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Apostila – Saúde Coletiva

Professora: Karla Helloyse

Curso: Técnico de Enfermagem


EMENTA DA DISCIPLINA

• Sistema Único de Saúde: Princípios do SUS;

• Níveis de prevenção, serviços de saúde, equipe, visitas


domiciliares e ACS;

• Programa de assistência à saúde da mulher;

• Assistência pré-natal e métodos contraceptivos;

• Programa de prevenção ao câncer de colo de útero e


câncer de mama;

• Programa de assistência ao lactente, crescimento e


desenvolvimento;

• Assistência a criança em estado patológico: Desnutrição,


desidratação, diarréia, infecções respiratórias agudas (gripe
e pneumonia).
COMO SURGIU O SUS?

A 8ª CNS (1986) : Foi a primeira conferência a ser aberta a sociedade,


além disso foi muito importante na propagação da reforma sanitária.

O SUS foi criado em 1988 pela (CF) e regulamentado pela lei orgânica de
saúde n° 8.080/90(Define as diretrizes para a organização e
funcionamento do SUS).

 A lei orgânica de saúde n° 8.142/90: Regulamentou o controle social,


ou seja, a participação dos usuários (população) na gestão do serviço
através das CNS.

 ’A SAÚDE É DIREITO DE TODOS E DEVER DO ESTADO’’

 O SUS em conjunto com as demais políticas, deve atuar:

• Na promoção da saúde, prevenção de ocorrência de agravos e


recuperação dos doentes.

• A gestão das ações e dos serviços de saúde deve ser solidária e


participativa entre os três entes da Federação: a União, os Estados
e os Municípios.

 Do sistema (SUS) fazem parte:

• Os centros e postos de saúde, hospitais( incluindo os


universitários), laboratórios, hemocentros (bancos de sangue);
• Além de fundações e institutos de pesquisa como a Fiocruz e o
instituto vital Brasil.

• Os serviços de vigilância sanitária, vigilância epidemiológica,


vigilância ambiental e vigilância em saúde do trabalhador;

Ações da Vigilância Sanitária:


 Ações da VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
• É um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a
detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva,
com a finalidade de recomendar , adotar e avaliar programas de
intervenções, prevenção, controle das doenças e erradicação;

• Identificar fatores de risco e determinantes das enfermidades e


outros agravos à saúde;

• Descrever características dos casos, formas clínicas, modo de


transmissão, grupos de maior risco, curso da doença.

• SINAN: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN é


alimentado, principalmente, pela notificação e investigação de
casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de
doenças de notificação compulsória).
 Ações da VIGILÂNCIA AMBIENTAL
• É um conjunto de ações que proporciona o conhecimento e a
detecção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde
humana, com a finalidade de identificar as medidas de prevenção e
controle dos fatores de risco.

• A Epidemiologia ambiental utiliza informações sobre:

• Os fatores de risco existentes (físicos, químicos, biológicos,


mecânicos, ergonômicos ou psicossociais);

• As características especiais do ambiente que interferem no padrão


de saúde da população;

• E os efeitos adversos à saúde relacionados à exposição a fatores de


risco ambientais.
• A Vigilância Ambiental em Saúde deverá dispor de informações
específicas dos seguintes sistemas:

a) Sistema de Informação de Vigilância em Saúde de Fatores Biológicos;

b) Sistema de Informação de Vigilância em Saúde de Contaminantes


Ambientais;

c) Sistema de Informação de Vigilância em Saúde Relacionado à Qualidade


da Água de Consumo Humano (Siságua);

d) Sistema de Informação de Vigilância em Saúde Relacionado à Qualidade


do Ar;

e) Sistema de Informação de Vigilância em Saúde Relacionado à Qualidade


do Solo

f) Sistema de Informação de Vigilância em Saúde Relacionado a Desastres


Naturais;

g) Sistema de Informação de Vigilância em Saúde Relacionado a Acidentes


com Produtos Perigosos; e

h) outros sistemas que se fizerem necessários.


 Ações da Vigilância em Saúde do Trabalhador
• A atividade VISAT deve estabelecer uma intervenção e negociação
de controle e mudanças no processo de trabalho, em sua base
tecnológica ou de organização do trabalho, o que virtualmente,
poderá eliminar o risco de acidentes e adoecimento relacionado ao
trabalho.

• É um dos componentes do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde.


Visa à promoção da saúde e a redução da morbimortalidade da
população trabalhadora.

Diretrizes do SUS
Princípios organizativos do SUS:

 Princípios Doutrinários do SUS:


• Universalidade: Acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de
assistência sem distinção ou restrições;

• Integralidade:O SUS deve oferecer a atenção necessária a saúde da


população, promovendo ações contínuas de prevenção e
tratamento aos indíviduos, em quaisquer níveis de complexidade;

• Equidade: Distribuição de recursos aqueles que mais necessitam de


atenção e cuidados (Justiça Social).
O nível primário de atenção à saúde: Corresponde a 80%

serve para o atendimento inicial ou de casos mais simples. Ele não dispõe
de tratamentos mais complexos, tendo foco em marcações de consultas e
em procedimentos e exames básicos, como curativos, radiografias e
eletrocardiogramas. É o tipo de trabalho realizado pelas Unidades Básicas
de Saúde (UBS). É também neste nível em que são organizadas as ações
para a promoção da saúde pública em espaços comunitários, como em
escolas e universidades.

No nível secundário: Corresponde a 15%

Entram as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), bem como


ambulatórios e hospitais que oferecem atendimento especializado. A
complexidade é maior que a do nível primário, mas ainda não como a do
terciário. É aqui que aparecem os primeiros especialistas em áreas como
cardiologia, oftalmologia, endocrinologia, etc.

Este é o nível mais complexo, o terciário: Corresponde a 5%

Onde entram os grandes hospitais e os equipamentos mais avançados,


como aparelhos de ressonância magnética, além de profissionais
altamente especializados, como cirurgiões. Isso porque é no nível terciário
de atenção à saúde que acontecem as cirurgias e são atendidos os
pacientes com enfermidades que apresentam riscos contra suas vidas.

