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Curso:

AGENTE DE COMBATE
ÀS ENDEMIAS
INTRODUÇÃO

As modificações urbanas, a saída do campo para a cidade e o aumento da população,


favoreceram a proliferação e ocorrência de endemias.
Endemias são doenças infecciosas desenvolvidas em determinado espaço. A saúde pública
no Brasil é marcada pela tentativa de redução dos surtos endêmicos. A primeira campanha
sanitária ocorreu no Recife em 1961, contra a febre amarela.
Os ACE sempre estiveram presentes nessas campanhas de controle, atualmente são
responsáveis por realizar vistorias nas casas.
A profissão de ACE foi regulamentada através da Lei nº 11.350/2006, e posteriormente
alterada pela Lei Federal nº 13.708/2018.
A Portaria Nº 648, de março de 2006, tem como fundamentos a confirmação do acesso
universal e sustentação dos serviços de saúde de qualidade.
Atenção Básica é um conjunto de ações de saúde que contemplam o individuo e a
coletividade.
O QUE É O SUS?
Em 1988, através da Constituição da Republica Federativa do Brasil, foi instituído o SUS,
que garantiu a todo brasileiro acesso integral, universal e gratuito à saúde.
O SUS promove campanhas de prevenção a doenças, realização de consultas, exames e
intervenções, além de prevenção de vigilância sanitária, promovendo fiscalização de
alimentos e medicamentos.
Princípios e diretrizes do SUS MODELO DE ATENÇÃO À
Universalidade Descentralização SAÚDE
qualquer cidadão brasileiro, sem é a transferência de
descriminação tem direito a responsabilidade entre as
Alinhamento de técnicas e
saúde. esferas do governo.
tecnologias para solucionar

DIRETRIZES
Equidade
as pessoas são iguais perante Regionalização e problemas de saúde, atendendo
o SUS e merecem ser atendidas hierarquização
visando suas individualidades. organização dos serviços em às necessidades individuais e
Integralidade níveis de complexidade, com
cuidado pessoal, considerando delimitação da população coletivas. Organizando os
o indivíduo em todos os níveis atendida.
de atenção. métodos de trabalho ou
Participação Popular e Participação da comunidade processos de trabalho em
Controle Social inserção da população na
busca atender às necessidades formulação de políticas públicas. saúde.
do coletivo.
O QUE É O SUS?

A PNAB identifica a Atenção Básica OS 3 MODELO DE ATENÇÃO


como sendo um conjunto de ações À SAÚDE
individuais e coletivas que buscam
Atenção primária
• Promoção é o primeiro nível de cuidado em
saúde. Conjunto de medidas de
• Prevenção
saúde a nível individual e coletivo.
• Proteção É a porta de entrada para o sus.

• Diagnóstico
• Tratamento Atenção secundária
é o nível intermediário,
• Reabilitação ambulatorial e hospitalar,
• Redução de danos
• Cuidados paliativos Atenção terciária
é o nível mais especializado. Para
• Vigilância em saúde pacientes que necessitem de
procedimentos e exames mais
invasivos.
O QUE É O SUS?
Saúde Da Família
 Um programa da atenção primária em saúde, é uma estratégia importante para a
organização e fortalecimento da atenção básica.
 Desenvolvido por localidade, possibilitando ações diretas na comunidade.
 Equipe composta por: médico, enfermeiro, auxiliares de enfermagem, agentes
comunitários de combate às endemias, cirurgião-dentista e auxiliar de consultório
dentário.
 Busca a criação de vinculo com os usuários.
 Estratégia de trabalho:
 Conhecer a situação da família;
 Cadastrar e diagnosticar;
 Determinar os principais problemas de saúde e condições de risco;
 Fazer os encaminhamentos necessários.
COMUNICAÇÃO EM SAÚDE
A comunicação é à base de qualquer tipo de Tipos de comunicação
relacionamento pessoal. Em saúde ela é
Comunicação interpessoal: é a
muito importante, porque através dela é troca de informações entre duas
possível atingir o objetivo da área, que é o ou mais pessoas.

