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ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DA

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
É UMA DAS
E UMA
PRINCIPAIS
DAS MAIORES
ATIVIDADES DOS
ENFERMEIROS,
RESPONSABILIDADES
TÉCNICOSDAEEQUIPE
AUXILIARES
DE
DE
ENFERMAGEM
ENFERMAGEM
SABE POR QUE?

EQUIPE DE ENFERMAGEM ESTÁ NO FINAL


DO PROCESSO
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTO
Prescrição
médica
Preparo e a Provisão e
administração dispensação
PACIENTE
ao paciente Farmácia

Aprazamento realizado
pelo enfermeiro

PROCESSO DE TRABALHO
ERRO DE MEDICAÇÃO

INSTITUIÇÃO PACIENTE PROFISSIONAIS


✓ Em 2016, 302.610 brasileiros morreram em
hospitais como consequência de um
evento adverso que inclui – erros de
dosagem ou aplicação de medicamento.
✓ VigiMed (2020) - OMS e Brasil – ANVISA
✓ Hospitais de ensino – 1.500 erros – 30%
das doses continham falhas.
✓ Erro no horário – 77,3%.
✓ Hospitais públicos – erros ocorrem
principalmente durante a prescrição, a
administração e a preparação de
medicamentos.
Erro de medicação é definido como qualquer erro
no processo de prescrição, de dispensação, de
preparo, de administração e do monitoramento de
uma medicação (BOHOMOL;RAMOS,2007).

Dano ou prejuízo

Evento adverso Ação do profissional


a medicação Incidentes
Incidente
É um evento ou circunstância que poderia ter
resultado, ou resultou, em dano desnecessário ao
paciente (ANVISA, 2013).
Incidente

Near Miss Incidente sem Incidente com Never


dano dano events

Incidente que Incidente que Incidente que


não atingiu o atingiu o paciente, resulta em dano
paciente mas não causou ao paciente
dano (Evento Adverso)

(ANVISA, 2013).
Uma redução dos erros de medicação
somente será obtida com uma análise sistêmica do
processo, a identificação dos seus pontos
vulneráveis e a implementação de medidas para
diminuir as taxas dos eventos adversos preveníveis
(ROSA; PERINI, 2003).

NOTIFICAÇÃO
Responsabilidade é o dever jurídico de responder
pelos próprios atos ou de outrem, sempre que estes atos
violem os direitos de terceiros protegidos por Lei,
garantindo o ressarcimento de danos causados
culposamente, seja por imperícia, negligência ou
imprudência, por parte do profissional (FREITAS, OGUISSO, 2003, p. 637).
Na enfermagem, a responsabilidade profissional está
estabelecida no Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem (CEPE – Resolução 564/2017).
e prevista na
Lei do Exercício Profissional (Lei 7498/86).

A responsabilidade dos profissionais de


enfermagem abrange a responsabilidade
ética, civil e penal.
Responsabilidade Ética
CEPE – Resolução 564/2017

Princípios fundamentais
“A enfermagem é comprometida com a produção e
gestão do cuidado prestado nos diferentes contextos
socioambientais e culturais em resposta às
necessidades da pessoa, família e
coletividade“.
Capítulo I – Dos direitos
O profissional atua com autonomia e em consonância
com os preceitos éticos e legais”; técnico-científico e
teórico-filosófico; exerce suas atividades com competência
para promoção do ser humano na sua integralidade, de
acordo com os princípios da ética e
da bioética”(...).
Descumprimento aos princípios
ou fundamentos éticos

Ocorrência ética

Infração ética
(Art.104)
• O que é uma Eventos danosos É
Art.104:
Ocorrência ética? caracterizada
causados porpela
ação, omissão deou
profissionais
conivência
enfermagem no que
implique
decorrer do em
• Infração ética desobediência e/ou
exercício e que têm
inobservância às
a ver com a atitude
disposições do
É a constatação inadequada
de existência de CEPE, bem face
comoaoa
colega de trabalho,
inobservância das
dano e aplicação
de pena.
à clientela
normas ou à
do Sistema
instituição em(Cofen,
Cofen/Coren que
trabalha
2017). (FREITAS, 2006).
Capítulo I – Dos direitos

Art. 22 Recusar-se a executar atividades que


não sejam de sua competência técnica,
científica, ética e legal ou que não ofereçam
segurança ao profissional, à pessoa, à família e
à coletividade.
Capítulo II – Dos deveres
Art. 45 Prestar assistência de enfermagem livre de danos
decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência.
Art. 59 Somente aceitar encargos ou atribuições quando se
julgar técnica, científica e legalmente apto para o
desempenho seguro para si e para outrem.
Capítulo III – Das proibições

Art. 62 Executar atividades que não sejam de sua


competência técnica, científica, ética e legal ou que não
ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, à família e
à coletividade.
Capítulo III – Das proibições