 Conferência Nacional de Saúde:


• É um espaço democrático da construção do espaço da política de
saúde;

• O encontro é entre representantes do governo, profissionais da


saúde, movimentos sociais, e a comunidade em geral;

• Reúnem-se para discutir a saúde das pessoas e a situação de


sistema de saúde da população;

• Foi regida pela lei 8.142/90;

• As conferências acontecem a cada 4 anos.

• As deliberações discutidas nas Conferências Nacionais de Saúde são


resultantes dos debates ocorridos nos estados, através das
Conferências Estaduais, que, por sua vez, resultam das propostas
decorrentes das Conferências Municipais;

• A fim de manter equilíbrio dos interesses envolvidos, a distribuição


das vagas é paritária, ou seja, 50% de usuários, 25% dos
profissionais de saúde e 25% de prestadores de serviço e gestores.
Conselho de Saúde:
• Órgão colegiado, deliberativo e permanente do Sistema Único de
Saúde (SUS) em cada esfera de governo;

• Fiscaliza os serviços prestados pelo munícipio e faz a ponte entre


prefeitura e os cidadãos;

• As reuniões dos conselhos acontecem mensalmente.

Quais são as atribuições do Conselho Municipal de Saúde?

Em sua função de elaborar e controlar a execução da política pública da


saúde regional, o Conselho Municipal de Saúde possui as seguintes
responsabilidades:

 Controlar o dinheiro da saúde;


 Monitorar a execução das ações na área da saúde;
 Participar da formulação das metas para a área da saúde;
 Reunir-se ao menos uma vez por mês;
 Acompanhar as verbas que são encaminhadas pelo SUS e também os
repasses de programas federais.
 Programa de Saúde da Família (PSF) foi criado em 1994, e
seu principal propósito foi:
• Desenvolver ações de promoção e proteção à saúde do indivíduo,
da família e da comunidade;

• Utilizando o trabalho em equipe de saúde, responsáveis pelo


atendimento na unidade local de saúde e na comunidade, no nível
de atenção primária.

 Objetivos do PSF:
• Melhoras a saúde da população, por meio de um modelo de
assistência voltado a família e à comunidade;

• Prestar atendimento básico de saúde de forma integral, a cada


membro da família, também no domicílio;

• Organizar o acesso ao sistema de saúde;

• Ampliar a cobertura e melhorar a qualidade do atendimento.


 A partir de 1996, o PSF passa a ser considerado não mais como um
programa, mas sim uma Estratégia, que visou:

• A reorganização da atenção básica no país;

• A estratégia de expansão, qualificação e consolidação da atenção


básica;

• E a ampliação da resolutividade e impacto na situação de saúde das


pessoas e coletividades.

Tornando-se assim: A ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA


(ESF)
• A Estratégia Saúde da Família (ESF) :

• Leva serviços multidisciplinares às comunidades por meio das


Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

 Com a implantação da ESF e o fortalecimento da Atenção Básica


(AB), foi fundamental a aprovação da Política Nacional da Atenção
Básica (PNAB), traduzida no Pacto pela saúde, em fevereiro de
2006.

 Fundamentos da PNAB, 2006:

• Acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade e


resolutivos;
• Efetivação da integralidade em suas várias dimensões;

• Valorização dos profissionais de saúde por meio de formação e


capacitação;

• Realização de avaliação e monitoramento sistemático dos


resultados;

• Estímulo a participação e controle social.

 Composição das equipes de Saúde da Família: São compostas no


mínimo por:

• Um médico generalista ou especialista em Saúde da Família;

• Um enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família;

• Um técnico de enfermagem;

• 6 agentes comunitários de saúde (ACS).

Quando as equipes de saúde da família são ampliadas , conta ainda


com: Cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da Família,
auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal.

Com jornada de trabalho de 40 horas semanais para todos os seus


integrantes

Cada equipe responsabiliza-se pelo acompanhamento de, no máximo, 4


mil habitantes;

Sendo a média recomendada de 3 mil habitantes de uma determinada


área, e estas passam a ter corresponsabilidades no cuidado à saúde;

O número de ACS deve cobrir 100% da população cadastrada, com um


máximo de 750 pessoas por ACS.
 A Estratégia Saúde da Família:
• Caracteriza-se como porta de entrada de um sistema hierarquizado
e regionalizado de saúde;

• Deve ser constituído por um território definido, com uma população


delimitada, sob sua responsabilidade;

Deve intervir sobre os fatores de risco aos quais as comunidades estão


expostas, por meio de assistência integral e de qualidade

 Segundo a PNAB, 2006 as características do processo de trabalho da


Saúde da Família são:

• Manter atualizado o cadastramento das famílias e dos indivíduos;

• Definição precisa do território de atuação;

• Diagnóstico, programação e implementação das atividades,


segundo critérios de risco à saúde;

• Prática do cuidado familiar ampliado;

• Trabalho interdisciplinar e em equipe

• Desde 2006, a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)


reconhece Saúde da Família como modelo substitutivo e
reorganizador da Atenção Básica;

• Cabe à Saúde da família, por meio da atuação dos seus profissionais


e garantida pela administração municipal, a execução da PNAB
 Atribuições do profissional Técnico de Enfermagem na Estratégia
Saúde da Família:

• Participar das atividades de assistência básica, realizar


procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão USF e,
quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou no demais
espaços comunitários;

• Realizar ações de educação em saúde a grupos específicos e a


família em situação de risco, conforme planejamento da equipe

• Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o


funcionamento da USF.

