Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Enfermagem é a profissão que, na área da saúde, tem A enfermagem de cuidados de saúde rimários, pela
como objetivo prestar cuidados de enfermagem ao ser natureza dos cuidados que presta, atua adotando uma
humano, são ou doente, ao longo do ciclo vital, e aos abordagem sistémica e sistemática, aos diferentes níveis
grupos sociais em que ele está integrado, de forma que de prevenção e em complementaridade funcional com
mantenham, melhorem e recuperem a saúde, ajudando- outros profissionais.
os a atingir a sua máxima capacidade funcional tão
Reconhece ainda a importância dos
rapidamente quanto possível.
saberes/competências e a conjugação dos esforços dos
2. Enfermeiro diferentes grupos profissionais e instituições para a
concretização do potencial máximo de saúde da
Enfermeiro é o profissional habilitado com um curso população alvo, privilegiando o efetivo trabalho em
de enfermagem legalmente reconhecido, a quem foi equipa e em parceria.
atribuído um título profissional que lhe reconhece
competência cientifica, técnica e humana para a Níveis de prevenção em saúde
prestação de cuidados de enfermagem gerais ao
individuo, família, grupos e comunidade, aos níveis da Não existe unanimidade quanto ao número e âmbito
prevenção primária, secundária e terciária. de níveis de prevenção.
O enfermeiro centrado na
população
Para que se consigam prestar cuidados ótimos é Alicerçados pela capacitação das famílias e pela
essencial a inter-relação criança/enfermeira/família. negociação.
O conceito de cuidados centrados na família surgiu As forças e capacidades da família são reconhecidas,
em 1987 noa Estados Unidos e tem vindo a ser apoiado enaltecias e valorizadas no planeamento e prestação de
por legislação que visa a sua implementação, por ser cuidados, passando de espetadora passiva a coadjuvante
considerada a melhor prática. e integrada no tratamento, recebendo orientação e sendo
treinada para participar nele.
Nos cuidados centrados na família o centro dos
cuidados de saúde será a família e não os serviços de o Benefícios dos cuidados
saúde. centrados na família
3
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
As famílias experienciam maiores sentimentos de o 15 meses
confidência e competência no cuidar das suas crianças. o 18 meses
o 2 anos
A dependência dos pais, em relação aos
o 3 anos
profissionais, diminui.
4-9 Anos:
Os profissionais experienciam maior satisfação no
trabalho. o 4 anos
o 5 anos- exame global de saúda
Pais e profissionais saem fortalecidos para o 6 ou 7 anos (final di 1º ano de escolaridade)
desenvolver novas habilidades e competências. o 8 anos
o Cuidados atraumáticos 10-18 Anos:
Cuidados terapêuticos que eliminam ou minimizam o 10 anos (ano do inicio do 2º ciclo do ensino
o sofrimento físico e psicológico da criança/família básico)
prestados pelos serviços de saúde. o 12/13 anos (exame global de saúde)
o 15 anos
Evitar ou suavizar o afastamento da criança da
o 15/18 anos
sal família,
Estimular um sentido de controlo, Exames de saúde oportunistas
Evitar ou minimizar o sofrimento ou a dor
corporal. As idades referidas não são rígidas- se uma criança
se deslocar ao Centro de Saúde por outros motivos,
pouco antes ou pouco depois da idade-chave, poderá ser
feito o exame indicado para essa idade.
Vigiar a saúde da criança e Com este tipo de atuação- “exames de saúde
do jovem oportunistas”- reduz-se o número de deslocações e
alarga-se o numero e crianças cuja saúde é vigiada com
São objetivos dos serviços de saúde: regularidade.
o Vigilância De igual modo, a periodicidade recomendada deverá
o Manutenção adequar-se a casos particulares, podendo ser
o Promoção introduzidas ou eliminada algumas consultas.
… da saúde da criança e do jovem.
As crianças de acordo com a convenção sobre os PROGRAMA NACIONAL DE SAÚDE INFANTIL
direitos da criança ratificada pelo estado Português em
1990, entendidas como “todo o ser humano menor de 18 O programa-tipo obedece às seguintes linhas-
anos” constituem um grupo prioritário e justificam o mestras:
maior empenhamento e disponibilidade por parte dos o Calendarização das consultas para “idades-
profissionais e especial atenção dos gestores dos chave”, correspondentes a acontecimentos
serviços e saúde. importantes na vida do bebé, da criança ou do
EXAMES DE SAÚDE adolescente como sejam as etapas do
desenvolvimento psicomotor, socialização,
Primeiro ano de vida: alimentação e escolaridade
o Harmonização destas consultas com o
o 1º semana de vida esquema cronológico preconizado no novo
o 1 mês Programa Nacional da Vacinação (PNV) (reduz
o 2 meses as deslocações ao Centro de saúde)
o 4 meses o Valorização dos cuidados antecipatórios
o 6 meses como fatores de promoção de saúde e
o 9 meses prevenção de doença
1-3 Anos: o Neste âmbito, e face aos movimentos anti
vacinais emergentes o reincentivo ao
o 12 meses
4
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
cumprimento do PNV, preservando o adequado A prevenção dos riscos decorrentes da
estado vacinal das crianças, jovens e população exposição solar inadequada
em geral, afigura-se crucial O aleitamento materno
o Também o investimento na prevenção das
perturbações emocionais e do comportamento 4. Detetar precocemente e encaminhar situações
constitui uma prioridade no mesmo domínio que possam afetar negativamente a vida ou
