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Sessão 1- Adulto II- Andrezza

Objetivos:

● Compreender como a evolução dos termos impactou no conceito de pessoas com
deficiência e incapacidade.

A terminologia atualmente utilizada para designar a pessoa com deficiência sofreu diversas
mudanças ao longo do tempo que marcam, de alguma forma, o avanço em relação ao
alcance que as pessoas com deficiência obtiveram quanto aos seus direitos humanos.
Alguns termos antecederam a utilização da terminologia pessoa com deficiência, e entre
eles é possível elencar os seguintes: Pessoa deciente, Pessoa portadora de deficiência e
Pessoa com necessidades especiais. Originários do campo da educação, outros termos se
aplicaram para denominar a pessoa com deficiência intelectual, são eles: débil, anormal,
retardado mental, indivíduo anormal, pessoa com retardo mental, indivíduo excepcional e
pessoas com necessidade educativas especiais (PNEE). O que se apreende dessa questão
é que as terminologias anteriores ao termo pessoa com deficiência deixam uma marca que
ora atribui à pessoa com deficiência um atributo de posse, a exemplo do termo portador de
deficiência, ora uma categorização excludente, a exemplo dos termos pessoa deficiente e
indivíduo excepcional. Os conceitos de débil, idiota, imbecil, anormal e retardado mental
estão todos relacionados a algum déficit na inteligência. O termo excepcional, por sua vez,
refere-se à pessoa que não se encaixa em uma média. Diante de tais variações
terminológicas, o termo pessoa com deficiência foi convencionado para assim nomear
essas pessoas, e a ele foram atribuídos alguns conceitos que também demonstram haver
avanço no que se refere à conquista de direitos, à elaboração de políticas públicas e, em
especial, no âmbito da saúde, quanto ao próprio entendimento de que a deficiência não
pode ser considerada como algo limitado ao campo biológico. Essa primeira questão
colocada refere-se ao campo ao qual a deficiência faz parte, e essa discussão deu-se a
princípio com o questionamento quanto à definição da deficiência como algo puramente do
campo biológico instituído pela Classificação Internacional de Deficiências, Incapacidades e
Desvantagens (ICIDH) que antecedeu a Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde (CIF).
Contudo, algumas discussões apontaram que a deficiência não pode ser vista como algo
exclusivamente biológico ou exclusivamente social. Com base nisso, a Organização
Mundial de Saúde (2004) define que “as deficiências podem ser parte ou expressão de uma
condição de saúde, mas não indicam, necessariamente, a presença de uma doença ou que
o indivíduo passe a ser considerado doente”. Portanto, a deficiência não é um atributo da
pessoa, mas resulta da interação da pessoa com o ambiente. Dessa forma, com a
Convenção de Direitos da Pessoa com Deficiência (CDPD) da Organização das Nações
Unidas, a deficiência foi conceituada como resultado da interação entre pessoas com
deficiência e barreiras comportamentais e ambientais que impedem sua participação plena
e eficaz na sociedade de forma igualitária .
Considerando que a deficiência é contextual e relacionada às diversas barreiras (atitudinais,
físicas e financeiras) enfrentadas pelas pessoas com deficiência, a Norma Brasileira de
Acessibilidade voltada a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos (ABNT,
2004), define deficiência como: A redução, limitação ou inexistência das condições de
percepção das características do ambiente ou de mobilidade e de utilização de edificações,
espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos, em caráter temporário ou
permanente.
Outro aspecto a ser considerado no que se refere a essa terminologia, é que o conceito de
deficiência é geralmente associado ao de incapacidade, e, embora estejam associados, há
distinções entre os dois.
Sendo assim, há uma diferença entre deficiência e incapacidade, como é mostrado a seguir:
-Deficiências são problemas nas funções ou nas estruturas do corpo, tais como um desvio
importante ou uma perda (OMS, 2004, p. 13).
-Incapacidade é um termo abrangente para deficiências, limitações para realizar e
restrições para participar de certas atividades, que engloba os aspectos negativos da
interação entre um indivíduo (com um problema de saúde) e os fatores contextuais daquele
indivíduo (fatores ambientais e pessoais) (OMS, 2012).
Para fins de classificação, o conceito de deficiência sofreu várias reformulações, até chegar
ao definido pela Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF). Embora a CIF seja
utilizada para medir a funcionalidade de todas as pessoas, por mensurar a incapacidade e a
funcionalidade, ela é muito utilizada para obter informações relativas a esses aspectos de
pessoas com deficiência. A CIF, portanto, é uma classificação de componentes de saúde, e
junto à Classificação Internacional de Doenças (CID), fornece informações sobre o
diagnóstico e funcionalidade de pessoas e populações. Segundo BRASIL (2008), com a
Classificação Internacional de Deficiências, Incapacidades e Desvantagens (CIDID),
elaborada em 1989 pela OMS.
Posteriormente, em maio de 2001, a Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde (CIF) foi estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Essa Classificação leva em conta a capacidade de pessoas com deficiência em se
relacionar com o seu ambiente de vida.


