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Instituto Politécnico Magude Nkanyine

Nome: Epifania Ângelo da Costa

Turma: TMG-7

Curso: Técnico de Medicina Geral

Cadeira: Saúde na Comunidade

Tema: Vigilância Epidemiologia

Docente: Fláusia Monteiro

Classif.________(Valores)

Magude, Março, 2023


Instituto Politécnico Magude Nkanyine

Nome: Epifania Ângelo da Costa

Turma: TMG-7

Curso: Técnico de Medicina Geral

Tema: Vigilância Epidemiologia

Trabalho de pesquisa a ser apresentado


no Instituo Politécnico de Magude, na
cadeira de Saúde na Comunidade, sob
orientação da docente: Fláusia Monteiro

Magude, Março, 2023


Índice
Introdução ...................................................................................................................................1

Objectivos ...................................................................................................................................2

Gerais .........................................................................................................................................2

Especificos ..................................................................................................................................2

Vigilância Epidemiológica: breve histórico e conceitos ...............................................................3

Vigilância Epidemiológica ..........................................................................................................3

Propósitos e Funções da Vigilância Epidemiológica ....................................................................4

Tipos de vigilância epidemiológica .............................................................................................6

Coleta de Dados ..........................................................................................................................6

Tipos de dados ............................................................................................................................7

Fontes de Dados ..........................................................................................................................8

Outras Bases de Dados dos Sistemas Nacionais de Informação ...................................................9

Fontes Especiais de Dados ........................................................................................................ 11

Diagnóstico de Casos ................................................................................................................ 12

Finalidade da Investigação Epidemiológica de Casos ................................................................ 12

Conclusão ................................................................................................................................. 13

Referências Bibliográficas......................................................................................................... 14
Introdução
Vigilância Epidemiológica (VE) é processo sistemático e contínuo de coleta, de análise, de
interpretação e de disseminação de informação com a finalidade de recomendar e de adotar
medidas de prevenção e de controle de problemas de saúde, em síntese, “informação para ação”.
Este trabalho aborda: conceitos de vigilância epidemiológica; Usuários da epidemiologia,
propósito da vigilância epidemiologia, Tipos da vigilância epidemiologia, coleta de dados, tipos
de dados, fontes de dados e finalidade da investigação epidemiológica.

A vigilância epidemiológica foi tema central da 21ª Assembléia Mundial de Saúde, realizada
em 1968, ficando estabelecida a abrangência do conceito, que permitia aplicação a variados
problemas de saúde pública, além das doenças transmissíveis, a exemplo das malformações
congênitas, envenenamentos na infância, leucemia, abortos, acidentes, doenças profissionais,
comportamentos como fatores de risco, riscos ambientais, utilização de aditivos, dentre outros.

A Vigilância Epidemiológica é definida por um conjunto de ações que promovem a detecção e


prevenção de doenças e agravos transmissíveis à saúde e seus fatores de risco, tendo como
objetivo principal fornecer orientação técnica permanente para os profissionais de saúde.

A dinâmica do perfil epidemiológico das doenças, o avanço do conhecimento científico e


algumas características da sociedade contemporânea têm exigido não só constantes atualizações
das normas e procedimentos técnicos de Vigilância Epidemiológica, como também o
desenvolvimento de novas estruturas e estratégias capazes de atender aos desafios que vêm
sendo colocados.

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Objectivos

Gerais
 Definir a Vigilância Epidemiológica;
 Explicar o propósito e funções da Vigilância;

Especificos
 Apresentar os Tipos de vigilância epidemiológica
 Descrever as fontes e tipos de dados;
 Detalhar o diagnóstico de caso; e
 Demonstrar a finalidade da Investigação Epidemiológica de Casos.

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Vigilância Epidemiológica: breve histórico e conceitos
O termo Vigilância Epidemiológica (VE) é de emprego recente, entretanto, reflete
transformações observadas em eventos de saúde ao longo dos séculos. A VE está baseada na
informação de ocorrência e de distribuição de doenças e de agravos da população.

