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EPIDEMIOLOGIA

GLOBAL
Plano do curso

TÍTULO DO MÓDULO: EPIDEMIOLOGIA GLOBAL

PÚBLICO ALVO: Profissionais de saúde, com foco em médicos e enfermeiros.

EMENTA: O que é epidemiologia. Dados na saúde pública. Qualidade de dados. Tipos de bases
de dados. Análise de dados. Epidemiologia descritiva: pessoa, tempo e lugar. Tendências. Tipos
de Variáveis. Medidas de frequência. Tabulação de dados (Tabnet). Indicadores epidemiológicos
dos agravos HIV e aids, Tuberculose, Hepatites Virais e IST. O que são indicadores. Indicadores
de HIV e aids. Indicadores de tuberculose. Indicadores hepatites virais. Indicadores de sífilis.
Abordagem Diagnóstica.

CONTEÚDO

• Apresentação
• O que é epidemiologia?
• Dados na saúde pública
• Qualidade de dados
• Análise de dados
• Indicadores epidemiológicos dos agravos HIV e aids, Tuberculose, Hepatites Virais e IST
• Fechamento
• Referências Bibliográficas

METODOLOGIA

Este módulo está sendo ofertado na modalidade de educação mediada por tecnologia,
autoinstrucional, sendo desenvolvido de forma interativa, por meio da utilização de elementos
visuais, auditivos e avaliações.

CONTEUDISTAS

• César Augusto Inoue


• Flavia Kelli Alvarenga Pinto

REVISORES TÉCNICO-CIENTÍFICOS

• Bruna Emanuelle Alvarenga Fanis


• Carmen Silvia Bruniera Domingues
• Flávia Moreno Alves de Souza
• Gerson Fernando Mendes Pereira
• Ana Luisa Nepomuceno Silva
Índice

Apresentação..........................................................................................04
O que é epidemiologia?............................................................................06
Dados na saúde pública...........................................................................09
Qualidade de dados.................................................................................11
Análise de dados.....................................................................................32
Indicadores epidemiológicos dos agravos HIV e aids, Tuberculose,
Hepatites Virais e IST................................................................................80
Fechamento..........................................................................................113
Referências Bibliográficas......................................................................114
Apresentação

Seja bem-vinda e bem-vindo ao conteúdo complementar Epidemiologia Global do Curso de


Princípios da Vigilância Epidemiológica.

Esse conteúdo é voltado para os profissionais de saúde, especialmente aqueles que atuam
nos serviços de vigilância epidemiológica locais, e tem por finalidade fomentar o
conhecimento e a aplicação prática da epidemiologia no combate aos problemas de
saúde, bem como apoiar no planejamento e implementação de políticas públicas.

Aprofundaremos os conhecimentos sobre epidemiologia, em particular a epidemiologia


descritiva, os métodos de análise de dados, a avaliação e monitoramento da qualidade
de informação e a elaboração e interpretação de indicadores epidemiológicos.

Objetivo do Módulo
Capacitar os profissionais da saúde na construção e análise de indicadores, que
subsidiam a vigilância dos agravos, partindo da interpretação dos dados
epidemiológicos coletados.

A seguir, assista ao vídeo Repórter Saúde, no qual são apresentados os principais assuntos a
serem abordados nesse módulo.

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Abertura da Unidade
https://player.vimeo.com/video/919561204

Bons estudos!

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O que é epidemiologia?

A Epidemiologia, enquanto ciência, tem, dentre suas aplicações, o objetivo de compreender a


distribuição das doenças, suas causas ou fatores determinantes, suas repercussões e a
proposição de medidas de prevenção e controle (ROUQUAYROL, 2018).

A seguir apresentamos o objetivo de aprendizagem deste tópico.

Objetivo de aprendizagem
Relembrar o conceito de epidemiologia e sua importância para as ações de vigilância
epidemiológica.

Retomando a definição de epidemiologia:

 

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Estudo

Inclui vigilância, observação e pesquisas observacionais e experimentais.

Frequência e distribuição

Referem-se à análise específica por tempo, lugar e pessoas afetadas.

Determinantes dos estados ou eventos relacionados à saúde

Incluem doenças/agravos, causas de óbito e a adesão ou não de certos comportamento, como o uso
de tabaco, condutas preventivas e utilização dos serviços de saúde.

Execução desse estudo

Nesse contexto, estão incluídas todas as ações de vigilância epidemiológica, e seu principal objetivo
é fornecer informações para o controle dos problemas de saúde.

Assim, a epidemiologia pode ser definida como a ciência que desenvolve estudos na área da
saúde, bem como das doenças e agravos, para entender causas e danos, além de propor
soluções por meio da aplicação de medidas de prevenção e controle.

Historicamente, a epidemiologia entrou na pauta da sociedade científica na década de 1850,


devido aos estudos e descobertas do médico John Snow, diante da devastadora epidemia de
cólera em Londres, demonstrando assim os mecanismos de controle (LAST, 2001).

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Este momento marcou as primeiras intervenções públicas com base em um estudo
epidemiológico.

Mais de um século depois, em 1963, Alexander Langmuir definiu a vigilância em saúde


pública como:

(...) observação contínua da distribuição e tendências a incidência de


doenças mediante a coleta sistemática, consolidação e avaliação de
informes de morbidade e mortalidade, assim como de outros dados
relevantes e a regular disseminação dessas informações a todos que
necessitem conhecê-las (LANGMUIR apud WALDMAN, 1998a, p. 91).

Somando esses conceitos e ideias, entendem-se que a aplicação da epidemiologia no serviço


de saúde – conhecida como vigilância epidemiológica – não apenas se preocupa com a
melhoria da saúde da população e com a frequência, distribuição e os determinantes dos
estados ou eventos relacionados à saúde, mas também com a produção de dados
relevantes e a disseminação regular das informações deles derivadas (OPAS, 2010a).

Essa produção de dados e informações, bem como sua aplicação, formam a base para a
saúde pública baseada em evidência.

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Dados na saúde pública

A produção de dados é o ponto inicial da construção da saúde pública baseada em


evidências, possui parâmetros e classificações que devem ser compreendidos, para serem
considerados consistentes.

Veja a seguir os objetivo de aprendizagem deste tópico.

Objetivo de aprendizagem
Compreender a relevância dos dados e informações baseados em evidências para a
saúde pública.

Assista, a seguir, ao vídeo Repórter Saúde, que aborda os tipos de dados e sua importância
para a saúde pública.

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https://player.vimeo.com/video/919561241

Dessa forma, os dados, tão fundamentais para o processo, precisam ter


qualidade garantida para as evidências serem robustas,
sólidas e sustentáveis.

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Qualidade de dados

Dado é a unidade bruta para a produção de informação. A tomada de decisão em saúde


depende de informações constituídas a partir do processo de análise de dados, daí a
importância da coleta ser de qualidade.

A seguir, apresentamos os objetivos de aprendizagem deste tópico.

Objetivos de aprendizagem
Interpretar a qualidade dos dados, segundo consistência e completude dos dados
epidemiológicos coletados.

Descrever o passo a passo para o acesso ao painel de avaliação da qualidade dos dados
do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

Identificar as diferentes classificações dos dados tabulados, dados agregados e dados


individualizados.

Segundo a Organização a Pan-Americana da Saúde (OPAS, 2010a), os dados de vigilância em


saúde pública possuem, entre outras, as seguintes características:

1 São coletados baseando-se, principalmente, na notificação de casos, os quais


passam por um processo contínuo e padronizado de coleta de dados, sujeitos
a atualizações e alterações.

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2 Provêm de várias fontes, podendo ser obtidos a partir de relatórios rotineiros,
como prontuários; por esforços de investigação ou a partir de outras bases de
dados com propósitos distintos (como o sistema logístico de dispensação de
medicamentos, por exemplo). Os dados são a base para a geração de
informações e, consequentemente, tomadas de decisões.

Portanto, a qualidade dos dados e a complexidade do sistema de coleta acabam por se tornar
temas bastante pertinentes, trazendo à tona um ponto fundamental a ser melhorado: o
registro de dados incompletos ou equivocados.

Para a melhoria da qualidade dos dados, recomenda-se que as vigilâncias epidemiológicas


municipais, estaduais e federal realizem análise e avaliação da qualidade dos dados de
maneira sistematizada, permitindo monitorar níveis de subnotificação, completude e
consistência dos dados.

Dizemos que os dados estão “sujeitos a atualizações/alterações” porque, como o processo de


coleta de dados é uma das ações mais onerosas e difíceis de um sistema de vigilância, eles
podem ser melhorados e completados para garantir sua fidedignidade.

Importante lembrar que a qualidade da vigilância é medida frequentemente pela qualidade


dos dados coletados (OPAS, 2010a).

Subnotificação

As causas da subnotificação de casos são múltiplas, dentre as
quais se destacam: a falta de conhecimento por parte dos
profissionais de saúde quanto aos procedimentos para a
notificação; baixa adesão à notificação em função do tempo
exigido para preencher a ficha e a ausência de retorno da
informação produzida com os dados coletados; e a falta de
percepção dos profissionais a respeito da relevância do

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monitoramento das doenças de notificação para a saúde pública
(WALDMAN, 1998, p. 111).

