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PACIENTES COM NECESSIDADES ESPECIAIS

“limitações” e
“restrições à participação em certas atividades”, de
AULA 01: POLÍTICAS NACIONAIS DE SAÚDE DA acordo a CIF.
PESSOA COM DEFICIÊNCIA E SUA RELAÇÃO COM A
SAÚDE BUCAL 1.2 DEFICIÊNCIA

1. CONCEITO  É toda perda ou anormalidade de estrutura ou


função psicológica, fisiológica e anatômica, que
PNE são indivíduos que apresentam alterações
gere incapacidade para o desempenho de
mentais, físicas, orgânicas, sociais e/ou
atividade, dentro do padrão considerado normal
comportamentais e necessitam de atendimento
para o ser humano.
diferenciado por um período ou por toda vida,
 Deficiência permanente: aquela que ocorre ou se
estabelecendo, dessa maneira, o direito a uma vida
estabilizou durante um período de tempo
digna.
suficiente para não permitir recuperação ou ter
OMS, 2012: 15% (1 bilhão) da população mundial probabilidade de ser alterada apresar de novos
convive com algum tipo de incapacidade ou tratamentos.
deficiência.  Deficiência transitória: gestante.
 Incapacidade: uma redução efetiva e acentuada
Esse paciente pode estar envolvido em alguma esfera, da capacidade de integração social, com
seja ela física, intelectual, sensorial, emocional, em necessidade de equipamentos, adaptações, meios
mais de uma delas ou todas elas. ou recursos especiais para que a pessoa com
deficiência possa receber ou transmitir
1.1 EVOLUÇÃO
informações necessárias ao seu bem-estar pessoal
Handicapped Pacientes excepcionais Pacientes e ao desempenho de função ou atividade a ser
especiais PNE (Pacientes com necessidades especiais). exercida.

 CIDID (OMS, 1989) – Visando responder às 1.3. PNE (Paciente com Necessidade Especiais)
necessidades de se conhecer mais sobre as
Doença mental, deficiência física, anomalias
consequências das doenças, a OMS publicou
congênitas, distúrbios comportamentais, transtornos
“Classificação internacional de Deficiências,
psiquiátricos, distúrbios sensoriais e de comunicação,
Incapacidades e Desvantagens”, que deram
doenças sistêmicas crônicas, doenças
origem à atual classificação – CIF (classificação
infectocontagiosas, condições sistêmicas.
internacional de Funcionalidade, Incapacidade e
Saúde). A partir desses grupos iremos definir os pacientes que
 CIF – Assembleia Mundial de Saúde (OMS, 2004): possuem “alterações das estruturas e funções
deficiência como parte da expressão de uma corporais”, “limitações” e “restrições à participação
condição, que não indica necessariamente uma em certas atividades”.
doença.
 O objetivo geral da classificação é proporcionar 2. POLITICAS PUBLICAS PARA PESSOAS COM
uma linguagem unificada e padronizada, assim DEFICIENCIAS
como uma estrutura de trabalho para a descrição
Por que a criação de politicas de inclusão ao grupo de
da saúde e de estados relacionados com a saúde.
PNE é necessária?
 Hoje, não tratamos a condição do paciente mais
como “deficiência”, “incapacidade” e Por conta da segregração que ocorria no passado, e
“desvantagem” como em CIDID, e sim por que volta e meia ainda ocorre atualemente. Sendo
“alterações das estruturas e funções corporais”, assim, essas leis envolvem acessoa educação, saude,
 lazer, trabalho e transporte.

2.1 HISTORICO
1990 – Declaração Mundial de Educação para todos: 2001 – CFO reconheceu a especialidade Pacientes com
melhoria da qualidade do processo ensino- Necessidades Especiais – Odontologia adaptada a
aprendizagem para aluno, sem descriminação. realidade e condição clinica do paciente.

1994 – Declaração de Salamanca: urgências de O que aconteceria se fosse exigida, ou melhor


atendimentos as necessidades de alunos, evitando abertas vagas de emprego (100.000) em hospitais,
praticas discriminatórias e excludentes. ceo, clínicas para atender pacientes especiais,
clinicamente comprometidos? Não teríamos mão de
A primeira politica publica para PNE: a constituição, obra qualificada (atualmente).
que garante saúde integral para todos. Após ela veio
o ECA (Lei 9.069/1990) estatuto da criança e MS Portaria n 1.060/2002 – Politica Nacional de
adolescente (que também protege a criança PNE). Saúde da pessoa com deficiência (PNSPD)