o Deteção precoce e encaminhamento de qualidade de vida da criança e do adolescente
situações passiveis de correção e que possam como:
afetar ou prejudicar o bem-estar e/ou a saúde da o Malformações congénitas (doença luxante da
criança anca, cardiopatias congénitas, testículo não
o Apoio à responsabilização progressiva e descido)
autodeterminação em questões de saúde das o Perturbações da visão, audição e linguagem
crianças e jovens o Perturbações do desenvolvimento
o Trabalho em equipa, como forma de estaturoponderal e psicomotor
responder à complexidade dos atuais problemas o Alterações neurológicas
e das necessidades em saúde que requerem de o Alterações do comportamento e do foro
modo crescente, atuações multiprofissionais e psicoafectivo
interdisciplinares
o Articulação efetiva entre estruturas programas 5. Prevenir, identificar e saber como abordar as
e projetos dentro e fora do setor da saúde que doenças comuns nas várias idades,
contribuam para o bem-estar crescimento e nomeadamente reforçando o papel dos pais e
desenvolvimento das crianças e jovens. alertando para os sinais e sintomas que
justificam o recurso aos diversos serviços de
Exames de saúde - OBJETIVOS saúde
1. Avaliar o crescimento e desenvolvimento e
registar nos suportes próprios (boletim de saúde 6. Sinalização e proporcionar apoio continuado às
infantil e juvenil): crianças com doença crónica/deficiência e às
Dados antropométricos e outros do suas famílias, bem como promover a eficaz
desenvolvimento físico articulação com os vários intervenientes nos
Parâmetros do desenvolvimento psicomotor cuidados a estas crianças
Escolaridade
Desenvolvimento psicossocial
7. Assegurar a realização do aconselhamento
2. Estimular a opção de comportamentos genético, sempre que tal esteja indicado
saudáveis:
Nutrição- adequadas às diferentes idades e 8. Identificar, apoiar e orientar as crianças e
necessidades individuais, prevenindo práticas famílias vítimas de violência ou negligencia
alimentares desequilibradas
Prática regular de exercício físico e vida ao ar
livre e em ambientes despoluídos 9. Promover o desenvolvimento pessoal e social e
Prevenção de consumos nocivos e adoção de a autodeterminação das crianças e dos jovens,
medidas de segurança- reduzir o risco de com progressiva responsabilização pelas
acidentes. escolhas relativas à saúde, prevenindo situações
disruptivas ou de risco acrescido e promovendo
3. Promover: a equidade de género.
A imunização contra doenças transmissíveis,
conforme o programa nacional de vacinação 10. Apoiar e estimular o exercício adequado das
A saúde oral responsabilidades parentais e promover o bem-
A prevenção das perturbações emocionais e do estar familiar e em outros ambientes específicos.
comportamento
A prevenção dos acidentes e intoxicações
A prevenção dos maus tratos (equipa de
intervenção precoce)
5
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
BOLETIM DE SAÚDE INFANTIL E JUVENIL de toda a equipa de saúde, sempre que se contata com a
criança/jovem/família.
Onde se realiza:
No primeiro ano de vida há que prestar uma especial
o Registo sistemático: atenção ao estado emocional da mãe (pelo risco de
Informação retrospetiva depressão pós parto) ou do principal cuidador,
Informação atual encaminhando precocemente quaisquer alterações, que
Função pedagógica poderão interferir no desenvolvimento da criança.
o Curvas de normalidade
Crescimento Nas consultas dos adolescentes há que facilitar a
Desenvolvimento acessibilidade permitindo aos que o desejem serem
atendidos a sós. Mesmo sem desejo expresso, perante
algumas situações é fundamental assegurar a
privacidade e confidencialidade da consulta.
Sempre que se necessite de recorrer a outros serviços
ou nível de cuidados encaminhar a criança, em
colaboração estreita com o serviço de referência.
Algumas estas atividades poderão ser dinamizadas Implica mudanças em quantidade. “Aumento n
pela saúde escolar, envolvendo ativamente as crianças, número e no tamanho das células à medida que elas se
jovens e famílias. dividem e sintetizam novas proteínas, resulta num
aumento de tamanho e de peso de todo ou de qualquer
de suas partes”.
AVALIAÇÂO DA DINAMICA FAMILIAR E DA
REDE DE SUPORTE SOCIOFAMILIAR
MEDIDAS DE CRESCIMENTO
Peso
Altura
Comprimento
Perímetro torácico
Uma criança que tenha o peso no percentil 15, isso
Perímetro cefálico significa que em relação a 100 crianças normais com a
mesma idade, 85 têm peso superior a ela e só 15 tem
peso inferior ou igual.
CURVAS DE CRESCIMENTO
As curvas de crescimento são um instrumento
fundamental pra monitorizar o estado de nutrição e o
crescimento das crianças e dos adolescentes.
Uma criança com crescimento normal terá uma
curva de crescimento sobreponível ou paralela às curvas
das tabelas.
ALTURA
AVALIAÇÂO DO CRESCIMENTO Todas as crianças com
mais de 36 meses devem
Faz-se através de medidas seriadas do peso e da
ser medidas de pé
estatura, que depois se relacionam com tabelas
“standard”. Tabelas de percentis.
A curva desenhada ao longo do tempo permite-nos a
avaliação da velocidade de crescimento da criança,
relacionável com o seu estado de saúde.
7
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
PERIMETRO CEFÁLICO
Medida de rastreio da micro ou macrocefalia devido
a anomalias não nutricionais.
O perímetro cefálico é descrito como a
circunferência “frontoccipital”.