● Entender o relatório mundial sobre a deficiência.
Os objetivos gerais do Relatório são:
Oferecer aos governos e à sociedade civil uma descrição abrangente da importância da
deficiência, além de uma análise das respostas obtidas com base na melhor informação
científica disponível.

As evidências elencadas por este Relatório sugerem que muitas das barreiras enfrentadas
pelas pessoas com deficiência são evitáveis e que as desvantagens associadas à de!
ciência podem ser superadas. As nove recomendações de ações seguintes são
transversais, orientadas pelas recomendações mais específicas no fim de cada capítulo. A
sua implementação requer o envolvimento de diferentes setores – saúde, educação,
proteção social, trabalho, transporte, habitação – e diferentes atores – governos,
organizações da sociedade civil (incluindo as organizações de pessoas com deficiência),
profissionais, o setor privado, indivíduos com de!ciência e suas famílias, o público em geral,
o setor privado e a mídia. É essencial que os países adequem suas ações aos seus
contextos específicos. Onde os países estão limitados por restrições em seus recursos,
algumas das ações prioritárias, particularmente aquelas que requerem a assistência técnica
e a construção de capacidades, podem ser incluídas em um contexto de cooperação
internacional.
Recomendação 1: Permitir o acesso a todos os sistemas e serviços regulares de Pessoas
com deficiência que têm necessidades ordinárias – para a saúde e o bem-estar, para a
segurança econômica e social, para o aprendizado e o desenvolvimento de habilidades.
Essas necessidades podem e devem ser atendidas por meio de programas e serviços
regulares.
Recomendação 2: Investir em programas e serviços específicos para pessoas com
deficiência, além dos serviços regulares, algumas pessoas com deficiência podem requerer
o acesso a medidas específicas, tais como a reabilitação, serviços de apoio, ou
treinamento.
A reabilitação – incluindo tecnologias assistivas tais como cadeiras de roda ou aparelhos
auditivos – melhora a funcionalidade e a independência. Um conjunto bem regulado de
serviços de apoio e assistência pode atender as necessidades de cuidados e permitir que
as pessoas com de!ciência vivam com independência e participem das vidas econômica,
social e cultural de suas comunidades.
Recomendação 3: Adotar uma estratégia e planos de ação nacionais sobre a deficiência
Uma estratégia nacional sobre a deficiência estabelece uma visão consolidada e
abrangente de longo prazo para a melhora do bem-estar das pessoas com deficiência, e
deve cobrir tanto as políticas e programas regulares quanto os serviços específicos para
pessoas com deficiência. O desenvolvimento, implementação e monitoramento de uma
estratégia nacional deve reunir o espectro completo de setores e partes interessadas.
Recomendação 4: Envolver as pessoas com deficiência
Pessoas com deficiência geralmente possuem uma visão singular de sua deficiência e sua
situação. Na formulação e implementação de políticas, leis e serviços, às pessoas com
deficiência devem ser consultadas e ativamente envolvidas. As organizações de pessoas
com deficiência podem precisar de iniciativas de construção de capacidades e suporte para
empoderar as pessoas com deficiência a defender suas próprias necessidades.
Recomendação 5: Melhorar a capacidade dos recursos humanos
A capacidade dos recursos humanos pode ser melhorada por meio da educação,
treinamento e recrutamento efetivos. Uma revisão dos conhecimentos e competências dos
funcionários em áreas relevantes pode oferecer um ponto de partida para o
desenvolvimento de medidas apropriadas para sua melhoria. Um treinamento relevante
sobre a deficiência, o qual inclui princípios de direitos humanos, deveria ser integrado no
currículo e programas de credenciamento atuais.
