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Saúde Pública
Vigilância Epidemiológica, Notificação
Compulsória, Registro de Doenças, CID-10
• Vigilância Epidemiológica
• Aspectos Epidemiológicos das Doenças Transmissíveis
• Doenças Transmissíveis de Notificação Compulsória
• Aspectos Epidemiológicos das Doenças e Agravos não
Transmissíveis (DANT)
• Programa Nacional de Imunizações
• Registros da Vigilância Epidemiológica
• CID- 10 – Classificação Estatística Internacional de Doenças e
Problemas Relacionados com a Saúde
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Compreender o contexto histórico no qual surgiu a vigilância
epidemiológica no Brasil.
· Conhecer alguns dos principais conceitos, as fontes de dados e in-
formações que são necessários para o estabelecimento da Vigilân-
cia Epidemiológica.
· Reconhecer as principais doenças e agravos passíveis de vigilância,
bem como os principais registros que devem ser realizados em
sistemas de informação de saúde competente.
· Refletir sobre a importância das imunizações no controle epidemio-
lógico de algumas doenças transmissíveis.
· Conhecer a Classificação Estatística Internacional de Doenças e
Problemas Relacionados com a Saúde e aprender a utilizar os códigos
de maneira correta.
UNIDADE Vigilância Epidemiológica, Notificação Compulsória,
Registro de Doenças, CID-10
Vigilância Epidemiológica
Para definir Vigilância Epidemiológica é preciso entender antes sobre a Vigilância
em Saúde que foi definida em 1973, por Alexander Langmuir, como:
“observação contínua da distribuição e tendências da incidência de
doenças mediante coleta sistemática, consolidação e avaliação de informes
de morbidade e mortalidade, assim como de outros dados relevantes, e
a regular disseminação dessas informações a todos os que necessitam
conhecê-la”.
Vigilância da Vigilância do
Saúde do Trabalhador Meio Ambiente
Vigilância
em Saúde
Vigilância Vigilância
Sanitária Epidemiológica
Destaque será dado a Vigilância epidemiológica, que é conceituada pela Lei Orgânica
da Saúde 8080/90 como: “Conjunto de ações que proporcionam o conhecimento,
a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e
adotar medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.
https://goo.gl/KsNKKe
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Histórico
A Vigilância Epidemiológica tem como antecedentes remotos os cuidados com a
circulação de pessoas nos portos, exemplos desses cuidados foram a quarentena que
os escravos eram submetidos antes de entrarem no país; a vacinação antivariólica
obrigatória, por um decreto do Imperador em 1846 e, no início do século XX,
também foi notado um isolamento de portadores da febre amarela, na tentativa de
controlar a epidemia.
Nesse cenário foi realizado em 1968, a 21ª Assembleia Mundial de Saúde que
teve como tema central a Vigilância Epidemiológica, onde foram abordados além
das doenças transmissíveis outros problemas de saúde como: riscos ambientas,
doenças relacionadas ao trabalho, acidentes dentre outros.
Semana Epidemiológica
Doenças de Notificação Compulsória
Disseminação de informação
Em 1990, pela lei 8080, o Sistema Único de Saúde (SUS) incorpora o SNVE e
amplia o conceito das ações de vigilância epidemiológica levando em consideração
a descentralização de responsabilidades e integralidade das ações, com o objetivo
principal de estabelecer sistemas de informações e análises que culminem com a
prevenção e controle das doenças.
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UNIDADE Vigilância Epidemiológica, Notificação Compulsória,
Registro de Doenças, CID-10
Trocando ideias...Importante!
A Vigilância Epidemiológica acompanha as ocorrências de doenças e suas causas, tanto
na coletividade humana quanto na animal com objetivo de prevenir sua disseminação.
Funções
A Vigilância Epidemiológica é responsável por fornecer informação para que
sejam analisadas e tenham como produto final ações de controle das doenças e dos
agravos. Suas funções específicas são:
·· Coletar dados;
·· Processar os dados coletados;
·· Analisar e interpretar os dados processados;
·· Recomendar medidas de controle apropriadas;
·· Promover ações de controle indicadas;
·· Avaliar a eficácia e efetividade das medidas adotadas;
·· Divulgar as informações pertinentes.
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A SNVE preconiza o fortalecimento dos sistemas municipais de vigilância
epidemiológica, para que seja possível enfatizar ações sobre os problemas de
saúde da sua própria área de abrangência, porém é necessária uma harmonia
entre todos os níveis de saúde para que seja possível uma compreensão do quadro
epidemiológico estadual e nacional.
Fluxograma do Sistema de Vigilância
Disseminação da
Informação
Nível Local
Secretaria Municipal da Saúde
Investigação
Epidemiológica
Nível Estadual
Secretária Estadual de Saúde
Nível Nacional
Secretaria de Vigilância em Saúde
Ministério da Saúde
Dados e Informações
A Vigilância Epidemiológica precisa de uma qualidade de informação, com
coleta de dados fidedigna para que possa propiciar uma decisão que subsidie o
planejamento, avaliação e aprimoramento das ações. Esse processo é conhecido
como Informação para Ação.