Na história das civilizações, há registros de dados e de relatos considerados estratégicos para


conhecer as populações, tais como o número de nascimentos, o de mortes e o de aglomerados de
casos de doenças, especialmente as doenças transmissíveis. Desde 150 a.C, o impé-
rio romano realizava censos periódicos (contagem) das populações e implantava registro
obrigatório de nascimentos e de mortes.

No Egito, realizava-se contagem de populações e, na Pérsia, desde o século X, havia registros de


doenças, como a peste bubônica. As primeiras medidas associadas à vigilância Epidemiológica,
na área da saúde, foram: quarentena e isolamento de doentes.

Posteriormente, foram introduzidas medidas mais abrangentes: obrigatoriedade da notif cação de


doenças transmissíveis, monitoramento de contactantes e medidas compulsórias de vigilância de
enfermidades.

No século XIX, as principais medidas relacionadas à vigilância foram: a contagem de


população, principalmente de escravos, com finalidades comerciais e, a descrição das doenças
infecciosas utilizada para análise das condições de vida e de saúde das populações.

O início do século XX foi marcado por cenário insalubre e crítico de epidemias de varíola, de
peste bubônica, de febre amarela, de cólera, com prejuízos para produtores agrícolas e para a
indústria.

Vigilância Epidemiológica
A Lei n. 8080/1990 define vigilância epidemiológica como “um conjunto de ações que
proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a f nalidade de recomendar
e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravo” (BRASIL, 1990, art.6º, §1º).

Epidemiologia pode ser definida como a ciência que estuda o processo saúdedoença em
coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades,

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danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de
prevenção, controle ou erradicação de doenças e fornecendo indicadores que sirvam de suporte
ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde (ROUQUAYROL;
GOLDBAUM; SANTANA, 2013)

(CDC, 199) a vigilância em saúde pública é a coleta, análise, interpretação e disseminação


contínua e sistemática de dados sobre a saúde. O conceito de vigilância em saúde pública não
inclui a administração de programas de prevenção e controle, apesar de incluir um vínculo
intencional com esses programas.

Propósitos e Funções da Vigilância Epidemiológica


A vigilância epidemiológica tem como propósito fornecer orientação técnica permanente para os
que têm a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de doenças e
agravos, tornando disponíveis, para esse fim, informações atualizadas sobre a ocorrência dessas
doenças ou agravos, bem como dos seus fatores condicionantes em uma área geográfica ou
população determinada. Subsidiariamente, a vigilância epidemiológica constitui-se em
importante instrumento para o planejamento, a organização e a operacionalização dos serviços de
saúde, como também para a normatização de atividades técnicas correlatas. (Ministério da
Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde, 2005)

A operacionalização da vigilância epidemiológica compreende um ciclo de funções específicas


e intercomplementares, desenvolvidas de modo contínuo, permitindo conhecer, a cada momento,
o comportamento da doença ou agravo selecionado como alvo das ações, para que as medidas de
intervenção pertinentes possam ser desencadeadas com oportunidade e eficácia. São funções da
vigilância epidemiológica:

 Coleta de dados;
 Processamento de dados coletados;
 Análise e interpretação dos dados processados;
 Recomendação das medidas de prevenção e controle apropriadas;
 Promoção das ações de prevenção e controle indicadas;
 Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas;
 Divulgação de informações pertinentes.

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As competências de cada um dos níveis do sistema de saúde, abarcam todo o espectro das
funções de vigilância epidemiológica, porém com graus de especificidade variáveis.