cuidado.
Comunicação em massa: é a
Através da comunicação é possível disseminação das informações
através das mídias.
disseminar as informações de saúde. A
comunicação articula os campos sociais, mas Comunicação não verbal: é a
ainda é um campo que está em formação. comunicação que não é feita
através da fala nem da escrita e
DIFICULDADES NA COMUNICAÇÃO sim por meio de gestos, sinais e
expressões.
• Linguagens e conhecimentos;
• Limitações físicas ou cognitivas, que
impossibilitam a comunicação.
A comunicação deve ser empática, verbal
(falas), e não verbal (expressões).
COMUNICAÇÃO EM SAÚDE

Pontos relevantes na comunicação

• Vencer as barreiras pessoais – timidez


• Diálogo empático, com feedback
• Dimensão vocal, que é 'como' dizer e qual tom de voz usar
• Comunicação corporal
• Evitar Termos técnicos
• Respeitar a dimensão cultural
O AGENTE DE COMBATE ÀS ENDEMIAS

A CBO classifica os ACE, com código 5151-40, denominando também como Agentes de
Controle de Vetores, Agentes de Controle de Dengue e Guardas de Endemias.
Um personagem de extrema importância na implementação do SUS, pois fortalece a
integração do usuário e a Atenção Primária.
O Brasil conta com um número expressivo de ACE que procuram promover ações de
vigilância em saúde, profissionais que trabalham nos diversos contextos sociais e zonas
urbanas e rurais. Trabalham no controle de endemias juntamente com as equipes ESF.
O principal objetivo do ACE é o controle de vetores e erradicação das doenças transmitidas
por eles, através do uso de inseticidas e sensibilização da população.
É uma profissão que oferece riscos, por isso a necessidade de uso de EPI. As medidas de
segurança são instituídas em portarias, normas regulamentadoras, instruções normativas,
notas e manuais que descrevem e orientam sobre a realização do trabalho de campo.
O AGENTE DE COMBATE ÀS ENDEMIAS

Atribuições profissionais

• Realização de visita domiciliar


• Execução de tratamento focal e perifocal
• Utilização correta dos EPI’s
• Registrar informações referentes às atividades executadas
• Informação completa sobre seu itinerário diário de trabalho
• Divulgação de informações para a comunidade
• Participação em reuniões de planejamento
• Elaboração de diagnóstico demográfico, ambiental, epidemiológico e sanitário
• Identificação de casos suspeitos e encaminhando para a UBS
ATIVIDADE DOS AGENTES EM VISITAS
DOMICILIARES
A visita domiciliar é a principal estratégia no controle de doenças desenvolvidas por
vetores. Possui caráter educativo e busca a participação da população para o extermínio de
criadouros.

PRÍNCIPIOS DA VISITA DOMICILIAR Acolhimento


Definição dos objetivos da visita
1. Identificação do profissional ao
Conferir o cadastro do usuário no SUS
responsável pelo domicilio;
Ter todos os endereços expressos de forma
2. Explicação sobre o motivo da visita;
correta
3. Realização da coleta de dados básicos;
Coletar os dados do usuário e grupo familiar
4. Verificação da ocorrência de doença e
Preencher os formulários de registro e
presença de vetores.
controle de vetores e/ou agravo de doença
ATIVIDADE DOS AGENTES EM VISITAS
DOMICILIARES
Mapeamento

Ferramenta que permite a obtenção de


informações do perfil sociodemográfico e
epidemiológico da população, fornecendo
um subsídio para a construção de um plano
de ação e controle de proliferação de
Área de risco Maior propensão
vetores. de proliferação
de vetores.

Condições favoráveis
para aparecimento de
doenças
ATIVIDADE DOS AGENTES EM VISITAS
DOMICILIARES
Durante o mapeamento levar em PASSOS PARA FAZER O MAPEAMENTO:
consideração as condições de vida como: 1. Selecionar a área no mapa e dividir em
• Saneamento básico; microáreas;
• Contaminações de água, ar, solos e 2. Identificar locais coletivos;
alimentos; 3. Classificar a frequência das visitas e
• Fonte de renda predominante na distribuições de profissionais;
localidade. 4. Separar as microáreas por incidência de
vetores.

