Revisão 1 – Integralidade dos Cuidados em Saúde
Processo Saúde -Doença
Conceitos Iniciais
Saúde pública → voltada para os problemas de saúde que
atingem a coletividade.
Saúde coletiva → foco na promoção da saúde, prevenção de
riscos e agravos, melhoria da qualidade de vida.
Níveis de atenção → divisão dos serviços de acordo com a
complexidade e tecnologias, que podem ser de 3 tipos:
o Leve - relação interpessoal, como entrevistas.
o Leve-dura - saberes estruturados, como administração e
epidemiologia.
o Dura - uso de equipamentos e normas institucionais
Todos os servições de saúde utilizam os 3 tipos, mas o tipo mais
utilizado determina a qual nível o serviço pertence:
o Atenção básica - serviços de vigilância e unidades
básicas de saúde.
o Média complexidade - hospitais gerais e ambulatórios.
o Alta complexidade - hospitais e serviços especializados.
Atenção primária → baixa complexidade, alta penetração na
comunidade e alta resolutividade de problemas. Deve ser o
principal contato do usuário com o sistema de saúde. Foco na
reabilitação, promoção e recuperação da saúde, depende da
participação social no cuidado e organização dos serviços.
Prevenção de Doenças
As ações preventivas são planejadas em 3 níveis:
Primária → ações para controlar fatores pré-patogênicos, para
evitar o aparecimento do estímulo que causa a doença.
Imunização, educaçãoem saúde, controle de vetores.
Modelos Assistenciais
Modelos assistenciais são formas de cuidado com diferentes
combinações de tecnologias e finalidades.
Modelos assistenciais incluem o modo como são organizadas as
ações e a organização do Estado. Existem 2 principais formas de
modelos assistenciais, os modelos hegemônicos e os modelos
alternativos.
Modelo Assistencial Hegemônico
O modelo hegemônioo pode ser dividido em 2 tipos:
Modelo médico assistencial privatista → privilegia o médico,
trabalho intensivo na rede de prestação de serviços,
principalmente hospitais.
Modelo sanitarista → privilegia sanitaristas, trabalho nas unidades
de saúde, através de campanhas e ações de vigilância sanitária e
epidemiológica.
Secundária → diagnóstico e tratamento precoce do indivíduo
doente, a fim de evitar agravos ou morte.
Tereciária → prevenção ou melhora da incapacidade, como a
reabilitação.
Na atenção básica, o mais comum é a prevenção primária.
Promoção da Saúde
A promoção da saúde costumava estar inserida na prevenção
primária, mas atualmente, ela é uma estratégia diferente.
A promoção da saúde significa a necessidade de educar e fazer
reformas estruturais no estado, de forma intersetorial, para
oferecer melhor qualidade de vida à população.
A promoção da saúde não tem foco na doença, como a
prevenção, mas na alteração dos determinantes de saúde.
5 eixos orientam a promoção da saúde:
o Ação comunitária - ajuda na tomada de decisões,
definição de metas e prioridades. Nem sempre a visão
do Estado é a mesma da população.
o Políticas públicas saudáveis - diminuição de desigualdades
sociais.
o Desenvolvimento de habilidades pessoais - estímulo à
educação, cultura e ao aprendizado durante toda a vida.
o Criação de ambientes favoráveis - conservação de
o
recursos naturais e avaliação de impactos na saúde.
Reorientação dos serviços de saúde - objetivando a
integralidade do cuidado, com a prevenção, promoção,
tratamento e reabilitação, com foco na pessoa, família e
comunidade, não apenas na doença. Trabalho intersetorial
com comércio, transportes, educação etc.
As características desse modelo são o alívio da dor e tratamento
de doenças, com ações curativas, medicalização e ênfase na
atenção hospitalar.

Modelo Assistencial Alternativo
Em 1970, começou uma discussão acerca de novos modelos de
saúde, que levassem em consideração a atenção primária,
voltadas para a univversalização da saúde (medicina comunitária).
Essa foi a base para o movimento da Reforma Sanitária, que criou,
na 8ª Conferência Nacional de Saúde em 198, o início da
organização do SUS.
As diretrizes dessa conferência entraram na constituição em 1988,
como Lei Orgânica da Saúde.
Com o SUS, foram criados modelos alterantivos de assitência,
como a Vigilância da Saúde, Promoção da Saúde, Estratégia de
Saúde da Família, Ações Programáticas, Acolhimento, etc.
O objetivo do modelo é ser voltado para a melhoria da qualidade
de vida da população.
ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
ESF, equipes multiprofissionais em UBSs, se baseia nos princípios
da atenção primária, com uma visão amplas do processo saúde-
doença, que vai desde a prevenção até a reabilitação.
Cada equipe de saúde da família é responsável por 2400 a 4000
pessoas, delimitando um território de abrangência.
Visitas domiciliares com cadastramento das famílias (inversão do
sentido do serviço).
Compromisso e corresponsabilidadde entre profissionais de saúde,
gestores e população.
Revisão 1 – Integralidade dos Cuidados em Saúde
Equipe mínima → 1 médico, 1 enfermeiro, 1 auxiliar de
enfermagem, 4 a 6 agentes comunitários de saúde.
VIGILÂNCIA DE SAÚDE
Intervenção sobre problemas de saúde, com ênfase nos que
requerem atenção e acompanhamento contínuos. Trabalha com
ações promocionais, preentivas e curativas, de forma intersetorial.
Atua no controle das causas, danos e riscos com intervenção
social, políticas públicas adequadas e promoção de saúde.
A vigilância de saúde tem algumas vertentes:
Análise de situações de saúde → definição da situação de grupos
populacionais em função das condições de vida.
Integração institucional entre a vigilância epidemiológica e a
sanitária → descentralização das ações para os órgãos estaduais.
Redefinição das práticas sanitárias → privilegia a dimensão técnica
concebendo a vigilância de saúde como um modelo assitencial
alternativo
CIDADES SAUDÁVEIS
Reconhece a saúde como resultado da qualidade de vida, por isso,
tem processos participativos e políticas públicas visando esse fim.
O gestor deve promover a interrelação entre os setores de
educação, habitação, saneamento, transporte, lazer, economia e
saúde, com ações locais específicas às demandas.
ACOLHIMENTO
Está inserido na Política Nacional de Humanização (PNH), de 1999, o
acolhimento na saúde passa pela ética, focando na escuta do
paciente, construção de vínculo e resolutividade do serviço.
Na atenção básica, estão incluídos no acolhimento, atividades
como terapia comunitária, rodas de conversa, grupos de
convivência etc.
PROMOÇÃO DA SAÚDE
Ações sobre os condicionantes e determinantes sociais de saúde,
para melhoria da qualidade de vida. Ações de conscientização
sanitária, da garantia de direitos e deveres da cidadania, de
educação para saúde, consideração dos estilos de vida etc.
AÇÕES PROGRAMÁTICAS EM SAÚDE
Ações que visam o desenvolvimento estratégico do modelo de
atenção à saúde, tendo como eixo a atenção básica. São ações
transversais à atenção básica, e de média e alta complexidade.
Construção do Modelo do SUS
Com a Constituição de 88 e a lei 8080, o SUS foi organizado,
foram incluídos os modelos assistenciais alternativos, além dos
hegemônicos já existentes.
Em 1994 surgiu o modelo de saúde da família (atual ESF), baseado
na atenção primária, para considerar o processo saúde-doença no
contexto familiar, junto à vigilância e à promoção.
Redes de Atenção à Saúde
Organizações de um conjunto de serviços que ofertam atenção
contínua e integral pela atenção primária.

• São constituídas pela população, estrutura operacional e
modelo de atenção à saúde.
Dentro da rede de atenção existem redes de atenção temáticas
priorizadas, criadas para atender populações específicas.
Rede cegonha → pré-natal, parto, nascimento, puerpério e
atenção integral à saúde da criança.
Rede de atenção às urgências e emergências → unidades de
pronto atendimento, serviço de atendimento móvel de urgência,
portas hospitalares de atenção às urgências, atenção domiciliar etc
Rede de atenção psicossocial → usuários de álcool e outras
drogas, ações de reinserção social e reabilitação, ações de
prevenção e redução de danos.
Rede de cuidado à PCD → atenção básica e especializada em
reabilitação, atenção hospitalar de urgência e emergência.
Rede de atenção à saúde das pessoas com doenças crônicas →
atenção básica e especializada e sistemas de apoio.
Territorialização
Usada na atenção primária à saúde (APS) para demarcar os limites
das áreas de atuação do serviço e classificar o ambiente,
população e dinâmica social, que são diferentes em cada região.
PROCESSO DE TERITORIALIZAÇÃO
Terrritório-área → todo o território-processo sob a
responsabilidade de uma equipe de saúde.
Território-microárea → subdivisões do território área onde cada
Agente Comunitário de Saúde é responsável por 1 microárea.
