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Enfermagem comunitária II

geográfica e assegurar a continuidade dos cuidados,


estabelecendo as articulações necessárias,
Saúde infantil e juvenil desenvolvendo uma prática de complementaridade com
a dos outros profissionais de saúde e parceiros
 Conceitos comunitários num determinado contexto social
1. Enfermagem económico e politico.

Enfermagem é a profissão que, na área da saúde, tem A enfermagem de cuidados de saúde rimários, pela
como objetivo prestar cuidados de enfermagem ao ser natureza dos cuidados que presta, atua adotando uma
humano, são ou doente, ao longo do ciclo vital, e aos abordagem sistémica e sistemática, aos diferentes níveis
grupos sociais em que ele está integrado, de forma que de prevenção e em complementaridade funcional com
mantenham, melhorem e recuperem a saúde, ajudando- outros profissionais.
os a atingir a sua máxima capacidade funcional tão
Reconhece ainda a importância dos
rapidamente quanto possível.
saberes/competências e a conjugação dos esforços dos
2. Enfermeiro diferentes grupos profissionais e instituições para a
concretização do potencial máximo de saúde da
Enfermeiro é o profissional habilitado com um curso população alvo, privilegiando o efetivo trabalho em
de enfermagem legalmente reconhecido, a quem foi equipa e em parceria.
atribuído um título profissional que lhe reconhece
competência cientifica, técnica e humana para a  Níveis de prevenção em saúde
prestação de cuidados de enfermagem gerais ao
individuo, família, grupos e comunidade, aos níveis da Não existe unanimidade quanto ao número e âmbito
prevenção primária, secundária e terciária. de níveis de prevenção.

3. Cuidados de enfermagem  Prevenção primordial: objetivo evitar a


emergência e estabelecimento de padrões de
Cuidados de enfermagem são as intervenções vida (sociais, económicos e culturais) que
autónomas ou interdependentes a realizar pelo aumentam o risco de desenvolver doenças;
enfermeiro no âmbito das suas qualificações procedimento ações dirigidas à população
profissionais. total e/ou grupos selecionados saudáveis;
consequência efeitos múltiplos em várias
4. Enfermagem comunitária
doenças, grande impacto na saúde pública;
A enfermagem comunitária e de saúde pública Exemplos legislação sobre o álcool, politicas
desenvolve uma prática globalizante centrada na anti tabágicas, programas de promoção do
comunidade. exercício regular.
 Prevenção primária: plano nacional de
Centra-se na promoção e manutenção da saúde dos
vacinação, prevenção de cárie dentária,
indivíduos, das famílias e dos grupos da comunidade.
prevenção de acidentes e intoxicações
Enfatiza a responsabilidade pessoal pela saúde e pelo reconhecimento da suscetibilidade e utilização
autocuidado. de estratégias na prevenção da doença.
 Prevenção secundária: rastreios, vigilância da
No seu melhor, a enfermagem de saúde comunitária TA e glicémia identificação precoce dos
fortalece as comunidades, garantindo aos seus membros fatores de risco de doenças específicas.
a aquisição, do conhecimento e das competências, Promover a detetação precoce do processo
necessários para a satisfação das suas próprias patológico em doentes assintomáticos e
necessidades. posterior correção do desvio da normalidade
Evidenciam-se atividades de educação para a saúde, (retorno ao estado saudável)  Implementação
manutenção, restabelecimento, coordenação, gestão e de intervenções precoces prevenir o
avaliação dos cuidados prestados aos indivíduos, desenvolvimento de determinadas doenças e
famílias e grupos que constituem uma dada possíveis sequelas
comunidade.  Prevenção terciária: reintegração social e
adaptação de infraestruturas limitar a
Responsabiliza-se por identificar as necessidades progressão da doença e evitar as suas
dos indivíduos/famílias e grupos de determinada área complicações, promover a adaptação às
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sequelas e a reintegração nomeio, prevenir  Colaborar com outros profissionais;
recorrências. Estratégia educacional  Realizar visitas domiciliarias:
importante eliminação e diminuição da o Alta da maternidade
incapacidade associada ao estádio da doença. o Situação de doença prolongada ou
 Prevenção quaternária: objetivo evitar o crónica
excesso de intervencionismo médico e a o Famílias ou situações de risco
iatrogenia (estado de doença, efeitos adversos  Imunizações
ou complicações causadas por ou resultantes do  Educação para a saúde
tratamento médico). Capacitar os utentes  Identificação diagnóstica:
quanto às implicações do consumo impróprio. o Padrões:
Procedimento ações junto de profissionais de  Alimentação e ingestão de
saúde e utentes. Prevenção da iatrogenia e líquidos
prevenção da “prevenção inapropriada”.  Higiene
 Exercício, mobilidade e
Os cuidados às crianças segurança
 Sono/repouso
Walt Disney identificou a mente das crianças como o Crescimento
o maior recurso natural de qualquer nação. o Desenvolvimento
 Identificação e reconhecimento de fatores de
O futuro do mundo depende de quão bem este trata
risco
a juventude.
o Saúde
A fiscalização nas necessidades de saúde das o Sociais
crianças aumenta as hipóteses de estas se tornarem o Educacionais…
adultos que valorizam e praticam estilos de vida
saudáveis.

 O enfermeiro centrado na
população

Os enfermeiros centrados na população tem dois


grandes papéis no que diz respeito à saúde da criança e
do adolescente:
o Intervenção do enfermeiro junto
1. O enfermeiro presta serviços diretos às crianças
da criança e família
e às respetivas famílias: apreciação, gestão de
cuidados e aconselhamento “promover em cada criança as condições de saúde
2. Os enfermeiros participam na avaliação da mais satisfatórias possíveis”.
comunidade e no estabelecimento de programas
para garantir um ambiente saudável para esta Incluindo aspetos desde a prevenção, tratamento e
população. reabilitação, gestão, ensino, todos os esforços são no
sentido, do bem-estar da criança e da família.
Tem a oportunidade de ensinar estilos de vida
saudáveis às crianças e aos cuidadores e de prestar Os cuidados de enfermagem às crianças são um
cuidados centrados na família num cenário de conjunto de medidas em que cada criança tem
ambulatório. necessidades especificas relacionadas com:

 Papel do enfermeiro  A idade cronológica


 Colaborar com as famílias;  A herança genética
 Colaborar com as escolas e outras  A personalidade única
insttuições;  O seu meio físico e social
 Articular com as instituições de cuidados de  O estado de saúde e necessidades de cuidados
saúde hospitalares; que lhe são inerentes.
 Facilitar a adaptação da criança/adolescente Assim, os cuidados à criança podem incluir os
à familia e a escol; cuidados imediatos e ajuda aos pais ou substitutos,
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ensinando-lhes a prestar os cuidados contínuos Os cuidados centrados na família (CCF) são
necessários ou a colaborar com a equipa de saúde. entendidos como uma forma de cuidar das crianças e
famílias que, numa relação de parceria colaborativa, as
o Filosofia atual dos cuidados de envolve no processo de cuidados.
enfermagem
O CCF são defendidos como a filosofia a adotar na
Parceria de cuidados enfermagem de saúde da criança e do jovem.

Cuidados familiares A comissão nacional de saúde da criança e do


adolescente defende, para a área da saúde Infantil e
Pediatria, uma conceção do cuidar baseada numa pratica
de cuidados centrada na unidade familiar, que vise a sua
O promoção e que envolva tomadas de decisão assentes
Criança Os pais
enfermeiro numa parceria entra crianças, pais e enfermeiros.
Os CCF baseiam-se no pressuposto de que a Família
é também alvo dos cuidados, procurando-se manter e
Cuidados de reforçar os papéis e laços da família com a criança e
enfermagem ajudar a manter a normalidade das rotinas familiares.

 Cuidados familiares: podem ser prestados  Enfermeiro:


pelos enfermeiros quando a família está ausente o Consultor e conselheiro
ou é incapaz. o Suporte e facilitador
 Os pais: providenciam os cuidados familiares  Pais:
para ajudar a criança a satisfazer as suas o Peritos em todos os cuidados prestados
necessidades. ao sue filho;
 Cuidados de enfermagem: podem ser o Prestadores de cuidados primários.
prestados pelos pais com apoio e ensino o Essência dos
 O enfermeiro: providencia cuidados extra cuidados
relacionados com as necessidades.
centrados na
 A criança: pode necessitar de ajuda para
satisfazer as necessidades de crescimento e de família
desenvolvimento. Reconhecimento do papel
Quando os pais são incapazes de satisfazer certas fundamental da família na
necessidades (“auto-cuidado terapêutico”), a vida da criança, visando
responsabilidade dos cuidados à criança será repartida fornecer apoio profissional à
entre a enfermeira e os pais. Esta divisão deve-se criança/família através de:
fundamentar na identificação objetiva dos cuidados que
 Envolvimento
os pais são incapazes de realizar.
 Participação
o Os cuidados centrados na família  Parceria

Para que se consigam prestar cuidados ótimos é Alicerçados pela capacitação das famílias e pela
essencial a inter-relação criança/enfermeira/família. negociação.

O conceito de cuidados centrados na família surgiu As forças e capacidades da família são reconhecidas,
em 1987 noa Estados Unidos e tem vindo a ser apoiado enaltecias e valorizadas no planeamento e prestação de
por legislação que visa a sua implementação, por ser cuidados, passando de espetadora passiva a coadjuvante
considerada a melhor prática. e integrada no tratamento, recebendo orientação e sendo
treinada para participar nele.
Nos cuidados centrados na família o centro dos
cuidados de saúde será a família e não os serviços de o Benefícios dos cuidados
saúde. centrados na família

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As famílias experienciam maiores sentimentos de o 15 meses
confidência e competência no cuidar das suas crianças. o 18 meses
o 2 anos
A dependência dos pais, em relação aos
o 3 anos
profissionais, diminui.
4-9 Anos:
Os profissionais experienciam maior satisfação no
trabalho. o 4 anos
o 5 anos- exame global de saúda
Pais e profissionais saem fortalecidos para o 6 ou 7 anos (final di 1º ano de escolaridade)
desenvolver novas habilidades e competências. o 8 anos
o Cuidados atraumáticos 10-18 Anos:
Cuidados terapêuticos que eliminam ou minimizam o 10 anos (ano do inicio do 2º ciclo do ensino
o sofrimento físico e psicológico da criança/família básico)
prestados pelos serviços de saúde. o 12/13 anos (exame global de saúde)
o 15 anos
 Evitar ou suavizar o afastamento da criança da
o 15/18 anos
sal família,
 Estimular um sentido de controlo, Exames de saúde oportunistas
 Evitar ou minimizar o sofrimento ou a dor
corporal. As idades referidas não são rígidas- se uma criança
se deslocar ao Centro de Saúde por outros motivos,
pouco antes ou pouco depois da idade-chave, poderá ser
feito o exame indicado para essa idade.
Vigiar a saúde da criança e Com este tipo de atuação- “exames de saúde
do jovem oportunistas”- reduz-se o número de deslocações e
alarga-se o numero e crianças cuja saúde é vigiada com
São objetivos dos serviços de saúde: regularidade.
o Vigilância De igual modo, a periodicidade recomendada deverá
o Manutenção adequar-se a casos particulares, podendo ser
o Promoção introduzidas ou eliminada algumas consultas.
… da saúde da criança e do jovem.
As crianças de acordo com a convenção sobre os PROGRAMA NACIONAL DE SAÚDE INFANTIL
direitos da criança ratificada pelo estado Português em
1990, entendidas como “todo o ser humano menor de 18 O programa-tipo obedece às seguintes linhas-
anos” constituem um grupo prioritário e justificam o mestras:
maior empenhamento e disponibilidade por parte dos o Calendarização das consultas para “idades-
profissionais e especial atenção dos gestores dos chave”, correspondentes a acontecimentos
serviços e saúde. importantes na vida do bebé, da criança ou do
 EXAMES DE SAÚDE adolescente como sejam as etapas do
desenvolvimento psicomotor, socialização,
Primeiro ano de vida: alimentação e escolaridade
o Harmonização destas consultas com o
o 1º semana de vida esquema cronológico preconizado no novo
o 1 mês Programa Nacional da Vacinação (PNV) (reduz
o 2 meses as deslocações ao Centro de saúde)
o 4 meses o Valorização dos cuidados antecipatórios
o 6 meses como fatores de promoção de saúde e
o 9 meses prevenção de doença
1-3 Anos: o Neste âmbito, e face aos movimentos anti
vacinais emergentes o reincentivo ao
o 12 meses
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cumprimento do PNV, preservando o adequado  A prevenção dos riscos decorrentes da
estado vacinal das crianças, jovens e população exposição solar inadequada
em geral, afigura-se crucial  O aleitamento materno
o Também o investimento na prevenção das
perturbações emocionais e do comportamento 4. Detetar precocemente e encaminhar situações
constitui uma prioridade no mesmo domínio que possam afetar negativamente a vida ou
o Deteção precoce e encaminhamento de qualidade de vida da criança e do adolescente
situações passiveis de correção e que possam como:
afetar ou prejudicar o bem-estar e/ou a saúde da o Malformações congénitas (doença luxante da
criança anca, cardiopatias congénitas, testículo não
o Apoio à responsabilização progressiva e descido)
autodeterminação em questões de saúde das o Perturbações da visão, audição e linguagem
crianças e jovens o Perturbações do desenvolvimento
o Trabalho em equipa, como forma de estaturoponderal e psicomotor
responder à complexidade dos atuais problemas o Alterações neurológicas
e das necessidades em saúde que requerem de o Alterações do comportamento e do foro
modo crescente, atuações multiprofissionais e psicoafectivo
interdisciplinares
o Articulação efetiva entre estruturas programas 5. Prevenir, identificar e saber como abordar as
e projetos dentro e fora do setor da saúde que doenças comuns nas várias idades,
contribuam para o bem-estar crescimento e nomeadamente reforçando o papel dos pais e
desenvolvimento das crianças e jovens. alertando para os sinais e sintomas que
justificam o recurso aos diversos serviços de
Exames de saúde - OBJETIVOS saúde
1. Avaliar o crescimento e desenvolvimento e
registar nos suportes próprios (boletim de saúde 6. Sinalização e proporcionar apoio continuado às
infantil e juvenil): crianças com doença crónica/deficiência e às
 Dados antropométricos e outros do suas famílias, bem como promover a eficaz
desenvolvimento físico articulação com os vários intervenientes nos
 Parâmetros do desenvolvimento psicomotor cuidados a estas crianças
 Escolaridade
 Desenvolvimento psicossocial
7. Assegurar a realização do aconselhamento
2. Estimular a opção de comportamentos genético, sempre que tal esteja indicado
saudáveis:
 Nutrição- adequadas às diferentes idades e 8. Identificar, apoiar e orientar as crianças e
necessidades individuais, prevenindo práticas famílias vítimas de violência ou negligencia
alimentares desequilibradas
 Prática regular de exercício físico e vida ao ar
livre e em ambientes despoluídos 9. Promover o desenvolvimento pessoal e social e
 Prevenção de consumos nocivos e adoção de a autodeterminação das crianças e dos jovens,
medidas de segurança- reduzir o risco de com progressiva responsabilização pelas
acidentes. escolhas relativas à saúde, prevenindo situações
disruptivas ou de risco acrescido e promovendo
3. Promover: a equidade de género.
 A imunização contra doenças transmissíveis,
conforme o programa nacional de vacinação 10. Apoiar e estimular o exercício adequado das
 A saúde oral responsabilidades parentais e promover o bem-
 A prevenção das perturbações emocionais e do estar familiar e em outros ambientes específicos.
comportamento
 A prevenção dos acidentes e intoxicações
 A prevenção dos maus tratos (equipa de
intervenção precoce)