DEFINIÇÃO DE ÁREAS DE RISCO


Áreas de risco são partes de um território, que possuem características
indesejáveis, aumentando o desenvolvimento de doenças e proliferação de animais
que disseminam as doenças.
ATIVIDADE DOS AGENTES EM VISITAS
DOMICILIARES
CLASSIFICAÇÃO DE ÁREA DE RISCO CONDIÇÕES QUE DETERMINAM RISCO À
•Saúde deficitária com alto número de SAÚDE:
doentes e doenças recorrentes;  Saneamento
•Grande proliferação de vetores;  Habitação
•Infraestrutura inadequada.  Educação
 Baixa renda
 Indicadores de saúde

Técnica de entrevista

A entrevista é feita através de questionamentos, entre o entrevistador (quem questiona) e


o entrevistado (quem responde). As perguntas tem o objetivo de levantar informação
necessária, quanto a saúde dentro da casa ou estabelecimento.
ATIVIDADE DOS AGENTES EM VISITAS
DOMICILIARES
PASSOS PARA A ENTREVISTA:
1. Apresente-se;
Atuação intersetorial
2. Realize as perguntas em forma de
A resolução de problemas relacionados à
conversa, para não parecer um
saúde, necessita da articulação de outros
interrogatório;
setores da comunidade.
3. Use formas de perguntas que provoquem
uma resposta consistente: “o que”, “quem”,
“quando”, “onde” e “por quê”.

Estabelecimentos Governo

Famílias Equipe de
saúde
MORAL E ÉTICA
Moral
são as intenções, decisões e
ações. Diferenciando entre
corretas e incorretas É responsabilidade do profissional da saúde tratar

Ética todos de forma humanizada e ética, respeitando a


são ações que orientam o
moral.
comportamento das pessoas

VALORES MORAIS QUE OS AGENTES DEVEM TER:

 Respeitar a privacidade e confidencialidade das informações dos usuários;


atenção com idosos por possuírem dificuldades auditivas, cuidar para não
expor sua intimidade em tom alto
 Prezar por uma relação de respeito, evitando tratamentos íntimos como:
“vozinho”, “minha querida”, “amigo”, etc. Prefira utilizar pronomes de
tratamento
 Possibilitar ao usuário liberdade de expressão, para manifestar sua opinião
MANUAL DO AGENTE DE COMBATE ÀS
ENDEMIAS
O Manual é norteado pela linha do cuidado integral e busca esclarecer os fatores de
riscos presentes nas atividades, organização e processos de trabalho,.

 Conhecer bem o território; Ferramentas de trabalho


 Conhecer não só os problemas da
O Ministério da Saúde e as Secretárias
comunidade, mas também suas
de Saúde são os responsáveis na
potencialidades de crescimento e
identificação dos riscos laborais, além da
desenvolvimento social e econômico;
realização de exames frequentes (Decreto
 Possuir iniciativa e ser proativo;
nº 6.856, de 25 de maio de 2009), para
 Gostar de aprender coisas novas;
controle da saúde dos profissionais, assim
 Prestar atenção nas pessoas, coisas e
como o desenvolvimento de estratégias,
ambientes;
que possibilitem a minimização dos riscos.
 Prezar pelo respeito e ética perante a
comunidade e os profissionais.
MANUAL DO AGENTE DE COMBATE ÀS
ENDEMIAS
Camiseta ou camisa gola Trabalho de rotina, proteção contra
EPI pólo insolação
Calça de brim cáqui ou Trabalho de rotina, proteção contra
 A NR-06, classifica como EPI todo jeans insolação
objeto que proporciona proteção Trabalho de rotina, proteção contra
Boné ou chapéu de brim insolação
ao trabalhador, com uso individual. Proteção dos pés contra agentes
Calçado de segurança químicos
O uso de EPI é regulamentado
Vestimenta hidrorrepelente Pulverização de agrotóxicos
pela Lei nº 6.514, de 22 de Proteção contra gotículas de produto
Respirador PFF2 pulverizado
dezembro de 1977.
Óculos de segurança Proteção dos olhos
 O objetivo do EPI é evitar o Proteção contra partículas de
Máscara hemifacial pulverização e vapores orgânicos
contato com agentes tóxicos,
Protetor auricular Proteção contra ruídos excessivos
exposição a ruídos, objetos Proteção contra derramamento de
Avental impermeável produtos
perfurantes, entre outros.
Proteção das mãos contra agentes
Luvas nitrílicas químicos
Proteção das mãos em atividades
Luvas de raspa de couro agressivas
Tipo e indicação de uso:
Bota impermeável de Proteção dos pés em ambientes
borracha úmidos ou alagados
MANUAL DO AGENTE DE COMBATE ÀS
ENDEMIAS
EQUIPAMENTOS INSETISIDAS
Equipamentos de pressão variável – utilizado para aplicação de inseticidas de efeito
residual. Muito utilizado no programas de controle do Aedes, doença de Chagas e
leishmaniose visceral.
MANUAL DO AGENTE DE COMBATE ÀS
ENDEMIAS
Equipamento nebulizador pesado - é utilizado no programa de controle para manejo espacial
do vetor pela nebulização do inseticida em pequenas gotículas. A produção dessas gotículas
deve se concentrar em torno de 5 a 25 micras (85%).
MANUAL DO AGENTE DE COMBATE ÀS
ENDEMIAS
Nebulizador/pulverizador costal motorizado - Equipamento termonebulizador portátil –