O funcionamento do SNVE resulta de um processo complexo que exige articulação das três
esferas de gestão pública:

a) Âmbito federal
 Estabelece normatizações e rotinas;
 Exerce a coordenação dos pactos estaduais;
 Repassa recursos para estados e municípios;
 Executa ações em caráter complementar junto a estados e municípios.
b) Âmbito estadual
 Monitora e acompanha ações e medidas de prevenção e de controle definidas;
 Executa ações em caráter complementar junto a municípios.
c) Âmbito municipal
 Gerencia e operacionaliza ações e medidas de prevenção e de controle em seu território.

As ações de vigilância epidemiológica executadas pelo SNVE, nas três esferas de gestão do SUS,
são desenvolvidas de modo ininterrupto e consistem em coletar, processar, analisar e interpretar
dados; propor medidas de prevenção e de controle; avaliar a ef cácia e a efetividade de medidas
adotadas; e divulgar informações.

Com vistas ao aprimoramento do SNVE, periodicamente, é realizada avaliação das ações de


vigilância epidemiológica em todos os níveis do sistema de saúde, objetivando:

 Incluir ou excluir doenças e agravos na lista de notif cação compulsória;


 Identificar falhas no fluxo e na comunicação de informações; e
 Retroalimentar os sistemas de informação.

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Tipos de vigilância epidemiológica
Os métodos revisados para a coleta de dados são aplicados universalmente para a vigilância
Epidemiológica. Contudo, as distintas necessidades, doenças e fontes de dados requerem
diferentes procedimentos de coleta.

Os tipos fundamentais de vigilância que podem ser realizados nos serviços de saúde são:

 Vigilância passiva

Nesse tipo de vigilância, cada nível de saúde envia informação de forma rotineira e periódica
sobre os eventos sujeitos à vigilância ao nível imediatamente superior.

 Vigilância ativa

Nesse tipo de vigilância, a equipe de saúde recorre à fonte de informação para realizar uma
busca intencional de casos do evento sujeito à vigilância. Os profissionais da equipe de saúde
buscam diretamente os dados objetos de vigilância, revisando até mesmo os registros rotineiros
do serviço de saúde e os registros diários de atenção às pessoas.

 Vigilância sentinela

Baseia-se na informação proporcionada por um grupo selecionado como fonte de notificação do


sistema ("unidades sentinelas") que se comprometem a estudar uma amostra pré-concebida
("amostra sentinela") de indivíduos de um grupo populacional específico, no qual é avaliada a
presença de um evento de interesse para a vigilância ("condição sentinela"). Esse tipo de
vigilância permite estudar as tendências de certos eventos de interesse. Por extensão, o termo
“vigilância sentinela” aplica-se a uma forma de vigilância seletiva do tipo comunitário que, por
períodos curtos, coleta dados de uma população específica e geograficamente definida ("local
sentinela") de especial interesse.

Coleta de Dados
O cumprimento das funções de vigilância epidemiológica depende da disponibilidade de
informações que sirvam para subsidiar o desencadeamento de ações - - informação para a ação.
A qualidade da informação, por sua vez, depende da adequada coleta de dados, que são gerados
no local onde ocorre o evento sanitário (dado coletado).

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A coleta de dados ocorre em todos os níveis de atuação do sistema de saúde. A força e valor da
informação (que é o dado analisado) depende da qualidade e fidedignidade com que o mesmo é
gerado. Para isso, faz-se necessário que as pessoas responsáveis pela coleta estejam bem
preparadas para diagnosticar corretamente o caso, como também para realizar uma boa
investigação epidemiológica, com anotações claras e confiáveis para que se possa assimilá-las
com confiabilidade.

Outro aspecto refere-se à qualidade do dado gerado, ou seja, sua representatividade em função do
problema existente. Assim, é necessário que a gerência local do sistema obtenha, com
regularidade e oportunidade, dados do maior número possível de outras fontes geradoras como
ambulatórios ou hospitais sentinelas localizados nesse nível ou em sua periferia.