Lei 7.853/19895  Promoção da qualidade de vida: construção de


ambientes acessíveis; inclusão sociocultural;
 Formação de recursos humanos voltados aos normatização arquitetônica; representação em
PNE5. conselhos de saúde.
 Garantia de atendimento domiciliar – Home care.  Prevenção de deficiências: 70% das ocorrências
 Criação de uma rede de serviços e programas são evitáveis; acompanhamento pré-natal e
de saúde. puericultura; educação em saúde; tratamento de
 Ações punitivas a atos discriminatórios doenças crônicas.
Lei 3.298/1999 - Seção I – Saude
 Atenção integrada à saúde: acesso aos três níveis
 Atendimento por equipe multidisciplinar; de atenção; reabilitação e tecnologias assistivas;
 Prevenção, tratamento e reabilitação; atendimento multiprofissional; integralidade de
 Concessão de órteses, próteses, bolsas coletoras; ações – aqui foi implementado o Brasil Sorridente
 Fornecimento de medicamentos específicos e de e marcou a forte entrada do cirurgião dentista na
alto custo; rede publica de saúde.
 Fomentação de estudos epidemiológicos.  Melhoria dos mecanismos de informação:
incentivo de dados; fomento a pesquisa na área;
Lei 10.241 / 1999 – Direito do usuário dos serviços e criação de materiais educativos na saúde.
das ações de saúde no Estado de SP.  Organização e funcionamento dos serviços:
formação de uma “rede de cuidados”;
 O paciente tem o direito de ser chamado pelo
fortalecimento da UBS e dos ESF.
nome e sobrenome. Não deve ser chamado pelo
nome da doença ou agravo a saúde. Decreto n 7.612/2011 – Plano Nacional dos direitos
 O paciente tem o direito de não sofrer da pessoa com deficiência: VIVER SEM LIMITE
discriminação de saúde por ser portador de
qualquer tipo de patologia. Promover, por meio da integração e articulação de
politicas, programas e ações, o exercício pleno e
Lei 10.048/2000 equitativo dos direitos das pessoas com deficiência.
 Atendimento preferencial e imediato às pessoas - Melhorar o acesso a direitos básicos: saúde,
com deficiência, idosos, gestantes, lactantes e transporte, moradia, educação, mercado de trabalho,
pessoas acompanhadas por criança de colo (2 qualificação profissional.
anos) - Aumento em 20% do financiamento para 420 CEOs
- Adequação física e aquisição de equipamentos para
Lei 10.098/2000
Hospitais;
Acessibilidade ao meio físico, como edifícios, vias - Qualificação de mais de 6.600 profissionais da
publicas, espaços e equipamentos urbanos e aos Odontologia.
sistemas de transporte. - Criação, ampliação e articulação de pontos de
atenção à saúde.
- Integridade e assistências Multiprofissionais. doenças neurológicas, acidentes traumáticos ou
- Equidade, respeito ás diferenças e aceitação dos uma doença adquirida no momento do
PNE. nascimento, por exemplo. Quando há a perca total
ou parcial da função dos membros, o corpo tende a
- Controle social e participação comunitária.
atrofiar conforme o tempo.
- Desenvolvimento de pesquisas clinicas
- Inovação em tecnologias assistenciais. OBS: paresia ≠ parestesia – alteração somente
sensorial
AULA 02: DEFICIÊNCIA FÍSICA

1. CONCEITO (Decreto n 5.296, de 02 de dezembro


de 2004)

“Alteração completa ou parcial de um ou mais


segmentos do corpo humano, acarretando o
comprometimento da função física, apresenta-se sob
a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, 2. EPIDEMIOLOGIA: A deficiência motora representa
monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, 7% das deficiências físicas no Brasil.
triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia,
amputação ou ausência de membro, paralisia 3. CARACTERISITCAS GERAIS
cerebral, nanismo, membros com deformidade
congênita ou adquirida, exceto as deformidades  Incoordenação de movimentos (parcial ou total,
estéticas e as que não produzam dificuldades para o progressiva);
desempenho de funções”.  Alterações na marcha e comprometimento das
funções motoras;
 NÃO É DEFICIENCIA FISICA: deformidades  Deformidades corporais com comprometimento
estéticas, ou as que não apresentam dificuldades de funções;
para desempenho das funções. Ex: lula – perdeu o  Prejuízo em atividades que exijam coordenação
dedo mindinho (alteração de membro), contudo, motora fina.
consegue suprir as funções.
Comprometimento de estrutura musculares,
 Plegia: quando o membro não funciona, há a osteoarticulares, e do sistema nervoso.
perca total da sensibilidade e da parte motora.
 Paresia: quando o membro pode realizar 3.1 CONDIÇÕES
alguns movimentos funcionais, há a perca da
força e parcialmente da sensibilidade.
As deficiências físicas englobam alterações
 Monoplegia: paralisia de um membro musculares, osteoarticulares e sistema nervoso. Isso