Deve ser medido nas crianças até aos 36 meses de
idade
Curvas de crescimento
adotadas no programa
nacional de saúde infantil
e juvenil: 2017
RAPAZES
8
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
RAPARIGAS
9
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
Uma curva de crescimento maior de percentil 97 (P 97) o Doenças cardíacas
ou inferior a 3 não é necessariamente patológica, desde
que corresponda a uma calosidade de crescimento
normal. REGRAS PRÀTICAS PARA A AVLIAÇÂO DO
Edição do boletim de saúde infantil e juvenil CRESCIMENTO NA CRIANÇA SAUDÀVEL
distribuída no inicio de 2005 foram substituídas as PESO E ESTATURA
curvas de relação peso-estatura pelas do índice de massa
corporal (IMC) mais adequadas à correta monitorização Dos 0 aos 24 meses
do estado de nutrição de cada criança.
Dos 2 aos 20 anos
As curvas do IMC permitem monitorizar o estado de
Peso:
nutrição identificando não só as crianças e adolescentes
já obesos, mas também aqueles em risco de virem a sê- o 1º mês gr/dia
lo o 6 meses duplica peso
o Final 1º ano de vida triplica
Este desvio é particularmente importante se o
o Final 2º ano de vida quadruplica
afastamento do percentil do IMC ocorrer fora dos
o Aos 7 anos + 7x o peso inicial
períodos de deposição fisiológica de gordura (primeiro
o Na adolescência as raparigas amentam mais
ano de vida e pré-puberdade)
rapidamente de peso.
IMC
Estatura:
Excesso de peso- IMC entre o percentil 85 e 97 para o RN: 50cm
a idade e sexo. o 0 aos 6 meses- 2,5cm/mês
Obesidade- IMC > do percentil 97 para a idade e o 6 aos 12 meses- 1,25cm/mês
sexo. o Durante o 1º ano de vida os rapazes crescem
mais rápido
Uma perda de peso isolada não tem significado- deve o 4 anos: duplica
ser sempre avaliada no conjunto da curva ponderal. o 12 anos: triplica.
O peso é o parâmetro que primeiro se altera. Se a
doença é mantida acabará por afetar também a estatura
mais tarde. PERIMETRO CEFÀLICO
Ampla discordância entre os percentis de peso e PC médio ao ano de idade: 45cm (ao nascer cerca
altura. de 1 cm por mês até aos 12 meses).
6-8M: incisivos
13-14M: 1ºMolar
18-24M: 2º Molar
30M: dentição completa
Áreas de desenvolvimento
Qualquer avaliação do desenvolvimento deve
contemplar 4 parâmetros:
Dentição temporária
11
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
familiares e mais tarde com os companheiros de jogos,
as relações sociais vão-se complicando e aperfeiçoando
cada vez mais.
AUDIÇÂO E LINGUAGEM
A linguagem depende de um maior número de
fatores, uma audição normal, uma infraestrutura
neuromuscular que permita a compreensão dos
símbolos e da fala e sobretudo do ambiente que leve a
criança a sentir satisfação em comunicar
VARIAÇÔES NO PADRÂO DE
DESENVOLVIMENTO MOTOR
12
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
DESENVOLVIMENTO COMPORTAMENTAL;
EMOCIONAL E SOCIAL (média de idade)
AUDIÇÂO, FALA E LINGUAGEM
18 Meses:
o Não se poe de pé, não suporta o peso
sobre as pernas
o Anda sempre na ponta dos pés
o Assimetrias
o Não pega nenhum objeto entre o
polegar e o indicador
o Não responde quando o chamam
o Não vocaliza espontaneamente
o Não se interessa pelo que o rodeia não
estabelece contacto
o Deita os objetos fora- leva-os
sistematicamente à boca
o Estrabismo
2 Anos:
o Não anda
o Deita os objetos fora
o Não constrói nada
o Não parece compreender o que se le diz
13
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
o Não pronuncia palavras inteligíveis atenção nesta área da saúde infantil e, ainda, mtivar e
o Não se interessa pelo que está em redor. encorajar os pais a levantarem questões e a participarem
Não estabelece contacto. na promoção do desenvolvimento dos seus filos.
o Não procura imitar
Nem todas as crianças chegam à mesma idade no
o Estrabismo
mesmo estádio de desenvolvimento.
Apesar da sequência de aquisições ser conhecida e
Quando se analisa o progresso de desenvolvimento comum a todos, o desenvolvimento infantil processa-se
de uma criança, deve-se: muitas vezes de forma descontínua, com “saltos”
14
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
REFLEXO CÓCLEO-PALPEBRAL
Posição da criança: colocar a criança em decúbito
dorsal (de costas)
Bata palmas a cerca de 30cm da orelha DIREITA da
criança e verifique a sua resposta. Repita da mesma
maneira o estímulo na orelha ESQUERDA e verificar a
sua resposta. Deve ser obtido no máximo 2 a 3
tentativas, em vista da possível habituação ao estímulo.
Resposta esperada: piscar dos olhos
REFLEXO DE SUCÇÂO
Posição da criança: peça á mãe que coloque a criança
à mama e observe. Se ela mamou à pouco tempo
estimule os seus lábios com o dedo e observe.
Reposta esperada: a criança deverá sugar o seio ou
O QUE OBSERVAR- CRIANÇA COM MENOS DE realizar movimentos de sucção com os lábios e língua
1 MÊS: ao ser estimulado com o dedo.
o Reflexo de Moro
o Reflexo cócleo-palpebral BRAÇO E PERNAS FLETIDOS
o Reflexo de sucção
o Braços e pernas fletidos Posição da criança: coloque a criança deitada de
o Mãos fechadas costas e observe
Postura esperada: devido ao predomínio do tónus
REFLEXO DE MORO flexor nesta idade, os braços e pernas da criança deverão
estar fletidos.
Posição da criança: coloque a criança em decúbito
dorsal.
Existem várias maneiras de verificar a sua presença:
15
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
REFLEXOS PRIMITIVOS Reflexo de marcha/dança: desaparece 3-4
semanas.