 Na UBS, é possível receber atendimentos básicos e gratuitos em


Pediatria, Ginecologia, Clínica Geral, Enfermagem e Odontologia;

 Os principais serviços oferecidos são:


• Consultas médicas;

• Inalações, injeções, curativos;

• Vacinas;

• Tratamento odontológico, encaminhamentos para especialidades;

E fornecimento de medicação básica


 Outro instrumento utilizado pela EFS é a VISITA
DOMICILIAR:

Objetivos:
• Conhecer o domicílio e suas características ambientais,
identificando socioeconômicas e culturais;

• Identificar fatores de risco individuais e familiares.

Prestar assistência ao paciente no seu próprio domicílio,


especialmente em caso de acamados.

• Auxiliar no controle e prevenção de doenças transmissíveis, agravos


e doenças não transmissíveis, estimulando a adesão ao tratamento,
medicamentoso ou não.

• Promover ações de promoção à saúde, incentivando a mudança de


estilo de vida.

• Intervir precocemente na evolução para complicações e internações


hospitalares.

 Priorização dos grupos de riscos para as visitas domiciliares. São


eles:
Existem quatro portes de UBS:
• UBS I abriga, no mínimo, uma equipe de Saúde da Família.

• UBS II abriga, no mínimo, duas equipes de Saúde da Família.

• UBS III abriga, no mínimo, três equipes de Saúde da Família.

• UBS IV abriga, no mínimo, quatro equipes de Saúde da Família.


 DA INFRAESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA:

• As Unidades Básicas de Saúde (UBS) devem ser construídas de


acordo com as normas do MS;

• Consultório médico/enfermagem; consultório odontológico e


consultório com sanitário; sala multiprofissional de acolhimento à
demanda espontânea; sala de administração e gerência; e sala de
atividades coletivas para os profissionais da atenção básica;

• Área de recepção, local para arquivos e registros; sala de


procedimentos; sala de vacinas;

• Área de dispensação de medicamentos e sala de armazenagem de


medicamentos (quando há dispensação na UBS);

• Sala de inalação coletiva; sala de procedimentos; sala de coleta; sala


de curativos; sala de observação.
 O NASF é uma equipe composta por profissionais de diferentes áreas
de conhecimento, que devem atuar de maneira integrada e apoiando os
profissionais das Equipes Saúde da Família, compartilhando as práticas e
saberes em saúde nos territórios sob responsabilidade destas equipes.

 Quais profissionais podem compor o NASF?

• Médico Acupunturista; Assistente Social; Professor de Educação


Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Médico
Ginecologista/Obstetra; Nutricionista; Médico Pediatra; Psicólogo;
Médico Psiquiatra; Terapeuta Ocupacional; Médico Geriatra;
Médico do Trabalho, profissional com formação em arte e
educação.
 Diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da
Mulher:

• O SUS deve estar orientado e capacitado para a atenção integral à


saúde da mulher;

• Em uma perspectiva que contemple a promoção da saúde, as


necessidades de saúde da população feminina;

• E o controle de patologias mais prevalentes nesse grupo e a


garantia do direito à saúde;

• A Política de Atenção à Saúde da Mulher deverá atingir as mulheres


em todos os ciclos de vida.

 PAISM:

• Diretrizes: Descentralização, hierarquização e regionalização dos


serviços + integralidade e equidade da atenção à saúde;

• Ações: Educativas, preventivas, de diagnóstico, tratamento e


recuperação;

 Assistência a mulher em:

• Ginecologia;

• Pré-natal, parto e puerpério e climatério.


• IST;

• Câncer de colo de útero e de mama;

• Planejamento familiar;

• Outras necessidades identificadas a partir do perfil populacional


feminino em cada região.

 Objetivos Específicos e Estratégias da Política Nacional de Atenção


Integral à Saúde da Mulher:

• Ampliar e qualificar a atenção clínico-ginecológica, inclusive para


as portadoras da infecção pelo HIV e outras DST:

– fortalecer a atenção básica no cuidado com a mulher;

– ampliar o acesso e qualificar a atenção clínico- ginecológica na


rede SUS.

• Estimular a implantação e implementação da assistência em


planejamento familiar, para homens e mulheres, adultos e
adolescentes, no âmbito da atenção integral à saúde:

– ampliar e qualificar a atenção ao planejamento familiar, incluindo


a assistência à infertilidade;

– garantir a oferta de métodos anticoncepcionais para a população


em idade reprodutiva;

-- ampliar o acesso das mulheres às informações sobre as opções de


métodos anticoncepcionais;

– estimular a participação e inclusão de homens e adolescentes nas


ações de planejamento familiar.

• Promover a atenção obstétrica e neonatal, qualificada e


humanizada, incluindo a assistência ao abortamento em condições
inseguras, para mulheres e adolescentes:

– construir, em parceria com outros atores, um Pacto Nacional


pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal;
– qualificar a assistência obstétrica e neonatal nos estados e
municípios;

– organizar rede de serviços de atenção obstétrica e neonatal,


garantindo atendimento à gestante de alto risco e em situações de
urgência/emergência, incluindo mecanismos de referência e contra-
referência;

– apoiar a expansão da rede laboratorial;

– garantir a oferta de ácido fólico e sulfato ferroso para todas as


gestantes;

• Promover a atenção às mulheres e adolescentes em situação de


violência doméstica e sexual:

– organizar redes integradas de atenção às mulheres em situação


de violência sexual e doméstica;

– promover ações preventivas em relação à violência doméstica e


sexual.

• Reduzir a morbimortalidade por câncer na população feminina:

– organizar em municípios redes de referência e contra-referência


para o diagnóstico e o tratamento de câncer de colo uterino e de
mama;

– garantir o cumprimento da Lei Federal que prevê a cirurgia de


reconstrução mamária nas mulheres que realizaram mastectomia;

– oferecer o teste anti-HIV e de sífilis para as mulheres,


especialmente aquelas com diagnóstico de IST, HPV e/ou lesões
intra-epiteliais de alto grau/câncer invasor.

• Implantar um modelo de atenção à saúde mental das mulheres


sob o enfoque de gênero:

– melhorar a informação sobre as mulheres portadoras de


transtornos mentais no SUS;
– qualificar a atenção à saúde mental das mulheres.

