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3 – PREVENÇÃO DE ACIDENTES

Acidente zero! Essa é uma meta que deve ser alcançada em toda empresa.
Com redução dos acidentes poderão ser eliminados problemas que afetam o homem e
à produção. Para que isso aconteça, é necessário que tanto os empresários (que tem por
obrigação fornecer um local de trabalho com boas condições de segurança e higiene,
maquinaria segura e equipamentos adequados) como os trabalhadores (aos quais cabe a
responsabilidade de desempenhar o seu dever com o menor perigo possível para si e para
os companheiros) estejam comprometidos com a mentalidade preventiva.
Prevenir que dizer ver antecipadamente; chegar antes do acidente; tomar todas as
providências para que o acidente não tenha possibilidade de ocorrer. Para atingir essa
mentalidade prevencionista é necessário saber ouvir, orientar e estar ciente de que previne
é ensinar e ensinar é prevenir.
Há muito tempo, especialistas vêm se dedicando ao estudo dos acidentes e de suas
causas. Um dos fatos já comprovado é que, quando um acidente acontece, vários fatores
entraram em ação.
No livro “Prevenção do Acidente Industrial” (Industrial Accident Prevetion, de Herbert
William Heinrich) sugere que a lesão sofrida pelo trabalhador, no exercício de suas
atividades profissionais, obedece a uma sequência cinco fatores:
 Hereditariedade e ambiente social
 Causa pessoal
 Causa mecânica
 Acidente
 Lesão
A hereditariedade refere-se ao conjunto de características genéticas, ou seja,
transmitidas pelos genes, que passam de uma geração para outra. A cor dos olhos ou o tipo
de sangue são exemplos de características físicas herdadas geneticamente. Da mesma
forma, certas características psicológicas também são transmitidas dos pais para os filhos,
influenciado o modo de ser de cada um.
Você já notou com que facilidade uma nova moda se espalha e pega? A onda de usar
cabelos longos, ora usar a cabeça raspada. Já houver época da minissaia, das roupas
hippies e hoje impera moda de cada um na sua. Esses exemplos servem para ilustrar
quanto o ambiente social, formado pelos grupos de pessoas com as quais cada um se
relaciona, direta ou indiretamente, afeta o comportamento das pessoas.
A causa pessoal está relacionada com bagagem de conhecimentos e habilidades e
com as condições de momento que cada um está atravessando. A probabilidade de
envolvimento em acidentes aumenta quando estamos tristes ou deprimidos, ou quando
vamos desempenhar uma tarefa para o qual não temos preparo adequado.
A causa mecânica diz respeito às falhas materiais existentes no ambiente de trabalho.
Quando o equipamento não apresenta proteção para o trabalhador, quando a iluminação do
ambiente de trabalho é deficiente, ou quando não há boa manutenção do maquinário, os
riscos de acidente aumentam consideravelmente.
Quando um ou mais fatores anteriores se manifestam, ocorre o acidente que pode
provocar ou não lesão no trabalhador.
O que podemos fazer para evitar que os acidentes ocorram? Uma maneira é controlar
os fatores que antecedem o acidente.
Não é possível interferir nas características genéticas de uma pessoa, mas é possível
influenciar sua conduta, proporcionando um ambiente social rico em exemplos positivos. A
educação e o treinamento do trabalhador para o exercício de suas funções, são recursos
importantíssimos para reduzir os riscos de acidentes.
Um trabalhador que conhece bem o seu trabalho e o desempenha com seriedade,
atento às normas de segurança, está muito menos sujeito a um acidente do que um
trabalhador desleixado, que não mostra preocupação com a qualidade de seu trabalho.
As causas pessoais também podem ser neutralizadas, observando-se a adaptação do
trabalhador ao seu trabalho, e proporcionando-lhe cuidados médicos e assistenciais
adequados.
Mas o fator central, mais próximo do acidente, é a causa mecânica. A remoção da causa
mecânica é fator que mais reduz a probabilidade de um acidente ocorrer.
A prevenção começa, portanto, pela eliminação ou neutralização das causas de
acidentes.
Em se tratando de responsabilidade pela segurança na empresa, quem deveria
assumi-la? Será que um setor daria conta de tudo que acontece na empresa? Não. Seria
absurdo.
A prevenção de acidentes precisa da colaboração de todos.