Art. 78 Administrar medicamentos sem conhecer


indicação, ação da droga, via de administração e
potenciais riscos, respeitados os graus de formação do
profissional.
Art. 80 Executar prescrições e procedimentos de
qualquer natureza que comprometam a
segurança da pessoa.
Lei do Exercício profissional 7498/86
Decreto 94.406/87
Art. 8º, inciso II, alínea f, está determinado que, “ao
enfermeiro incumbe, como integrante da equipe de
saúde, participação na elaboração de medidas de
prevenção e controle sistemático
de danos que possam ser causados
aos pacientes durante a assistência
de enfermagem.
Responsabilidade civil
Está relacionada a aplicação de medidas que
obriguem alguém a reparar o dano causado a outrem em
razão de sua ação ou omissão (Art.927).
A reparação é obrigatória quando a atuação
inadequada do profissional provoca prejuízos de ordem
física ou moral ao paciente.
Responsabilidade civil
O artigo 186 do Código Civil prevê: “aquele que,
por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda
que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.
Responsabilidade civil
A obrigação de reparação de danos está prevista
também no artigo 951 quando o profissional, "no exercício
de atividade profissional, por negligência, imprudência ou
imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal,
causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho“.
Responsabilidade civil
Art. 6 caput e inciso I - Código de Defesa do
Consumidor:
“São direitos básicos do consumidor: I – a proteção da
vida, saúde e segurança contra os riscos provocados
por práticas no fornecimento de produtos e serviços
considerados perigosos ou nocivos”.
Responsabilidade civil
CEPE - a responsabilidade de reparação do dano pode ser
extensiva a toda a equipe conforme Art. 51:
"Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades
profissionais, independentemente de ter sido praticada individual
ou em equipe, por imperícia, imprudência ou negligência,
desde que tenha participação e/ou conhecimento
prévio do fato”.
Responsabilidade civil

Igualmente, o Código do Consumidor prevê que:


“ [...] tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão
solidariamente pela reparação dos danos previstos".
Imprudência – Negligência - Imperícia

“são formas de manifestação da inobservância do cuidado


necessário” (JESUS, 2012, p. 341).
Definição
Imperícia: é a falta de conhecimento/qualificação técnica no
exercício da profissão; inaptidão.
Imprudência: é uma ação precipitada, um agir sem cautela e
atenção necessária. A pessoa age, mas é uma conduta
arriscada.
Negligência: é a falta de diligência, de zelo na execução de uma
tarefa. A pessoa deixa de tomar uma conduta
esperada por preguiça, desleixo, desatenção
ou displicência. Tem caráter de omissão.
(Oguisso, 2010; Freitas, 2002).
Responsabilidade Penal
É o dever jurídico de responder pelas ações
delituosas causadas a outra pessoa.
O art. 18 do CP define imprudência, negligência
ou imperícia como crime culposo, aquele no qual não
há intenção.
Portanto,
a responsabilidade penal do profissional
por tais condutas existe mesmo quando
ele não age deliberadamente para causar
dano ou prejuízo ao paciente.
Responsabilidade Penal

A Lei do Exercício Profissional (Lei n. 7.498/86):


✓ aponta os profissionais que têm capacidade legal para
exercer a enfermagem no país;
✓ determina que estejam legalmente habilitados e
inscritos no COREN de sua área de
jurisdição;
✓ relaciona as atividades técnicas que
competem a cada categoria.
Responsabilidade Penal
A Constituição Federal estabelece os requisitos
para o exercício de qualquer profissão ao enunciar no
artigo 5o, XIII, que:

“é livre o exercício de qualquer trabalho,


ofício ou profissão, atendidas as
qualificações que a lei estabelecer”.
Responsabilidade Penal

O artigo 21 do CP estabelece que :

“O desconhecimento da lei é inescusável“.


Resoluções COFEN
O que eu sei?

RESOLUÇÃO
COFEN Nº 487/2015
Veda aos profissionais de
Enfermagem o cumprimento da
prescrição médica a distância e a
execução da prescrição médica
fora da validade.
LEGISLAÇÃO

Segurança do Profissional

Segurança do Paciente
Segurança do Paciente
▪ O Brasil é um dos países que compõem a Aliança Mundial para
segurança do paciente (OMS/2004).
▪ Programa Nacional de Segurança do Paciente – 2013.
Objetivo:
▪ Instituir medidas que aumentem a segurança do paciente e a
qualidade dos serviços de saúde.

Qualidade dos Redução e controle dos


serviços de saúde riscos aos pacientes
Segurança do Paciente

Lavagem das mãos Identificação

Fonte: COREN-SP Comunicação


Segurança do Paciente: 9 certos

Anotação Paciente
Correta Certo Medicamento

Recusa certo
medicamento Hora Certa
Administração
Segura de
Orientação Medicamentos Via certa
paciente
Dose
certa
Compatibilidade
Medicamentosa
PROFISSIONAL, você pode ser a última barreira para o erro!
Por isso, esmere-se em executar essa atividade com critério,
precisão e comprometimento ético.
REFERÊNCIAS
Brasil. Código Penal. São Paulo: Saraiva, 2008.
_____. Lei nº 7498/86. Dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem e dá outras
providências.
Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN - 546/2017. Aprova o novo Código de Ética dos
Profissionais de Enfermagem [Internet]. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-
5642017_59145.html
Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. Uso seguro de medicamentos: guia para preparo,
administração e monitoramento / Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. – São Paulo:
COREN-SP, 2017.
REFERENCIAS

Silva EC, Auricchio AM. Responsabilidade ética e legal do profissional de enfermagem. In:
Guareschi APDF, Carvalho LVB, Salati MI, organizadoras. Medicamentos em
Enfermagem: farmacologia e administração. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
PROENF Programa de Atualização em Enfermagem: Gestão: Ciclo 5[organizado pela]
Associação Brasileira de Enfermagem; organizadora geral: Eucléa Gomes Vale;
organizadoras: Simone Aparecida Peruzzo, Vanda Elisa Adres Felli. Porto Alegre: Artmed
Panamericana, 2015.
OBRIGADA.
Profa. Dra. Elaine Corrêa da Silva
E-mail: correase@uol.com.br

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