• Implantar e implementar a atenção à saúde da mulher no


climatério:

– ampliar o acesso e qualificar a atenção às mulheres no climatério


na rede SUS.

• Promover a atenção à saúde da mulher na terceira idade:

– incluir a abordagem às especificidades da atenção a saúde da


mulher na Política de Atenção à Saúde do Idoso no SUS;

– incentivar a incorporação do enfoque de gênero na Atenção à


Saúde do Idoso no SUS.

• Promover a atenção à saúde das trabalhadoras do campo e da


cidade:

– implementar ações de vigilância e atenção à saúde da


trabalhadora da cidade e do campo, do setor formal e informal;

– introduzir nas políticas de saúde e nos movimentos sociais a


noção de direitos das mulheres trabalhadoras relacionados à saúde.

• Promover a atenção à saúde da mulher indígena:

– ampliar e qualificar a atenção integral à saúde da mulher


indígena.

• Promover a atenção à saúde das mulheres em situação de prisão,


incluindo a promoção das ações de prevenção e controle de
doenças sexualmente transmissíveis e da infecção pelo HIV/aids
nessa população:

– ampliar o acesso e qualificar a atenção à saúde das presidiárias.

• Fortalecer a participação e o controle social na definição e


implementação das políticas de atenção integral à saúde das
mulheres:
– promover a integração com o movimento de mulheres feministas
no aperfeiçoamento da política de atenção integral à saúde da
mulher.
 Conceito:

• O câncer do colo do útero é caracterizado pela replicação


desordenada do epitélio de revestimento do órgão;

 Há duas principais categorias de carcinomas invasores do colo do


útero:

• O carcinoma epidermóide, tipo mais incidente e que acomete o


epitélio escamoso (representa cerca de 90% dos casos)

• E o adenocarcinoma, tipo mais raro e que acomete o epitélio


glandular (cerca de 10% dos casos).

• É uma doença de desenvolvimento lento, que pode cursar sem


sintomas em fase inicial;

• Pode evoluir para quadros de sangramento vaginal intermitente ou


após a relação sexual;

• Secreção vaginal anormal e dor abdominal associada com queixas


urinárias ou intestinais nos casos mais avançados.
Magnitude

• Com aproximadamente 530 mil casos novos por ano no mundo, o


câncer do colo do útero é o quarto tipo de câncer mais comum
entre as mulheres;

• Ele é responsável por 265 mil óbitos por ano, sendo a quarta causa
mais freqüente de morte por câncer em mulheres.

 Fatores de Risco:

• O câncer de colo de útero está associado à infecção persistente por


subtipos oncogênicos do vírus do HPV (Papilomavírus Humano),
especialmente o HPV-16 e o HPV-18, responsáveis por cerca de 70%
dos cânceres cervicais;

 Além de aspectos relacionados à própria infecção pelo HPV, outros


fatores ligados podem ser:

• O tabagismo;

• A iniciação sexual precoce;

• A multiplicidade de parceiros sexuais;

• E o uso de contraceptivos orais são considerados fatores de risco


para o desenvolvimento de câncer do colo do útero
A Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (2013)
define, nos artigos 21 ao 25, as responsabilidades dos gestores do
SUS na condução das ações nesta área. São elas:

 Competências dos vários níveis de gestão

• Art. 21. São responsabilidades do Ministério da Saúde e das


Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, em seu âmbito de atuação:

• organizar a Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças


Crônicas no âmbito do SUS, considerando-se todos os pontos de
atenção, bem como os sistemas logísticos e de apoio necessários
para garantir a oferta de ações de promoção, prevenção, detecção
precoce, diagnóstico, tratamento e cuidados paliativos, de forma
oportuna, para o controle do câncer;

• ter atuação territorial, com definição e organização da rede nas


regiões de saúde, a partir do perfil epidemiológico do câncer e das
necessidades de saúde; III - reorientar o modelo de atenção às
pessoas com câncer com base nos fundamentos e diretrizes desta
Política e da Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças
Crônicas no âmbito do SUS;

 Promoção da Saúde:

• Ações que atuem sobre os determinantes sociais do processo


saúde-doença e promovam qualidade de vida;

• Para o controle do câncer do colo do útero, o acesso à informação e


a redução das dificuldades de acesso aos serviços de saúde são
questões centrais a serem garantidas;

• O INCA desenvolve ações de informação e comunicação em saúde


que servem de subsídios aos gestores para o planejamento das suas
atividades.
 Prevenção:

• A prevenção primária do câncer do colo do útero está relacionada à


diminuição do risco de contágio pelo papilomavírus humano (HPV);

• A transmissão da infecção pelo HPV ocorre por via sexual;

• Consequentemente, o uso de preservativos (camisinha) durante a


relação sexual com penetração protege parcialmente do contágio
pelo HPV, que também pode ocorrer através do contato com a pele
da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal.

• A principal forma de prevenção, entretanto, é a vacina contra o


HPV;

• O Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal, em


2014, a vacina tetravalente contra o HPV para meninas e em 2017,
para meninos;

• Esta vacina protege contra os subtipos 6, 11, 16 e 18 do HPV.

• A vacinação, em conjunto com o exame preventivo (Papanicolaou),


se complementam como ações de prevenção deste câncer.

Detecção precoce:

• O rastreamento do câncer do colo do útero se baseia na história


natural da doença e no reconhecimento de que o câncer invasivo
evolui a partir de lesões precursoras que podem ser detectadas e
tratadas adequadamente, impedindo a progressão para o câncer;


O método principal e mais amplamente utilizado para rastreamento
do câncer do colo do útero é o teste de Papanicolaou (exame
citopatológico do colo do útero);

• Segundo a OMS, com uma cobertura da população-alvo de, no


mínimo, 80% e a garantia de diagnóstico e tratamento adequados
dos casos alterados, é possível reduzir, em média, de 60 a 90% a
incidência do câncer cervical invasivo.
Tratamento:

• O tratamento do câncer do colo do útero, conforme prevê a


Política Nacional de Atenção Oncológica:

• Deve ser feito nas Unidades de Assistência de Alta Complexidade


em Oncologia (Unacon)

• Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon),


que fazem parte de hospitais de nível terciário.