No entanto, é viável minimizar a subnotificação e, assim, maximizar a


integridade do sistema de vigilância, atuando nos componentes dos
serviços de saúde para melhorar sua eficiência, além de fortalecer a
capacitação e a supervisão contínua.

Completude

A completude avalia o preenchimento dos dados, identificando o
quão completos estão os registro dos casos nas fichas de notificação.
A melhor medida da completude é a proporção de ausência de
informação (incompletude).

As possíveis razões para a incompletude são:

Não registro de dados (dados em branco): a informação existe,


porém, não foi registrada no sistema.

Dados ignorados (desconhecidos): não se conhece a informação


ou foi registrada como “ ignorada”.

De qualquer forma, a ausência de informação pode comprometer o


conhecimento da distribuição das variáveis (ROMERO, CUNHA, 2006;
ALMEIDA et al., 2006; PIPER et al., 1993).

Alguns parâmetros de qualidade para a incompletude (ausência) da


informação são:

Excelente: abaixo de 5%;

Boa: 5 a 10%;

Regular: 10 a 20%;

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Ruim: 20 a 50%;

Muito ruim: 50% ou mais.

Ou

Excelente: abaixo de 5%;

Boa: abaixo de 10%;

Satisfatória: entre 10 e 30%;

Precária: acima de 30%.

Consistência

É importante estabelecer rotinas para avaliar a presença de erros nos
registros e garantir, cada vez mais, que os dados sejam informados
com consistência (BRASIL, 2009; WALDMAN, 1998).

Quando ocorrem erros, eles podem ser de dois tipos:

Aleatórios: ocorrem ao acaso, como os erros na transcrição de


dados ou na digitação e, muitas vezes, devido à letra ilegível nos
documentos originais. Esses erros podem ser identificados por
meio de cruzamento de variáveis como, por exemplo, no caso com
classificação final de hepatite B, mas com diagnóstico laboratorial
negativo para hepatite B e positivo para hepatite C.

Sistemáticos: geralmente pode haver falta de clareza nas


definições, ausência de adesão às definições de variáveis ou da
doença/ agravo. Essas inconsistências podem ser identificadas
por meio de resultados distorcidos ou quando comparados com
outras fontes de dados. Por exemplo: casos de sífilis em gestantes,

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em que a classificação clínica da doença foi definida como "sífilis
primária", por ser a primeira vez que aquelas pessoas foram
diagnosticadas com a doença e não por ser avaliado o aspecto
clínico para determinar o estágio da sífilis (primária, secundária,
latente e terciária). Em resumo, uma interpretação errada de como
se classifica o estágio clínico da sífilis.

Para que ocorra monitoramento contínuo e rotineiro da qualidade da vigilância, o Ministério


da Saúde (MS), por meio do Departamento de HIV e aids, Tuberculose, Hepatites Virais e
Infecções Sexualmente Transmissíveis (DATHI), disponibilizou um painel com tabelas

contendo a avaliação da qualidade dos dados do Sinan, no qual é possível verificar a


proporção de inconsistências e incompletude dos dados. Além disso, os gestores de
vigilâncias municipais e estaduais, podem acessar um banco de dados dessas inconsistências
e/ou incompletudes.

Veja como acessar.

Qualidade da Informação

Veja o passo a passo de como acessar o painel de Qualidade da


Informação do seu município.

Os indicadores de inconsistência colaboram para a análise da qualidade da


informação de agravos monitorados - HIV e aids, sífilis, hepatites e
tuberculose - pelo Ministério da Saúde.

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1

Acesse o site

Para começar, Para começar, você deve acessar o site


https://www.gov.br/aids/.

Painéis de indicadores de inconsistências

Depois, rolar a página até o final e clicar em Painéis de Indicadores de


Inconsistências.

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3

Links de acesso aos indicadores de inconsistência

Podemos ver que todos os links sobre qualidade de informações levam


às coletâneas de diferentes tipos de inconsistências percebidas sobre os
dados coletados.

Utilizaremos como exemplo o primeiro link da lista, os indicadores de


inconsistência das hepatites virais nos municípios brasileiros.

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4

Escolha a abrangência dos dados

A página é dividida em duas seções: na parte superior temos a


abrangência dos dados. É aqui que selecionaremos o segmento da
informação que desejamos visualizar: informações regionais, estaduais ou
municipais.

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5

Acesse os números

Na metade inferior da página que as tabelas com os dados aparecem.

Agora, da maneira em que estamos vendo a tela, as informações se


referem ao Brasil em geral. Mas afinal, que inconsistências estão indicadas
neste relatório?

Há vários tipos, que mudam conforme o recorte e com a doença.

A segunda tabela de resumo que está sendo exibida na tela (nome: tabela
1 - casos de hepatites virais sem informação de escolaridade ou raça)
apresenta o número de casos que não foram acompanhados da
informação de escolaridade ou raça. Nestes casos, é provável que a
notificação tenha sido incompleta, apenas registrando o caso como
positivo, sem mais informações sobre o doente. Aqui está um ótimo
exemplo de uma sugestão para aprimorar o preenchimento das fichas de
notificação, que pode ser apresentada, mas não foi notificada.

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6

Outro exemplo de indicadores disponíveis

Vamos detalhar os tipos de indicadores disponíveis?

Usaremos um exemplo de outra falha que a análise de qualidade dos


dados apontou: na tabela 2 - Vacinação completa para hepatite A e
classificação etiológica de hepatite A.

Como demonstram os números da tabela, há algo estranho, uma vez que,


apesar de existir uma vacina para prevenir a hepatite A, estão sendo
diagnosticados casos dela em pessoas vacinadas. Com base nisso, é
possível questionar se essas pessoas possuem realmente essa
enfermidade? Se foi um erro de diagnóstico? Erro no preenchimento da
ficha? Ou ainda, será que há algo de errado nas vacinas que elas
receberam?

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Você pode acessar o painel de Qualidade das Informações do Sinan do seu
município ou estado, clicando no botão ao lado.

CLIQUE AQUI

Banco de dados das inconsistências

Se você atua na vigilância municipal ou estadual, veja o passo a passo de


como acessar os bancos de dados das inconsistências e/ou incompletos
do Sinan.

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1

Tela de acesso ao Sinan

Solicite o acesso por meio do link: https://


qualiinformacao.aids.gov.br/login.
Na página, clique em “Solicitar Acesso”.

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2

Preenchimento dos dados de acesso

Na sequência, insira os dados solicitados:

Nome;

CPF;

E-mail;

Perfil: esfera de atuação (federal, estadual ou municipal).

Em seguida, clique em "Solicitar".

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3

Informações aos gestores

Para gestores das vigilâncias estaduais:

Após a solicitação, é preciso entrar em contato com a área responsável


pela Vigilância Epidemiológica do agravo no Ministério da Saúde (MS).

Para gestores das vigilâncias municipais:

Após a solicitação, é preciso entrar em contato com o gestor estadual


do agravo.

Acessando o Sinan

Na página inicial, com o acesso liberado, insira o CPF cadastrado e a senha.


Após a inserção das informações, clique em “Entrar”.

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5

Relatórios

A depender da esfera de atuação, a plataforma disponibiliza diferentes


possibilidades de ação.

No perfil municipal:

Para acessar um relatório, vemos na tela o município em questão. Em


nosso exemplo, Teresina, PI (1). A partir daí, clique em solicitar o
relatório pelo Município de Residência (2) ou o Município de
Notificação (3).

No perfil estadual:

Visualizamos a Unidade Federativa (UF) em questão. No exemplo da


imagem, o Piauí (1). Então, clique em solicitar o relatório pela UF de
Notificação (2).

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6

Autorizações

Ainda no perfil estadual, pode ser necessário conceder autorizações para


solicitações vindas de municípios. Nesse caso, acesse a aba “Autorizações”
(4 ) no menu à esquerda da tela e visualize as solicitações autorizadas e
pendentes.

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7

Autorizações pendentes

No caso de autorizações pendentes – ou seja, aguardando autorização –, o


gestor estadual deverá clicar no botão “Editar” (5) e então ele será levado a
uma nova janela, na qual poderá autorizar o acesso do gestor municipal.

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8

Confirmação dos dados para autorização do acesso ao Sinan

Para autorizar, confirme todos os dados do gestor municipal que abriu a


solicitação e, então, selecione a opção “Ativo”(6) em situação e salve.

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Orientações finais

Ao acessar os relatórios – tanto para o perfil municipal quanto para o perfil


estadual –, nota-se que eles serão exibidos em formato de tabela (como na
figura acima).

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Se você atua como gestor da vigilância epidemiológica, pode solicitar o acesso ao
painel de inconsistências de seu município, clicando no botão ao lado.

CLIQUE AQUI

Tipos de bases de dados


As investigações e análises em vigilância epidemiológica são fundamentadas em dois tipos
de bases: dados agregados e dados individualizados.

A base dos dados, sua extração e


tabulação é disponibilizada de forma
agregada, possibilitando retirar
informações de grupos.

Exemplo: Censos demográficos,


informações de proporção ou número
de domicílios com água encanada por
município.

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As informações possíveis estão no
menor nível, o do indivíduo, o que
permite a investigação de
exposição e desfecho daqueles
que formam a base, bem como o
cruzamento dos dados em
sistemas distintos, aprimorando a
informação desejada.