destinado ao controle espacial do vetor com a com pulsação ressonante que atinge altas

aplicação de inseticida a Ultra Baixo Volume, temperaturas, formando uma névoa que

e formação de partículas muito pequenas. ocupa a vegetação. Possui alto risco de


gerar queimaduras, o que exige capacitação
dos operadores.
MANUAL DO AGENTE DE COMBATE ÀS
ENDEMIAS

Fatores de risco

Riscos Riscos Riscos Riscos Riscos


químicos físicos biológicos mecânicos ergonômicos

•Perda
•Intoxicação
Auditiva e
•Doenças •Exposição a •Acidente de •Acidente de
efeitos extra
respiratórias material trabalho trabalho
auditivos da
•Doenças do biológico •Acidente com •Acidente com
exposição a
sistema •Arboviroses exposição a exposição a
ruídos
nervoso •Tuberculose material material
•Câncer de
•Doenças •Malária biológico biológico
pele
hepáticas e •Leptospirose •Acidentes •Acidentes
•Dermatoses
renais •Tétano com animais com animais
•Doenças do
•Alguns tipos •Leishmanios peçonhentos peçonhentos
sistema
de câncer
nervoso
MANUAL DO AGENTE DE COMBATE ÀS
ENDEMIAS
Medidas de Proteção à Saúde

A promoção e proteção da saúde dos trabalhadores expostos a riscos advindos do


desenvolvimento do trabalho são garantidas pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.

• Proteção de máquinas e equipamentos; • Medidas de saneamento;