• Este nível de atenção deve estar capacitado tratar, cuidar e


assegurar a qualidade da assistência oncológica.

 Paraíba

• Campina Grande

- Hospital da Fundação Assistência da Paraíba/FAP (Unacon com


serviço de Radioterapia);

- Hospital Universitário Alcides Carneiro/Universidade Federal de


Campina Grande (Unacon serviço de Oncologia Pediátrica)

• João Pessoa

- Hospital Napoleão Laureano (Cacon com serviço de Oncologia


Pediátrica)

- Hospital São Vicente de Paula/Instituto Walfredo Guedes Pereira


(Unacon)
Entre os tratamentos mais comuns para o câncer do colo do útero
estão:

• A cirurgia;

• Radioterapia.  O tipo de tratamento dependerá do estadiamento


da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade e
desejo de preservação da fertilidade.

 Câncer de Mama:

• É o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no


Brasil, respondendo por cerca de 28% dos casos novos a cada ano;

• Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta idade sua


incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos.
 Prevenção:

• Não é totalmente possível em função da multiplicidade de fatores


relacionados ao surgimento da doença;

• De modo geral, a prevenção baseia-se no controle dos fatores de


risco e no estímulo aos fatores protetores, especificamente aqueles
considerados modificáveis;

• Estima-se que por meio da alimentação, nutrição e atividade física é


possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer
de mama.

 Sintomas:

• O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais:

• Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a principal


manifestação da doença, estando presente em cerca de 90% dos
casos quando o câncer é percebido pela própria mulher;

• Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de


laranja;

• Alterações no bico do peito (mamilo);

• Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço;


• Saída de líquido anormal das mamas;

- Esses sinais e sintomas devem sempre ser investigados, porém


podem estar relacionados a doenças benignas da mama.

 Detecção precoce:

• A orientação atual é que a mulher faça a observação e a auto-


palpação das mamas;

• Mamografia de rastreamento;

• A recomendação no Brasil, atualizada em 2015, é que mulheres


entre 50 e 69 anos façam uma mamografia a cada dois anos.

• Mulheres consideradas de risco elevado para o câncer de mama


são aquelas que tem os seguintes históricos de câncer em
familiares consanguíneos:

• Vários casos de câncer de mama, sobretudo em idade jovem;

• Histórico de câncer de ovário;

• Histórico de câncer de mama em homem.

 Tratamento:

• As modalidades de tratamento do câncer de mama podem ser


divididas em:

- Tratamento local: cirurgia e radioterapia (além de reconstrução


mamária)

- Tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia e terapia


biológica

 Estágios I e II:

• A conduta habitual consiste de cirurgia, que pode ser conservadora,


com retirada apenas do tumor ; ou mastectomia, com retirada da
mama e reconstrução mamária.
• Após a cirurgia, o tratamento complementar com radioterapia pode
ser indicado em algumas situações.

Estágio III

• Pacientes com tumores maiores, porém ainda localizados,


enquadram-se no estádio III.

• Nessa situação, o tratamento sistêmico (na maioria das vezes, com


quimioterapia) é a modalidade terapêutica inicial .

• Após resposta adequada, segue-se com o tratamento local (cirurgia


e radioterapia).

Estágio IV

• Nesse estádio, é fundamental que a decisão terapêutica busque o


equilíbrio entre a resposta tumoral e o prolongamento da
sobrevida.

• A modalidade principal nesse estádio é sistêmica (quimioterapia),


sendo o tratamento local reservado para indicações restritas.

• Atenção à qualidade de vida da paciente com câncer de mama deve


ser preocupação dos profissionais de saúde ao longo de todo o
processo terapêutico.

O tratamento do câncer de mama, conforme prevê a Política Nacional


de Prevenção e Controle do Câncer, deve ser feito por meio das:

• Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia


(Unacon);

• Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia


(Cacon), que fazem parte de hospitais de nível terciário.
• É um conjunto de ações que auxiliam homens e mulheres a
planejar a chegada dos filhos, e também a prevenir gravidez
indesejada.
 O que são métodos contraceptivos?

• São maneiras, medicamentos, objetos e cirurgias usados pelas


pessoas para evitar a gravidez;

• Existem métodos femininos e masculinos;

• Existem métodos considerados reversíveis

Existem métodos considerados irreversíveis.

 Pílulas anticoncepcionais:

• FEITAS DE HORMÔNIOS PARECIDOS COM OS HORMÔNIOS


PRODUZIDOS PELOS OVARIOS DA MULHER (estrogênio e a
progesterona.)

• São muito eficazes quando usadas corretamente. Agem impedindo


a ovulação.

• Também atuam dificultando a passagem dos espermatozóides para


o interior do útero.

 Injeções anticoncepcionais :
 FEITAS DE HORMÔNIOS PARECIDOS COM OS HORMÔNIOS
PRODUZIDOS PELOS OVARIOS DA MULHER (estrogênio e a
progesterona.)

• Agem impedindo a ovulação.

• Também atuam dificultando a passagem dos espermatozóides para


o interior do útero.

 Existem dois tipos de injeção anticoncepcional: A injeção


aplicada uma vez por mês, que é a injeção mensal, e a injeção
aplicada de três em três meses, que é a injeção trimestral

Camisinha masculina

 Camisinha feminina

 Diafragma: É uma capa flexível de borracha ou de silicone, com uma


borda em forma de anel, que é colocada na vagina para cobrir o
colo do útero. (Evita a gravidez impedindo a entrada dos
espermatozóides dentro do útero.)

Espermicida:

• É uma substância química que recobre a vagina e o colo do útero,


impedindo a penetração dos espermatozóides no útero destruindo-
os.