Recomendação 6: Oferecer financiamento adequado e melhorar a acessibilidade
econômica
O financiamento adequado e sustentável de serviços públicos prestados é necessário para
assegurar que eles alcancem todos os beneficiários pretendidos e serviços de qualidade
sejam oferecidos. A terceirização da oferta de serviços, o fomento a parcerias público-
privadas, e as transferências financeiras para pessoas com deficiência para serviços diretos
ao consumidor podem contribuir para uma melhora na prestação de serviços.
Recomendação 7: Aumentar a conscientização pública e o entendimento das deficiências
O respeito mútuo e a compreensão contribuem para uma sociedade inclusiva. Portanto, é
vital aumentar a conscientização sobre a deficiência, confrontar as percepções negativas, e
representar a de!ciência com justiça. Coletar informações sobre o conhecimento, crenças e
atitudes sobre a deficiência pode ajudar na identificação de falhas na compreensão da
opinião pública que podem ser corrigidas por meio da educação e da disseminação pública
de informações.
Recomendação 8: Aumentar a base de dados sobre deficiência Internacionalmente,
metodologias para a coleta de dados sobre as pessoas com deficiência precisam ser
desenvolvidas, testadas em diversas culturas, e aplicadas consistentemente. Os dados
precisam ser padronizados e internacionalmente comparáveis para estabelecer um ponto
de referência e monitorar o progresso das políticas relacionadas à deficiência e da
implementação da CDPD nacional e internacionalmente.
Recomendação 9: Fortalecer e apoiar a pesquisa sobre a deficiência
A pesquisa é essencial para o aumento da compreensão pública sobre questões
relacionadas à deficiência, a oferta de informações para a elaboração de programas e
políticas dedicados à deficiência, e para a alocação e!ciente de recursos.
Transformar as recomendações em ações:
Os governos podem:
■ Rever e revisar a legislação e políticas existentes buscando uma consistência com a
CDPD; rever e revisar os mecanismos de adesão e aplicação.
■ Rever as políticas, sistemas e serviços regulares e específicos para a deficiência para
identificar falhas e barreiras e para planejar ações para superá-las.
■ Desenvolver uma estratégia nacional sobre a deficiência e um plano de ação,
estabelecendo relações claras de responsabilidade e mecanismos de coordenação,
monitoramento e prestação de contas ao longo dos setores.
■ Regular a oferta de serviços introduzindo padrões de serviço, monitorando, aplicando e
obrigando a adesão.
■ Alocar os recursos adequados para os serviços com financiamento público existentes e
financiar apropriadamente a implementação da estratégia nacional sobre a de!ciência e seu
plano de ação.

● Entender a convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência

O propósito da presente Convenção é promover, proteger e assegurar o exercício pleno e


equitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas
com deficiência e promover o respeito pela sua dignidade inerente.
Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras,
podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições
com as demais pessoas.
Os princípios da presente Convenção são:
a) O respeito pela dignidade inerente, a autonomia individual, inclusive a liberdade de fazer
as próprias escolhas, e a independência das pessoas;
b) A não-discriminação;
c) A plena e efetiva participação e inclusão na sociedade;
d) O respeito pela diferença e pela aceitação das pessoas com deficiência como parte da
diversidade humana e da humanidade;
e) A igualdade de oportunidades;
f) A acessibilidade;
g) A igualdade entre o homem e a mulher;
h) O respeito pelo desenvolvimento das capacidades das crianças com deficiência e pelo
direito das crianças com deficiência de preservar sua identidade.
Artigo 20

