Você está na página 1de 13

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE TECNOLOGIA DE CURITIBA - UNIFATECPR

CURSO DE ENFERMAGEM

ANA FANTIN, ANA BEATRIZ, EVELIN M, MARIA EDUARDA, WANIA ALVES

DIREITOS HUMANOS DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM


Ética aplicada a enfermagem

Curitiba
2022
ANA FANTIN, ANA BEATRIZ, EVELIN M, MARIA EDUARDA, WANIA ALVES

DIREITOS HUMANOS DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM


Ética aplicada a enfermagem

Trabalho apresentado para a Disciplina de


ética aplicada a enfermagem, pelo Curso
de enfermagem do centro universitário de
tecnologia de Curitiba (UNIFATECPR),
ministrada pela Prof.ª Janete Pessuto
Simonetti.

CURITIBA
2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3
2 DIREITOS VINCULADOS AO TRABALHO DE ENFERMAGEM ............................ 4
2.1 direitos a não ser submetido a tratamento cruel, desumano ou degradante 6
2.1.1 direitos a não ser discriminado ...................................................................... 7
2.1.1.1 direitos a privacidade.................................................................................... 8
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 9
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 10
3

1 INTRODUÇÃO

No presente trabalho direcionado a disciplina de ética aplicado a enfermagem,


é abordado sobre os direitos humanos dos profissionais de enfermagem, incluindo
os direitos destes profissionais vinculados ao seu trabalho, assim como seu direito
de não ser submetido a tratamento cruel, desumano ou degradante, a não
descriminação e seus direitos a privacidade.
4

2 DIREITOS VINCULADOS AO TRABALHO DE ENFERMAGEM

Desde a década de 80, os profissionais da área assistencial de saúde


começaram a discutir sobre os riscos ocupacionais que estavam relacionados as
suas atividades diárias. O mesmo tema ressurgiu durante os anos 90, entre
profissionais atuantes no controle da tuberculose, em decorrência do risco de
contaminação hospitalar. Porém, a discussão acerca deste tema pode ser
observada desde a década de 40, onde profissionais ligados à área laboratorial,
demonstravam preocupação por manusear microrganismos e materiais biológicos.
Ainda a pouco tempo atrás, a discussão a respeito dos riscos inerentes as
atividades laborais e o adoecimento de funcionários em decorrência destas, pouco
discutia-se.
Em 1988, foi criado pelo ministério da saúde através da coordenação de
saúde do trabalhador, a comissão de especialistas do trabalho, que deveriam criar
uma relação de doenças ocupacionais para uso do SUS, pericia medica e
funcionários do INSS.
Com o passar dos anos, a iniciativa privada criou a obrigatoriedade da
realização de exames admissionais, demissionais e periódicos. A norma
regulamentadora NR7, está em fase de implantação em todos os hospitais públicos.
Baseado na problemática acima citada, pesquisas foram realizadas para
verificar as adversidades relacionadas ao trabalho da enfermagem e de profissionais
da área assistencial de saúde, para observar as violações dos direitos humanos
neste âmbito. Desde os anos 2000, a OMS, “considera a violação dos direitos
humanos uma epidemia mundial”. Estes estudos identificaram os fatores principais
que impactam o cotidiano dos profissionais de enfermagem e violam seus direitos
humanos.
Segundo Toscano e Windal e Toscano e Weber, expõem que os profissionais
da saúde são mais vulneráveis a agressões, estão mais suscetíveis a situações de
risco, quando comparados a outros profissionais da área da saúde, pelo fato destes
trabalhadores estarem em contato direto com os pacientes e familiares. Há uma
quantidade expressiva de profissionais que trabalham de forma precária e com
cargas horarias exaustivas.
Pode-se concluir com base nos estudos e leituras de diversos pesquisadores
acerca deste assunto, que os trabalhadores de enfermagem são considerados um
5

grupo com vulnerabilidade acrescida e que seus direitos humanos, no ambiente


profissional são precários e suscetíveis a violências, físicas, psicológicas e até
mesmo sexual.
Cohen e Ezer, realizaram o desenvolvimento de aplicações dos direitos
humanos fundamentando que “o Estado tem a obrigação de respeitar tais direitos,
por exemplo, não estabelecer regras discriminatórias no tratamento de Profissionais
de saúde. Quanto à obrigação de proteger, tem-se a exigência direcionada ao
Estado de que proteja os profissionais de saúde de violência e abusos perpetrados
por terceiros”.
Por fim, é de suma importância a valorização do profissional de enfermagem
e a fundamentação dos seus direitos humanos acerca do respeito, proteção e da
realização.
6

