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PRINCÍPIOS DA

VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA
Plano do curso

TÍTULO DO MÓDULO: PRINCÍPIOS DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

CARGA HORÁRIA: 40 Horas

PÚBLICO ALVO: Profissionais de saúde, com foco em médicos e enfermeiros.

EMENTA: O que é epidemiologia. O que é vigilância em saúde. Estruturação operacional da


vigilância em saúde. Identificação de casos suspeitos e confirmados. Critérios e variações na
definição de caso. Onde encontrar definição de casos e agravos. Coleta de dados.
Informatização da ficha de notificação no Sinan. Outros sistemas de informação em saúde.

OBJETIVOS GERAIS

• Capacitar profissionais de saúde sobre a Política Nacional de Vigilância e Saúde dos


agravos;
• Capacitar profissionais da saúde em Vigilância em Saúde;
• Capacitar profissionais de saúde sobre as diretrizes técnicas para operacionalização do
Sistema Nacional de Vigilância em Saúde, com ênfase em vigilância epidemiológica;
• Capacitar os profissionais da saúde sobre as ações de vigilância epidemiológica que
devem ser realizadas em cada ponto da rede de atenção;
• Capacitar os profissionais da saúde sobre as definições de casos e os critérios utilizados
na vigilância epidemiológica;
• Capacitar os profissionais da saúde acerca das condutas e medidas de controle do
agravo;

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• A Política Nacional de Vigilância em Saúde;


• A vigilância em saúde;
• As diretrizes técnicas para a operacionalização do Sistema Nacional de Vigilância em
Saúde, com ênfase em vigilância epidemiológica;
• As ações de vigilância epidemiológica que devem ser realizadas em cada ponto da rede
de atenção à saúde;
• As definições de casos e os critérios utilizados na vigilância epidemiológica;
• As condutas e medidas de controle de agravos.

CONTEÚDO

• Princípios da Vigilância Epidemiológica: introdução


• Epidemiologia
• Vigilância em Saúde
• Modelos explicativos do processo saúde e doença: bases para compreender a vigilância
em saúde
• O que é Vigilância Epidemiológica?
• Ações da Vigilância Epidemiológica
• Coleta de Dados e Notificação
• Outros Sistemas de Informação
• Divulgação das Informações
• Fechamento
• Referências

METODOLOGIA

Este módulo está sendo ofertado na modalidade de educação mediada por tecnologia,
autoinstrucional, sendo desenvolvido de forma interativa, por meio da utilização de elementos
visuais, auditivos e avaliações.

RECURSOS

Serão utilizados textos no formato de PDF, vídeos, ilustrações, infográficos, entre outros
recursos.

AVALIAÇÃO

A avaliação é contínua, realizada por meio de questionários pré e pós-teste compostos por
questões de múltipla escolha, para reflexão do conteúdo estudado e para identificar seu
aprendizado. Será também oferecido, ao final do módulo, um questionário de autoavaliação
sobre o desenvolvimento do curso e a contribuição para sua prática.

CONTEUDISTAS

• César Augusto Inoue


• Flavia Kelli Alvarenga Pinto

REVISORES TÉCNICO-CIENTÍFICOS

• Bruna Emanuelle Alvarenga Fanis


• Carmen Silvia Bruniera Domingues
• Flávia Moreno Alves de Souza
• Gerson Fernando Mendes Pereira
• Ana Luisa Nepomuceno Silva
Índice

Apresentação..........................................................................................05
Epidemiologia.........................................................................................07
Vigilância em Saúde.................................................................................18
Modelos explicativos do processo saúde e doença: bases
para compreender a vigilância em saúde..................................................32
O que é Vigilância Epidemiológica?..........................................................55
Ações da Vigilância Epidemiológica..........................................................59
Coleta de Dados e Notificação.................................................................75
Outros Sistemas de Informação.............................................................100
Divulgação das Informações..................................................................109
Fechamento..........................................................................................134
Referências Bibliográficas......................................................................135
Apresentação

Seja bem-vinda e bem-vindo ao Curso de Princípios da Vigilância Epidemiológica.