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BOLETIM DE SAÚDE INFANTIL E JUVENIL de toda a equipa de saúde, sempre que se contata com a
criança/jovem/família.
Onde se realiza:
No primeiro ano de vida há que prestar uma especial
o Registo sistemático: atenção ao estado emocional da mãe (pelo risco de
 Informação retrospetiva depressão pós parto) ou do principal cuidador,
 Informação atual encaminhando precocemente quaisquer alterações, que
 Função pedagógica poderão interferir no desenvolvimento da criança.
o Curvas de normalidade
 Crescimento Nas consultas dos adolescentes há que facilitar a
 Desenvolvimento acessibilidade permitindo aos que o desejem serem
atendidos a sós. Mesmo sem desejo expresso, perante
algumas situações é fundamental assegurar a
privacidade e confidencialidade da consulta.
Sempre que se necessite de recorrer a outros serviços
ou nível de cuidados encaminhar a criança, em
colaboração estreita com o serviço de referência.

Em todas as consultas o enfermeiro deve avaliar: Crescimento e


 As preocupações dos pais ou do próprio, no que desenvolvimento
diz respeito à saúde
Crescimento é o aspeto mensurável do tamanho do
 Intercorrências desde a consulta anterior,
individuo.
frequência de outras consultas, medicação em
curso Desenvolvimento refere outros aspetos de
 A frequência e adaptação ao infantário, ATL, diferenciação de forma ou de função, incluindo
escola alterações emocionais ou sociais determinadas pela
 Hábitos alimentares, prática de atividade interação com o ambiente.
desportiva ou culturais e ocupação de tempo
livres Uma característica particular da população
pediátrica é o processo contínuo de crescimento e
 A dinâmica do crescimento e desenvolvimento,
desenvolvimento.
comentando as curvas de crescimento e os
aspetos do desenvolvimento psicossocial Esses processos são monitorizados em consultas de
 O cumprimento do calendário vacinal, de saúde ou exames gerais de vigilância para as crianças,
acordo com o programa nacional de vacinação em determinadas idades.
CUIDADOS ANTECIPATÓRIOS As apreciações de enfermagem incluem:
Os temas poderão ser abordados individualmente ou o Estado de crescimento e de saúde
em gruo, em diferentes contextos, nomeadamente em o Nível de desenvolvimento
atividades a desenvolver, por exemplo, na sal de espera- o Qualidade da relação pais-filho
distribuição de material informativo (folhetos, vídeos)-
e em sessões de informação/educação para a saúde
dirigidas aos pais ou outros prestadores de cuidados. CRESCIMENTO

Algumas estas atividades poderão ser dinamizadas Implica mudanças em quantidade. “Aumento n
pela saúde escolar, envolvendo ativamente as crianças, número e no tamanho das células à medida que elas se
jovens e famílias. dividem e sintetizam novas proteínas, resulta num
aumento de tamanho e de peso de todo ou de qualquer
de suas partes”.
AVALIAÇÂO DA DINAMICA FAMILIAR E DA
REDE DE SUPORTE SOCIOFAMILIAR

A avaliação da dinâmica familiar e da rede de


suporte sociofamiliar deve fazer parte das preocupações
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MEDIDAS DE CRESCIMENTO

Peso

Altura

Comprimento

Índice de massa corporal

Perímetro torácico
Uma criança que tenha o peso no percentil 15, isso
Perímetro cefálico significa que em relação a 100 crianças normais com a
mesma idade, 85 têm peso superior a ela e só 15 tem
peso inferior ou igual.

AVALIAÇÂO DO CRESCIMENTO COMO FAZER AS MEDIÇÔES

Parâmetros fundamentais: COMPRIMENTO

 Peso Até aos 24 meses- a criança deve ser medida deitada


 Perímetro cefálico de costas craveira
 Estatura Do 24 aos 26 meses- pode ser medida deitada ou de

CURVAS DE CRESCIMENTO
As curvas de crescimento são um instrumento
fundamental pra monitorizar o estado de nutrição e o
crescimento das crianças e dos adolescentes.
Uma criança com crescimento normal terá uma
curva de crescimento sobreponível ou paralela às curvas
das tabelas.

ALTURA
AVALIAÇÂO DO CRESCIMENTO Todas as crianças com
mais de 36 meses devem
Faz-se através de medidas seriadas do peso e da
ser medidas de pé
estatura, que depois se relacionam com tabelas
“standard”. Tabelas de percentis.
A curva desenhada ao longo do tempo permite-nos a
avaliação da velocidade de crescimento da criança,
relacionável com o seu estado de saúde.

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PERIMETRO CEFÁLICO
Medida de rastreio da micro ou macrocefalia devido
a anomalias não nutricionais.
O perímetro cefálico é descrito como a
circunferência “frontoccipital”.
Deve ser medido nas crianças até aos 36 meses de
idade

Curvas de crescimento
adotadas no programa
nacional de saúde infantil
e juvenil: 2017
RAPAZES

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RAPARIGAS

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Uma curva de crescimento maior de percentil 97 (P 97) o Doenças cardíacas
ou inferior a 3 não é necessariamente patológica, desde
que corresponda a uma calosidade de crescimento
normal. REGRAS PRÀTICAS PARA A AVLIAÇÂO DO
Edição do boletim de saúde infantil e juvenil CRESCIMENTO NA CRIANÇA SAUDÀVEL
distribuída no inicio de 2005 foram substituídas as PESO E ESTATURA
curvas de relação peso-estatura pelas do índice de massa
corporal (IMC) mais adequadas à correta monitorização Dos 0 aos 24 meses
do estado de nutrição de cada criança.
Dos 2 aos 20 anos
As curvas do IMC permitem monitorizar o estado de
Peso:
nutrição identificando não só as crianças e adolescentes
já obesos, mas também aqueles em risco de virem a sê- o 1º mês gr/dia
lo o 6 meses duplica peso
o Final 1º ano de vida triplica
Este desvio é particularmente importante se o
o Final 2º ano de vida quadruplica
afastamento do percentil do IMC ocorrer fora dos
o Aos 7 anos + 7x o peso inicial
períodos de deposição fisiológica de gordura (primeiro
o Na adolescência as raparigas amentam mais
ano de vida e pré-puberdade)
rapidamente de peso.
IMC
Estatura:
Excesso de peso- IMC entre o percentil 85 e 97 para o RN: 50cm
a idade e sexo. o 0 aos 6 meses- 2,5cm/mês
Obesidade- IMC > do percentil 97 para a idade e o 6 aos 12 meses- 1,25cm/mês
sexo. o Durante o 1º ano de vida os rapazes crescem
mais rápido
Uma perda de peso isolada não tem significado- deve o 4 anos: duplica
ser sempre avaliada no conjunto da curva ponderal. o 12 anos: triplica.
O peso é o parâmetro que primeiro se altera. Se a
doença é mantida acabará por afetar também a estatura
mais tarde. PERIMETRO CEFÀLICO

CRESCIMENTO-SINAIS DE ALERTA Dos 0 aos 36 meses

Ampla discordância entre os percentis de peso e PC médio ao ano de idade: 45cm (ao nascer cerca
altura. de 1 cm por mês até aos 12 meses).

Não tenham o ganho esperado em peso e altura, Adulto: 55cm


especialmente nos períodos de crescimento rápido. Deve ser avaliado até aos 3 anos.
Um súbito aumento ou redução no seu padrão de
crescimento anteriormente regular e que seja
inadequado para a sua idade. MATURAÇÂO
ÒSSEA
Atrasos ponderais- causas mais frequentes:
Fontanelas:
 Carência alimentar
 Infeção cronica oculta o Fontanela
 Perturbação da relação mãe/filho anterior:
 RN:
 Vómitos persistentes
4/5 cm
 Problemas de mal digestão/mal absorção
 4M:
(diarreia arrastada…)
4/4cm
 Febre recorrente:
 1º ano: 1/1 cm´
o Doenças inflamatórias crónicas
 18M: encerra
o Doenças renais
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o Fontanela posterior:
 RN: 1cm
 2M: encerra
Dentição:

 6-8M: incisivos
 13-14M: 1ºMolar
 18-24M: 2º Molar
 30M: dentição completa

Áreas de desenvolvimento
Qualquer avaliação do desenvolvimento deve
contemplar 4 parâmetros:

Dentição temporária

POSTURA E MOTRICIDADE GLOCAL


As atividades desta área são atividades motoras
grosseiras que dependem essencialmente da maturação
de um sistema nervoso e locomotor. Desde o 1º
momento o RN em decúbito ventral levanta a cabeça
pela 1º vez até á perfeita coordenação necessária para
iniciar a corrida e o salto.

VISÂO E MOTRICIDADE FINA


A manipulação é uma atividade muito delicada que
implica não so um sistema neuromuscular normal como
também uma perfeita coordenação oculo-manual

COMPORTAMENTO E ADAPTAÇÂO SOCIAL


A 1º manifestação de uma relação social pode
localizar-se no sorriso. Inicialmente em contacto com os

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familiares e mais tarde com os companheiros de jogos,
as relações sociais vão-se complicando e aperfeiçoando
cada vez mais.