• Pode ser usado sozinho ou combinado com o diafragma.

• O espermicida é eficaz por um período de uma hora após a sua


aplicação.
Dispositivo intra-uterino – DIU É um pequeno objeto de plástico,
que contém hormônio, é colocado no interior do útero para evitar
a gravidez.

• O DIU não provoca aborto, porque atua antes da fecundação.

• O DIU recoberto com cobre age inativando ou matando os


espermatozóides.

• Existem diversos modelos de DIU. O mais usado é o “T” de cobre.


Chama-se assim, porque tem a forma da letra T e é recoberto com
fios de cobre.

Tabela:

• É um método que se baseia na observação de vários ciclos


menstruais, para determinar o período fértil do ciclo menstrual
da mulher.
• A eficácia da tabela depende de seu uso correto e da cooperação
de ambos os parceiros. A tabela requer disciplina, conhecimento
do funcionamento do corpo e observação atenta.
• A tabela é individual, cada mulher tem que fazer a sua.

 Adesivo Anticoncepcional:
• Também chamado de patch, é um material aderente que deve ser
colado na pele da mulher e permanecer na mesma posição por uma
semana.
• Esse método contraceptivo possui em sua fórmula a combinação de
dois hormônios: progestogênio e o estrogênio, que são liberados na
circulação de forma contínua por sete dias.
• O primeiro adesivo deve ser colocado no primeiro dia da
menstruação.
• Os adesivos vêm em três unidades para serem usados de forma
consecutiva.
• Após as três semanas de uso, é necessário fazer uma semana de
pausa.
• Pode ser colocado em diversos locais do corpo, como braço, abaixo
da barriga, nas costas ou na nádega.
• A cada nova aplicação troque de lugar.

 Pílula anticoncepcional de emergência


• É um método utilizado para evitar uma gravidez indesejada após
uma relação sexual
• desprotegida.
• A pílula anticoncepcional de emergência também é conhecida como
pílula do dia seguinte.
• A pílula anticoncepcional de emergência ajuda a diminuir o número
de abortos provocados, na medida em que evita a gravidez não
desejada.
• A pílula anticoncepcional de emergência age impedindo ou
retardando a ovulação e diminuindo a capacidade dos
espermatozóides de fecundarem o óvulo.
• A pílula anticoncepcional de emergência não é abortiva, porque
ela não interrompe uma gravidez já estabelecida.
A pílula anticoncepcional de emergência não deve ser usada como
método anticoncepcional de rotina.

 Laqueadura de Trompas:
• É uma cirurgia simples realizada na mulher para evitar a gravidez. É
um método anticoncepcional;
• Pode ser considerado permanente ou irreversível, porque, depois
de feita a cirurgia, é muito difícil recuperar a capacidade de ter
filhos.
• Nessa cirurgia, as duas trompas podem ser cortadas e amarradas,
cauterizadas, ou fechadas com grampos ou anéis.
• A laqueadura de trompas age impedindo que os espermatozóides
se encontrem com o óvulo;
• Pode ser realizada por diferentes técnicas cirúrgicas. É necessário
usar anestesia, que pode ser geral o raquianestesia, e a mulher
pode ficar internada, de algumas horas até um ou dois dias.
• A ligadura de trompas não diminui o prazer sexual da mulher.
 Vasectomia:
• É uma cirurgia simples, segura e rápida, que se faz em homens que
não desejam mais ter filhos;
• Nessa cirurgia, os canais deferentes são cortados e amarrados,
cauterizados, ou fechados com grampos.
• É uma cirurgia simples, que pode ser feita em ambulatório, com
anestesia local e o homem não precisa ficar internado.
• A vasectomia age impedindo que os espermatozóides se encontrem
com o óvulo.
 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL

• O crescimento e o desenvolvimento são eixos referenciais para


todas as atividades de atenção à criança e ao adolescente sob os
aspectos biológico, afetivo, psíquico e social.
-- > Prioridades estabelecidas pelo Ministério da Saúde:
• promoção do aleitamento materno;
• Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento;
• imunizações, prevenção e controle das doenças diarréicas e das
infecções respiratórias agudas.
• As normas para o acompanhamento do crescimento e
desenvolvimento foram gradativamente incorporadas às atividades
do PACS e da ESF...

 Crescimento e desenvolvimento infantil:


• Crescimento x Desenvolvimento:
- Crescimento: É o processo global, dinâmico e contínuo, que se
expressa pelo aumento da massa corporal.
- Desenvolvimento: Inclui crescimento, maturação, aprendizagem, e
aspectos psiquicos e sociais.
 Fatores que influenciam no crescimento:
• O crescimento é um processo biológico, de multiplicação e aumento
do tamanho celular, expresso pelo aumento do tamanho corporal;
• Todo indivíduo nasce com um potencial genético de crescimento,
que poderá ou não ser atingido, dependendo das condições de vida
a que esteja submetido desde a concepção até a idade adulta;
• Portanto, pode-se dizer que o crescimento sofre influências de
fatores intrínsecos (genéticos, metabólicos e malformações;

• e de fatores extrínsecos, dentre os quais destacam-se a


alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os cuidados gerais
com a criança;
• Observação: Nas crianças menores de cinco anos, a influência dos
fatores ambientais é um fator muito importante para expressão de
seu potencial de crescimento.