A passagem do dado pelos diversos níveis deverá ser suficientemente rápida para o
desencadeamento de ações, particularmente quando for necessário o desenvolvimento dessas por
um outro nível, visando a adoção das medidas em momento oportuno. É importante salientar que
o fluxo, a periodicidade e o tipo de dado que interessa ao sistema de vigilância estão
relacionados às características de cada doença ou agravo.

Tipos de dados
Os dados e informações que alimentam o Sistema de Vigilância Epidemiológica são os
seguintes:

 Dados Demográficos e Ambientais

Permitem quantificar a população: número de habitantes e características de sua distribuição,


condições de saneamento, climáticas, ecológicas, habitacionais e culturais.

 Dados de Morbidade

Podem ser obtidos através de notificação de casos e surtos, de produção de serviços


ambulatoriais e hospitalares, de investigação epidemiológica, de busca ativa de casos, de estudos
amostrais e de inquéritos, entre outras formas.

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 Dados de Mortalidade

São obtidos através das declarações de óbitos que são processadas pelo Sistema de Informações
sobre Mortalidade. Mesmo considerando o sub-- registro, que é significativo em algumas regiões
do país, e a necessidade de um correto preenchimento das declarações, trata-se de um dado que
assume importância capital como indicador de saúde.

 Notificação de Surtos e Epidemias

A detecção precoce de surtos e epidemias ocorre quando o sistema de vigilância epidemiológica


local está bem estruturado com acompanhamento constante da situação geral de saúde e da
ocorrência de casos de cada doença e agravo sujeito à notificação. Essa prática possibilita a
constatação de qualquer indício de elevação do número de casos de uma patologia, ou
a introdução de outras doenças não incidentes no local.

Fontes de Dados
(OMS, 2026) A informação para a vigilância epidemiológica destina-se à tomada de decisões
Informação para Ação. Este princípio deve reger as relações entre os responsáveis pela vigilância
e as diversas fontes que podem ser utilizadas para o fornecimento de dados. As principais são:

A VE utiliza dados dos seguintes tipos de fonte:

 Primária

Coletados pelas equipes de saúde no território ou na área de abrangência da Unidade de Saúde;

 Secundária

Coletados de outros órgãos e de instituídos of ciais municipais, estaduais e nacionais.

 Notificação

Notificação é a comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde, feita à


autoridade sanitária por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para fins de adoção de
medidas de intervenção pertinentes.

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Dada a natureza específica de cada doença ou agravo à saúde, a notificação deve seguir um
processo dinâmico, variável em função das mudanças no perfil epidemiológico, dos resultados
obtidos com as ações de controle e da disponibilidade de novos conhecimentos científicos e
tecnológicos. Os critérios que devem ser aplicados no processo de seleção para notificação de
doenças são:

 Magnitude - doenças com elevada freqüência que afetam grandes contingentes


populacionais, que se traduzem pela incidência, prevalência, mortalidade, anos potenciais
de vida perdidos.
 Potencial de disseminação - se expressa pela transmissibilidade da doença, possibilidade
de sua disseminação através de vetores e demais fontes de infecção, colocando sob risco
outros indivíduos ou coletividades.
 Transcendência – expressa-se por características subsidiárias que conferem relevância
especial à doença ou agravo, destacando-se: severidade, medida por taxas de letalidade,
de hospitalização e de sequelas; relevância social.
 Vulnerabilidade - doenças para as quais existem instrumentos específicos de prevenção
e controle permitindo a atuação concreta e efetiva dos serviços de saúde sob indivíduos
ou coletividades.
 Compromissos internacionais – relativos ao cumprimento de metas continentais ou
mundiais de controle, de eliminação ou de erradicação de doenças, previstas em acordo
firmados pelo governo brasileiro com organismos internacionais.
 Regulamento Sanitário Internacional - as doenças que estão definidas como de
notificação compulsória internacional, obrigatoriamente, são incluídas nas listas de todos
os países membros da OPAS/OMS.
 Ocorrências de epidemias, de surtos e de agravos inusitados à saúde – aglomerados
de casos acima do número estimado, o que demanda a adoção de medidas em caráter
emergencial.