AUDIÇÂO E LINGUAGEM
A linguagem depende de um maior número de
fatores, uma audição normal, uma infraestrutura
neuromuscular que permita a compreensão dos
símbolos e da fala e sobretudo do ambiente que leve a
criança a sentir satisfação em comunicar

VARIAÇÔES NO PADRÂO DE
DESENVOLVIMENTO MOTOR

VISÂO E MOTOR FINO (média de idade)

DESENVOLVIMENTO MOTOR GROSSO (média de


idade)
Para estabelecer o desenvolvimento da criança, é
necessário conhecer as etapas de desenvolvimento cave
e a respetiva idade limite

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DESENVOLVIMENTO COMPORTAMENTAL;
EMOCIONAL E SOCIAL (média de idade)
AUDIÇÂO, FALA E LINGUAGEM

DESENVOLVIMENTO PSICO-MOTOR: SINAIS


DE ALERTA
Orientar os pais se:

 18 Meses:
o Não se poe de pé, não suporta o peso
sobre as pernas
o Anda sempre na ponta dos pés
o Assimetrias
o Não pega nenhum objeto entre o
polegar e o indicador
o Não responde quando o chamam
o Não vocaliza espontaneamente
o Não se interessa pelo que o rodeia não
estabelece contacto
o Deita os objetos fora- leva-os
sistematicamente à boca
o Estrabismo
 2 Anos:
o Não anda
o Deita os objetos fora
o Não constrói nada
o Não parece compreender o que se le diz
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o Não pronuncia palavras inteligíveis atenção nesta área da saúde infantil e, ainda, mtivar e
o Não se interessa pelo que está em redor. encorajar os pais a levantarem questões e a participarem
Não estabelece contacto. na promoção do desenvolvimento dos seus filos.
o Não procura imitar
Nem todas as crianças chegam à mesma idade no
o Estrabismo
mesmo estádio de desenvolvimento.
Apesar da sequência de aquisições ser conhecida e
Quando se analisa o progresso de desenvolvimento comum a todos, o desenvolvimento infantil processa-se
de uma criança, deve-se: muitas vezes de forma descontínua, com “saltos”

 Considerar a sua idade e concentrar as questões O acompanhamento das aquisições do


nas etapas de avaliação do desenvolvimento desenvolvimento deverá ser um processo flexível,
 Oferecer à criança brinquedos para descobrir as dinâmico e continuo, á semelhança aliás, do próprio
suas habilidades processo maturativo da criança. Deverá ter lugar em
 Observar como a criança utiliza o brinquedo e todos os encontros que os profissionais tem com a
interage com as pessoas. criança e a família e não apenas nas denominadas idades
chave.
As perturbações do desenvolvimento psicomotor são
diagnosticadas:
Valorização
 Pesquisa desencadeada em virtude de das
observações
existência de fatores de risco dos pais
 Suspeita de qualquer problema por parte dos
pais, familiares ou professores
 Observação clínica em exames periódicos ou
oportunistas no contexto da vigilância de saúde Processo de
Reconhecie
avaliação do
Em CSP pode realizar-se com eficácia a apreciação mnto dos História
desenvolvie
do desenvolvimento infantil sem perder a simplicidade fatores de clínica
mnto
risco
nos procedimentos. psicomotor

Os profissionais de saúde motivados e com


experiencia poderão avaliar adequadamente o
desenvolvimento de uma criança através de uma
observação crítica desde o momento em que esta entra Observação
na sala de consulta até que sai e, muito particularmente, da criança
durante a conversa com os pais/cuidadores.
Nesta fase da consulta, a observação da criança ao
colo dos pais, ou a brincar, enquanto não é alvo das
atenções e, consequentemente, se sente mais à vontade Este processo de avaliação do desenvolvimento
permite ao profissional tirar ilações da mesma. É muito psicomotor deverá ser encarado no contexto geral da
útil observá-la sem que dê por isso- a atenção, o tipo de promoção da saúde da criança.
manipulação que utiliza, a mímica, etc- e ter por
exemplo, um ou mais brinquedos a que ela possa ter MARCOS NO 1º ANO DE VIDA
acesso imediato.
o Controlo cefálico
A escala de avaliação de desenvolvimento de Mary o O sentar
Sheridan largamente usada há várias décadas, que o O gatinhar
integra atualmente os programas informáticos utilizados o A marcha ´
nos cuidados de Saúde primários (CSP) poderá permitir
um melhor conhecimento dos parâmetros normais do
desenvolvimento e dos seus amplos limites.
Os testes podem, assim servir como “padrão de
referencia da normalidade”, contribuir ara focar a

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REFLEXO CÓCLEO-PALPEBRAL
Posição da criança: colocar a criança em decúbito
dorsal (de costas)
Bata palmas a cerca de 30cm da orelha DIREITA da
criança e verifique a sua resposta. Repita da mesma
maneira o estímulo na orelha ESQUERDA e verificar a
sua resposta. Deve ser obtido no máximo 2 a 3
tentativas, em vista da possível habituação ao estímulo.
Resposta esperada: piscar dos olhos

REFLEXO DE SUCÇÂO
Posição da criança: peça á mãe que coloque a criança
à mama e observe. Se ela mamou à pouco tempo
estimule os seus lábios com o dedo e observe.
Reposta esperada: a criança deverá sugar o seio ou
O QUE OBSERVAR- CRIANÇA COM MENOS DE realizar movimentos de sucção com os lábios e língua
1 MÊS: ao ser estimulado com o dedo.

o Reflexo de Moro
o Reflexo cócleo-palpebral BRAÇO E PERNAS FLETIDOS
o Reflexo de sucção
o Braços e pernas fletidos Posição da criança: coloque a criança deitada de
o Mãos fechadas costas e observe
Postura esperada: devido ao predomínio do tónus
REFLEXO DE MORO flexor nesta idade, os braços e pernas da criança deverão
estar fletidos.
Posição da criança: coloque a criança em decúbito
dorsal.
Existem várias maneiras de verificar a sua presença:

 Coloque a criança deitada em decúbito dorsal,


sobre uma superfície lisa, forrada, agradável
para a criança, devendo esta ser puxada
bruscamente
 Fazer um estímulo sonoro forte, como bater
palmas logo acima da cabeça da criança
Resposta esperada: consiste na extensão, abdução e MÂOS FECHADAS
elevação de ambos os membros superiores, seguida de Posição da criança: com a criança em qualquer
retorno à habitual atitude flexora em abdução. posição observe as suas mãos
Postura esperada: as suas mãos, nesta faixa etária,
permanecem fechadas.

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REFLEXOS PRIMITIVOS  Reflexo de marcha/dança: desaparece 3-4
semanas.
 Reflexo de busca: ao tocar a bochecha de aldo,
vira a cara na procura. Desaparece pro volta dos
3-4m, mas persiste até aos 12m

 Reflexo de Moro: qualquer mudança súbita no


equilíbrio o desencadeia. Consiste na abdução e
extensão dos membros superiores. Desaparece
 Reflexo de gatinhar: desaparece por volta das pro volta do 3-4 mês. Se se mantiver no 6º e
6 semanas mais meses significa dano cerebral.

 Reflexo de Babinski: ao acariciar o exterior da AVALIAÇÂO DA CRIANÇA- 1 SEMANA A


planta do pé no sentido superior, os dedos <2 MESES
apresentam hiperextensão e o polegar
dorsiflexão. Desaparece após 1 ano de idade. o Provável atraso no desenvolvimento:
 Ausência de um ou mais
reflexos/postura/ habilidades para
a sua faixa etária ou
 Perímetro cefálico <p10 ou >p90
ou
 Presença de 3 ou mais alterações
fenotípicas
 Reflexo tónico-clónico do pescoço: quando a o Desenvolvimento normal com fatores de
cabeça é virada para um lado, o braço e a risco
perna desse lado apresentam extensão e lado  Reflexos/posturas/habilidades
oposto flexão. Desaparece pelos 3-4m. presentes para a sua faixa etária
 Perímetro cefálico entre p10 e p90
 Ausência ou presença de menos
que 3 alterações fenotípicas
 Existe um ou mais fatores de risco
o Desenvolvimento normal
 Reflexos, posturas/habilidades
presentes para a sua faixa etária
 Perímetro cefálico entre p10 e p90
 Ausência ou presença de menos
que 3 alterações fenotípicas
 Não existem fatores de risco
ORIENTAÇÂO:

 Provável atraso no desenvolvimento


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o Referir para avaliação neuro
psicomotora
 Desenvolvimento normal com fatores de risco
o Orientar a mãe sobre a estimulação do
seu filho
o Marcar consultas de retorno em 15 dias
o Informar a mãe sobre os sinais de alerta
para retomar antes de 15 dias
 Desenvolvimento normal
o Elogiar a mãe
o Orientar a mãe para que continue a
estimular o seu filho
o Retornar para acompanhamento
conforme a rotina do serviço de saúde
o Informar a mãe sobre os sinais de alerta
para retomar antes.

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o Pegar ao colo, olhar olhos nos olhos, sorrir,
deitar a língua de fora, quando em estado de
alerta.
o Oferecer o polegar do bebé para que este se
autoconforte e reorganize
o Evitar ambientes hiperestimulantes. Observar o
bebé.

ATIVIDADES PROMOTORAS DO
DESENVOLVIMENTO- RN

o Pegar no bebé e embalá-lo suavemente. Pode


aconselhar-se uma cadeira de balouço
o Falar e cantar suavemente com sons altos,
baixos, agudos, graves e suaves. Chamar o bebé
pelo nome. ATIVIDADES PROMOTORAS DO
o Falara sobre tudo o que estiver a fazer: lavar as DESENVOLVIMENTO 4 a 6 semanas
mãos, vestir-se…
o Usar canções de embalar, música instrumental  Movimentar objetos coloridos e pendura-los
suave ou músicas com melodias repetidas. perto do seu rosto a uma distância um pouco
o Comunicar com o bebé olhando-o nos olhos, superior a 20cm e não necessariamente em
encostado ao peto forma de esfera
o Colocar o bebé sobre os joelhos, deixar que ele  Produzi sons suaves com chocalhos, caixa de
agarre o indicador com as mãos e converse com música e observar a sua atenção
ele.  Observar o bebé sobre a forma como dorme,
o Segurar uma bola vermelha a 20cm e sossega, se alimenta e procura autoconforto
movimentá-la paa cima e para baixo, para a  Conversar com carinho, aprender a tocá-lo,
esquerda e direita, estando o bebé em estado de embalá-lo, estar em sincronia com o seu
alerta e com a cabeça em posição central comportamento. Manter tonalidades de voz
o Dar oportunidade ao bebé de experimentar diferentes e suaves. Continuar a usar a cadeira
cheiros diferentes (flor, laranja, etc) de balouço
o Massagem suave corporal observando sempre o  Mudar periodicamente de posição de modo a
bebé calmamente, sem movimentos muito proporciona-lhe o melhor conforto sem
elaborados. Não forçar movimentos, fazer utilização de decúbito ventral para dormir
pouca pressão, não excedendo os 20 min
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 Continuar a massajar de forma simples, sem
movimentos bruscos e muito elaborados e sem
muita pressão. Não exceder os 20 min.
 Proporcionar momentos calmos sem
sobrecarga de estímulos, limitando as visitas de
estranhos e ambientes hiperestimulantes

ATIVIDADES PROMOTORAS DO
DESENVOLVIMENTO- 6 MESES

o Oferecer brinquedos apropriados como


uma bola de tamanho médio de cores vivas
cubos de arestas redondas, de modo a
estimula-lo a passar o objeto de uma mão
para a outra
ATIVIDADES PROMOTORAS DE o Sentá-lo com apoio para que possa
DESENVOLVIMENTO- 3 MESES participar mais ativamente no meio que o
rodeia
 Interagir através da fala usar a mímica do rosto o Incentivar para que produza novos sons
e imitar o som de determinados objetos ou com a boca. Conversar e dançar com o bebé
instrumentos musicais o Colocar o bebé num tapete adequado e
 Ouvir música suave na companhia do cuidador. incentivá-lo a deslocar-se rolando e a pegar
Dançar em ritmo suave com o bebé ao colo. nos brinquedos que estejam mais longe
Cantar o Proporcionar brincadeiras de interação,
 Mobilizá-lo evitando que esteja deitado colocar à frente do espelho e não prevenir
demasiado tempo e na mesma posição situações que lhe causem frustração
 Procurar levanta-lo devagar pelas mãos como (elemento forte de aprendizagem)
se fosse sentá-lo o Não entrar em conflito durante a refeição
 Oferecer-lhe objetos para segurar colocar que constitui uma oportunidade de
objetos pendentes para que possa segui-los interação sem pressão
 Desenvolver um ritual de apoio à hora de o Ritual do sono reforçado antes de dormir
dormir sem deixar chorar desenfreadamente

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Atividades promotoras de desenvolvimento- Atividades promotoras de desenvolvimento-


9 MESES 12 MESES

 Oferecer objetos diferentes e afastados no  Promover a aquisição de capacidades


sentido de incentivar o posicionamento motoras
 Colocar objetos em cima de uma cadeira de  Deixar a criança tomar algumas decisões
forma a incentivá-lo a colocar-se de pé visando a segurança
colocando um tapete á volta caso caia  Reagir calmamente e com firmeza às birras
 Chamar os objetos pelo nome, ensinar a  Manter os rituais do sono
colocar fora e dentro da caixa  Não entrar em conflito na hora da refeição
 Oferecer papel para amassar e rasgar  Estimular as tarefas/ordens simples, dar
 Dar a experimentar diferentes texturas estímulo positivo após a realização destas
 Oferecer dois objetos para a mão e  Oferecer cubos, dar vários objetos para a
posteriormente um terceiro, deixando que mão
ele “resolva o problema”  Falar sobre as separações com antecedência
 Brincar ao “esconde” progressiva e cumprir as promessas
 Ser firme e terno no “não”  Evitar pressões para o controlo
 Utilizar brincadeiras de tapar e destapar a esfincteriano
cara e outros jogos repetitivos (bater  Incentivar para que a criança peça quando
palmas, acenar…) quer algo, verbalizando o pedido, mesmo
 Imitar sons de animais e objetos fazendo que se saiba o que ela deseja
mimica e pedindo ara a criança imitar

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Atividades promotoras de desenvolvimento- Atividades promotoras de desenvolvimento-


18 MESES 2 ANOS

o Ensinar a criança a guardar os brinquedos  Proporcionar brincadeiras: pular num só pé,


numa caixa ou saco, para que aprenda a correr, saltar uma corda, de modo a
organizar-se estimular a coordenação motora
o Pedir à criança que olhe e repita o nome de  Controlo esfincteriano se a criança tiver
partes do corpo do boneco desenvolvimento competências da fala
o Ensinar a criança a “rabiscar” na reia, na  Estimular a arrumação, imitação e declínio
terra ou num papel de modo a estimular a do negativismo
destreza manual e a área sensorial  Ajudar a criança a pronunciar palavras, mas
o Demonstrar o que é e o que não é perigoso pelo estímulo positivo
para ela  Oferecer tintas para a criança mexer e
o Elogiar a criança quando for capaz de desenhar
realizar algo sozinha  Dar-lhe a conhecer várias texturas e
o Continuar a incentivar o convício materiais
o Realizar atividades com música, incentivar
 Contar histórias e dar puzzles
a criança a dança e a cantar
 Facilitar oportunidade de jogo simbólico
 Pedir para ajudar em pequenas tarefas
diárias
 Dar oportunidade para a criança emitir o
próprio pensamento e desejo mantendo os
limites

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Atividades promotoras de desenvolvimento- Atividades promotoras de desenvolvimento-


3 ANOS 4 ANOS

 Promover atividades lúdicas físicas: saltar, o Promover as construções com lego e com
correr, pular, andar de triciclo etc puzzle
 Pedira à criança que conte histórias ou algo o Proporcionar oportunidade para a criança
que fez (ação passada) incentivar a criança fazer o desenho da figura humana
a fantasiar o Inventar brincadeiras que envolvam
 Dar responsabilidades, aceitar a forma que distinção de cores e ensinar canções e
ele achou para dominar a sua vida versos
 Não trazer a criança para a realidade o Pô-la a participar em afazeres, mesmo que
quando está nos eu mundo imaginário sejam simbólicos
 Conduzir os rituais de sono de forma o Dar oportunidade para verbalização das
regrada (medos, associados ao pensamento suas vontades, aceitar a sensibilidade da
mágico) criança, aceitando avanços e recuos
 Fase dos “porquês”. Há que ter muita o Mostrar as sequências das atividades
paciência, tendo em conta que nem sempre o Promover brincadeiras onde exista
espera pela resposta à primeira pergunta movimento físico
o Auxiliar a criança na diferenciação entre a
 Não ridiculizar comportamentos
emoção e o agir (consciência
 Ajudar a criança a partilhar os brinquedos-
moral/solidariedade humana)
altura para ingressar no jardim-de-infância
o Proporcionar a oportunidade da criança
 Acompanhamento de programas
transmitir uma mensagem a outra pessoa
televisivos
o Não entrar em grandes pormenores quando
questionados sobre sexualidade

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com a timidez, submissão, vaidade,
liderança….)