 Diplegia: paralisia de dois membros simétricos significa que existem pacientes que não possuem
 Paraplegia: paralisia dos membros inferiores alteração muscular, osteoarticular, mas possuem uma
 Triplegia: paralisia de três membros desconexão com o sistema nervoso com a parte
 Tetraplegia: paralisia dos quatro membros motora – ex: paciente AVC, que passa a ser um
 Hemiplegia: paralisia dos membros de um lado deficiente físico.
do corpo (por exemplo, braço e perna do lado
direito).
 Paraparesia: paresia de dois membros.  Ostomia – são deficientes físicos temporários.
 Triparesia: paresia de três membros.  Colostomia: abertura no intestino grosso para
 Tetraparesia: paresia de quatro membros. saída de fezes ou urina e fezes.
 Hemiparesia: paresia de um lado do corpo (ou  Ileostomia: abertura no intestino delgado (fino)
paralisia parcial) para saída de fezes.
 Urostomia: um pedaço do intestino delgado é
Existem diversas causas que levam tanto à paresia
conectado ao ureter para saída de urina;
como à plegia/paralisia, como AVC, infecções,
 Traqueostomia: abertura frontal na traqueia do  Dependência de um cuidador
paciente.  Saúde bucal em segundo plano frente aos outros
 Gastrostomia (GTT): método para fornecer dieta problemas: inserir os hábitos de higiene
ao paciente via sonda ou cateter. suavemente na rotina desse individuo (2x ou ate
mesmo 1x ao dia).
 Paralisia cerebral
 Nanismo ACHADOS CLINICOS
 Acidente Vascular Encefálico
 Lesão Medular HIPERPLASIA GENGIVAL: muitos pacientes fazem uso
 Poliomielite: paralisia dos membros inferiores de antiepiléticos, medicamentos usados para o
 Miastemia Gravis: doença autoimune que afeta a tratamento de convulsão e epilepsia, e muitos desses
comunicação entre os nervos e músculos medicamentos junto ao acumulo de biofilme e placas
 Distrofia Muscular bacterianas levam a hiperplasia gengival em condições
 Artrite reumatoide: doença inflamatória crônica inflamatórias. Tratamento então não seria suspender
que pode afetar as articulações. o medicamento, neste caso a raspagem gengival e a
 Raquitismo: estrutura do osso fique fraca, e os cirurgia periodontal seria a melhor opção. Pode
ossos longos dos braços e pernas se tornem acontecer de pacientes com leucemia desenvolverem
frágeis e tortos. hiperplasia gengival, e neste caso o tratamento não
 Mielomeningocele seria cirúrgico, por conta do risco de hemorragia.
 Osteogênese imperfeita
DEFEITO NA AMELOGÊNESE: defeitos na formação do
3.2 CAUSAS esmalte. Muito comum em pacientes com
osteogênese imperfeita, condição que prejudica a
 GENÉTICAS E/OU HEREDITÁRIAS: malformações formação dos ossos e os torna anormalmente frágeis.
congênitas, síndromes, doenças raras. E como o tratamento para doenças ósseas é
 PRÉ NATAL: infecção congênita, desnutrição, bisfosfotano (BPs), podem levar a osteonecroses dos
distúrbios metabólicos da gestante, toxicidade maxilares.
medicamentosa, uso de drogas, exposição
excessiva à radiação ionizante, etc. LESÕES CARIOSAS: consequência da higiene bucal
 PERINATAIS: hemorragias intracranianas, deficiente e os altos índices de biofilme.
hematomas subdurais, hemorragias intrauterinas,
hipóxia, deslocamento prematuro da placenta, LESÕES TRAUMATICAS: avulsões e outras, como
problemas respiratórios do recém nascido, etc. consequência do comportamento que algumas
 PÓS-NATAIS: meningoencefalites bacterianas e condições podem desenvolver, levando a
virais, TCE, acidentes, síndromes epiléticas, autoagressão.
desnutrição.
HIPOSALIVAÇÃO X SIALORREIA: muitos pacientes vão
3.3 CARACTERISITICAS BUCODENTAIS apresentar boca seca, por conta ao habito de estar de
boca aberta. Ou a salivação em excesso que pode ser
uma sialorreia ou simplesmente pelo fato do paciente
 Não diferem da população em geral
não conseguir deglutir.
 Higiene bucal deficiente
 Altos índices de biofilme bucal, e até mesmo
LIMITAÇÕES MOTORAS: pacientes com artrite
restos de alimentos em fundo de suco, visto que
reumatoide, por exemplo, ficam impedidos de
esses pacientes não conseguem realizar a higiene
realizarem a escovação, sendo assim, podem haver
sozinhos e em muitos casos não conseguem
adaptações nas escovas e o fio dental.
realizar a autolimpeza da boca, porque passam
muito tempo de boca aberta.
MÁ OCLUSÃO: Essas condições podem levar ao
 Prejuízo no autocuidado
desenvolvimento de má oclusões – palato e maxila
 Déficit neuropsicomotor
atresicas etc. Além disso, há um alto índice de
bruxismo em PNE, devido ao habito de ranger dos AULA 03
dentes, levando ao desgaste dental excessivo, DTM e
fraturas e avulsões dentarias. DEFICIENCIA AUDITIVA

