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Sessão 4- saúde do trabalhador, Andrezza

- Conhecer e descrever CEREST e RENAST

Os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) promovem ações para


melhorar as condições de trabalho e a qualidade de vida do trabalhador por meio da
prevenção e vigilância. Existem dois tipos de Cerest: os estaduais e os regionais.

Cabe aos Cerest promover a integração da rede de serviços de saúde do SUS, assim como
suas vigilâncias e gestão, na incorporação da Saúde do Trabalhador em sua atuação
rotineira. Suas atribuições incluem apoiar investigações de maior complexidade, assessorar
a realização de convênios de cooperação técnica, subsidiar a formulação de políticas
públicas, fortalecer a articulação entre a atenção básica, de média e alta complexidade
para identificar e atender acidentes e agravos relacionados ao trabalho, em especial, mas
não exclusivamente, aqueles contidos na Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho ou de
notificação compulsória.(Portaria nº 2.728/GM de 11 de novembro de 2009)

Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora

Capítulo IV - Das Responsabilidades

Seção II - Das Atribuições dos CEREST e das Equipes Técnicas

Art. 14. Cabe aos CEREST, no âmbito da RENAST:

I - desempenhar as funções de suporte técnico, de educação permanente, de coordenação


de projetos de promoção, vigilância e assistência à saúde dos trabalhadores, no âmbito da
sua área de abrangência;

II - dar apoio matricial para o desenvolvimento das ações de saúde do trabalhador na


atenção primária em saúde, nos serviços especializados e de urgência e emergência, bem
como na promoção e vigilância nos diversos pontos de atenção da Rede de Atenção à
Saúde;

III - atuar como centro articulador e organizador das ações intra e intersetoriais de saúde do
trabalhador, assumindo a retaguarda técnica especializada para o conjunto de ações e
serviços da rede SUS e se tornando pólo irradiador de ações e experiências de vigilância
em saúde, de caráter sanitário e de base epidemiológica.
§ 1º As ações a serem desenvolvidas pelos CEREST serão planejadas de forma integrada
pelas equipes de saúde do trabalhador no âmbito das Secretarias Estaduais de Saúde
(SES) e das Secretarias Municipais de Saúde (SMS), sob a coordenação dos gestores.

§ 2º Para as situações em que o Município não tenha condições técnicas e operacionais, ou


para aquelas definidas como de maior complexidade, caberá às SES a execução direta de
ações de vigilância e assistência, podendo fazê-lo, em caráter complementar ou
suplementar, através dos CEREST.

§ 3º O apoio matricial, de que trata o inciso II deste artigo, será equacionado a partir da
constituição de equipes multiprofissionais e do desenvolvimento de práticas
interdisciplinares, com estabelecimento de relações de trabalho entre a equipe de
matriciamento e as equipes técnicas de referência, na perspectiva da prática da clínica
ampliada, da promoção e da vigilância em saúde do trabalhador.

Art. 15. As equipes técnicas de saúde do trabalhador, nas três esferas de gestão, com o
apoio dos CEREST, devem garantir sua capacidade de prover o apoio institucional e o
apoio matricial para o desenvolvimento e incorporação das ações de saúde do trabalhador
no SUS.

Parágrafo único. A execução do disposto no caput deste artigo pressupõe, no mínimo:

I - a construção, em toda a Rede de Atenção à Saúde, de capacidade para a identificação


das atividades produtivas e do perfil epidemiológico dos trabalhadores nas regiões de saúde
definidas pelo Plano Diretor de Regionalização e Investimentos (PDRI); e

II - a capacitação dos profissionais de saúde para a identificação e monitoramento dos


casos atendidos que possam ter relação com as ocupações e os processos produtivos em
que estão inseridos os usuários.

Uma das estratégias da PNSST para o desenvolvimento da atenção integral à saúde do


trabalhador é a estruturação da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador
(Renast). A Renast compreende uma rede de serviços de assistência e vigilância em saúde
do trabalhador no âmbito do SUS e tem por objetivos ampliar o acesso e executar ações de
promoção, proteção, prevenção e de vigilância em saúde, bem como na assistência
especializada em saúde do trabalhador; estimular a articulação e a integração com as
demais Redes do SUS, qualificando as ações de saúde do trabalhador nos territórios. A
Renast possui como principal componente o Centro de Referência em Saúde do
Trabalhador (Cerest).
- Compreender o CAT e a influência na garantia dos direitos dos trabalhadores.

Acidentes de trabalho podem acontecer em toda empresa. Como sabemos, existem


diversas implicações e procedimentos que precisam ser seguidos caso algum funcionário
sofra lesão corporal no exercício da profissão. Saber o que é CAT e como ela funciona é
primordial para lidar com qualquer um desses problemas.

A sigla CAT, que significa Comunicação de Acidente do Trabalho, ainda é vista com muitas
interrogações, tanto pelos empregadores quanto pelos empregados. Por isso, neste post,
esclarecemos as principais questões a respeito desse procedimento.

O que é CAT?