Reflexo de busca: ao tocar a bochecha de aldo,
vira a cara na procura. Desaparece pro volta dos
3-4m, mas persiste até aos 12m
17
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
18
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
19
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
o Pegar ao colo, olhar olhos nos olhos, sorrir,
deitar a língua de fora, quando em estado de
alerta.
o Oferecer o polegar do bebé para que este se
autoconforte e reorganize
o Evitar ambientes hiperestimulantes. Observar o
bebé.
ATIVIDADES PROMOTORAS DO
DESENVOLVIMENTO- RN
ATIVIDADES PROMOTORAS DO
DESENVOLVIMENTO- 6 MESES
21
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
22
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
23
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
Promover atividades lúdicas físicas: saltar, o Promover as construções com lego e com
correr, pular, andar de triciclo etc puzzle
Pedira à criança que conte histórias ou algo o Proporcionar oportunidade para a criança
que fez (ação passada) incentivar a criança fazer o desenho da figura humana
a fantasiar o Inventar brincadeiras que envolvam
Dar responsabilidades, aceitar a forma que distinção de cores e ensinar canções e
ele achou para dominar a sua vida versos
Não trazer a criança para a realidade o Pô-la a participar em afazeres, mesmo que
quando está nos eu mundo imaginário sejam simbólicos
Conduzir os rituais de sono de forma o Dar oportunidade para verbalização das
regrada (medos, associados ao pensamento suas vontades, aceitar a sensibilidade da
mágico) criança, aceitando avanços e recuos
Fase dos “porquês”. Há que ter muita o Mostrar as sequências das atividades
paciência, tendo em conta que nem sempre o Promover brincadeiras onde exista
espera pela resposta à primeira pergunta movimento físico
o Auxiliar a criança na diferenciação entre a
Não ridiculizar comportamentos
emoção e o agir (consciência
Ajudar a criança a partilhar os brinquedos-
moral/solidariedade humana)
altura para ingressar no jardim-de-infância
o Proporcionar a oportunidade da criança
Acompanhamento de programas
transmitir uma mensagem a outra pessoa
televisivos
o Não entrar em grandes pormenores quando
questionados sobre sexualidade
24
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
com a timidez, submissão, vaidade,
liderança….)
Selecionar os programas
televisivos/computador bem como o
CRESCIMENTO
horário e o período de tempo
Não ridiculizar os presumíveis
medos/pesadelos/fobias, ajudando a
resolver o sentimento de impotência
Continuar a proporcionar atividades que
permitam à criança desenvolver a área
motora Perímetro
Ensinar-lhe a recortar e colar triângulos, cefálico
quadrados e círculos de vários tamanhos e
formas figuras
Pedir para que explique o significado de
palavras simples e incentivar para que Estatura
pergunte aquelas que não conhece
Continuar a proporcionar à criança
Peso
responsabilidade, como por exemplo:
ajudar em casa dar recados
Incutir regras, impor limites, ajudar a lidar
com os impulsos (roubo, mentira)
Promover a participação em jogos para
promoção da sua personalidade (saber lidar
25
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
o Antes de realizar procedimentos dolorosos
acalmar a criança primeiro
DESENVOLVIMENTO o Monitorizar a frequência enquanto avalia o
pulso
o Nos bebés colocar o dedo abaixo do apêndice
xifoide para perceber as elevações inspiratórias
o Observar um ciclo respiratório completo
o Observar a coloração da pele, ex. cianose
26
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
criança não se assuste estimulando o Batimentos/minuto (repouso)
choro e alteração dos dados
o Palpação pulso periférico (>2 anos)
Por palpação: Idade Limite Média Limite
inferior superior
Artéria femoral RN 70 120 170
Artéria temporal 1 S- 11 M 80 120 160
Artéria pediosa 2A 80 110 130
4A 80 100 120
Nas crianças maiores: 6A 75 100 115
8A 70 90 110
Artéria braquial 10 A 70 90 110
Artéria radial 12 A
Artéria femoral Menina 70 90 110
Artéria carótida Menino 65 85 105
Artéria temporal 14 A
Artéria pediosa Meninas 65 85 105
Menino 60 80 100
16 A
Menina 60 80 100
Menino 55 75 95
18 A
Menina 55 75 95
Menino 50 70 90
TEMPERATURA
28
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
o Promoção da saúde
29
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
o Determinantes da saúde adaptado declara que “a saúde é ao mesmo tempo um direito
humano fundamental e um sólido investimento social”.
de Lalonde M.
E acrescenta ainda que “as desigualdades na saúde estão
Quatro fatores principais são conhecidos como enraizadas nas desigualdades existentes na sociedade.
afetando os níveis de saúde: Superar essas lacunas na saúde requer políticas que
o Principais declarações
internacionais sobre a promoção
de saúde
A cata de Ottawa para a promoção de saúde, de 1986 1. Valores e crenças tradicionais, costumes,
identificou inúmeros pré-requisitos ou condições e processos sociais e rituais que transmitem uma
recursos fundamentais para a melhoria da saúde: paz sensação de familiaridade, coerência e
abrigo, educação, alimentação e recursos económicos, determinação
ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça social 2. Compromisso políticos no que diz respeito aos
e equidade. direitos humanos, à justiça social, à paz e à
democracia.
