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Juliana Buzaglo - TIII | P7

INTEGRAÇÃO, SERVIÇO, ENSINO E COMUNIDADE VII


ISEC VII - DR. ARRUDA BASTOS

POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE DO PORTADOR DE


DEFICIÊNCIA
INTRODUÇÃO  É de responsabilidade do Ministério da Saúde (MS) coordenar
 Quem são as pessoas com deficiência? o processo de formulação, implementação, acompanhamento,
 As pessoas que têm impedimento de médio ou longo prazo monitoramento e avaliação da política de saúde da pessoa com
de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, e que, deficiência.
em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua  Observados os princípios e diretrizes do SUS, por meio de
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de cooperação/assessoria técnica a Estados, Municípios e ao
condições com as demais pessoas. Distrito Federal para o desenvolvimento de ações e da Rede de
 As pessoas com deficiência têm o direito à atenção integral à Cuidados à Pessoa com Deficiência.
saúde e podem procurar os serviços de saúde do Sistema Único Obs.: Equidade, universalidade, integralidade,
de Saúde (SUS) quando necessitarem de orientações ou descentralização.
cuidados em saúde, incluindo serviços básicos de saúde como  É de fundamental importância a articulação intra e
imunização, assistência médica ou odontológica, ou ainda intersetorial, incluindo os movimentos sociais, organizações
serviços de atenção especializada, como reabilitação e atenção não governamentais e instituições afins e a transversalização
hospitalar. para o desenvolvimento das ações da política de saúde para a
pessoa com deficiência.
DEFICIÊNCIA Exemplos de organizações não governamentais: APAE,
rede de hospital SARA.
 Considerando as definições estabelecidas pela Lei Brasileira de
 Deve inclui o fomento e a promoção de mecanismos para a
Inclusão (LBI), 13.146 de julho de 2015, a deficiência é
formação, a capacitação de recursos humanos, assim como
compreendida como resultado da interação entre
pesquisas relacionadas à atenção à saúde da pessoa com
impedimentos, que são condições presentes nas funções e
deficiência.
estruturas do corpo, e barreiras que podem ser urbanísticas,
arquitetônicas, barreiras nos transportes, comunicações e na
informação, atitudinais e tecnológicas. REDE DE CUIDADOS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA
 A deficiência é compreendia pela experiência de obstrução do  Instituída por meio da Portaria de Consolidação n° 3/GM/MS
gozo pleno e efetivo na sociedade em igualdade de condições. de 28 de setembro de 2017 (Origem: Portaria nº 793 de 24 de
abril de 2012).
 A Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, no âmbito do
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA COM
SUS, parte da necessidade de ampliar, qualificar e diversificar
DEFICIÊNCIA
as estratégias para a atenção às pessoas com deficiência física,
(1) Instituída por meio da Portaria nº 1.060, de 5 de junho de
auditiva, intelectual, visual, estomia e múltiplas deficiências,
2002
por meio de uma rede de serviços integrada, articulada e
(2) A Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência está
efetiva nos diferentes pontos de atenção para atender às
voltada para a inclusão das pessoas com deficiência em toda
pessoas com deficiência.
a rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS)
Exemplo estomias: gastrostomia, colostomia,
(3) Caracteriza-se por reconhecer a necessidade de implementar
jejunostomia, ileostomia, tranqueostomia, cistostomia
o processo de respostas às complexas questões que
etc...
envolvem a atenção à saúde das pessoas com deficiência no
 Iniciar precocemente as ações de reabilitação e de prevenção
Brasil.
precoce de incapacidades.