Atividades promotoras de desenvolvimento-


5-6 ANOS

 Selecionar os programas
televisivos/computador bem como o
CRESCIMENTO
horário e o período de tempo
 Não ridiculizar os presumíveis
medos/pesadelos/fobias, ajudando a
resolver o sentimento de impotência
 Continuar a proporcionar atividades que
permitam à criança desenvolver a área
motora Perímetro
 Ensinar-lhe a recortar e colar triângulos, cefálico
quadrados e círculos de vários tamanhos e
formas figuras
 Pedir para que explique o significado de
palavras simples e incentivar para que Estatura
pergunte aquelas que não conhece
 Continuar a proporcionar à criança
Peso
responsabilidade, como por exemplo:
ajudar em casa dar recados
 Incutir regras, impor limites, ajudar a lidar
com os impulsos (roubo, mentira)
 Promover a participação em jogos para
promoção da sua personalidade (saber lidar

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o Antes de realizar procedimentos dolorosos
acalmar a criança primeiro
DESENVOLVIMENTO o Monitorizar a frequência enquanto avalia o
pulso
o Nos bebés colocar o dedo abaixo do apêndice
xifoide para perceber as elevações inspiratórias
o Observar um ciclo respiratório completo
o Observar a coloração da pele, ex. cianose

Faixa etária FR (ciclo/min)


Postura e 0-3 M 35-55
Audição, fala e
motricidade
linguagem 3-6 M 30-45
global
6-12 M 25-40
1-3 A 20-30
3-6 A 20-25
Comportament Visão e
o e adapatação motricidade 6-12 A 14-22
social fina >12 A 12-18

Diferenciar padrões alterados:

Dispneia Respiração difícil ou com esforço


indicada pela retração
Bradipneia FR baixa, ritmo irregular
Taquipneia FR rápida
Hiperpneia Respiração profunda e rápida
Apneia Ausência de respiração
Medidas fisiológicas Respiração de Respiração rápida e profunda
Cheyne-Stokes alternada com apneia. Comum em
Ações de enfermagem para recolha de informação: bebés e durante o sono profundo
Respiração de Respiração profunda, rápida, normal
 Sentido diagnóstico e/ou vigilância: Kussmaul ou lenta. Comum na acidose
o Frequência cardíaca metabólica
o Frequência respiratória Respiração Biot Respiração imprevisível, irregular.
o Pressão sanguínea Comum em lesão cerebral inferior e
o Temperatura depressão respiratória
o Dor

FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA (FR) FREQUÊNCIA CARDÍACA (FC)


 Item do estado de saúde  Item do estado de saúde
 Dado de referência para a diferenciação  Dado de referência para a diferenciação
diagnóstica diagnóstica
 Resposta a esquemas terapêuticos  Resposta a esquemas terapêuticos
 A FR pode ser obtida por observação dos  A FC pode ser determinada pela:
movimentos torácicos o Auscultação do pulso apical (< 2
anos) (modo utilizado frequentemente
Particularidades da anatomia e fisiologia:
com lactentes, onde normalmente é
 Quantidade relativamente pequena de ar difícil a verificação de pulso por
inspirado palpação. O estetoscópio deve ser
 Tem menor número de alvéolos e menor colocado entre o mamilo esquerdo e o
superfície alveolar para trocas gasosas externo, e a frequência verificada
durante 60 segundos. Observar se o
Orientações para a avaliação: estetoscópio esta frio, para que a

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criança não se assuste estimulando o Batimentos/minuto (repouso)
choro e alteração dos dados
o Palpação pulso periférico (>2 anos)
Por palpação: Idade Limite Média Limite
inferior superior
 Artéria femoral RN 70 120 170
 Artéria temporal 1 S- 11 M 80 120 160
 Artéria pediosa 2A 80 110 130
4A 80 100 120
Nas crianças maiores: 6A 75 100 115
8A 70 90 110
 Artéria braquial 10 A 70 90 110
 Artéria radial 12 A
 Artéria femoral Menina 70 90 110
 Artéria carótida Menino 65 85 105
 Artéria temporal 14 A
 Artéria pediosa Meninas 65 85 105
Menino 60 80 100
16 A
Menina 60 80 100
Menino 55 75 95
18 A
Menina 55 75 95
Menino 50 70 90
TEMPERATURA

 Item do estado de saúde


 Dado de referencia para d diferenciação
diagnóstica
 Resposta a esquemas terapêuticos
 A T pode ser obtido por via:
o Axilar
o Retal
o Timpânica
Faixa etária Graus celsius
RN 36-37,2
3A 36,4-37,0
10 A 36,4-37,0
16 A 36,4-37,0

PRESSÃO SANGUÍNEA (TA)

 Item do estado de saúde


 Dado de referência para
a diferenciação
diagnostica
 Resposta a esquemas
terapêuticos
 A TA pode ser obtida
nas artérias:
o Braquial
o Radial
o Poplítea
o Tibial posterior
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Atenção adicional no procedimento porque: 2. Encontrar a coluna correspondente ao percentil
da altura, previamente determinado
 O tamanho dos membros varia e a seleção da 3. Determinar o percentil (ou intervalo de
braçadeira deve adaptar-se à circunferência percentis) da TA, em função do percentil da
braquial altura e dos valores de TA sistólica e diastólicos
 As crianças ficam facilmente ansiosas o que verificados
pode levar à elevação da TA 4. Registar os valores obtidos no boletim de saúde
 Os valores de TA variam com a idade e com o infantil e juvenil.
crescimento da criança
Orientações clinicas:
A hipertensão arterial (HTA) na idade pediátrica é
um problema que está a adquirir uma dimensão  Em todos os casos de pré-HTA e HTA:
crescente devido, em grande parte, à modificação dos o Recomendar manutenção de peso
estilos de vida e ao aumento da prevalência da adequado, comportamentos
obesidade. alimentares saudáveis (sobretudo
redução do consumo de sal) prática de
De acordo com as recomendações internacionais, a atividade física regular
TA deve ser avaliada, nas consultas de vigilância de o Avaliar os fatores de risco (história
saúde a todas as crianças, a partir dos 3 anos de idade. familiar e co morbilidades)
Definição:  Pré-HTA: reavaliar no prazo de 6 meses
 HTA estádio 1: repetir em mais duas ocasiões
1. Tensão arterial normal: TA sistólica e separadas (1-2 semanas). Se confirmada HTA,
diastólica inferior ao percentil 90 para a idade, referenciar para uma consulta de especialidade
para o sexo e estatura  HTA estádio 2: referenciar para uma consulta
2. Pré-hipertensão arterial: TA sistólica ou de especialidade ou, no caso da criança/jovem
diastólica entre os percentis 90 e 95 para idade, estar sintomática, para o serviço de urgência
para o sexo e estatura OU TA superior a 120/80
mmHg nos adolescentes (mesmo que o valor
apurado seja inferior ao correspondente ao
percentil 90)
3. Hipertensão arterial: TA sistólica ou
diastólica superior ou igual ao percentil 95 para
a idade, exo e estatura, em 3 ocasiões separadas.
HTA Estádio 1: TA sistólica ou diastólica
entre o valores correspondente ao percentil 95 e
o valor correspondente ao percentil 99
acrescido de 5mmHG. HTA estádio 2: TA
sistólica ou diastólica acima do valor
correspondente ao percentil 99 acrescido 5
mmHG

Como proceder em relação à TA sistólica ou diastólica


há que:
1. Situar-se nas linhas da idade da
criança/adolescente

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Educação para a saúde


o Conceitos de promoção de saúde

“Processo que visar criar as condições que permitam


aos indivíduos e aos grupos controlar a sua saúde, a dos
grupos em que se inserem e agir sobre os fatores que a
influenciam”
“Processo que visa tornar a pessoa apta a assumir o
controlo e a responsabilidade da sua saúde”
“Atividades dirigidas e aumentar o nível de bem-
estar e atualizar o potencial dos indivíduos, famílias e
grupos”.
“Qualquer combinação planeada de suportes
educativos, políticos e organizacionais para ações e
condições de vida que conduzem À saúde dos
indivíduos grupos ou comunidades”.

o Promoção da saúde

É o processo de capacitar indivíduos e comunidades


a aumentar o controlo sobre os determinantes da saúde
EXEMPLO 1: e, consequentemente, a melhorar a sua saúde.
É um conceito abrangente que inclui estilos de vida
saudáveis e a promoção de fatores sociais, económicos,
ambientais e pessoais favoráveis à saúde.
A promoção da saúde não é uma ideia nova, quando
encarada como qualquer ou toda a atividade que
melhora a súde dos indivíduos.
Porém enquanto prática reconhecida, é mais recente
e a sua ascensão regular nos setores da saúde da maioria
dos países industrializados aconteceu a partir de 1974,
na sequência da publicação da obra de referencia_ A
EXEMPLO 2: New Perspective on the Health of Canadians.
Seguindo a tradição de outras medidas de saúde
pública de controlar a propagação de doenças
infeciosas, a promoção de saúde pública de controlar a
propagação de doenças infeciosas, a promoção de saúde
sublinhou a importância de intervenções para prevenir a
doença e promover o bem-estar, em vez de confiar nos
esforços terapêuticos para o tratamento dos seus efeitos
nefastos.

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o Determinantes da saúde adaptado declara que “a saúde é ao mesmo tempo um direito
humano fundamental e um sólido investimento social”.
de Lalonde M.
E acrescenta ainda que “as desigualdades na saúde estão
Quatro fatores principais são conhecidos como enraizadas nas desigualdades existentes na sociedade.
afetando os níveis de saúde: Superar essas lacunas na saúde requer políticas que

o Principais declarações
internacionais sobre a promoção
de saúde

A declaração de Alma-Ata, de 1978 (OMS)


reconheceu que a chocante desigualdade existente no
estado de saúde dos povos, entre e dentro dos países, é
inaceitável e identificou os cuidados de saúde primários
como a solução para concretizar a meta de 2saúde para
todos”. A declaração mostrou a necessidade especial de fomentem o acesso das pessoas a bens e serviços
promover e proteger a saúde nos países em promotores de saúde e criem ambientes favoráveis.
desenvolvimentos e que o espirito de desenvolvimento
deve basear-se na justiça social tendo em vista a paz A declaração da conferência de Sundsvall de 1991
mundial. A declaração reconheceu que as pessoas foi a primeira conferência de promoção da saúde da
devem envolver-se ativamente no processo de OMS com uma perspetiva global, em que participaram
desenvolvimento e declara que “é direito e dever dos 81 países. Esta conferência consagrou-se a segunda das
povos particular individual e coletivamente no 5 áreas de ação da promoção da saúde, a criação de
planeamento e na implementação dos seus cuidados de ambiente favorável. Isso abrange os aspetos físicos e
saúde”. A declaração não se limita simplesmente a sociais que nos rodeiam, ou seja, os locais onde as
aumentar a participação para sugerir que o pessoas residem trabalham e passam os seus temos
empoderamento é uma componente necessária dos livres. A conferência realçou 4 vertentes dos ambientes
cuidados de saúde primários. favoráveis:

A cata de Ottawa para a promoção de saúde, de 1986 1. Valores e crenças tradicionais, costumes,
identificou inúmeros pré-requisitos ou condições e processos sociais e rituais que transmitem uma
recursos fundamentais para a melhoria da saúde: paz sensação de familiaridade, coerência e
abrigo, educação, alimentação e recursos económicos, determinação
ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça social 2. Compromisso políticos no que diz respeito aos
e equidade. direitos humanos, à justiça social, à paz e à
democracia.
A Carta expandiu assim os resultados da promoção 3. Reencaminhar os recursos económicos para a
de saúde além da ausência de doença ou da adoção de concretização da meta “saúde para todos” e não
estilos de vida saudáveis. Ela definiu 5 áreas de ação a corrida ao armamento.
para a promoção da saúde: 4. O papel importante das mulheres na criação do
1. Contruir politicas publicas saudáveis ambiente favorável e a necessidade de acabar
2. Criar ambientes favoráveis com a sua exploração
3. Reforçar a ação comunitária A declaração da conferência de Jacarta, de 1997
4. Desenvolver competências pessoais consolidou a saúde como um direito humano básico,
5. Reorientar os serviços de saúde. corroborou as 5 arias da ação da Carta de Ottawa e
Descreveu também 3 funções importantes dos salientou a importância de novas parcerias,
promotores de saúde: advogar, capacitar e mediar. nomeadamente com o setor privado, para o sucesso da
E tornou-se o documento fundamental do novo promoção de saúde. A declaração da conferencia
movimento da promoção de saúde também confirmou que há provas evidentes de que:

A declaração da conferência de Adelaide, em 1988 o As abordagens globais do desenvolvimento da


consagrou-se a primeira as 5 áreas de ação, a construção saúde são as mais eficazes
de políticas públicas saudáveis. A declaração da o Ambientes específicos (tais como as famílias,
conferência aprovou a declaração de Alma-Ata e os bairros e as comunidades) oferecem
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possibilidades concretas para a implementação A investigação informa que as estratégias de
de estratégias globais promoção da saúde têm uma real eficácia, podendo criar
o A participação de todos é indispensável para e modificar modos de vida e condições sociais,
sustentar esforços económicas e ambientais que determina a saúde. A
o O acesso à educação e à informação é essencial promoção da saúde é uma forma de aproximação À
para se conseguir uma participação efetiva e o maior equidade em matéria de saúde.
empoderamento das pessoas e das
comunidades.
O conceito de saúde não é fácil de precisar. “A saúde
A conferência internacional do México sobre
de cada pessoa depende do seu projeto de vida, só seu
promoção de saúde, em 2000 tentou demonstrar que as
sentido de felicidade e da sua forma específica de estar
estratégias de promoção de saúde valorizam a eficácia
no mundo “.
da saúde e o desenvolvimento de políticas, programas e
projetos, sobretudo aqueles que visam melhorar a saúde  Atividades desenvolvidas para
e a qualidade de vida das pessoas que vivem em
uma melhor saúde
condições adversas. A declaração da conferencia
reconheceu que a saúde não é apenas um resultado de, Atividades destinadas à doença e incapacidade:
mas também um estímulo para o desenvolvimento
económico e para a equidade. o Serviços sociais personalizados
o Serviços de cuidados de saúde
Também reconheceu que a promoção de saúde e o
desenvolvimento social são “um dever e uma Atividades de saúde positiva:
responsabilidade essenciais dos governos” e que “a o Programas de educação para a saúde
promoção de saúde deve ser uma componente o Regulamentação económica
fundamental das políticas e dos programas públicos, em o Medidas de saúde ambiental
todos os países, na consecução de mais equidade e o Políticas de saúde pública
melhor saúde para todos”. A conferência desafiou ainda o Serviços de saúde preventivos
a promoção de saúde a prestar mais atenção a o Trabalho focado na comunidade
fenómenos globais, nomeadamente ao reaparecimento e o Desenvolvimento organizacional
à vasta propagação da pandemia do VIH/SIDA em
África, e às crescentes disparidades globais a nível da EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE
riqueza e da saúde.
“Qualquer combinação planeada de experiencias de
aprendizagem realizada de forma a predispor, capacitar
e reforçar o comportamento voluntário que promove a
 Promoção da saúde saúde dos indivíduos, grupos e comunidade”
Promoção da saúde autonomia das pessoas e dos o Combinação indica a importância da
grupos. complementaridade dos métodos educativos
Para que ocorra a autonomia das pessoas e dos o Planeada acentua um processo de reflexão
grupos é necessário que: sistemático (elaboração de um projeto)
o Experiencias de aprendizagem integração
o A informação seja clara, simples e mais dos aspetos: cognitivos, afetivos e
rigorosa psicomotores do comportamento que se deseja
o O desenvolvimento de todas as suas adotar.
capacidades cognitivas, afetivas, psicomotoras
e sensoriais Predispõe, capacita e reforça:

Isto ajuda a: o Comportamento voluntário


 Individuo tem capacidade para
 Ler e interpretar a realidade modificar a sua própria saúde
 Atuar sobre os fatores dos meios físico e social  Responsabilização do individuo no seu
 Criar e a lutar pela concretização do seu projeto processo de saúde/doença
de vida

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Que promove: O grande truque é “convencer as0 pessoas de que: é
possível fazer é desejável e se pode manter”.
o A saúde dos indivíduos, grupos e comunidades:
a finalidade última da educação para a saúde Os fatores cognitivos são necessários mas não são
suficientes para alterar comportamentos.
De salientar que a educação para a saúde “não tem
unicamente como objetivo a modificação de EDUCAR PARA QUÊ?
comportamentos e hábitos relacionados com os
problemas de saúde, ela visa também uma maior Ler e interpretar a realidade identificando situações
responsabilidade individual e coletiva nas opções que inter(v~em)/(ferem) com a nossa vida.
relativas à saúde e bem-estar. Relacionarmo-nos de ima forma construtiva com o
Conjunto elaborado e coerente de intervenções sobre meio ambiente.
a pessoa e o grupo Tomar decisões em liberdade fundamentadas com
o que devem ajudar a pessoa a querer, poder e os conhecimentos adequados indispensáveis com
saber; sentido de responsabilidade.
o escolher de forma responsável, livre e EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE
esclarecida
o as atitudes e comportamentos adequados para Tem por objetivo predispor A:
favorecer a sua saúde e a do seu grupo
o Fazer escolhas …. Saudáveis
é essencial tentar perceber o que é mais importante o Resistir à press-ao….do grupo
para as pessoas. o Promover a autoconfiança
o Desenvolver capacidades…de discussão
Quando desenvolvermos estratégias de educação
o Aumentar os conhecimentos…
para a saúde temos de ter em conta o que as pessoas o Lidar com…conflitos
querem. o Construir uma autoimagem positiva
São as próprias pessoas, famílias e comunidade que o Aprender a escutar
ativa e positivamente têm que promover a saúde.
Conhecer as características dos destinatários:
FASES DO PLANEMENTO:
 Necessidades  Diagnóstico da situação: necessidades,
 Interesses problemas, potencialidades
 Motivação  Definição de estratégias: finalidade, metas,
 Suscetibilidade à mudança objetivos
 Experiência prévia  Programação: quem faz? Quando= o quê?
como?
 Execução: rever estratégias e programação ao
longo da execução
 Avaliação
Como planear uma educação para a saúde: decidir o
que fazer, como fazer e como avaliar.
A mensagem deve ser:
o Simplicidade
o Utilidade/pertinência
o Aceitabilidade/ adequação
o Disfusibilidade

32
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
DINÂMICAS DE EDUCAÇÃO EM GRUPO:  Ganho de tempo ´
 Estimulação de aprendizagem
Taxas médias de retenção:

Como: PLANEAMENETO DE UM PROGRAMA DE


Utilizando metodologias que favoreçam a EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE
participação ativa das pessoas.
o O que eu ouço eu esqueço PLANEAMENTOEM SAÚDE COMUNITÁRIA
o O que eu vejo eu lembro
o O que eu faço eu aprendo Comunidade como cliente:

A sessão de educação para a saúde pode ser  Estabelecimento de parcerias


individual ou em grupo.  Fase de identificação
 Diagnóstico
Vantagens da sessão individual:
 Fase de planeamento
 Personalização  Fase de execução
 Relação privilegiada  Fase de avaliação
 Renegociar à medida da necessidade
ATIIDADES/METODOLOGIA
o Plano de atividades (calendarização)
o Mobilização de recursos

A educação para a saúde deve ser considerada como


um conjunto de meios que permitem ajudar os
indivíduos e os grupos a adotar comportamentos
favoráveis à saúde. O que traz maior responsabilidade
individual e coletiva nas opções relativas à saúde e bem-
estar

 O processo pedagógico

 Possibilidade de corresponder às necessidades O enfermeiro conhece as necessidades de educação


específicas da pessoa para a saúde dos utentes, através de uma avaliação das
 Respeito pelo ritmo do utente mesmas de uma maneira sistemática e através dos
 Melhor contacto próprios utentes.
 Permite abordar as vivências do utente PASSOS DE IDENTIFICÇÃO DAS
Vantagens da sessão em grupo: NECESSIDADES

 Troca de experiencias entre participantes Identificar o que o utente quer saber


 Interações Determinar como o utente quer aprender
 Convívio
 Confrontar as opiniões e pontos de vista
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Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
Descobrir o que aumenta a aptidão e motivação do AVALIAR O PROCESSO PEDAGÓGICO
utente para aprender.
A avaliação fornece um método sistemático e lógico
Colher sistematicamente dados do utente, família e de tomar decisões para melhorar o programa educativo.
de outras fontes, para avaliar as necessidades de
aprendizagem, facilidade em aprender e os fatores A avaliação envolve 3 áreas:
situacionais e psicossociais que influenciam a o Avaliação do educador
aprendizagem. o Avaliação do processo
Analisar os dados da avaliação, de modo a identificar o Avaliação do produto
as necessidades de aprendizagem cognitivas,  Avaliação de mudanças
psicomotoras e afetivas. comportamentais e de saúde
 Avaliação a curto prazo
Encorajar a participação do utente no processo.  Avaliação a longo prazo
Ajudar o utente a definir as suas necessidades
prioritárias de aprendizagem.
AVALIAÇÃO
ESTABELECER METAS E OBJETIVOS
PEDAGÓGICOS Agradecemos que nos ajude a medir o sucesso deste
módulo completando as seguintes frases:
Os objetivos são critérios a curto prazo, específicos,
que devem ser considerados como passos para se chegar  Através deste módulo aumentei os meus
à meta final (ao objetivo a longo prazo). conhecimentos acerca…
 O que me surpreendeu…
SELECIONAR OS MÉTODOS PEDAGÓGICOS  Gostei…
Escolher métodos que facilitam o cumprimento  Não gostei…
eficiente e com sucesso dos fins e objetivos do  Para mim a atividade mais difícil foi…
programa.  A atividade que mais me agradou foi…
 Esta ação teria sido mais bem-sucedida se…
Escolher a maneira de apresentação mias simples,
 Globalmente, penso que a ação foi…
clara e sucinta.
A escolha dos métodos devem atender:
o Às incapacidades de desenvolvimento  Educação pelos pares na
o À idade promoção da saúde
o Nível de educação
A educação pelos pares envolve uma minoria de
o Conhecimento do assunto
pares representativos de um grupo que tenta informar e
o Tamanho do grupo
influenciar a maioria, promovendo uma mudança de
IMPLEMENTAR O PLANO PEDAGÓGICO conhecimentos, atitudes, crenças e comportamentos.

Após a escolha dos métodos educativos é necessário As mensagens de prevenção são adaptadas aos
dar-lhes cumprimento através da condução do processo diferentes valores e necessidades de cada grupo de
educativo. pares, sendo mais facilmente aceites e tendo uma
influência mais positiva aplanando, assim, o processo
O cumprimento exige: de mudança.
1. Controlo sobre iniciar, manter e terminar cada Os jovens que irão funcionar como formadores dos
método e estratégia, na altura e da maneira mais seus pares são previamente formados em temas de
eficaz e apropriada saúde, assumindo o papel de “perito” já que dominam
2. A coordenação e controlo de fatores essas matérias relativamente aos seus pares. Prevê-se,
ambientais, o desenvolver da apresentação igualmente, a aquisição de competências interpessoais,
3. Conservar os materiais relacionados comunicacionais, de resolução de problemas entre
logicamente com o tema central e a totalidade outras.
dos fins do programa.
De acordo com as linhas orientadores da Educação
Sexual em meio escolar, muitos programas de sucesso
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Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
utilizam a metodologia de educação pelos pares, tendo AVALIAÇÃO DE CADA SESSÃO
em conta que:
No final de cada sessão cada aluno elabora uma
 É comum os jovens ouvirem e respeitarem o pequena reflexão (5 m), completando as frases:
que dizem os companheiros por si considerados
 Sinto-me….
 Pela sua ação e o seu protagonismo, os líderes
de pares podem influenciar de modo positivo o  Hoje aprendi…
comportamento dos outros  Hoje não concordei com…
 Poem apoiar, encorajar e ajudar os outros, tanto  O que mais gostei foi…
dentro como fora da sala de aula  Da próxima vez preferia que…
 Podem funcionar como auxiliares especiais dos
professores nas atividades da sala de aula. Modelos de educação para
PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DE a saúde
PROJETOS DE EDUCAÇÃO INTERPARES
ETAPAS  Saúde

o Definição do gruo-alvo e contexto onde se A definição mais difundida é a encontrada no


pretende intervir preâmbulo da constituição da organização Mundial da
o Estabelecimento de objetivos saúde: saúde é um estado de completo bem-estar físico,
o Desenvolvimento de um plano de ação mental e social e não apenas a ausência de doenças.
o Recrutamento, formação e treino de educadores A definição de saúde possui implicações legais,
de pares sociais e económicas.
o Supervisão e apoio de educadores de pares.
A saúde é uma responsabilidade dos governantes,
Metodologias em educação dos profissionais e das populações.