3.1. Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho –


SESMT (NR 4) – Atualizada em 03 de agosto de 2022. Início de vigência em 90 (noventa
dias) a partir de 09 de novembro de 2022. Adequação ao redimensionamento do
SESMT a partir de 02 de janeiro de 2023.

O SESMT tem como finalidade promover a saúde e proteger a integridade do


trabalhador no local de trabalho nas organizações e os órgãos públicos da administração
direta e indireta, bem como os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério
Público, que possuam empregados regidos pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de
1943 - Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
Os profissionais que integram o SESMT são: Médico do Trabalho, Engenheiro de
Segurança do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e
Auxiliar ou Técnico em Enfermagem do Trabalho, obedecido o Anexo II desta NR.
Os profissionais integrantes do SESMT devem possuir formação e registro profissional
em conformidade com o disposto na regulamentação da profissão e nos instrumentos
normativos emitidos pelo respectivo conselho profissional, quando existente.
O SESMT deve ser coordenado por um dos profissionais integrantes deste serviço.
O técnico de segurança do trabalho e o auxiliar/técnico de enfermagem do
trabalho devem dedicar quarenta e quatro horas por semana para as atividades do SESMT,
de acordo com o estabelecido no Anexo II, observadas as disposições, inclusive relativas à
duração do trabalho, de legislação pertinente, de acordo ou de convenção coletiva de
trabalho.
Na modalidade de SESMT individual, caso a organização possua mais de um técnico
de segurança do trabalho, conforme dimensionamento previsto nesta NR, as escalas de
trabalho devem ser estabelecidas de forma a garantir o atendimento por pelo menos um
desses profissionais em cada turno que atingir cento e um ou mais trabalhadores, para a
atividade de grau de risco 3, e cinquenta ou mais trabalhadores, para a atividade de grau de
risco 4, sem implicar em acréscimo no número de profissionais previstos no Anexo II.
O engenheiro de segurança do trabalho, o médico do trabalho e o enfermeiro do
trabalho devem dedicar, no mínimo, quinze horas (tempo parcial) ou trinta horas (tempo
integral) por semana, para as atividades do SESMT, de acordo com o estabelecido no
Anexo II, respeitada a legislação pertinente em vigor, durante o horário de expediente do
estabelecimento.
Relativamente aos profissionais referidos no parágrafo anterior, para cumprimento das
atividades dos SESMT em tempo integral, a organização pode contratar mais de um
profissional, desde que cada um dedique, no mínimo, a metade da carga horária semanal.
Aos profissionais do SESMT é vedado o exercício de atividades que não façam parte
das atribuições previstas para o SESMT, durante o horário de atuação neste serviço.
A organização deve garantir os meios e recursos necessários para o cumprimento dos
objetivos e atribuições do SESMT.
Compete aos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho:
a) elaborar ou participar da elaboração do inventário de riscos;
b) acompanhar a implementação do plano de ação do Programa de Gerenciamento de
Riscos - PGR;
c) implementar medidas de prevenção de acordo com a classificação de risco do PGR
e na ordem de prioridade estabelecida na Norma Regulamentadora nº 01 (NR-01) -
Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais;
d) elaborar plano de trabalho e monitorar metas, indicadores e resultados de segurança
e saúde no trabalho;
e) responsabilizar-se tecnicamente pela orientação quanto ao cumprimento do disposto
nas NRs aplicáveis às atividades executadas pela organização;
f) manter permanente interação com a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes -
CIPA, quando existente;
g) promover a realização de atividades de orientação, informação e conscientização
dos trabalhadores para a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho;
h) propor, imediatamente, a interrupção das atividades e a adoção de medidas
corretivas e/ou de controle quando constatar condições ou situações de trabalho que
estejam associadas a grave e iminente risco para a segurança ou a saúde dos
trabalhadores;
i) conduzir ou acompanhar as investigações dos acidentes e das doenças relacionadas
ao trabalho, em conformidade com o previsto no PGR;
j) compartilhar informações relevantes para a prevenção de acidentes e de doenças
relacionadas ao trabalho com outros SESMT de uma mesma organização, assim como a
CIPA, quando por esta solicitado; e
k) acompanhar e participar nas ações do Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional - PCMSO, nos termos da Norma Regulamentadora nº 07 (NR-07).

