistir,
tecido (imunofluorescência e imunoperoxidase) aproximadamente, por 5 a 10 anos.
ou por sorologia. Complicações - Hidrocele, linfoscroto,
FILARIOSE elefantíase e hematoquilúria.
Descrição - A Filariose causada pela Wuchereria Diagnóstico - Clínico-epidemiológico, quando há
bancrofti se manifesta clinicamente no homem manifestações sugestivas e o indivíduo é oriundo
sob várias formas. Existem indivíduos com esta de área endêmica.
parasitose que nunca desenvolvem sintomas, Diagnóstico específico - O teste de rotina é feito
havendo ou não detecção de microfilárias no pela pesquisa da microfilária no sangue periférico,
sangue periférico; outros podem apresentar febre pelo método da gota espessa (periodicidade
recorrente aguda, astenia, mialgias, fotofobia, noturna, das 23h a 1h). Pode-se, ainda, pesquisar
quadros urticariformes, pericardite, cefaleia, microfilária no líquido ascítico, pleural, sinovial,
linfadenite e linfangite retrógrada, com ou sem cefalorraquidiano, urina, expectoração e gânglios,
microfilaremia. Os casos crônicos mais graves sendo, entretanto, restrito a casos específicos.
são de indivíduos que apresentam hidrocele, Pela presença do verme adulto no sistema
quilúria e elefantíase de membros, mamas e linfático, genitália ou em outras lesões (essa
órgãos genitais. Nesses casos, em geral, a forma de diagnóstico não é realizada como
densidade de microfilária no sangue é muito rotina).
pequena ou mesmo não detectável. Descrevem-
se, ainda, casos de eosinofilia pulmonar tropical, GIARDÍASE
síndrome que se manifesta por crises Descrição - Infecção por protozoários que atinge,
paroxísticas de asma, com pneumonia intersticial principalmente, a porção superior do intestino
crônica e ligeira febre recorrente, cujo delgado. A maioria das infecções é assintomática
leucograma registra importante eosinofilia. e ocorre tanto em adultos, quanto em crianças. A
Nesses casos, o exame dos tecidos mostra infecção sintomática pode apresentar-se de
microfilárias em processo de degeneração, não forma aguda com diarreia, acompanhada de dor
encontradas no sangue periférico (filaríase abdominal (enterite aguda) ou de natureza
oculta). crônica, caracterizada por fezes amolecidas, com
Sinonímia - Filariose, filaríase de Bancrofti, aspecto gorduroso, fadiga, anorexia, flatulência e
elefantíase. distensão abdominal. Anorexia, associada com
má absorção, pode ocasionar perda de peso e
Agente etiológico - Wuchereria bancrofti, anemia. Não há invasão intestinal.
nematódeo que vive nos vasos linfáticos dos
indivíduos infectados. Sinonímia - Enterite por giárdia.
Reservatório - O homem. Modo de transmissão Agente etiológico - Giardia lamblia, protozoário
- Pela picada dos mosquitos transmissores com flagelado que existe sob as formas de cisto e
larvas infectantes (L3). No Brasil, o Culex trofozoíto. O cisto é a forma infectante encontrada
quinquefasciatus é o principal transmissor. Em no ambiente.
geral, as microfilárias têm periodicidade para Reservatório - O homem e alguns animais
circular no sangue periférico, sendo mais domésticos ou selvagens, como cães, gatos e
detectadas à noite, entre as 23h e 1h. castores.
Período de incubação - Manifestações alérgicas Modo de transmissão - Fecal-oral. Direta, pela
podem aparecer 1 mês após a infecção. As contaminação das mãos e consequente ingestão
microfilárias, em geral, aparecem no sangue de cistos existentes em dejetos de pessoa
periférico de 6 a 12 meses após a infecção com infectada; ou indireta, por meio da ingestão de
as larvas infectantes da W. bancrofti. água ou alimento contaminado.
Período de transmissibilidade - Não se Período de incubação - De 1 a 4 semanas, com
transmite de pessoa a pessoa. O ciclo ocorre média de 7 a 10 dias.
quando um inseto transmissor pica um homem
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Período de transmissibilidade - Enquanto Características epidemiológicas - Tem baixa
persistir a infecção. letalidade e baixa mortalidade, podendo ocorrer
Complicações - Síndrome de má absorção. em qualquer idade, raça ou gênero. Observa-se
relação entre endemicidade e baixos índices de
Diagnóstico - Identificação de cistos ou desenvolvimento humano. A Hanseníase
trofozoítos, no exame direto de fezes, pelo apresenta tendência de estabilização dos
método de Faust; ou identificação de trofozoítos coeficientes de detecção no Brasil, mas ainda em
no fluido duodenal, obtido através de aspiração. patamares muito altos nas regiões Norte, Centro-
São necessárias, pelo menos, três amostras de oeste e Nordeste.
fezes para obter uma boa sensibilidade. A
detecção de antígenos pode ser realizada pelo Período de transmissibilidade - Os pacientes
Elisa, com confirmação diagnóstica. Em raras multibacilares (MB) podem transmitir a infecção
ocasiões, poderá ser realizada biópsia duodenal, enquanto o tratamento específico não for iniciado.
com identificação de trofozoítos. Diagnóstico - O diagnóstico é clínico e
Diagnóstico diferencial - Enterites causadas epidemiológico, realizado por meio da análise da
por protozoários, bactérias ou outros agentes história e condições de vida do paciente, do
infecciosos. exame dermatoneurológico, para identificar
lesões ou áreas de pele com alteração de
sensibilidade e/ou comprometimento de nervos
periféricos (sensitivo, motor e/ou autonômico). Os
HANSENÍASE
casos com suspeita de comprometimento neural,
Descrição - Doença crônica granulomatosa, sem lesão cutânea (suspeita de Hanseníase
proveniente de infecção causada pelo neural pura), e aqueles que apresentam área com
Mycobacterium leprae. Esse bacilo tem a alteração sensitiva e/ou autonômica duvidosa e
capacidade de infectar grande número de sem lesão cutânea evidente deverão ser
indivíduos (alta infectividade), no entanto poucos encaminhados para unidades de saúde de maior
adoecem (baixa patogenicidade); essas complexidade para confirmação diagnóstica. Em
propriedades dependem de, além das crianças, o diagnóstico da Hanseníase exige
características intrínsecas do bacilo, de sua exame criterioso, diante da dificuldade de
relação com o hospedeiro e o grau de aplicação e interpretação dos testes de
endemicidade do meio. O alto potencial sensibilidade.
incapacitante da Hanseníase está diretamente
relacionado ao poder imunogênico do M. leprae. HEPATITE A
Sinonímia - Mal de Hansen. Antigamente, a Descrição - Doença viral aguda, de
doença era conhecida como lepra. manifestações clínicas variadas, desde formas
Agente etiológico - Mycobacterium leprae, subclínicas, oligossintomáticas e até fulminantes
bacilo álcool-ácido resistente, intracelular (entre 2 e 8% dos casos). Os sintomas se
obrigatório, sendo a única espécie de assemelham a uma síndrome gripal, porém há
micobactéria que infecta nervos periféricos, elevação das transaminases. A frequência de
especificamente células de Schwann. quadros ictéricos aumenta com a idade, variando
Reservatório - O homem, reconhecido como de 5 a 10% em menores de 6 anos, chegando de
única fonte de infecção, embora tenham sido 70 a 80% nos adultos. O quadro clínico é mais
identificados animais naturalmente infectados. intenso à medida que aumenta a idade do
paciente. No decurso de uma Hepatite típica, há
Modo de transmissão - A principal via de
vários períodos:
eliminação dos bacilos dos pacientes
multibacilares (virchowianos e dimorfos) é a Incubação -Varia de 15 a 45 dias, média de 30
aérea superior, sendo, também, o trato dias.
respiratório a mais provável via de entrada do M. Prodrômico ou pré-ictérico- Com duração em
leprae no corpo. Período de incubação - Em média de 7 dias, caracterizado por mal-estar,
média, 2 a 7 anos. Há referências a períodos cefaleia, febre baixa, anorexia, astenia, fadiga
mais curtos, de 7 meses, como também mais intensa, artralgia, náuseas, vômitos, desconforto
longos, de 10 anos. abdominal na região do hipocôndrio direito,
aversão a alguns alimentos e à fumaça de cigarro.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Ictérico- Com intensidade variável e duração HEPATITE B
geralmente de 4 a 6 semanas. É precedido por 2 Descrição - Doença viral que cursa de forma
a 3 dias de colúria. Pode ocorrer hipocolia fecal, assintomática ou sintomática (até formas
prurido, hepato ou hepatoesplenomegalia. A fulminantes). As formas sintomáticas são
febre, artralgia e cefaleia vão desaparecendo caracterizadas por mal-estar, cefaleia, febre
nesta fase. baixa, anorexia, astenia, fadiga, artralgia,
Covalescença- Retorno da sensação de bem- náuseas, vômitos, desconforto no hipocôndrio
estar: gradativamente, a icterícia regride e as direito e aversão a alguns alimentos e ao cigarro.
fezes e urina voltam à coloração normal. Agente A icterícia, geralmente, inicia-se quando a febre
etiológico - Vírus da Hepatite A (HAV). Vírus desaparece, podendo ser precedida por colúria e
RNA, família. hipocolia fecal. Hepatomegalia ou
Reservatório - O homem, principalmente. hepatoesplenomegalia também podem estar
Também primatas, como chimpanzés e saguis. presentes. Na forma aguda, os sintomas vão
desaparecendo paulatinamente. Algumas
Modo de transmissão - Fecal-oral, veiculação pessoas desenvolvem a forma crônica mantendo
hídrica, pessoa a pessoa (contato intrafamiliar e um processo inflamatório hepático por mais de 6
institucional), alimentos contaminados e objetos meses. O risco de cronificação pelo vírus B
inanimados. Transmissão percutânea depende da idade na qual ocorre a infecção.
(inoculação acidental) e parenteral (transfusão) Assim, em menores de um ano chega a 90%,
são muito raras, devido ao curto período de entre 1 e 5 anos esse risco varia entre 20 e 50%
viremia. e em adultos, entre 5 e 10%. Portadores de
Período de transmissibilidade - Desde a imunodeficiência congênita ou adquirida evoluem
segunda semana antes do início dos sintomas para a cronicidade com maior frequência.
até o final da segunda semana de doença. Agente etiológico - Vírus da Hepatite B (HBV).
Complicações - As formas prolongadas ou Um vírus DNA, da família Hepadnaviridae.
recorrentes são raras e caracterizam-se pela Reservatório - O homem. Experimentalmente,
manutenção das transaminases em níveis chimpanzés, espécies de pato e esquilo.
elevados por meses ou, até mesmo, 1 ano. A
Modo de transmissão - O HBV é altamente
forma fulminante apresenta letalidade elevada
infectivo e facilmente transmitido pela via sexual,
(40 a 80% dos casos). Ocorre necrose maciça ou
por transfusões de sangue, procedimentos
submaciça do fígado. Os primeiros sinais e
médicos e odontológicos e hemodiálises sem as
sintomas são brandos e inespecíficos. Icterícia e
adequadas normas de biossegurança, pela
indisposição progressivas, urina escurecida, e
transmissão vertical (mãe-filho), por contatos
coagulação anormal são sinais que devem
íntimos domiciliares (compartilhamento de
chamar atenção para o desenvolvimento de
escova dental e lâminas de barbear), acidentes
insuficiência hepática aguda (10 a 30 dias). A
perfurocortantes, compartilhamento de seringas e
deteriorização neurológica progride para o coma
de material para a realização de tatuagens e
ao longo de poucos dias após a apresentação
piercings. Período de incubação - De 30 a 180
inicial.
dias (em média, de 60 a 90 dias).
Diagnóstico - Pode ser clínico-laboratorial, Período de transmissibilidade - De 2 a 3
clínico-epidemiológico e laboratorial. Apenas semanas antes dos primeiros sintomas,
com os aspectos clínicos, não é possível mantendo-se durante a evolução clínica da
identificar o agente etiológico, sendo necessária doença. O portador crônico pode transmitir por
a realização de exames sorológicos. Entretanto, vários anos.
pode-se confirmar clinicamente os casos
secundários em um surto, no qual o caso-índice Complicações - Cronificação da infecção, cirrose
teve sorologia confirmada (antiHAVIgM). hepática e suas complicações (ascite,
hemorragias digestivas, peritonite bacteriana
Tratamento - Não existe tratamento específico espontânea, encefalopatia hepática) e carcinoma
para a forma aguda. Se necessário, apenas hepatocelular.
sintomático para náuseas, vômitos e prurido.
Diagnóstico - Clínico-laboratorial e laboratorial.
Como recomendação geral, orienta-se repouso
Apenas com os aspectos clínicos não é possível
relativo até praticamente a normalização das
identificar o agente etiológico, sendo
aminotransferases.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
necessária a realização de exames sorológicos. A transmissão intrauterina é incomum. A média de
infecção em crianças nascidas de mães HCV positivas
HEPATITE C
é de, aproximadamente, 6% – havendo co-infecção
Descrição - Doença viral com infecções com HIV, sobe para 17%. A transmissão pode estar
assintomáticas ou sintomáticas (até formas associada ao genótipo e à carga viral elevada do HCV.
fulminantes, raras). As Hepatites sintomáticas Apesar da possibilidade da transmissão pelo
são caracterizadas por mal-estar, cefaleia, febre aleitamento materno (partículas virais foram
baixa, anorexia, astenia, fadiga, artralgia, demonstradas no colostro e leite materno), não há
náuseas, vômitos, desconforto no hipocôndrio evidências conclusivas de aumento do risco à
transmissão, exceto na ocorrência de fissuras ou
direito e aversão a alguns alimentos e ao cigarro.
sangramento nos mamilos.
A icterícia é encontrada entre 18% a 26% dos
casos de Hepatite Aguda e inicia-se quando a Período de incubação - Varia de 15 a 150 dias
(média de 50 dias).
febre desaparece, podendo ser precedida por
colúria e hipocolia fecal. Pode, também, Período de transmissibilidade - Inicia-se 1 semana
apresentar hepatomegalia ou antes dos sintomas e mantém-se enquanto o paciente
apresentar RNA-HCV detectável.
hepatoesplenomegalia. Na forma aguda, os
sintomas vão desaparecendo paulatinamente. A Complicações - Cronificação da infecção, cirrose
hepática e suas complicações (ascite, hemorragias
taxa de cronificação varia entre 60 e 90%, sendo
digestivas, peritonite bacteriana espontânea,
maior em função de alguns fatores do hospedeiro encefalopatia hepática) e carcinoma hepatocelular.
(sexo masculino, imunodeficiências, idade maior
Diagnóstico - Clínico-laboratorial. Apenas com os
que 40 anos). Em média, de um quarto a um terço
aspectos clínicos não é possível identificar o agente
dos pacientes evolui para formas histológicas etiológico, sendo necessária a realização de exames
graves, num período de 20 anos. Esse quadro sorológicos. Os exames laboratoriais inespecíficos
crônico pode ter evolução para cirrose e incluem as dosagens de aminotransferases –
hepatocarcinoma, fazendo com que o HCV seja, ALT/TGP e AST/ TGO – que denunciam lesão do
hoje em dia, responsável pela maioria dos parênquima hepático. O nível de ALT pode estar 3
transplantes hepáticos no Ocidente. O uso vezes maior que o normal. As bilirrubinas são
concomitante de bebida alcoólica, em pacientes elevadas e o tempo de protrombina pode estar
portadores do HCV, determina uma maior alargado (TP>17s ou INR>1,5), indicando gravidade.
propensão para desenvolver cirrose hepática. Diagnóstico diferencial - Hepatite por vírus A, B, D
ou E; infecções como leptospirose, febre amarela,
Agente etiológico - Vírus da Hepatite C (HCV).
malária, dengue, sepse, citomegalovírus e
É um vírus RNA, família Flaviviridae. mononucleose; doenças hemolíticas; obstruções
Reservatório - O homem. Experimentalmente, o biliares; uso abusivo de álcool e uso de alguns
chimpanzé. medicamentos e substâncias químicas.