A Carta expandiu assim os resultados da promoção 3. Reencaminhar os recursos económicos para a
de saúde além da ausência de doença ou da adoção de concretização da meta “saúde para todos” e não
estilos de vida saudáveis. Ela definiu 5 áreas de ação a corrida ao armamento.
para a promoção da saúde: 4. O papel importante das mulheres na criação do
1. Contruir politicas publicas saudáveis ambiente favorável e a necessidade de acabar
2. Criar ambientes favoráveis com a sua exploração
3. Reforçar a ação comunitária A declaração da conferência de Jacarta, de 1997
4. Desenvolver competências pessoais consolidou a saúde como um direito humano básico,
5. Reorientar os serviços de saúde. corroborou as 5 arias da ação da Carta de Ottawa e
Descreveu também 3 funções importantes dos salientou a importância de novas parcerias,
promotores de saúde: advogar, capacitar e mediar. nomeadamente com o setor privado, para o sucesso da
E tornou-se o documento fundamental do novo promoção de saúde. A declaração da conferencia
movimento da promoção de saúde também confirmou que há provas evidentes de que:
31
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
Que promove: O grande truque é “convencer as0 pessoas de que: é
possível fazer é desejável e se pode manter”.
o A saúde dos indivíduos, grupos e comunidades:
a finalidade última da educação para a saúde Os fatores cognitivos são necessários mas não são
suficientes para alterar comportamentos.
De salientar que a educação para a saúde “não tem
unicamente como objetivo a modificação de EDUCAR PARA QUÊ?
comportamentos e hábitos relacionados com os
problemas de saúde, ela visa também uma maior Ler e interpretar a realidade identificando situações
responsabilidade individual e coletiva nas opções que inter(v~em)/(ferem) com a nossa vida.
relativas à saúde e bem-estar. Relacionarmo-nos de ima forma construtiva com o
Conjunto elaborado e coerente de intervenções sobre meio ambiente.
a pessoa e o grupo Tomar decisões em liberdade fundamentadas com
o que devem ajudar a pessoa a querer, poder e os conhecimentos adequados indispensáveis com
saber; sentido de responsabilidade.
o escolher de forma responsável, livre e EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE
esclarecida
o as atitudes e comportamentos adequados para Tem por objetivo predispor A:
favorecer a sua saúde e a do seu grupo
o Fazer escolhas …. Saudáveis
é essencial tentar perceber o que é mais importante o Resistir à press-ao….do grupo
para as pessoas. o Promover a autoconfiança
o Desenvolver capacidades…de discussão
Quando desenvolvermos estratégias de educação
o Aumentar os conhecimentos…
para a saúde temos de ter em conta o que as pessoas o Lidar com…conflitos
querem. o Construir uma autoimagem positiva
São as próprias pessoas, famílias e comunidade que o Aprender a escutar
ativa e positivamente têm que promover a saúde.
Conhecer as características dos destinatários:
FASES DO PLANEMENTO:
Necessidades Diagnóstico da situação: necessidades,
Interesses problemas, potencialidades
Motivação Definição de estratégias: finalidade, metas,
Suscetibilidade à mudança objetivos
Experiência prévia Programação: quem faz? Quando= o quê?
como?
Execução: rever estratégias e programação ao
longo da execução
Avaliação
Como planear uma educação para a saúde: decidir o
que fazer, como fazer e como avaliar.
A mensagem deve ser:
o Simplicidade
o Utilidade/pertinência
o Aceitabilidade/ adequação
o Disfusibilidade
32
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
DINÂMICAS DE EDUCAÇÃO EM GRUPO: Ganho de tempo ´
Estimulação de aprendizagem
Taxas médias de retenção:
O processo pedagógico
Após a escolha dos métodos educativos é necessário As mensagens de prevenção são adaptadas aos
dar-lhes cumprimento através da condução do processo diferentes valores e necessidades de cada grupo de
educativo. pares, sendo mais facilmente aceites e tendo uma
influência mais positiva aplanando, assim, o processo
O cumprimento exige: de mudança.
1. Controlo sobre iniciar, manter e terminar cada Os jovens que irão funcionar como formadores dos
método e estratégia, na altura e da maneira mais seus pares são previamente formados em temas de
eficaz e apropriada saúde, assumindo o papel de “perito” já que dominam
2. A coordenação e controlo de fatores essas matérias relativamente aos seus pares. Prevê-se,
ambientais, o desenvolver da apresentação igualmente, a aquisição de competências interpessoais,
3. Conservar os materiais relacionados comunicacionais, de resolução de problemas entre
logicamente com o tema central e a totalidade outras.
dos fins do programa.
De acordo com as linhas orientadores da Educação
Sexual em meio escolar, muitos programas de sucesso
34
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
utilizam a metodologia de educação pelos pares, tendo AVALIAÇÃO DE CADA SESSÃO
em conta que:
No final de cada sessão cada aluno elabora uma
É comum os jovens ouvirem e respeitarem o pequena reflexão (5 m), completando as frases:
que dizem os companheiros por si considerados
Sinto-me….
Pela sua ação e o seu protagonismo, os líderes
de pares podem influenciar de modo positivo o Hoje aprendi…
comportamento dos outros Hoje não concordei com…
Poem apoiar, encorajar e ajudar os outros, tanto O que mais gostei foi…
dentro como fora da sala de aula Da próxima vez preferia que…
Podem funcionar como auxiliares especiais dos
professores nas atividades da sala de aula. Modelos de educação para
PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DE a saúde
PROJETOS DE EDUCAÇÃO INTERPARES
ETAPAS Saúde
36
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
Alteração do método de estamos a empoderar indivíduos e
abordagem dos problemas em comunidades.