O SESMT deve ser constituído nas modalidades individual, compartilhado


regionalizado ou estadual.
O SESMT, independentemente de sua modalidade, deve atender estabelecimentos da
mesma unidade da federação, ressalvado quando uma ou mais organizações de mesma
atividade econômica, localizadas em um mesmo município ou em municípios limítrofes,
ainda que em diferentes unidades da federação, cujos estabelecimentos se enquadrem no
Anexo II, podem constituir SESMT compartilhado, organizado pelas próprias interessadas
ou na forma definida em acordo ou convenção coletiva de trabalho. O SESMT compartilhado
pode ser estendido a organizações cujos estabelecimentos não se enquadrem no Anexo II.
Os trabalhadores assistidos pelo SESMT compartilhado não integram a base de cálculo para
dimensionamento de outras modalidades de SESMT.
A organização deve constituir SESMT individual quando possuir estabelecimento
enquadrado no Anexo II desta NR.
A organização deve constituir SESMT regionalizado quando possuir estabelecimento
que se enquadre no Anexo II e outro(s) estabelecimento(s) que não se enquadre(m),
devendo o primeiro estender a assistência em segurança e saúde aos demais e considerar o
somatório de trabalhadores atendidos no seu dimensionamento. Havendo mais de um
estabelecimento que se enquadre no Anexo II, a empresa pode constituir mais de um
SESMT regionalizado.
A organização deve constituir SESMT estadual quando o somatório de trabalhadores
de todos os estabelecimentos da mesma unidade da federação alcance os limites previstos
no Anexo II.

O dimensionamento do SESMT vincula-se ao número de empregados da


organização e ao maior grau de risco entre a atividade econômica principal e atividade
econômica preponderante no estabelecimento, nos termos dos Anexos I e II.
A atividade econômica principal é a constante no Cadastro Nacional de Pessoa
Jurídica - CNPJ.
A atividade econômica preponderante é aquela que ocupa o maior número de
trabalhadores.
Em atividades econômicas distintas com o mesmo número de trabalhadores, deve ser
considerada como preponderante aquela com maior grau de risco.
Na contratação de empresa prestadora de serviços a terceiros, o SESMT da
contratante deve ser dimensionado considerando o número total de empregados da
contratante e trabalhadores das contratadas, quando o trabalho for realizado de forma não
eventual nas dependências da contratante ou local previamente convencionado em contrato.
Considera-se, para fins desta NR, trabalho eventual aquele decorrente de evento futuro
e incerto.
Excluem-se do dimensionamento do SESMT da contratante os trabalhadores das
contratadas atendidos pelos SESMT das contratadas.
O dimensionamento do SESMT regionalizado ou estadual com estabelecimentos de
graus de risco diversos deve considerar o somatório dos trabalhadores de todos os
estabelecimentos atendidos.
Para estabelecimentos graus de risco 1 e 2 de Microempresas - ME e Empresas de
Pequeno Porte - EPP, deve ser considerado o somatório da metade do número de
trabalhadores desses estabelecimentos.
Para fins de dimensionamento, os canteiros de obras e as frentes de trabalho
com menos de mil trabalhadores e situados na mesma unidade da federação não são
considerados como estabelecimentos, mas como integrantes da empresa de
engenharia principal responsável, a quem cabe organizar os SESMT. Para fins de
aplicação os engenheiros de segurança do trabalho, os médicos do trabalho e os
enfermeiros do trabalho podem ficar centralizados e o dimensionamento para os técnicos
de segurança do trabalho e auxiliares/técnicos de enfermagem do trabalho deve ser feito
por canteiro de obra ou frente de trabalho. A organização deve garantir que o SESMT
atenda, no exercício de suas competências, a todos os canteiros de obras e frentes de
trabalho.
Quando se tratar de empreiteiras, considera-se estabelecimento, para fins de aplicação
desta NR, o local em que os seus empregados estiverem exercendo suas atividades.
Para as organizações que já possuem SESMT constituído, em qualquer uma das suas
modalidades, em caso de aumento no dimensionamento decorrente da contratação de
trabalhadores por prazo determinado, o SESMT deve ser complementado durante o período
de aumento para atender ao disposto no Anexo II.
ANEXO I RELAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO NACIONAL DE ATIVIDADES ECONÔMICAS - CNAE (VERSÃO 2.0), COM
CORRESPONDENTE GRAU DE RISCO – GR
Códigos Denominação GR
F CONSTRUÇÃO
41 CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS
41.10-7 Incorporação de empreendimentos imobiliários 1
41.20-4 Construção de edifícios 3
42 OBRAS DE INFRAESTRUTURA
42.1 Construção de rodovias, ferrovias, obras urbanas e obras-de-arte especiais
42.11-1 Construção de rodovias e ferrovias 4
42.12-0 Construção de obras-de-arte especiais 4
42.13-8 Obras de urbanização - ruas, praças e calçadas 3
43 SERVIÇOS ESPECIALIZADOS PARA CONSTRUÇÃO
43.1 Demolição e preparação do terreno
43.11-8 Demolição e preparação de canteiros de obras 4
43.12-6 Perfurações e sondagens 4
43.13-4 Obras de terraplenagem 3
43.2 Instalações elétricas, hidráulicas e outras instalações em construções
43.21-5 Instalações elétricas 3
43.22-3 Instalações hidráulicas, de sistemas de ventilação e refrigeração 3
43.29-1 Obras de instalações em construções não especificadas anteriormente 3
43.3 Obras de acabamento
43.30-4 Obras de acabamento 3
43.9 Outros serviços especializados para construção
43.91-6 Obras de fundações 4
43.99-1 Serviços especializados para construção não especificados anteriormente 3