Modo de transmissão - A transmissão ocorre, Tratamento - Como norma geral, recomenda-se
principalmente, por via parenteral. São repouso relativo até, praticamente, a normalização
consideradas populações de risco acrescido por das aminotransferases. Dieta pobre em gordura e rica
em carboidratos é de uso popular, porém seu maior
via parenteral: indivíduos que receberam
benefício é ser mais agradável para o paciente
transfusão de sangue e/ou hemoderivados antes anorético. De forma prática, deve-se recomendar que
de 1993; pessoas que compartilham material o próprio paciente defina sua dieta, de acordo com seu
para uso de drogas injetáveis (cocaína, apetite e aceitação alimentar. A única restrição
anabolizantes e complexos vitamínicos), relaciona-se à ingestão de álcool, que deve ser
inaláveis (cocaína) e pipadas (crack); pessoas suspensa por 6 meses, no mínimo, sendo,
com tatuagem, piercings ou que apresentem preferencialmente, por 1 ano. Medicamentos não
outras formas de exposição percutânea. A devem ser administrados sem recomendação médica,
transmissão sexual pode ocorrer, principalmente, para não agravar o dano hepático. As drogas
em pessoas com múltiplos parceiros e com consideradas “hepatoprotetoras”, associadas ou não a
prática sexual de risco acrescido (sem uso de complexos vitamínicos, não têm nenhum valor
terapêutico. Na Hepatite Crônica, estima-se que um
preservativo), sendo que a coexistência de
terço a um quarto dos casos necessitará de
alguma DST – inclusive o HIV – constitui um tratamento. Sua indicação baseia-se no grau de
importante facilitador dessa transmissão. A acometimento hepático.
transmissão perinatal é possível e ocorre, quase
sempre, no momento do parto ou logo após.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
LEISHMANIOSE TEGUMENTAR Modo de transmissão - Pela picada da fêmea de
insetos flebotomíneos das diferentes espécies de
Descrição - Doença infecciosa, não contagiosa,
importância médico-sanitária do gênero Lutzomyia.
causada por protozoários do gênero Leishmania, São conhecidos popularmente como mosquito palha,
de transmissão vetorial, que acomete pele e tatuquira, birigui, entre outros.
mucosas. É primariamente uma infecção
zoonótica que afeta outros animais que não o Período de incubação - Em média, de 2 a 3 meses,
podendo apresentar períodos mais curtos (2
homem, o qual pode ser envolvido
semanas) e mais longos (2 anos).
secundariamente. A doença cutânea apresenta-
se classicamente por pápulas, que evoluem para Período de transmissibilidade - Desconhecido. Não
úlceras com fundo granuloso e bordas infiltradas há transmissão homem a homem. A transmissão se
em moldura, que podem ser únicas ou múltiplas, dá pelo vetor que adquire o parasito ao picar
reservatórios, transmitindo-o ao homem.
mas indolores. Também pode manifestar-se
como placas verrucosas, papulosas, nodulares, Suscetibilidade e imunidade - A suscetibilidade é
localizadas ou difusas. A forma mucosa, universal. A infecção e a doença não conferem
secundária ou não à cutânea, caracteriza-se por imunidade ao paciente.
infiltração, ulceração e destruição dos tecidos da Complicações - Na forma mucosa grave, pode
cavidade nasal, faringe ou laringe. Quando a apresentar disfagia, disfonia, insuficiência respiratória
destruição dos tecidos é importante, podem por edema de glote, pneumonia por aspiração e morte.
ocorrer perfurações do septo nasal e/ou palato. Diagnóstico - Suspeita clínico-epidemiológica
Sinonímia - Úlcera de Bauru, nariz de tapir, associada à intradermorreação de Montenegro
botão do Oriente. (IDRM) positiva e/ou demonstração do parasito no
exame parasitológico direto em esfregaço de raspado
Agente etiológico - Há várias espécies de da borda da lesão, ou no inprint feito com o fragmento
leishmanias envolvidas na transmissão. Nas da biópsia; em histopatologia ou isolamento em
Américas, são atualmente reconhecidas 11 cultura. A imunofluorescência não deve ser utilizada
espécies dermotrópicas de Leishmania como critério isolado para diagnóstico de LTA.
causadoras de doença humana e 8 espécies Entretanto, pode ser considerada como critério
descritas, somente em animais. No Brasil, já adicional no diagnóstico diferencial com outras
foram identificadas 7 espécies, sendo 6 do doenças, especialmente nos casos sem
subgênero Viannia e 1 do subgênero Leishmania. demonstração de qualquer agente etiológico. A
As mais importantes são Leishmania (Viannia) utilização de métodos de diagnóstico laboratorial visa
braziliensis, L. (L.) amazonensis e L. (V.) não somente à confirmação dos achados clínicos, mas
pode fornecer importantes informações
guyanensis.
epidemiológicas, pela identificação da espécie
Hospedeiros e reservatórios - Marsupiais, circulante, orientando quanto às medidas a serem
roedores, preguiça, tamanduá, dentre outros. A adotadas para o controle do agravo. O diagnóstico de
interação reservatório-parasito é considerada um certeza de um processo infeccioso é feito pelo
sistema complexo, na medida em que é encontro do parasito, ou de seus produtos, nos tecidos
multifatorial, imprevisível e dinâmica, formando ou fluidos biológicos dos hospedeiros. Portanto,
uma unidade biológica que pode estar em recomenda-se a confirmação do diagnóstico por
constante mudança, em função das alterações método parasitológico, antes do início do tratamento,
especialmente naqueles casos com evolução clínica
do meio ambiente. São considerados
fora do habitual e/ ou má resposta a tratamento
reservatórios da LTA as espécies de animais que anterior.
garantam a circulação de leishmânias na
natureza, dentro de um recorte de tempo e Tratamento - A droga de primeira escolha é o
espaço. Infecções por leishmanias que causam a antimonial pentavalente. Visando padronizar o
esquema terapêutico, a Organização Mundial da
LTA foram descritas em várias espécies de
Saúde recomenda que a dose desse antimonial seja
animais silvestres, sinantrópicos e domésticos calculada em mg/Sb+5/kg/dia (Sb+5 significando
(canídeos, felídeos e equídeos). Com relação a antimônio pentavalente).
esse último, seu papel na manutenção do
parasito no meio ambiente ainda não foi
definitivamente esclarecido.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
LEISHMANIOSE VISCERAL Período de estado- Caracteriza-se por febre
Descrição - Protozoose cujo espectro clínico irregular, associada ao emagrecimento
pode variar desde manifestações clínicas progressivo, palidez cutâneo-mucosa e aumento
discretas até as graves, que, se não tratadas, da hepatoesplenomegalia. Apresenta quadro
podem levar a óbito. A Leishmaniose Visceral clínico arrastado, geralmente com mais de 2
(LV), primariamente, era uma zoonose meses de evolução e, muitas vezes, com
caracterizada como doença de caráter comprometimento do estado geral. Os exames
eminentemente rural. Mais recentemente, vem se complementares estão alterados e, no exame
expandindo para áreas urbanas de médio e sorológico, os títulos de anticorpos específicos
grande porte e se tornou crescente problema de antiLeishmania são elevados.
saúde pública no país e em outras áreas do Período final - Caso não seja feito o diagnóstico
continente americano, sendo uma endemia em e tratamento, a doença evolui progressivamente
franca expansão geográfica. É uma doença para o período final, com febre contínua e
crônica, sistêmica, caracterizada por febre de comprometimento intenso do estado geral.
longa duração, perda de peso, astenia, adinamia Instala-se a desnutrição, (cabelos quebradiços,
e anemia, dentre outras manifestações. Quando cílios alongados e pele seca) e edema dos
não tratada, pode evoluir para óbito em mais de membros inferiores, que pode evoluir para
90% dos casos. Muitos infectados apresentam a anasarca. Outras manifestações importantes
forma inaparente ou assintomática da doença. incluem hemorragias (epistaxe, gengivorragia e
Suas manifestações clínicas refletem o petéquias), icterícia e ascite. Nesses pacientes, o
desequilíbrio entre a multiplicação dos parasitos óbito geralmente é determinado por infecções
nas células do sistema fagocítico mononuclear bacterianas e/ou sangramentos. Os exames
(SFM), a resposta imunitária do indivíduo e o complementares estão alterados e, no exame
processo inflamatório subjacente. Considerando sorológico, os títulos de anticorpos específicos
a evolução clínica desta endemia, optou-se por antiLeishmania são elevados.
sua divisão em períodos:
Período Inicial - Esta fase da doença, também Sinonímia - Calazar, esplenomegalia tropical,
chamada de “aguda” por alguns autores, febre dundun, doença do cachorro, dentre outras
caracteriza o início da sintomatologia, que pode denominações menos conhecidas.
variar para cada paciente, mas, na maioria dos Agente etiológico - Protozoário
casos, inclui febre com duração inferior a 4 tripanosomatídeos do gênero Leishmania,
semanas, palidez cutâneo-mucosa e espécie Leishmania chagasi, parasita intracelular
hepatoesplenomegalia. Em área endêmica, uma obrigatório sob forma aflagelada ou amastigota
pequena proporção de indivíduos, geralmente das células do sistema fagocítico mononuclear.
crianças, pode apresentar quadro clínico Dentro do tubo digestivo do vetor, as formas
discreto, de curta duração, aproximadamente 15 amastigotas se diferenciam em promastigotas
dias, que frequentemente evolui para cura (flageladas). Nas Américas, a Leishmania
espontânea (forma oligossintomática). Os (Leishmania) chagasi é a espécie comumente
exames sorológicos são invariavelmente envolvida na transmissão da LV.
reativos. O aspirado de medula óssea mostra Reservatórios - Na área urbana, o cão (Canis
presença de forma amastigota do parasito. Nos familiaris) é a principal fonte de infecção. A
exames complementares, o hemograma revela enzootia canina tem precedido a ocorrência de
anemia, geralmente pouco expressiva, com casos humanos e a infecção em cães tem sido
hemoglobina acima de 9g/dl. A combinação de mais prevalente que no homem. No ambiente
manifestações clínicas e alterações laboratoriais, silvestre, os reservatórios são as raposas
que melhor parece caracterizar a forma (Dusicyon vetulus e Cerdocyon thous) e os
oligossintomática, é febre, hepatomegalia, marsupiais (Didelphis albiventris). Questiona-se a
hiperglobulinemia e velocidade de possibilidade do homem também ser fonte de
hemossedimentação alta. Na forma infecção.
oligossintomática, os exames laboratoriais não
se alteram, com exceção da hiperglobulinemia e
aumento na velocidade de hemossedimentação.
O aspirado de medula pode ou não mostrar a
presença de Leishmania.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Modo de transmissão - No Brasil, a forma de LEPTOSPIROSE
transmissão é através da fêmea de insetos
flebotomíneos das espécies de Lutzomyia Descrição - Doença infecciosa febril de início
longipalpis e L. cruzi, infectados. A transmissão abrupto, que pode variar desde formas
ocorre enquanto houver o parasitismo na pele ou assintomáticas e subclínicas até quadros clínicos
no sangue periférico do hospedeiro. Alguns graves associados a manifestações fulminantes.
autores admitem a hipótese da transmissão entre Didaticamente, as apresentações clínicas da
a população canina através da ingestão de Leptospirose foram divididas considerando as
carrapatos infectados e, mesmo, através de fases evolutivas da doença:
mordeduras, cópula e ingestão de vísceras Fase Precoce (fase leptospirêmica) -
contaminadas, porém não existem evidências Caracterizada pela instalação abrupta de febre,
sobre a importância epidemiológica desses comumente acompanhada de cefaleia e mialgia,
mecanismos de transmissão para humanos ou anorexia, náuseas e vômitos. Podem ocorrer
na manutenção da enzootia. Não ocorre diarreia, artralgia, hiperemia ou hemorragia
transmissão direta da LV de pessoa a pessoa. conjuntival, fotofobia, dor ocular e tosse. Pode ser
Período de incubação - É bastante variável acompanhada de exantema e frequentemente,
tanto para o homem, como para o cão. No não pode ser diferenciada de outras causas de
homem varia de 10 dias a 24 meses; em média, doenças febris agudas. Esta fase tende a ser
de 2 a 6 meses, e, no cão, varia de 3 meses a autolimitada e regride em 3 a 7 dias, sem deixar
vários anos, com média de 3 a 7 meses. sequelas.
Período de transmissibilidade - O vetor poderá Fase Tardia (fase imune) - Aproximadamente
se infectar enquanto persistir o parasitismo na 15% dos pacientes evoluem para manifestações
pele ou no sangue circulante dos animais clínicas graves iniciando-se, em geral, após a
reservatórios. primeira semana de doença. A manifestação
Complicações - As mais frequentes são de clássica da Leptospirose grave é a síndrome de
natureza infecciosa bacteriana. Dentre elas, Weil, caracterizada pela tríade de icterícia,
destacam-se: otite média aguda, otites, insuficiência renal e hemorragias, mais
piodermites e afecções pleuropulmonares, comumente pulmonar. A síndrome de hemorragia
geralmente precedidas de bronquites, pulmonar é caracterizada por lesão pulmonar
traqueobronquites agudas, infecção urinária, aguda e sangramento pulmonar maciço e vem
complicações intestinais; hemorragias e anemia sendo cada vez mais reconhecida no Brasil como
aguda. Caso essas infecções não sejam tratadas uma manifestação distinta e importante da
com antimicrobianos, o paciente poderá Leptospirose na fase tardia. Esta apresentação
desenvolver um quadro séptico com evolução clínica cursa com letalidade superior a 50%.
fatal. As hemorragias são geralmente Sinonímia - Doença de Weil, síndrome de Weil,
secundárias à plaquetopenia, sendo a epistaxe e febre dos pântanos, febre dos arrozais, febre
a gengivorragia as mais comumente outonal, doença dos porqueiros, tifo canino e
encontradas. A hemorragia digestiva e a icterícia, outras. Atualmente, evita-se a utilização desses
quando presentes, indicam gravidade do caso. termos, por serem passíveis de confusão.
Tratamento - No Brasil, os medicamentos Agente etiológico - Bactéria helicoidal
utilizados para o tratamento da LV são o (espiroqueta) aeróbica obrigatória do gênero
Antimonial Pentavalente e a Anfotericina B. O Leptospira, do qual se conhecem atualmente 14
Ministério da Saúde recomenda o Aantimoniato espécies patogênicas, sendo a mais importante a
de N-metil Glucamina como fármaco de primeira L. interrogans. A unidade taxonômica básica é o
escolha para o tratamento da LV; no entanto, a sorovar (sorotipo). Mais de 200 sorovares já
escolha de cada um deles deverá considerar a foram identificados, e cada um tem o seu
faixa etária, presença de gravidez e co- hospedeiro preferencial, ainda que uma espécie
morbidades. animal possa albergar um ou mais sorovares.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Reservatório - Os animais sinantrópicos domésticos A insuficiência renal aguda é uma importante
e selvagens são os reservatórios essenciais para a complicação da fase tardia caracterizada
persistência dos focos da infecção. Os seres geralmente por ser não oligúrica e hipocalêmica,
humanos são apenas hospedeiros acidentais e devido à inibição de reabsorção de sódio nos
terminais dentro da cadeia de transmissão. O
túbulos renais proximais, aumento no aporte
principal reservatório é constituído pelos roedores
sinantrópicos das espécies Rattus norvegicus
distal de sódio e consequente perda de potássio.
(ratazana ou rato-de-esgoto), Rattus rattus (rato de Durante esse estágio inicial, o débito urinário é
telhado ou rato preto) e Mus musculus (camundongo normal a elevado, os níveis séricos de creatinina
ou catita). O R. norvegicus é o principal portador do e ureia aumentam e o paciente pode desenvolver
sorovar Icterohaemorraghiae, um dos mais hipocalemia moderada a grave. Com a perda
patogênicos para o homem. Outros reservatórios de progressiva do volume intravascular, os pacientes
importância são: caninos, suínos, bovinos, equinos, desenvolvem insuficiência renal oligúrica, devido
ovinos e caprinos. à azotemia pré-renal. Nesse estágio, podem
Modo de transmissão - A infecção humana resulta apresentar hiperpotassemia e os pacientes
da exposição direta ou indireta à urina de animais podem desenvolver necrose tubular aguda,
infectados. A penetração do microrganismo ocorre necessitando o início imediato de diálise para
através da pele com presença de lesões, da pele tratamento da insuficiência renal aguda. Outras
íntegra imersa por longos períodos em água manifestações frequentes na forma grave são:
contaminada ou através de mucosas. O elo hídrico é
miocardite, acompanhada ou não de choque e
importante na transmissão da doença ao homem.
Raramente a transmissão ocorre pelo contato direto
arritmias, agravadas por distúrbios eletrolíticos;
com sangue, tecidos e órgãos de animais infectados, pancreatite; anemia e distúrbios neurológicos
transmissão acidental em laboratórios e ingestão de como confusão, delírio, alucinações e sinais de
água ou alimentos contaminados. A transmissão irritação meníngea, meningite asséptica. Menos
entre humanos é muito rara e de pouca relevância frequentemente ocorrem encefalite, paralisias
epidemiológica, podendo ocorrer pelo contato com focais, espasticidade, nistagmo, convulsões,
urina, sangue, secreções e tecidos de pessoas distúrbios visuais de origem central, neurite
infectadas. periférica, paralisia de nervos cranianos,
Período de incubação - De 1 a 30 dias (em média, radiculite, síndrome de Guillain-Barré e mielite.
de 5 e 14 dias). Atenção: Os casos da “forma pulmonar grave da
Período de transmissibilidade - Os animais Leptospirose” podem evoluir para insuficiência
infectados podem eliminar a leptospira através da respiratória aguda, hemorragia maciça ou
urina durante meses, anos ou por toda a vida, síndrome de angústia respiratória do adulto.
segundo a espécie animal e o sorovar envolvido. Muitas vezes precede o quadro de icterícia e
Complicações - Os pacientes podem apresentar insuficiência renal. O óbito pode ocorrer nas
comprometimento pulmonar, caracterizado por tosse
primeiras 24 horas de internação.
seca, dispneia, expectoração hemoptóica e,
ocasionalmente, dor torácica e cianose. A hemoptise Tratamento - Na fase precoce, deve ser utilizado
franca denota extrema gravidade e pode ocorrer de a Amoxacilina, em adultos na dose de 500mg,
forma súbita, levando a insuficiência respiratória – VO, de 8/8 horas, durante 5 a 7 dias. Em crianças,
síndrome da hemorragia pulmonar aguda e síndrome administrar 50mg/kg/dia, VO, a cada 6/8 horas,
da angústia espiratória aguda (SARA) – e óbito. Os durante 5 a 7 dias; ou ainda pode ser utilizado
médicos devem manter uma suspeição para a forma Doxiciclina: 100mg, VO, de 12 em 12 horas,
pulmonar grave em pacientes que apresentem febre durante 5 a 7 dias.
e sinais de insuficiência respiratória,
independentemente da presença de hemoptise. Pode
ocorrer síndrome da angústia respiratória aguda na
ausência de sangramento pulmonar. Alem disso,
outros tipos de diátese hemorrágica, frequentemente
em associação com trombocitopenia. Os fenômenos
hemorrágicos podem ocorrer na pele (petéquias,
equimoses e sangramento nos locais de
venopunção), nas conjuntivas e em outras mucosas
ou órgãos internos, inclusive no sistema nervoso
central.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
MALÁRIA continente africano, porém, ocasionalmente, casos
importados podem ser diagnosticados no Brasil.