• Regulagem periódica dos equipamentos; • Eliminação mecânica dos criadouros;
• Avaliação dos produtos quanto à • Utilização de inseticidas menos voláteis;
toxicidade, formulação e cuidados na • Adoção de uso de mochilas nas costas;
aquisição e manejo. • A sala de estoque deve ter instalações
• Definição de limite de tempo de adequadas;
exposição; • Disponibilização de salas de apoio fora do
• Protocolo com descrição de cálculo por estoque;
área a ser tratada e quantidade de calda • Fornecimento de vestiário e sanitário em
necessária; conformidade com NR-24;
• Treinamento sobre transporte e descarte;
MANUAL DO AGENTE DE COMBATE A
ENDEMIAS
• Disponibilização de estação de lavagem • Disponibilizar no local de manuseio de
de mãos; produtos químicos, os EPI indicados e
• Possuir lavanderia para apoio à materiais necessários;
higienização dos ambientes, uniformes e • Isolamento e sinalização da área
EPI, não descartáveis; contaminada;
• Exposição de placas com informações e • Disponibilizar informativos sobre:
sinalizações de segurança; • não manusear embalagens
• Elaboração de protocolo sobre os rompidas;
procedimentos em caso de acidente; • não tocar ou caminhar sobre o
• Aquisição de máquinas e equipamentos produto;
seguros, em conformidade com a NR-12.; • lavar separadamente os EPI usados
• Utilização de dosadores individuais na aplicação de produtos químicos;
durante o processo de diluição ou mistura; • enxaguar abundantemente as
• Criação de protocolo de EPI; vestimentas com água corrente antes
da lavagem;
MANUAL DO AGENTE DE COMBATE A
ENDEMIAS
• não deixar de “molho” as peças; • sobre o uso de crachás e uniformes;
• não levar os EPI para as residências • relação de confiança com a
e lavá-los no ambiente doméstico. população;
• Realizar treinamentos periódicos os • realização do trabalho sempre em
temas: dupla, estimulando a denúncia de
• identificação de perigos e riscos; abusos e ameaças.
• medidas de prevenção e controle; • Realização de articulações intersetoriais;
• produtos químicos e toxicologia; • Estimulação a participação em ações de
• métodos de trabalho para controle saúde e segurança no trabalho;
vetorial; • Manutenção de comunicados a
• regulagem e manutenção dos população sobre as atividades
equipamentos; desenvolvidas pelos ACE;
• proibição de comer, beber e fumar ao • Informação aos ACE sobre os riscos
manusear inseticidas; existentes no local , sobre seus direitos e
• atualização sobre os novos produtos; deveres.
MANUAL DO AGENTE DE COMBATE ÀS
ENDEMIAS
Imunização Planejamento
A imunização é o ato de promover proteção Importante, no desenvolvimento das
contra doença infecciosa. Aumentando a funções dos agentes, porque uma medida de
resistência contra infecções. Geralmente saúde não permite improvisos.
administrada por meio de vacina, A execução precisa estar de acordo com os
imunoglobulina ou por soro de anticorpos. objetivos gerais, do programa e cumprir o que
Os agentes devem estar imunizados contra se propõe.
riscos biológicos, que serão submetidos. O planejamento é composto por
A imunização deve seguir o Calendário Diagnóstico, Plano de Ação, Execução,
Nacional de Vacinação do ano vigente. Acompanhamento e Avaliação.
DIAGNÓSTICO
Pretende conhecer todas as características
socioeconômica, culturais e epidemiológicas .
É no diagnóstico, que fica clara a realidade
do local, em que irá se desenvolver as ações.
MANUAL DO AGENTE DE COMBATE ÀS
ENDEMIAS
PLANO DE AÇÃO EXECUÇÃO
Serve como uma direção, para o É colocar em prática todas as ações que
desenvolvimento das ações, a fim de resolver foram planejadas, respeitando o
os problemas. cronograma.
O plano de ação contém 4 etapas: ACOMPANHAMENTO
É a etapa que vai verificando cada ação
Meta – estabelece o que se pretende atingir.
desenvolvida, fazendo observações quanto a
pontos a melhorar.
Estratégia – é o passo a passo para o
desenvolvimento do plano, seguido das atividades AVALIAÇÃO
e técnicas, para o desenvolvimento das ações.
É como se fosse uma conclusão do
Recursos – é o levantamento de tudo, que será
projeto, mas deve constar em todas as
necessário para execução, tanto recursos
financeiros, como os humanos e materiais. etapas, não somente no final.
Através dela é possível perceber o que
Cronograma – estabelece o tempo, para
desenvolvimento de cada ação. ainda deve ser melhorado no
desenvolvimento das ações.
ÁREAS DE RISCO
É o local com maior propensão, ao desenvolvimento de doenças, apresentando riscos aquela
população.
As áreas de riscos endêmicas são localidades onde há recorrência da presença de animais e
vetores portadores de vírus.
Hierarquia de controle Tipos de Controle de Vetores