Exemplo: Sexo, idade e


escolaridade. Esses dados
individualizados estão
armazenados nas bas de dados
relacionadas a HIV e aids, Sistema
de Informação de Agravos de
Notificação (Sinan), Sistema de
Informação sobre Mortalidade
(SIM), Sistema de Controle de
Exames Laboratoriais (Siscel),
Sistema de Controle Logístico de
Medicamentos (Siclom).

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Análise de dados

A análise de dados é utilizada para avaliar os perfis epidemiológicos e as mudanças que


ocorrem nos processos de adoecimento de uma população em função de diferentes
variáveis.

É a partir da análise de dados que são constituídas as taxas e os indicadores como


instrumentos fundamentais para a vigilância epidemiológica.

A seguir, apresentamos os objetivos de aprendizagem deste tópico.

Objetivos de aprendizagem

Entender o que é epidemiologia descritiva e a sua relação com conceitos de tempo,


lugar e pessoa.

Identificar e classificar os tipos de variáveis que podem ser analisados para a descrição
do perfil epidemiológico de uma doença.

Definir principais taxas – incidência, detecção, prevalência, mortalidade e letalidade.

Relacionar taxas de incidência, detecção e prevalência.

Construir outros indicadores que subsidiam a vigilância epidemiológica (razão, sexo,


proporção).

Localizar e acessar as informações dos boletins epidemiológicos, dos painéis de


indicadores e da ferramenta de tabulação Tabnet.

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Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS, 2010a), uma vez que os dados
tenham sidos coletados e inseridos no sistema de informação, é possível realizar a análise de
dados, que envolve descrever e comparar características e atributos relativos a tempo,
lugar e pessoa, com a finalidade de:

1 Estabelecer tendências das doenças para detecção e antecipação de ocorrência


de mudanças de comportamento.

2 Identificar possíveis fatores associados ao aumento ou diminuição de casos e/ou


óbitos, bem como populações sob maior risco.

3 Identificar áreas geográficas que requerem medidas de controle.

Esse processo de descrição e comparação de dados é fundamental na chamada


epidemiologia descritiva.

Epidemiologia descritiva: pessoa, tempo e lugar


A epidemiologia descritiva, ou os estudos descritivos, compreendem
a primeira fase da aplicação do método epidemiológico visando
compreender o comportamento de uma doença/agravo à saúde da
população. Nessa etapa permite responder a questões como “Quem?”,
“Quando?”, “Onde?”, ou, em outros termos, descrever os caracteres
epidemiológicos de agravos/doenças referentes à pessoa, ao tempo e
ao lugar (WALDMAN, 1998, p. 217).

Assista, a seguir, o Repórter Saúde e entenda como a epidemiologia descritiva foi


fundamental para o controle da epidemia de cólera em Londres, no século XIX.

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https://player.vimeo.com/video/919561270

É possível dizer que, na epidemiologia descritiva, são observados os dados coletados, que
referem-se:

às características específicas dos casos/ pessoas. Por exemplo: sexo, idade,


escolaridade, entre outros;

à distribuição espacial dos casos. Por exemplo: zona rural, urbana, entre outros;

ao padrão do comportamento das doenças ao longo do tempo. Por exemplo:


aumento de casos como o surto/epidemia, entre outros.

Na epidemiologia descritiva, esses dados são organizados, analisados e apresentados no


formato de tabelas, gráficos com taxas, médias e distribuição de frequência, segundo as

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características da pessoa, do lugar e do tempo, visando descrever aquelas populações de
interesse observadas (WALDMAN, 1998, p. 217 e 218).

A partir de uma epidemia de cólera em Londres, no século XIX, e da


atuação do médico John Snow, foi possível perceber que a observação
de um agravo em um recorte de tempo, lugar e grupo de pessoas pôde
revelar riscos e vulnerabilidades, que devem ser conhecidos pela saúde
pública.

Figura 18. Esquema explicativo sobre o conceito de pessoa, tempo e lugar.

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Pessoa

Segundo, OPAS (2018) e Waldman (1998), em linhas gerais, os dados


individuais apresentam características que permitem identificar, quando
tabulados e analisados, quem está submetido a risco mais elevado de ser
atingido por eventos adversos à saúde.
As principais características são:

idade;

sexo;

raça/etnia;

estado conjugal;

ocupação;

educação;

hábitos e costumes (comportamento sexual, uso de drogas, tabagismo,


entre outros).

A partir da análise dos dados, é possível:

descrever em detalhes as pessoas afetadas;

identificar possíveis grupos e fatores de risco;

obter determinantes para cálculo de taxas;

fazer comparação entre grupos.

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Tempo

Segundo, Waldman (1998) e OPAS (2010b), a análise da distribuição dos casos


no tempo permite que sejam estabelecidas hipóteses sobre o
comportamento da doença, ao longo de um período, com o apontamento
de tendências que podem variar em semanas, meses, anos e até períodos
maiores, como décadas e séculos.

As variações das características relativas ao tempo podem ser:

Variações regulares: quando podem ser previsíveis, como no caso de


doenças que possuem tendências seculares, sazonais ou cíclicas.

Variações irregulares: quando a ocorrência é identificada em um


momento único e inesperado (característica de epidemias).

A seguir, conheceremos mais sobre as tendências das variações regulares e


irregulares.

36
Lugar

Segundo Waldman (1998), a exemplo da pessoa, os dados de lugar


apresentam características que permitem identificar, quando analisados e
comparados, qual local está submetido a risco mais elevado de ser atingido
por eventos adversos à saúde.

As principais unidades desta dimensão são:

País.

Estado.

Cidade (residência ou nascimento).

Bairro.

Local de trabalho.

Distrito escolar.

Unidade hospitalar.

Com a análise dos dados de lugar, é possível:

Identificar a localidade com maior ocorrência.

Ajudar a conhecer prováveis fontes de infecção e a forma de


disseminação do agente etiológico da doença.

Associar a ocorrência da doença a determinado local, podendo inferir


fatores de risco.

Fonte: dos autores, 2022

37
Tendências
Segundo Waldman (1998), para a apresentação de dados, recomenda-se a utilização de gráficos,
nos quais, normalmente, o número de casos e óbitos ou outra taxa analisada são representados
no eixo vertical (Y), e a variável tempo (dia, semana, mês e ano), no eixo horizontal (X) .

Este tipo de apresentação gráfica nos oferece:

observação da magnitude do problema;

observação da tendência passada e sugestão de ideias da tendência futura;

verificação do padrão de ocorrência dos eventos relacionados ao processo saúde-doença,

segundo a variável tempo, com característica regular ou irregular.

Como sabemos, a característica da variação temporal pode ser do tipo regular ou irregular e,
dependendo de características específicas, pode ter algumas tendências:

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Tendência secular

A tendência secular, também conhecida como tendência histórica, se
refere à análise das variações das taxas de incidência e prevalência,
bem como de mortalidade e letalidade de doenças, por um longo
período, em geral, por décadas. A análise histórica de uma doença
deve considerar fatores que alterem a tendência, como melhora no
diagnóstico, surgimento de vacinas e tratamentos, entre outros
(NETO et al., 2013).

A seguir, temos um gráfico fictício, nele é possível observar o


comportamento histórico de uma doença que, após o surgimento da
vacina, apresentou uma tendência decrescente da taxa de incidência na
população.

39
Tendência sazonal

A tendênciasazonal se dá quando a variação (aumento ou queda) da taxa
de incidência de uma doença ocorre em sintonia com uma determinada
época do ano, geralmente relacionada ao modo de transmissão da doença,
mas também podendo ter associação com fenômenos demográficos (por
exemplo: nascimento/ óbito), acidente de trabalho (como incidentes
ligados à colheita agrícola, por exemplo), entre outros (MEDRONHO,
WERNECK, PEREZ, 2009).

No gráfico fictício a seguir, é possível observar como uma doença de


tendência sazonal se comportou ano a ano, em termos de número de
casos. Todos os anos, a doença aparece na população em números
diferentes, mas a variação (aumento ou queda) apresenta-se similar nos
mesmos períodos do ano.

40
Tendência cíclica

Na tendência cíclica, o padrão de variação é regular e as flutuações na
taxa de incidência de uma doença ocorrem em períodos superiores a
um ano (MEDRONHO, WERNECK, PEREZ, 2009).

Visualizamos, no gráfico abaixo, como se apresenta a variação cíclica


da taxa de incidência de uma doença, cuja flutuação ocorreu ao longo
de dois anos.

41
Epidemia

A epidemia se define como sendo a elevação brusca, temporária e
significativamente acima do esperado da taxa de incidência de
uma doença (MEDRONHO, WERNECK, PEREZ, 2009).

Na epidemia ocorrem variações irregulares e inesperadas.

A seguir, no gráfico fictício, é possível observar o súbito aumento de


uma doença em um determinado período.

42
Tipos de Variáveis
Como vimos anteriormente, existem diversas características ou atributos que podemos
observar e coletar como dados. Eles estão relacionados à pessoa, ao tempo e ao lugar . Essas
características ou atributos são denominados variáveis.

O primeiro passo no processo de medição do estado de saúde da população é a definição de


variáveis que irão apresentar ou caracterizar a população de interesse.

As variáveis podem ser de dois tipos:

Quantitativas: as características estão ligadas a dados numéricos, como idade, número


de filhos, entre outros.

Qualitativas: as características estão ligadas a dados descritivos, não-numéricos, como


cor de pele, sexo, entre outros.