ANEXO II DIMENSIONAMENTO DO SESMT


Nº de Trabalhadores no estabelecimento
Grau Profissionais 50 101 251 501 1001 2.001 3.501 Acima de 5.000
de risco a 100 a 250 a 500 a 1000 a 2000 a 3.500 a 5.000 Para cada grupo de 4.000 ou
fração acima 2.000**
Técnico Seg. Trabalho 1 1 1 2 1
Engenheiro Seg. 1* 1 1*
1 Trabalho
Aux./Tec. Enferm. do 1*** 1 1
Trabalho
Enfermeiro do Trabalho 1*
Médico do Trabalho 1* 1* 1 1*
Técnico Seg. Trabalho 1 1 2 5 1
Engenheiro Seg. 1* 1 1 1*
2 Trabalho
Aux./Tec. Enferm. do 1*** 1*** 1 1
Trabalho
Enfermeiro do Trabalho 1
Médico do Trabalho 1* 1 1 1
Técnico Seg. Trabalho 1 2 3 4 6 8 3
Engenheiro Seg. 1* 1 1 2 1
3 Trabalho
Aux./Tec. Enferm. do 1*** 1 1 1
Trabalho
Enfermeiro do Trabalho 1 1
Médico do Trabalho 1* 1 1 2 1
Técnico Seg. Trabalho 1 2 3 4 5 8 10 3
Engenheiro Seg. 1* 1* 1 1 2 3 1
4 Trabalho
Aux./Tec. Enferm. do 1*** 1*** 1 1 1
Trabalho
Enfermeiro do Trabalho 1 1
Médico do Trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1
(*) Tempo parcial (mínimo de três horas)
(**) O dimensionamento total deverá ser feito levando-se em consideração o dimensionamento da faixa de 3.501 a
5.000, acrescido do dimensionamento do(s) grupo(s) de 4.000 ou fração acima de 2.000.
(***) O empregador pode optar pela contratação de um enfermeiro do trabalho em tempo parcial, em substituição ao
auxiliar ou técnico de enfermagem do trabalho.
OBSERVAÇÕES:
A) hospitais, ambulatórios, maternidades, casas de saúde e repouso, clínicas e estabelecimentos similares deverão
contratar um enfermeiro do trabalho em tempo integral quando possuírem mais de quinhentos trabalhadores; e
B) em virtude das características das atribuições do SESMT, não se faz necessária a supervisão do técnico de
enfermagem do trabalho por enfermeiro do trabalho, salvo quando a atividade for executada em hospitais,
ambulatórios, maternidades, casas de saúde e repouso, clínicas e estabelecimentos similares.