4.0 PROTOCOLO CLINICO 1. CONCEITO (decreto n. 5.296, de 02/12/2004):


“perda bilateral, parcial ou total, de 41 decibéis
 Anamnese criteriosa: comorbidades, distúrbios (dB) ou mais, aferida por audiograma, nas
secundários, alergias, hospitalizações e cirurgias, frequências de 500 Hertz (Hz), 1000 Hz, 2000 Hz e
queixa principal, listagem das medicações em uso, 3000 Hz”. Audiograma: exame realizado pelo
solicitação de avaliação medica (SN), condição fonoaudiólogo, solicitado pelo
biopsicossocial, avaliação global do paciente. otorrinolaringologista.
 Adequação do ambiente do trabalho
 Cadeirantes: consulta na própria cadeira de rodas 2. EPIDEMIOLOGIA: representa cerca de 5,1% dos
ou não? pacientes com necessidades especiais –
 Posicionamento adequado – uso de travesseiros e aproximadamente 9,8 milhões de indivíduos.
almofadas
 Consultas rápidas 3. ORIGEM DO PROBLEMA
 Considerar técnicas de sedação consiente
 Laserterapia para lesões traumáticas de tec. Moles  Presentes em mais de 100 síndromes.
 Reabilitação – próteses implantosuportadas  Hereditário; Não-hereditário
 Aplicação de toxina botulínica nas glândulas
O caráter hereditário não é tão comum em casos de
parótidas (para salivação excessiva)
paralisia cerebral ou deficiência física, como na
 Individualização da abordagem – posicionamento auditiva.
da cabeça
 Decúbito dorsal x decúbito lateral
 Estabilização física/mecânica – na presença dos 4. CLASSIFICAÇÃO
responsáveis
 Evitar “deitar” completamente a cadeira
odontológica
 Fase “seca” X Fase “úmida” – deixar para fazer as
coisas com sangue no final, porque possivelmente
mais de um tratamento seja realizado em uma só
consulta – por exemplo: selar, raspar e extrair 4.1 De acordo ao local onde ocorre
(nesta ordem)
 Evitar movimentos bruscos, estimulação visual  Sistema condutivo: ouvido externo e médio;
e/ou sonora  Sistema neurossensorial: ouvido interno e/ou
nervo vestibulococlear;
PRIORIZAR:  SNC: tronco cerebral e cérebro;
 Controle agressivo de biofilme  Mistas.
 Aplicação de selantes e vernizes de flúor (porque
muitas vezes não há condições de realizar 4.2 De acordo ao momento que ocorre
isolamento e usar resina)
 Escovas elétricas e passadores de fio dental  Pré Natal: fator Rh, rubéola, sífilis, toxoplasmose,
 Atendimento multiprofissional herpes, drogas e alcoolismo, desnutrição, HAS e
 Treinamento das técnicas de higiene oral – DM, radiação e desordens genéticas.
familiares/cuidadores e paciente
 Ensinar a confecção de abridores de boca aos  Perinatal: prematuridade, síndrome da pós-
familiares maturidade, anóxia (ausência ou diminuição da
oxigenação no cérebro)/hipóxia (diminuição do
aporte de oxigênio ou baixa concentração de  Dependência excessiva dos pais e acompanhantes
oxigênio nos tecidos), uso de fórceps e infecção (mimo excessivo, hiperatividade, rebeldia e
hospitalar. insegurança);
 Pós Natal – normalmente mais infecciosos:  Barreira da comunicação – prejuízo de vinculo.
meningite, sarampo, caxumba, ototoxicidade
medicamentosa (perda da função auditiva 6 CONDUTAS
originada por substancias químicas), sífilis
adquirida, TCE, exposição continua e ruídos.  Identificar o grau de deficiência auditiva do
paciente (leve, media, severa ou profunda);
Os antibióticos são os medicamentos que mais  Encontrar outras vias de comunicação;
causam perda auditiva, caso haja um uso prolongado  Ser sensível – ater-se à forma de comunicação
do mesmo. Assim como pacientes que tiveram otite utilizada pelo paciente;
na infância, também tem uma tendência para perda  Técnicas de leitura orofacial – falar devagar e de
auditiva. forma expressiva;
O normal é que com a idade ocorra um perda auditiva,  Incluir cuidadores/pais na consulta;
assim como, há uma predisposição entre os CD de  Não falar alto;
desenvolver a deficiência, em detrimento do  Evitar realizar outra atividade enquanto se
ambiente insalubre de trabalho. comunica com o paciente;
 Olhar para o paciente enquanto fala;
4.3 De acordo ao grau  Atendimento com protetor facial no acolhimento
e anamnese, antes de iniciar os procedimentos
GRAU DECIBEIS (bB) clínicos (antecipar tudo que vai acontecer na
Leve 20-40 dB consulta nesse momento) – para utilizar a leitura
Média 40-70 dB
labial.
Severa 70-90 dB
Profunda > 90 dB
6.1 CONDUTAS ODONTOLOGICA
Normalmente a profunda trata-se de surdez total, em
um show de rock, por exemplo, este tipo de paciente  Uso de aparelho auditivo – amplificação do som
ouviria somente um ruído.  Retirada do aparelho quando utilizar
instrumentais ruidosos
 Utilizar recursos audiovisuais: slides, imagens,
diagramas, esquemas, vídeos, macromodelos, etc;
5  Preparo de toda a equipe para o atendimento;
 Explicar o que será feito antes do procedimento;
 Considerar técnicas de sedação consciente – em
casos de deficiência profunda, quando não
condições de se comunicar com o paciente;
 Recomendações pós operatória com imagens.

CARACTERISTICAS GERAIS
DEFICIENCIA VISUAL

 Comprometimento do desenvolvimento
1. CONCEITO (decreto n. 5.296, de 02/12/2004):
psicológico, comportamental e do aprendizado;
“cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou
 Rotulado como “desatento”, “desmotivado”,
menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor
“deficiente mental”;
correção óptica; baixa visão, que significa
 Dificuldade na integração social – diagnostico
acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho,
tardio;
com a melhor correção óptica; os casos nos quais
 Dificuldade de transmissão de informações;
o somatório da medida do campo visual, em
ambos os olhos, for igual ou menor que 60 graus,  Memória visual – associações para o paciente
ou a ocorrência simultânea de qualquer das buscar na memoria lembranças de certos objetos
condições anteriores. e sensações vs. cegueira congênita – usar outros
sentidos para realizar essas associações.
2. EPIDEMIOLOGIA: representa cerca de 18,8% dos
pacientes com necessidades especiais – 6. CONDUTA ODONTOLOGICAS
aproximadamente 6,5 milhões de indivíduos.
Umas das mais prevalentes.  Apresente todos os envolvidos no atendimento;
 Ambiente calmo e silencioso;
3. CLASSIFICAÇÃO  Mostre o ambiente e os instrumentais ao paciente
através do tato;
 Cegos totais ou cegueira: uso de braile;  Deixe que o paciente pegue em seu braço;
 Visão subnormal (é empregado quando há  Descreva com detalhes os instrumentais e
diminuição irreversível da visão): uso de potentes equipamentos odontológicos;
recursos ópticos.  Oriente o paciente sobre os odores e sabores;
 Acione os equipamentos um a um e avise antes;
4. ETIOLOGIA  Evite ruídos inesperados – mesa de cirurgia, p/ ex;
 Treinamento de cuidadores/familiares;
 Pré natal: fatores genéticos (ex: síndromes,  Utilizar a língua como ferramenta de tato na boca
malformações, glaucoma congênito, catarata – autolimpeza etc.
congênita e infecções maternas.  Utilize de áudio, como vídeos e musicas;
 Perinatais: fibroplasia retiniana;  Utilize macromodelos, figuras em alto relevo, etc;
 Pós natal: traumas oculares, doenças  Busca por materiais em braile;
degenerativas, glaucoma (aumento da pressão  Escova convencional vs. Elétrica – depende da
ocular), catarata, HAS e DM, etc. higienização bucal do paciente, se esta adequada
ou não e da colaboração e adaptação do mesmo;
 Pacientes portadores de glaucoma é uma das  Utilizar o passa fio;
contraindicações para o uso de benzodiazepínico  Utilização de dedeiras antes da escova dental;
na sedação: atrazolan, diazepan, clonazepan etc. E  Atenção com quedas e traumatismo.
o glaucoma não tratado leva a cegueira.
 Retinopatia diabética – pacientes diabéticos 6.1 ACHADOS CLINICOS
descompensados tem uma maior incidência de
perda visual. Acumulo de biofilme;
 Existem algumas síndromes que trazem pacientes Traumatismos bucodentais;
surdos, mudos e cegos, logo, esse paciente não
interage com o ambiente em sua volta, são esses DEFICIENCIAS MULTIPLAS
pacientes que iremos tratar em centros cirúrgicos,
dentro de hospitais.  Associação de mais de uma deficiência (ex:
surdos-cegos);
5. CARACTERISTICAS GERAIS  Comprometimento maior do DNPM
Aspectos comportamentais: (desenvolvimento neuropsicomotor);
 Desafio para o condicionamento;
 Falta de estimulo visual deve ser compensado –  Uso de anestesia geral para casos complexos.
desenvolvimento de outros sentidos (tato, olfato,
audição etc); DEFICIENCIA INTELECTUAL
 Necessidade da exploração do ambiente, objetos
e pessoas; 1. CONCEITO (decreto n. 5.296, de 02/12/2004):
 Desenvolvimento de outros sentidos; “funcionamento intelectual significativamente
 Imaturidade e insegurança; inferior a media, com manifestação antes dos 18
anos e limitações associadas a duas ou mais áreas empacotar sacola de supermercado, interações sociais
de habilidade adaptativas: comunicação, cuidado etc.
pessoal, habilidades sociais, utilização dos
recursos da comunidade, saúde e segurança, 3.3 CID -10, OMS – nova classificação segundo a OMS
habilidades acadêmicas, lazer e trabalho”.