Descrição - Doença infecciosa febril aguda,
cujos agentes etiológicos são protozoários Reservatório - O homem é o único reservatório com
importância epidemiológica para a Malária humana.
transmitidos por vetores. O quadro clínico típico
é caracterizado por febre alta, acompanhada de Vetores - Mosquito pertencente à ordem Diptera,
calafrios, sudorese profusa e cefaleia, que infraordem Culicomorpha, família Culicidae, gênero
Anopheles Meigen, 1818. O gênero compreende
ocorrem em padrões cíclicos, dependendo da
cerca de 400 espécies, no mundo, das quais, cerca de
espécie de plasmódio infectante. Em alguns 60 ocorrem no Brasil. No país, as principais espécies
pacientes, aparecem sintomas prodrômicos, transmissoras da Malária são: Anopheles (N.) darlingi
vários dias antes dos paroxismos da doença, a Root, 1926; Anopheles (N.) aquasalis Curry, 1932;
exemplo de náuseas, vômitos, astenia, fadiga, Anopheles (Nyssorhynchus) albitarsis s. l. Lynch-
anorexia. Inicialmente apresentase o período de Arribálzaga, 1878. O principal vetor de Malária no
infecção, que corresponde a fase sintomática Brasil é o An. darlingi, cujo comportamento é
inicial, caracterizada por mal-estar, cansaço e extremamente antropofílico e, dentre as espécies
mialgia. O ataque paroxístico inicia-se com brasileiras, é a mais encontrada picando no interior e
calafrio, acompanhado de tremor generalizado, nas proximidades das residências. Popularmente, os
com duração de 15 minutos a 1 hora. Na fase vetores da doença são conhecidos por “carapanã”,
“muriçoca”, “sovela”, “mosquito-prego” e “bicuda”.
febril, a temperatura pode atingir 41°C. Esta fase
Modo de transmissão - Por meio da picada da fêmea
pode ser acompanhada de cefaleia, náuseas e do mosquito Anopheles, infectada pelo Plasmodium.
vômitos. É seguida de sudorese intensa. A fase Os vetores são mais abundantes nos horários
de remissão caracteriza-se pelo declínio da crepusculares, ao entardecer e ao amanhecer.
temperatura (fase de apirexia). A diminuição dos Todavia, são encontrados picando durante todo o
sintomas causa sensação de melhora no período noturno, porém em menor quantidade em
paciente. Contudo, novos episódios de febre algumas horas da noite. Não há transmissão direta da
podem acontecer em um mesmo dia ou com doença de pessoa a pessoa. Raramente pode ocorrer
intervalos variáveis, caracterizando um estado de a transmissão por meio de transfusão de sangue
febre intermitente. O período toxêmico ocorre se contaminado ou do uso compartilhado de seringas
o paciente não receber terapêutica específica, contaminadas. Mais rara ainda é a transmissão
congênita.
adequada e oportuna. Os sinais e sintomas
podem evoluir para formas graves e Período de incubação - Varia de acordo com a
complicadas, dependendo da resposta espécie de plasmódio: P. falciparum, de 8 a 12 dias;
imunológica do organismo, aumento da P. vivax, de 13 a 17 dias; P. malariae, de 18 a 30 dias.
parasitemia e espécie de plasmódio. São sinais Período de transmissibilidade - O mosquito é
de Malária grave e complicada: hiperpirexia infectado ao sugar o sangue de uma pessoa com
(temperatura >41°C), convulsão, gametócitos circulantes. Os gametócitos surgem, na
corrente sanguínea, em períodos variáveis: de poucas
hiperparasitemia (>200.000/mm3), vômitos
horas, para o P. vivax, e de 7 a 12 dias, para o P.
repetidos, oligúria, dispneia, anemia intensa, falciparum. Para Malária por P. falciparum, o indivíduo
icterícia, hemorragias e hipotensão arterial. As pode ser fonte de infecção por até 1 ano; P. vivax, até
formas graves podem cursar com alteração de 3 anos; e P. malariae, por mais de 3 anos, desde que
consciência, delírio e coma, estão relacionadas à não seja adequadamente tratado.
parasitemia elevada, acima de 2% das hemácias Tratamento - O tratamento da Malária visa a atingir o
parasitadas, podendo atingir até 30% dos parasito em pontos-chave de seu ciclo evolutivo, os
eritrócitos. quais podem ser didaticamente resumidos em:
Sinonímia - Paludismo, impaludismo, febre interrupção da esquizogonia sanguínea, responsável
pela patogenia e manifestações clínicas da infecção,
palustre, febre intermitente, febre terçã benigna,
destruição de formas latentes do parasito no ciclo
febre terçã maligna, além de nomes populares tecidual (hipnozoítos) das espécies P. vivax e P. ovale,
como maleita, sezão, tremedeira, batedeira ou evitando assim as recaídas tardias, interrupção da
febre. transmissão do parasito, pelo uso de drogas que
Agente etiológico - No Brasil, três espécies de impedem o desenvolvimento de formas sexuadas dos
Plasmodium causam Malária em seres humanos: parasitos (gametócitos).
P. malariae, P. vivax e P. falciparum. A Malária
por Plasmodium ovale ocorre apenas no
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
TENÍASE Período de incubação
Descrição - O complexo Teníase/Cisticercose é Cisticercose humana - Varia de 15 dias a anos
constituído por duas entidades mórbidas após a infecção.
distintas, causadas pela mesma espécie de Teníase - Cerca de 3 meses após a ingesta da
cestódio, em fases diferentes do seu ciclo de larva, o parasita adulto já é encontrado no
vida. A Teníase é provocada pela presença da intestino delgado humano.
forma adulta da Taenia solium ou da Taenia Período de transmissibilidade - Os ovos das
saginata, no in testino delgado do homem. A tênias permanecem viáveis por vários meses no
Cisticercose é causada pela larva da Taenia meio ambiente, contaminado pelas fezes de
solium nos tecidos, ou seja, é uma enfermidade humanos portadores de Teníase.
somática. A Teníase é uma parasitose intestinal
que pode causar dores abdominais, náuseas, Diagnóstico - Clínico, epidemiológico e
debilidade, perda de peso, flatulência, diarreia ou laboratorial. Como a maioria dos casos de
cons tipação. Quando o parasita permanece na Teníase é oligossintomático, o diagnóstico
luz intestinal, o parasitismo pode ser considerado comumente é feito pela observação do paciente
benigno e só, excepcionalmente, requer ou, quando crianças, pelos familiares. Isso ocorre
intervenção cirúrgica por penetração em porque os proglotes são eliminados
apêndice, colédoco ou ducto pancreático, devido espontaneamente e nem sempre são detectados
ao crescimento exagerado do parasita. A nos exames parasitológicos de fezes. Em geral,
infestação pode ser percebida pela eliminação para se fazer o diagnóstico da espécie, coleta-se
espontânea de proglotes do verme, nas fezes. material da região anal e, através do microscópio,
Em alguns casos, podem causar retardo no diferencia-se morfologicamente os ovos da tênia
crescimento e desenvolvimento das crianças, e dos demais parasitas. Os estudos sorológicos
baixa produtividade no adulto. As manifestações específicos (fixação do complemento,
clínicas da Cisticercose dependem da imunofluorescência e hemaglutinação) no soro e
localização, do tipo morfológico, do número de líquido ce falorraquiano confirmam o diagnóstico
larvas que infectaram o indivíduo, da fase de da neurocisticercose, cuja suspeita decorre de
desenvolvimento dos cisticercos e da resposta exames de imagem: raios X (identifica apenas
imunoló gica do hospedeiro. As formas graves cisticercos calcificados), tomografia computado
estão localizadas no sistema nervoso central e rizada e ressonância nuclear magnética
apresentam sintomas neuropsiquiátricos (identificam cisticercos em várias fases de
(convulsões, distúrbio de comportamento, desenvolvimento). A biópsia de teci dos, quando
hipertensão intracraniana) e oftálmicos. realizada, possibilita a identificação microscópica
da larva.
Agente etiológico - A Taenia solium é a tênia da
carne de porco e a Taenia saginata é a da carne Tratamento
bovina. Esses dois cestódeos causam doença Teníase- Mebendazol: 200mg, 2 vezes ao dia,
intestinal (Teníase) e os ovos da T. solium por 3 dias, VO; Niclosamida ou
desenvolvem infecções somáticas (Cisticercose). Clorossalicilamida: adulto e criança com 8 anos
ou mais, 2g, e crianças de 2 a 8 anos, 1g, VO,
Reservatório - O homem é o único hospedeiro dividida em 2 tomadas; Praziquantel, VO, dose
definitivo da forma adulta da T. solium e da T. única, 5 a 10mg/kg de peso corporal; Albendazol,
saginata. O suíno doméstico ou javali é o 400mg/dia, durante 3 dias.
hospedeiro intermediário da T. solium e o bo vino
é o hospedeiro intermediário da T. saginata, por
apresentarem a forma larvária (Cysticercus
cellulosae e C. bovis, respectivamente) nos seus
tecidos.
Modo de transmissão - A Teníase é adquirida
pela ingesta de carne de boi ou de porco mal
cozida, que contém as larvas. Quando o homem
acidentalmente ingere os ovos de T. solium,
adquire a Cisticercose.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
TOXOPLASMOSE Haja vista que a infecção da mãe é usualmente
assintomática, geralmente não é detectada. Por
Descrição - A Toxoplasmose é uma zoonose
isso, tem-se sugerido a realização de testes
cosmopolita, causada por protozoário. Apresenta
sorológicos na gestação, durante o
quadro clínico variado, desde infecção
acompanhamento pré-natal. Quando se realiza o
assintomática a manifestações sistêmicas
diagnóstico, deve ser instituída a quimioterapia
extremamente graves. Do ponto de vista prático,
adequada.
é importante fazer uma distinção entre as
manifestações da doença, quais sejam: Sinonímia - Doença do gato.
Toxoplasmose febril aguda - Na maioria das Diagnóstico - Baseia-se na associação das
vezes, a infecção inicial é assintomática. Porém, manifestações clínicas com a confirmação por
em muitos casos, pode generalizar-se e ser meio de estudos sorológicos, ou da
acompanhada de exantema. Às vezes, sintomas demonstração ou detecção do agente em tecidos
de acometimento pulmonar, miocárdico, hepático ou líquidos corporais, em lâminas coradas por
ou cerebral são evidentes. As lesões resultam da Wright-Giemsa ou imunohistoquímica, a partir de
proliferação rápida dos organismos nas células biópsia ou necropsia, testes biomoleculares ou
hospedeiras e, quando há manifestações pela identificação em ensaios experimentais em
clínicas, essas têm evolução benigna. Há casos animais ou cultivos celulares.
em que ocorrem pneumonia difusa, miocardite, Agente etiológico - Toxoplasma gondii, um
miosite, hepatite, encefalite e exantema protozoário coccídio intracelular, pertencente à
maculopapular. família Sarcocystidae, na classe Sporozoa.
Toxoplasmose ocular- A coriorretinite é a lesão Reservatório - Os hospedeiros definitivos de T.
mais frequentemente associada à Toxoplasmose gondii são os gatos e outros felídeos. Os
e, em 30 a 60% dos pacientes com esta hospedeiros intermediários são os homens,
enfermidade, a etiologia pode ser atribuída ao outros mamíferos não-felinos e as aves.
toxoplasma. Dois tipos de lesões de retina podem Modo de transmissão - O homem adquire a
ser observados: a retinite aguda, com intensa infecção por três vias:
inflamação, e a retinite crônica, com perda Ingestão de oocitos provenientes do solo, areia,
progressiva de visão, algumas vezes chegando à latas de lixo contaminados com fezes de gatos
cegueira. infectados;
Toxoplasmose neonatal- Resulta da infecção Ingestão de carne crua e mal cozida infectada
intra-uterina, variando de assintomática à letal, com cistos, especialmente carne de porco e
dependendo da idade fetal e de fatores não carneiro;
conhecidos. Os achados comuns são
prematuridade, baixo peso, coriorretinite pós- Infecção transplacentária, ocorrendo em 40% dos
maturidade, estrabismo, icterícia e fetos de mães que adquiram a infecção durante a
hepatomegalia. Se a infecção ocorreu no último gravidez.
trimestre da gravidez, o recém-nascido pode Período de incubação - De 10 a 23 dias, quando
apresentar, principalmente, pneumonia, a fonte for a ingestão de carne; de 5 a 20 dias,
miocardite ou Hepatite Com icterícia, anemia, após ingestão de oocistos de fezes de gatos.
plaquetopenia, coriorretinite e ausência de ganho Período de transmissibilidade - Não se
de peso, ou pode permanecer assintomático. transmite diretamente de uma pessoa a outra,
Quando ocorre no segundo trimestre da com exceção das infecções intrauterinas. Os
gestação, o bebê pode nascer prematuramente, oocistos expulsos por felídeos esporulam e se
mostrando sinais de encefalite com convulsões, tornam infectantes depois de 1 a 5 dias, podendo
pleocitose do líquor e calcificações cerebrais. conservar essa condição por 1 ano.
Pode apresentar a tétrade de Sabin: microcefalia
com hidrocefalia, coriorretinite, retardo mental e
calcificações intracranianas.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Ainda, o principal objetivo do
PROGRAMA DE IMUNIZAÇÃO
Programa é oferecer todas as vacinas com
Desde 1973, o Brasil conta com o Programa qualidade a todas as crianças que nascem
Nacional de Imunizações (PNI). O Programa anualmente em nosso país, tentando
é inclusive reconhecido internacionalmente, alcançar coberturas vacinais de 100% de
sendo parte integrante do Programa forma homogênea em todos os municípios e
da Organização Mundial de Saúde, com o em todos os bairros.
apoio técnico, operacional e financeiro
Quanto ao Sistema de Informatização do
da UNICEF, e contribuições do Rotary
Programa Nacional de Imunizações (SI-
Internacional e do Programa das Nações
PNI), este
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
foi desenvolvido pelo DATASUS – Departam
Instituído pela Lei nº 6.259/1975 e ento de Informática do Sistema Único de
regulamentado pelo Decreto nº 78.231/1976, Saúde, criado em 1991 – consistindo em:
o PNI iniciou sua primeira Campanha
Avaliação do Programa de Imunizações – API.
Nacional de Vacinação contra a
Poliomielite em 1980, com a meta de vacinar Registra, por faixa etária, as doses de
todas as crianças menores de 05 anos em um imunobiológicos aplicadas e calcula a
só dia. cobertura vacinal, por unidade básica,
município, região da Secretaria Estadual de
A campanha foi bem sucedida, afinal o último
Saúde, estado e país. Fornece informações
caso de poliomielite no Brasil ocorreu 1989,
sobre rotina e campanhas, taxa de abandono
na Paraíba. Além disso, em 1994, o Brasil
e envio de boletins de imunização. Pode ser
recebeu, junto com os demais países da
utilizado nos âmbitos federal, estadual,
região das Américas, o certificado que a
regional e municipal.
doença e o vírus haviam sido eliminados do
continente. Estoque e Distribuição de Imunobiológicos –
EDI.
A eficácia do PNI pode ser percebida por meio
dos resultados obtidos ao longo dos anos. Gerencia o estoque e a distribuição dos
São exemplos de sucesso: a erradicação do imunobiológicos. Contempla o âmbito federal,
sarampo, a eliminação do tétano neonatal e o estadual, regional e municipal.
controle de outras doenças imunopreveníveis Eventos Adversos Pós-vacinação – EAPV.
como Difteria, Coqueluche e Tétano acidental,
Hepatite B, Meningites, Febre Amarela, Permite o acompanhamento de casos de
formas graves da Tuberculose, Rubéola e reação adversa ocorridos pós-vacinação e a
Caxumba, bem como a manutenção da rápida identificação e localização de lotes de
erradicação da Poliomielite. vacinas. Contempla a gestão federal,
estadual, regional e municipal.
A Portaria nº 597 de 2004, do Ministério da
Saúde, estabelece, em seu art. 3º, que as Programa de Avaliação do Instrumento de
vacinas previstas no calendário do PNI são de Supervisão em Sala de Vacinação – PAISSV.
carácter obrigatório, sendo que sua Sistema utilizado pelos coordenadores
comprovação será realizada mediante estaduais de imunizações para padronização
atestado de vacinação (art. 4º). Ainda, o do perfil de avaliação, capaz de agilizar a
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) tabulação de resultados. Desenvolvido para a
também prevê que “é obrigatória a vacinação supervisão das salas de vacina.
das crianças nos casos recomendados pelas
autoridades sanitárias” (art. 14, §1º, do ECA). Apuração dos Imunobiológicos Utilizados –
AIU.
O PNI define os calendários de
vacinação considerando a situação Permite realizar o gerenciamento das doses
epidemiológica, o risco, a vulnerabilidade e as utilizadas e das perdas físicas para calcular as
especificidades sociais, com orientações perdas técnicas a partir das doses aplicadas.
específicas para crianças, adolescentes, Desenvolvido para a gestão federal, estadual,
adultos, gestantes, idosos e povos indígenas. regional e municipal.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Programa de Avaliação do Instrumento de caxumba.
Supervisão – PAIS. Para garantir que todas as vacinas cheguem com
Sistema utilizado pelos supervisores e a mais perfeita qualidade e dentro dos padrões
assessores técnicos do PNI para máximos de conservação, o Governo Federal
padronização do perfil de avaliação, sendo conta com uma área específica para
capaz de agilizar a tabulação de resultados. armazenamento das vacinas e distribuição. O
Desenvolvido para a supervisão dos estados. órgão é responsável em garantir o controle da
temperatura, evitando a deterioração dos
Sistema de Informações dos Centros de
imunobiológicos, seja durante o transporte, seja
Referência em Imunobiológicos Especiais –
durante seu armazenamento nas unidades de
SICRIE.
saúde espalhadas pelo Brasil.