3.2 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA (NR 5) atualizada em


07/10/2021.
O objetivo da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA é a prevenção de
acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do
trabalhador.
As organizações e os órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como os
órgãos dos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministério Público, que possuam empregados
regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, devem constituir e manter CIPA.

A CIPA será constituída por estabelecimento e composta de representantes da


organização e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I
desta NR, ressalvadas as disposições para setores econômicos específicos.
As CIPAs das organizações que operem em regime sazonal devem ser dimensionadas
tomando-se por base a média aritmética do número de trabalhadores do ano civil anterior e
obedecido o disposto no Quadro I desta NR.
Os representantes da organização (empresa) na CIPA, titulares e suplentes, serão
por ela designados.
Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio
secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os
empregados interessados.
A organização designará, entre seus representantes, o Presidente da CIPA, e os
representantes eleitos dos empregados escolherão, entre os titulares, o vice-presidente.
O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma
reeleição.
Os membros da CIPA, eleitos e designados serão empossados no primeiro dia útil
após o término do mandato anterior.
A organização deve fornecer cópias das atas de eleição e posse aos membros titulares
e suplentes da CIPA.
Quando solicitada, a organização encaminhará a documentação referente ao processo
eleitoral da CIPA, podendo ser em meio eletrônico, ao sindicato dos trabalhadores da
categoria preponderante, no prazo de até dez dias.
A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá
ser desativada pela organização, antes do término do mandato de seus membros, ainda que
haja redução do número de empregados, exceto no caso de encerramento das atividades do
estabelecimento.
É vedada à organização, em relação ao integrante eleito da CIPA:
a) a alteração de suas atividades normais na organização que prejudique o exercício
de suas atribuições; e
b) a transferência para outro estabelecimento, sem a sua anuência, ressalvado o
disposto nos parágrafos primeiro e segundo do art. 469 da CLT.
É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para
cargo de direção da CIPA desde o registro de sua candidatura até um ano após o final
de seu mandato.
O término do contrato de trabalho por prazo determinado não caracteriza dispensa
arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção da CIPA.
Quando o estabelecimento não se enquadrar no disposto no Quadro I e não for
atendido por SESMT, nos termos da Norma Regulamentadora nº 4 (NR-4), a organização
nomeará um representante da organização entre seus empregados para auxiliar na
execução das ações de prevenção em segurança e saúde no trabalho, podendo ser
adotados mecanismos de participação dos empregados, por meio de negociação coletiva.
No caso de atendimento pelo SESMT, este deverá desempenhar as atribuições da
CIPA.
O microempreendedor individual - MEI está dispensado de nomear o representante.
A nomeação de empregado como representante da organização e sua forma de
atuação devem ser formalizadas anualmente pela organização.
A nomeação de empregado como representante da organização não impede o seu
ingresso na CIPA, quando da sua constituição, seja como representante do empregador ou
como dos empregados.

A CIPA tem por atribuições:


a) acompanhar o processo de identificação de perigos e avaliação de riscos bem como a
adoção de medidas de prevenção implementadas pela organização;
b) registrar a percepção dos riscos dos trabalhadores, por meio do mapa de risco ou outra
técnica ou ferramenta apropriada à sua escolha, sem ordem de preferência, com assessoria
do Serviço Especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, onde houver;
c) verificar os ambientes e as condições de trabalho visando identificar situações que
possam trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores;
d) elaborar e acompanhar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva em segurança
e saúde no trabalho;
e) participar no desenvolvimento e implementação de programas relacionados à segurança
e saúde no trabalho;
f) acompanhar a análise dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, nos termos da
NR-1 e propor, quando for o caso, medidas para a solução dos problemas identificados;
g) requisitar à organização as informações sobre questões relacionadas à segurança e
saúde dos trabalhadores, incluindo as Comunicações de Acidente de Trabalho - CAT
emitidas pela organização, resguardados o sigilo médico e as informações pessoais;
h) propor ao SESMT, quando houver, ou à organização, a análise das condições ou
situações de trabalho nas quais considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde
dos trabalhadores e, se for o caso, a interrupção das atividades até a adoção das medidas
corretivas e de controle; e
i) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de
Prevenção de Acidentes do Trabalho - SIPAT, conforme programação definida pela CIPA.