Cada um desses tipos pode receber uma classificação, conforme o quadro abaixo.

43
Quadro 1. Classificações de variável quantitativa e qualitativa.

Fonte: OPAS, 2010b, p. 12 e 13.

44
A análise das tendências dessas variáveis pode evidenciar riscos, vulnerabilidades e pontos de
atenção. Diante disso, vale conhecer quais são as ferramentas utilizadas para a análise de
variáveis em epidemiologia e quais tipos de leitura elas podem evidenciar.

Vamos fixar o conteúdo com um exercício rápido?

Indique, dentre as opções abaixo, quais variáveis podem ser classificadas como qualitativas e
quais podem ser classificadas como quantitativas, arrastando os cartões para a caixa correta.

Quantitativa

Número de contatos no
Contagem de células CD4
domicílio

Número de fi lhos vivos Idade (em anos)

45
Qualitativa

Forma clínica da hepatite


Baciloscopia de escarro
(aguda, crônica, fulminante,
(positiva ou negativa)
inconclusiva)

Município de residência Nome da Mãe

Avaliação do grau de
Zona de Residência (rural ou
incapacidade física (Grau zero,
urbana)
Grau I, Grau II, Grau III)

As ferramentas ideais vão depender do tipo de recorte aplicado aos dados, ou seja, conforme a

escolha do uso de variáveis quantitativas ou de variáveis qualitativas.

Veja exemplos no quadro a seguir.

46
Quadro 2. Ferramentas de análise para diferentes tipos de variáveis.

Tipo de Representação
Ferramentas de análise
variável dos dados

Média;

Mediana;
Medição
Quantitativa
numérica Moda;

Intervalo.

Razão;

Proporção*;

Frequência*;

Taxas.
Informações
Qualitativa
descritivas
*Proporção e frequência também são
ferramentas que podem ser usadas na
análise de variáveis quantitativas
ordinais (exemplo: analisar proporção de
pessoas com um filho).

Fonte: BRASIL, 2018b.

Tais ferramentas são medidas estatísticas notáveis, que podem ser reveladoras de diferentes
informações. Conheça cada uma delas a seguir.

47
Medidas de tendência central

Para quantificar uma doença e o estado de saúde na população, aplicam-se métodos


e técnicas que permitem que os dados coletados, referentes aos casos atendidos e
notificados pelos serviços de saúde, convertam-se em informações relevantes para
ações de controle e prevenção (LAPPONI, 1997; OPAS, 2010b).

Para isso, no caso das variáveis quantitativas, são usadas as chamadas medidas de
tendência central. Elas descrevem o comportamento representado pelo grupo de
dados tabulados que são:

média;

mediana;

moda.

Vamos entender as suas particularidades e quando utilizar cada uma delas, partindo
de um exemplo fictício, apresentado no quadro acima. Ele ilustra o período de tempo
(em dias) em que 19 PVHAs levaram para que as suas cargas virais tornassem
indetectáveis após o início da terapia antirretroviral (TARV).

Assim, a pessoa A apresentou sua carga viral indetectável 32 dias após o início do seu
tratamento com TARV, enquanto a pessoa B levou 45 dias para apresentar carga viral
indetectável e assim por diante.

48
1

Média

Em Estatística, a média é a medida central de tendência mais conhecida por todos.


Trata-se de somar os números de uma lista, seguido pela divisão da quantidade de
números somados.

A média representa muito bem os conjuntos de dados numéricos que não são tão
discrepantes entre si.

Para demonstrar, vamos utilizar o exemplo anterior, que ilustra o tempo (em dias)
necessário para que 19 PVHAs apresentassem suas cargas virais indetectáveis, após o
início da TARV.

Para calcular a média, nesse exemplo do quadro acima, temos que somar todos os
períodos e dividir pelo número de pessoas observadas (19 pessoas).

Portanto, as PVHAs deste grupo levariam 81 dias, em média, para que suas cargas
virais se apresentassem indetectáveis, após o início da TARV.

Importante: a média é a tendência de medida central mais afetada quando existem


valores extremos no conjunto avaliado. Por exemplo: se neste conjunto que estamos
observando, se as pessoas A e B tivessem levado 630 e 575 dias, ao invés de 32 e 45
dias, respectivamente, para terem suas cargas virais indetectáveis, apresentariam

números extremos ao conjunto. Em casos assim, o conjunto será melhor


representado pela mediana.

49
2

Mediana

A mediana é a melhor medida de representação de um grupo com grande amplitude


no seu intervalo (distância entre o maior e o menor número), por ter a propriedade
de "suavizar" a influência deles no resultado.

É como se o cálculo suprimisse da base aquelas ocorrências mais esporádicas, de


forma que elas não influenciassem na representação de dados do grupo.

Ainda no exemplo anterior, que ilustra o tempo (em dias) necessário para que 19
PVHAs apresentassem suas cargas virais indetectáveis, após o início da TARV, para
calcular a mediana, o primeiro passo é ordenar os dados numéricos em escala
crescente ou decrescente.

O segundo passo é identificar o número central a partir da equação (n+1)/2, em que n


é igual ao número de dados. Neste exemplo:

n = 19 ∴ (19+1)/2 = 10

A mediana, portanto, estará na 10ª posição da escala.

Observe no quadro acima, que a mediana é aquele valor que ocupa a posição central
de uma série, dividindo 50% das observações acima e 50% abaixo dela. Portanto, no
exemplo, o décimo valor encontrado na série é o de 90 dias, ou seja, a mediana de
tempo para não ser detectada a carga viral após início de tratamento é de 90 dias.

50
No caso, temos 19 dados. Se, por outro lado, tivéssemos um número par de dados
(n=20), a mediana seria a média entre os dois dados centrais, ou seja:

n = 20 ∴ (20+1)/2 = 10,5

Assim, devem ser considerados números centrais tanto a 10ª quanto a 11ª posição.

Observe no quadro acima que o décimo e décimo primeiro valor encontram-se no


centro da série e ambos correspondem a 90 dias. Somando os dois valores e
dividindo por dois, temos 90 dias. Isso significa que a média de tempo para detectar
a carga viral depois de começar o tratamento é de 90 dias. Como visto, a mediana
ignora os números extremos (aqueles que estão nas primeiras e os que estão nas
últimas posições). Ela pode ser a melhor escolha para quando há algum número
muito maior ou muito menor que os demais entre os dados.

51
4

Moda

Em Estatística, a moda busca o número que mais se repete em um mesmo conjunto


de dados.

Voltando ao nosso exemplo, para calcular o tempo (em dias) necessário para que 19
PVHAs apresentem suas cargas virais indetectáveis, após o início da TARV, temos que
organizar os dados para juntar os valores iguais.

No exemplo do quadro acima, o número 90 é o que aparece mais vezes (5 vezes) no


conjunto, é, portanto, a sua moda, ou seja, o tempo para não detecção da carga viral
mais frequente é de 90 dias.

A moda pode ou não ser central. De fato, ela pode nem mesmo existir, se não houver
repetição de dados. Por isso sua utilização depende da situação a ser analisada.

52
Em suma:

Com base nas representações acima, podemos inferir que:

Quando temos uma distribuição simétrica de valores na série analisada, a média,


mediana e moda terão valores idênticos.

Já, a distribuição assimétrica de valores ocorre quando os valores da média e da


mediana são diferentes, ou seja, quanto mais afastados esses valores (média e
mediana), maior será a inclinação da distribuição para direita ou esquerda.

Assim, na assimetria à esquerda ou negativa (inclinação da distribuição para a


esquerda), a moda será maior que a mediana e a mediana maior que a média.

Na assimetria à direita ou positiva (inclinação da distribuição para a esquerda), a


média é maior que a mediana, e a mediana é maior que a moda.

Os cálculos, para chegarmos nas medidas de tendência central, são simples e


importantes para conhecermos a distribuição dos dados e sabermos reconhecer se
estamos usando a melhor medida, com um valor resumo que represente a série de
dados.

53
A seguir, propomos um exercício. Nele você poderá aplicar o conteúdo apresentado.

O quadro abaixo ilustra em que período gestacional (em semanas) estavam 19 gestantes
quando foram diagnosticadas com sífilis.

Considerando que o diagnóstico precoce de sífilis em gestantes é


fundamental para a prevenção da sífilis congênita , são necessários
alguns momentos de testagem, como:

Testagem na primeira consulta de pré-natal (que, em situações


ideais, ocorre no 1º trimestre da gestação - entre a 1ª e a 13ª semana).

Testagem no início do terceiro trimestre (28ª semana).

Testagem no momento do parto (ou em caso de aborto/


natimorto) (BRASIL, 2022b).

54
Medidas de frequência
Como vimos anteriormente, a observação de fatos (tais como: presenças de doença ou
eventos, fatores de risco, entre outros), e das variáveis (tais como: tempo, pessoa, lugar) é um
dos enfoques da epidemiologia.

Outro ponto importante é dar número aos casos, ou seja, a suaquantificação , realizada de
modo simples. Em seguida, faz-se necessário medir afrequência ou ocorrência de tais
situações na população.