Usada para comunicar ao INSS que determinado funcionário sofreu um acidente de


trabalho ou doença ocupacional, a CAT é um documento utilizado para medir estatísticas de
acidente e de trajeto da Previdência Social.

Podendo ser emitida até mesmo online, a CAT chega no banco de dados do INSS em
poucos segundos após ser expedida. Somente a partir desse procedimento, o trabalhador
acidentado, ou vítima de alguma doença ocupacional, poderá receber o amparo da
Previdência. Em caso de morte, a família está apta a receber apoio.

Quando a CAT deve ser emitida?

Toda organização tem a obrigação de comunicar à Previdência Social os acidentes de


trabalho ocorridos com seus colaboradores até o primeiro dia útil após a ocorrência. Se um
funcionário falecer, o informe precisa ser imediato.

Se a empresa não comunicar o acidente de trabalho, no espaço de tempo legal, poderá ser
multada, segundo o disposto nos artigos 286 e 336 do Decreto nº 3.048/1999.

- Compreender a importância das medidas de proteção a segurança do trabalhador (EPI e


EPC)

A importância do uso de EPI


Todas as atividades profissionais que possam imprimir algum tipo de risco físico para o
trabalhador devem ser cumpridas com o auxílio de EPIs – Equipamentos de Proteção
Individual, que incluem óculos, protetores auriculares, máscaras, mangotes, capacetes,
luvas, botas, cintos de segurança, protetor solar e outros itens de proteção. Esses
acessórios são indispensáveis em fábricas e processos industriais em geral.

EPI para garantir a saúde e proteção.

O uso do EPI é fundamental para garantir a saúde e a proteção do trabalhador, evitando


consequências negativas em casos de acidentes de trabalho. Além disso, o EPI também é
usado para garantir que o profissional não será exposto a doenças ocupacionais, que
podem comprometer a capacidade de trabalho e de vida dos profissionais durante e depois
da fase ativa de trabalho.

Para que uma empresa possa conhecer todos os equipamentos de proteção individual que
devem ser fornecidos aos seus funcionários, é necessário elaborar um estudo dos riscos
ocupacionais. Esse tipo de trabalho facilita a identificação dos perigosos dentro de uma
planta industrial, por exemplo, e ajuda a empresa a reduzi-los ou neutralizá-los.

Importância do EPI

O EPI é importante para proteger os profissionais individualmente, reduzindo qualquer tipo


de ameaça ou risco para o trabalhador. O uso dos equipamentos de proteção é
determinado por uma norma técnica chamada NR 6, que estabelece que os EPIs sejam
fornecidos de forma gratuita ao trabalhador para o desempenho de suas funções dentro da
empresa.

É obrigação dos supervisores e da empresa garantir que os profissionais façam o uso


adequado dos equipamentos de proteção individual. Os EPIs devem ser utilizados durante
todo o expediente de trabalho, seguindo todas as determinações da organização.

No caso de equipamentos perdidos ou danificados, é responsabilidade da empresa


substituí-los imediatamente. O uso adequado e responsável do EPI evita grandes
transtornos para o trabalhador e, também, para a empresa, além de garantir que as
atividades sejam desempenhadas com mais segurança e eficiência.

Os equipamentos de proteção individual devem ser mantidos em boas condições de uso e


precisam ter um Certificado de Aprovação do órgão competente para garantir que estão em
conformidade com as determinações do Ministério do Trabalho. Empregados e
empregadores devem compreender a importância do uso de equipamentos de proteção no
dia a dia da empresa.

- Entender a atuação da TO no campo do trabalho

Em relação à trajetória da Terapia Ocupacional em interface com o mundo do trabalho, no