No decorrer deste módulo, vamos apresentar os aspectos conceituais da vigilância


epidemiológica, sua historicidade e como se transformou para que pudesse instruir respostas
no âmbito da saúde pública.

Abordaremos a epidemiologia enquanto ciência de análise dos processos de saúde e doença,


bem como a sua importância para constituição de respostas, no decorrer da história da saúde
no Brasil.

Com o advento do Sistema Único de Saúde (SUS) e sua proposição universal, integral e
equânime, veremos as transformações aplicadas no pensar saúde, as incumbências da
vigilância epidemiológica e a composição da estrutura da vigilância em saúde.

Os conceitos, ferramentas e aplicações da vigilância epidemiológica são apresentados de


forma a proporcionar uma jornada de aprendizado que possa se traduzir em melhoria da
qualidade da atenção e da gestão em saúde.

Objetivos do módulo

Esse módulo tem como objetivo capacitar os profissionais de saúde


sobre:

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A Política Nacional de Vigilância em Saúde;

A vigilância em saúde;

As diretrizes técnicas para a operacionalização do Sistema Nacional de Vigilância em


Saúde, com ênfase em vigilância epidemiológica;

As ações de vigilância epidemiológica que devem ser realizadas em cada ponto da rede
de atenção à saúde;

As definições de casos e os critérios utilizados na vigilância epidemiológica;

As condutas e medidas de controle de agravos.

Assista, a seguir, ao vídeo Repórter Saúde, no qual são apresentados os principais temas a
serem abordados durante o curso.

Abertura da Unidade
https://player.vimeo.com/video/919561367

Bons estudos!

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Epidemiologia

Historicamente, a humanidade sempre se ateve à necessidade de compreender seus


processos de adoecimento e morte. Com tamanha importância, muitas teorias foram criadas
com o intuito de gerar conhecimento e de construir respostas sobre como ocorriam as
doenças, como se distribuíam e de que maneira poderiam ser evitadas.

Esse movimento se constituiu no que hoje compreendemos como epidemiologia, que é a


base dos nossos estudos sobre a vigilância epidemiológica.

A seguir, apresentamos os objetivos de aprendizagem deste tópico.

Objetivos de aprendizagem
Entender o conceito de epidemiologia.

Compreender a relevância da epidemiologia, a partir de seu contexto histórico.

Se pretendemos compreender o papel e a importância da vigilância epidemiológica,


precisamos, antes, refletir sobre alguns outros conceitos:

O que é epidemiologia?

Como ela se relaciona com a vigilância epidemiológica?

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A epidemiologia baseia-se em métodos quantitativos, com objetivo de compreender a
distribuição das doenças, suas causas ou fatores determinantes, suas repercussões e
proposição de medidas de prevenção e controle (ROUQUAYROL, 2018).

Veja a definição a seguir:

Epidemiologia é a ciência que estuda as condições de saúde e o


processo de adoecimento de uma sociedade, analisando os fatores
determinantes de risco e a distribuição das doenças, agravos e
eventos associados à saúde. Propõe medidas preventivas, de
controle ou erradicação de doenças, danos ou problemas de saúde
e produz informações para apoiar a tomada de decisão no
planejamento, administração e avaliação de sistemas, programas,
serviços e ações de saúde (ROUQUAYROL, 2018; BRASIL, 2002).

7
Fonte: Wikimedia Commons, 2014. Disponível em:
https: //commons.wikimedia.org/wiki/File:A _court_for_King_Cholera_Wellcome_L00
03001.jpg. Acesso em: 26 mai. 2023.

Em sua fundamentação histórica, a epidemiologia tem como marco os estudos de John


Snow, médico inglês, pioneiro na concepção da epidemiologia moderna, que investigou

casos de ocorrência de cólera, na ocasião da epidemia da doença em Londres, em 1850


(BARATA, 1998; ROUQUAYROL, 2018; GORDIS, 2017).