Assim, vamos conhecer algumas medidas de frequência utilizadas para análise das variáveis
quantitativas. As medidas de frequência mais utilizadas são as razões, as proporções
e as taxas (incidência, prevalência, detecção, mortalidade e letalidade ). Elas podem
medir tanto a carga da doença na população, quanto seu risco de adoecer e, a partir daí, há
potencial para subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação das políticas de saúde.

Nas abas a seguir, vamos conhecer cada uma delas.

Razão

A razão é o quociente de duas quantidades (números) relacionadas
entre si e permite comparar quantidades de diferentes naturezas.
Utilizando o seguinte método de cálculo: X/ Y, no qual X = numerador
e Y = denominador. E, caso seja necessário para melhor compreensão
do resultado, pode-se usar uma constante no cálculo:
X/ Y * 10

Legenda:

X = numerador;

55
Y = denominador;

10ⁿ = constante.

Por exemplo:

Conhecer o número de leitos por médico em um hospital: hospital


Z = 750 leitos /10 médicos = 75 leitos por médico.

Conhecer a razão de sexo, ou seja, qual a relação quantitativa entre


os sexos (masculino e feminino) em uma população: X (população)
= 1500 homens /1000 mulheres = 1,5 homem por mulher.

Conhecer o número de UBS por habitante no município: Y


(município) = 400 UBS / 4.000.000 habitante = 0,0001 UBS por
habitante. Ou usando uma constante (que representa 10.000
habitantes) ficaria: (400 UBS / 4.000.000 habitante) * 10.000 =
0,0001; 1 UBS /10.000 habitantes.

De posse de dados como esses, é possível realizar análises importantes


para o desenvolvimento de políticas de saúde. Com essa perspectiva,
observe o exemplo apresentado pelo texto abaixo.

Analisando dados relativos aos casos diagnosticados com aids, a


razão entre sexos varia de acordo com a faixa etária. Em 2020, a faixa
etária que apresentou a maior razão de sexos foi a de 20 a 29 anos -
4,0 (40 casos em homens para cada 10 casos em mulheres). Nessa
mesma faixa, também foi verificada a maior variação percentual da
razão entre sexos nos últimos dez anos, já que em 2010 a razão era de
1,7 (17 casos em homens para cada 10 casos em mulheres), o que
representa um aumento de 127,4% em 10 anos (2010-2020) (BRASIL,
2022d, p. 15).

Essa razão pode ser influenciada pelas taxas de detecção de novos


casos de aids e taxas de mortalidade diferenciadas por sexo e faixa
etária.

Clique no gráfico para ampliá-lo.

56
Proporção

A proporção é um quociente de duas quantidades, em que o
numerador é um subconjunto do denominador. Essa proporção
costuma ser expressa em porcentagem e permite comparar uma parte
com o todo, descrevendo a frequência relativa de um evento ou
característica.

O resultado de uma proporção varia de 0 a 1, sendo que:


x/ y

Legenda:

x= número de uma característica em um grupo.

y= número total do grupo.

A proporção costuma ser expressa em porcentagem (%).

57
Porcentagem= proporção* 100, ou seja: x/ y* 100

Como exemplo, analise o gráfico abaixo que expressa a porcentagem


de casos de hepatites virais notificados, segundo as regiões do Brasil,
no período de 1999 a 2020 (BRASIL, 2022c).

Assim, entendemos que a porcentagem é útil para descrever a


distribuição das características de uma população.

Clique no gráfico para ampliá-lo.

Taxa de incidência

A taxa ou coeficiente de incidência é uma medida de frequência de
novos casos de uma doença, em uma determinada população,
durante um período e local determinados. Esse indicador sinaliza a
velocidade de ocorrência de uma doença, ou agravo, ou outro evento
de saúde na população, sendo assim um estimador de riscos* (OPAS,
2010b).

58
*Risco é a probabilidade de uma mudança de estado (doença, morte, efeito adverso) em uma
população de interesse em um determinado intervalo.

O cálculo da incidência é bem simples: toma-se o número de novos


casos da doença ou agravo, divide-se pelo total de pessoas
consideradas sob risco para tal doença ou agravo e, ao final,
multiplica-se por uma constante.

Ou seja, utiliza-se o seguinte método de cálculo:


I = (número de casos novos da doença no período e local/ número
de pessoas em risco no mesmo período e local)* 10ⁿ

Como exemplo, considere o gráfico abaixo, que expressa o coeficiente


de incidência de tuberculose (por 100 mil habitantes), no Brasil entre
2012 e 2021.

A partir do gráfico, observa-se que:

Embora tenha sido observada uma queda constante entre os anos de


2012 e 2015, o coeficiente de incidência da TB no país aumentou entre
os anos de 2016 e 2019. Em 2020 e 2021, ao longo da pandemia de
covid-19, observou-se uma redução acentuada na incidência em
comparação com o período anterior à pandemia (BRASIL, 2022g p.
10).

59
Taxa de detecção

A taxa de detecção é utilizada para os casos de doenças crônicas, em
que o diagnóstico pode ou não ser realizado no início da doença.

Casos de aids e hepatite C são exemplos típicos desta medida, uma vez
que não é possível afirmar com exatidão a data do início da infecção.
Nesse caso, o cálculo utilizado na taxa de incidência é o mesmo, sendo
considerada a data em que aconteceu o diagnóstico da doença.

Assim, o método de cálculo é o seguinte:

D = (número de casos diagnosticados de determinada doença no


período e local/ número de pessoas em risco no mesmo período e
local) * 10ⁿ

60
Taxa de prevalência

A taxa de prevalência é um importante indicador para medir a
magnitude de uma doença, em especial as crônicas ou de longa
duração, na população.

A prevalência é a medida do número total de casos existentes (casos


prevalentes) de uma doença em um ponto ou período de tempo e em
uma população determinada, sem distinguir se são casos novos ou
não. Em outras palavras, a prevalência pode ser entendida como um
corte da população em um determinado momento, indicando quem
tem e quem não tem a doença (OPAS, 2010b; WALDMAN, 1998).

No cálculo da prevalência, o numerador abrange o total de pessoas


que apresentam a doença em um período determinado (novos casos
acrescidos dos já existentes). Por sua vez, o denominador é a
população do mesmo período e local. A fórmula para o cálculo da taxa
de prevalência é:

P = (número de casos de uma doença em uma população em um


determinado período e local / número total de pessoas na
população durante esse mesmo período e local) * 100

O objetivo desse indicador é compreender a gravidade da doença na


população observada, medindo o seu impacto nessa população.

Taxa de letalidade

A taxa de letalidade é particularmente importante para avaliar a
severidade (grau de gravidade) de uma determinada doença.

61
A taxa de letalidade mede a probabilidade de um indivíduo morrer
com determinada doença ou agravo, ou em decorrência dessa mesma
doença, ou agravo. Assim, a letalidade somente se refere aos óbitos
entre a população doente (OPAS, 2010b; WALDMAN, 1998).

Esse indicador é definido como a proporção de mortes entre os


doentes, em um certo período.

Por exemplo, considerando um cenário hipotético em que foram


registrados 72.000 casos de covid-19 em um determinado local no ano
de 2020, e o número de mortes pela mesma causa foi de 4.500 no
mesmo período, podemos calcular a taxa de letalidade da seguinte
forma:

L = (número de óbitos de uma determinada doença no período /


número de doentes dessa mesma doença no mesmo período) * 100

Neste caso, a taxa de letalidade da covid-19 seria de 6,25% (cálculo:


4.500/ 72.000= 0,0625* 100= 6,25%). Isso significa que a chance de uma
pessoa qualquer com covid-19 falecer devido à doença é de 6,25%. Em
outras palavras, de cada 100 pessoas com covid-19, espera-se que 6 a 7
pacientes faleçam.

Além de avaliar a probabilidade de morte por uma doença específica,


a taxa de letalidade também pode ser usada para monitorar a
evolução da doença ao longo do tempo. É possível, por exemplo,
verificar se a taxa de letalidade está aumentando ou diminuindo em
relação às séries históricas anteriores. Essa informação serve para fazer
projeções futuras e implementar medidas de prevenção e controle da
doença.

Taxa de mortalidade

62
As informações de mortalidade são utilizadas com frequência para
avaliar a carga (gravidade) da doença nas populações e ajudar a
determinar se o tratamento de uma doença se tornou mais efetivo ao
longo tempo.

A taxa de mortalidade de um país ou região é chamada de taxa (ou


coeficiente) de mortalidade geral ou bruta e pode ser calculada para
grupos específicos de pessoas, conforme sexo, idade, doenças ou
outras características importantes (chamados de taxas específicas)
(BONITA, BEAGLEHOLE, KJELLSTROM, 2010; GORDIS, 2017; OPAS,
2010b).