 De acordo com o conceito, as deficiências 4. CARACTERISITICAS GERAIS


intelectuais devem se desenvolver antes dos 18
anos, isso significa que um paciente que  Presente desde o nascimento;
desenvolveu Alzheimer na maior idade não se  Manifestação antes dos 18 anos de idade;
enquadra como deficiente intelectual.  Irreversível;
 Dificuldades de relacionamentos interpessoais;
2. EPIDEMIOLOGIA: representa cerca de 1,4% dos  Ausência de autossuficiência (dependência vs
pacientes com necessidades especiais – atenção semidependência);
aos casos subnotificados – comunidades, áreas  Habilidade limitada para aprendizagem;
rurais etc.  Associação com outas patologias (autismo, PC,
epilepsia);
3. CLASSIFICAÇÃO  Presente em mais de 150 síndromes.
 Maior estigmatizarão;
3.1 “Equação de Bobath” – antiga classificação  Associação com indicadores socioeconômicos
ruins;
QI = Quociente de inteligência  Situações de violência dos direitos humanos
QI= IM/IC x 100 IM = Idade mental universais – pacientes violentados ou com direitos
IC = Idade cronológica restritos por preconceito e descriminação.

GRAU QI Aspectos comportamentais


Limítrofe 68-83
Leve 52-67
 Baixa colaboração;
Moderado 36-51
 Dependência para cuidados pessoais;
Severo 20-35
 Autoagressividade (autoagressão) X
Profundo ≤ 20
heteroagressividade (agressão ao outro)
3.2 Dependentes vs. semidependentes – pacientes é  Polifarmácia
capaz de se alimentar, de realizar higiene pessoal  Erro alimentar.
sozinho? 
POLEMICA
De acordo a nova classificação – Alguns pacientes
podem se desenvolver e com certo treinamento Educação suplementar especializada/ Educação
conseguem realizar atividades comuns do dia a dia, especial vs. Incentivo ao compartilhamento da
como higiene pessoal, trabalhos mais “simples” como mesma sala de aula.

 LBD 9.394/96 – Inclusão na rede regular d ensino.


 Presença de mais
professores/estagiarias/psicopedagogas para
auxiliar esses pacientes.