Fases da territorialização:
Preparação → Delimitação do território → Apropriação do
território → Consulta às lideranças → Definição do território
CADASTRO DAS FAMÍLIAS
Objetivo → conhecer os integrantes das famílias da região,
situação de moradia e informações familiares que guiam as ações
de saúde.
Meta → todas as famílias na área de atuação devem ser
cadastradas.
Revisão 1 – Integralidade dos Cuidados em Saúde
Fases do cadastro familiar:
Preparação → Execução → Utilização → Atualização
DIAGNÓSTICO LOCAL
Objetivo → conhecer a população, perfil epidemiológico, e todos
os fatores que influenciam na sua saúde, como econômicos,
sociais, geográficos, culturais etc.
Meta → analisar a situação de saúde no território com base no
perfil demográfico e epidemiológico da população.
Fases do diagnóstico local:
Coleta de dados → Organização dos dados por microárea →
Análise dos dados → Comparação com parâmetros →
Elaboração do diagnóstico local
Vigilância em Saúde
Se relaciona à promoção de saúde e prevenção de doenças, atua
em campanhas de controle de doenças infecciosas e parasitárias,
além do controle de ambientes e produtos.
A vigilância inclui outros profissionais além da área da saúde, além
de contar com a participação da população no geral.
O ponto de partida da vigilância é a territorialização, criando um
mapa a partir dos dados coletados
Processo de Trabalho em Saúde
Trabalho é qualquer ação coordenada, com finalidade e realizada
de forma intencional, pensar antes de executar.
Dimensão política → finalidade do trabalho.
Dimensão organizacional → gerenciar recursos.
Dimensão técnica → o trabalho em si.
Trabalho vivo → trabalho no momento da sua ação.
Trabalho morto → trabalho já feito anteriormente
O trabalho em saúde é um trabalho cuidador, precisa do vínculo
de confiança entre profissional e paciente.
Gerência → organização dos recursos, no caso da saúde, a
finalidade é o atendimento eficaz, de qualidade e humanizado.
• Cuidar da saúde é ensinar o paciente a ter autonomia.
O processo de trabalho em saúde é o planejamento do modo de
trabalho, passos que devem ser seguidos pelos profissionais para o
atendimento adequado. Planejamento precisa de conhecimento.
Trabalho relacional → o trabalho em saúde é reacional, o que
significa que o produto do trabalho está sendo consumido pelo
usuário no momento da prestação do serviço. O usuário
geralmente está vulnerável e precisa de atenção e cuidado.
ARSENAL TECNOLÓGICO
Tecnologias leves → interação direta com o paciente, como uma
entrevista ou consulta.

Tecnologias duras → aparelhos, exames e pouca interação
pessoal, o uso dessas tecnologias tende a encarecer o serviço.
Tecnologias leve-duras → é o meio termo entre elas.
Sistema Único de Saúde
SUS Como Sistema
O SUS é um sistema com a função de oferecer cuidados de
saúde aos brasileiros, para isso, ele conta com 4 elementos que
se interrelacionam:
Recursos financeiros → diz respeito ao financiamento do sistema.
Recursos humanos → equipes não apenas da saúde, mas
também de segurança, limpeza e manutenção.
Infraestrutura física e de equipamentos → espaços propícios à
promoção da saúde, equipamentos e instrumentos adequados.
Assistência à saúde, ensino e pesquisa → investimentos para
aumentar continuamente a qualidade dos serviços prestados.
O sistema de saúde priado, com seus convvênios, também faz
parte do SUS, e é chamado de sistema suplementar.
Um sistema não se apoia em apenas uma base, assim como, no
SUS, na falta de qualquer um desses elementos, o sistema inteiro
colapsa.
PRINCÍPIOS DO SUS
Universalidade → se a saúde é direito de todos e dever do
estado, então cada cidadão, independente de etnia, religião ou
condição socieoeconômica, tem direito de utilizar seus serviços.
Equidade → baseia-se na justiça social, o Estado deve prover as
condições para que as pessoas sejam tratadas de forma justa, ou
seja, que cada um receba conforme a sua necessidade.
Programas de Saúde Integral
Saúde da Família
Estratégia de Saúde da Família (ESF)
Implementado em 1994
Objetivo → promover atenção básica à saúde, prevenção de
doenças e promoção da saúde das famílias na comunidade.
Equipe → médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, agentes
comunitários de saúde.
Ações de saúde → visitas domiciliares, acompanhamento pré-
natal, imunizações, educação em saúde.
Saúde da Mulher
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)
Revisão 1 – Integralidade dos Cuidados em Saúde
O trabalho precisa ser mais centrado nas tecnologias leves e leve-
duras, o uso de tecnologias duras não significa necessariamente
maior qualidade de atendimento, elas devem ser usadas apenas
conforme a necessidade.