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À época, John Snow buscava compreender como e por que os casos de cólera ocorriam e se
propagavam em determinadas áreas londrinas, e como levavam à morte. Ele,
meticulosamente, os associou às condições de vida e aos ambientes por onde os indivíduos
circulavam e habitavam, o que o levou, então, a identificar a causa daquele mal.

Ao elaborar um mapeamento, foi possível verificar que uma bomba d’água nos arredores da
Broad Street seria o foco principal da doença. A partir dessa percepção, John Snow notificou
as autoridades locais, que propuseram medidas de controle para a epidemia, impedindo que
outras pessoas utilizassem aquela fonte de água (BARATA, 1998; ROUQUAYROL, 2018; GORDIS,
2017).

Fonte: Wikimedia commons, 2020. Disponível em:


https: //commons.wikimedia.org/wiki/File:Snow-cholera-map-1.jpg. Acesso em: 26
mai. 2023.

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Ao correlacionar ambientes, pessoas e seus hábitos de vida (tal como o consumo de água de
um determinado local), e dados de mortalidade, John Snow se utilizou do que chamamos de
métodos epidemiológicos e de vigilância para identificar o consumo de água contaminada
como causa da doença.

Sua teoria contribuiu para o conceito da epidemiologia moderna, contrariando a teoria


vigente à época, que acreditava serem os miasmas os causadores da doença.

Miasmas seriam os produtos de decomposição química


que ocorria quando circunstâncias insalubres,
resultantes do modo de vida dos habitantes em suas
moradias, eram intensificadas sob certas condições
climáticas (CZERESNIA, 1997).

Suas hipóteses foram baseadas apenas em dados observacionais, mesmo sem saber que a
cólera era causada por uma toxina da bactéria Vibrio cholerae.

Esse momento tornou-se, então, um marco histórico, sendo uma das primeiras observações
epidemiológicas que subsidiaram uma ação para o controle de uma doença, no caso, a
cólera.

As investigações de John Snow e de outros pesquisadores do século XIX alicerçaram a


epidemiologia como uma ciência capaz de identificar o perfil de adoecimento de uma
população, fortemente marcada pelas doenças infectocontagiosas da época.

Com os avanços de estudos e das ciências médicas, adentramos ao século XX, tendo na
fisiologia, na parasitologia e nas descobertas bacteriológicas novas formulações acerca da
epidemiologia e a análise dos perfis dos adoecimentos.

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O olhar epidemiológico ganha novos contornos, expandindo o entendimento sobre as saúdes
coletiva e individual, bem como os paradigmas de causalidade e de prevenção das doenças.

As construções científicas que se sucederam agregaram à epidemiologia os conceitos de risco


e de probabilidade, evoluindo o olhar epidemiológico para além do enfoque transmissível
dos adoecimentos (AYRES, 2009).

No decorrer dos anos, com o avanço dos estudos das ciências humanas e da saúde, bem como
da própria epidemiologia, foi possível expandir as respostas para melhor explicar os perfis

epidemiológicos das populações, suas doenças e agravos.

Acompanhe, no esquema a seguir, a proposta de uma linha do tempo, baseada em Barata


(1998) e CDC (2012), capaz de discriminar os marcos da epidemiologia, nos séculos XIX e XX:

Figura 3. Linha do tempo da epidemiologia.

Fonte: BARATA, 1998; CDC, 2012.