 Porque a inclusão desses alunos na sala de aula
convencional sem suporte acaba prejudicando o
processo de aprendizagem do mesmo e dos
demais alunos.
 Considerar a sedação farmacológica;
 Capacidade educativa ≠ aprendizagem e  Escova elétrica vs escova manual;
treinamento. Ou seja, educar esses pacientes é  Estimulo as estratégias preventivas;
diferente de treinamento para realizar  Aplicação de selantes e vernizes de flúor;
determinada função, normalmente esses  Consultas regulares e frequentes – criar hábitos;
treinamentos ocorrem mais em pacientes  Treinamento e motivação de
moderados. familiares/cuidadores.
 Capacidade de realizar atividades de vida diária
(AVD).  “Uma abordagem pode funcionar com um
paciente, mas não com outro”. “Os pacientes
ETIOLOGIA mostram uma variedade de níveis de
compreensão e cooperação”. – tratamento
 Pré Natal: alterações cromossômicas (trissomia do individualizado.
21) e genéticas, síndromes, desnutrição materna,  Pacientes não responsivos as técnicas de sedação
doenças infecciosas, alcoolismo e consumo de consciente (condicionamento + sedação
drogas, efeitos adversos de medicamentos etc. farmacológica) – autoagressividade vs
 Perinatais: traumas durante o parto, heteroagressevidade.
hipóxia/anóxia, prematuridade, baixo peso,  Emprego de contenção física e sedação
icterícia grave do recém-nascido, etc. farmacológica.
 Pós natal: desnutrição e desidratação grave,
intoxicações exógenas, acidentes, carência de ANESTESIA GERAL – quando usar
estimulação global, doenças infecciosas com
acometimento do SNC, etc.  Não responsivos as técnicas de sedação
farmacológica;
CONDUTA ODONTOLOGICA  Casos de urgência;
 Ausência completa de cooperação;
ACHADOS CLINICOS  Autoagressividade evidente – risco de se
machucar;
 Acúmulos de biofilme;  Heteroagressividade;
 Hiperplasia gengival – pacientes que fazem uso de  Tratamento acumaldo;
anticonvulsivantes tem maior pré-disposição,  Dificuldade de acesso aos serviços;
principalmente se houver fator etiológico  Necessidade de nova dessensibilização.
periodontal – tratar a doença primeiro, antes de
pensar em solicitar a troca da medicação ou partir AULA 04: TECNOLOGIAS ASSISTIVAS
para tratamento periodontal cirúrgico;
 Lesões cariosas; 1. Conceito
 Lesões traumáticas por autoagressividade ou por
heteroagressividade;  Recursos tecnológicos de saúde que podem
 Hábitos parafuncionais: Bruxismo resultar na melhoria da qualidade de vida da
população na promoção de saúde, na prevenção
CONDUTA de deficiências e agravos, influenciando as
práticas relacionadas com a reabilitação e
 Aspecto bucal relacionado ao grau de DM; inclusão social dessas pessoas.
 Remoção de hábitos bucais deletérios;  Recursos e serviços que ajudam a proporcionar ou
 Técnicas de condicionamento e sedação ampliar habilidades funcionais de pessoas com
consciente; deficiência.
 Atendimento a 04 mãos;
 Avaliar a necessidade de estabilização física – na 1.1 Exemplos: Cartilhas e jogos em braile; Intérpretes
presença dos pais; de LIBRAS; Rampas; Corrimões; Cadeira de roda;
Banheiro especial; Computadores acessíveis para
deficientes; escovas customizadas; laminas de 3.2 COMUNICAÇÕES SUPLEMENTAR E ALTERNATIVA
fibra de carbono para corrida, entradas laterais. E COMUNICAÇÃO AMPLIADA E ALTERNATIVA – CSA E
CAA
1.2.Outros nomes: ajudas técnicas; tecnologias de  Cartilhas de comunicação, sites e aplicativos –
apoio, tecnologias adaptativas e adaptações. paciente TEA e com deficiência intelectual severa.
 Mecanismo reverso do google – ao falar “ok
2. Objetivos: google” realiza comandos sem precisar escrever.
 Universalizar o acesso de pessoas com deficiência;
 Suporte a atividades diárias (autonomia de
indivíduos)
 Interação/inclusão;
 Independência/automonia/mobilidade
 Participação na sociedade.
3.3 RECURSOS DE ACESSIBILIDADE AO COMPUTADOR
Todas essas funções podem ser treinadas com esses
indivíduos que tem um baixo nível  Braile para computadores, softwares – ex:
cognitivo/intelectual para executa-las, a fim de mecanismos do smartphone de previsão da fala
ganharem autonomia e independência ao realizar (sugestão de palavras com base no que
essas funções, gerando interação, inclusão e escrevemos comumente e conforme o contexto
participação social. da frase).

3. Categorias:
 Auxílios para a vida diária
 Comunicação suplementar e alternativa e
comunicação ampliada e alternativa – CSA e CAA
 Recursos de acessibilidade ao computador
 Sistemas de controle de ambiente
 Projetos arquitetônicos para acessibilidade 3.4 SISTEMAS DE CONTROLE DE AMBIENTE
Órteses e próteses
 Adequação postural  Alexa – comandos para executar funções.
 Auxilios de mobilidade
 Auxilios para cegos ou com visão subnormal
 Auxilio para deficiente auditivo
 Adaptações em veículos

3.1 AUXILIOS PARA A VIDADE DIÁRIA

3.5 PROJETOS ARQUITETÔNICOS PARA


ACESSIBILIDADE

 Rampas, pavimentos, elevadores de acesso,


botões de acessos, entradas alternativas.

 Engrossamento do cabo da escova dental,


engrossadores de lápis – englobam pacientes com
perda da coordenação motora fina – pacientes
com artrite reumatoide.
cenho, do olhar, da agitação, podendo ser sinais
de medo e desconforto.
3.6 ORTESES E PROTESE  Geralmente os problemas bucais ficam em
segundo plano frente a condições sistêmicas,
 Facilitadores dorsais, facilitador de punho e dessa forma, nosso papel como CD não é cobrar a
polegar, exoesqueletos, braços biomecânicos, inserção de hábitos de higiene no dia a dia, e sim
cadeira mocho da sale, laminas de fibras. estimular tanto os pacientes quanto os
 Cadeira de uso de pacientes com paralisia responsáveis a adquirir esses hábitos, muitas
cerebral, principalmente, com adaptações vezes de forma modificada.
cervicais, adaptações pélvicas, cinto de segurança.  Além disso, há dificuldades de acesso,
 Outras adaptações: adaptador para empunhadura superlotação de centros especializados e
de volante, acelerador e ré com alavancas. desespero profissional frente ao tratamento
odontológico para PNE.
 Assim como, é necessário que o CD tenha um
papel de medico, para que os pacientes entendam
a importância de se cuidar da boca, assim como
cuidam das demais mucosas do corpo, assim
como, valorizar o trabalho do profissional.