Registra os atendimentos nos CRIEs e
Por sua vez, a responsabilidade nacional é da
informa a utilização dos imunobiológicos
Coordenação-Geral do PNI (CGPNI), ligada ao
especiais e eventos adversos.
Ministério da Saúde. O setor é responsável pelas
O início do programa atividades de imunização, além de contar com
A primeira campanha de vacinação em massa uma Central Nacional de Armazenamento e
em território brasileiro ocorreu em 1904, quando Distribuição de Insumos (Cenadi), localizada no
o governo criou a Lei da Vacina Obrigatória, e Rio de Janeiro.
que visava imunizar a população contra a varíola. A Cenadi conta área refrigerada, e é o complexo
A ação foi coordenada por Oswaldo Cruz. logístico que representa o nível central da cadeia
Apesar das boas intenções do governo, a de frio no Brasil. O local possui 17.600 metros
população não foi devidamente informada, e o cúbicos de área em temperatura de +2° C a +8°
resultado foi uma revolta no Rio de Janeiro. Os C. Possui ainda outra área de 2.646 metros
cariocas tinham medo dos efeitos contrários da cúbicos em temperatura de -20° C para
injeção, e boatos davam conta que as vacinas conservação de congelados, e ainda um espaço
deveriam ser aplicadas nas partes íntimas próprio, com temperatura controlada entre +16° C
femininas. O resultado foi uma rebelião que a +17º C para recebimento, distribuição e
deixou um saldo de 50 mortos e 110 feridos, após armazenamento das vacinas.
choques com as forças policiais da época. Para garantir o máximo de qualidade desde do
Mesmo com o incidente, outras campanhas de Cenadi até a unidade de saúde, o Ministério da
vacinação foram feitas posteriormente e, na Saúde conta com um complexo sistema de
década de 1960, foi comprovado que campanhas logística. Embasado em um Manual de Rede de
em massa tinham o poder de erradicar doenças. Frio, critérios técnicos garantem que toda vacina
Por exemplo, o último caso notificado de varíola mantenha temperatura constante dentro das suas
no Brasil foi em 1971. Já no mundo, o último caso recomendações.
foi na Somália, em 1977. Para agilizar a distribuição, além da Central
Por conta do resultado positivo, em 1980 foi Nacional do Rio de Janeiro, cada Estado conta
realizada a primeira Campanha Nacional de com uma estrutura regional do Cenadi. Para
Vacinação contra Poliomielite. O objetivo — essas unidades são enviados os imunobiológicos
bastante ousado para a época — era vacinar de forma aérea. Como exemplo, quando essas
todas as crianças brasileiras com menos de 5 vacinas e soros chegam às capitais dos Estados,
anos em um único dia. A ação passou a ser ocorre a distribuição para os municípios, que por
realizada anualmente e, o último caso registrado sua vez são os responsáveis em abastecer as
de poliomielite no Brasil foi em 1989. salas de vacina acessíveis à população.
Atualmente, o PNI é muito mais abrangente, e Por exemplo, ao longo de todo o transporte o
realiza campanhas para erradicação de outras cuidado é redobrado. Seja por meio de aviões ou
doenças, como o sarampo e o tétano neonatal. por caminhões refrigerados, a preocupação
Mas há também campanha para controle de central é garantir que sejam mantidas as
doenças imunopreveníveis, como o tétano temperaturas determinadas pelos laboratórios
acidental, a coqueluche, a difteria, as meningites, (em geral de +2ºC a +8ºC).
a febre amarela, a hepatite B, e a rubéola e a
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Uma vez nas salas de vacina, os imunobiológicos +2° C e +8° C. De acordo com estudos da OMS,
integrantes do PNI contam com temperaturas os problemas mais recorrentes no processo
monitoradas constantemente. Portanto, isso evita logístico de distribuição e armazenamento das
que sofram qualquer alteração na rede de frio e vacinas estão altas temperaturas durante a
que precisem ser descartadas ou que não armazenagem ou transporte.
apresentem o resultado esperado de imunização. Exposição de vacina adsorvida a temperaturas de
A cadeia do frio congelamento, equipamentos de refrigeração
sem controle de temperatura, falhas nas leituras
A cadeia do frio é o processo logístico
e nos registros da temperatura também são
responsável em manter a armazenamento das
relatados.
vacinas, sejam eles vacinas ou soros. Mas esse
trabalho ocorre desde o laboratório responsável Uma vez que há evidência comprovada de que a
pela produção, e passa pelas etapas de vacina foi submetida a uma variação da
recebimento, armazenamento, transporte e temperatura de conservação, ela deve passar por
distribuição. Como resultado, o objetivo de procedimentos específicos para análise da
garantir que a temperatura de conservação seja estabilidade. Por outro lado, os métodos para
criteriosamente seguida. avaliar se uma vacina exposta à variação de
temperatura são caros e, por conta disso, acabam
Os imunobiológicos são produzidos a partir de
sendo descartadas.
micro-organismos vivos, subprodutos ou
componentes. Ou seja, eles são produtos Legislação sobre o armazenamento de vacinas
termolábeis, sensíveis ao calor, ao frio e à luz e Além do Manual de Rede de Frio, o PNI segue
são capazes de imunizar de forma ativa ou uma série de resoluções, recomendações e leis
passiva os receptores. Desta forma, todo o específicas, a fim de garantir o correto
processo de distribuição não pode ter falhas em armazenamento de vacinas. Ou seja, tais
relação à temperatura de conservação. medidas possuem embasamento internacional,
De acordo com o Manual de Rede de Frio da PNI, garantindo que as boas práticas sejam sempre
são 42 imunobiológicos disponíveis no Sistema aplicadas também em solo nacional.
de Informação de Insumos Estratégicos Da mesma forma, a cadeia do frio segue ainda
(Sies/SVS). Mas cada um dos imunobiológicos uma série de regulamentos internacionais, como
requer condições de armazenamento da FDA, ISO, ICH, entre outros, que estabelecem
especificadas pelos laboratórios produtores, e os procedimentos corretos em cada etapa do
que consideram as composições e formas manuseio. Isso tudo visa garantir que os
farmacêuticas. imunobiológicos cheguem ao paciente com a
Mas a conservação dos imunobiológicos do PNI máxima potência, produzindo a melhor resposta
nas diversas instâncias da Rede de Frio prevê o ao organismo humano na defesa de doenças.
tempo de armazenamento e temperatura. São Portanto, além do papel da PNI na imunização em
elas as variáveis determinantes para garantir a massa da população de uma série de doenças, o
segurança ao longo da cadeia de frio, e seguem armazenamento de vacinas segue um rígido
orientações da Organização Mundial da Saúde padrão de qualidade, por meio do Manual de
(OMS). Rede de Frio.
Sensibilidade das vacinas à temperatura REDE DE FRIOS
Por sua vez, o Manual de Rede de Frio trata Leia o PDF MANUAL DE REDE DE FRIO.
também sobre a sensibilidade à variação de
temperatura no armazenamento das vacinas.
Nesse caso, a sensibilidade está diretamente
relacionada à temperatura de conservação
estabelecida pelo laboratório. Tal medida garante
a estabilidade química, física e das propriedades
biológicas de cada uma das vacinas.
Dos 42 imunobiológicos existentes no PNI, todos
requerem temperatura de conservação entre
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
ESQUEMA BÁSICO DE VACINAÇÃO
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
A parede intestinal e o fígado alteram
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
quimicamente (metabolizam) muitos
Os medicamentos são introduzidos no corpo por medicamentos, diminuindo a quantidade que
diversas vias. Eles podem ser chega à corrente sanguínea. Por isso, esses
• Tomados pela boca (via oral) medicamentos geralmente são administrados
em doses menores quando injetados por via
• Administrados por injeção em uma veia (via intravenosa para produzirem o mesmo efeito.
intravenosa-IV), em um músculo (via
intramuscular-IM), no espaço ao redor da Quando se toma um medicamento por via
medula espinhal (via intratecal) ou sob a oral, alimentos e outros medicamentos no trato
pele (via subcutânea-SC) digestivo podem afetar a quantidade e a rapidez
com que este é absorvido. Dessa forma, alguns
• Aplicados sob a língua (via sublingual) ou medicamentos devem ser tomados com o
entre a gengiva e a bochecha (via bucal) estômago vazio, outros devem ser tomados com
• Inseridos no reto (via retal) ou na vagina (via alimentos, outros não podem ser tomados com
vaginal) certos medicamentos e, em alguns casos, a via
oral é contraindicada.
• Aplicados nos olhos (por via ocular) ou
ouvido (por via otológica) Alguns medicamentos administrados por via
oral irritam o trato digestivo. Por exemplo, a
• Inalados pelo nariz e absorvidos através das aspirina e a maioria dos outros medicamentos
membranas nasais (via nasal) anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) podem
• Aspirados até os pulmões, geralmente danificar o revestimento do estômago e do
através da boca (por inalação) ou boca e intestino delgado, podendo causar úlceras ou
nariz (por nebulização) agravar úlceras preexistentes. Outros
medicamentos são absorvidos mal ou
• Aplicados sob a pele (via cutânea) para um
inadequadamente no trato digestivo ou são
efeito local (tópico) ou em todo o corpo
destruídos pelo ácido e pelas enzimas digestivas
(sistêmico)
no estômago.
• Aplicados na pele através de um adesivo
Outras vias de administração são necessárias
(via transdérmica) para um efeito sistêmico
quando a via oral não pode ser utilizada, por
Cada via de administração tem vantagens, exemplo:
desvantagens e objetivos específicos.
• Quando a pessoa não pode tomar nada
pela boca
Via oral
• Quando o medicamento deve ser
Muitos medicamentos podem ser administrados administrado rapidamente ou em uma dose
oralmente como líquidos, cápsulas, precisa ou muito elevada
comprimidos ou comprimidos mastigáveis. • Quando o medicamento é mal ou
Como a via oral é a mais conveniente e, irregularmente absorvido pelo trato
geralmente, a mais segura e menos digestivo.
dispendiosa, ela é a via utilizada mais
frequentemente. No entanto, ela tem limitações
devido ao trajeto característico do medicamento
ao longo do trato digestivo. No caso de Vias injetáveis
medicamentos administrados por via oral, a
absorção pode começar na boca e no estômago. A administração por injeção (administração
parenteral) inclui as seguintes vias:
No entanto, a maioria dos medicamentos
geralmente é absorvida no intestino delgado. O • Subcutânea (sob a pele);
medicamento passa pela parede intestinal e • Intramuscular (no músculo);
chega ao fígado, antes de ser transportado pela
corrente sanguínea até sua região-alvo. • Intravenosa (na veia)
• Intratecal (ao redor da medula espinhal)
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Um produto farmacêutico pode ser preparado introduzido em uma veia, geralmente no
ou fabricado de forma que sua absorção a partir antebraço. A via intravenosa é a melhor maneira
do local da injeção seja prolongada por horas, de disponibilizar uma dose precisa por todo o
dias ou mais tempo. Tais produtos não precisam corpo de forma rápida e bem controlada. Ela
ser administrados tão frequentemente quanto também é utilizada na administração de soluções
aqueles com absorção mais rápida. irritantes, que causariam dor ou danificariam os
tecidos se fossem administradas por injeção
Na administração por via
subcutânea, insere-se uma agulha no tecido subcutânea ou intramuscular. Uma injeção
intravenosa pode ser mais difícil de administrar
adiposo logo abaixo da pele. Após um
do que uma injeção subcutânea ou
medicamento ser injetado, ele se move para os
intramuscular, já que inserir uma agulha ou
pequenos vasos sanguíneos (capilares) e é
cateter em uma veia pode ser difícil,
transportado pela corrente sanguínea.
especialmente se a pessoa for obesa.
Alternativamente, um medicamento pode
alcançar a corrente sanguínea através dos Quando um medicamento é administrado por
vasos linfáticos. Medicamentos que são via intravenosa, ele chega imediatamente à
proteínas grandes, como a insulina, costumam corrente sanguínea e tende a apresentar efeito
alcançar a corrente sanguínea pelos vasos mais rapidamente do que quando administrado
linfáticos, pois esses medicamentos movem-se por qualquer outra via. Por isso, os médicos
lentamente dos tecidos para o interior dos vasos monitoram cuidadosamente as pessoas que
capilares. A via subcutânea é a utilizada para recebem uma injeção intravenosa quanto a
muitos medicamentos proteicos, visto que eles sinais de que o medicamento está fazendo efeito
seriam destruídos no trato digestivo caso ou está provocando efeitos colaterais
fossem tomados por via oral. indesejáveis. Porém, o efeito de um
medicamento administrado por essa via costuma
Alguns medicamentos (como a progesterona,
durar menos tempo. Portanto, alguns
utilizada no controle hormonal da natalidade)
medicamentos devem ser administrados por
podem ser administrados através da inserção de
infusão contínua para manter seu efeito
cápsulas de plástico sob a pele (implante). No
constante.
entanto, essa via é muito pouco utilizada. Sua
principal vantagem é a de fornecer um efeito Para a via intratecal, insere-se uma agulha
terapêutico de longo prazo (por exemplo, o entre duas vértebras na parte inferior da coluna
etonogestrel implantado para contracepção vertebral dentro do espaço ao redor da medula
pode durar até três anos). espinhal. Neste caso, o medicamento é injetado
no canal medular. Frequentemente é utilizada
A via intramuscular é preferível à via
uma pequena quantidade de anestésico local
subcutânea quando são necessárias maiores
para tornar a zona da injeção insensível. Essa
quantidades de um produto farmacêutico. Como
via é utilizada quando é necessário que um
os músculos estão abaixo da pele e dos tecidos
medicamento produza um efeito rápido ou local
adiposos, utiliza-se uma agulha mais longa. Os
no cérebro, medula espinhal ou tecido que os
medicamentos geralmente são injetados em um
envolvem (meninges) — por exemplo, para tratar
músculo do braço, coxa ou nádega. A rapidez
infecções nessas estruturas. Algumas vezes,
com que o medicamento é absorvido na corrente
anestésicos e analgésicos (como morfina) são
sanguínea depende, em parte, do suprimento de
administrados dessa maneira.
sangue para o músculo: Quanto menor for o
suprimento de sangue, mais tempo o Através da pele
medicamento demora para ser absorvido.
Algumas vezes, administra-se um medicamento
Na administração por via intravenosa, insere- através da pele utilizando-se uma agulha (vias
se uma agulha diretamente na veia. Assim, a subcutânea, intramuscular ou intravenosa),
solução que contém o medicamento pode ser
adesivo (via transdérmica) ou implante.
administrada em doses únicas ou por infusão
contínua. Em caso de infusão, a solução é
movida por gravidade (a partir de uma bolsa de
plástico colabável) ou por uma bomba infusora
através de um tubo fino flexível (cateter)
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Via retal
Via vaginal
Veja alguns dos que mais se destacam: Quando o assunto é políticas públicas de saúde
no Brasil não se pode deixar de falar do maior
Estratégia Saúde da Família sistema público de transplantes do mundo, que é
O programa que promove atendimento à toda a o brasileiro. Uma média de 95% dos transplantes
família na atenção básica atingiu cobertura de de órgãos no Brasil são realizados por intermédio
mais de 60% da população. Entre suas principais do Sistema Único de Saúde (SUS), que oferece
contribuições estão a redução dos índices de toda assistência ao paciente transplantado.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Um dos diferenciais do sistema nacional é a Especialidades Odontológicas (CEO) e hospitais.
oferta dos medicamentos necessários e Além desses serviços, o Brasil Sorridente conta
acompanhamento ao paciente transplantado pelo com Laboratórios Regionais de Prótese Dentária
tempo que for necessário por meio do sistema (LRPD), que colaboram com a confecção laboratorial
de próteses dentárias, servindo de apoio para USF,
público.
UOM e CEO.
Programa Nacional de Controle ao Tabagismo O Brasil Sorridente tem interface com diversas
Implementado em 1986, o programa articulado ações e programas do Ministério da Saúde, como
pelo Ministério da Saúde por intermédio do o Brasil Sorridente Indígena, Programa Saúde na
Instituto Nacional de Câncer José Alencar Escola, Plano Nacional para Pessoas com
Gomes da Silva (INCA) é composto por ações Deficiência, Convenção de Minamata e
Fluoretação das Águas de Abastecimento Público,
educativas, de comunicação, atenção à saúde,
entre outras.
além de medidas legislativas e econômicas para
reduzir o consumo de tabaco. Além disso, o programa coopera com ações para
a qualificação profissional e científica dos
Alguns exemplos de ações são a proibição de profissionais e para a educação em saúde da
propagandas televisivas de marcas de cigarro; população.
obrigatoriedade de imagens nas carteiras
advertindo sobre os riscos à saúde; e proibição • Consultório na Rua
de se fumar em ambientes fechados, reduzindo o
número de fumantes passivos. A estratégia Consultório na Rua foi instituída pela
Política Nacional de Atenção Básica, em 2011, e visa
As políticas públicas de saúde voltadas a esta ampliar o acesso da população em situação de rua
área contribuíram para a redução da prevalência aos serviços de saúde, ofertando, de maneira mais
de fumantes de 29% para 12% entre homens, e oportuna, atenção integral à saúde para esse grupo
de 19% para 8% entre mulheres, no período de populacional, o qual se encontra em condições de
1990 a 2015. vulnerabilidade e com os vínculos familiares
interrompidos ou fragilizados.
Esta estratégia tem a finalidade de estruturar e O Programa Saúde na Escola (PSE), política
organizar a atenção à saúde materno-infantil no País intersetorial da Saúde e da Educação, foi instituído em
e será implantada, gradativamente, em todo o 2007 pelo Decreto Presidencial nº 6.286, de 5 de
território nacional, iniciando sua implantação dezembro de 2007. As políticas de saúde e educação
respeitando o critério epidemiológico, taxa de voltadas às crianças, adolescentes, jovens e adultos
mortalidade infantil e razão mortalidade materna e da educação pública brasileira se unem para
densidade populacional. promover saúde e educação integral.