Literacia em saúde
A educação para a saúde consiste em ações
conscientemente desenvolvidas, baseadas em
regras científicas, que programam ações que sob
alguma forma de comunicação são projetadas,
transmitindo os conhecimentos para melhorar a
literacia em saúde. Promoção e educação para a
Segundo a OMS a literacia em saúde implica: saúde
1. A obtenção de um nível de conhecimento “A educação para a saúde deve iniciar-se no seio
habilidades pessoais e confiança para tomar familiar, contínua e integrada ao longo do ciclo vital e
medidas/ações que: englobar outros settings de intervenção, como escolas,
o Melhorem a saúde pessoal e os serviços de saúde e outras instituições comunitárias”
comunitária
o Alterem estilos de vida pessoais e Pressupostos a considerar:
condições de vida o Vantagens das parcerias e do trabalho
2. Um melhor acesso das pessoas às intersectorial nos determinantes sociais e
informações de saúde pois ao capacita-las económicos da saúde
37
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
o Investimentos em educação para a saúde de o Os clientes (indivíduos e grupos) tem uma
forma a tornar os diferentes contextos em capacidade para a mudança que pode ser de
lugares saudáveis para viver, aprender e carácter construtivo
trabalhar o Os clientes devem ter informação que lhes
o Benefícios de oferecer aos profissionais de permita decidir acerca do seu comportamento e
saúde professores, pais, alunos e outros escolher os estilos de vida- Tomada de decisão
membros da comunidade um conjunto de o O processo de atingir o nível de saúde decorre
princípios e ações promotoras da saúde. num contexto interpessoal
o Os clientes assimilam comportamentos
Modelos de promoção de saudáveis que consideram, pessoalmente,
relevantes e aceitáveis no contexto social
saúde
Não há nenhum modelo que se destaque pela, certeza
Todas e quaisquer estratégias orientadas para a absoluta da sua eficácia, todavia, da sua síntese resultam
promoção da saúde, não podem confiar-se a métodos eixos de força para uma intervenção eficaz.
informativos ou persuasivos para mudar
comportamentos, mas devem implicar transformações MODELOS DE PROMOÇÃO E EDUCAÇÃO
de contexto e de dimensão comunitária PARA A SAÚDE
Comunicar Educar
Principais
competencias na
promoção da saúde
Facilitar o
intercâmbio
Publicitar de trabalo e
conhecimen
to
Influencia
a politica
39
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
As vacinas
Comitente to a plan of action
As vacinas permitem salvar mais vidas e prevenir
O resultado do comportamento é diferente conforme mais casos de doença do que qualquer tratamento
abordagem que se faz ao compromisso que o individuo médico
tem com o plano de ação:
PROGRAMA NACIONAL DE VACINAÇÃO
o Se as exigências forem excessivas” (PNV)
provavelmente teremos um baixo controle
sobre o compromisso do plano de ação para a O PNV é da responsabilidade do ministério de saúde
saúde e integra as vacinas consideradas mais importantes para
o Se o plano de promoção da saúde for de defende a saúde da população portuguesa.
encontro as preferências do individuo é É um programa universal, gratuito e acessível a todas
provável que exista um maior compromisso na as pessoas presentes em Portugal. Tem por objetivo
promoção da saúde proteger os indivíduos e a população em geral contra as
doenças com maior potencial para constituírem ameaças
à saúde por vacinação.
As vacinas que fazem parte do PNV podem ser
alteradas de um ano para o outro, em função da
adaptação do programa às necessidades da população,
nomeadamente pela integração de novas vacinas.
Aos profissionais de saúde compete divulgar o
programa de vacinação motivar as famílias e aproveitar
todas as oportunidades para vacinar as pessoas
suscetíveis”.
PRINCÍPIOS DO PNV
Investir na informação dos cidadãos e profissionais Em janeiro de 2006 foi introduzida, o calendário
de saúde capacitando quer para a tomada de decisão vacinal uma nova vacina conjugada contra a doença
cada vez mais esclarecidas e participadas quer para a invasiva do Neisseria meningitidis do serogrupo C
crescente partilha de informação credível sobre as (MenC), tendo-se ainda iniciado o 1º ano de uma
vacinas e a vacinação é a base para o alargamento das campanha de vacinação com a vacina MenC, para a s
parcerias com diferentes setores da sociedade crianças nascidas entre 1997 e setembro de 2004.
promovendo uma rede de embaixadores da vacinação O PNV de 2006 inclui as vacinas contra:
com o objetivo de abranger cada vez mais públicos-
alvo, tornando mais eficiente a promoção a vacinação o A tuberculose
como um direito, um dever e um ato de cidadania. o Hepatite B
o Difteria
O PNV entrou em vigor 1965 o Tétano
Verificou-se uma notável redução da morbilidade e o Tosse convulsa
da mortalidade pelas doenças infeciosas alvo de o Poliomielite
vacinação ganhos de saúde o Doença invasiva por Haemophilus influenzae
do serotipo b
As vacinas destinam-se a conferir resistência o Sarampo
específica (imunidade) contra certas doenças. o Parotidite epidémica
o Rubéola
A imunidade ativa é conferida por Vacinas que
o Doença invasiva por Neisseria meningitidis do
estimulam a produção de anticorpos e de outros
serogrupo C (meningococo C)
componentes do sistema imunológico.
o Infeção por vírus papiloma humana
As novas alterações ao PNV visaram, sumariamente:
41
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
Tornar a vacinação ainda mais segura por Streptococcus pneumoniae e o controlo dos
Aumentar a sua aceitabilidade por parte da serotipos incluídos na vacina, promovendo a imunidade
população e dos profissionais que vacinam de grupo e a proteção indireta.
Proteger com segurança, contra mais uma
A vacinação com a Pn13, no âmbito do PNV
doença (doença invasiva por Neisseria
meningites C)
O esquema de vacinação recomendado teve como
objetivo obter a melhor proteção, na idade mais
adequada e o mais precocemente possível.
HEXAVALENTE
44
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
o 1º Dose da vacina contra o sarampo, O PNV aplica-se gratuitamente a todas as pessoas
parotidite epidémica e rubéola presentes em Portugal.