Ocorre através de ações em conjuntos entre


Eliminação: visa a destruição dos criadouros
de vetores de doença. agentes, população e sistema de saúde.
 Mecânico, envolve ações de saneamento
Redução: é o desenvolvimento de ações básico
para diminuir a possibilidade da ocorrência
da doença.  Biológico, consiste na repressão de pragas
utilizando inimigos naturais específicos
Controles: uma medida que busca a  Químico, ocorre através de uso de produtos
verificação das microáreas, onde já
houve grande recorrência de doença. químicos, para eliminar ou controlar pragas
Através de mais visitas para impedir a  Legal, controle através leis e portarias, que
proliferação novamente.
criam normas, deveres e obrigações
ÁREAS DE RISCO
Tipos de Tratamentos
 Residual: consiste na aplicação de grandes TIPOS DE CRIADOUROS E DEPÓSITOS
partículas do inseticida. O objetivo é atingir o • Criadouros de água – local onde é
vetor adulto. depositado ovos. Exemplo: caixas d’água
 Espacial: dispersão de gotículas do sem higiene.
inseticida . • Pequenos depósitos – são vasilhas
 Focal: eliminação de larvas em criadouros. domésticas, que possam armazenar água.
 Perifocal: é o tratamento em pontos • Depósitos Fixos – são os recipientes
estratégicos e de difícil acesso. permanentes, como calhas e ralos,
Criadouros e Depósitos tanques colocados nos estabelecimentos.
Criadouro é o recipiente que propicia a • Depósitos naturais – são os depósitos
proliferação de vetores, em sua maioria são presentes na natureza (buracos de
recipientes que armazenam água, no árvores) ou plantas, que acumulam água
criadouro serão depositados os filhotes de em suas axilas, como as bromélias.
vetores.
ÁREAS DE RISCO
Após o trabalho do agente é possível modificar os depósitos transformando eles em:
• Depósitos inspecionados - todo depósito com água examinado pelo agente de saúde,
com auxílio de fonte de luz ou do pesca-larva.
• Depósitos tratados - é aquele onde foi aplicado inseticida.
• Depósitos eliminados – é aquele que foi destruído ou inutilizado como criadouro.

Pontos Estratégicos

Ponto estratégico é o local de grande existência de


concentração de depósitos de desova de vetores, ou seja,
local de vulnerabilidade.
São exemplos:
• Borracharias;
• Oficinas mecânicas;
• Cemitérios, entre outros.
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DO TRABALHO DO
AGENTE DE COMBATE A ENDEMIAS
As atribuições dos ACE já sofreram diversas modificações, e apesar de ser um trabalho
desenvolvido desde os primórdios, só houve a regulamentação em 2006, pela Lei Federal nº
11.350, que estabelece um regulamento e descrição da profissão.
Para exercer as atividades é necessário possuir capacitação, através de curso introdutório
inicialmente e programa de formação continuada.
A Portaria nº 1.007 de 2010 é um instrumento que incorporou o ACE na atenção primária,
com o objetivo de fortalecer as ações de vigilância em saúde.

Contextualização Histórica de Legislações em Saúde


1999 - 2009 - 2010 -
2006 Lei nº 2015 - 2018 – Lei nº
Portaria n° Decreto nº Portaria nº
11.350 Portaria nº 13.595,
1.399, 6.856 1007
05/10/06 165, de 25/02. 05/01/18;
15/12/99 25/05/09 04/05/10

2008 - 2009 - 2014 – e-SUS 2017 - PNAB - 2018 -


2002 -
Caderno de Caderno de permite o Portaria Decreto nº
Portaria nº
Atenção Atenção registro dos 2.436, 9.473,
44, 03/01/01
Básica nº 21 Básica nº 22 ACE 21/09/17 16/08/18
NR 15 ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES

A NR 15 é uma norma Regulamentadora Classificação do grau de insalubridade:


que descreve as operações, atividades e  40% (quarenta por cento), para
agentes insalubres no trabalho. insalubridade de grau máximo
Objetivo da NR 15 é regulamentar limites de  20% (vinte por cento), para insalubridade
tolerância para as situações de insalubridade. de grau médio
A NR 15 pretende:  10% (dez por cento), para insalubridade de
• Garantia da segurança do trabalhador grau mínimo
através de instrumentos contidos na Atividades insalubres descritas na NR 15
legislação;  ruídos contínuos
• Redução de risco, através da redução da  exposição ao calor e/ou radiações / frio e
carga horária trabalhada nesses locais ; umidade
• Aumento da proteção através do uso de  vibrações
EPIs;  exposição a agentes químicos.
• Melhora da produtividade diminuindo O grau de insalubridade é determinada
acidentes. após avaliação do local de trabalho.
PROMOÇÃO E PREVENÇÃO EM SAÚDE

Promover - dar impulso, fomentar


ou gerar. A promoção refere-se a
estratégias que buscam evitar a
doença e melhorar a qualidade de
vida.

Prevenção -
são um conjunto de medidas que
protegem contra as doenças.