Fatores que influenciam no desenvolvimento:

• O desenvolvimento sofre a influência contínua de fatores


intrínsecos e extrínsecos que provocam variações de um indivíduo
para outro;
• Os fatores intrínsecos determinam as características físicas da
criança, a cor dos seus olhos e outros atributos geneticamente
determinados.
• Os fatores extrínsecos começam a atuar desde a concepção,
estando diretamente relacionados com o ambiente da vida
intrauterina, proporcionado pela mãe por meio das suas condições
de saúde e nutrição;
• Além disso, mãe e feto sofrem os efeitos do ambiente que os
circunda;
• Observação: Crescimento e Desenvolvimento (C.D.) fazem parte do
mesmo processo, porém exigem abordagens diferentes e
específicas para sua percepção, descrição e avaliação.
 Para o acompanhamento do crescimento, desenvolvimento e saúde
da criança, existe a Caderneta de Saúde da Criança, e ela serve
como instrumento para a família e os profissionais de saúde nos
cuidados com a criança.
 Doenças Prevalentes na Infância:

 Diarréia: Ocorre quando a perda de água e eletrólitos nas


fezes é maior do que o normal, resultando no aumento do
volume e da frequência das evacuações e diminuição da
consistência das fezes;

 Diarréia é geralmente definida como a ocorrência de 3 ou


mais evacuações amolecidas ou líquidas em um período de
24h;

 A diarréia com sangue é chamada de melena.

 Tipos de Diarréia:
• Infecciosa – a maioria dos patógenos ( bactérias, parasitas, vírus)
são disseminados por via fecal-oral, através dos alimentos e água
contaminados. O rotavírus é a causa mais importante de
gastroenterites graves em crianças;
• Não infecciosa – Alergias, deficiências imunológicas, intolerâncias
alimentares.

 Classificação quanto ao tempo:

• Aguda: Frequentemente associada a um agente infeccioso. É


autolimitada , com duração menor que 14 dias, resolvendo sem
tratamento específico se não ocorrer desidratação;

• Crônica: Possui duração maior que 14 dias. Está associada à


síndrome de má absorção, doença inflamatória intestinal, alergia
alimentar, intolerância a lactose, tratamento inadequado da
diarréia aguda.

 Uma criança com diarréia deve-se avaliar os seguintes aspectos:


• Por quanto tempo a criança tem apresentado a diarréia;

• Se há sinais de desidratação;

• Se há sangue nas fezes.

 Classificar a diarréia:

• Todas as crianças com diarréia são classificadas quanto ao estado


de hidratação;

• Caso a criança tenha apresentado diarréia por mais de 14 dias,


classificar a diarréia como persistente;

•  Complicações da Diarréia:

• Desidratação;

• Distúrbio hidroeletrolítico;

• Desnutrição – Decorrente da inapetência e vômitos, mau


aproveitamento dos alimentos e catabolismo aumentado.

• Desidratação: Desidratação é uma doença potencialmente grave


que se caracteriza pela baixa concentração não só de água, mas
também de sais minerais e líquidos orgânicos no corpo.

 Sinais e sintomas da desidratação:

• Depressão da fontanela;

• Ausência de lágrimas;

• Lábios ressecados;

• Pulso fraco;

• Oligúria;

• Prostração;

• Turgor e elasticidade da pele diminuídos; Desmaio, tontura e


confusão mental.
 Tratamento: O leite materno é o recurso ideal para o tratamento da
desidratação nos primeiros seis meses de vida da criança;

• Nos casos de desidratação leve e moderada, beber muita água


filtrada ou fervida em goles pequenos e intervalos curtos pode ser o
suficiente para reidratar o organismo;

• Observação: A hidratação oral é eficaz, segura, e conveniente,


comparada à hidratação IV.

• Deve ser utilizada em crianças com desidratação leve a moderada,


capazes de ingerir, a menos que apresentem vômitos ou distúrbios
de base.

• Crianças com desidratação grave (p. ex., evidência de


comprometimento circulatório) devem receber hidratação IV (soro
glicofisiológico SG 5%+SF 0,9%);
• Aquelas incapazes de ingerir líquidos ou que apresentam vômitos
de repetição podem receber hidratação IV, por sonda nasogástrica
ou, algumas vezes, por boca, com a administração frequente de
pequenas quantidades.

 Cuidados de Enfermagem:

• Avaliar a criança a cada hora para verificar se estão recebendo o


SRO corretamente e para monitorar a perda de líquidos;

• Fazer uma reavaliação completa do estado de desidratação da


criança ao fim de 4 horas e seguir o plano de tratamento adequado
para a desidratação do doente.

 Desnutrição:

• Desnutrição é um estado patológico causado pela falta de ingestão


ou absorção de nutrientes;

• Dependendo da gravidade, a doença pode ser dividida em primeiro,


segundo e terceiro grau;

• Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a desnutrição


contribui com mais de um terço das mortes de crianças no mundo

 Causas da Desnutrição:

• Falta de acesso a alimentos com alto valor nutritivo;


• Hábitos alimentares pobres, tais como amamentação inadequada,
ingestão de alimentos pouco nutritivos e a falta de instrução sobre
o valor nutricional;

• Infecções frequentes ou persistentes, como diarréia e pneumonia.

 Os nutrientes com maiores índices de deficiência são:

• Ferro

• Zinco

• Cálcio

• Vitamina A

• Vitamina E

• Vitamina C

• Vitamida D

Fatores de risco

• Crianças provenientes de famílias de baixa renda apresentam um


risco maior relacionado a deficiências alimentares.

• Além disso, condições sanitárias precárias contribuem para o


aparecimento de infecções, parasitoses e da desnutrição.

 Os sintomas de desnutrição em crianças podem incluir:

• Incapacidade de crescer dentro da taxa esperada;

• Mudanças de comportamento, como sentir irritação, ansiedade ou


letargia;

• Mudanças na cor dos cabelos e cor da pele.

 Tratamento de Desnutrição

• Dieta e educação alimentar

• A dieta deve possibilitar a reposição, manutenção e reserva


adequadas de nutrientes no organismo.
• Para tanto, deve ser elaborada e acompanhada por um nutricionista
ou nutrólogo.

 Tratamento hospitalar

• Em alguns casos, a desnutrição é tão grave que deve ser tratada no


hospital;

• Nesses casos, a pessoa pode precisar se alimentar por meio de


tubos, como a sonda nasogástrica e a gastrostomia endoscópica;

• A nutrição pode ser feita diretamente na veia.