Acompanhe, a seguir, mais detalhes sobre as taxas de mortalidade:

A taxa de mortalidade geral ou bruta expressa a intensidade com a


qual a mortalidade (por todas as causas) atua sobre determinada
população no ano. O método de cálculo é:

MG = (número de óbitos em um determinado ano e local/ número


total de pessoas na população durante esse mesmo ano e local)* 10ⁿ

A taxa de mortalidade específica por causa leva em conta o motivo


da morte, ou seja, estima o risco de uma pessoa morrer por razão
característica. Por exemplo: taxa de mortalidade específica por aids,
taxa de mortalidade específica por tuberculose, entre outros. O cálculo
dessa taxa pode ser representado pela seguinte fórmula:

ME = (número de óbitos de uma doença em um determinado ano e


local/ número total de pessoas na população durante esse mesmo
ano e local)* 10ⁿ

Vamos para algumas reflexões sobre a informação de mortalidade. De


acordo com dados do DATASUS (tabnet.datasus.gov.br), em 2021,
foram registradas 1.832.649 mortes entre os 213.317.639 habitantes do

63
Brasil naquele ano, resultando em uma taxa de mortalidade geral de
859,1 óbitos por 100.000 habitantes.

Como a taxa de mortalidade geral da população é muito abrangente,


a indicação é que os dados tabulados sejam organizados em extratos,
para que possamos calcular taxas de mortalidade mais específicas. Por
exemplo: por sexo (total de mortes por determinado sexo sobre o total
da população deste mesmo sexo), por faixas de idade, por raça, entre
outros.

Esses dados mais específicos ajudam a entender melhor como a


doença afeta diferentes grupos populacionais, permitindo a adoção
de medidas mais direcionadas para a prevenção e controle. Em
resumo, a taxa de mortalidade é um importante indicador de saúde
pública, que ajuda a avaliar o impacto das doenças na população e
orientar as políticas de saúde.

Também é possível comparar a taxa de mortalidade de diferentes


extratos de uma população por uma doença ou agravo específico.
Por exemplo, tomando o histórico de óbitos por aids, desde 2010 até
2020 no Brasil e agrupando os dados por sexo, vemos que
o coeficiente de mortalidade por aids do sexo masculino é superior ao
do sexo feminino em todos os anos analisados, o que gera evidências
para a elaboração de planos e estratégias de enfrentamento mais
específicos (BRASIL, 2022d). Também é possível identificar a
tendência de queda nas taxas de mortalidade em ambos os sexos ao
longo do período, podendo estar relacionada à oferta de tratamento
mais eficaz ou redução de casos da doença.

Esse é um exemplo bem simples para ilustrar o conceito. É claro que


outras investigações podem e devem ser feitas (extratos por faixa de
idade, escolaridade, região geográfica, entre outros) para embasar
planos mais acurados. A mensagem aqui é que há um mundo de
possibilidades de investigação, desde que a estratificação seja
coerente.

64
Veja no gráfico a seguir o exemplo apresentado.

Clique na imagem para ampliá-la.

A importância que um evento de saúde tem para a saúde


pública depende de sua magnitude (taxas de prevalência
e de mortalidade), velocidade (taxa de incidência),
severidade (taxa de letalidade) e da possibilidade dele
ser prevenido, dentre outras características
(WALDMAN, 1998; OPAS, 2010b).

Vimos, então, diversos cruzamentos, agrupamentos e estratificações de variáveis

quantitativas e qualitativas, que poderão colaborar para o processo de investigação e,

65
consequentemente, para a elaboração de melhores recomendações para o
enfrentamento das doenças e agravos.

O que significa taxa de incidência e taxa de prevalência?

Incidência é a taxa que mede a ocorrência de novos casos durante um período, em uma

determinada população.

Já, prevalência é a taxa que mede tanto os casos novos, quanto os casos já existentes da
doença.

66
Figura 20. Representação figurativa dos conceitos de taxas de incidência e de prevalência.

Fonte: adaptada de OPAS, 2010b.

A partir dessas definições, algumas relações se formam entre essas taxas. Para abordar tais
relações, vamos começar observando a taxa de prevalência e quais fatores podem
influenciá-la, segundo OPAS (2010b) e Waldman (1998b).

Diminuição da taxa de prevalência



São fatores que diminuem a taxa de prevalência:

Introdução de fatores que diminuem a vida dos pacientes.

67
Elevação da taxa de letalidade da doença, ou seja, morrem mais
pessoas da doença.

Diminuição da incidência, ou seja, não há identificação de novos


casos.

Introdução de fatores que permitam o aumento da cura de uma


doença (exemplo: introdução de nova terapêutica que permita a
cura dos pacientes, ou seja, pessoas curadas não são mais doentes).

Migração de correntes originárias, ou seja, pessoas doentes se


mudam do local analisado.

Figura 21. Representação figurativa da diminuição da taxa de prevalência

Aumento da taxa de prevalência



São fatores que aumentam a taxa de prevalência:

68
Introdução de fatores que prolongam a vida dos pacientes sem
curá-los, ou seja, as pessoas permanecem vivendo com a doença
por muito mais tempo.

Aumento da incidência, ou seja, há mais identificação de novos


casos.

Aprimoramento das técnicas de diagnóstico, ou seja, testes de


diagnósticos cada vez mais eficientes para detecção de uma
doença.

Migração de correntes originárias de áreas, ou seja, pessoas


doentes se mudam para o local analisado.

Figura 22. Representação figurativa do aumento da taxa de prevalência.

69
Estabilidade da taxa de prevalência

A taxa de prevalência se estabiliza em dois cenários, quando:

1 . em
um mesmo período, não há taxa de incidência, nem tampouco
curas ou óbitos;

2. háuma taxa de incidência equivalente às taxas de morte e cura


somadas.

Assim, entendemos que, ainda que a taxa de incidência influencie na


taxa de prevalência, o contrário não é verdadeiro, ou seja, a taxa de
prevalência não influencia na taxa de incidência.

Figura 23. Estabilidade da Taxa de prevalência.

70
Conheça os indicadores do seu local de residência e trabalho.
Algumas das principais características relacionadas à magnitude (taxa de prevalência),
velocidade (taxa de incidência), severidade (mortalidade, letalidade) ligadas ao HIV e
aids, tuberculose, hepatites virais, sí lis adquirida, congênita e em gestante de todo
país, municípios brasileiros, estados e o distrito federal estão disponíveis, para acessá-
los clique no botão ao lado.

CLIQUE AQUI

Para acessar o Painel de Indicadores, siga o passo a passo, abaixo:

Painel de Indicadores

Veja, a seguir, o passo a passo de como acessar o Painel de


Indicadores com estratificações por UF, municípios e outros recortes de
interesse para a análise dos dados.

71
1

Tela de acesso à página da vigilância epidemiológica

Acesse a página da Vigilância Epidemiológica do Departamento de


HIV/aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente
Transmissíveis - disponível pelo endereço < https://www.gov.br/aids/pt-
br/indicadores-epidemiologicos > - e clique em Painéis de indicadores e

dados básicos.

72
2

Tela de acesso aos painéis de indicadores e dados básicos

Em seguida, no Painel de indicadores e dados básicos, selecione a opção


desejada. Como exemplo, utilizaremos os Indicadores e dados básicos da
sífilis nos municípios brasileiros.

73
3

Tela de acesso aos painéis de indicadores e dados básicos

Nesta página, é possível obter os principais dados básicos e indicadores


epidemiológicos sobre o agravo selecionado. Neste caso, dados de sífilis
regionais e nacionais, verificam-se tabelas por ano de diagnóstico de casos
de sífilis adquirida, sífilis em gestantes, sífilis congênita, entre outros casos.

Tela de acesso aos painéis de indicadores e dados básicos

Ao final de cada página, é possível verificar a apresentação destes dados e


indicadores epidemiológicos no formato de gráficos, facilitando a
interpretação das informações apresentadas. 74
Para conhecer em detalhes os métodos de cálculo dos indicadores apresentados nos painéis,
consulte os boletins epidemiológicos.

No apêndice de cada boletim existe uma tabela que apresenta os indicadores e seu método
de cálculo, como no exemplo abaixo:

75
Quadro 09. Tabela de Indicadores

Fonte: SINAN/SVSA/MS

76
Para acessar os Boletins Epidemiológicos, clique no botão ao lado.

CLIQUE AQUI

Tabulação de dados (Tabnet)


Para que seja possível acessar dados nacionais de saúde e, a partir da análise de
suas tendências e taxas, calcular indicadores, é necessário que tais dados estejam
acessíveis e prontos para tabulação. É para isso que foi criado o Tabnet.

O Tabnet é um aplicativo desenvolvido pelo Datasus, que permite tabulações on-line e


geração de planilhas a partir da base de dados do SUS, apresentando dados relativos a:

indicadores de saúde e pactuações;

assistência à saúde;

epidemiológicas e morbidade;

rede assistencial;

estatísticas vitais;

demográficas e socioeconômicas;

inquéritos e pesquisas;

Saúde suplementar (ANS);

informações financeiras;

estatísticas de acesso ao Tabnet.

77
A tabulação de dados é a coleta de todas as informações disponíveis no Tabnet de forma
organizada, conforme o objetivo da pesquisa. Na tabulação, por exemplo, é possível associar
tabelas a mapas, possibilitando visualização e avaliação da informação.

Esse é um recurso valioso e de fácil acesso, que ampara e dá apoio às políticas e ações de
saúde.

Assista ao vídeo e relembre como acessar o Tabnet.

https://player.vimeo.com/video/919561300

78
Indicadores epidemiológicos dos agravos HIV e aids,
Tuberculose, Hepatites Virais e IST

Como vimos, os indicadores são constituídos para a análise dos perfis epidemiológicos e das
mudanças no processo saúde-doença das populações. São, portanto, fundamentais para
subsidiar ações de prevenção e controle de diferentes agravos e doenças.

A seguir, apresentamos os objetivos de aprendizagem deste tópico.

Objetivos de aprendizagem

Compreender o que são indicadores epidemiológicos.