Em relação ao funcionamento da CIPA devem ser observados:


 A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário
preestabelecido.
 A critério da CIPA, nas Microempresas - ME e Empresas de Pequeno Porte - EPP,
graus de risco 1 e 2, as reuniões poderão ser bimestrais.
 As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas na organização, preferencialmente
de forma presencial, podendo a participação ocorrer de forma remota.
 A data e horário das reuniões serão acordadas entre os seus membros observando
os turnos e as jornadas de trabalho.
 As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes.
 As atas das reuniões devem ser disponibilizadas a todos os integrantes da CIPA,
podendo ser por meio eletrônico.
 As deliberações e encaminhamentos das reuniões da CIPA devem ser
disponibilizadas a todos os empregados em quadro de aviso ou por meio eletrônico.
 As reuniões extraordinárias devem ser realizadas quando:
a) ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal; ou
b) houver solicitação de uma das representações.
 Para cada reunião ordinária ou extraordinária, os membros da CIPA designarão o
secretário responsável por redigir a ata.
 O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente, quando faltar a
mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa.
 A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida por suplente,
obedecida a ordem de colocação decrescente que consta na ata de eleição, devendo
os motivos ser registrados em ata de reunião.
 Caso não existam mais suplentes, durante os primeiros seis meses do mandato, a
organização deve realizar eleição extraordinária para suprir a vacância, que somente
será considerada válida com a participação de, no mínimo, um terço dos
trabalhadores.
 Os prazos da eleição extraordinária serão reduzidos à metade dos prazos previstos
no processo eleitoral definidos nesta NR.
 As demais exigências estabelecidas para o processo eleitoral devem ser atendidas.
 No caso de afastamento definitivo do presidente, a organização indicará o substituto,
em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros da CIPA.
 No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros titulares da
representação dos empregados, escolherão o substituto, entre seus titulares, em dois
dias úteis.
 O mandato do membro eleito em processo eleitoral extraordinário deve ser
compatibilizado com o mandato dos demais membros da Comissão.
 O treinamento de membro eleito em processo extraordinário deve ser realizado no
prazo máximo de trinta dias, contado a partir da data da posse.
 As decisões da CIPA serão, preferencialmente, por consenso.
 Não havendo consenso, a CIPA deve regular o procedimento de votação e o pedido
de reconsideração da decisão.

Em relação ao treinamento dos membros da CIPA:


 A organização deve promover treinamento para o representante nomeado pela
mesma e para os membros eleitos da CIPA, titulares e suplentes, antes da posse.
 O treinamento de CIPA em primeiro mandato será realizado no prazo máximo de
trinta dias, contados a partir da data da posse.
 O treinamento deve contemplar, no mínimo, os seguintes itens:
a) estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados
do processo produtivo;
b) noções sobre acidentes e doenças relacionadas ao trabalho decorrentes das
condições de trabalho e da exposição aos riscos existentes no estabelecimento e
suas medidas de prevenção;
c) metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças relacionadas ao
trabalho;
d) princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de prevenção dos riscos;
e) noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança e
saúde no trabalho;
f) noções sobre a inclusão de pessoas com deficiência e reabilitados nos processos
de trabalho; e
g) organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições
da Comissão.
 O treinamento realizado há menos de dois anos contados da conclusão do curso
pode ser aproveitado na mesma organização, observado o estabelecido na NR-1.
 O treinamento deve ter carga horária mínima de:
a) oito horas para estabelecimentos de grau de risco 1;
b) doze horas para estabelecimentos de grau de risco 2;
c) dezesseis horas para estabelecimentos de grau de risco 3; e
d) vinte horas para estabelecimentos de grau de risco 4.
 A carga horária do treinamento deve ser distribuída em, no máximo, oito horas
diárias.
 Para a modalidade presencial deve ser observada a seguinte carga horária mínima do
treinamento:
a) 4 (quatro) horas para estabelecimentos de grau de risco 2; e
b) 8 (oito) horas para estabelecimentos de grau de risco 3 e 4.
 A carga horária do treinamento dos estabelecimentos de grau de risco 1 e do
representante nomeado da organização pode ser realizada integralmente na
modalidade de ensino à distância ou semipresencial, nos termos da NR-1.
 O treinamento realizado integralmente na modalidade de ensino à distância deve
contemplar os riscos específicos do estabelecimento.
 O integrante do SESMT fica dispensado do treinamento da CIPA.