4. NA ODONTOLOGIA EXIGENCIAS DO CD QUE TRABALHA COM PNE

 Adaptadores de escovas (com escovinha de roupa, Conhecimento


bola de fisioterapia, palitos de madeira);
 Abridores de boca (com sugadores, garrafa pet);  Patologia de base grave
 Dedeira/abridor de boca personalizado (com  Estado psicológico
resina acrílica).  Contexto social
 Técnica
São varias as adaptações que permitem que os
pacientes possam desempenhar suas funções, com  O CD deve ter sensibilidade, humanização,
êxito em suas vidas. flexibilidade, integralidade, multidisciplinaridade,
eficiência.
5. TRATAMENTO MULTIDISCIPLINAR  Ater-se as características individuas do paciente,
entender o tempo de cadeira dele, otimizar o
 Neurologista, psiquiatra, psicólogo, tratamento quando se pode.
fonoaudiólogo, pedagogo, musicoterapeuta, Por que utilizar técnicas de dessensibilização,
terapeuta ocupacional, cirurgião dentista, relaxamento, ludoterapia e estabilização?
assistente social, fisioterapeuta.  Para garantir o conforto do paciente e diminuir a
 A comunicação com outros profissionais é tensão durante o atendimento odontológico.
essencial para auxiliar no tratamento desses
pacientes. Aspectos odontológicos (dor, ansiedade,
preocupações) influenciam na sensibilidade do
AULA 05: TECNICAS DE DESSENSIBILIZAÇÃO, paciente frente ao tratamento.
RELAXAMENTO, LUDOTERAPIA E ESTABILIZAÇÃO
FISICA NO ATENDIMENTO ODONTOLOGICO ASPECTOS CLINICOS E PSICOLOGICOS DO
TRATAMENTO ODONTOLOGICO
 Pacientes com necessidades especiais
normalmente se comunicam de forma diferente, 1. Imagem do Cirurgião-dentista
muitas vezes por meio do choro, do franzir o  Literatura leiga;
 Invasividade
 Fatores emocionais – ansiedade, preocupações,
2. Características da ciência odontológica tensão, depressão.
 Evoluir lentamente  Fatores comportamentais – concentração na dor,
 A ausência completa de dor no tratamento ainda aborrecimento.
é um marco a ser alcançado
 Visual do instrumental (quase sempre metálico e 5. E o paciente em especial
agressivo)  Os pacientes podem apresentar essas
 Necessidade de agulhas para anestesia local características e não serem compreensivos e
 Vibração e sons dos motores colaborativos ao tratamento ou até mesmo sua
 Visão do sangue condição sistêmica, sendo assim, cabe ao CD
 Sensação de dor inesperada por falha no controle desenvolver técnicas e traze-lo para perto de si, e
de dor trans-operatoria muitas das vezes o dentista pode contribuir para a
 Sensacionalismo da mídia em relação a imagem adesão do paciente no seu tratamento medico,
do dentista (filmes, cartilhas, propagandas) por meio da confiança e o desenvolvimento de
laços de amizade.
 Evitar utilizar óculos escuros no pacientes, ou  Cabe também ao CD orientar os pacientes sobre o
campo fenestrado, visto que o olhar pode ser a uso correto de medicamentos de fins médicos –
única forma de comunicação desse paciente. exemplo: pacientes soropositivos que não usam
 Paciente pode apresentar Lipotimia: Trata-se da medicações.
sensação de perda de dos sentidos e da força  Além disso, é importante conhecer o estado geral
muscular, mas sem a perda da consciência e com do paciente, sua condição e as repercussões que
integral conservação das funções respiratória e ela pode trazer para sua saúde bucal – situações
cardíaca. que podem ser consideradas de fácil resolução
para um PNE pode ser diferente – como pacientes
3. Ansiedade em quimioterapia com plaqueta baixa, uma
 Emoção que se segue á percepção de que estamos avulsão que é considerada algo corriqueiro na
sob a ameaça de alguma punição. Portanto, é a odontologia pode levar a hemorragia nesses
emoção que antecede a perda. pacientes.

4. Dor 6. Fuga do tratamento, não aderência


 Experiência sensitiva e emocional desagradável farmacológica
associada ou relacionada à lesão real ou potencial  O paciente com necessidades especiais também
dos tecidos. Cada indivíduo aprende utilizar esse pode não querer estar na consulta, sendo assim,
termo através das suas experiências anteriores. podem emitir expressões não verbais durante o
4.1 Tipos de dor atendimento: recusas em abrir a boca,
 Orgânica vs Psicogênica relaxamento dos esfíncteres (urina e fezes),
 As queixas orgânicas usualmente variam com vômitos, reação agressiva (alta agressividade),
acontecimentos fisiológicos, como exercícios contrações involuntárias, olhos arregalados,
físicos, posições, alimentação, respiração, etc, choro, tentativa de evitar o atendimento.
enquanto as psicogênicas alteram-se mais  O paciente pode apresentar dificuldades de
comumente com variações de vivências expressar seus sentimentos – por isso é
emocionais. importante ater-se nos sinais e características do
 As dores não são unicamente orgânicas ou paciente.
psicogênicas, e sim uma combinação entre as duas
(fatores físicos e psicogênicos).  Sendo assim, quando o paciente apresenta medo
pode haver: submissão (paciente esta com medo
4.2 Fatores que iniciam a percepção da dor: ou simplesmente aceita), imobilidade (paciente
 Fatores físicos – lesões não reage, se mantem parado), defesa
agressiva/agressão, fuga.
 E o medo + ansiedade vai levar a um baixo limiar
de dor. Significa que suportaria determinado 2. Dessensibilização – psicologia infantil aplicada
procedimento sem anestesia, com a ansiedade ele
não aguenta o procedimento. Idade variável – por isso utilizamos técnicas da
odontopediatria.
CONTEXTO SOCIAL DO PACIENTE
 Falar-mostrar-fazer; comunicação não-verbal;
Questões trabalhistas, familiares, alimentares, controle da voz; reforço positivo; distração;
transporte, segurança, educação, duvidas sobre a cura modelagem.
e sobre o futuro. Também pode repercutir no
atendimento. 2.1 FALAR-MOSTAR-FAZER

POR QUE UTILIZAR TECNICAS DE  Apresentação de elementos; explicações verbais;


