Você está na página 1de 22

CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM

ESTRATÉGIAS DE ORGANIZAÇÃO DAS


AÇÕES DO
SISTEMA DE SAÚDE E IMPLANTAÇÃO
DE PROGRAMAS DE
SAÚDE NOS MUNICÍPIOS

ENF. JAKSON FARIAS


SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS
A promoção da saúde é recente no Brasil, tendo como alavanca a
descentralização e o fortalecimento da participação popular e o controle
social da população nas questões de saúde, propostas pelo Sistema
Único de Saúde (SUS).

A proposta do SUS incorpora princípios e diretrizes que apontam para o


compromisso do Estado com a promoção das condições necessárias à
saúde dos cidadãos.

O SUS é uma política pública avançada e tem como princípios o direito à


saúde, a participação da população na gestão dos serviços, a
integralidade e a equidade das ações.
PRINCÍPIOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)
Universalização: A saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado
assegurar este direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as
pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação ou outras características sociais ou
pessoais.

Equidade: Mesmo possuindo direitos, as pessoas não são iguais, por isso, têm necessidades
distintas. Este princípio tem como objetivo diminuir desigualdades, principalmente onde a
carência é maior.

Integralidade: Este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo assim a todas
as suas necessidades de cada um. Para que ocorra esta integração, é importante a interação
de ações, incluindo a promoção da saúde, prevenção de doenças, o tratamento e a
reabilitação.
PRINCÍPIOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)
VIGILÂNCIA EM SAÚDE
▪ Vigilância da saúde entende-se como um processo amplo e complexo voltado para o
enfrentamento dos inúmeros problemas e agravos que comprometem a qualidade de vida dos
diferentes segmentos populacionais.
▪ Constitui de um modelo assistencial capaz de reverter à lógica de atender somente as doenças.
Visa à articulação entre as ações preventivas e curativas, de caráter individual e de alcance
coletivo.
▪ Com o intuito de promover e melhorar a qualidade de vida, é fundamental que estejam aptos a
reconhecer tanto as condições existenciais que geram os problemas de saúde da comunidade.
VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Destaca-se, também, a necessidade de que os profissionais de saúde desenvolvam
processos educativos que favoreçam a participação da comunidade.

A aquisição de conhecimentos e habilidades para lidar com a problemática de saúde da


população, com base no perfil epidemiológico, ou seja, reconhecer e priorizar os
problemas, para orientar a intervenção;

A especificidade da intervenção da enfermagem em saúde pública, o que significa estar


preparado para o cuidar, essência e base histórica da enfermagem que, na saúde pública,
pode ser interpretado como conjunto de práticas e habilidades para o acompanhamento,
controle e resolução dos problemas de saúde da população.

Cabe à enfermagem aproveitar as oportunidades de contato com a população para


ampliar o conhecimento sobre a mesma, com vistas a uma assistência integral.
VIGILÂNCIA EM SAÚDE
▪ Entendemos por nova prática na enfermagem em saúde pública o reconhecimento do território
no qual a equipe de saúde atua (população, número de domicílios, tipos de habitação, etc.).

▪ Esses dados são fundamentais para a construção dos perfis epidemiológicos, bem como para o
planejamento das ações programáticas mais necessárias. Assim, como exemplo podemos citar o
Programa Saúde da Família (PSF).

▪ Os profissionais de saúde conhecem a população de uma forma bem mais ampliada ou, pelo
menos, dispõem de informações que lhes possibilitam reconhecer as condições de vida, o que
anteriormente não acontecia.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
▪ Durante muitos séculos, vários países tiveram suas populações atingidas por doenças
transmissíveis que levavam à morte.

▪ Antigamente, acreditava-se que a doença era uma consequência natural da interação agente
infeccioso-hospedeiro.

▪ No início dos serviços de vigilância epidemiológica, o objetivo era desenvolver atividades de


coleta e análise de dados, determinando, assim, as medidas a serem aplicadas ao ambiente e aos
doentes ou às pessoas em risco de adoecer.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
▪ Cada vez mais lhes será requisitado que o desenvolvimento de suas atividades junto à população
assistida volte-se à identificação de grupos suscetíveis, expostos a sofrer alterações nas suas
condições de saúde.