Brasil, identifica-se que ela está diretamente ligada a alguns marcos importantes da
construção da profissão no país. Historicamente, na década de 1950, a Terapia
Ocupacional insere-se, principalmente, no contexto da reabilitação física, com o objetivo de
restaurar as funções motoras e biomecânicas dos sujeitos com incapacidades. Para alguns
autores, a reabilitação e a reinserção laboral de pessoas mutiladas e traumatizadas pela
guerra, os acidentados do trabalho e de trânsito, e a existência das doenças relacionadas
ao trabalho, delimitavam, inicialmente, a atuação de terapeutas ocupacionais. Nesta época,
frente a um cenário de intensa industrialização, que se caracteriza pela exploração da força
de trabalho devido ao desenvolvimento do sistema capitalista, a prática profissional,
conforme cita Soares (p. 143)2 “reaproximou-se da medicina para ganhar legitimidade,
acarretando uma mudança no escopo conceitual para se adequar à concepção de saúde
emergente”.
Nessa direção, as primeiras intervenções terapêuticas ocupacionais junto aos
trabalhadores, tinham o objetivo de recuperar biomecanicamente os operários acidentados,
demonstrando que a Terapia Ocupacional no universo do trabalho estava, naquele contexto
histórico, vinculada à uma perspectiva que se aproximava do paradigma mecanicista.
Contudo, com o advento da regulamentação da Terapia Ocupacional no Brasil, através do
Decreto-Lei de 13 de outubro de 19698 , o reconhecimento das atribuições assegurou para
a profissão novas possibilidades de práticas e do exercício profissional. No âmbito do SUS,
foi a partir da Lei nº 8.080/90 de 19 de setembro de 1990, artigo 200, incisos II e VIII, que
ações de Saúde do Trabalhador passaram a ser incorporadas constitucionalmente. Como
enfatizam Lancman e Ghirardi , a ampliação do leque de atuação permitiu que a Terapia
Ocupacional se aproximasse de disciplinas como a Saúde Coletiva, Ergonomia, Psicologia
Social e do Trabalho e Psicodinâmica do Trabalho, com o objetivo de agregar conteúdo e
conhecimentos específicos para o desenvolvimento teórico-prático da Terapia Ocupacional
em um campo de atuação. Assim, a Saúde do Trabalhador vem se consolidando através de
Portarias e Decretos instituídos pelo Ministério da Saúde e, atualmente, os pressupostos de
atuação na área são preconizados pela Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da
Trabalhadora (PNSTT), instituída em 23 de agosto de 2012. Para a fundamentação e
regulamentação da prática da Terapia Ocupacional no campo do Trabalho, tem-se a
Resolução nº 459, de 20 de novembro de 2015, do Conselho Federal de Fisioterapia e
Terapia Ocupacional, que garante legalmente a possibilidade das atuações. Com a
incorporação no SUS dessa área de questões relacionadas à saúde e proteção do
trabalhador, observamos novas possibilidades de intervenção para os terapeutas
ocupacionais, sejam aquelas que se relacionam à assistência integral à saúde do
trabalhador, à vigilância dos ambientes e processos de trabalho ou à educação permanente
e continuada em saúde do trabalhador, com o objetivo principal de propiciar à prevenção,
promoção, reabilitação, e a proteção na relação do processo saúde-doença de
trabalhadores. Em especial, na atuação do terapeuta ocupacional nesta área deve-se
considerar ações e articulações multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial, no sentido
de contribuir na abordagem relativa ao meio social, à saúde e aos direitos, individual e
coletiva, visando à atenção integral dos trabalhadores assistidos. Não podemos deixar de
mencionar que marcos históricos importantes na problemática trabalhista e social também
influenciam a prática da Terapia Ocupacional no campo do Trabalho. Os altos índices de
acidentes, lesões e mortes no ambiente laboral, em meados da década de 1920, em
indústrias e companhias ferroviárias culminou na criação das caixas de aposentadoria e
pensão (CAP), caracterizando o início da Previdência no Brasil.
Posteriormente foi incorporado a este programa, a reabilitação profissional (reinserção para
o trabalho), que continha serviços exclusivos para previdenciários dos Institutos de Caixas e
Aposentadoria e Pensões (IAPS). Em 1960, a Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS),
modificou as formas de prestação dos serviços de reabilitação profissional, através de
centros especializados, denominados Centros de Reabilitação Profissional (CRP(s). Após a
instituição do Plano de Modernização da Reabilitação Profissional, por meio do Decreto nº
2.172/1997, têm se, desde 2001 até os dias atuais, o Programa Reabilita. Em relação ao
retorno ao trabalho, apesar de compreendermos que se trata de um processo originado pelo
afastamento de qualquer trabalhador de suas atividades laborais e que, em muitos casos,
se relaciona à sobrecarga física e mental, ao cumprimento de metas produtivas e às
pressões de nível organizacional, podendo estar presente em qualquer organização de
trabalho, no cenário brasileiro, esse processo institucionaliza-se no Instituto Nacional de
Seguro Social (Inss)14 . O acompanhamento do retorno ao trabalho e a retomada da vida
profissional de trabalhadores contribuintes da Previdência enquadra-se como uma das
principais atribuições da Reabilitação Profissional (RP). Nesse contexto, a Terapia
Ocupacional tem o papel de orientadora profissional (ROP). O ROP avalia o potencial
laborativo, utilizando o formulário de avaliação de reabilitação profissional, com a finalidade
de desenvolver um plano para o programa profissional de retorno ao trabalho. Frente à
ampliação das possibilidades de atuação da Terapia Ocupacional neste campo, podemos
citar ainda a Ergonomia como uma abordagem que ampara, com fundamentos teóricos e
metodológicos, a análise das situações de trabalho. Esta se apresenta como uma
ferramenta importante tanto para as intervenções de vigilância em saúde do trabalhador
quanto para a avaliação técnica de compatibilidade da função no retorno ao trabalho. Auxilia
ainda na intervenção do terapeuta ocupacional em empresas, principalmente junto às
equipes que trabalham com qualidade de vida, por meio da elaboração e implementação de
programas preventivos 3,12 . Sobre a atuação de terapeutas ocupacionais nesse contexto,
este profissional se insere na ampliação dos programas preventivos tradicionais em
Recursos Humanos e Medicina do Trabalho. Estes programas, em muitos casos, viabilizam
ações já existentes, obrigatórias pela legislação (a exemplo do Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO). As intervenções podem ser tangenciadas em três
grupos, a saber: a) atividade física e promoção à saúde, b) responsabilidade social e c)
fadiga administrativa/sofrimento organizacional.

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