Outras Bases de Dados dos Sistemas Nacionais de Informação


O registro rotineiro de dados sobre saúde, derivados da produção de serviços ou de sistemas de
informação específicos, constitui valiosa fonte de informação sobre a ocorrência de doenças e
agravos sob vigilância epidemiológica. Com a progressiva implementação de recursos

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informacionais no setor saúde, esses dados tendem a tornar-se cada vez mais acessíveis por
meios eletrônicos, sendo de primordial importância para os agentes responsáveis pelas ações de
vigilância, em todos os níveis. Seu uso para a vigilância epidemiológica deve ser estimulado,
objetivando aprimorar a qualidade do registro e compatibilizar as informações oriundas de
diferentes fontes.

 Laboratórios

Os resultados laboratoriais vinculados à rotina da vigilância epidemiológica complementam o


diagnóstico de confirmação de casos e, muitas vezes, servem como fonte de conhecimento de
casos que não foram notificados. Também devem ser incorporados os dados decorrentes de
estudos epidemiológicos especiais, realizados pelos laboratórios de saúde pública em apoio às
ações de vigilância.

Entretanto, o uso do laboratório como fonte de detecção de casos tem sido restrito a algumas
doenças, em situações especiais. Há necessidade de se organizar um sistema integrado de
resultados das análises realizadas para diagnóstico das doenças sob vigilância, abrangendo,
inicialmente, a rede de laboratórios centrais de saúde pública nos estados (Lacens) e também a
rede de hemocentros, onde é realizada a triagem sorológica de doadores de sangue.
Complementarmente, esse sistema deve ser progressivamente estendido a outros laboratórios
públicos e privados.

 Investigação Epidemiológica

Os achados de investigações epidemiológicas de casos e de surtos complementam as


informações da notificação no que se refere a fontes de infecção e mecanismos de transmissão,
dentre outras variáveis. Também podem possibilitar a descoberta de novos casos não
notificados.

 Imprensa e População

Muitas vezes, informações oriundas da população e da imprensa são fontes eficientes de dados,
devendo ser sempre consideradas, desde quando se proceda a investigação pertinente, para
confirmação ou descarte de casos. Quando a vigilância de uma área não está organizada ou é
ineficiente, o primeiro alerta da ocorrência de um agravo, principalmente quando se trata de uma

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epidemia, pode ser a imprensa ou a comunidade. A organização de boletins que contenham
informações oriundas de jornais e de outros meios de comunicação e seu envio aos dirigentes
com poder de decisão, são importantes auxiliares da vigilância epidemiológica, no sentido de que
se defina o aporte de recursos necessários à investigação e controle dos eventos sanitários.

Fontes Especiais de Dados


Várias são as fontes que podem fornecer dados, quando se deseja analisar a ocorrência de um
fenômeno do ponto de vista epidemiológico. Os registros dedados e as investigações
epidemiológicas constituem-se fontes regulares de coleta. No entanto, sempre que as condições
exigirem, deve-se recorrer diretamente à população ou aos serviços, em determinado momento
ou período, para obter dados adicionais ou mais representativos. (OMS, 1994)

Esses dados podem ser obtidos através de inquérito, investigação ou levantamento


epidemiológico.

 Inquéritos Epidemiológicos

O inquérito epidemiológico é um estudo seccional, geralmente do tipo amostral, levado a efeito


quando as informações existentes são inadequadas ou insuficientes, em virtude de diversos
factores, dentre os quais pode-se destacar: notificação imprópria ou deficiente; mudança no
comportamento epidemiológico de uma determinada doença; dificuldade em se avaliar
coberturas vacinais ou eficácia de vacinas, necessidade de se avaliar eficácia das medidas de
controle de um programa; descoberta de agravos inusitados.