AÇ
ÃO
DECISÃO
O
A ÇÃ
O RM
INF
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Registro de Doenças, CID-10
cada vez mais disseminadas, a atualização passa a ter uma nova dinâmica o que
possibilita uma rapidez na tomada de decisões e consequente agilidade na adoção
de medidas de controle.
Pelo site da Secretária de Saúde do estado de São Paulo pode ser feita a notificação imediata
por um dos seguintes meios de comunicação: - Telefone 0800-555466, com funcionamento
Explor
Fonte de Dados
Os parâmetros para a inclusão de doenças e agravos na lista de notificação
compulsória devem obedecer aos seguintes critérios:
·· Magnitude – Dependente diretamente da incidência, prevalência,
mortalidade, anos potenciais de vida perdidos.
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· Potencial de disseminação – representa o quanto a doença é disseminada,
seja por meio de vetores ou demais fontes de infecção, colocando sob
risco a saúde coletiva.
· Transcendência – representa as características que conferem relevância
à doença ou agravo, como: severidade (medida pela letalidade,
hospitalidade), relevância social (medo e indignação) e relevância
econômica (perda de vida, custos previdenciários).
· Vulnerabilidade – representa o quanto há de disponibilidade na
prevenção e controle da doença, propiciando a atuação efetiva dos
serviços de saúde sobre os indivíduos e coletividades.
· Compromissos internacionais – relativos ao cumprimento de metas
continentais ou mundiais, especificadas no Regulamento Sanitário
Internacional (RSI), que visam à adoção de controle, eliminação ou
erradicação de doenças previstas em acordos firmados pelo governo
brasileiro com organismos internacionais.
· Ocorrência de epidemias, surtos e agravos inusitados à saúde – são
situações emergenciais em que se impõe a notificação imediata de todos
os casos suspeitos, devem ser usados mecanismos próprios de notificação
com base na apresentação clínica e epidemiológica do evento.
Investigação Epidemiológica
· Muitas vezes, é necessário recorrer às investigações epidemiológicas para obter dados adicionais. Esses estudos epidemiológicos
podem ser coletados através de: inquérito epidemiológico, levantamento epidemiológico ou investigação epidemiológica.
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Registro de Doenças, CID-10
Imprensa e população
·· Informações vindas da comunidade e da imprensa devem ser levados em consideração pelos profissionais de saúde, pois,
podem ser o primeiro alerta de uma epidemia.
Sistemas sentinelas
·· Para intervir em determinados problemas de saúde utiliza-se muitas vezes, sistemas sentinelas de informações, que são
capazes de monitorar indicadores-chave na população que sirvam de alerta precoce para o sistema de vigilância. Como por
exemplo, o monitoramento de grupos-alvos, através de exames periódicos na prevenção de doenças
Você sabia que é possível acessar um boletim epidemiológico pelo site do portal da
saúde? Confira acessando: https://goo.gl/EtXYXp
Doença
Sífilis Tétano Tétano Rubéola
Tuberculose Hanseníase Aids meningo-
Congênita acidental neonatal congênita
cócica
2004
1990 2005 incidência
incidência de incidência de inferior
2001 2001 2001 2001
51,7 casos 1,48 casos a 2 casos
579 casos 39 casos 108 casos 4164 casos
por 100.000 por 10.000 Estabilização por 1.000
habitantes habitantes de 20,5 nascidos
casos para vivos
cada 100 mil 2013
2013 2014 habitantes. incidência
incidência de incidência de
de 4,7 casos 2013 2013 2013 2013
35,4 casos 1,27 casos
por 1.000 280 casos 3 casos 3 casos 2109 casos
por 100 mil por 10.000
nascidos
habitantes habitantes
vivos
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Um fato que merece destaque é que as sociedades modernas assistem a
emergência de novas doenças transmissíveis e a reemergência de agravos que
pareciam controlados. Sendo assim, é necessário que haja uma detecção o mais
precoce possível para prevenir a propagação da doença para a população.
Alguns exemplos também citados no Plano Nacional de Saúde 2016- 2019 são:
· 2014 – elaboração de um documento em preparação a uma possível
entrada de Chikungunya no Brasil.
· 2015 – foi declarado Emergência em Saúde Pública Nacional e foi
instalado o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública
devido a identificação de diversas ocorrências de microcefalias no Brasil.
Em dezembro de 2015 foi divulgado o “Plano Nacional de Enfrentamento
ao Aedes e suas Consequências”, organizado em três eixos: “Mobilização
e Combate ao mosquito”, “Cuidado” e “Desenvolvimento Tecnológico,
Educação e Pesquisa”.
· A influenza teve um expressivo nível de vacinação em 2014. Foram
administradas 35,6 milhões de doses da vacina contra influenza. De 2012
a 2014 foram distribuídos 3,49 milhões de tratamentos para a doença.
Doenças Transmissíveis de
Notificação Compulsória
COMPULSÓRIA
NOTIFICAÇÃO
Importante! Importante!