Mobilidade pessoal

Os Estados Partes tomarão medidas efetivas para assegurar às pessoas com deficiência
sua mobilidade pessoal com a máxima independência possível:

a) Facilitando a mobilidade pessoal das pessoas com deficiência, na forma e no momento


em que elas quiserem, e a custo acessível;

b) Facilitando às pessoas com deficiência o acesso a tecnologias assistivas, dispositivos e


ajudas técnicas de qualidade, e formas de assistência humana ou animal e de mediadores,
inclusive tornando-os disponíveis a custo acessível;

c) Propiciando às pessoas com deficiência e ao pessoal especializado uma capacitação em


técnicas de mobilidade;

d) Incentivando entidades que produzem ajudas técnicas de mobilidade, dispositivos e


tecnologias assistivas a levarem em conta todos os aspectos relativos à mobilidade de
pessoas com deficiência.

A convenção pré dispõe 50 artigos.

● Compreender o decreto 6.949

DECRETA:

Art. 1o A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo
Facultativo, apensos por cópia ao presente Decreto, serão executados e cumpridos tão
inteiramente como neles se contém.

Art. 2o São sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quaisquer atos que possam
resultar em revisão dos referidos diplomas internacionais ou que acarretem encargos ou
compromissos gravosos ao patrimônio nacional, nos termos do art. 49, inciso I, da
Constituição.

Art. 3o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.


Brasília, 25 de agosto de 2009; 188o da Independência e 121o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


● Compreender a rede de cuidado à pessoa com deficiência

A Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência foi instituída pela Portaria nº 793, de 24 de
abril de 2012. Já o incentivo financeiro para o Componente de Atenção Especializada da
Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, está previsto na Portaria nº 835, de 25 de
abril de 2012. A Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência define a criação, ampliação e
articulação de pontos de atenção à saúde para pessoas com deficiência temporária ou
permanente; progressiva, regressiva, ou estável; intermitente ou contínua, no âmbito do
Sistema Único de Saúde (SUS).
Dessa forma, são objetivos específicos dessa Rede de Cuidados:

Promover cuidados em saúde especialmente dos processos de reabilitação auditiva, física,


intelectual, visual, ostomia e múltiplas deficiências.
II - Desenvolver ações de prevenção e de identificação precoce de deficiências na fase pré,
peri e pós-natal, infância, adolescência e vida adulta.
III - Ampliar a oferta de órtese, prótese e meios auxiliares de locomoção (OPM).
IV - Promover a reabilitação e a reinserção das pessoas com deficiência, por meio do
acesso ao trabalho, à renda e à moradia solidária, em articulação com os órgãos de
assistência social.
V - Promover mecanismos de formação permanente para profissionais de saúde.
VI - Desenvolver ações intersetoriais de promoção e prevenção à saúde em parceria com
organizações governamentais e da sociedade civil.
VII - Produzir e ofertar informações sobre direitos das pessoas, medidas de prevenção e
cuidado e os serviços disponíveis na rede, por meio de cadernos, cartilhas e manuais.
VIII - Regular e organizar as demandas e os fluxos assistenciais da Rede de Cuidados à
Pessoa com Deficiência.
IX - Construir indicadores capazes de monitorar e avaliar a qualidade dos serviços e a
resolutividade da atenção à saúde.
A Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência é organizada com os seguintes
componentes:Atenção Básica, Atenção Especializada em Reabilitação e Atenção Hospitalar
e de Urgência e Emergência.