São quatro os componentes da Rede Cegonha: A intersetorialidade das redes públicas de saúde e
de educação e das demais redes sociais para o
I - Pré-natal; desenvolvimento das ações do PSE implica mais do
II - Parto e nascimento; que ofertas de serviços num mesmo território, pois
deve propiciar a sustentabilidade das ações a partir da
III - Puerpério e atenção integral à saúde da criança; conformação de redes de corresponsabilidade. A
IV - Sistema logístico (transporte sanitário e regulação) articulação entre Escola e Atenção Primária à Saúde
é a base do Programa Saúde na Escola. O PSE é uma
estratégia de integração da saúde e educação para o
Quais as modalidades de adesão à Rede desenvolvimento da cidadania e da qualificação das
Cegonha? políticas públicas brasileiras.
Usar loção ou sabonete, passar o barbeador -Manter roupas de cama esticada e sem migalhas
com movimentos curtos e firmes (no sentido do de comida.
crescimento); -Uso de colchões especiais (piramidal).
Utilizar alguma loção, se houver. -Ingestão hídrica adequada, conforme orientação
médica.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Segurança do Paciente saúde e da segurança, substituindo a culpa e a
punição pela oportunidade de aprender com as falhas
O Programa Nacional de Segurança do e melhorar a atenção à saúde;
Paciente propõe um conjunto de medidas para
prevenir e reduzir a ocorrência de incidentes nos III - dano: comprometimento da estrutura ou função
do corpo e/ou qualquer efeito dele oriundo, incluindo
serviços de saúde – eventos ou circunstâncias
doenças, lesão, sofrimento, morte, incapacidade ou
que poderiam resultar ou que resultaram em disfunção, podendo, assim, ser físico, social ou
dano desnecessário para o paciente. psicológico;
Por exemplo, queda de paciente da cama,
aplicação errada de medicamento, falhas durante IV - evento adverso: incidente que resulta em dano
a cirurgia, etc. Esses problemas podem causar à saúde;
danos à saúde do paciente e devem ser V - garantia da qualidade: totalidade das ações
comunicados à Anvisa. A Agência é o órgão do sistemáticas necessárias para garantir que os serviços
Ministério da Saúde responsável pelo prestados estejam dentro dos padrões de qualidade
recebimento das informações. Com isso, a exigidos para os fins a que se propõem;
Anvisa poderá propor ações visando a melhoria VI - gestão de risco: aplicação sistêmica e contínua
da qualidade dos estabelecimentos, de acordo de políticas, procedimentos, condutas e recursos na
com a Resolução RDC nº 36, de 25/07/13 identificação, análise, avaliação, comunicação e
controle de riscos e eventos adversos que afetam a
RESOLUÇÃO - RDC Nº 36, DE 25 DE JULHO segurança, a saúde humana, a integridade
DE 2013 profissional, o meio ambiente e a imagem institucional;
Institui ações para a segurança do paciente em VII - incidente: evento ou circunstância que poderia
serviços de saúde e dá outras providências. ter resultado, ou resultou, em dano desnecessário à
CAPÍTULO I saúde;
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS VIII - núcleo de segurança do paciente (NSP):
Seção I instância do serviço de saúde criada para promover e
apoiar a implementação de ações voltadas à
Objetivo segurança do paciente;
Art. 1º Esta Resolução tem por objetivo instituir IX - plano de segurança do paciente em serviços de
ações para a promoção da segurança do paciente e a saúde: documento que aponta situações de risco e
melhoria da qualidade nos serviços de saúde. descreve as estratégias e ações definidas pelo serviço
Seção II de saúde para a gestão de risco visando a prevenção
e a mitigação dos incidentes, desde a admissão até a
Abrangência transferência, a alta ou o óbito do paciente no serviço
Art. 2º Esta Resolução se aplica aos serviços de de saúde;
saúde, sejam eles públicos, privados, filantrópicos, X - segurança do paciente: redução, a um mínimo
civis ou militares, incluindo aqueles que exercem aceitável, do risco de dano desnecessário associado
ações de ensino e pesquisa. à atenção à saúde;
Parágrafo único. Excluem-se do escopo desta XI - serviço de saúde: estabelecimento destinado
Resolução os consultórios individualizados, ao desenvolvimento de ações relacionadas à
laboratórios clínicos e os serviços móveis e de promoção, proteção, manutenção e recuperação da
atenção domiciliar. saúde, qualquer que seja o seu nível de
Seção III complexidade, em regime de internação ou não,
incluindo a atenção realizada em consultórios,
Definições domicílios e unidades móveis;
Art. 3º Para efeito desta Resolução são adotadas XII - tecnologias em saúde: conjunto de
as seguintes definições: equipamentos, medicamentos, insumos e
I - boas práticas de funcionamento do serviço de procedimentos utilizados na atenção à saúde, bem
saúde: componentes da garantia da qualidade que como os processos de trabalho, a infraestrutura e a
asseguram que os serviços são ofertados com organização do serviço de saúde.
padrões de qualidade adequados; CAPÍTULO II
II - cultura da segurança: conjunto de valores, DAS CONDIÇÕES ORGANIZACIONAIS
atitudes, competências e comportamentos que
determinam o comprometimento com a gestão da Seção I
D i d Nú l d S d
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Da criação do Núcleo de Segurança do IX - analisar e avaliar os dados sobre incidentes e
Paciente eventos adversos decorrentes da prestação do
serviço de saúde;
Art. 4º A direção do serviço de saúde deve
constituir o Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) X - compartilhar e divulgar à direção e aos
e nomear a sua composição, conferindo aos membros profissionais do serviço de saúde os resultados da
autoridade, responsabilidade e poder para executar análise e avaliação dos dados sobre incidentes e
as ações do Plano de Segurança do Paciente em eventos adversos decorrentes da prestação do
Serviços de Saúde. serviço de saúde;
§ 1º A direção do serviço de saúde pode utilizar a XI - notificar ao Sistema Nacional de Vigilância
estrutura de comitês, comissões, gerências, Sanitária os eventos adversos decorrentes da
coordenações ou núcleos já existentes para o prestação do serviço de saúde;
desempenho das atribuições do NSP.
XII- manter sob sua guarda e disponibilizar à
§ 2º No caso de serviços públicos ambulatoriais autoridade sanitária, quando requisitado, as
pode ser constituído um NSP para cada serviço de notificações de eventos adversos;
saúde ou um NSP para o conjunto desses, conforme
XIII - acompanhar os alertas sanitários e outras
decisão do gestor local do SUS.
comunicações de risco divulgadas pelas autoridades
Art. 5º Para o funcionamento sistemático e sanitárias.
contínuo do NSP a direção do serviço de saúde deve Seção II
disponibilizar:
Do Plano de Segurança do Paciente em
I - recursos humanos, financeiros, equipamentos, Serviços de Saúde
insumos e materiais;
Art. 8º O Plano de Segurança do Paciente em
II - um profissional responsável pelo NSP com Serviços de Saúde (PSP), elaborado pelo NSP, deve
participação nas instâncias deliberativas do serviço estabelecer estratégias e ações de gestão de risco,
de saúde. conforme as atividades desenvolvidas pelo serviço de
saúde para:
III - A articulação e a integração dos processos de
gestão de risco; I - identificação, análise, avaliação, monitoramento e
comunicação dos riscos no serviço de saúde, de forma
IV - A garantia das boas práticas de funcionamento
sistemática;
do serviço de saúde.
II - integrar os diferentes processos de gestão de
Art.7º Compete ao NSP:
risco desenvolvidos nos serviços de saúde;
I - promover ações para a gestão de risco no
serviço de saúde; III - implementação de protocolos estabelecidos pelo
Ministério da Saúde;
II - desenvolver ações para a integração e a
articulação multiprofissional no serviço de saúde; IV - identificação do paciente;
III - promover mecanismos para identificar e avaliar V - higiene das mãos;
a existência de não conformidades nos processos e
VI - segurança cirúrgica;
procedimentos realizados e na utilização de
equipamentos, medicamentos e insumos propondo VII - segurança na prescrição, uso e administração
ações preventivas e corretivas; de medicamentos;
IV - elaborar, implantar, divulgar e manter VIII - segurança na prescrição, uso e administração
atualizado o Plano de Segurança do Paciente em de sangue e hemocomponentes;
Serviços de Saúde; IX - segurança no uso de equipamentos e materiais;
V - acompanhar as ações vinculadas ao Plano de X - manter registro adequado do uso de órteses e
Segurança do Paciente em Serviços de Saúde; próteses quando este procedimento for realizado;
VI - implantar os Protocolos de Segurança do XI - prevenção de quedas dos pacientes;
Paciente e realizar o monitoramento dos seus
indicadores; XII - prevenção de úlceras por pressão;
VII - estabelecer barreiras para a prevenção de XIII - prevenção e controle de eventos adversos em
incidentes nos serviços de saúde; serviços de saúde, incluindo as infecções
relacionadas à assistência à saúde;
VIII - desenvolver, implantar e acompanhar
programas de capacitação em segurança do paciente XIV- segurança nas terapias nutricionais enteral e
e qualidade em serviços de saúde; parenteral;
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
XV - comunicação efetiva entre profissionais do Massagem de Conforto
serviço de saúde e entre serviços de saúde;
A massagem de conforto é realizada
XVI - estimular a participação do paciente e dos principalmente por auxiliares e técnicos de
familiares na assistência prestada. enfermagem, e tem como objetivo
XVII - promoção do ambiente seguro promover relaxamento e hidratação da pele,
CAPÍTULO III quando o paciente está acamado há um tempo
longo. Portanto, pode ser usada em vários tipos
DA VIGILÂNCIA, DO MONITORAMENTO E DA de pacientes, em condições diversas.
NOTIFICAÇÃO DE EVENTOS ADVERSOS
Auxiliares e técnicos de enfermagem podem
Art. 9º O monitoramento dos incidentes e eventos
ampliar seus conhecimentos por meio de Cursos
adversos será realizado pelo Núcleo de Segurança do
Paciente - NSP.
Técnicos de Massoterapia, que os qualifica para
a prática correta.
Art. 10 A notificação dos eventos adversos, para fins
desta Resolução, deve ser realizada mensalmente Enfermeiros poderão aplicar as técnicas de
pelo NSP, até o 15º (décimo quinto) dia útil do mês massagem, quando qualificados para definir o
subsequente ao mês de vigilância, por meio das procedimento, segundo o quadro de cada
ferramentas eletrônicas disponibilizadas pela Anvisa. paciente. Qualificação esta, que ele adquire em
Parágrafo único - Os eventos adversos que uma Pós-graduação em Massagem.
evoluírem para óbito devem ser notificados em até 72 A massagem faz parte das intervenções de
(setenta e duas) horas a partir do ocorrido. enfermagem e, com a devida formação nesta
Art. 11 Compete à ANVISA, em articulação com área, o enfermeiro saberá escolher a técnica
o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária: adequada para o alívio de dores e a diminuição
I - monitorar os dados sobre eventos adversos do estresse. Portanto, todos podem
notificados pelos serviços de saúde; se beneficiar da massagem, com a escolha
correta, segundo a idade e a condição de cada
II - divulgar relatório anual sobre eventos adversos
com a análise das notificações realizadas pelos paciente.
serviços de saúde; Para pacientes mulheres, a massagem pode ser
III - acompanhar, junto às vigilâncias sanitárias utilizada para alívio das dores no período pré-
distrital, estadual e municipal as investigações sobre parto, na melhora dos desconfortos da
os eventos adversos que evoluíram para óbito. síndrome pré-menstrual, diminuição
CAPÍTULO IV
de dores nas pernas e de cabeça, comuns neste
público.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Em bebês e crianças, a realização e ensino de
Art. 12 Os serviços de saúde abrangidos por esta massagem contribui para o desenvolvimento
Resolução terão o prazo de 120 (cento e vinte) dias
motor, aumento da imunidade e quando
para a estruturação dos NSP e elaboração do PSP e
o prazo de 150 (cento e cinquenta) dias para iniciar a
ensinada aos pais/responsáveis, fortalece
notificação mensal dos eventos adversos, contados a o vínculo.
partir da data da publicação desta Resolução. Em unidades de internação pré-cirúrgica, aplicar
Art. 13 O descumprimento das disposições a massagem em pacientes que estejam
contidas nesta Resolução constitui infração sanitária, estressados e ansiosos, contribui inclusive para
nos termos da Lei n. 6.437, de 20 de agosto de 1977, o controle dos sinais vitais, alterados pela
sem prejuízo das responsabilidades civil, situação adversa. No pós-cirúrgico, pode-se
administrativa e penal cabíveis. escolher uma técnica de massagem adequada ao
Art. 14 Esta Resolução entra em vigor na data de paciente e a aplicar para o alívio da dor.
sua publicação. Inclusive em pacientes graves, que estão em
unidades de terapia intensiva⁴ com dificuldades
para dormir, a massagem proporciona melhora
na qualidade do sono impactando na recuperação
deste paciente por meio de um repouso
reparador.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Pacientes Oncológicos são grandes beneficiários É uma posição tipicamente utilizada para libertar a
desta técnica, com resultados na diminuição tensão sobre os músculos do paciente e para
da náusea relacionada à quimioterapia, melhorar a respiração, sendo indicada para pacientes
melhora do sono, diminuição do estresse e da que apresentam problemas respiratórios ecardíacos,
em pós-operatório nasal, buco maxilo e
ansiedade, por exemplo.
tireoidectomia, higiene oral, passagem de sondas:
nasogástrica ou nasoenteral, conforto e durante a
alimentação do paciente.
POSIÇÕES PARA EXAMES
• Posição ortostática ou anatômica • Decúbito dorsal
• Posição de Sims
Pré- 120-139
hipertensão
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Categoria Pressão arterial TÉCNICAS BÁSICAS: MEDICAÇÃO
Diastólica (mmHg)
No momento do preparo e administração de
Normal Menor que 80 medicamentos é importante que enfermeiro fique
atento e leve em consideração o conceito dos 9
Pré- 80-89 certos:
hipertensão
1. Paciente certo;
2. Medicamento certo;
Pressão arterial 3. Via certa;
HIPERTENSÃO 4. Hora certa;
Sistólica (mmHg)
5. Dose certa;
Estágio 1 140-159 6. Registro certo;
7. Orientação certa;
8. Forma/Apresentação certa;
Estágio 2 Igual ou maior 9. Resposta certa.
que 160
A administração de medicamentos é uma das
atividades que a enfermagem desenvolve com
Pressão arterial muita frequência, requerendo muita atenção e
HIPERTENSÃO sólida fundamentação técnico-científica para
Diastólica (mmHg)
subsidiá-lo na realização de tarefas correlatas,
Estágio 1 90-99 pois envolve uma sequência de ações que visam
a obtenção de melhores resultados no tratamento
do paciente, sua segurança e a da instituição na
Estágio 2 Igual ou maior
qual é realizado o atendimento.
que 100
A pressão arterial de forma simplificada é Assim, é importante compreender que o uso de
definida como a força aplicada pelo sangue nas medicamentos, os procedimentos envolvidos e as
paredes internas das artérias enquanto está em próprias respostas orgânicas decorrentes do
circulação. Ela é escrita com valores sistólicos tratamento envolvem riscos potenciais de
(contração) e diastólicos (relaxamento). Dessa provocar danos ao paciente, sendo
forma, a pressão de um indivíduo saudável gira imprescindível que o profissional esteja
em torno de 120×80 mmHg, sendo que 120 preparado para assumir as responsabilidades
mmHg é a pressão de sístole, e 80 mmHg é a técnicas e legais decorrentes dos erros que possa
pressão de diástole. vir a incorrer.
Durante a fase de preparo, o profissional de
TEMPERATURA
enfermagem deve ter muita atenção para evitar
Por fim, a temperatura corporal corresponde à erros, assegurando ao máximo que o paciente
temperatura média do organismo humano. receba corretamente a medicação. Isto justifica
Geralmente, os valores normais estão entre 35,5 porquê o medicamento deve ser administrado por
até 37,4°C sendo que temperaturas abaixo de quem o preparou, não sendo recomendável a
35,5º C indicam um estado de hipotermia e administração de medicamentos preparados por
temperaturas acima de 37,4°C são indicativas de outra pessoa.
febre (hipertermia).
As orientações a seguir compreendem
medidas de organizativas e de assepsia que
visam auxiliar o profissional nesta fase do
trabalho:
• lavar sempre as mãos antes do preparo e
administração de medicamentos, e logo
após;
• preparar o medicamento em ambiente com
boa iluminação;
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
• concentrar-se no trabalho, evitando • antes de administrar o medicamento,
distrair a atenção com atividades paralelas esclarecer o paciente sobre os medicamentos
e interrupções que podem aumentar a que irá receber, de maneira clara e
chance de cometer erros; compreensível, bem como conferir
cuidadosamente a identidade do mesmo, para
• ler e conferir o rótulo do medicamento três
certificar-se de que está administrando o
vezes: ao pegar o frasco, ampola ou
medicamento à pessoa certa, verificando a
envelope de medicamento; antes de
pulseira de identificação e/ou pedindo-lhe para
colocar o medicamento no recipiente
próprio para administração e ao recolocar dizer seu nome, sem induzi-lo a isso;
o recipiente na prateleira ou descartar a • permanecer junto ao paciente até que o
ampola/frasco ou outra embalagem – um mesmo tome o medicamento.
profissional competente não se deixa levar
Deixar os medicamentos para que tome mais
por comportamentos automatizados, pois
tarde ou permitir que dê medicação a outro são
tem a consciência de que todo cuidado é
práticas indevidas e absolutamente condenáveis;
pouco quando se trata de preparar e
administrar medicamentos; • efetuar o registro do que foi fornecido ao
paciente, após administrar o medicamento.