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Os conceitos de transição demográfica e de transição
epidemiológica
Sendo a epidemiologia a ciência que estuda o processo saúde e doença das populações,
encontrar respostas explicativas para o crescimento ou diminuição populacional em um
determinado local, bem como seu padrão de adoecimento e mortalidade, faz-se necessário
para melhor estruturar ações de controle e as ações para a saúde pública. Desta forma,
importantes conceitos se estabeleceram:

1 Teoria da transição demográfica;

2 Teoria da transição epidemiológica.

Teoria da transição demográfica


A teoria da transição demográfica tem origem nas mudanças das taxas de natalidade e de
mortalidade, ocorridas dentre o final do século XIX e início do século XX, em muitos países da
Europa Ocidental. É considerada um importante marcador para observar a evolução das
populações, seus perfis de natalidade e de mortalidade e sua relação com seus
desenvolvimentos econômico e social, no decorrer dos anos (ROUQUAYROL, 2018).

Segundo Rouquayrol (2018), na teoria da transição demográfica, o desenvolvimento da


população se dá em quatro fases:

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Fonte: Wikimedia commons, 2008. Disponível em:
https: //commons.wikimedia.org/wiki/File:Dtm_pyramids.png. Acesso em: 17 jul.
2023.

No Brasil, ao analisarmos a transição demográfica vivenciada no final do século XX, temos


como características (BRITO, 2008):

Declínio do padrão de mortalidade geral, a partir da década de 1940, e as quedas


da mortalidade infantil e da fecundidade, a partir de 1960;

Envelhecimento da população;

Maior proporção de mulheres na população;

Aumento da expectativa de vida;

População mais urbana e mais alfabetizada.

A partir dos dados do Censo coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) e inseridos no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), foi

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possível construir uma representação gráfica, por meio da qual podemos analisar o
desenvolvimento histórico da transição demográfica no país, como também projetar
tendências futuras, conforme Datasus (2022). Os gráficos apresentam a variação ocorrida nos
anos 1980, 2020, 2040 e 2060; neles a população brasileira, em quantidade, está representada
no eixo horizontal (X), em relação à faixa etária e sexo, representada no eixo vertical (Y).

Figura 5.: Pirâmides Populacionais no Brasil.

Fonte: IBGE, 1980; Datasus, 2022.

As variáveis demográficas são elementos essenciais para os estudos epidemiológicos. A


compreensão da transição demográfica e a percepção das transformações ocorridas na
população, bem como as suas tendências futuras, são fundamentais para compreender os

perfis e as possibilidades de adoecimento de uma população.

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2

Teoria da transição epidemiológica


A transição epidemiológica diz respeito às transformações nos padrões de adoecimento e das
causas de morte de uma determinada população em longos períodos (TEIXEIRA, 2004;
ROUQUAYROL, 2018).

Há três aspectos importantes a serem considerados quando tratamos da transição


epidemiológica:

1 Mudança nos padrões de mortalidade e de morbidade de uma comunidade e


sua relação com a transição demográfica.

2 Incorporação das mudanças nos padrões de adoecimento, mortalidade,


fecundidade e faixa etária predominante, além dos determinantes
socioeconômicos, ambientais, de estilo de vida e de suas consequências para os
diferentes grupos populacionais.

3 Definição do perfil de morbimortalidade como um indicador relativamente


sensível dos aspectos socioeconômicos que impactam nas condições de vida e
saúde das populações.

No Brasil, as transformações sociais e econômicas, decorrentes dos processos de

industrialização e urbanização, os avanços no campo da saúde e o aumento no acesso à


escolaridade impactaram em transformações demográficas e em mudanças dos perfis
epidemiológicos, dentre as quais a progressão das doenças não transmissíveis.

Para contextualizar a transição epidemiológica no Brasil, há de se considerar alguns pontos,

segundo Teixeira (2004) e Rouquayrol (2018):

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A mudança do perfil epidemiológico no Brasil não se adequa ao modelo de
substituição das doenças infecciosas e parasitárias por doenças crônico-
degenerativas, acidentes e violências.

Há a superposição dos contextos epidemiológicos, que representa um grande


desafio para a saúde pública.

A transição epidemiológica é decorrente não só da reemergência e


“permanência” de doenças infecciosas e parasitárias – se não como causa de
óbito, como morbidade, detectada pelo sistema de vigilância epidemiológica e
pelos registros de consultas ambulatorial e hospitalar – como também impactada
pela importância crescente das chamadas causas externas, expressão da
violência social, em suas mais diversas formas.