(VASPR)
Recomendam-se diferentes esquemas vacinais
Aos 18 meses de idade:
gerais, em função da idade e do estado vacinal anterior
o Vacina pentavalente DTPaHibVIP
e ainda esquemas vacinais específicos para grupos de
1º Reforço da DTPa (4º dose) e
risco ou em circunstância especiais:
a VIP (4º dose)
Único reforço da Hib (4º dose) Às crinaças dependendo da idade recomendam-
Aos 5 anos de idade: se 13 vacinas: contra hepatite B; difteria; tétano,
o 2º Reforço (5º dose) da DTPa e de VIP- tosse convulsa, poliomielite, doença invasiva
vacina tetravalente DTPaVIP por Haemophilus influenzae do serotipo b
o 2º Dose de VASPR infeção por Streptococcus pneumoniae de 13
Aos 10 anos de idade serotipos, doença invasiva por Neisseria
o Reforço da vacina contra o tétano e meningitidis do grupo B e do grupo C, sarampo,
difteria (Td) parotidite epidémica, rubéola e ainda a vacina
o 2 Doses da vacina (com intervalos de 6 contra infeções por vírus do Papiloma humano
meses) contra infeções de vírus do Durante toda a vida recomenda-se as vacinas:
Papiloma humano de 9 genótipos contrat tétano e difeteria. Dependendo do
(HPV9) número de doses anteriores, da idade e do risco
Durante toda a vida: acrescido, recomendam-se também durante
o Reforços das vacinas contra o tétano e toda a vida as vacinas contra sarampo rubéola e
difteria 8Td) em doses reduzidas aos poliomielite
25, 45, 65 anos de idade e As gravidas em cada gravidez recomenda-se
posteriormente de 10 em 10 anos uma dose da vacina contra a tosse convulsa.
Gravidas: A grupos com risco acrescido para
o Em cada gravidez, dose única da vacina determinadas doenças recomendam-se ainda
contra tétano, difteria e tosse convulsa para além de várias das vacinas recomendadas
(Tdpa) em doses reduzidas à população em geral, as vacinas contra:
Grupos com risco de acrescido: tuberculose, infeção por Streptococcus
o Vacina contra a tuberculose (BCG) pneumoniae de 23 serotipos doença invasiva
o Vacina contra infeção por por Neisseria meningitidis dos grupos ACWY e
Stretptococcus pneumoniae de 23 hepatite A, quando expressamente referidas
serotipos (Pneumo23) nesta norma como recomendadas e gratuitas
o Vacina contra doença invasiva por
Neisseria meningitidis dos grupos Os esquemas de vacinação aconselhados no PNV
ACWY são, na grande maioria das situações os mais adequados.
o Vacina contra hepatite A, quando Com base no esquema de vacinação aconselhado,
expressamente referidas e deve ser sempre aplicado um questionário dirigido para
recomendadas identificar contraindicações às vacinas e as precauções
Os adultos não vacinados ou com atraso na dose de a ter em cada caso.
reforço contra o tétano devem fazer esta vacina em Para evitar eventuais traumatismos por queda, a
qualquer idade. vacinação deve ser efetuada com os indivíduos em
As pessoas que não tenham registo vacinal de posição sentada ou deitada.
determinada vacina, são consideradas não vacinadas. Após a injeção deve ser respeitado um tempo de
vigilância de cerca de 0min.
Qualquer alteração individual aos esquemas
cronológicos aconselhados no PNV deve ser
devidamente fundamentada pelo médico assistente,
através de prescrição que deve ficar arquivada no local
ABRANGÊNCIA
de vacinação.
45
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
Em circunstâncias excecionais a DGS ou a O enfermeiro é o responsável pela administração das
autoridade de saúde podem também decidir alterar os vacinas, assim deve conhecer os locais e administração
esquemas aconselhados. destas.
A maior parte das vacinas requer a administração de Locais de administração em crianças com idade
várias doses para conferir uma proteção adequada, inferior a 12 meses:
devendo respeitar-se os esquemas vacinais
aconselhados no PNV. Em situações em que seja Braço Coxa esquerda Braço Coxa
esquerdo direito direita
necessário alterar estes esquemas dever-se-ão cumprir
as regras gerais da vacinação. BCG Hexavalente Hib
DTPaHibVIPVHB
Pentavalente VHB
INTERVALOS SUPERIORES AO DTPaBibVIP
RECOMENDADO
Tetravalente Pn13
Intervalos superiores ao recomendado no calendário DTPaVIP
vacinal não reduzem a concentração final de anticorpos
MenB VIP
protetores. A interrupção do esquema vacinal apenas
requer que se complete o esquema estabelecido, MenC
independentemente do tempo decorrido desde a MenACWY
administração da última dose.
Antes dos 12 meses de idade as vacinas devem ser
inoculadas na coxa (exceto BCG) e a partir dessa idade,
INTERVALOS INFERIORES AO RECOMENDADO na parte superior do braço.
Excecionalmente para algumas vacinas e em Locais de administração em crianças com idade
situações de elevado risco, os esquemas aconselhados superior a 12 meses:
podem ser alterados recorrendo-se a “esquemas
acelerados” que podem não cumprir, eventualmente a Braço esquerdo Braço direito
idade mínima para administração da primeira dose e/ou Hexavalente DTPaHibVIPVHB Hib
os intervalos mínimos aconselhados entre doses.