• realizar o preparo somente quando tiver a
certeza do medicamento prescrito, Todo medicamento administrado deve ser
dosagem e via de administração; as registrado e rubricado na prescrição. Nas
medicações devem ser administradas sob aplicações parenterais é importante anotar o local
prescrição médica, mas em casos de de administração.
emergência é aceitável fazê-las sob
ordem verbal (quando a situação estiver
sob controle, todas as medicações usadas TÉCNICAS BÁSICAS: COLETA DE MATERIAL
devem ser prescritas pelo médico e PARA EXAME
checadas pelo profissional de HEMOGRAMA
enfermagem que fez as aplicações);
Hemograma é um exame de sangue que indica
• identificar o medicamento preparado com a contagem de células do corpo humano.
o nome do paciente, número do leito, Consiste basicamente em analisar as hemácias
nome da medicação, via de administração (células brancas, que são as causadoras de
e horário; combate a infecções); os leucócitos (células
• observar o aspecto e características da vermelhas responsáveis pelo carregamento de
medicação, antes de prepará-la; oxigênio) e as plaquetas, ou seja, o hemograma
é um exame completo que analisa diretamente a
• deixar o local de preparo de medicação em
quantidade de células presentes no sangue.
ordem e limpo, utilizando álcool a 70%
Muitas vezes, o hemograma é solicitado sempre
para desinfetar a bancada;
por um médico para fazer o chamado “Exame de
• utilizar bandeja ou carrinho de medicação rotina”.
devidamente limpos e desinfetados com
O resultado correto de um exame de análises
álcool a 70%;
clinicas não depende somente de quem os
• quando da preparação de medicamentos analisa, mas também da qualidade da amostra
para mais de um paciente, é conveniente coletada. A equipe de enfermagem atua no
organizar a bandeja dispondo-os na processo de coleta do material biológico, e,
sequência de administração. conforme a qualidade da amostra, os erros pré –
Similarmente, seguem-se as orientações analíticos são minimizados e os resultados
relativas à fase de administração: manter a garantidos. Para tanto são necessários cuidados
bandeja ou o carrinho de medicação sempre à especiais no momento da coleta. A coleta de
vista durante a administração, nunca deixando- material biológico para analise é muito comum e
os, sozinhos, junto ao paciente; útil no período pré – operatório e quando
solicitado pelo médico.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Como proceder: SUMÁRIO DE URINA
- Lavar as mãos; O exame de urina é um processo analítico que
- Preparar o material: bandeja contendo tubos de permite identificar os aspectos físicos, químicos e
coleta, luvas de procedimento, seringas, também aos componentes presentes no
dispositivos intravenosos, torniquetes, bolas de sedimento urinário. Através destas análises
algodão, antisséptico, adesivos e etiquetas; podem ser observados e avaliados distúrbios
- Realizar a identificação do cliente (conferir hemorrágicos glomerulares, hepatopatias, erros
pulseira e perguntar o nome); inatos de metabolismo e infecções urinárias.
- Solicitar o consentimento do paciente para
execução do procedimento; Procedimento de coleta de urina:
- Orientar o paciente para o procedimento; Para a coleta de urina, seguir as orientações
- Acomodá-lo confortavelmente; abaixo:
- Posicionar a bandeja; • Coletar preferencialmente a primeira urina da
manhã ou qualquer outra urina do dia, porém com
- Observar a rede venosa e escolher a melhor
intervalo de no mínimo 2 horas sem urinar.
veia para puncionar;
• Fazer a coleta do material com kit fornecido
- Calçar luvas de procedimento;
pelo laboratório.
- Garrotear de 10cm a 15cm acima do local da
• Lave as mãos.
punção;
• Realize a higiene da região genital com água
- Deixar o menor tempo possível o cliente
limpa e sabonete comum, secar bem o local.
garroteado;
• Abra a embalagem do kit coletor, retire da
- Apalpar a veia escolhida;
embalagem do frasco coletor.
- Fazer antissepsia ampla do local da punção
• Ao urinar, despreze o 1° jato da urina no vaso
com movimentos firmes num único sentido;
sanitário e colete o 2° jato da urina no pote largo
- Pegar o dispositivo intravenoso escolhido de sem tampa.
modo que o bisel esteja voltado para cima;
• Transfira a urina coletada para o tubo estreito
- Fixar a veia; Puncionar a veia, introduzindo o com tampa até completá-lo totalmente.
dispositivo intravenoso acoplado á seringa;
• Tampe-o bem.
- Fixar o dispositivo;
• Despreze caso necessário, o resto da urina que
- Aspirar o volume sanguíneo determinado para ficou no pote sem tampa no vaso sanitário.
o exame solicitado;
• Jogue o mesmo no lixo.
- Passar o conteúdo da seringa (sem agulha)
Entregue o frasco com a urina para o coletor para
para o tubo de modo que o sangue escorra
que o mesmo identifique a amostra e encaminhe
pela parede do mesmo.
ao laboratório.
- Se vácuo, o conteúdo vai diretamente para o
tubo.
- Observar a reação do paciente;
- Retirar o dispositivo;
- Fazer compressão do local com algodão seco;
- Orientar o paciente a não dobrar o braço;
- Descartar materiais perfurocortantes em local
próprio;
- Retirar luvas de procedimento;
- Lavar as mãos;
- Checar na prescrição médica correta;
- Manter a unidade em ordem e encaminhar
material colhido.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Atenção: a espuma não deve ser valorizada
como volume de escarro expectorado.
Orientações para coleta
Antes de iniciar as orientações, certifique-se de
que os seguintes elementos estão disponíveis
com fácil acesso ao paciente: (para ingestão
durante a coleta, se necessário); fechado,
devidamente identificado e com o mecanismo de
rosqueamento e desrosqueamento funcionando
corretamente; e ou guardanapos (para
higienização do paciente durante a coleta)
Oriente-o quanto aos seguintes
procedimentos: inspirar profundamente, reter o ar
BACILOCOSPIA por alguns instantes (segundos) e expirar. Após
repetir esses procedimentos três vezes, tossir
O EXAME BACILOSCÓPICO tem o objetivo de
imediatamente após o ato da tosse produtiva, o
fornecer orientação adequada para profissionais
paciente deverá abrir o pote e expectorar.
que realizam o exame baciloscópico em suas
unidades de trabalho. A baciloscopia é um exame A secreção dentro dele sem encostar os lábios
de auxilio diagnóstico. no pote ou tocar a parte interna com os dedos,
pois há o risco de contaminação da amostra;
1ª amostra de escarro na unidade de saúde?
O acolhimento adequado ao paciente é
fundamental. Dirigir-se a ele pelo nome, manter
fisionomia receptiva e contato visual demonstram
interesse de que o paciente realize o
procedimento de forma correta, garantindo uma
etapa importante na coleta do escarro. Explique
ao paciente, de maneira simples e objetiva, o Logo após, fechar novamente o frasco
passo-a-passo para a coleta. Após explicar o rosqueando firmemente a tampa; repetir esses
procedimento que o paciente irá realizar, procedimentos quantas vezes for necessário até
verifique se ele entendeu todas as orientações. que o volume de 10 ml seja atingido. Caso não
Caso necessário, repita a explicação, seja possível esse volume, estimular o paciente
modificando a linguagem e deixando o paciente para repetir os procedimentos para expectoração
à vontade para fazer perguntas. até que obtenha o volume desejado (5 a 10 ml). A
Pote de coleta espuma não deve ser levada em consideração
Antes de identificar e manipular o pote, o para atingir esse volume.
profissional de saúde deve lavar as mãos. Dentro da unidade de saúde, durante todo o
Identifique o pote com uma etiqueta com o nome período de atendimento de sintomáticos
do paciente e a data da coleta; respiratórios ou de casos que ainda têm
Fixe a etiqueta na parte externa do pote, num baciloscopia positiva, o profissional deve usar a
local que não comprometa a observação da máscara de proteção respiratória (N95).
graduação do volume do pote, ou seja, nunca fixe
a etiqueta sobre a escala de volume, nem sobre FEZES
a tampa do pote; A coleta das fezes deve ser feita com cuidado
Nunca entregue um pote de coleta sem para não haver contaminação com a urina ou com
identificação devido ao risco de troca de a água do vaso sanitário. Para a coleta é preciso:
amostras. A marca de 10 ml deve ser reforçada 1. Evacuar no penico ou numa folha de papel
com caneta de retroprojetor (marcador branco colocada no chão do banheiro;
permanente) para facilitar a visualização pelo
paciente. 2. Coletar um pouco de fezes com uma
pazinha (que vem junto do pote) e coloca-
la dentro do frasco;
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Escrever o nome completo no frasco e guardar FERIDAS LIMPAS: nas feridas limpas, não
na geladeira por 24 horas até ser levado para o drenadas, recomenda-se o uso de curativos nas
laboratório. primeiras 24 horas após a cirurgia. Se a incisão
estiver seca, recomenda-se limpeza com água e
O procedimento é simples e deve ser o mesmo
sabão e secagem com gaze estéril. Não é
para adultos, bebês e crianças, no entanto no
recomendado uso de PVP-I nestas feridas. Não
caso da pessoa usar fraldas, a coleta deve ser
há evidências de prejuízo à cicatrização e de
feita logo após a evacuação.
aumento de ISC em feridas descobertas. Se
Uma outra forma de coletar as fezes de forma houver saída de secreção serosa ou
mais fácil é comprar uma espécie de sacola sanguinolenta, a limpeza deve ser feita com
plástica esterilizada que reveste o vaso sanitário SF0,9% estéril, repetindo-se quantas vezes for
e evacuar usando o vaso normalmente. Esta necessário, até interrupção da drenagem.
sacola não permite a contaminação com a água Cobertura da incisão é recomendável para evitar
presente no vaso e facilita a coleta das fezes, que a secreção suje a roupa de cama e do
sendo especialmente útil para pessoas com paciente. Esta cobertura pode ser feita com uma
mobilidade reduzida e que não conseguem ficar única compressa de gaze estéril, com o mínimo
agachadas para evacuar num penico ou numa de fita adesiva ou curativo adesivo sintético. Em
folha de jornal, por exemplo. caso de indicação de cobertura em feridas limpas,
a literatura aponta vantagem para o uso de gaze
seca e esparadrapo, quando comparada com
TÉCNICAS BÁSICAS: TÉCNICAS DE CURATIVO materiais sintéticos. As coberturas devem ser
No momento do trauma são interrompidas as limitadas somente ao local da incisão. Coberturas
conexões vasculares e nervosas, sendo que, semi-oclusivas (filmes plásticos) são
quanto mais extenso o traumatismo, maior é o parcialmente permeáveis e impedem o contato
número de elementos lesados. Podem ser com substâncias contaminadas, podendo ser
encontrados nas feridas tecidos desvitalizados, utilizadas neste tipo de feridas, especialmente
sangue extravasado, microorganismos ou corpos quando é utilizada sutura intradérmica. Seu fator
estranhos, como terra, fragmento de madeira, limitante é o aumento de custos.
vidro e outros, dependendo do tipo de acidente e
do agente causal. FERIDAS INFECTADAS: o processo de
cicatrização só será iniciado quando o agente
Após lesão tecidual de qualquer natureza, o
agressor for eliminado e o exsudato e os tecidos
organismo desencadeia a cicatrização,
desvitalizados retirados. Fundamental nesta
considerado um processo extremamente
situação é a limpeza meticulosa. O excesso de
complexo, composto de uma série de estádios,
exsudato deve ser removido, juntamente com
interdependentes e simultâneos, envolvendo
exotoxinas e debris, pois a presença desses
fenômenos químicos, físicos e biológicos.
componentes pode retardar o crescimento celular
Conforme a intensidade do trauma, a ferida pode e prolongar a fase inflamatória, o que prejudica a
ser considerada superficial, afetando apenas as formação do tecido de granulação. A limpeza
estruturas de superfície, ou grave, envolvendo pode ser realizada com SF0,9% estéril com
vasos sangüíneos mais calibrosos, músculos, auxílio de gaze ou seringa, até o final do processo
nervos, fáscias, tendões, ligamentos ou ossos. infeccioso, e os curativos deverão ser trocados
Independentemente da etiologia da ferida, a sempre que saturados. O uso da SF0,9% limpa e
cicatrização segue um curso previsível e umedece a ferida, favorecendo a formação do
contínuo, sendo dividida didaticamente em três tecido de granulação, amolecendo os tecidos
fases (fase inflamatória, fase proliferativa e fase desvitalizados e favorecendo o debridamento
de maturação). autolítico. As soluções anti-sépticas, em sua
maioria, não são indicadas para feridas abertas,
O cuidado com feridas traumáticas é por apresentar aumento das reações
determinado pela forma como são tratadas. Cada inflamatórias e dificultar o processo de
tipo de fechamento da ferida tem um efeito sobre cicatrização. Existem alguns fatores que
a cicatrização. Pode ocorrer cicatrização por interferem no processo de cicatrização. Alguns
primeira, segunda ou terceira intenção. fatores sistêmicos são: oxigenação e perfusão
tecidual deficientes; distúrbios nutricionais;
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
presença de infecção; distúrbios do sistema • Usar gaze uma só vez;
hematopoiético; distúrbios metabólicos e • Lavar a ferida com SF 0,9% em jato,
hidroeletrolíticos; distúrbios neurológicos; usando um frasco de SF0,9% de 250 ml
tabagismo; distúrbios de coagulação; distúrbios furado com uma agulha 25/8, a fim de
vasculares; imunossupressão; falência renal; uso promover pressão suficiente para remover
de corticosteróides; radioterapia e quimioterapia; o exsudato da ferida e eventuais corpos
idades extremas e doenças crônicas. Fatores estranhos;
locais também são importantes: presença de • Secar a pele ao redor da ferida sem tocar
infecção; presença de corpos estranhos, tecidos no leito desta;
necróticos e crostas; ressecamento; edema; • Adequar o curativo ao tamanho da ferida;
pressão, fricção e cisalhamento; localização da • Remover ao máximo as secreções, corpo
ferida. estranho e tecido necrótico;
• Fechar os curativos primários cobertos
CARACTERÍSTICAS DE UM CURATIVO IDEAL: com gaze ou compressa, fazendo uma
proteção da pele do paciente com adesivo
• Manter a umidade no leito da ferida; microporoso e vedar com esparadrapo
• Manter a temperatura em torno de 37o C comum, para manter o meio úmido;
no leito da ferida; • Observar e anotar o aspecto da lesão e o
• Absorver o excesso de exsudato, curativo realizado, na papeleta e no
mantendo uma umidade ideal; instrumento de evolução de feridas.
• Prevenir a infecção, devendo ser
impermeável a bactérias; Tipos de Curativos:
• Permitir sua remoção sem causar traumas O Tipo de curativo a ser realizado varia de acordo
no tecido neoformado; com a natureza, a localização e o tamanho da
• Não deixar resíduos no leito da ferida; ferida. Em alguns casos é necessária uma
• Limitar a movimentação dos tecidos em compressão, em outros lavagem exaustiva com
torno da ferida; solução fisiológica e outros exigem imobilização
• Proteger contra traumas mecânicos. com ataduras. Nos curativos em orifícios de
drenagem de fístulas entéricas a proteção da pele
Curativos que utilizam coberturas auto-aderentes sã em torno da lesão é o objetivo principal.
(à base de hidrocolóides, filme transparente)
dispensam o uso de instrumental (pacote de Curativo semi-oclusivo: Este tipo de curativo é
curativo). Recomendam-se luvas de absorvente, e comumente utilizado em feridas
procedimento, uma vez que o leito da ferida não cirúrgicas, drenos, feridas exsudativas,
vai ser tocado. Após a limpeza da lesão com absorvendo o exsudato e isolando-o da pele
SF0,9% em jato, secar a pele em volta da ferida adjacente saudável.
e aplicar a cobertura que deverá cobrir 2 cm de
pele íntegra em torno da lesão. Curativo oclusivo: não permite a entrada de ar
ou fluídos, atua como barreira mecânica, impede
Curativos primários (alginato de cálcio, carvão a perda de fluídos, promove isolamento térmico,
ativado) ficam em contato direto com a lesão e veda a ferida, a fim de impedir enfisema, e
exigem uma cobertura. Deve-se usar formação de crosta.
obrigatoriamente luvas estéreis no momento da
manipulação da placa e da adaptação dela no Curativo compressivo: Utilizado para reduzir o
leito da ferida. fluxo sanguíneo, promover a estase e ajudar na
aproximação das extremidades da lesão.
PROCEDIMENTO:
• Lavar as mãos com a técnica correta e Curativos abertos: São realizados em
fazer antissepsia com álcool glicerinado ferimentos que não há necessidade de serem
antes e após o procedimento; ocluídos. Feridas cirúrgicas limpas após 24 horas,
• As pinças usadas durante o curativo cortes pequenos, suturas, escoriações, etc, são
devem estar com as pontas para baixo, exemplos deste tipo de curativo.
prevenindo a contaminação;
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Classificação do Curativo de acordo com o • Nunca colocar o material sobre a cama do
Tamanho da Ferida: paciente e sim sobre a mesa auxiliar, ou carrinho
Curativo pequeno: curativo realizado em ferida de curativo. O mesmo deve sofrer desinfecção
pequena: aproximadamente 16 cm2. (ex: após cada uso;
cateteres venosos e arteriais, cicatrização de • Todo curativo deve ser realizado com a seguinte
coto umbilical, fístulas anais, flebotomias e/ou paramentação: luva, máscara e óculos.
subclávia/jugular, hemorroidectomia, pequenas Em caso de curativos de grande porte e curativos
incisões, traqueotomia, cateter de diálise e infectados (escaras infectadas com áreas
intermitente). extensas, lesões em membros inferiores, e ferida
Curativo Médio: curativo realizado em ferida cirúrgica infectada) usar também o capote como
média, variando de 16,5 a 36 cm2. (ex: Cesáreas paramentação;
infectadas, incisões de dreno, lesões cutâneas, Quando o curativo for oclusivo deve-se anotar no
abscessos drenados, escaras infectadas, outros esparadrapo a data, a hora e o nome de quem
especificar). realizou o curativo.