▪ A vigilância epidemiológica (VE) é um serviço que reúne um conjunto de ações que permite
acompanhar a evolução das doenças na população. Funciona como um “termômetro”, um
indicador de que ações devem ser priorizadas no planejamento da assistência à saúde.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

▪ Para que a VE possa propor ações de prevenção e controle a partir do estudo do


comportamento das doenças e agravos à população, é importante seguir
algumas etapas:

Promoção das
ações de
Coleta de Análise dos controle e Divulgação das
dados; dados; prevenção; informações.

Processamento Recomendação Avaliação da


dos dados; de medidas de eficácia das
controle e medidas;
prevenção;
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
▪ Outras importantes fontes de dados e de notificação são os sistemas nacionais de informação.

▪ No Brasil, além do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) que reúne todas as
informações relativas aos agravos de notificação, alimentado pelas notificações compulsórias,
existem outros sistemas de informações de interesse para a VE, dentre os quais se destacam:

▪ Sistema de Informações de Mortalidade (SIM):;

▪ Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC);

▪ Sistema de Informações Hospitalares (SIH);

▪ Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA);

▪ Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN):;

▪ Sistema de Informações sobre Ações Básicas (SIAB).


MEDIDAS DE CONTROLE E PREVENÇÃO EM VIG. EPIDE.
▪ As ações de vigilância epidemiológica variarão de acordo com os objetivos pretendidos,
contribuindo para o controle e prevenção de determinada doença ou agravo.

▪ Entretanto é sempre importante considerar em seu planejamento e adoção que o sucesso


dependerá diretamente da proximidade com os determinantes causadores da doença ou agravo
sobre os quais se pretende intervir. Dentre as mais frequentemente, destacamos:

▪ Investigação epidemiológica:;

▪ Vacinação de bloqueio;

▪ A intensificação de vacina;

▪ Indicação de restrição de circulação;

▪ Quimioprofilaxia.
PRINCIPAIS INDICADORES DE SAÚDE COLETIVA
▪ Para o planejamento de ações de prevenção e controle de doenças e agravos, é importante
conhecer o perfil dos problemas de saúde da população assistida e das doenças apresentadas,
como por exemplo, quais mais acometem a população, quais são as que mais matam e quantas
pessoas morrem.
PRINCIPAIS INDICADORES DE SAÚDE COLETIVA
PRINCIPAIS INDICADORES DE SAÚDE COLETIVA
▪ Morbidade: refere-se ao comportamento das doenças numa população exposta ao adoecimento.
Seus índices permitem conhecer que doenças existem habitualmente na área, no período e na
população estudada (prevalência), e quais os novos casos das doenças na mesma área, período e
população (incidência).

▪ Surto: é um aumento repentino do número de casos, dentro de limites restritos, como uma série
de caos de rubéola em uma creche, vários indivíduos com conjuntivite em um quartel.

▪ Endemia: é a ocorrência de certo número de casos controlados em determinada região.

▪ Epidemia: é o aumento do número de casos de determinada doença, muito acima do esperado e


não delimitado a uma região.

▪ Pandemia: compreende um número de casos de doença acima do esperado, sem respeitar


limites entre países ou continentes. Os exemplos mais atuais são a AIDS e a tuberculose.
PRINCIPAIS INDICADORES DE SAÚDE COLETIVA
▪ Mortalidade: A mortalidade é definida como a relação entre o número de óbitos e o número de
pessoas expostas ao risco de morrer. Dados esses que podem ser agrupados por características
como sexo, idade, estado civil, causa, lugar, condição, dentre outras.

▪ Letalidade: Permite conhecer a gravidade de uma doença, considerando-se seu maior ou menor
poder para causar a morte. A determinação da letalidade de certas doenças permite avaliar a
eficácia de estratégias e terapias implementadas.

▪ Se há muitos óbitos causados pelo sarampo, isto significa que


as crianças não estão tendo acesso à estratégia de vacinação
ou que a vacina não está desempenhando adequadamente seu
papel na proteção à saúde.
VIGILÂNCIA DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

Com o intuito de realizar adequadamente a vigilância epidemiológica das doenças transmissíveis,


o sistema de vigilância utiliza diferentes condutas relacionadas a cada uma delas.

Como integrante da equipe de saúde é muito importante que o Técnico de Enfermagem e o


Enfermeiro, adquira conhecimentos sobre o comportamento das diversas doenças transmissíveis
e as medidas gerais de profilaxia e controle, pois isto lhe possibilitará maior segurança ao atuar
nas intervenções que visam à redução da incidência e/ou prevalência de doenças que ainda
constituem problemas de saúde coletiva no país.

Você também pode gostar