DIRETRIZES DA POLÍTICA DIRETRIZES PARA O FUNCIONAMENTO DA REDE


1. Promoção da qualidade de vida das pessoas com deficiência; DE CUIDADOS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA
2. Assistência integral à saúde da pessoa com deficiência;
I. Respeito aos direitos humanos, com garantia de
3. Prevenção de deficiências (vacinação, prevenção de
autonomia, independência e de liberdade às pessoas com
acidentes);
deficiência para fazerem as próprias escolhas;
4. Ampliação e fortalecimento dos mecanismos de informação;
II. Promoção da equidade;
5. Organização e funcionamento dos serviços de atenção à
pessoa com deficiência;
6. Capacitação de recursos humanos.
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III. Promoção do respeito às diferenças e aceitação de pessoas IV. Promover a reabilitação e a reinserção das pessoas com
com deficiência, com enfrentamento de estigmas e deficiência, por meio do acesso ao trabalho, à renda e à
preconceitos; moradia solidária, em articulação com os órgãos de
IV. Garantia de acesso e de qualidade dos serviços, ofertando assistência social;
cuidado integral e assistência multiprofissional, sob a lógica V. Promover mecanismos de formação permanente para
interdisciplinar; profissionais de saúde;
V. Atenção humanizada e centrada nas necessidades das VI. Desenvolver ações intersetoriais de promoção e
pessoas; prevenção à saúde em parceria com organizações
VI. Diversificação das estratégias de cuidado; governamentais e da sociedade civil;
VII. Desenvolvimento de atividades no território, que VII. Produzir e ofertar informações sobre direitos das pessoas,
favoreçam a inclusão social com vistas à promoção de medidas de prevenção e cuidado e os serviços disponíveis
autonomia e ao exercício da cidadania; na rede, por meio de cadernos, cartilhas e manuais;
VIII. Ênfase em serviços de base territorial e comunitária, com VIII. Regular e organizar as demandas e os fluxos assistenciais
participação e controle social dos usuários e de seus da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência; e
familiares; IX. Construir indicadores capazes de monitorar e avaliar a
IX. Organização dos serviços em rede de atenção à saúde qualidade dos serviços e a resolutividade da atenção à
regionalizada, com estabelecimento de ações intersetoriais saúde.
para garantir a integralidade do cuidado;
X. Promoção de estratégias de educação permanente; REABILITAÇÃO DE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
XI. Desenvolvimento da lógica do cuidado para pessoas com
 A habilitação/reabilitação da pessoa com deficiência
deficiência física, auditiva, intelectual, visual, estomia e
compreende um conjunto de medidas, ações e serviços
múltiplas deficiências, tendo como eixo central a
orientados a desenvolver ou ampliar a capacidade funcional.
construção do projeto terapêutico singular; e
 O objetivo é desenvolver potencialidades, talentos,
XII. Desenvolvimento de pesquisa clínica e inovação
habilidades e aptidões físicas, cognitivas, sensoriais,
tecnológica em reabilitação, articuladas às ações do Centro
psicossociais, atitudinais, profissionais e artísticas que
Nacional em Tecnologia Assistiva (MCT).
contribuam para a conquista da autonomia e participação
social em igualdade de condições e oportunidades com as
OBJETIVOS DA REDE DE CUIDADOS À PESSOA demais pessoas
COM DEFICIÊNCIA  As ações e serviços de reabilitação podem ser ofertadas em
OBJETIVOS GERAIS qualquer ponto de atenção da rede pública de saúde.
 São nos Serviços Especializados em Reabilitação, como
I. Ampliar o acesso e qualificar o atendimento às pessoas com
deficiência temporária ou permanente; progressiva, Centros Especializados em Reabilitação (CER), onde se
regressiva ou estável; intermitente ou contínua no SUS; concentra a oferta dessas ações.
 Estes serviços são em geral, de abrangência regional e
II. Promover a vinculação das pessoas com deficiência auditiva,
física, intelectual, estomia e com múltiplas deficiências e qualificados para atender as pessoas com deficiência.
suas famílias aos pontos de atenção;
III. Garantir a articulação e a integração dos pontos de atenção EPIQUIPE MULTIPROFISSIONAL
das redes de saúde no território, qualificando o cuidado por  As equipes multiprofissionais são compostas por diversas
meio do acolhimento e classificação de risco. categorias.
 Quais são os profissionais?
OBJETIVOS ESPECÍFICOS  Assistentes Sociais;
 Enfermeiros e técnicos de enfermagem;
I. Promover cuidados em saúde especialmente dos
 Fisioterapeutas;
processos de reabilitação auditiva, física, intelectual,
 Fonoaudiólogos;
visual, ostomia e múltiplas deficiências;
 Médicos;
II. Desenvolver ações de prevenção e de identificação
 Psicólogos;
precoce de deficiências na fase pré, peri e pós-natal,
 Terapeutas Ocupacionais,
infância, adolescência e vida adulta;
 Odontólogos
Obs.: pré-natal, USG morfológica e obstétrica
(alterações que podem ser identificadas e feita
intervenção de forma precoce), teste do pezinho, SERVIÇOS
teste do olhinho, teste do coraçãozinho, teste da  Centro Especializado em Reabilitação
orelhinha.  Veículos adaptados para pessoas com deficiência
III. Ampliar a oferta de Órtese, Prótese e Meios Auxiliares de  Serviços habilitados em única modalidade de reabilitação
Locomoção (OPM);  Oficinas Ortopédica
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 Centros de Especialidades Odontológicas (CEOS)  Adaptações para atividades laborais e/ou de vida diária; além
de realizar adequações posturais em cadeiras de rodas, ajustes
CENTRO ESPECIALIZADO EM REABILITAÇÃO e manutenção nas OPM e adaptações
 O CER é um ponto de atenção ambulatorial especializado em
reabilitação que realiza diagnóstico, tratamento, concessão, CENTROS DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS
adaptação e manutenção de tecnologia assistiva. (CEOS)
 É organizado a partir da combinação de no mínimo duas  No âmbito da saúde bucal, a Rede de Cuidados à Saúde da
modalidades de reabilitação (auditiva, física, intelectual, Pessoa com Deficiência se propõe a garantir o atendimento
visual). odontológico qualificado e resolutivo a todas as pessoas com
 Atualmente, os CERs estão presentes em todos os estados da deficiência.
Federação  O atendimento deve ser iniciado na atenção básica, que
 Tipos de CER: referenciará para o nível secundário (CEO) ou terciário
 CER II - composto por dois serviços de reabilitação (atendimento hospitalar) apenas os casos que apresentarem
habilitados; necessidades específicas que demandam uma maior
 CER III - composto por três serviços de reabilitação complexidade no atendimento
habilitados;
 CER IV - composto por quatro ou mais serviços de TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL
reabilitação habilitados
 Ação prioritária do MS para ampliar e qualificar a Triagem
Auditiva Neonatal (TAN) no país.
VEÍCULOS ADAPTADOS PARA PESSOAS COM  O MS tem buscado investir em estratégias que promovam a
DEFICIÊNCIA ampliação e qualificação da oferta de ações e serviços para a
 Com objetivo de garantir o acesso da pessoa com deficiência identificação precoce de deficiências e a habilitação e
aos pontos de atenção da Rede de Atenção à Saúde. reabilitação, proporcionando assim maior qualidade de vida e
 O CER conta com transporte sanitário. inclusão social às pessoas com deficiência.
 Veículo adaptado acessível, destinado às pessoas com  O MS vem realizando ações para financiar a aquisição de
deficiência que não apresentem condições de mobilidade e equipamentos para maternidades no país para a realização de
acessibilidade autônoma aos meios de transporte exames da TAN com o objetivo de aprimorar e implantar as
convencionais ou que manifestem grandes restrições ao Redes de Atenção à Saúde nas regiões de saúde.
acesso e uso de equipamentos urbanos.
PESSOAS OSTOMIZADAS
SERVIÇOS HABILITADOS EM ÚNICA MODALIDADE  Pessoas com ostomia ou estomia, são aquelas que em
DE REABILITAÇÃO decorrência de um procedimento cirúrgico, o qual consiste na
 Os serviços de saúde habilitados em única modalidade de exteriorização do sistema (digestório, respiratório e urinário),
reabilitação são unidades ambulatoriais especializadas em possui uma abertura artificial entre os órgãos internos com o
apenas reabilitação auditiva, física, intelectual, visual, estomia meio externo.
ou múltiplas deficiências que já existiam na data da publicação
da Portaria de Consolidação n°3/GM/MS de 28 de setembro de
ESTIMULAÇÃO PRECOCE
2017, Anexo VI.
 Um programa de acompanhamento e intervenção clínico-
terapêutica multiprofissional com bebês de alto risco e com
OFICINAS ORTOPÉDICAS crianças pequenas acometidas por patologias orgânicas,
 São serviços ou estabelecimentos de saúde destinados à buscando o melhor desenvolvimento possível.
promoção do acesso às órteses, próteses e meios auxiliares de  Por meio da mitigação de sequelas do desenvolvimento
locomoção. neuropsicomotor, bem como de efeitos na aquisição da
 Por meio da dispensação, confecção, adaptação, manutenção, linguagem, na socialização e na estruturação subjetiva,
ajustes e pequenos consertos. podendo contribuir, inclusive, na estruturação do vínculo
 A Oficina Ortopédica Fixa está habilitada a trabalhar com mãe/bebê e na compreensão e no acolhimento familiar dessas
termoplásticos de alta e baixa temperatura, laminação, com crianças.
metais e sapataria. Obs.: importante salientar que a estimulação precoce
 É capaz de confeccionar todos os tipos de órteses e próteses não faz com que a deficiência desapareça, mas sim
(de membros superiores e inferiores, estáticas/rígidas, mitiga as possíveis sequelas, melhorando por exemplo
articuladas e dinâmicas), coletes, palmilhas e calçados o desenvolvimento neuropsicomotor do indivíduo a
adaptados (ortopédicos e para pés neuropáticos). partir de uma intervenção precoce.