Considerando que os componentes da Rede não são estáticos, pois demandam uma via de
mão dupla para o usuário e a interlocução com os demais dispositivos de saúde, o mapa da
rede tornou-se uma ferramenta importante para fins de elaboração do fluxo de atendimento.
4.1 Componentes e organização da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência
4.1.1 Atenção Básica De acordo com a Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011, a
Atenção Básica deve ser a modalidade de atenção e de serviço de saúde com o mais
elevado grau de descentralização e capilaridade. Portanto, são competências da Atenção
Básica:
Utilizar e articular diferentes tecnologias de cuidado individual e coletivo
Coordenar o cuidado
Identificar riscos, necessidades e demandas de saúde
Ordenar as redes de atenção à saúde
O componente da Atenção Básica tem como ponto de atenção a unidade básica de saúde
(UBS) e conta com o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e com a Atenção
Odontológica.
Um exemplo de ações de atenção à saúde da pessoa com deficiência são as ações de
prevenção voltadas à saúde ocular, ações essas de prevenção da deficiência visual, de
promoção da saúde ocular e de promoção da habilitação/reabilitação visual.
4.1.2 Atenção Especializada em Reabilitação
O componente da Atenção Especializada em Reabilitação é formado por ações de
reabilitação auditiva, física, intelectual, visual, ostomia e em múltiplas deficiências. Esse
componente conta com os seguintes pontos de atenção:
Estabelecimentos de saúde habilitados em apenas um Serviço de Reabilitação
Centros Especializados em Reabilitação (CER).
Centros de Especialidades Odontológicas (CEO).
Os Serviços de Reabilitação são estabelecimentos de saúde habilitados em apenas um
Serviço de Reabilitação. A exemplo de serviço dessa modalidade, tem-se: o Serviço de
Atenção à Saúde Auditiva na Média Complexidade, Serviço de Reabilitação Visual e serviço
classificado em Atenção às Pessoas Ostomizadas. De acordo com a Portaria nº 597, de 7
de outubro de 2004, esse serviço oferece atenção diagnóstica e terapêutica especializada,
condições técnicas, instalações físicas, equipamentos e recursos humanos adequados ao
atendimento às pessoas com risco ou suspeita para perda auditiva e pessoas portadoras de
deficiência auditiva, de forma articulada e integrada com o sistema local e regional e oferece
triagem e monitoramento da audição de neonatos, pré-escolares e escolares, diagnóstico,
tratamento e reabilitação de perda auditiva em crianças a partir de 3 anos de idade, de
jovens, de adultos, incluindo os trabalhadores e de idosos, respeitando as especificidades
da avaliação e reabilitação exigidas para cada um desses segmentos.
4.1.3 Atenção Hospitalar e de Urgência e Emergência
A Atenção Hospitalar e de Urgência e Emergência na Rede de Cuidados à Pessoa com
Deficiência é composta por Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Serviços de
Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e Hospitais de Emergência, a qual é responsável
por:
I - Acolhimento, classificação de risco e cuidado nas situações de urgência e emergência
das pessoas com deficiência.
II - Instituir equipes de referência em reabilitação em portas hospitalares de urgência e
emergência vinculadas à ação pré-deficiência.
III - Ampliar o acesso e qualificar a atenção à saúde para pessoas com deficiência em leitos
de reabilitação hospitalar.
IV - Ampliar o acesso regulado da atenção à saúde para pessoas com deficiência em
hospitais de reabilitação.
V - Ampliar o acesso às urgências e emergências odontológicas, bem como ao atendimento
sob sedação ou anestesia geral, adequando centros cirúrgicos e equipes para este fim.


● Entender as ações de reabilitação baseada na comunidade no contexto do SUS
(equipe, procedimentos e como associar com a T.O)

A realidade nacional, como também as realidades locais, de restrição da capacidade de


assistência e de respostas às necessidades da população é o que sugere a valorização de
uma abordagem operativa que possua alcance em todas as manifestações da diversidade
humana, em particular aquelas relacionadas às condições de saúde. É nesse âmbito que a
Reabilitação Baseada na Comunidade (RBC) se evidencia como estratégia que prioriza a
atenção às necessidades coletivas das pessoas com deficiências em situação de pobreza.

A RBC constitui estratégia de desenvolvimento comunitário para a reabilitação, a igualdade