para a saúde A saúde é um dos direitos fundamentais de todo o ser


humano sem distinção de raça, religião, opiniões
Metodologias para: políticas e condições económicas e sociais.
 Descontrair o ambiente CONCEITO DE SAÚDE ALMA-ATA
 Aumentar conhecimentos
A declaração uma “saúde para todos” reconhece a
 Discutir valores e atitudes
saúde como:
 Treinar competências
o Um recurso da maior importância
Estratégias pedagógicas:
o Um objetivo social fundamental
o Jogos de “quebra gelo” o Um direto de todos
o Trabalho em pequenos grupos o Um bem
o Trabalho individual
Propões uma política de saúde orientada para o
o Brainstorming- tempestade de ideias
envolvimento e empoderamento das populações com
o História sem final
maior enfoque nos CSP.
o Histórias que requerem uma solução
o Debates “pró e contra” CONCEITO DE SAÚDE CARTA DE OTAWA
o Dramatizações
o Questionários Centrado na promoção da saúde.
o Fichas Centrado nos cuidados individuais de cada um para
o Audiovisuais consigo mesmo e para com os outros.
o Comentário a um filme, música ou poema
o Leitura e reflexão sobre um texto Focado na capacidade de tomar decisões e de ter
o Convite a especialistas externos controlo sobre as circunstâncias da sua própria vida.
o Visitas de estudo
Exigindo que a sociedade ofereça condições que
o Construção de materiais (cartazes, folhetos,
permitam a obtenção de saúde para todos.
filmes, artigos de jornal, programas de rádio)
o Caixa de perguntas
35
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
“Exigindo que a sociedade ofereça condições” o Desenvolvimento de habilidades/competências
pessoais
São condições fundamentais para a saúde: “a paz, a
o Reorientação do sistema de saúde.
educação, a habitação, a alimentação, o rendimento, um
ecossistema estável, a conservação dos recursos, a
justiça social e equidade”.
 Promoção e educação para a
saúde (PES)
“CENTRADO NOS CUIDADOS PARA CONSIGO
A PES tem papel fulcral no desenvolvimento de
E COMUNIDADE” através…
cidadãos e sociedade saudáveis, sustentáveis e felizes,
EDUCAÇÂO PARA A SAÚDE razão pela qual contribui para as metas e objetivos
definidos pela OMS para a saúde e bem-estar na
“ Qualquer combinação de experiencias de Europa- saúde 2020, para a estratégia da EU2024, no
aprendizagem que tenham por objetivo ajudar os que respeita ao crescimento sustentável e à educação
indivíduos e as comunidades a melhorar a sua saúde, inclusiva e para Agenda 2030 para o desenvolvimento
através do aumento dos conhecimentos ou sustentável, da ONU.
influenciando as suas atitudes.”

“FOCADO NA CAPACIDADE DE TOMAR


DECISÕES”
Através da educação para a saúde
Pois este processo visa:
o Aumentar a capacidade dos indivíduos e das
comunidades para controlarem a sua saúde, no
sentido de a melhorar
o Criar ambientes facilitadores dessas escolhas e
estimular o espirito critico para o exercício de  Objetivos de desenvolvimento
uma cidadania ativa sustentável

CENTRADO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE


Centrado num processo continuo que visa o
desenvolvimento de competências dos indivíduos,
famílias, grupos e comunidades permitindo-lhes
confrontarem-se positivamente consigo próprios,
construir um projeto de vida e serem capazes de fazer
escolhas individuais, conscientes e responsáveis. Isto é
promoção da saúde.
 As revoluções da saúde e a
evolução dos modelos de
 Promoção de saúde carta de intervenção
Otawa 1. Revolução na saúde modelo biomédico
(centrado no modelo unicausal da doença)
Compôs de ação da promoção de saúde: 2. Revolução na saúde estilos de vida e da
ecologia humana na saúde
o Elaboração e implementação de políticas
3. Revolução na saúde capacitação do ciente
públicas saudáveis
para gerir os processos de saúde doença
o Criação de ambientes favoráveis à saúde
o Reforço da ação comunitária

36
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
 Alteração do método de estamos a empoderar indivíduos e
abordagem dos problemas em comunidades.

saúde Nos últimos anos, o sistema de saúde tem colocado


o cidadão no centro da tomada de decisão sobre a sua
própria saúde.
 Paradigmas de abordagem do Permite que a pessoa tome decisões de saúde de uma
binómio saúde/doença forma consciente, ao longo do seu ciclo vital, na sua
vida diária, em casa, na comunidade, no local de
o Modelo salutogénico trabalho, no acesso que faz ao sistema de saúde ou num
 Pró-ativo contexto politico.
 Perspetiva positiva
o Promover
 Holístico: fatores
multidimensionais (causa da
saúde)
 Cidadão parceiro
 Tónica na:
 Promoção da saúde
 Continuidade da
funcionalidade/disfun
cionalidade
o Modelo patogénico
 Reativo
 Perpetiva negativa
o Curar
 Biomédico, organicista (causa
da doença)
 Cidadão objeto
 Tónica na:
 Tratamento da doença

Literacia em saúde
A educação para a saúde consiste em ações
conscientemente desenvolvidas, baseadas em
regras científicas, que programam ações que sob
alguma forma de comunicação são projetadas,
transmitindo os conhecimentos para melhorar a
literacia em saúde.  Promoção e educação para a
Segundo a OMS a literacia em saúde implica: saúde
1. A obtenção de um nível de conhecimento “A educação para a saúde deve iniciar-se no seio
habilidades pessoais e confiança para tomar familiar, contínua e integrada ao longo do ciclo vital e
medidas/ações que: englobar outros settings de intervenção, como escolas,
o Melhorem a saúde pessoal e os serviços de saúde e outras instituições comunitárias”
comunitária
o Alterem estilos de vida pessoais e Pressupostos a considerar:
condições de vida o Vantagens das parcerias e do trabalho
2. Um melhor acesso das pessoas às intersectorial nos determinantes sociais e
informações de saúde pois ao capacita-las económicos da saúde
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Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
o Investimentos em educação para a saúde de o Os clientes (indivíduos e grupos) tem uma
forma a tornar os diferentes contextos em capacidade para a mudança que pode ser de
lugares saudáveis para viver, aprender e carácter construtivo
trabalhar o Os clientes devem ter informação que lhes
o Benefícios de oferecer aos profissionais de permita decidir acerca do seu comportamento e
saúde professores, pais, alunos e outros escolher os estilos de vida- Tomada de decisão
membros da comunidade um conjunto de o O processo de atingir o nível de saúde decorre
princípios e ações promotoras da saúde. num contexto interpessoal
o Os clientes assimilam comportamentos
Modelos de promoção de saudáveis que consideram, pessoalmente,
relevantes e aceitáveis no contexto social
saúde
Não há nenhum modelo que se destaque pela, certeza
Todas e quaisquer estratégias orientadas para a absoluta da sua eficácia, todavia, da sua síntese resultam
promoção da saúde, não podem confiar-se a métodos eixos de força para uma intervenção eficaz.
informativos ou persuasivos para mudar
comportamentos, mas devem implicar transformações MODELOS DE PROMOÇÃO E EDUCAÇÃO
de contexto e de dimensão comunitária PARA A SAÚDE

COMPETÊNCIAS NA PROMOÇÃO DA SAÚDE  Modelos concetuais organizam globalmente


ideias e simplificam sistemas complexos
esquemas sucintos
 Os modelos concetuais fornecem descrições
Organizar
, planear e significativas na orientação do pensamento,
avaliar observação e prática dos educadores

Comunicar Educar

Principais
competencias na
promoção da saúde
Facilitar o
intercâmbio
Publicitar de trabalo e
conhecimen
to
Influencia
a politica

ESTRATÉGIAS PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE

Defender, capacitar e mediar:

 Reforçar a ação comunitária


 Desenvolver aptidões pessoais 1. HEATH PROMOTION MODEL (HPM)-
 Reorientar os serviços de saúde MODELO DA PROMOÇÃO DE SAÚDE DE
 Contribuir para uma política de saúde pública PENDER
 Criar ambientes favoráveis à saúde
O modelo de promoção de Pender é baseado na ideia
A interação do enfermeiro com o de que as experiencias das pessoas afetam os seus
individuo/família/grupo é baseada nos seguintes resultados de saúde. Os modelos de promoção de saúde
pressupostos: estão focados em explorar as atitudes as pessoas sobre a
saúde e as experiencias individuais relacionadas a ela.
o Os indivíduos e famílias são responsáveis pela De acordo com a teoria, seria preciso observar o estilo
sua própria saúde
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Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
de vida a saúde psicológica e o ambiente social e 6. Uma parte do ambiente interpessoal que
cultural das pessoas para entender a maioria das suas influencia o individuo durante toda a sua vida
decisões relacionadas à saúde. Por exemplo, não comer inclui os profissionais de saúde
vegetais frescos porque cresceu sem consumir produtos 7. O reajuste dos padrões de interação pessoa-
é uma forma de entender por que alguém pode sofrer de ambiente cabe ao mesmo e é essencial para que
uma condição grave como obesidade. ocorra mudança de comportamento

 Desenvolveu-se como complemento de outros


modelos de proteção de saúde
A finalidade deste modelo passa por auxiliar os
 Explica a probabilidade que os modelos de
profissionais de saúde sobre quais os principais
estilos de vida saudáveis e comportamentos de
determinantes nos comportamentos de saúde que afetam
promoção da saúde tem de ocorrer
os indivíduos de forma a permitir o aconselhamento
 Este modelo vai buscar conceitos às teorias comportamental para promover estilos de vida
gerais da educação e a outros modelos de
saudáveis
educação para a saúde
 Fornece uma larga base para avaliação das
perceções dos indivíduos sobre a saúde e
Através do estudo da inter-relação de três pontos
tentativas para os ajudar a modificar o seu
principais: a características individuais, os
comportamento em relação estilos de vida e
comportamentos específicos e o resultado do
comportamentos de adesão apostando na
comportamento e experiencias individuais.
alteração das suas perceções sobre os fatores
que influenciam a saúde. MODELO DA PROMOÇÃO DE SAÚDE DE
PENDER
O modelo de promoção da saúde do Nola Pender é
fundamentalmente um modelo de enfermagem Características e experiencias individuais
potencialmente utilizado para implementar a avaliar anteriores:
ações de promoção da saúde pelo estudo da inter-
relação de 3 pontos principais:  O comportamento anterior e os fatores pessoais
biológicos psicológicos e socioculturais,
1. As características e experiencias individuais envolventes ao individuo
2. Os sentimentos e conhecimentos sobre o
comportamento que se quer alcançar Comportamentos específicos (cognitivo e afeto)
3. O comportamento de promoção da saúde
 Perceção que o individuo tem benefícios da
desejável
ação das barreiras das inerentes á ação da
7 Pressupostos do modelo teórico de Nola Pender: autoeficácia e efetividade da ação. E ainda as
influências interpessoais (família, pares e
1. Os indivíduos buscam a criação de condições prestadores de cuidados) assim como normas
de vida que lhes possibilite expressar o seu apoios e influências situacionais
potencial de saúde
2. Os indivíduos detêm capacidade de auto-
reflexão e consciência que lhes permite auto-
avaliar-se
3. Os indivíduos valorizam o crescimento
procuram soluções entendidas como positivas e
em que existe um equilíbrio aceitavelentre a
mudança e a estabilidade
4. Os indivíduos procuram desempenhar um papel
ativo na regulação do seu comportamento
5. Os individuod na sua complexidade
biopicossociol em interação como o meio
ambiente modificam-se e são simultaneamente
modificados por ele

39
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II

As vacinas
 Comitente to a plan of action
As vacinas permitem salvar mais vidas e prevenir
O resultado do comportamento é diferente conforme mais casos de doença do que qualquer tratamento
abordagem que se faz ao compromisso que o individuo médico
tem com o plano de ação:
PROGRAMA NACIONAL DE VACINAÇÃO
o Se as exigências forem excessivas” (PNV)
provavelmente teremos um baixo controle
sobre o compromisso do plano de ação para a O PNV é da responsabilidade do ministério de saúde
saúde e integra as vacinas consideradas mais importantes para
o Se o plano de promoção da saúde for de defende a saúde da população portuguesa.
encontro as preferências do individuo é É um programa universal, gratuito e acessível a todas
provável que exista um maior compromisso na as pessoas presentes em Portugal. Tem por objetivo
promoção da saúde proteger os indivíduos e a população em geral contra as
doenças com maior potencial para constituírem ameaças
à saúde por vacinação.
As vacinas que fazem parte do PNV podem ser
alteradas de um ano para o outro, em função da
adaptação do programa às necessidades da população,
nomeadamente pela integração de novas vacinas.
Aos profissionais de saúde compete divulgar o
programa de vacinação motivar as famílias e aproveitar
todas as oportunidades para vacinar as pessoas
suscetíveis”.
PRINCÍPIOS DO PNV

Foi implementado em 1965 e desde o início, que


mantém os seus princípios básicos:

 Universalidade, destina-se a todas as pessoas


que em Portugal tenham indicação para
vacinação
Fatores cognitivos e de perceção:  Gratuitidade, para o utilizador
 Acessibilidade
o Definição de saúde  Equidade
o Importância de saúde  Aproveitamento de todas as oportunidades de
o Perceção do estado de saúde vacinação.
o Perceção sobre o controlo da saúde
o Perceção de auto eficácia ÂMBITO DO PNV
o Perceção dos benefícios do comportamento da
O PNV é regularmente revisto a atualizado pela
promoção da saúde
direção-geral da saúde (DGS) após proposta da
Fatores de mudança: comissão técnica de vacinação (CTV em função das
vacinas disponíveis da frequência e distribuição das
 Fatores demográficos doenças no nosso país e da evolução social e dos
 Características biológicas serviços de saúde
 Influência interpessoais
 Fatores localização (ambiental) Os esquemas de vacinação são efetivos, adequados à
 Fatores comportamentais epidemiologia das doenças no nosso pais e de
aplicabilidade e aceitabilidade reconhecidas.
A vacinação deve ser entendida como um direito e
um dever dos cidadãos participando ativamente na
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Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
Mesmo quando a imunidade não é total quem está
vacinado tem maior capacidade de resistência na
eventualidade da doença surgir.
A vacinação além da proteção pessoal, traz também
benefícios para toda a comunidade, pois quando a maior
parte da população está vacinada interrompe-se a
transmissão da doença.
CAMPANHAS DE VACINAÇÃO

decisão de se vacinarem, com a consciência que estão a


defender a sua saúde, a saúde pública e a praticar um ato
de cidadania.
É ESSENCIAL:

Que não se percam oportunidades de vacinação das


pessoas que a procuram espontaneamente não deixando
ninguém para trás.
Manter e reforço a modernização e desenvolvimento
dos instrumentos de apoio à gestão do PNV como é
exemplo a plataforma VACINAS O PNV em vigor a partir de janeiro de 2006 foi
Garantir a cobertura universal combatendo a aprovado pelo despacho Ministerial nº4570/2005 de 9
complacência através da aposta na consolidação da de dezembro de 2004 publicado no diário da república
vacinação e na criação de novas oportunidades de nº43- II série de 2 de Março de 205 e vem substituir o
vacinação. PNV de 2000.

Investir na informação dos cidadãos e profissionais Em janeiro de 2006 foi introduzida, o calendário
de saúde capacitando quer para a tomada de decisão vacinal uma nova vacina conjugada contra a doença
cada vez mais esclarecidas e participadas quer para a invasiva do Neisseria meningitidis do serogrupo C
crescente partilha de informação credível sobre as (MenC), tendo-se ainda iniciado o 1º ano de uma
vacinas e a vacinação é a base para o alargamento das campanha de vacinação com a vacina MenC, para a s
parcerias com diferentes setores da sociedade crianças nascidas entre 1997 e setembro de 2004.
promovendo uma rede de embaixadores da vacinação O PNV de 2006 inclui as vacinas contra:
com o objetivo de abranger cada vez mais públicos-
alvo, tornando mais eficiente a promoção a vacinação o A tuberculose
como um direito, um dever e um ato de cidadania. o Hepatite B
o Difteria
O PNV entrou em vigor  1965 o Tétano
Verificou-se uma notável redução da morbilidade e o Tosse convulsa
da mortalidade pelas doenças infeciosas alvo de o Poliomielite
vacinação ganhos de saúde o Doença invasiva por Haemophilus influenzae
do serotipo b
As vacinas destinam-se a conferir resistência o Sarampo
específica (imunidade) contra certas doenças. o Parotidite epidémica
o Rubéola
A imunidade ativa é conferida por Vacinas que
o Doença invasiva por Neisseria meningitidis do
estimulam a produção de anticorpos e de outros
serogrupo C (meningococo C)
componentes do sistema imunológico.
o Infeção por vírus papiloma humana
As novas alterações ao PNV visaram, sumariamente:
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Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
 Tornar a vacinação ainda mais segura por Streptococcus pneumoniae e o controlo dos
 Aumentar a sua aceitabilidade por parte da serotipos incluídos na vacina, promovendo a imunidade
população e dos profissionais que vacinam de grupo e a proteção indireta.
 Proteger com segurança, contra mais uma
A vacinação com a Pn13, no âmbito do PNV
doença (doença invasiva por Neisseria
meningites C)
O esquema de vacinação recomendado teve como
objetivo obter a melhor proteção, na idade mais
adequada e o mais precocemente possível.

2011- atualização do plano


Norma NÚMERO:040/2011 iniciou-se no 1 de julho de 2015.
ATUALIZAÇÃO:
DOENÇAS ALVO DO PNV
29/12/2011
2014 -Alteração do esquema da vacina contra
infeções por vírus do Papiloma humano (HPV)
Norma NÚMERO: 016/2014 de 29/09/2014
Norma nº 016/2014 de 29/09/2014 atualizada a
01/10/2014
2015 -introdução da vacina conjugada de 13 valências

contra infeções por Streptococcus pneumoniae


(Prevenar 13)

PREVENAR 13 (DOENÇA INVASIVA


PNEUMOCÓCICA)

A introdução da vacina conjugada de 13 valências


contra infeções por Streptococcus pneumoniae
(prevenar 13- Pn13) no programa nacional de vacinação
(PNV) foi aprovada pelo diário da republica.
A vacinação com a Pn13 será universal e gratuita
para todas as crianças nascidas a partir de 1 de janeiro
de 2015 e tem como objetivo a prevenção de infeções
42
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II

Maioria dos casos notificados pertence a grupos de


risco.
Vacinação universal sem ganhos para SP

HEXAVALENTE

Nova vacina combinada aos 2 e 6 meses de idade.


Minimização número de injeção (1 em vez de 2)
Melhor aceitação do esquema recomendado.
Tdpa
PNV 2017
Vacinação da grávida contra a tosse convulsa.
o Simplificação com a mesma imunogenicidade
Proteção passiva antes do início da vacinação com
o Imunização antes do nascimento
DTPa (passagem transplacentária de anticorpos mãe-
o Proteção individual de pessoas de grupos de
feto)
risco
o Vacinação durante toda a vida Proteção dos filhos contra doença grave e morte <2
o Decisões informadas meses de idade.
Principais alterações: VASPR DTPaVIP
 BCG: vacinação de grupos de risco contra Vacinação aos 5 anos de idade.
tuberculose
Antecipação da vacinação pré-escolar (5 anos em
 Tdpa: vacinação de grávidas contra a tosse
cnvulsa vez de 5-6 anos)
 HPV: vacina de nove valências Proteção mais precoce
 HEXAVALENT: nova vacina combinada (<12
meses idade) Memorização da idade-chave para vacinação pré-
 VASPR DTPaVIP: vacinação aos 5 anos de escolar.
idade HPV
 Td: vacinação aos 10, 25, 45, 65 anos >65 anos
(10/10 anoa) Vacina de nove valências, aos 10 anos de idade.

BCG Abrangência de 90% dos tipos de HPV associados a


cancro do colo do útero.
Vacinação de grupos de risco contra tuberculose, em
cuidados de saúde primários. Proteção mais precoce (10 em vez de 10-13 anos de
idade), maximizando imunogenicidade.
Recomendações OMS:
Memorização da idade-chave para vacinação.
 Baixa incidência de TB
 Bom nível de cuidados de saúde
 Bom nível de controlo TB na comunidade
(PNT)
43
Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
Td Papiloma humano (vacina HPV), incluindo os
genótipos causadores de condilomas ano-
Vacinação aos 10, 25, 45, 65 anos (10/10 anos) genitais
A vacina contra rotavírus seja administrada a
grupos de risco a partir de dezembro de 2020,
sendo a presente norma atualizada nessa data.
Ficam sem efeitos as normas:

 Vacinação contra Neisseria meningitidis do


grupo B de grupos de risco acrescido para
doença invasiva meningocócica (DIM)
 Vacinação contra a rubéola de mulheres em
idade fértil
O calendário é atualmente o seguinte :

Proteção mais duradoura (pelo menos 20 ano)  Á nascença:


o 1º dose da vacina contra a epatite B
> Ou = 65 anos 10/10 anos- imunosenescência (VHB)
Proteção mais precoce  Aos 2 meses de idade:
o Vacina hexavalente DTPaHibVIPVHB
Memorização das idades-chave para vacinação  1º Dose contra a difteria, tétano
e tosse convulsa (DTPa)
Vacinação complementar- PNV 2017
 1º Dose contra doença invasiva
o Vacinação contra doença invasiva por por Haemophilus influenzae
Neisseria meningitidis B (MenB) vacinação de tipo b (Bib)
grupos de risco  1º Dose contra a poliomielite
o Vacinação contra infeção por Streptococcus (VIP)
pneumoniae (Pn13 e Pn23): vacinação de  2º Dose da vacina contra a
grupos de risco hepatite B (VHB)
o Vacinação contra a hepatite B (VHB): o 1º Dose da vacina conjugada contra
vacinação gratuita de grupos de risco infeções por Streptococcus
o Vacinação contra o sarampo, parotidite pneumoniae de 13 serotipos (Pn13)
epidémica e rubéola (VASPR): vacinação de o 1º Dose da vacina contra Neisseiria
grupos de risco e vacinação oportunista de meningitidis B (Men B 1)
adultos (> 18 anos de idade), no âmbito do  Aos 4 meses de idade:
programa nacional de eliminação do sarampo o 2º Dose de DTPa, hib e VIP (vacina
o Vacinação contra a poliomielite (VIP): pentavalente DTPaHibVIP)
vacinação de grupos de risco no âmbito do o 2º Dose de Pn13
programa nacional de erradicação de o 2º Dose da vacina contra Neisseria
poliomielite meningitidis B (Men B)
 Aos 6 meses:
o 3º Dose de DTPa, Hib, VIP e VHB
PNV 2020 (vacina hexavalente
PNV passa a incluir, no esquema vacinal DTPaHibVIPVHB)
recomendado:  Aos 12 meses de idade:
o 3º Dose da Pn13
 O alargamento a todas as crianças aos 2, 4 e 12 o 3º Dose da vacina contra Neisseria
meses de idade da vacinação contra doença meningitidis B (MenB 3)
invasiva por Neisseria meningitidis do grupo B o Vacina contra a doença invasiva por
(vacina MenB) Neisseria meningitidis C- MenC (dose
 O alargamento ao sexo masculino, aos 10 anos única)
de idade da vacinação contra infeções por vírus

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Enfermagem comunitária II
o 1º Dose da vacina contra o sarampo, O PNV aplica-se gratuitamente a todas as pessoas
parotidite epidémica e rubéola presentes em Portugal.
(VASPR)
Recomendam-se diferentes esquemas vacinais
 Aos 18 meses de idade:
gerais, em função da idade e do estado vacinal anterior
o Vacina pentavalente DTPaHibVIP
e ainda esquemas vacinais específicos para grupos de
 1º Reforço da DTPa (4º dose) e
risco ou em circunstância especiais:
a VIP (4º dose)
 Único reforço da Hib (4º dose)  Às crinaças dependendo da idade recomendam-
 Aos 5 anos de idade: se 13 vacinas: contra hepatite B; difteria; tétano,
o 2º Reforço (5º dose) da DTPa e de VIP- tosse convulsa, poliomielite, doença invasiva
vacina tetravalente DTPaVIP por Haemophilus influenzae do serotipo b
o 2º Dose de VASPR infeção por Streptococcus pneumoniae de 13
 Aos 10 anos de idade serotipos, doença invasiva por Neisseria
o Reforço da vacina contra o tétano e meningitidis do grupo B e do grupo C, sarampo,
difteria (Td) parotidite epidémica, rubéola e ainda a vacina
o 2 Doses da vacina (com intervalos de 6 contra infeções por vírus do Papiloma humano
meses) contra infeções de vírus do  Durante toda a vida recomenda-se as vacinas:
Papiloma humano de 9 genótipos contrat tétano e difeteria. Dependendo do
(HPV9) número de doses anteriores, da idade e do risco
 Durante toda a vida: acrescido, recomendam-se também durante
o Reforços das vacinas contra o tétano e toda a vida as vacinas contra sarampo rubéola e
difteria 8Td) em doses reduzidas aos poliomielite
25, 45, 65 anos de idade e  As gravidas em cada gravidez recomenda-se
posteriormente de 10 em 10 anos uma dose da vacina contra a tosse convulsa.
 Gravidas:  A grupos com risco acrescido para
o Em cada gravidez, dose única da vacina determinadas doenças recomendam-se ainda
contra tétano, difteria e tosse convulsa para além de várias das vacinas recomendadas
(Tdpa) em doses reduzidas à população em geral, as vacinas contra:
 Grupos com risco de acrescido: tuberculose, infeção por Streptococcus
o Vacina contra a tuberculose (BCG) pneumoniae de 23 serotipos doença invasiva
o Vacina contra infeção por por Neisseria meningitidis dos grupos ACWY e
Stretptococcus pneumoniae de 23 hepatite A, quando expressamente referidas
serotipos (Pneumo23) nesta norma como recomendadas e gratuitas
o Vacina contra doença invasiva por
Neisseria meningitidis dos grupos Os esquemas de vacinação aconselhados no PNV
ACWY são, na grande maioria das situações os mais adequados.
o Vacina contra hepatite A, quando Com base no esquema de vacinação aconselhado,
expressamente referidas e deve ser sempre aplicado um questionário dirigido para
recomendadas identificar contraindicações às vacinas e as precauções
Os adultos não vacinados ou com atraso na dose de a ter em cada caso.
reforço contra o tétano devem fazer esta vacina em Para evitar eventuais traumatismos por queda, a
qualquer idade. vacinação deve ser efetuada com os indivíduos em
As pessoas que não tenham registo vacinal de posição sentada ou deitada.
determinada vacina, são consideradas não vacinadas. Após a injeção deve ser respeitado um tempo de
vigilância de cerca de 0min.
Qualquer alteração individual aos esquemas
cronológicos aconselhados no PNV deve ser
devidamente fundamentada pelo médico assistente,
através de prescrição que deve ficar arquivada no local
ABRANGÊNCIA
de vacinação.