2.1 direitos a não ser submetido a tratamento cruel, desumano ou degradante

Conforme o código de ética dos profissionais de enfermagem, no art 1 o


profissional tem o direito de “Exercer a Enfermagem com liberdade, segurança
técnica, científica e ambiental, autonomia, e ser tratado sem discriminação de
qualquer natureza, segundo os princípios e pressupostos legais, éticos e dos direitos
humanos”. (13)
O profissional tem o direito de se sentir seguro e respeitado no seu ambiente de
trabalho, mas o que se vê por ai é algo bem diferente. Alguns comportamentos
degradantes e cruéis são sofridos pelos profissionais de saúde seja por seus
colegas, chefia ou subordinados. Comunicação hostil, exposição a ataques,
isolamento são alguns desses comportamentos. (14).
Alguns estudos mostram o assédio moral se evidenciando cada vez mais e sendo
denominado como “terror psicológico”. Infelizmente a profissão acaba favorecendo
esse tipo de violência devido a supervalorização da hierarquia, uma estrutura rígida
e também a exposição a muitas exigências emocionais, cognitivas e físicas que
geram diversos efeitos negativos. A violência sofrida no trabalho pelos profissionais
pode resultar em sofrimento prolongado, dano psicológico, e até mesmo a morte.
(15)
Somado a isso, a síndrome de burnout está totalmente relacionada justamente a
esse tipo de violência e mais situações inerentes ao trabalho, sendo definida como
uma síndrome resultante de exaustão emocional, frustração, desgaste/perda de
recursos emocionais, auto avaliação negativa relacionada ao trabalho. A
enfermagem está mais vulnerável a esse tipo síndrome devido seu total
envolvimento com o sofrimento alheio. (16)
Outra situação que entra como tratamento desumano é a falta de um lugar
adequado para o descanso do profissional. Uma pesquisa realizada em 2015
apontou que menos da metade dos profissionais possui um local digno para o seu
descanso e ter acesso a um local apropriado para o descanso é importante para a
qualidade de vida desses profissionais. (17)
Para a garantia desse direito, tanto os profissionais devem se conscientizar
sobre os prejuízos advindos da pratica do assédio e assim a melhora na convivência
dos profissionais como também as instituições em garantir um local adequado e
garantia de um trabalho digno e livre de qualquer discriminação. (15)
7

2.1.1 direitos a não ser discriminado

Os princípios da não discriminação do profissional de enfermagem é a base


central de qualquer abordagem com base nos direitos humanos. Perante
conformidade de tais direitos “é vedada toda distinção, exclusão ou preferência
fundada na raça, cor, sexo, religião, opinião política, ascendência nacional ou origem
social, que tenha por efeito suprimir ou alterar a igualdade de oportunidade ou de
tratamento em matéria de emprego ou profissão”.
Exemplificando: profissionais com qualquer tipo de deficiência, física, mental,
entre outras, não podem ser “diminuídas” profissionalmente, quando se trata de
salários e ou outras condições. É dever do estado, assegurar que a deficiência não
seja um fator de proteções trabalhistas inferiores.
Todo o profissional de enfermagem tem direito a sua autonomia funcional e
profissional, esta autonomia deve ser respeitada por gestores, provedores de
serviços e pacientes, compondo também, a sua liberdade de religião que deve ser
respeitada, desde que não traga dano ao paciente ou o coloque em risco.
Esta autonomia que está presente em seus direitos de não ser descriminado,
demanda que o profissional tenha controle de intervenções, procedimentos e
técnicas, em seus modos de execução trabalhistas concernentes ao seu exercício
profissional, independentemente de sua religião ou princípios sócio individual, deve
ser visado um atendimento livre de danos ao paciente.
8

2.1.1.1 direitos à privacidade

O profissional tem o direito de exercer sua profissão com privacidade e


conforme o art21 do código de ética profissional pode se negar a ser filmado,
fotografado e exposto em mídias sociais durante o desempenho de suas atividades
profissionais. (13)
No mesmo sentido, o profissional tem o direito de não fornecer informações que são
pertinentes ao seu trabalho, exceto em casos de justiça. O que também acaba
sendo um direito do paciente em não se expor ainda mais. (14)
9