Quadro I – Dimensionamento da CIPA

NÚMERO DE EMPREGADOS NO ESTABELECIMENTO


GRAU de Nº de 0 20 30 5 81 101 121 141 301 501 1001 2501 5001 Acima de 10.000 para
RISCO* INTEGRANTE a a a 1 a a a a a a a a a cada grupo de 2500
S 1 29 50 a 100 120 140 300 500 100 2500 5000 10.000 acrescentar
da CIPA 9 8 0
0
1 Efetivos 1 1 1 1 2 4 5 6 8 1
Suplentes 1 1 1 1 2 3 4 5 6 1
2 Efetivos 1 1 2 2 3 4 5 6 8 10 1
Suplentes 1 1 1 1 2 3 4 5 6 8 1
3 Efetivos 1 1 2 2 2 3 4 5 6 8 10 12 2
Suplentes 1 1 1 1 1 2 2 4 4 6 8 8 2
4 Efetivos 1 2 3 3 4 4 4 5 6 9 11 13 2
Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 4 5 7 8 10 2

*Grau de Risco conforme estabelecido no Quadro I da NR-04 - Relação da Classificação Nacional de Atividades
Econômicas - CNAE (Versão 2.0), com correspondente Grau de Risco - GR para fins de dimensionamento do
SESMT.