Curativo grande: curativo realizado em ferida
grande, variando de 36,5 a 80 cm2. (ex: Incisões Cuidados importantes:
contaminadas, grandes cirurgias – incisões • Em portadores de ostomias e fístulas utilizar
extensas (cirurgia torácica, placa protetora e TCM na proteção da pele nas
cardíaca), queimaduras (área e grau), áreas adjacentes à ferida;
toracotomia com drenagem, úlceras infectadas,
• Não comprimir demasiadamente com ataduras
outros).
e esparadrapos o local da ferida a fim de garantir
Curativo Extra Grande: curativo realizado em
boa circulação;
ferida grande, com mais de 80 cm2 (ex: Todas as
ocorrências de curativos extragrandes deverão • As compressas e ataduras deverão ser
obrigatoriamente constar de justificativa médica). colocadas em saco plástico protegidos e jogar no
Técnica de Curativo: hamper de roupa do paciente. Quando este
material estiver com grande quantidade de
Normas Gerais: secreção, deve-se colocar em saco plástico e
• Lavar as mãos antes e após cada curativo, desprezar;
mesmo que seja em um mesmo paciente; • Trocar os curativos úmidos quantas vezes forem
• Verificar data de esterilização nos pacotes necessárias, o mesmo procedimento deve ser
utilizados para o curativo (validade usual 7 dias); adotado para a roupa de cama, com secreção do
curativo;
• Expor a ferida e o material o mínimo de tempo • Quando o curativo da ferida for removido, a
possível; ferida deve ser inspecionada quanto a sinais
• Utilizar sempre material esterilizado; flogísticos. Se houver presença de sinais de
• Se as gazes estiverem aderidas na ferida, infecção (calor, rubor, hiperemia, secreção)
umedecê-las antes de retirá-las; comunicar o S.C.I.H. e / ou a supervisora e anotar
no prontuário, colher material para cultura
• Não falar e não tossir sobre a ferida e ao
conforme técnica;
manusear material estéril;
• Considerar contaminado qualquer material que • O curativo deve ser feito após o banho do
toque sobre locais não esterilizados; paciente, fora do horário das refeições;
• O curativo não deve ser realizado em horário de
• Usar luvas de procedimentos em todos os limpeza do ambiente, o ideal é após a limpeza;
curativos, fazendo-os com pinças (técnica • Em feridas em fase de granulação realizar a
• asséptica); limpeza do interior da ferida com soro fisiológico
• Utilizar luvas estéreis em curativos de em jatos, não esfregar o leito da ferida para não
cavidades ou quando houver necessidade de lesar o tecido em formação.
• contato direto com a ferida ou com o material
• Os drenos devem ser de tamanho que permitam
que irá entrar em contato com a ferida;
a sua permanência na posição vertical, livre de
• Se houver mais de uma ferida, iniciar pela dobras e curva;
menos contaminada;
• Mobilizar dreno conforme prescrição médica;
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
• Em úlceras arteriais e neuropatias diabética (pé Observações:
diabético) manter membro enfaixado e aquecido
com algodão ortopédico; - A evolução do curativo, bem como os materiais
gastos deverão ser anotados ao término de cada
• Em úlceras venosas, manter membro elevado.
curativo, evitando assim erros e esquecimentos
Antes de Iniciar o Curativo, deve-se realizar:
de anotações;
- Avaliação do estado do paciente,
principalmente os fatores que interferem na - Se houver mais de um curativo em um mesmo
cicatrização, fatores causais, risco de infecção; paciente anotar as informações separadas para
- Avaliação do curativo a ser realizado, cada um deles citando a localização do mesmo.
considerando-os em função do tipo de ferida; Lembre-se de:
- Orientação do paciente sobre o procedimento; • Evitar falar no momento da realização do
- Preparo do ambiente (colocar biombos quando procedimento e orientar o paciente para que faça
necessário, deixar espaço na mesa de cabeceira o mesmo;
para colocar o material a ser utilizado, fechar
janelas muito próximas, disponibilizar lençol ou • Fazer a limpeza com jatos de SF 0,9% sempre
toalha para proteger o leito e as vestes do que a lesão estiver com tecido de
paciente quando houver possibilidade de que as • granulação vermelho vivo (para evitar o atrito da
soluções escorram para áreas adjacentes); gaze);
- Preparar o material e lavar as mãos; • A troca do curativo será prescrita de acordo com
- Após estes preparativos, podemos iniciar o a avaliação diária da ferida;
curativo propriamente dito (remoção, limpeza, • Proceder a desinfecção da bandeja, carrinho, ou
tratamento, proteção). mesa auxiliar após a execução de cada curativo,
Após a realização do curativo proceder a: com solução de álcool a 70%;
• Recomposição do paciente; • Manter o Soro Fisiológico 0,9 % dentro do frasco
• Recomposição do ambiente; de origem (125 ml);
• Destinação dos materiais (colocar em sacos no • Desprezar o restante em caso de sobra;
carrinho de curativos encaminhando à C.M.E. o • O T.C.M. deve ser distribuído em frascos
mais rápido possível, ou de acordo com as pequenos estéreis, (individuais);
rotinas do Setor) • Realizar os curativos contaminados com S. F.
• Lavar as mãos; 0,9 % aquecido (morno).
Evolução: Registro do procedimento incluindo
avaliação da ferida; Após cada curativo devem Principais erros cometidos ao se realizar um
ser anotadas no prontuário do paciente as Curativo:
seguintes informações sobre a lesão:
• Usar curativo em feridas totalmente cicatrizadas;
• Localização anatômica; • Cobrir o curativo com excesso de esparadrapo;
• Tamanho e profundidade; • Trocar o curativo em excesso em feridas secas;
• Demorar a trocar o curativo de feridas
• Tipo de Tecido
secretantes;
• Presença de secreção / exsudato (quantidade, • Esquecer de fazer as anotações ou não faze-las
aspecto, odor); corretamente;
• Bordas e Pele peri-ulceral; • Não lavar as mãos entre um curativo e outro;
• Conversar durante o procedimento;
• Presença de crosta; • Misturar material de um curativo e outro, em um
• Presença de calor, rubor, hiperemia e edema. mesmo paciente;
• Não fazer desinfecção do carrinho de um
curativo para outro.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
TÉCNICAS BÁSICAS: CRIOTERAPIA E sanguíneo do local, ajudando no combate das
TERMOTERAPIA rugas e linhas de expressão, além de também
promover o aumento no metabolismo das
A crioterapia é uma técnica terapêutica que gorduras, combatendo a gordura localizada,
consiste na aplicação de frio no local e que tem flacidez e celulites.
como objetivo tratar inflamações e dores no
corpo, diminuindo sintomas como inchaço e Como é um método que interfere com a
vermelhidão, já que promove a vasoconstrição, circulação de sangue, o metabolismo e fibras
diminuindo o fluxo sanguíneo local, diminui a nervosas da pele, as contraindicações do uso de
permeabilidade das células e o edema. gelo devem ser respeitadas pois, quando a
técnica é utilizada de forma inadequada, pode
Apesar de ser muito utilizado no tratamento e prejudicar a saúde da pessoa, agravando
prevenção de lesões, a crioterapia pode também doenças de pele e a má circulação, por exemplo.
ser realizada com fins estéticos, através do uso
de aparelhos específicos, combatendo a gordura Assim, a realização desse tipo de tratamento não
localizada, celulite e a flacidez, por exemplo. é recomendado quando há:
• Ferimentos ou doenças na pele, como
psoríase, pois o frio excessivo pode irritar
ainda mais a pele e prejudicar a
cicatrização;
• Má circulação sanguínea, como
insuficiência arterial ou venosa grave,
porque este procedimento diminui a
circulação do corpo no local onde está
sendo aplicada, e isso pode ser prejudicial
em quem já tem uma circulação alterada;
A crioterapia tem indicação em várias situações, • Doença imunológica associada ao frio,
podendo ajudar tanto no tratamento de lesões como doença de Raynaud,
infecciosas ou musculares como na sua crioglobulinemia ou até alergias, por
prevenção e no tratamento de situações exemplo, pois o gelo pode desencadear
estéticas. Assim, as principais indicações da uma crise;
crioterapia são:
• Situação de desmaio ou coma ou com
• Lesões musculares, como, por exemplo, algum tipo de retardo da compreensão, já
entorses, pancadas ou manchas roxas na que estas pessoas podem não saber
pele; informar quando o frio está muito intenso
• Lesões ortopédicas, como no tornozelo, ou causando dor.
joelho ou coluna; Além disso, caso os sintomas de dor, inchaço e
• Inflamação dos músculos e das vermelhidão no membro tratado não melhorem
articulações; com a crioterapia, deve-se procurar o ortopedista,
para que seja feita a investigação das causas e o
• Dores musculares; tratamento direcionado para cada pessoa,
• Queimaduras leves; podendo-se associar o uso de anti-inflamatórios,
por exemplo.
• Tratamento de lesões causadas pelo HPV,
devendo ser recomendado pelo A termoterapia é um recurso terapêutico
ginecologista. utilizado no processo de reabilitação que, através
de fontes de calor de origem química, elétrica,
A crioterapia e termoterapia, que utiliza o calor magnéticas e mecânica, aumentam a agitação
em vez do frio, podem ser utilizadas em conjunto molecular e consequentemente
de acordo com a lesão. Além disso, a crioterapia o metabolismo também. Através do calor,
pode ser realizada com fins estéticos, isso porque conseguimos aumentar a velocidade metabólica,
ao aplicar frio na região a ser tratada, é possível a excreção de dejetos, a vasodilatação para o
diminuir a permeabilidade das células e o fluxo aumento do aporte de oxigênio, a aceleração
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Existem métodos de indução de calor, onde pode do frio, onde possui ampla aplicabilidade também.
se dar através das seguintes características: Porém o calor tem sido usado com mais
frequência, principalmente por ser um recurso
• Condução: transferência de calor de um
que gera maior conforto e relaxamento durante a
lugar para o outro, onde a movimentação
sua aplicação, aliviando as tensões musculares e
de moléculas e átomos passam entre eles.
provocando o relaxamento profundo do paciente.
O fluxo de calor através da matéria varia
com a natureza do material e é chamado
de condutividade térmica. Apesar do alto número de estudos em torno dos
efeitos do calor e do frio em relação aos
• Convecção: as moléculas se movimentam tratamentos de reabilitação, ainda não se tem
transferindo energia térmica, assim como comprovação de qual recurso possa ser mais
acontece com líquidos e gases. eficaz em relação aos benefícios, uma vez que
• Radiação: é a conversão da energia ambos possuem ação analgésica, anti-
térmica em radiação eletromagnética. A inflamatória e cicatrizante, porém o frio produz a
quantidade de radiação produzida vasoconstrição e o calor produz a vasodilatação,
depende da temperatura da estrutura. O onde ambos são necessários no processo de
comprimento de onda também dependerá recuperação tecidual. Dependendo da forma de
da temperatura da estrutura, de modo que lesão, acaba se indicando o frio ou calor, afim de
as temperaturas mais altas produzem promover os melhores efeitos para o seu
comprimentos de ondas menores e com processo de recuperação. Muitos estudos estão
mais energia. em fase de desenvolvimento, afim de buscar
melhores conclusões em relação aos recursos da
Os recursos da termoterapia são classificados termoterapia.
em superficiais e profundos. Dentre os recursos
classificados como calor superficial, podemos NEBULIZAÇÃO, OXIGENOTERAPIA E
citar as lâmpadas infravermelhas, compressas e SONDAGENS
bolsas quentes, banhos de parafina, turbilhões ou
imersão aquecidas. Nesse caso, é muito utilizado A nebulização é um procedimento terapêutico
para diminuir a dor e provocar efeitos analgésicos que desentope as vias aéreas, possibilitando a
nas condições subagudas. Nos recursos para passagem do ar mais rapidamente e aliviando os
aplicação de calor profundo, podemos citar a sintomas incômodos, como chiado e respiração
diatermia de micro-ondas, diatermia de ondas curta, proporcionando a sensação de alívio e
curtas e o ultra-som. Nesse caso, é muito bem-estar ao paciente.
utilizado para a cicatrização tecidual e maior Geralmente, a obstrução das vias respiratórias é
relaxamento estrutural. causada pelo excesso de mucos nessa região,
As indicações para a aplicação de calor profundo dificultando a entrada e a saída de ar. A
são as condições inflamatórias crônicas e inflamação acomete especialmente o trato aéreo
subagudas, dor crônica ou subaguda, ADM inferior, em decorrência de doenças, como asma
diminuída, pontos-gatilho miofasciais, proteção e vários tipos de bronquite, podendo ser aguda
muscular, espasmo muscular, tensão muscular ou crônica.
subaguda, torção ligamentar Esse método é bastante usado em enfermarias
e contusão subaguda. Porém se contraindica o de hospitais. No entanto, ele se tornou bastante
calor quando apresentar condições popular nas últimas décadas em virtude da
musculoesqueléticas agudas, circulação popularização dos aparelhos nebulizadores.
prejudicada, doença vascular periférica, Sendo assim, é possível realizar a nebulização
anestesia da pele, feridas ou problemas de pele. mesmo em casa, sem a necessidade de ter que ir
Devido aos resultados que a termoterapia a clínicas e consultórios.
oferece, ela tem sido muito indicada para que o A nebulização é uma metodologia que possibilita
paciente faça o uso da termoterapia superficial a inspiração de um vapor contendo uma solução
em casa, afim de auxiliar no tratamento medicamentosa, geralmente corticoides e
fisioterapêutico para se obter melhores broncodilatadores de rápido efeito
resultados. Porém, também pode ser utilizada descongestionante. Esse gás vai chegar ao trato
a crioterapia, que é o tratamento térmico através respiratório e desentupir a mucosidade presente
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
na região que está dificultando a passagem do ar. O nebulizador tem a capacidade de transformar
soluções medicamentosas (líquidos) em vapor,
Trata-se de um tipo de aerossolterapia ou
tornando a absorção muito mais rápida e
oxigenioterapia. A nebulização parte do princípio
eficiente. Isso acontece porque o vapor consegue
da inalação de vapores como via
passar pelas vias respiratórias e chegar
medicamentosa. Essa técnica é amplamente
diretamente aos brônquios e pulmões mais
indicada para o tratamento de doenças
facilmente e rapidamente. Logo, há uma maior
respiratórias agudas ou crônicas.
eficiência na atuação do princípio farmacêutico da
O tratamento dura cerca de 15 a 30 minutos e medicação.
apresenta uma ação rápida, em comparação com
Trata-se de uma maneira mais ágil e eficaz de
a ingestão de medicamentos via oral, por
tratar as doenças respiratórias. Afinal, a
exemplo. Além disso, há menos efeitos
administração da medicação via oral demanda
colaterais. De qualquer forma, a posologia deve
mais tempo até ser processada pelo organismo e
ser recomendada por um médico especialista.
começar a fazer efeito. E diante de sintomas tão
Não é indicado administrar remédios via
desconfortáveis quanto os causados por
nebulização sem a prescrição de um profissional
problemas respiratórios, tudo o que o paciente
da área da saúde.
quer é ter alívio o mais rápido possível,
O que é um nebulizador? especialmente perante os sintomas causados
Os nebulizadores são aparelhos utilizados para pela bronquite e pela asma.
a prática da nebulização. Esses equipamentos Os medicamentos mais comuns de serem
produzem o aerossol, uma espécie de vapor ou administrados pelo nebulizador são o soro
gás que contém uma suspensão de material fisiológico, corticoide e soluções
sólido ou líquido, mas sob a forma de pequenas broncodilatadoras. Eles atuam umidificando as
partículas. O tratamento costuma ser chamado vias aéreas, fluidificando e amolecendo as
de aerossolterapia (ou terapia de nebulização). secreções, de modo que elas possam ser
Nesse sentido, o nebulizador viabiliza eliminadas pelo organismo.
a administração de determinados fármacos por O uso do nebulizador alivia a falta de ar e ajuda o
via inalatória, na sua maioria, medicamentos de paciente a ter uma respiração normal. Esse
natureza corticoide ou broncodilatadora, aparelho é essencial em pessoas que estão
destinados para desobstruir as vias nasais sofrendo com crises de bronquite e asma e
respiratórias e pulmão. apresentam grande dificuldade para respirar.
Essa medicação é recomendada para o Além disso, a nebulização, quando feita com
tratamento das seguintes complicações: frequência, também atua na prevenção da falta de
ar e reduz o risco de chiados no peito.
• gripe ou resfriado;
O nebulizador transforma o fármaco do remédio
• doença pulmonar obstrutiva crónica; em vapor, sem perder os seus princípios ativos.
• tosse com chiado; Os medicamentos mais recomendados pelos
médicos para serem utilizados no nebulizador
• bronquite; (aerossolterapia) são:
• bronquiolite; • soro fisiológico e soro hipertônico;
• bronquiectasia, • broncodilatadores: relaxam o músculo e
• pneumonia. dilatam as vias aéreas, facilitando a
passagem de ar;
O nebulizador é utilizado para aliviar rapidamente
os sintomas respiratórios e estabilizar o paciente • beta2-agonistas: relaxam do músculo liso
com mais agilidade. No entanto, ele também é e causam a dilatação dos brônquios;
usado com a finalidade de administrar certos • anti-inflamatórios esteroides: atuam como
tipos de medicamentos que têm a indicação corticosteroides;
somente por meio da nebulização, ou quando
eles não conseguem usar outros sistemas de • anti-inflamatórios: reduzem a inflamação
inalação. das vias respiratórias;
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
• mucolíticos: umedecem o muco e reduzem O tipo de oxigenoterapia depende do grau do
a solidificação das secreções; desconforto respiratório de uma pessoa e dos
sinais de hipóxia, sendo que pode ser
• antibióticos: têm a função principal de
recomendado o uso de cateter nasal, máscara
combater e prevenir infecções;
facial ou de Venturi. Em alguns casos, pode ser
• antifúngicos e iloprost: reduzem o risco de indicado o CPAP para facilitar a entrada de
proliferação de fungos e atuam na oxigênio nas vias respiratórias.
umidificação das vias aéreas.