Integralidade → a assistência visa atender todas as necessidades
da população, atuando na prevenção, cura e reabilitação dos
problemas e determinantes de saúde.
DIRETRIZES DO SUS
Descentralização → a responsabilidade da gestão do serviço é de
cada município, com o ministério da saúde a nível federal,
secretarias estaduais e municipais de saúde.
Participação popular → a participação social é uma exigência, sem
ela, não acontece o repasse de verbas aos municípios, a
participação se da através dos conselhos de saúde (50% usuários,
25% gestores e 25% trabalhadores do setor).
Hierarquização → o serviço é dividido em níveis de acordo com a
complexidade tecnológica e o tipo de serviço prestado, em alta
complexidade, média complexidade e atenção básica.
Legislação
Lei 8080 → de 1990, criação do SUS, diretrizes para as 3 esferas
de gestão (federal, estadual e municipal), descentralização politico-
administrativa do sistema, qualidade de serviços.
Lei 8142 → de 1990, participação popular no SUS, por meio dos
conselhos, o repasse vai do Fundo Nacional de Saúde direto para
os fundos estaduais e municipais. Lei Orgânica da Saúde.
Objetivo → promover cuidado integral à saúde da mulher,
incluindo atenção ao ciclo gravídico-puerperal, e prevenção dos
cânceres de mama e colo de útero
Equipe → ginecologista, obstreta, enfermeira obstetra.
Ações de saúde → exames ginecológicos, acompanhamento pré-
natal, orientação sobre métodos contraceptivos.
Saúde do Homem
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH)
Objetivo → promover ações de prevenção e cuidado à saúde do
homem, incluido o combate ao câncer de próstata.
Equipe → urologista, enfermeiro.
Ações de saúde → campanha novembro azul, realização de
exames de próstata, educação em saúde.

Saúde da Criança
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC)
Objetivo → garantir o desenvolvimento saudável das crianças,
incluindo imunizações e acompanhamento do crescimento.
Equipe → pediatra, enfermeiro pediátrico.
Ações de saúde → vacinação, consultas de puericultura,
orientação à alimentação infantil.
Saúde do Adolescente
Programa de Saúde do Adolescente (PROSAD)
Objetivo → promover saúde física e mental dos adolescentes,
além de prevenir comportamentos de risco.
Equipe → médico, psicólogo, enfermeiro
Ações de saúde → orientação sexual, prevenção de gravidez na
adolescencia, prevenção do uso de drogas.
Saúde do Idoso
Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI)
Objetivo → promover o envelhecimento saudável e prevenir
doenças comuns na terceira idade.
Equipe → geriatra, enfermeiro.
Ações de saúde → acompanhamento de comorbidades,
atividades físicas e sociais para idosos, orientação sobre
medicamentos.
Saúde Mental
Política Nacional de Saúde Mental
Objetivo → promover atenção integral à saúde mental da
população no geral, prevenir trasntornos mentais e oferecer
tratamento.
Equipe → psiquiatra, psicólogo, enfermeiro especializado.
Ações de saúde → atendimento psicológico, acompanhamento de
pacientes com transtornos mentais, educação em saúde mental.
Revisão 1 – Integralidade dos Cuidados em Saúde
DST / Aids
Programa Nacional de DST/aids (PN DST/aids)
Implementação em 1980
Objetivo → prevenir e controlar doenças sexualmente
trasnmissíveis, incluindo o HIV/AIDS.
Equipe → infectologista, enfermeiro especializado.
Ações de saúde → distribuição de preservativos, testagem,
tratamento de ISTs, educação em prevenção.
DANTs
Doenças e Agravos não Transmissíveis / Doenças Crônicas não
Transmissíveis (DCNT).
Objetivo → prevenir, controlar e tratar doenças crônicas não
transmissíveis como diabetes e hipertensão.
Equipe → clínico geral, enfermeiro.
Ações de saúde → acompanhamento dos pacientes, promoção
de hábitos saudáveis, educação em saúde.
Tuberculose e Hanseníase
Programa Nacional de Controle da Tuberculose e Hanseníase
(PNCTH).
Implementação em 1981.
Objetivo → prevenir, controlar e tratar a tuberculose e
hanseníase, reduzindo a incidência dessas doenças.
Equipe → infectologista, pneumologista, dermatologista,
enfermeiro especializado.
Ações de saúde → diagnóstico precoce, tratamento gratuito,
acompanhamento do tratamento, realização de exames e
educação em saúde para prevenção e conscientização.