DESSENSIBILIZAÇÃO, RELAXAMENTO, LUDOTERAPIA simulações; linguagens simples; experiência visual,
E ESTABILIZAÇÃO? tátil, olfatória, auditiva; útil para situações
desconhecidas.
 Minimizar estresse fisiológico e psicológico;  Simulação do procedimento;
 Controle de ansiedade e medo;  Deve ser iniciada assim que o paciente adentra o
 Imaturidade e hiperatividade; ambiente;
 Condicionamento para o tto – para adquirir  Evitar estar completamente paramentado;
confiança no profissional;  Explicar o porque de se utilizar os EPIS;
 Aumenta o limiar da dor;  Mostrar a cadeira odontológica e seu
 Procedimentos extensos; funcionamento;
 Pacientes cardiopata, diabéticos, distúrbios  Seguir hierarquia dos instrumentais;
comportamentais, epiléticos, PC, deficiência  Deve-se manter um semblante calmo e voz
mental etc. serena;
 Seringa tríplice, sugador, demonstração em
QUAL TECNICA ESCOLHER? bonecos;
 Realizar procedimento primeiro na mãe/cuidador;
Depende da(o):  Procedimentos simples -> complexos;
 Continuar demonstração mesmo se o paciente
 Doença de base ou condição/deficiência; não colaborar.
 Caráter do tratamento;
 Idade do paciente; 2.2 IATROSEDAÇÃO
 Comportamento do paciente;
 Acesso prévio a tratamento odontológico?  Comunicação não-verbal;
 Diagnostico do perfil psicológico/emocional.  Aperto de mão; abraço.
 “Sua dor esta acabando”
TÉCNICAS DE DESSENSIBILIZAÇÃO NA ODONTOLOGIA
2.3 CONTROLE DE VOZ
Técnica de dessensibilização mais comum: a fala.
 Modulação do tom, volume e ritmo como “guia
1. Dessensibilização de comportamento”;
 Atrair atenção para uma informação importante;
 Familiarização com o atendimento odontológico;  Estabelecer autoridade;
 Induzir a um estado de relaxamento;  Dependente do grau de entendimento;
 Dissipar o medo e a ansiedade;  Pacientes não cooperativos e desatentos;
 Reformular experiências passadas desagradáveis;  Que não podem entender/cooperar;
 Desmistificar o tratamento odontológico.  Alternar entre momento energético e dócil;
 Retornar a voz ao normal após o momento que foi  Treinamento em hipnologia;
necessário aumenta-la.  Autorização do paciente.
 Normatizada pela lei N. 5.081/66
2.4 REFORÇO POSITIVO
4. USO DE ANIMAIS
 Motivação através de recompensa;
 Valorização de bom comportamento; 5. AROMATERAPIA
 Melhora de autoestima e cooperação;  Uso de aromas e óleos como tratamento auxiliar.
 Elogio, sorriso, contato físico, demonstração de
interesse; 6. CROMOTERAPIA
 Uso de palavras positivas;  Uso de cores de diferentes intensidades como
 Uso imediato após o comportamento desejado; tratamento complementar.
 O paciente deve identificar o comportamento
desejado; 7. MUSICOTERAPIA
 NÃO reforçar o comportamento negativo;  Uso da musica e de seus elementos como
 Somente com pacientes colaborativos; tratamento complementar.
 Desenvolvimento parcial/total de uma atividade;
 Pode ser utilizado no inicio/meio/fim da consulta. 8. MASSAGEM

2.5 DISTRAÇÃO 9. OUTRAS TERAPIAS: acupuntura.

 Desviar a atenção; TECNICAS DE LUDOTERAPIA EM ODONTOLOGIA


 “Esconder” algo desagradável;
 Estimulo a algo que ele goste ou conheça; 1. USO DE BRINQUEDOS
 Uso de objetos, conversa, etc.
 Desenvolvimento de caráter e personalidade;
2.6 MODELAGEM  Estimulo ao aprendizado;
 Elevação da criatividade e autoestima;
 Observar o outro para que deixe fazer em si;  Estreitamento do vinculo profissional-paciente;
 Aprendizado pela observação;  Estreitamento do vinculo familiar;
 Demonstração em paciente já condicionado ou  Diminuição da ansiedade e do medo;
alguém de prestigio para o paciente sem medo;  O brinquedo funciona como “mediador” do
 Modelo “in vivo” ou indireto – filmes, figuras, etc; atendimento;
 Útil em procedimentos desconhecidos. USAR COMO REFORÇO POSITIVO.
TECNICAS DE RELAXAMENTO ESTABILIZAÇÃO FISICA EM ODONTOLOGIA

1. RESPIRAÇÃO Problema ético ou semântico?


 Torácica – estimula SN simpático e causa
relaxamento por meio da expiração e inspiração  Semântico: Equilibrio, firmeza e segurança.
 Diafragmática/abdominal – estimula SN  Contenção: Conjunto de meios empregados para
parassimpático, por meio da expiração e se manter algo na posição apropriada.
inspiração, e consequentemente libera endorfina.  Estabilizar é diferente de prender, e fixar e
diferente de amarrar.
2. IATROSEDAÇÃO
Por que utilizar a estabilização física?
3. HIPNOSE
 Recurso auxiliar terapêutico; Utilizada há séculos;  Restrição de movimentos voluntários e
Técnica polemica; Desmistificação; Influência do involuntários;
“eu”; “Estado hipnótico”;
 Forma de proteção e segurança ao paciente e
profissional;
 Protege e acalma o paciente;
 Redução de estresse por falta de controle
muscular;
 Não deve ser encarada como castigo.

Quando utilizar a estabilização física?

 Pacientes imaturos, com birra, não colaboradores;


 Situações de emergência;
 Impossibilidade de dessensibilização previa;
 Paralisia cerebral;
 Quando há riscos de acidentes;
 Contraindicados para pacientes colaboradores.

POSIÇÃO

 Posição “joelho-a-joelho”
 “Terapia do abraço” – pais colaborativos,
procedimentos pequenos.
 Posição “corpo-a-corpo”
 Auxiliar contendo a cabeça do paciente – 6 mãos
 Uso de faixas de tecido – evitar anestesia geral,
poder ser utilizado em varias sessões.

SISTEMAS DE ESTABILIZAÇÃO

 Colares cervicais, cintos, pranchas, sistemas a


vácuo (concha) etc.

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