Diferença entre prevenção e


promoção - está no conceito de
saúde, a prevenção é a ausência de
doenças, a promoção é multifocal.
CONTROLE DAS DOENÇAS: DENGUE/ CHAGAS/
LEISHMANIOSE E MALÁRIA

O trabalho do ACE é eliminar os focos antes


Dengue
mesmo de se tornarem larvas.
A dengue é uma doença causada por um • Reconhecimento geográfico;
vírus, transmitida pela picada do mosquito • Na visita domiciliar verificar os possíveis
Aedes aegypti. Os sintomas: depósitos e orientar as famílias sobre como
• Febre; prevenir.
• Dores no corpo; VIAS DE INFECÇÃO: picada do mosquito no
• Dor de cabeça; homem.
• Manchas avermelhadas. PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 3 e 15 dias, com
média, de 5 a 6 dias.
PREVENÇÃO: eliminação de água parada.
CONTROLE DAS DOENÇAS: DENGUE/ CHAGAS/
LEISHMANIOSE E MALÁRIA
Doença de Chagas O ciclo de vida - três fases: ovo, ninfa e
Causada por Trypanosoma cruzi, presente adulto.Conhecida como barbeiros é atraído
na região Amazônica. pela luz.
Os sinais e sintomas são: Reservatório – animais, com o
Na fase aguda Trypanosoma cruzi na circulação sanguínea e
• febre prolongada (mais de 7 dias); na musculatura.
• dor de cabeça; VIAS DE INFECÇÃO: Vetorial e Oral
• fraqueza intensa; INCUBAÇÃO POR TRANSMISSÃO:
• inchaço no rosto e pernas. • Vetorial - 4 a 15 dias;
Na fase crônica: • Oral - 3 a 21dias;
• problemas cardíacos • Congênita, na gestação/parto;
• problemas digestivos • Transfusão ou transplante - 30 a 40 dias;
Ao identificar um paciente suspeito com • Acidente em laboratório 20 dias.
infecção aguda, preencher o formulário no PREVENÇÃO: evitar que o “barbeiro” forme
site do MS (http://portalsinan.saude.gov.br). colônias dentro das residências.
CONTROLE DAS DOENÇAS: DENGUE/ CHAGAS/
LEISHMANIOSE E MALÁRIA
Leishmaniose • Diarreia e fraqueza;

Doença infecciosa causada por • Hepatoesplenomegalia e linfadenopatia.

protozoários Leishmania ,um parasita. A leishmaniose cutânea também são

Sua transmissão ocorre pela picada do feridas na pele, boca e nariz.

mosquito-palha. A ferida causada pela leishmaniose

No humano existem dois tipos de tegumentar é vermelha, oval e bem definida.

leishmaniose: leishmaniose visceral e VIAS DE INFECÇÃO: transmitida por

leishmaniose tegumentar. flebótomos ou flebotomíneos, são muito

A leishmaniose visceral afeta órgãos pequenos.

internos, como baço e fígado. Sintomas: PERÍODO DE INCUBAÇÃO:

• Febre; • No homem: 10 dias a 24 meses;

• Tosse; • No cão: 3 meses a vários anos.

• Dor abdominal; PREVENÇÃO: usar repelentes e roupas de

• Anemia; manga. Já os cães devem usar coleiras com

• Perda de peso; repelente e vacinas contra a doença.


CONTROLE DAS DOENÇAS: DENGUE/ CHAGAS/
LEISHMANIOSE E MALÁRIA
Malária ocorrer recaídas da doença, dentro de 6
Doença infecciosa, causada pelo
meses.
Plasmodium, um parasita. O mosquito-prego.
Os sinais e sintomas são:
A transmissão da malária ocorre através da
• na crise aguda:
picada da fêmeas infectadas do gênero
• calafrios, febre e sudorese. Com
Anopheles, os principais criadouros são
duração de 6 a 12 horas;
coleções de água limpa, quente, sombreada
• cefaléia, mialgia, náuseas e vômitos.
e de baixo fluxo, muito frequentes na
Gestantes, crianças e os primoinfectados -
Amazônia brasileira.
maior gravidade, principalmente por
VIAS DE INFECÇÃO: A infecção acontece
infecções pelo P. falciparum, que podem ser
quando o parasita invade as células do
letais.
fígado. Ali se multiplicam e dão origem a
PREVENÇÃO: combate do vetor, além do
muitos outros novos.
encaminhamento dos casos para tratamento
PERÍODO DE INCUBAÇÃO: é de 1 semana,
na UBS.
porém há um período de latência onde pode

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