É importante saber que: todo cidadão deve notificar até mesmo a suspeita, não é
necessário à certeza do agravo ou da doença, quem se responsabilizará em confirmar
a veracidade é a Vigilância Epidemiológica. Além disso, a notificação é sigilosa, o que
tranquiliza o cidadão a dar informações.
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UNIDADE Vigilância Epidemiológica, Notificação Compulsória,
Registro de Doenças, CID-10
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Notificação compulsória negativa (NCS) é uma comunicação semanal rea-
lizada pelo responsável pelo estabelecimento em saúde, informando que na se-
mana epidemiológica não foi identificada nenhuma doença ou agravo passível
de notificação
Será que no Brasil todas as enfermidades passíveis de notificação são realmente notificadas?
Explor
Ou, há tanto uma falta de conhecimento dos profissionais de saúde sobre essas doenças de
notificação compulsória, como também um descrédito do sistema de saúde?
Acesse a Portaria No- 204, De 17 De Fevereiro De 2016, que define a Lista Nacional de
Explor
Alguns fatores que podem ter favorecido o aumento dos agravos não transmis-
síveis são:
· Aumento na expectativa de vida, favorecendo doenças crônicas degenerati-
vas como as cardiovasculares, câncer, diabetes e doenças respiratórias.
· Aumento de pessoas com sobrepeso e obesidade.
· Aumento da violência, acidentes e envenenamentos.
Essa tabela abaixo, publicada no Plano Nacional de Saúde 2016- 2019, elenca
algumas das doenças e agravos não transmissíveis:
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Registro de Doenças, CID-10
Taxas padronizadas de mortalidade prematura (30 a 70 anos) por DCNT (doenças do aparelho circulatório, câncer,
diabetes e doenças respiratórias crônicas), corrigida por causa mal definida e sub-registro (x 100 mil habitantes)
e variação percentual. Brasil, 2000 e 2013.
nação cadastradas pelo usuário, além de abrigar informações completas sobre as vacinas
disponibilizadas pelo SUS e uma função com lembretes sobre as campanhas sazonais
de vacinação.
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Registros da Vigilância Epidemiológica
Os principais sistemas de registros ou sistemas de informação da Vigilância
epidemiológica estão representados no diagrama abaixo:
PNI/API/EDI
Imunizações
SINAN
Estatística
Vital
Doenças
Transmissíveis SININTOX
e Agravos de
Notificação
http://pni.datasus.gov.br/
SINAN
Sistemas de informação de agravos de notificação que são alimentados,
principalmente, pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos
que constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória (PORTARIA
Nº 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016), mas os estados e municípios podem
incluir outros problemas de saúde importantes em sua região. Sua utilização efetiva
permite a realização do diagnóstico dinâmico da ocorrência de um evento na
população, podendo fornecer subsídios para explicações causais dos agravos de
notificação compulsória, além de vir a indicar riscos aos quais as pessoas estão
sujeitas, contribuindo assim, para a identificação da realidade epidemiológica de
determinada área geográfica.
Explor
http://portalsinan.saude.gov.br/
SININTOX
O Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) tem como
principal atribuição coordenar a coleta, a compilação, a análise e a divulgação
dos casos de intoxicação e envenenamento notificados no país. Os resultados do
trabalho são divulgados anualmente.
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UNIDADE Vigilância Epidemiológica, Notificação Compulsória,
Registro de Doenças, CID-10
Explor
http://sinitox.icict.fiocruz.br/
SIM/ SINASC
O Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) e de Nascidos Vivos (SINASC)
é um sistema informatizado de coleta, processamento e consolidação de dados
quantitativos e qualitativos, referentes aos óbitos e nascimentos informados em
todo território nacional.
Explor
http://sim.saude.gov.br/default.asp e http://sinasc.saude.gov.br/default.asp
Apresenta-se em três volumes, porém o de maior interesse para a utilização dos códigos
Explor
Você sabia que não há nenhuma obrigatoriedade para colocar o CID nos atestados
médicos a não ser em condições: de justa causa, exercício de dever legal ou solicitação
do próprio paciente ou de seu representante legal. A resolução 1.819/2007 do
Conselho Federal de Medicina veda a colocação do CID em atestados em certas situações,
especialmente quando a doença puder vir a ser alvo de qualquer espécie de preconceito.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Reportagem: Conheça o trabalho do Centro de Vigilância em Saúde, que em 2016 completa 10 anos
https://youtu.be/HpthwEQfJ50
Vídeo: Conceitos e Ferramentas da Epidemiologia - Sistema de Informações em Saúde (SIS)
https://youtu.be/nACSaI4fEK4
Leitura
Mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis no Brasil e suas regiões, 2000 a 2011
https://goo.gl/D3a1YC
Guia de Vigilância em saúde, atualizado em 2016
https://goo.gl/kgNCqQ
Guia de Vigilância Epidemiológica, atualizado em 2012
https://goo.gl/R20Osv
Reportagem:Vigilância epidemiológica: a perspectiva de quem é responsável
https://goo.gl/gnQ3WE
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