A carga de doenças que se sobrepõem, e não se excluem, e sua relação com as


transformações demográficas das populações são campos de estudo da
epidemiologia.

Os estudos epidemiológicos sobre as condições de adoecimento de uma população e


os fatores de riscos a elas associados, a distribuição das doenças e os perfis de
mortalidade vão subsidiar as ações de prevenção e de controle das doenças e agravos,
constituindo o campo de ação do que chamamos de vigilância epidemiológica.

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Vigilância em Saúde

No Brasil, a vigilância em saúde se estrutura a partir de uma concepção ampla de saúde,


ancorada nos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), e se propõe a uma
análise integral das condições de vida e de saúde da população.

Na história da saúde pública brasileira, a epidemiologia e a vigilância epidemiológica


tiveram papéis importantes para a estruturação de serviços e redes assistenciais e
preventivas, perante os diferentes perfis epidemiológicos, descritos no decorrer dos anos.

Com o advento do SUS, além do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE), foi
incorporada uma proposta que abarcasse o conceito de saúde ampliado (não apenas como a
ausência de doença) e que contemplasse as mudanças no comportamento da sociedade,
suas condições de vida, saúde, adoecimento e morte, característicos das transições
demográfica e epidemiológica (BRASIL, 2010).

Desta forma, como pensamos a vigilância epidemiológica no âmbito da vigilância em


saúde?

Com base nessa reflexão, exploraremos a historicidade, o conceito e a aplicabilidade da


vigilância em saúde.

A seguir, apresentamos os objetivos de aprendizagem deste tópico.

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Objetivos de aprendizagem
Definir vigilância em saúde.

Relembrar o processo histórico de estruturação da vigilância epidemiológica e da


vigilância em saúde pública.

Compreender o que é a vigilância em saúde e seus componentes: vigilância em saúde


ambiental, epidemiológica, sanitária e em saúde do trabalhador.

Identificar e compreender as legislações que norteiam a política nacional de vigilância


em saúde.

Identificar o processo de trabalho da vigilância em saúde.

Definir as ações de vigilância que devem ser realizadas em cada ponto da rede de
atenção.

Para melhor compreender o conceito de vigilância em saúde, é preciso resgatar a dicotomia


do modelo assistencial de saúde brasileiro, no século XX.

Se por um lado estabeleceu-se uma construção assistencial, curativa e de cunho individual


com estruturas de atenção à saúde vinculadas ao modelo previdenciário, por outro, a saúde
pública se consolidou a partir de programas preventivos e campanhas sanitárias, tais como as
imunizações e demais inserções baseadas no controle de doenças infecciosas e parasitárias,
utilizando a vigilância epidemiológica (notificação, investigação, consolidação de dados e
adoção de medidas de prevenção e de controle, referentes às doenças transmissíveis) para

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controle das condições que pudessem representar riscos ou ameaças à coletividade (BRASIL,
2009).

No final do século XX, muitos países e agências internacionais aventavam o olhar ampliado
para a saúde. No Brasil, ao longo dos anos, diversos agentes lutaram para que, muito além de
um conceito que considerasse esse olhar, a política de saúde se estruturasse de forma a
encampar a saúde como direito, a integralidade como princípio para a organização dos
serviços e que a vigilância em saúde, por sua vez, se estruturasse formalmente sob a lógica de

um novo modelo político e assistencial integral que estava sendo construído.

Acompanhe, a seguir, as transformações do SNVE que ocorreram na história da política de


saúde brasileira, ao longo do século XX, e como o conceito de vigilância em saúde adentra a
composição de uma nova política de saúde no Brasil.

Figura 6. Linha do tempo do histórico das ações de vigilância epidemiológica no Brasil e seus

componentes.