ANEXO I da NR-5 CIPA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO


As disposições estabelecidas neste Anexo se aplicam às organizações previstas no
subitem 18.2.1 da Norma Regulamentadora nº 18 – Condições de Segurança e Saúde no
Trabalho na Indústria da Construção.
A organização responsável pela obra deve constituir a CIPA por canteiro de obras,
quando o número de empregados se enquadrar no dimensionamento previsto no Quadro I,
observadas as disposições gerais desta Norma.
Quando o canteiro de obras não se enquadrar no dimensionamento previsto no Quadro
I da NR-5, a organização responsável pela obra deverá nomear entre seus empregados do
local, no mínimo, um representante para cumprir os objetivos desta NR.
A organização responsável pela obra está dispensada de constituir CIPA por frente de
trabalho.
Quando existir frente de trabalho, independentemente da quantidade de empregados
próprios no local, a organização responsável pela obra deverá nomear, entre seus
empregados, no mínimo, um representante, que exerça suas atividades na frente de
trabalho ou no canteiro de obras, para cumprir os objetivos desta NR.
O representante nomeado da NR-05 da organização responsável pela obra pode ser
nomeado como representante para mais de uma frente de trabalho.
Na hipótese de haver, no canteiro de obras ou na frente de trabalho, organização
prestadora de serviços a terceiros, essa deve nomear, no mínimo, um representante da
organização para cumprir os objetivos desta NR, quando possuir cinco ou mais empregados
próprios no local.
A nomeação do representante da NR-05 da organização prestadora de serviços a
terceiros, no canteiro de obras ou na frente de trabalho, deve ser feita entre os empregados
que, obrigatoriamente, exercem suas atividades no local.
A organização responsável pela obra deve exigir da organização prestadora de
serviços a terceiros que presta serviços no canteiro de obras ou na frente de trabalho a
nomeação do representante, quando essa alcançar o mínimo previsto.
A organização que presta serviços a terceiros nos canteiros de obras ou frentes de
trabalho, quando o dimensionamento se enquadrar no Quadro I da NR-5, considerando o
número total de empregados nos diferentes locais de trabalho, deve constituir uma CIPA
centralizada.
O dimensionamento da CIPA centralizada da organização prestadora de serviços a
terceiros nos canteiros de obras ou frentes de trabalho deve levar em consideração o
número de empregados da organização distribuídos nos diferentes locais de trabalho onde
presta serviços, tendo como limite territorial, para o dimensionamento da CIPA Centralizada,
a unidade da Federação.
A organização deve garantir que a CIPA centralizada mantenha interação entre os
canteiros de obras e frentes de trabalho onde atua na unidade da Federação.
Obras com até cento e oitenta dias de duração estão dispensadas da
constituição da CIPA, devendo a Comunicação Prévia de Obra ser enviada ao sindicato
dos trabalhadores da categoria preponderante do local, no prazo máximo de dez dias, a
partir de seu registro eletrônico no Sistema de Comunicação Prévia de Obras - SCPO.
Para obras com até cento e oitenta dias de duração, a organização responsável pela
obra deverá nomear, no mínimo, um representante da organização para cumprir os objetivos
desta NR, aplicando-se o disposto quando existir frente de trabalho.
Para obras com até cento e oitenta dias de duração, havendo no canteiro de obras ou
na frente de trabalho organização prestadora de serviços a terceiros, essa deverá nomear,
no mínimo, um representante da organização para cumprir os objetivos desta NR, quando
possuir cinco ou mais empregados próprios no local.
Os membros da CIPA do canteiro de obras devem participar de treinamento, conforme
estabelecido nesta Norma.
O representante nomeado deve participar de treinamento, com carga horária mínima
de oito horas, com o seguinte conteúdo:
a) noções de prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho;
b) estudo do ambiente e das condições de trabalho, dos riscos originados no processo
produtivo e das medidas de prevenção, de acordo com a etapa da obra; e
c) noções sobre a legislação trabalhista e previdenciária relativas à segurança e saúde
no trabalho.
A validade do treinamento do representante nomeado deverá atender ao disposto
nessa Norma, podendo ser, dentro do prazo de validade e para a organização que
promoveu o treinamento, aproveitado em diferentes canteiros de obras ou frentes de
trabalho.
É permitida a convalidação do treinamento do representante por diferentes
organizações, desde que atendido o disposto no item 1.7 da NR-1.
A organização responsável pela obra deve coordenar, observadas as disposições
gerais desta Norma, o trabalho da CIPA, quando existente no canteiro de obras, e, quando
aplicável, do representante nomeado pela organização.
A organização responsável pela obra deve promover a integração entre a CIPA,
quando existente, e o representante nomeado, quando aplicável, no canteiro de obras e na
frente de trabalho, observadas as disposições gerais dessa Norma.
A participação dos membros da CIPA e do representante nomeado da NR-05 nas
reuniões, para cumprir os objetivos dessa Norma, deve atender ao disposto em sua parte
geral.
A CIPA do canteiro de obras será considerada encerrada, para todos os efeitos,
quando as atividades da obra forem finalizadas.
Consideram-se finalizadas as atividades da obra, para os efeitos de aplicação do
disposto nessa Norma, quando todas as suas etapas previstas em projetos estiverem
concluídas.
A conclusão da obra deverá ser formalizada em documento próprio pelo responsável
técnico da obra e cuja cópia deve ser encaminhada - física ou eletronicamente - ao sindicato
da categoria dos trabalhadores predominante no estabelecimento.

QUESTIONÁRIO DE FIXAÇÃO – CAPÍTULO 3


36) Quais os cinco fatores previsto por Heinrich no livro Industrial Accident Prevention?
37) Qual a finalidade do SESMT?
38) Quais os profissionais, que segundo o quadro II da NR 4, podem integrar o SESMT?
39) Quais as modalidades que pode ser constituído o SESMT?
40) Qual o relacionamento que o SESMT manter com a CIPA?
41) Os profissionais de ensino superior que integram os SESMT(s) podem trabalhar em
tempo parcial de quantas horas, no mínimo?
42) Qual o objetivo da CIPA?
43) Onde devemos ter a CIPA em funcionamento?
44) Como será composta a CIPA?
45) Como serão escolhidos os membros da CIPA que são representantes dos empregados?
46) Quando que deverão ser realizadas as reuniões extraordinárias da CIPA?
47) Qual a carga horária prevista, e como será distribuída, para o treinamento dos membros
da CIPA?
48) A CIPA em canteiros de obras é dispensável de ser constituída em que situação?

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