 Existem alguns tipos de desnutrição, entre eles, podemos citar:


 A desnutrição proteica, ou kwashiorkor produzida por uma
quantidade inadequada de proteína na dieta;

• Os sintomas incluem atraso de crescimento, barriga inchada e


infecções frequentes.

Marasmo ou Desnutrição seca, é uma forma crônica de


desnutrição:

• Na qual a deficiência primariamente de carboidratos e lipídios, em


estágios avançados;
• E é caracterizada por perda muscular e falta de gordura
subcutânea
 Pneumonia Infantil:

• Pneumonia é uma infecção que se instala nos pulmões;

• Basicamente, pneumonias são provocadas pela penetração de um


agente infeccioso ou irritante (bactérias, vírus, fungos e por reações
alérgicas) no espaço alveolar, onde ocorre a troca gasosa.

• Diferentes do vírus da gripe, que é altamente infectante, os agentes


infecciosos da pneumonia não costumam ser transmitidos
facilmente.

 Sintomas da Pneumonia:

- febre alta;
- tosse;
- dor no tórax;
- confusão mental;
- mal-estar generalizado;
- falta de ar;
- secreção de muco purulento de cor amarelada ou esverdeada;
- prostração (fraqueza).

 Fatores de risco:

• ar-condicionado: deixa o ar muito seco, facilitando a infecção por


vírus e bactérias;

• resfriados mal cuidados;

• mudanças bruscas de temperatura.

 Diagnóstico

• Exame clínico, ausculta dos pulmões e radiografias de tórax são


recursos essenciais para o diagnóstico das pneumonias.

 Tratamento

• O tratamento das pneumonias requer o uso de antibióticos;


Oxigenoterapia; Repouso; Hidratação;
• A internação hospitalar pode fazer-se necessária quando a
criança, tem febre alta ou apresenta alterações clínicas
decorrentes da própria pneumonia:

• Dificuldade respiratória caracterizada pela baixa oxigenação do


sangue porque o alvéolo está cheio de secreção e não funciona para
a troca de gases.

 Cuidados de Enfermagem a criança com pneumonia:

• Administrar o antibiótico conforme prescrição médica nos


intervalos de tempos corretos;

• Observar o paciente para náuseas, vômitos, diarréia e erupções;

• Fornecer oxigênio conforme prescrito;

• Monitorar resposta do paciente a terapia;

• Monitorar a ingestão e excreção, à pele e os sinais vitais.


 Programa de Assistência ao Lactente:

• Em 2000, o Ministério da Saúde lançou o Programa de


Humanização do Pré-Natal e Nascimento (PHPN);

• Que objetiva, reorganizar a assistência e vincular formalmente o


pré-natal ao parto e ao puerpério;

E ampliar o acesso das mulheres aos serviços de saúde e garantir a


qualidade da assistência.

 O ministério da Saúde organizou uma grande estratégia, a fim de


qualificar as Redes de Atenção Materno-infantil em todo o país,
com o objetivo de reduzir as taxas, ainda elevadas, de
morbimortalidade materna e infantil no Brasil. Trata-se da:

 ALEITAMENTO MATERNO:
- Vantagens para a mãe e para o bebê. A prática da amamentação
traz inúmeras vantagens.
- Em relação aos benefícios para o bebê, podemos citar:
• A diminuição da morbidade relacionada a infecções, como diarreia,
infecção respiratória, otite média e infecção do trato urinário;
• redução de hospitalizações, especialmente por infecção respiratória
nos primeiros meses de vida;
• redução de alergias, obesidade e doenças crônicas.
 Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB): tem como
fundamentos a Rede Amamenta Brasil e a Estratégia Nacional para
Promoção da Alimentação Complementar Saudável (ENPACS)
• Essa ação busca, através da atuação de equipes da Atenção Básica,
a formação de hábitos alimentares saudáveis na infância resultando
não apenas nos indicadores de consumo alimentar, mas prevenindo
as carências nutricionais, como a anemia, e a obesidade na infância
e por todo o curso da vida.

 Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC): Inserida na Estratégia


Global para a Alimentação de Lactentes e Crianças de Primeira
Infância da OMS e UNICEF e atualmente alinhada aos objetivos da
Rede Cegonha:
• Tem como objetivo favorecer a amamentação a partir de práticas e
orientações no período pré-natal, no atendimento à mãe e ao
recém-nascido ao longo do trabalho de parto e parto, durante a
internação após o parto e nascimento e no retorno ao domicílio,
com apoio das UBS e a comunidade.

 Bancos de Leite Humano (BLH):
• É um centro especializado responsável pela promoção do
aleitamento materno e execução das atividades de coleta,
processamento e controle de qualidade de colostro, leite de
transição e leite humano maduro, para posterior distribuição, sob
prescrição do médico/nutricionista.
 O Brasil possui a maior Rede de Bancos de Leite Humano do
Mundo.
 Método Canguru (MC):
• Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso consiste em
promover o contato pele a pele entre a mãe e o bebê;
• De forma gradual, possibilitando maior vínculo afetivo, estabilidade
térmica, estímulo à amamentação e ao adequado desenvolvimento
do bebê.

 Salas de apoio à amamentação nas empresas (SAA):


• As salas de apoio à amamentação são espaços dentro da empresa
em que a mulher, com conforto, privacidade e segurança, pode
esvaziar as mamas, armazenando seu leite em frascos previamente
esterilizados para;
• Esse leite é mantido em um freezer a uma temperatura controlada
até o fim do dia, com uma etiqueta identificando o nome da mãe, a
data e a hora da coleta;
• No fim do expediente, a mulher pode levar seu leite para casa para
que seja oferecido ao seu filho na sua ausência.
Referências Bibliográficas:

 Portal do Departamento de Atenção Básica – Ministério da Saúde


 Biblioteca Virtual em Saúde
 Livro: SUS: Sistema Único de Saúde: antecedentes, percurso,
perspectivas e desafios
 Livro: Legislação do SUS e Saúde Pública

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