Pentavalente DTPaHibVIP VHB
A administração de vacinas antes da idade mínima
Tetravalente DTPaVIP Pn13
recomendada e/ou com intervalos inferiores aos
mínimos aconselhados pode diminuir a resposta MenACWY VIP
imunológica. MenB HPV9
As doses administradas nestas circunstâncias MenC Pn23
(demasiado precocemente e/ou com intervalos
Tdpa VASPR
excessivamente curtos) não são válidas devendo ser
administrada uma nova dose com intervalo mínimo de Td
4 semanas. BCG
A mistura de diferentes soluções vacinais na mesma
seringa, para administração simultaneamente numa só
injeção é contraindicada, comprometendo quer a Nos casos em que o esquema vacinal está incompleto
eficácia que a segurança das vacinas misturadas, para a idade aconselha-se a administração simultânea do
podendo provocar reações adversas graves. maior número possível de vacinas em locais anatómicos
diferentes, respeitando tanto quanto possível os locais
Estas doses não são consideradas válidas, devendo aconselhados e tendo em atenção:
as vacinas ser administradas corretamente 4 semanas
depois. o As vacinas de administração intramuscular
nunca devem ser inoculadas no glúteo
o Antes dos 12 meses de idade, exceto a BCG as
vacinas são inoculadas na coxa. A partir dessa
ADMINISTRAÇÃO
idade são inoculadas na parte superior do braço
46
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
o A partir dos 12 meses de idade quando não o História anterior de sarampo, parotidite ou
existir desenvolvimento suficiente da parte rubéola
superior do braço as vacinas podem ser o Exposição recente a uma doença infeciosa
administradas na coxa. o Terapêutica antibiótica concomitante
o Pode administrar-se mais do que uma vacina no o Convalescença de doença
mesmo membro, desde que as injeções sejam
distanciadas entre 2,5 e 5 cm.
REAÇÕES ANAFILÁTICAS
Gravidez (vivas- VAS; VAR e a VASPR)-
gravidas não devem ser vacinadas com vacinas Complicações alérgicas graves (raras).
vivas. As vacinas vivas atenuadas representam
As reações anafiláticas progridem rapidamente
um risco teórico para o feto.
atingindo geralmente vários aparelhos e sistemas
Alterações imunitárias (HIV positivo, linfomas,
leucemias…) sobretudo vacinas vivas. A reação anafilática é uma reação alérgica aguda
potencialmente perigosa para a vida devido à
FALSAS CONTRAINDICAÇÕES
possibilidade de rápida evolução para obstrução da via
o Mal nutrição aérea (edema laríngeo) dificuldade respiratória
o Doenças benignas (infeções das vias aéreas (broncospasmo) e choque (vasodilatação aguda e perda
superiores) diarreia (exceto VAP) ou outras de fluidos devido a aumento da permeabilidade capilar)
com temperatura inferior a 38ºC associados a alterações cutâneas e mucosas.
o Alergias, asma, febre dos fenos, rinite Embora extremamente rara, pode estar relacionada
o Dermatoses, eczemas ou infeções cutâneas
com qualquer dos componentes de uma vacina.
localizadas
o Doenças crónica cardíaca, pulmonar, renal ou Com as medidas e terapêuticas adequadas o
hepática prognostico global é bom, com uma letalidade inferior
o Doenças neurológicas não evolutivas, como a a 1%.
paralisia cerebral
A prevenção é a melhor abordagem pelo que deve
o Prematuridade
o Baixo peso á nascença (exceto para VHB ou ser antecipada uma eventual ocorrência.
BCG) Daí a importância de perguntar:
o Estar a ser amamentado
Reções anteriores ás vacinas
47
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
Alergias (ovo, gelatina ou antibióticos)
A criança ou o adulto podem ter reações benignas Deve ser dada particular atenção às manifestações
relacionadas com o medo ou a dor (desmaio “ir atras do que podem colocar a vida em perigo com particular
choro”, ataques de pânico ou convulsões) que podem atenção para:
confundir-se com reações anafiláticas Sinais e sintomas de compromisso das vias
Em caso de dúvida é preferível tratar do que deixar aéreas
passar sem tratamento uma reação anafilática Colapso cardiovascular iminente
48
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
educação para a saúde de forma a minimizar
possíveis reações
Preparação e administração de vacinas segundo
TRATAMENTO o mesmo plano e posterior registo
Informação acerca da importância da vacinação
O tratamento deve ser iniciado imediatamente e
Educação para a saúde acerca dos cuidados a ter
inclui:
após a administração da vacina e sinais e
o Pedir ajuda e telefonar para o 112 para sintomas a despistar que indiquem reações
transporte do doente para o serviço de urgência adversas à vacinação.
mais próximo Marcação de data da próxima vacinação, de
o Deitar o utente com os pés elevados (posição de acordo com PNV
Trendelenburg, porque há necessidade de Registo da vacinação no programa informático
restaurar rapidamente a volémia) supina pode Seleção das fichas não atualizadas
ser fatal por aumentar o depósito sanguíneo nos Convocação dos utentes
membros inferiores. Nos doentes com
dificuldade respiratória deve optar-se pela
posição sentada, com elevação dos membros ARMAZENAMENTO
inferiores. Algumas crianças com dificuldade
respiratória preferem estar sentadas ao colo. Quando as vacinas chegam aos centros de saúde ou
o Manter vias aéreas permeáveis extensões de saúde estas são entregues obrigatoriamente
o Administrar adrenalina- IM (adrenalina IM a um enfermeiro que é responsável pelo armazenamento
deve ser administrada na face ântero-lateral do destas, nos frigoríficos disponíveis.
terço médio da coxa)
Este enfermeiro ao receber as vacinas deve verificar
o Transporte rápido para o hospital
a temperatura das vacinas, verificando a temperatura
o Monitorizar e registar sinais vitais
dos sacos de gelo recicláveis.
O enfermeiro deve verificar a integridade da
REGISTOS- VACINAÇÃO embalagem e a validade dos lotes das vacinas.
49
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23