Identificar os principais indicadores utilizados pela vigilância epidemiológica


relacionados aos agravos de HIV e aids, tuberculose, hepatites virais e IST.

O que são indicadores?


Os indicadores de saúde podem ser considerados guias eficientes e seguros para análises
de cenários, permitindo um olhar objetivo e comparativo de uma ação ou situação. Eles
orientam processos sistemáticos, visando o aperfeiçoamento de resultados por meio de
tomada de decisões seguras, baseadas em dados e na interpretação deles.

79
Alguns indicadores de saúde, como os epidemiológicos, retratam as condições de saúde e o
"comportamento" de doenças e agravos em determinada localidade. São informações úteis
para o monitoramento realizado pelas equipes de saúde e da vigilância epidemiológica,
perante certas situações, como doenças e agravos.

A construção de um indicador epidemiológico é um processo cuja


complexidade pode variar desde a simples contagem direta de casos
de determinada doença, até o cálculo de proporções, razões, taxas ou
índices mais sofisticados, como a esperança de vida ao nascer (RIPSA,
2008, p. 13).

A seguir, conheça alguns indicadores importantes dos boletins epidemiológicos, publicados


pelo Ministério da Saúde.

80
Indicadores de HIV e aids

Figura 24 . Indicadores de HIV e aids.

81
1- O que mede?

Mede o risco de ocorrência de casos novos confirmados de aids na


população, segundo ano e local de residência.

1- Qual a fórmula de cálculo?

1- Qual a fonte dos dados?

Numerador:
Relacionamento de bancos de dados do Sinan 1 , Siscel2 , Siclom 3 e SIM4 .

Denominador:
Base de dados demográficos fornecida pelo IBGE.

Legenda:
1 = Sistema de Informação de Agravos de Notificação.
2 = Sistema de Controle de Exames Laboratoriais de CD4+/CD8+ e Carga Viral
do HIV.
3 = Sistema de Controle Logístico de Medicamentos.
4 = Sistema de Informação Sobre Mortalidade.

82
2- O que mede?

Mede o risco de ocorrência de casos novos confirmados de aids na


população de menores de 5 anos de idade, segundo ano e local de
residência.

É utilizada como proxy da taxa de detecção de casos de aids por transmissão


vertical.

2- Qual a fórmula de cálculo?

2- Qual a fonte dos dados?

Numerador:
Relacionamento de bancos de dados do Sinan 1 , Siscel2 , Siclom 3 e SIM4 .

Denominador:
Base de dados demográficos fornecida pelo IBGE.

Legenda:
1 = Sistema de Informação de Agravos de Notificação.
2 = Sistema de Controle de Exames Laboratoriais de CD4+/CD8+ e Carga Viral
do HIV.
3 = Sistema de Controle Logístico de Medicamentos.
4 = Sistema de Informação Sobre Mortalidade.

83
3 - O que mede?

Mede o risco de óbitos em consequência da aids na população geral.

3- Qual a fórmula de cálculo?

3- Qual a fonte dos dados?

Numerador:
SIM1.

Denominador:
Base de dados demográficos fornecida pelo IBGE.

Legenda:
1 = Sistema de Informação Sobre Mortalidade.

4- O que mede?

Mede o risco de óbitos em consequência da aids na população geral, por


faixas etárias.

84
4- Qual a fórmula de cálculo?

4- Qual a fonte dos dados?

Numerador:
SIM1.

Denominador:
Base de dados demográficos fornecida pelo IBGE.

Legenda:
1 = Sistema de Informação Sobre Mortalidade.

85
5- O que mede?

Mede a ocorrência anual de novos casos de aids por categoria de exposição.

86
5- Qual a fórmula de cálculo?

5- Qual a fonte dos dados?

Numerador e denominador:

Sinan 1

Legenda:
1 = Sistema de Informação de Agravos de Notificação.

6- O que mede?

Mede a ocorrência anual de novos casos de aids por sexo.

6- Qual a fórmula de cálculo?

87
6- Qual a fonte dos dados?

Numerador:

Sinan 1 .

Denominador:
Base de dados demográficos fornecida pelo IBGE.

Legenda:
1 = Sistema de Informação de Agravos de Notificação.

7- O que mede?

Mede o risco de ocorrência de casos novos confirmados de aids, na


população de jovens de 15 a 24 anos de idade, segundo ano e local de
residência.

7- Qual a fórmula de cálculo?

88
7- Qual a fonte dos dados?

Numerador:
Sinan 1.

Denominador:
Base de dados demográficos fornecida pelo IBGE.

Legenda:
1 = Sistema de Informação de Agravos de Notificação.

8- O que mede?

Mede a relação quantitativa de casos de aids entre os sexos.

8- Qual a fórmula de cálculo?

8- Qual a fonte dos dados?

Numerador e denominador:
Sinan 1.

Legenda:
1 = Sistema de Informação de Agravos de Notificação.
89
9- O que mede?

Mede ocorrência anual de novos casos de aids por escolaridade.

9- Qual a fórmula de cálculo?

9- Qual a fonte dos dados?

Numerador e denominador:

Sinan 1.

Legenda:
1 = Sistema de Informação de Agravos de Notificação.

10- O que mede?

Mede a ocorrência anual de novos casos de aids por raça/cor.

90
10- Qual a fórmula de cálculo?

10- Qual a fonte dos dados?

Numerador e denominador:
Sinan 1.

Legenda:
1 = Sistema de Informação de Agravos de Notificação.

11- O que mede?

Mede frequência de gestantes com HIV segundo ano e local de residência.

11- Qual a fórmula de cálculo?

91
11- Qual a fonte dos dados?

Numerador:
Sinan 1.

Denominador:
Sinasc2.

Legenda:
1 = Sistema de Informação de Agravos de Notificação.
2 = Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos.

Fonte: do autor, 2022

92
Para acessar as informações de saúde (Tabnet), clique no botão ao lado.

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Para saber mais como acessar os indicadores e dados básicos relacionados ao HIV e
aids, nos municípios brasileiros, clique no botão ao lado.

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93
Indicadores de tuberculose

Figura 25. Indicadores de tuberculose.

1- O que mede?

Mede o exame de contatos realizado entre as pessoas que foram expostas ao


indivíduo com tuberculose, permitindo a identificação de casos novos da
doença.

94
1- Qual a fórmula de cálculo?

1- Qual a fonte dos dados?

Numerador e denominador:
Sinan 1.

Legenda:
1 = Sistema de Informação de Agravos de Notificação.

2- O que mede?

Estima o risco de morte por tuberculose e dimensiona a sua magnitude


como problema de saúde pública.

2- Qual a fórmula de cálculo?

95
2- Qual a fonte dos dados?

Numerador:

SIM1.

Denominador:
Base de dados demográficos fornecida pelo IBGE.

Legenda:
1 = Sistema de Informação sobre Mortalidade.

3- O que mede?

Estima o risco de um indivíduo vir a morrer por tuberculose, em qualquer de


suas formas clínicas, numa determinada população em um dado intervalo de
tempo.

3- Qual a fórmula de cálculo?

96
3- Qual a fonte dos dados?

Numerador:

Sinan 1.

Denominador:
Base de dados demográficos fornecida pelo IBGE.

Legenda:
1 = Sistema de Informação de Agravos de Notificação.

4- O que mede?

Mede a proporção de cura de casos, entre os casos novos de tuberculose


pulmonar com confirmação laboratorial, numa determinada população em
um intervalo de tempo, expressando a efetividade do tratamento.

4- Qual a fórmula de cálculo?

97
4- Qual a fonte dos dados?

Numerador e denominador:
Sinan 1.

Legenda:
1 = Sistema de Informação de Agravos de Notificação.

Fonte: do autor, 2022

Para saber mais como acessar os indicadores e dados básicos relacionados à


tuberculose, nos municípios brasileiros, clique no botão ao lado.

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98
Indicadores hepatites virais

Figura 26. Indicadores de hepatites virais.

1- O que mede?

Mede a ocorrência de casos confirmados de hepatite C na população geral.

99
1- Qual a fórmula de cálculo?

1- Qual a fonte dos dados?

Numerador:
Sinan 1.

Denominador:
Base de dados demográficos fornecida pelo IBGE.

Legenda:
1 = Sistema de Informação de Agravos de Notificação.

2- O que mede?

Mede a ocorrência de casos confirmados de hepatite B na população geral.

2- Qual a fórmula de cálculo?

100
2- Qual a fonte dos dados?

Numerador:
Sinan 1.

Denominador:
Base de dados demográficos fornecida pelo IBGE.

Legenda:
1 = Sistema de Informação de Agravos de Notificação.

3- O que mede?

Mede a ocorrência de casos confirmados de hepatite A na população geral.

3- Qual a fórmula de cálculo?

101
3- Qual a fonte dos dados?

Numerador:
Sinan 1.

Denominador:
Base de dados demográficos fornecida pelo IBGE.

Legenda:
1 = Sistema de Informação de Agravos de Notificação.

4- O que mede?

Mede o risco de óbitos em consequência de hepatite C na população geral.

4- Qual a fórmula de cálculo?

4- Qual a fonte dos dados?

Indicador:
SIM1.

Denominador:
Base de dados demográficos fornecida pelo IBGE.

Legenda:
1 = Sistema de Informação sobre Mortalidade.
102
5- O que mede?