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Ana Marques nº49162 Ano letivo 2022/23
Enfermagem comunitária II
Em circunstâncias excecionais a DGS ou a O enfermeiro é o responsável pela administração das
autoridade de saúde podem também decidir alterar os vacinas, assim deve conhecer os locais e administração
esquemas aconselhados. destas.
A maior parte das vacinas requer a administração de Locais de administração em crianças com idade
várias doses para conferir uma proteção adequada, inferior a 12 meses:
devendo respeitar-se os esquemas vacinais
aconselhados no PNV. Em situações em que seja Braço Coxa esquerda Braço Coxa
esquerdo direito direita
necessário alterar estes esquemas dever-se-ão cumprir
as regras gerais da vacinação. BCG Hexavalente Hib
DTPaHibVIPVHB
Pentavalente VHB
INTERVALOS SUPERIORES AO DTPaBibVIP
RECOMENDADO
Tetravalente Pn13
Intervalos superiores ao recomendado no calendário DTPaVIP
vacinal não reduzem a concentração final de anticorpos
MenB VIP
protetores. A interrupção do esquema vacinal apenas
requer que se complete o esquema estabelecido, MenC
independentemente do tempo decorrido desde a MenACWY
administração da última dose.
Antes dos 12 meses de idade as vacinas devem ser
inoculadas na coxa (exceto BCG) e a partir dessa idade,
INTERVALOS INFERIORES AO RECOMENDADO na parte superior do braço.
Excecionalmente para algumas vacinas e em Locais de administração em crianças com idade
situações de elevado risco, os esquemas aconselhados superior a 12 meses:
podem ser alterados recorrendo-se a “esquemas
acelerados” que podem não cumprir, eventualmente a Braço esquerdo Braço direito
idade mínima para administração da primeira dose e/ou Hexavalente DTPaHibVIPVHB Hib
os intervalos mínimos aconselhados entre doses.
Pentavalente DTPaHibVIP VHB
A administração de vacinas antes da idade mínima
Tetravalente DTPaVIP Pn13
recomendada e/ou com intervalos inferiores aos
mínimos aconselhados pode diminuir a resposta MenACWY VIP
imunológica. MenB HPV9
As doses administradas nestas circunstâncias MenC Pn23
(demasiado precocemente e/ou com intervalos
Tdpa VASPR
excessivamente curtos) não são válidas devendo ser
administrada uma nova dose com intervalo mínimo de Td
4 semanas. BCG
A mistura de diferentes soluções vacinais na mesma
seringa, para administração simultaneamente numa só
injeção é contraindicada, comprometendo quer a Nos casos em que o esquema vacinal está incompleto
eficácia que a segurança das vacinas misturadas, para a idade aconselha-se a administração simultânea do
podendo provocar reações adversas graves. maior número possível de vacinas em locais anatómicos
diferentes, respeitando tanto quanto possível os locais
Estas doses não são consideradas válidas, devendo aconselhados e tendo em atenção:
as vacinas ser administradas corretamente 4 semanas
depois. o As vacinas de administração intramuscular
nunca devem ser inoculadas no glúteo
o Antes dos 12 meses de idade, exceto a BCG as
vacinas são inoculadas na coxa. A partir dessa
ADMINISTRAÇÃO
idade são inoculadas na parte superior do braço
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o A partir dos 12 meses de idade quando não o História anterior de sarampo, parotidite ou
existir desenvolvimento suficiente da parte rubéola
superior do braço as vacinas podem ser o Exposição recente a uma doença infeciosa
administradas na coxa. o Terapêutica antibiótica concomitante
o Pode administrar-se mais do que uma vacina no o Convalescença de doença
mesmo membro, desde que as injeções sejam
distanciadas entre 2,5 e 5 cm.

PRECAUÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES REAÇÕES ADVERSAS

As reações adversas mais frequentemente


CONTRAINDICAÇÕES ÀS VACINAS- RARAS
associadas às vacinas são reações ligeiras no local da
 Está doente com febre (temperatura>38,5ºC injeção. Reações sistémicas como a febre são menos
retal ou >38ºC axilar) frequentes.
 Reações secundárias graves após uma dose
Podem ocorrer reações de hipersensibilidade não
anterior
grave a componentes das vacinas. Estas reações não
 Reações de hipersensibilidade grave a implicam uma contraindicação à vacinação (ex. alergia
componentes vacinais
ao ovo). A vacinação deve ser realizada como
habitualmente.
Nas crianças com asma não corolada com história
de alergia a vacinas a algum dos seus componentes ou a
substâncias que podem estar presentes em quantidades
vestigiais a vacinação deve ser efetuada em meio
hospitalar.
Substancias potencialmente alergénicas que podem
estar contidas em quantidades vestigiais

REAÇÕES ANAFILÁTICAS
 Gravidez (vivas- VAS; VAR e a VASPR)-
gravidas não devem ser vacinadas com vacinas Complicações alérgicas graves (raras).
vivas. As vacinas vivas atenuadas representam
As reações anafiláticas progridem rapidamente
um risco teórico para o feto.
atingindo geralmente vários aparelhos e sistemas
 Alterações imunitárias (HIV positivo, linfomas,
leucemias…) sobretudo vacinas vivas. A reação anafilática é uma reação alérgica aguda
potencialmente perigosa para a vida devido à
FALSAS CONTRAINDICAÇÕES
possibilidade de rápida evolução para obstrução da via
o Mal nutrição aérea (edema laríngeo) dificuldade respiratória
o Doenças benignas (infeções das vias aéreas (broncospasmo) e choque (vasodilatação aguda e perda
superiores) diarreia (exceto VAP) ou outras de fluidos devido a aumento da permeabilidade capilar)
com temperatura inferior a 38ºC associados a alterações cutâneas e mucosas.
o Alergias, asma, febre dos fenos, rinite Embora extremamente rara, pode estar relacionada
o Dermatoses, eczemas ou infeções cutâneas
com qualquer dos componentes de uma vacina.
localizadas
o Doenças crónica cardíaca, pulmonar, renal ou Com as medidas e terapêuticas adequadas o
hepática prognostico global é bom, com uma letalidade inferior
o Doenças neurológicas não evolutivas, como a a 1%.
paralisia cerebral
A prevenção é a melhor abordagem pelo que deve
o Prematuridade
o Baixo peso á nascença (exceto para VHB ou ser antecipada uma eventual ocorrência.
BCG) Daí a importância de perguntar:
o Estar a ser amamentado
 Reções anteriores ás vacinas
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 Alergias (ovo, gelatina ou antibióticos)

ADMINISTRAÇÂO EM MEIO HOSPITALAR


Após a administração da vacina as crianças deverão
permanecer sob observação 30min.
Dada a gravidade de algumas doenças alvo do PNV
(Ex. tétano) se houver história de reações de
hipersensibilidade grave ou reações anafilática a uma
dose anteriores da vacina ou a algum componente
vacinal

Deve haver referenciação a uma consulta de


imunoalergologia
As reações adversas possivelmente relacionadas
com a vacinação devem ser notificadas ao INFARMED
Online no portal RAM aiway (vias aéreas), breathing (respiração), circultion
famacovigilancia@infarmed.pt – notificação de reações (circulação), disability (compromisso neurológico) e
adversas ao medicamento. exposition (pele-alterações ao nível da pele)

A criança ou o adulto podem ter reações benignas Deve ser dada particular atenção às manifestações
relacionadas com o medo ou a dor (desmaio “ir atras do que podem colocar a vida em perigo com particular
choro”, ataques de pânico ou convulsões) que podem atenção para:
confundir-se com reações anafiláticas  Sinais e sintomas de compromisso das vias
Em caso de dúvida é preferível tratar do que deixar aéreas
passar sem tratamento uma reação anafilática  Colapso cardiovascular iminente

O diagnóstico da reação anafilática é clinico. Todos O sinal indicador de compromisso cardiovascular é


os profissionais que administram vacinas devem estar o tempo de preenchimento capilar (TPC)
aptos a reconhecer uma reação anafilática e a iniciar,
O tempo de preenchimento capilar (TPC) é um sinal
rapidamente o seu tratamento. precoce e fiável da situação cardiovascular. Avalia-se
SINAIS E SINTOMAS através da compressão da pela, com o dedo, na região
anterior do esterno durante 5 segundos, retirando de
o Prurido, urticária seguida o dedo e medindo o tempo de preenchimento
o Edema da face, lábios ou de outra parte do capilar (recoloração da pele). Valores de TPC até 2
corpo segundo são normais. Acima deste valor, na maioria das
o Dificuldade em deglutir situações existe compromisso cardiovascular.
o Espirros, lacrimejo, tosse, rouquidão, estridor,
pieira A hipotensão é um sinal de gravidade que pode
o Dificuldade respiratória, cianose preceder o aparecimento de paragem cardíaca.
o Prostração, pulso rápido e fraco, arritmia, Todos os serviços de vacinação devem possuir o
hipotensão, choque equipamento (material e medicamentos) mínimo
DIAGNÓSTICO DA REAÇÃO ANAFILÁTICA necessário para o tratamento inicial da anafilaxia, que
deve estar sempre completo e com os medicamentos
Os cuidados pré-hospitalares na abordagem do dentro do prazo de validade.
doente com reação anafilática devem obedecer a uma
lógica sequencial estruturada “ABCDE”, do inglês:

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educação para a saúde de forma a minimizar
possíveis reações
 Preparação e administração de vacinas segundo
TRATAMENTO o mesmo plano e posterior registo
 Informação acerca da importância da vacinação
O tratamento deve ser iniciado imediatamente e
 Educação para a saúde acerca dos cuidados a ter
inclui:
após a administração da vacina e sinais e
o Pedir ajuda e telefonar para o 112 para sintomas a despistar que indiquem reações
transporte do doente para o serviço de urgência adversas à vacinação.
mais próximo  Marcação de data da próxima vacinação, de
o Deitar o utente com os pés elevados (posição de acordo com PNV
Trendelenburg, porque há necessidade de  Registo da vacinação no programa informático
restaurar rapidamente a volémia) supina pode  Seleção das fichas não atualizadas
ser fatal por aumentar o depósito sanguíneo nos  Convocação dos utentes
membros inferiores. Nos doentes com
dificuldade respiratória deve optar-se pela
posição sentada, com elevação dos membros ARMAZENAMENTO
inferiores. Algumas crianças com dificuldade
respiratória preferem estar sentadas ao colo. Quando as vacinas chegam aos centros de saúde ou
o Manter vias aéreas permeáveis extensões de saúde estas são entregues obrigatoriamente
o Administrar adrenalina- IM (adrenalina IM a um enfermeiro que é responsável pelo armazenamento
deve ser administrada na face ântero-lateral do destas, nos frigoríficos disponíveis.
terço médio da coxa)
Este enfermeiro ao receber as vacinas deve verificar
o Transporte rápido para o hospital
a temperatura das vacinas, verificando a temperatura
o Monitorizar e registar sinais vitais
dos sacos de gelo recicláveis.
O enfermeiro deve verificar a integridade da
REGISTOS- VACINAÇÃO embalagem e a validade dos lotes das vacinas.

Aplicação informática Vacina contra difteria, tétano, tosse convulsa,


doença invasiva por Haemophilus influenzae b,
Desde o ano 2000 está em funcionamento uma poliomielite e hepatite B (hexavalente
aplicação informática para gestão do PNV. Essencial BTPaHibVIPVHB)
para uma boa gestão do PNV aos vários níveis.
Tipo de vacina
O registo informático e todos os atos vacinais
permite o cálculo de coberturas vacinais e a gestão das  Vacina combinada contendo os seguintes
reservas em tempo real. antigénios
o Toxoide diftérico (D)
o Toxoide tetânico (T)
SALA DE VACINAÇÃO- ATIVIDADES DE o Toxoide s subunidades de Bordetella
ENFERMAGEM pertussis (Pa)
o Vírus da poliomielite dos tipod 1, 2 e 3
 Consulta do PNV em vigor inteiros e inativados (VIP)
 Demonstração de disponibilidade e o Polissacárido capsular de Haemophilus
estabelecimento de uma relação empática com influenzae do tipo b, conjugada com
a criança/família proteína tetânica (Hib)
 Diálogo com a criança/família de modo a o Antigénio de superfície do vírus da
recolher informação que possibilitem uma hepatite B, recombinante (VHB)
avaliação do seu estado clinico, como alergias  Antigénios adsorvidos em hidróxido e/ou
existentes, medicação que está a realizar fosfato de alumínio
existência de estados febris, história anterior de
reações ás vacinas assim como ações de

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