de oportunidades e a integração social de todas as pessoas com deficiência, por intermédio
de esforços combinados das próprias pessoas com deficiência, de suas famílias e
comunidades, bem como dos serviços de saúde, educativos, sociais e de caráter laboral,
dentre outros correspondentes. Em uma das referências mais recentes, a RBC é descrita
como estratégia que mobiliza e sensibiliza a comunidade, busca pessoas com deficiência,
organiza as forças e fraquezas, promove treinamento, realiza seguimento, transfere
tecnologia, monitora e avalia as ações.
Nesta perspectiva, a estratégia tem como um dos objetivos principais assegurar o
desenvolvimento das capacidades físicas e mentais das PCD, bem como o seu acesso aos
serviços e às oportunidades cotidianas e a sua colaboração ativa dentro da comunidade e
da sociedade em geral. E, ainda, visa estimular as comunidades a promover e proteger os
direitos das PCD mediante modificações na comunidade, a exemplo da eliminação de
barreiras para a participação. A RBC, como estratégia de redução da pobreza, promove
iniciativas comunitárias que dão ensejo à educação e ao trabalho para jovens e adultos com
deficiência e a participação destas pessoas nas atividades comunitárias, conforme os
preceitos da Classificação Internacional do Funcionamento, Incapacidade e da Saúde.
A Reabilitação Baseada na Comunidade (RBC) é uma estratégia ampla que objetiva
desenvolver a funcionalidade das pessoas, evitando a instalação de disfunção, promovendo
assim a saúde e o bem-estar. A RBC visa também a recuperar e integrar nas suas
comunidades as pessoas portadoras de disfunções. A estratégia da RBC é dar acesso aos
serviços de saúde, educação e renda às pessoas com disfunções. Promoção de atitudes
positivas em relação às pessoas portadoras de disfunções, prevenção das causas que as
geram, oferta de serviços de reabilitação, oferta de oportunidades de treinamento e
educação e apoio a iniciativas locais são algumas das ações da RBC.
Entre as ações da RBC destaca-se a oferta dos serviços de fisioterapia e/ou terapia
ocupacional. Existem milhares de estudos científicos mostrando o efeito benéfico da oferta
desses serviços na promoção da saúde e bem-estar da população. Inúmeros outros
estudos demonstram a redução dos custos com doença nas sociedades em que a
fisioterapia e/ou terapia ocupacional é ofertada na comunidade.

OBJETIVOS
Gerais
Oferecer atendimento fisioterapêutico e terapêutico ocupacional domiciliar de qualidade e
gratuito nas Unidades Básicas de Saúde, nos Programas de Saúde da Família e nas
escolas municipais aos moradores do município.
Específicos
• Promover a prevenção das disfunções, com manutenção da vida saudável e do bem-estar;
• Dinamizar o serviço de atendimento do SUS;
• Melhorar a qualidade de vida da população em geral;
• Reduzir o absenteísmo escolar e no trabalho;
• Melhorar a funcionalidade da pessoa idosa;
• Oferecer tratamento pré e pós-operatório geral no domicílio do paciente, a fim de
minimizar intercorrências;
• Recuperar e/ou manter a funcionalidade da pessoa portadora de deficiência, prevenindo
as disfunções de forma a otimizar a sua inserção no mercado de trabalho e a integração na
vida comunitária;
• Reduzir os custos com internações hospitalares (níveis de atendimentos secundários e
terciários);
• Reduzir os custos com seguro desemprego.

Na RBC a fisioterapia e/ou a terapia ocupacional atuam principalmente na saúde coletiva,


na educação, prevenção e assistência fisioterapêutica e terapêutica ocupacional coletiva.
No âmbito da atenção primária em saúde na comunidade, o fisioterapeuta ou terapeuta
ocupacional identifica, no domicílio do cliente e nos ambientes de socialização (clubes,
parques, ruas) os possíveis fatores causadores de disfunções motoras. A partir dessa
identificação, ele planeja e implementa várias ações visando a prevenir a ocorrência dessas
disfunções e ao mesmo tempo promover o bem-estar dos munícipes. Esse profissional
também realiza uma avaliação física em cada munícipe para identificar possíveis
predisposições e/ou disfunções já instaladas. A partir dessa avaliação são também
propostas e implementadas ações visando à promoção ou reabilitação da funcionalidade
dos mesmos. O grande absenteísmo observado nas escolas brasileiras é devido a
disfunções no aparelho músculo-esquelético de nossas crianças, que ocorrem por má
postura, mau posicionamento nas mesas escolares e excesso de peso na mochila. Esses
problemas podem também ser identificados, prevenidos ou tratados por um fisioterapeuta
ou terapeuta ocupacional.

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