Mede a ocorrência de casos confirmados de hepatite B em gestantes.

5- Qual a fórmula de cálculo?

5- Qual a fonte dos dados?

Numerador:
Sinan 1.

Denominador:
Sinasc2.

Legenda:
1 = Sistema de Informação de Agravos de Notificação.
2 = Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos.

Fonte: do autor, 2022

103
Para saber mais como acessar os indicadores e dados básicos relacionados às hepatites
virais, nos municípios brasileiros, clique no botão ao lado.

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104
Indicadores de sífilis

Figura 27. Indicadores de sífilis.

105
1- O que mede?

Ajuda a expressar a qualidade do pré-natal, uma vez que a sífilis pode ser
diagnosticada na gestante em dois momentos: durante a gestação e,
também, durante o parto. O tratamento adequado da gestante durante o
pré-natal reduz a probabilidade de transmissão vertical da sífilis e,
consequentemente, a sífilis congênita.

1- Qual a fórmula de cálculo?

1- Qual a fonte dos dados?

Numerador e denominador:
Sinan 1.

Legenda:
1 = Sistema de Informação de Agravos de Notificação.

2- O que mede?

Mede a frequência anual de casos de sífilis na gestação, no mesmo local de


residência e ano.

106
2- Qual a fórmula de cálculo?

2- Qual a fonte dos dados?

Numerador:
Sinan 1.

Denominador:
Sinasc2.

Legenda:
1 = Sistema de Informação de Agravos de Notificação.
2 = Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos.

3- O que mede?

Mede o risco de ocorrência de casos novos confirmados de sífilis adquirida


na população, segundo ano e local de residência.

107
3- Qual a fórmula de cálculo?

3- Qual a fonte dos dados?

Numerador:
Sinan 1.

Denominador:
Base de dados demográficos fornecida pelo IBGE.

Legenda:
1 = Sistema de Informação de Agravos de Notificação.

4- O que mede?

Mede a ocorrência de casos novos de sífilis congênita por transmissão


vertical do Treponema pallidum, no mesmo local de residência e ano.

108
4- Qual a fórmula de cálculo?

4- Qual a fonte dos dados?

Numerador:
Sinan 1.

Denominador:
Sinasc2.

Legenda:
1 = Sistema de Informação de Agravos de Notificação.
2 = Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos.

5- O que mede?

Mede o risco de óbito em crianças em consequência da sífilis congênita no


mesmo local de residência e ano.

109
5- Qual a fórmula de cálculo?

5- Qual a fonte dos dados?

Numerador:
SIM1.

Denominador:
Sinasc2.

Legenda:
1 = Sistema de Informação sobre Mortalidade.
2 = Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos.

Fonte: do autor, 2022

110
Para saber mais como acessar os indicadores e dados básicos relacionados à sífilis, nos
municípios brasileiros, clique no botão ao lado.

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111
Fechamento

Concluímos o conteúdo complementar do módulo "Princípios da


Vigilância Epidemiológica", e para encerrar, assista ao vídeo do Repórter Saúde e relembre
o conteúdo apresentado.

https://player.vimeo.com/video/919561335

112
Referências

ALMEIDA, M. F.; ALENCAR, G. P.; NOVAES, H. D., ORTIZ, L. P. Sistema de informação e


mortalidade perinatal: conceito e condições de uso em estudos epidemiológicos. Revista
Brasileira de Epidemiologia, v. 9, n. 1, p. 56 - 68, mar. 2006. Disponível em:
https://doi.org/10.1590/S14 15-790X2006000100008. Acesso em: 26 mai. 2023.

BONITA, R.; BEAGLEHOLE, R. KJELLSTROM, T. Epidemiologia básica. Tradução e revisão


científica Juraci A. Cesar. 2. ed. São Paulo: Santos Pub., 2010. 213 p.

BRASIL. Lei nº. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção,
proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União (DOU), Brasília (DF), 20 set.
1990. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm. Acesso em 26 mai.
2023.

BRASIL. Portaria MS nº. 204 , de 17 de fevereiro de 2016. Define a Lista Nacional de Notificação
Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos
e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras providências. Diário
Oficial da União (DOU), Brasília (DF), 18 fev. 2016. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2016/prt0204 _17_02_2016.html. Acesso em 26
mai. 2023.

BRASIL. Portaria GM/MS nº. 4 20, de 2 de março de 2022. Altera o Anexo 1 do Anexo V à Portaria

de Consolidação GM/MS nº. 4 , de 28 de setembro de 2017, para incluir a síndrome congênita


associada à infecção pelo vírus Zika na Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças,
agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o

113
território nacional. Diário Oficial da União (DOU), Brasília (DF), 04 mar. 2022a. Disponível em:
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-gm/ms-n-4 20-de-2-de-marco-de-2022-383578277.
Acesso em 26 mai. 2023.

BRASIL. Resolução MS/CNS nº. 588, de 12 de julho de 2018. Fica instituída a Política Nacional
de Vigilância em Saúde (PNVS), aprovada por meio desta resolução. Diário Oficial da União
(DOU), Brasília (DF), 13 ago. 2018a. Disponível em:
https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2018/Reso588.pdf. Acesso em 26 mai. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Organização Pan-Americana da Saúde. Fundação Oswaldo


Cruz. A experiência brasileira em sistemas de informação em saúde. Brasília (DF): Editora
do Ministério da Saúde, 2009. p. 14 8. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/experiencia_brasileira_sistemas_saude_volume1.
pdf. Acesso em: 26 mai. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Apresentação SINASC. Portal


do Ministério da Saúde, [s.d.], [s.l.] Disponível
em: https://svs.aids.gov.br/daent/cgiae/sinasc/apresentacao/. Acesso em: 26 mai. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. EpiSUS-Fundamental: guia


do treinando: oficina 2. Brasília: Ministério da Saúde, 2018b. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/episus_fundamental_guia_treinando_ofic2.pdf.
Acesso em: 26 mai. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Fichas de notificação com

instrutivos de preenchimento e dicionário de dados do banco gerado pelo Sinan.


Brasília (DF): MS, s.d. Disponível em: http://www.portalsinan.saude.gov.br/doencas-e-agravos.
Acesso em 26 mai. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Funcionamento do Sinan.

Brasília (DF): MS, s.d. Disponível em: http://portalsinan.saude.gov.br/funcionamentos. Acesso


em 26 mai. 2023.

114
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de vigilância em
saúde. 5. ed. Brasília (DF): MS, 2022b. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Hepatites Virais: Boletim


Epidemiológico. Brasília (DF): jul. 2022c. Disponível em: https://www.gov.br/aids/pt-
br/centrais-de-conteudo/boletins-epidemiologicos/2022/hepatites-virais. Acesso em 26 mai.

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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. HIV/aids: Boletim


Epidemiológico. Brasília (DF): dez. 2022d. Disponível em: https://www.gov.br/aids/pt-
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Instrução Normativa - nº


02, de 22 de novembro de 2005. Regulamenta as atividades da vigilância epidemiológica
com relação à coleta, fluxo e a periodicidade de envio de dados da notificação compulsória de
doenças por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN. Brasília:
Ministério da Saúde, 2005. Disponível em:
http://www.portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Legislacoes/IN_2_2005.pdf. Acesso
em 26 mai. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual de Normas e


Rotinas do SINAN. Brasília (DF): MS, 2007. Disponível em:
http://portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Portarias/Manual_Normas_e_Rotinas.pdf.
Acesso em 26 mai. 2023.

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde. Módulo de Princípios de


Epidemiologia para o Controle de Enfermidades (MOPECE) Módulo 3: Medição das
condições de saúde e doença na população. 2018c. Brasília.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Prevenção Combinada do


HIV: bases conceituais para profissionais, trabalhadores(as) e gestores(as) de saúde. Brasília:
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115
content/uploads/2021/01/prevencao_combinada_-_bases_conceituais_web.pdf. Acesso em: 26
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Protocolo Clínico e


Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente
Transmissíveis – IST [recurso eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2022e. Disponível em:
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Sífilis: Boletim


Epidemiológico. Brasília (DF): out. 2022f. Disponível em: https://www.gov.br/aids/pt-
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Tuberculose: Boletim


Epidemiológico. Brasília (DF): mar. 2022g. Disponível em: https://www.gov.br/aids/pt-
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CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION (CDC). Hand hygiene saves lives.
Atlanta: CDC, s.d. Disponível em:
https://www.cdc.gov/HandHygiene/download/hand_hygiene_supplement.ppt. Acesso em: 26
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GORDIS L. Epidemiologia. 5ª, Ed. Rio de Janeiro: Editora Revinter. 2017.

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ROUQUAYROL M. Z.; GURGEL, M. (Orgs.). Epidemiologia & saúde. 7. ed. Rio de Janeiro:
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Epidemiologia para o Controle de Enfermidades. Módulo 4 : vigilância em saúde pública.


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https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/modulo_principios_epidemiologia_4 .pdf. Acesso
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ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD (OPAS). Módulos de Princípios de


Epidemiologia para o Controle de Enfermidades. Módulo 3: medida das condições de
saúde e doença na população. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; Ministério da
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ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD (OPAS). Módulos de princípios de


epidemiología para el control de enfermedades (MOPECE). Unidad 4 : Vigilancia en salud
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118

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