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No brasil, ainda se faz pouco introduzida a cultura dos direitos humanos nos
cuidados de saúde, referenciando os profissionais da enfermagem, esta escassez
pode ser observada na ausência de referências dos direitos humanos na área da
saúde nas políticas, programas e normativas brasileiras e é dever do estado
assegurar e criar meios para que condições de trabalho dignas sejam asseguradas
aos profissionais da área da saúde, assim como, dar seguridade ao respeito dos
direitos humanos destes profissionais.
10

REFERÊNCIAS

1. Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. Violência no Trabalho:


guia de prevenção para os profissionais de Enfermagem. Disponível em:
https://portal.corensp.gov.br/wp-content/uploads/2018/01/PDF-site-2.pdf
2. Campos AS, Pierantoni CR. Violência no trabalho em saúde: um tema para
a cooperação internacional em recursos humanos para a saúde. Revista Electronica
de Com. Inf. Inov. Saúde. Rio de Janeiro, 2010, 4(1):86-92.
3. Beletsky L, Ezer T, Overall J, Byrne I, Cohen J. Advancing human rights in
patient care: the law in seven transitional countries. Disponível em:
https://www.opensocietyfoundations. org/sites/default/files/Advancing-Human-Rights-
in-Patient-Care-20130516.pdf
4. International Council of Nurses. Abuse and violence against nursing
personnel. Disponível em:
https://static1.squarespace.com/static/579770cd197aea84455d6908/t/57
d86320d1758e16f4e0f202/1473798944490/C01_Abuse_Violence_Nsg_Personnel.
5. Vieira GLC. Agressão física contra técnicos de enfermagem em hospitais
psiquiátricos. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rbso/v42 /2317-6369-rbso-42-e8.pdf
6. Conselho Regional de Enfermagem do Estado de São Paulo. SP cria grupo
de combate à violência contra médicos e enfermeiros. Disponível em:
https://portal.corensp.gov.br/noticias/sp-cria-grupo-de-combate-a-violencia-contra-
medicos-e-enfermeiros/
7. Cohen J, Ezer T. Human rights in patient care: a theoretical and practical
framework. Health Hum Rights. 2013, 12;15(2):7-19.
8. Albuquerque A. Direitos Humanos dos Pacientes. Curitiba: Juruá, 2016.
9. Tarantola D, Gruskin S. Human Rights Approach to Public Health Policy. In:
Grodin, Michael A, Tarantola D, Annas GJ, Gruskin S. Health and Human Rights in a
Changing World. Nova Iorque: Routledge, 2013. p. 43-57.
10. Beauchamp TL. Standing on Principles. Oxford: Oxford, 2010.
11. Royal College of Nursing. Human rights and nursing RCN position
Statement. Disponível em: https://www.rcn.org.uk/-/media/royal-college-of-
nursing/documents/ publications/2012/may/pub-004249.pdf
11

12. McHale J, Gallagher A. Nursing and Human Rights. Londres: Butterworth


Heinemann, 2003
13- https://portal.coren-sp.gov.br/codigo-de-etica-dos-profissionais-de-
enfermagem/
14- http://biblioteca.cofen.gov.br/wp-content/uploads/2018/03/Manual-Direitos-
Humanos-Enfermagem.pdf
15-
https://www.scielo.br/j/rgenf/a/xSq6kvjj9YNbgVfQVZCtjMy/?format=pdf&lang=pt
16-
https://www.scielo.br/j/reeusp/a/GN4pSLTt9Bxg7ntPcR6gshF/?format=pdf&lang=pt
17- Machado MH (Coord.), Aguiar WF, Lacerda WF, Oliveira E, W Lemos,
Wermelinger M, et al. Relatório final da Pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil
(Convênio: FIOCRUZ/COFEN). Rio de Janeiro: 28 volumes, NERHUS-DAPS-
Ensp/Fiocruz e Cofen;2015.
12

Contribuições
Ana Fantin, 2° período: pesquisas e apresentação
Ana Beatriz, 3° período: slides
Evelin M, 1° período: documento digitalizado
Maria Eduarda, 2° período: pesquisas e apresentação
Wania Alves, 2° período: pesquisas e apresentação

Você também pode gostar