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VIGILÂNCIA E

PROMOÇÃO À SAÚDE
Profª Silvana Gaiba
VIGILÂNCIA A SAÚDE
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
EPIDEMIOLOGIA
• É um termo de origem grega que significa:
epi = sobre
demo = população
logia = estudo
o estudo que afeta a população
Conforme aumentou o conhecimento sobre as doenças infectocontagiosas, no século XIX,
houve evolução do conhecimento epidemiológico e possível controle.
A aplicação do raciocínio epidemiológico no estabelecimento dos fatores determinantes de
outras doenças e agravos ocorreu principalmente no século XX.
Associação Internacional de Epidemiologia
• A Associação Internacional de Epidemiologia (IEA), em seu “Guia de
Métodos de Ensino” (1973), define epidemiologia como:
• “o estudo dos fatores que determinam a frequência e a distribuição das
doenças nas coletividades humanas. Enquanto a clínica dedica-se ao estudo
da doença no indivíduo, analisando caso a caso, a epidemiologia debruça-se
sobre os problemas de saúde em grupos de pessoas, às vezes grupos
pequenos, na maioria das vezes envolvendo populações numerosas”.
Associação Internacional de Epidemiologia
• Principais objetivos da epidemiologia:
I. Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde das
populações humanas.
II. Proporcionar dados essenciais para o planejamento, execução e avaliação das
ações de prevenção, controle e tratamento das doenças, bem como para
estabelecer prioridades.
III. Identificar fatores etiológicos na gênese das enfermidades.
EPIDEMIOLOGIA
• Ciência que estuda o processo saúde-doença na sociedade,
analisando a distribuição e os fatores determinantes das doenças,
danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo
medidas especificas de prevenção, controle ou erradicação de
doenças e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao
planejamento, administração e avaliação das ações de saúde.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
• A vigilância epidemiológica tem a finalidade de conhecer a ocorrência de
doenças e outros agravos considerados prioritários, seus fatores de risco e
suas tendências, além de planejar, executar e avaliar medidas de prevenção e
de controle.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
• Na Lei Orgânica da Saúde – Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990 –,
encontra-se o seguinte conceito:
• Vigilância Epidemiológica é o conjunto de ações que proporcionam o
conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a
finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das
doenças ou agravos.
Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica

• O Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica é um subsistema do


Sistema Único de Saúde (SUS), baseado na informação-decisão-controle de
doenças e agravos específicos. Seus principais objetivos são elaborar,
recomendar e avaliar as medidas de controle e o planejamento.
Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica
(SNVE)
• Na Lei Federal nº 6.259, de 30 de outubro de 1975, que cria o Sistema Nacional de Vigilância
Epidemiológica, destacam-se os seguintes artigos:
• “Art. 8º – É dever de todo cidadão comunicar à autoridade sanitária local a ocorrência de fato,
comprovado ou presumível, de caso de doença transmissível, sendo obrigatória a médicos e
outros profissionais de saúde, no exercício da profissão, bem como aos responsáveis por
organizações e estabelecimentos públicos e particulares de saúde e ensino, a notificação de casos
suspeitos ou confirmados de doenças e agravos.
• Art. 9º – É obrigatório proceder a investigação epidemiológica pertinente à elucidação do
diagnóstico e tomar medidas de controle cabíveis, no caso das doenças do elenco de Doenças de
Notificação Compulsória (DNC).
• Art. 14º – A inobservância da presente lei constitui infração, sujeitando o infrator a penalidades
previstas na Lei nº 6437, de 20/8/1977, artigo 10, itens VI e VII.”
SNVE
• SNVE é um dos componentes do Sistema Único de Saúde (SUS). Sua
política, seus programas e suas ações estão sob a responsabilidade da
Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do MS que, em âmbito nacional,
responde:
• por todas as ações de vigilância, de prevenção e de controle de doenças transmissíveis;
• pela vigilância de fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não
transmissíveis;
• pela saúde ambiental e a do trabalhador; e • pela análise de situação de saúde da
população brasileira
Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS)
• A SVS desenvolve as seguintes funções:
• coordenação de programas de prevenção e de controle de doenças transmissíveis de
relevância nacional, como Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA), dengue,
malária, hepatites virais, doenças imunopreveníveis, leishmaniose, hanseníase,
tuberculose e outras;
• coordenação do Programa Nacional de Imunizações (PNI);
• investigação de surtos de doenças;
• coordenação da rede nacional de laboratórios de saúde pública;
Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS)
• gestão de sistemas de informação de mortalidade, de agravos de notificação compulsória e
de nascidos vivos
• realização de inquéritos de fatores de risco;
• coordenação de doenças e de agravos não transmissíveis;
• análise da situação de saúde, incluindo investigações e inquéritos sobre fatores de risco de
doenças não transmissíveis.
• As competências do SNVE se estendem ao conjunto articulado de instituições
(públicas e privadas) que, direta ou indiretamente, notifica doenças e agravos e
orienta condutas correspondentes.
• São propósitos do SNVE:
• divulgar informações sobre doenças e agravos;
• esclarecer os fatores relacionados à ocorrência de doenças e de agravos em
determinada população, em espaço e tempo delimitados;
• subsidiar o planejamento de ações e a organização dos serviços de atenção à
saúde do SUS.
• O funcionamento do SNVE resulta de um processo complexo que exige articulação
das três esferas de gestão pública (federal, estadual e municipal) para efetivar as
respectivas competências:
• a. Âmbito federal
• estabelece normatizações e rotinas;
• exerce a coordenação dos pactos estaduais;
• repassa recursos para estados e municípios;
• executa ações em caráter complementar junto a estados e municípios.
• b. Âmbito estadual
• monitora e acompanha ações e medidas de prevenção e de controle
definidas;
• executa ações em caráter complementar junto a municípios.
• c. Âmbito municipal
• gerencia e operacionaliza ações e medidas de prevenção e de controle em seu
território.
• As ações de vigilância epidemiológica executadas pelo SNVE, nas três esferas
de gestão do SUS, são desenvolvidas de modo ininterrupto e consistem em
coletar, processar, analisar e interpretar dados; propor medidas de prevenção
e de controle; avaliar a efi cácia e a efetividade de medidas adotadas; e
divulgar informações.
• Com vistas ao aprimoramento do SNVE, periodicamente, é realizada
avaliação das ações de vigilância epidemiológica em todos os níveis do
sistema de saúde, objetivando:
• incluir ou excluir doenças e agravos na lista de notificação compulsória;
• identificar falhas no fluxo e na comunicação de informações; e
• retroalimentar os sistemas de informação.
• Esse processo de avaliação potencializa a oportunidade e a efetividade das
ações e das medidas do SNVE por reduzir a subnotificação (notificação não
formalizada) e a baixa representatividade (não identificação de todos os
subgrupos da população nos quais ocorrem os casos).
• O insumo básico do SNVE é o dado sobre doenças e agravos. A partir do
dado, obtém-se a informação que fundamenta as ações da vigilância
epidemiológica. A qualidade da informação depende da coleta, do
processamento e da análise do dado.
• Os dados coletados e utilizados pela VE são:
• socioeconômicos – relativos à renda, à escolaridade, à ocupação, à religião e à
hábitos (tabagismo e etilismo, por exemplo) e estilos de vida;
• demográficos – caracterizam a população, por exemplo: quantitativo e distribuição
por idade, por sexo, por local de nascimento, por etnia; número de óbitos em
determinado tempo e território e distribuição por idade, por sexo, etnia;
• ambientais – permitem o conhecimento: das redes de coleta de esgoto, de
fornecimento de água, de coleta de lixo; da ocupação e uso do solo e, das condições
de riscos e vulnerabilidades;
• epidemiológicos:
• de morbidade – permitem conhecer doenças e agravos que acometem a população
e identificar tendências temporais, distribuição geográfica e distribuição por grupos
populacionais. São coletados em atendimento ambulatorial e hospitalar, em
investigações epidemiológicas, em resultados laboratoriais, entre outros;
• de mortalidade – provêm da declaração de óbito e permitem conhecer causas
(doenças, agravos, eventos e circunstâncias) e distribuição de morte na população.
A VE utiliza dados de dois tipos de fonte:
• primária – coletados pelas equipes de saúde no território ou na área de
abrangência da Unidade de Saúde;
• secundária – coletados de outros órgãos e de instituídos oficiais municipais,
estaduais e nacionais.
• O registro de dados sobre saúde é realizado em variados sistemas de informação,
que se constituem em fontes para pesquisas e intervenções, inclusive para o SNVE:
• Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE);
• Departamento de Informática do SUS (Datasus);
• Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde;
• Rede Interagencial de Informações para a Saúde (Ripsa) da Biblioteca Virtual em
Saúde (BVS).
• Outras fontes de dados importantes são a imprensa e a população.
• O planejamento, as decisões e as ações de prevenção e de controle de doenças
devem ter como bases a realidade e o contexto nos quais os dados são coletados.
Com a implantação de sistemas informatizados no setor saúde, os dados são
acessados por meios eletrônicos, o que aprimora o registro e a ampliação das
informações.
• Para cada grupo de doenças ou de eventos de interesse em saúde pública, existem
sistemas que coletam dados e disponibilizam informações com o intuito de
contribuir para a defi nição de prioridades, nos diferentes níveis de atenção.
• Em razão da relevância para a VE, alguns sistemas de informação em saúde
se destacam:
• Sistema de Informação de Agravos de Notifi cação (Sinan) – coleta dados
sobre doenças de notifi cação compulsória. Perpassa todas as esferas de
governo, alimentando bancos de dados municipal, estadual e nacional;
• Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) – dados cuja fonte é a
declaração de óbito;
• Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) – dados da declaração de
nascido vivo sobre a gestação, o feto, o parto, a criança nascida e a atenção pré-
natal;
• Sistema de Informações Hospitalares (SIH) – dados sobre hospitalização;
• Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) – atendimentos e
procedimentos ambulatoriais;
• Sistema de Informação em Saúde para Atenção Básica (Sisab) – contempla o
registro das informações produzidas por todas as equipes de atenção básica. É
composto por dois sistemas de captação de dados: Coleta de Dado Simplifi cado
(CDS) e Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC).

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