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ÓRTESES, PRÓTESES E MEIOS AUXILIARES DE
LOCOMOÇÃO (OPM)
 As OPM são Dispositivos de Tecnologia Assistiva adjuvantes de
grande importância no processo de reabilitação.
 O acesso pelas pessoas com deficiência está entre as
prioridades do MS.
 As OPM têm como objetivo ampliar a funcionalidade,
participação e a independência, proporcionando assim maior
autonomia, qualidade de vida e inclusão social da pessoa com
deficiência, contribuindo fundamentalmente na superação de
barreiras.

ÓRTESES
 São dispositivos aplicados externamente para modificar as
características estruturais e funcionais do corpo ou membro
afetado, podendo desempenhar funções de imobilização,
mobilização, correção, alívio e estabilização.
Exemplos: gesso, tipóia, palmilhas ortopéticas, etc...

PRÓTESES
 São dispositivos aplicados externamente para substituir total
ou parcialmente um membro, órgão ou tecido ausente ou com
alteração da estrutura.

MEIOS AUXILIARES DE LOCOMOÇÃO


 São dispositivos que auxiliam a função motora, o qual não
corrige ou substitui função ou segmento do corpo.

FINANCIAMENTO DA REDE DE CUIDADOS À


SAÚDE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
(REDE PCD)
 A Rede de Cuidados à Saúde das Pessoas com Deficiência conta
com mecanismos de financiamento para custeio e
estruturação de Serviços de Reabilitação.
 Os detalhes estão disponíveis na Portaria de Consolidação nº
6/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, Título VIII, Capítulo IV,
Seção II.

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