 Levantamento Epidemiológico

É um estudo realizado com base nos dados existentes nos registros dos serviços de saúde ou de
outras instituições. Não é um estudo amostral e destina-se a coletar dados para complementar
informações já existentes. A recuperação de séries históricas, para análises de tendências, e a
busca ativa de casos, para aferir a eficiência do sistema de notificação.

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 Sistemas Sentinela

Uma importante estratégia de informação para vigilância é a organização de redes constituídas


de fontes de notificação especializadas, suficientemente motivadas para participar de esforços
colaborativos comuns, voltados ao estudo de problemas de saúde ou de doenças específicas.

Diagnóstico de Casos
A credibilidade do sistema de notificação depende, em grande parte, da capacidade dos serviços
locais de saúde – que são responsáveis pelo atendimento dos casos – diagnosticarem
corretamente as doenças e agravos. Para isso, os profissionais deverão estar tecnicamente
capacitados e dispor de recursos complementares para a confirmação da suspeita clínica.
Diagnóstico e tratamento, feitos correta e oportunamente, asseguram a confiança da população
em relação aos serviços, contribuindo para a eficiência do sistema de vigilância.

Finalidade da Investigação Epidemiológica de Casos

A investigação epidemiológica é um método de trabalho utilizado para esclarecer a ocorrência de


doenças, emergências de saúde pública, surtos e epidemias, a partir de casos isolados ou
relacionados entre si. Consiste em um estudo de campo realizado a partir de casos
notificados (clinicamente declarados ou suspeitos) e seus contatos. Destina-se a avaliar as
implicações da ocorrência para a saúde coletiva, tendo como objetivos: confirmar o diagnóstico,
determinar as características epidemiológicas da doença ou evento, identificar as causas do
fenômeno e orientar as medidas de prevenção e controle. É utilizada na ocorrência de casos
isolados e também em emergências, surtos e epidemias, Por se tratar de uma atividade de
fundamental importância para o processo de decisão-ação da vigilância epidemiológica e que
exige conhecimento e competência profissional, os procedimentos para sua realizaçao
encontram-se detalhados em um roteiro específico.

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Conclusão

Concluiu-se que é da responsabilidade da epidemiologia elaborar estudos e normas, divulgar


informes epidemiológicos e notas técnicas, que têm a finalidade de recomendar e adotar medidas
de prevenção e controle das doenças transmissíveis e infecções sexualmente transmissíveis; e
coordenar a resposta estadual às doenças e agravos transmissíveis, de notificação
compulsória. As instituições envolvidas na vigilância epidemiológica estadual são os
laboratórios centrais de saúde pública, as secretarias estaduais e municipais de saúde e as
unidades de saúde como um todo.

A Vigilância Epidemiológica tem por finalidade promover a detecção e prevenção de doenças e


agravos transmissíveis à saúde e seus fatores de risco, bem como a elaboração de estudos e
normas para as ações de vigilância epidemiológica.

A Vigilância Epidemiológica é definida por um conjunto de ações que promovem a detecção e


prevenção de doenças e agravos transmissíveis à saúde e seus fatores de risco, tendo como
objetivo principal fornecer orientação técnica permanente para os profissionais de saúde.

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Referências Bibliográficas

Centers for Disease Control. Guidelines for evaluating surveillance systems. Mortality and
Morbidity Weekly Report May 6, 1988;37:SU-05
Lei n. 6.259, de 30 de outubro de 1975. Dispões sobre a organização das ações de Vigilância
Epidemiológica, sobre o Programa Nacional de Imuniza- ções, estabelece normas relativas à
notif cação compulsória de doenças, e dá outras providências. Diário Of cial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF

Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Situação da prevenção e controle das


doenças transmissíveis no Brasil. In: Buss PM. Vacinas, soros e imunizações no Brasil. Rio de
Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2005. p. 25-50.

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Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/ news/statements/2016/emergency-committee-
zika-microcephaly/en/>. Acesso em: abr. 2016

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