  

Início do Século XX

No início do século XX, aconteceram as primeiras intervenções estatais, com organização de


grandes campanhas sanitárias que objetivavam o controle das doenças (BRASIL 2002).
Essas intervenções foram motivadas:

pelo avanço da era bacteriológica;

pela descoberta de ciclos epidemiológicos de algumas doenças infecciosas e parasitárias.

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Anos 1960

Ao final dos anos 60, com a Campanha Nacional de Erradicação da Varíola, se estabelece no Brasil
um marco da institucionalização das ações de vigilância no país.

Essa campanha acabou fomentando e apoiando a organização de unidades de vigilância


epidemiológica, nas secretarias estaduais de saúde e o principal êxito desses esforços foi o controle
de poliomielite, nos anos 80.

Anos 1970

1975: Instituição do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE).

Na 5ª Conferência Nacional de Saúde, o MS instituiu o SNVE, por meio de legislação específica (Lei nº
6.259/75 e Decreto nº 78.231/76). Essa legislação permitiu as seguintes medidas:

Organização das ações de vigilância epidemiológica.

Organização do programa nacional de imunizações.

Obrigatoriedade da notificação de doenças transmissíveis constantes em relação estabelecida


por portaria.

Fica convencionado que a vigilância deve ser exercida nacionalmente em todas as instâncias de
gestão (nacional, estadual e municipal), a partir de um conjunto de serviços de saúde, públicos e
privados, habilitados para esse fim, organizados sob a coordenação do Ministério de Saúde e
respaldados pelas diretrizes gerais do Sistema Nacional de Saúde.

1977: Elaboração do 1º Manual de Vigilância Epidemiológica, compatibilizando as normas


técnicas para vigilância de cada doença.

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Anos 1980

Criação do Sistema Único de Saúde (SUS).

Em 1988, com a Constituição Federal, instituiu-se a proposta de um sistema universal de saúde em


atenção ao artigo 197, "Saúde como direito de todos e dever do estado", e oficializada dois anos mais
tarde com o SUS, com definição de princípios e diretrizes garantidas por um amplo arcabouço legal,
que possibilitou a saúde como direito universal, integral, com equidade e participação social.

A organização do sistema contempla a visão ampla de saúde, instituindo-se ações de vigilância que
abarquem intervenções nos problemas de saúde, considerando os processos de vida das
coletividades, os territórios onde vivem e as ações de promoção da saúde, preventivas, curativas e de
reabilitação.

O conceito de vigilância em saúde se estabelece a partir dessa lógica, ampliando as percepções e


ações que historicamente se vinculam a esse campo de ação.

Fonte: do autor, 2022.

Em 1988, encorajado pelo movimento da Reforma Sanitária, que reivindicava uma drástica
mudança no modelo de atenção à saúde no país, alicerça-se o SUS como uma política
nacional com olhar mais amplo sobre a saúde, exigindo-se a redefinição de práticas
sanitárias, a fim de que estas também olhassem para a saúde de maneira integral.

Figura 7. Vigilância em saúde e o SUS.

Fonte: do autor, 2022.

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A partir da década de 1980, é possível constatar movimentos de aproximação entre a
epidemiologia, o planejamento e a organização dos sistemas de saúde, estimulados pela
Organização Pan-americana de Saúde (OPAS). Isto porque, classicamente, a epidemiologia
destinava-se às ações para o controle de doenças específicas ou direcionadas a determinados
grupos populacionais, sem incorporar processos relacionados à planificação e a programação

de sistemas de serviços de saúde (PAIM, 2009).

No Brasil, neste mesmo período, ocorreram debates sobre a ampliação do objeto da


vigilância epidemiológica. Com isso, as ações, antes direcionadas ao controle de epidemias e
doenças transmissíveis, incorporaram tecnologias para subsidiar a tomada de decisão sobre

medidas de prevenção e controle de eventos relacionados à saúde (risco e danos), ou


recomendar ações de promoção à saúde. Adicionalmente, a vigilância das doenças e agravos
não transmissíveis e seus fatores de risco, a vigilância ambiental e a vigilância da situação de
saúde foram inseridas no escopo do SNVE.