Existem vários tipos de oxigenoterapia que são
• O nebulizador e o inalador são aparelhos classificados de acordo com as concentrações de
que apresentam a mesma função, ou seja, oxigênio que são liberadas, sendo que o médico
garantir a inalação dos medicamentos vai recomendar o tipo de acordo com as
para que eles cheguem rapidamente até necessidades da pessoa, assim como o grau de
as vias respiratórias, pulmões e brônquios. desconforto respiratório e se a pessoa apresenta
• Ou seja, o vapor chega até o pulmão e é sinais de hipóxia, como boca e dedos arroxeados,
rapidamente absorvido pelos brônquios suor frio e confusão mental. Desta forma, os
pulmonares, acelerando o efeito do principais tipos de oxigenoterapia podem ser:
medicamento. O intuito é promover um 1. Sistemas de baixo fluxo
tratamento mais rápido e trazer o alívio dos
Este tipo de oxigenoterapia é recomendado para
sintomas desconfortáveis.
pessoas que não necessitam de grande
• A diferença entre os aparelhos está no quantidade de oxigênio e através destes sistemas
tamanho. Nesse sentido, o inalador é é possível fornecer oxigênio para as vias aéreas
menor e traz mais praticidade, podendo em um fluxo de até 8 litros por minuto ou com
ser transportado facilmente. Por outro um FiO2, chamado de fração de oxigênio
lado, o nebulizador costuma ser maior e inspirado, de 60%. Isso significa que do ar total
mais pesado. que a pessoa vai inspirar, 60% será de oxigênio.
• No entanto, apesar de terem nomes Os dispositivos mais usados neste tipo são:
diferentes, muitos se referem aos termos
• Cateter nasal: é um tubo de plástico com
como sinônimos e dizem respeito ao
duas saídas de ar que devem ser
mesmo equipamento. Muitos defendem
colocadas nas narinas e em média, servem
que o termo nebulizador foi sendo
para oferecer oxigênio a 2 litros por minuto;
substituído pelo inalador.
• Cânula nasal ou cateter tipo óculos: se
A OXIGENOTERAPIA consiste na administração
constitui como um pequeno tubo fino com
de oxigênio em uma quantidade maior do que se
dois orifícios em sua extremidade e é
encontra no ambiente normal e tem como objetivo
introduzido na cavidade nasal a uma
garantir a oxigenação dos tecidos do corpo.
distância equivalente ao comprimento
Algumas condições podem levar à redução da
entre o nariz e a orelha e é capaz de ofertar
oferta de oxigênio para os pulmões e
oxigênio até 8 litros por minuto;
tecidos, como ocorre na doença pulmonar
obstrutiva crônica, conhecida como DPOC, • Máscara facial: consiste em uma máscara
ataque de asma, apneia do sono e pneumonia e de plástico que deve ser colocada sobre a
por isso, nestes casos, pode ser necessário a boca e nariz e funciona para disponibilizar
oxigenoterapia. oxigênio em fluxos mais altos que os
cateteres e cânulas nasais, além de servir
Esta terapia é indicada por um clínico geral ou
para pessoas que respiram mais pela
pneumologista depois de verificar baixo nível de
boca, por exemplo;
oxigênio no sangue, através da realização da
gasometria arterial, que é um exame de sangue • Máscara com reservatório: é uma
coletado da artéria do pulso, e da oximetria de máscara com uma bolsa inflável acoplada
pulso, que é feita por meio da observação da e com capacidade de armazenar até 1 litro
saturação de oxigênio e deve estar acima de de oxigênio. Existem modelos de
90%. Saiba mais como é feita a oximetria de máscaras com reservatório, chamadas
pulso. máscara sem reinalação, que possuem
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
uma válvula que impede que a pessoa inspire Diferente dos outros tipos, esta técnica não é
dióxido de carbono; usada para ofertar oxigênio extra, mas serve para
facilitar a respiração através da reabertura dos
• Máscara de traqueostomia: equivale a
alvéolos pulmonares, melhorando a troca gasosa
um tipo de máscara de oxigênio especifica
e diminuindo o esforço respiratório e é
para pessoas que têm traqueostomia, que
recomendada para pessoas com apneia do sono
é uma cânula introduzida na traqueia para
e que têm doenças cardiorrespiratórias.
respiração.
E ainda, existem vários tipos de máscaras de VNI
• Além disso, para que o oxigênio seja
que podem ser utilizadas em casa e variam de
absorvido pelos pulmões de maneira
acordo com o tamanho da face e da adaptação de
adequada é importante que a pessoa não
cada pessoa, sendo o CPAP o tipo mais comum.
tenha obstruções e nem secreções no
Confira mais o que é CPAP e como usar.
nariz e também, para evitar o
ressecamento da mucosa das vias Para que serve
respiratórias é necessário utilizar A oxigenoterapia é recomendada por um médico
umidificação quando o fluxo de oxigênio é para aumentar a disponibilidade de oxigênio nos
acima de 4 litros por minuto. pulmões e tecidos do corpo, diminuindo os efeitos
2. Sistemas de alto fluxo negativos da hipóxia, e deve ser feita quando a
pessoa apresenta saturação de oxigênio abaixo
• Os sistemas de alto fluxo são capazes de
de 90%, pressão parcial de oxigênio, ou PaO2,
fornecer uma alta concentração de
menor que 60 mmHg, ou quando se apresenta
oxigênio, acima do que uma pessoa é
algumas condições como:
capaz de inspirar e é indicado em casos
mais graves, em situações de hipóxia • Insuficiência respiratória aguda ou crônica;
provocada por insuficiência respiratória, • Doença pulmonar obstrutiva crônica;
enfisema pulmonar, edema agudo de
pulmão ou pneumonia. Veja mais o que é • Enfisema pulmonar;
hipóxia e possíveis sequelas se não • Ataque de asma;
tratada.
• Intoxicação por monóxido de carbono;
• A máscara de Venturi é a maneira mais
comum deste tipo de oxigenoterapia, • Apneia obstrutiva do sono;
sendo que possui diferentes adaptadores • Envenenamento por cianeto;
que servem para oferecer níveis de
oxigênio exatos e diferentes, de acordo • Recuperação pós-anestésica;
com a cor. Por exemplo o adaptador rosa • Parada cardiorrespiratória.
oferta 40% de oxigênio em uma
Este tipo de terapia também é indicada nos casos
quantidade de 15 litros por minuto. Esta
de infarto agudo do miocárdio e angina do peito
máscara possui orifícios que permitem o
instável, pois o oferecimento de oxigênio pode
escape do ar expirado, que contém o
diminuir os sinais de hipóxia, causados pela fluxo
dióxido de carbono, e requer umidificação
de sangue interrompido, elevando os níveis de
para não causar ressecamento das vias
oxigênio no sangue e, consequentemente, nos
respiratórias.
alvéolos do pulmão.
3. Ventilação não invasiva
Em alguns casos, pessoas que possuem alguma
A ventilação não invasiva, também conhecida doença respiratória crônica, como a DPOC,
como VNI, consiste em um suporte ventilatório precisam utilizar de suporte de oxigênio durante
que utiliza a pressão positiva para facilitar a 24 horas por dia e por isso pode-se utilizar a
entrada de oxigênio nas vias respiratórias. Esta oxigenoterapia em casa. Esta terapia é feita em
técnica é indicada pelo pneumologista e pode ser casa através de cateter nasal, colocado nas
realizada por um enfermeiro ou fisioterapeuta em narinas, e o oxigênio é oferecido a partir de um
pessoas adultas com desconforto respiratório e cilindro, que é um recipiente de metal onde o
que estão com frequência respiratória acima de oxigênio é armazenado e somente deve ser
25 respirações por minuto ou saturação de administrado a quantidade prescrita pelo médico.
oxigênio abaixo de 90%.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Os cilindros de oxigênio são disponibilizados por PROCEDIMENTOS
programas específicos do SUS ou podem ser 1. orientação ao paciente sobre o procedimento
alugados em empresas de produtos médico-
hospitalar e também podem ser transportados 2. lavagem das mãos
através de um suporte com rodinhas, podendo 3. reunir o material e levar até o paciente: sonda,
ser levado para locais diferentes. Entretanto, ao copo com água, seringa de 20 ml,
utilizar os cilindros de oxigênio são necessários
alguns cuidados como não fumar enquanto usar gazes, lubrificante hidrossolúvel (xylocaína
o oxigênio, manter o cilindro longe de qualquer geleia) esparadrapo, estetoscópio e luvas.
chama e protegido do sol. 4. posicionar o paciente em Fowler ou decúbito
E também, a pessoa que faz uso de oxigênio em dorsal
casa precisa ter acesso a aparelhos de oximetria 5. medir o comprimento da sonda: da ponta do
de pulso para verificar a saturação e no caso da nariz até a base da orelha e descendo até o final
pessoa apresentar sinais como lábios e dedos do esterno, marcando-se com uma tira de
arroxeados, tonturas e desmaios deve-se esparadrapo
procurar imediatamente um hospital, pois pode
estar com baixo nível de oxigênio no sangue. 6. Aplicar spray anestésico na orofaringe para
facilitar a passagem e reprimir o reflexo do
SONDAGENS
vômito.
Sondagem Gastrointestinal
7. lubrificar cerca dos 10 cm. iniciais da sonda
As sondas gastrointestinais podem ser: com uma substância solúvel em água (K- Y gel),
1 – Nasogástrica; pela boca. introduzir por uma narina, e após a introdução da
parte lubrificada, flexionar o pescoço de tal forma
2 – Orogástrica; pelo nariz. que o queixo se aproxime do tórax. Solicitar para
• Indicações: descompressão do estômago e o paciente que faça movimentos de deglutição,
intestino delgado, administração de medicações, durante a passagem da sonda pelo esôfago,
administração de nutrição enteral e lavagem observando se a mesma não está na cavidade
gástrica. bucal.
A passagem de sonda gastrointestinal é a
inserção de uma sonda plástica ou de borracha,
flexível, podendo ser curta ou longa, pela boca Sondagem Vesical
(orofaríngea) ou nariz (nasofaríngea), com a
finalidade de: Quando a urina não pode ser eliminada
naturalmente, deve ser drenada artificialmente
A Sonda Nasogástrica -> é um tubo de cloreto através de sondas ou cateteres que podem ser
de polivinila (PVC) que, quando prescrito pelo introduzidos diretamente na bexiga, ureter ou
médico para drenagem ou alimentação por pelve renal.
sonda, deve ser tecnicamente introduzido desde
as narinas até o estômago.
A passagem de sonda gastrointestinal é a
inserção de uma sonda de plástico ou de
borracha, flexível, pela boca ou pelo nariz, cujos
objetivos são:
1. descomprimir o estômago
2. remover gás e líquidos
3. diagnosticar a motilidade intestinal
4. administrar medicamentos e alimentos
5. tratar uma obstrução ou um local com
sangramento
6. obter conteúdo gástrico para análise
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
A sondagem vesical é a introdução de uma sonda PROCEDIMENTO
ou cateter na bexiga, que pode ser realizada Quanto ao material necessário: pacote
através da uretra ou por via supra-púbica, e tem esterilizado contendo: cuba rim, campo
por finalidade a remoção da urina. fenestrado, pinça, gaze, ampola de água
Suas principais indicações são: obtenção de destilada, seringa de 10 ml e cuba redonda, e
urina asséptica para exame, esvaziar bexiga em ainda: sonda vesical, luvas esterilizadas, frasco
pacientes com retenção urinária, em preparo com solução antisséptica (PVPI), saco plástico,
cirúrgico e mesmo no pós operatório, para recipiente para a coleta de urina e lubrificante
monitorizar o débito urinário horário e em (xylocaína esterilizada). De início devemos ao
pacientes inconscientes, para a determinação da paciente uma orientação sobre as necessidades
urina residual ou com bexiga neurogênica que e técnicas. Após lavagem adequada das mãos,
não possuam um controle esfincteriano deve-se reunir todo o material necessário para o
adequado. procedimento. O isolamento do paciente nos
quartos comunitários é humano. Quanto à melhor
A sondagem vesical pode ser dita de alívio,
posição, é para as mulheres a ginecológica e para
quando há a retirada da sonda após o
os homens o decúbito dorsal com as pernas
esvaziamento vesical, ou de demora, quando há
afastadas. Após a abertura do pacote de
a necessidade de permanência da mesmo.
cateterismo, calçar luvas estéreis. Nas mulheres,
Nestas sondagens de demora, a bexiga não se
realizar antissepsia da região pubiana, grandes
enche nem se contrai para o seu esvaziamento,
lábios e colocar campo fenestrado; entreabrir os
perdendo com o tempo, um pouco de sua
pequenos lábios e fazer antissepsia do meato
tonicidade e levando à incapacidade de
uretral, sempre no sentido uretra-ânus, levando
contração do músculo detrursor; portanto antes
em consideração de que a mão em contato com
da remoção de sonda vesical de demora, o
esta região é contaminada e não deve voltar para
treinamento com fechamento e abertura da
o campo ou sonda. Introduzir a sonda lubrificada
sonda de maneira intermitente, deve ser
no meato urinário até a verificação da saída de
realizada para a prevenção da retenção urinária.
urina. Se for uma sonda de Foley, insuflar o balão
Quando há a necessidade de uma sonda de de segurança com água destilada, obedecendo o
demora, é imperativo a utilização de um sistema volume identificado na sonda. Conectar à
fechado de drenagem, que consiste de uma extensão, fixar a sonda e reunir o material
sonda ou cateter de demora, um tubo de conexão utilizado. Se for uma sonda de alívio, aguardar
e uma bolsa coletora que possa ser esvaziada esvaziar a bexiga e remover imediatamente a
através de uma valva de drenagem, tudo isto para sonda.
a redução do risco de infecção (ilustração
Nos homens, após a antissepsia da região
abaixo).
púbica, realiza-se o mesmo no pênis, inclusive a
O risco de infecção é inerente ao procedimento; glande com movimentos circulares, e para a
a colonização bacteriana ocorre na metade dos passagem do cateter, traciona-se o mesmo para
pacientes com sonda de demora por duas cima, introduzindo-se a sonda lentamente.
semanas e praticamente em todos os pacientes
Nas sondagens vesicais de demora, com o
após seis semanas de sondagem. Sabe-se que
sistema de drenagem fechado, deve-se observar
as infecções do trato urinário são responsáveis
algumas regras para diminuição do risco de
por um terço de todas as infecções hospitalares,
infecção do trato urinário: nunca elevar a bolsa
e que na grande maioria das vezes existiu um
coletora acima do nível vesical; limpeza completa
procedimento invasivo do trato urinário, pois
duas vezes ao dia ao redor do meato uretral;
nesses procedimentos os microrganismos podem
ter acesso ao trato urinário através da uretra no
momento da sondagem, através da delgada
camada de líquido uretral externo à sonda e
através da luz interna da sonda após
contaminação. Este índice de infecção acontece
mesmo com a obediência de todos os preceitos
de uma boa técnica de sondagem vesical.
Conhecimentos Específicos – Técnico em Enfermagem
Sondagem Nasogástrica (SNG) Sonda de MOSS: é uma sonda de
descompressão gástrica de 90 cm de
A passagem de sonda nasogástrica é a inserção
comprimento, três luzes e somente um balão que
de uma sonda plástica ou de borracha, flexível,
serve para fixar a sonda ao estômago quando
podendo ser curta ou longa, pela boca ou nariz.
inflado. O cateter de descompressão serve para
Ela tem a finalidade de: descomprimir o aspiração gástrica e esofagiana, como também
estômago e remover gás e líquidos; diagnosticar para lavagem. A terceira luz é uma via para
a motilidade intestinal; administrar medicamentos alimentação duodenal;
e alimentos; tratar uma obstrução ou um local
Sonda S-B: é usada para tratar sangramento de
com sangramento; obter conteúdo gástrico para
varizes esofagianas. Tem 3 luzes e 2 balões;
análise.
duas das luzes são utilizadas para inflar os
Condições ou necessidades que requerem balões, enquanto a terceira é usada para lavagem
utilização de sonda: gástrica e para monitorizar o sangramento.
–Preparação pré-operatória com dieta elementar; Técnica de Sondagem com Sonda Levine
–Problemas gastrintestinais com dieta elementar; Material:
– Terapia para o câncer; • Sonda gástrica LEVINE (mulher 14 a 16, homem
– Cuidado na convalescença; 16 a 18);
Vigilância de saúde
Essa proposta visa: problemas de saúde,
respostas sociais, correspondência entre
níveis de determinação e níveis de
intervenção (controle de causas, de riscos e
danos), práticas sanitárias (promoção,
proteção e assistência).
Seus principais aspectos: intervenção sobre os
problemas de saúde; mais atenção a problemas
que requerem maior acompanhamento; relação
entre as ações promocionais, preventivas e
curativas; atuação entre setores e ações sobre
território.
Estratégia de Saúde da Família- ESF
O PSF (Programa de Saúde da Família), a
princípio como parte do modelo Sanitarista de
campanhas, foi modificado para um modelo
assistencial.
Foi criado como uma estratégia para a
reorientação da atenção básica e permitindo
inclusão entre as propostas alternativas.
Hoje, o sistema de saúde brasileiro é
uma relação entre os mais diversos modelos
assistenciais, com maior vinculação aos
modelos hegemônicos, médico assistencial
privatista e modelo assistencial sanitarista. Em
contrapartida, também busca a construção de
modelos alternativos.