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EXPRESSO

Qual o papel da informalidade na retomada


do emprego em 2021
Marcelo Roubicek 28 de dez de 2021 (atualizado 28/12/2021 às 20h35)

Taxa de desemprego cai a 12,1% entre agosto e outubro, mas 12,9 milhões ainda
procuram trabalho. Recuperação é puxada por vagas sem carteira assinada, que
pagam menos e são mais vulneráveis

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FOTO: NACHO DOCE/REUTERS - 31.DEZ.20218

! VENDEDOR AMBULANTE ATRAVESSA A RUA EM SÃO PAULO

A taxa de desemprego caiu entre agosto e outubro de 2021, conforme


divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na
terça-feira (28). A desocupação recuou para o menor nível desde o início da
pandemia de covid-19.

12,1%
era a taxa de desemprego entre agosto e outubro de 2021, segundo o IBGE

RECUANDO

Embora esteja em queda, o desemprego ainda atinge 12,9 milhões de


brasileiros. A retomada do mercado de trabalho em 2021 tem sido
impulsionada pelas vagas informais, mais vulneráveis e geralmente com
remuneração mais baixa.

Neste texto, o Nexo mostra o quadro da informalidade em 2021 e o papel que


esse tipo de emprego tem tido no cenário de recuperação do mercado de
trabalho.

Informalidade em alta

O IBGE considera como informais o grupo formado por trabalhadores das


seguintes categorias:

Emprego por conta própria sem CNPJ registrado. É o caso dos


motoristas e entregadores de aplicativos
Emprego sem carteira de trabalho no setor privado
Emprego doméstico sem carteira de trabalho
Emprego como familiar auxiliar, que ocorre quando a pessoa trabalha
ajudando parentes na profissão, sem vínculo formal
Trabalho como empregador sem CNPJ registrado, como é o caso de
microempreendedores não registrados que contratam auxiliares
(pedreiros ou ambulantes, por exemplo)

O Brasil criou cerca de 3,3 milhões de vagas nos meses de agosto a outubro
de 2021. Destas, quase 1,8 milhões eram informais. Ou seja, a maioria das
vagas criadas no período não tem registro.

A taxa de informalidade cresceu no Brasil em 2021. Entre agosto e outubro,


ela ficou em 40,7%, a maior desde o final de 2019.

INFORMALIDADE CRESCENDO

O trabalho por conta própria

Metade dos informais do Brasil trabalha por conta própria sem registro.
Essa categoria inclui vendedores ambulantes, motoristas e entregadores de
aplicativos.

19,37 milhões
de pessoas trabalhavam informalmente por conta própria entre agosto e
outubro de 2021

É o maior número desde o final de 2019, no trimestre encerrado em


novembro daquele ano, quando bateu recorde – apenas 6.000 vagas a mais
que no trimestre encerrado em outubro de 2021.

Informalidade e renda

Outro movimento que tem marcado o mercado de trabalho brasileiro é a


queda da renda. O gráfico abaixo mostra a trajetória, desde o início de 2019,
do rendimento médio habitualmente recebido por quem está trabalhando
no Brasil. Os dados já corrigem os efeitos da inflação.

EM BAIXA

O gráfico mostra como a renda média subiu a partir do início da pandemia,


mas passou a cair na segunda metade de 2020. Isso reflete a trajetória da
informalidade na crise sanitária e econômica.

A informalidade costuma ser marcada por remuneração menor. Também se


tratam de vagas mais vulneráveis, sem FGTS, férias, 13° salário ou
benefícios ligados a saúde e alimentação.

Por causa dessa menor proteção, os informais foram os mais atingidos no


início da crise. As vagas informais tiveram forte retração nos primeiros
meses da pandemia, seja por causa de demissões ou por trabalhadores por
conta própria que ficaram sem trabalhar para não se expor ao coronavírus.
Enquanto isso, as vagas formais foram menos prejudicadas num primeiro
momento.

Um reflexo desse movimento foi o aumento do rendimento médio entre a


população ocupada. Como informais geralmente ganham menos, uma
proporção menor de vagas desse tipo significa maior remuneração média no
mercado de trabalho.

Mas, conforme o mercado de trabalho se recupera, ocorre o movimento


oposto. Isso porque a retomada é baseada sobretudo em vagas informais.
Como a informalidade está crescendo, a renda média está caindo.

Além dos salários mais baixos, outro fator que contribui para o momento
ruim da renda no Brasil é a inflação, que está em dois dígitos pela primeira
vez desde 2016. O avanço de preços corrói o poder de compra da população e
dificulta uma retomada forte do consumo no país. A redução do poder de
consumo, por sua vez, pode atrapalhar a retomada da economia, que está em
recessão – e acabar dificultando uma melhoria do mercado de trabalho.

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