Com a criação do SUS, por meio da lei n°. 8.080, de 19 de setembro de 1990, o SNVE passa por
importantes transformações, dada a necessidade de se alinhar ao novo modelo assistencial
pautado pelo princípio da integralidade das ações de saúde, com articulação das ações
assistenciais, curativas e preventivas, e pelo princípio da descentralização, atribuindo aos
municípios responsabilidades específicas na gestão de saúde (ARREAZA & MORAES, 2010;
OLIVEIRA & CRUZ, 2015).

A repercussão mais relevante para o SNVE foi a integração das ações clássicas da saúde
pública (atividades coletivas como mutirões, campanhas, programas especiais e ações de
vigilância epidemiológica e sanitária), com as ações assistenciais (atividades individuais com
ênfase na assistência médico-hospitalar e nos serviços de apoio diagnóstico e terapêutico).

Em resumo, a lei orgânica do SUS oficializa as ações de vigilância como parte integrante do

seu campo de atuação, detalhando inclusive as definições de escopo, tanto da vigilância


epidemiológica, quanto das vigilâncias sanitária e da saúde do trabalhador, com práticas
sanitárias que consideram (TEIXEIRA, PAIM, VILASBÔAS, 2000):

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Intervenção sobre problemas de saúde;

Ênfase em problemas que requerem atenção e acompanhamento contínuos;

Articulação entre ações de promoção, preventivas e curativas;

Atuação intersetorial;

Ações sobre um determinado território, com suas especificidades.

A Vigilância em Saúde tem por objetivo a observação e análise


permanentes da situação de saúde da população, articulando-se
em um conjunto de ações destinadas a controlar determinantes,
riscos e danos à saúde de residentes que vivem em determinados
territórios, garantindo a integralidade da atenção, o que inclui
tanto a abordagem individual como coletiva dos problemas de
saúde (BRASIL, 2010, p. 16).

Para tanto, exige-se um olhar integral para os problemas de saúde no país, que se faz
possível, a partir da efetivação dos princípios da integralidade e da organização intersetorial,
alicerçadas estruturalmente pelo SUS.

E como isso se deu?

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Vigilância em saúde no Brasil contemporâneo
Recentemente, o tema vigilância em saúde ganhou destaque na 15.° Conferência Nacional de
Saúde, ocorrida em 2015. Foi a partir das propostas desta conferência e a mobilização do
controle social, que as discussões sobre a vigilância em saúde ganharam contornos mais
definidos, culminando, em 2018, na 1.° Conferência Nacional de Vigilância em Saúde, que
tinha como objetivo “propor diretrizes para a formulação da Política Nacional de Vigilância
em Saúde e o fortalecimento de ações de Promoção e Proteção à saúde".

Como resultado de todo este processo, foi publicada, no mesmo ano, a Resolução nº 588, de 12
de julho de 2018, do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que institui a Política Nacional de
Vigilância em Saúde (PNVS). E em seu artigo 4º, ficou assim estabelecido:

“A PNVS tem como finalidade definir os princípios, as diretrizes e


as estratégias a serem observados pelas três esferas de gestão do
SUS, para o desenvolvimento da vigilância em saúde, visando a
promoção e a proteção da saúde e a prevenção de doenças e
agravos, bem como as reduções da morbimortalidade, das

vulnerabilidades e dos riscos decorrentes das dinâmicas de


produção e consumo nos territórios.

Parágrafo único. A PNVS deve contribuir para a integralidade na


atenção à saúde, o que pressupõe a inserção de ações de vigilância
em saúde, em todas as instâncias e pontos da Rede de Atenção à
Saúde do SUS (...)”. (BRASIL, 2018).

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Componentes da vigilância em saúde
Por ter uma abordagem integral, a vigilância em saúde leva em conta alguns componentes,
que funcionam de forma conjunta e integrada. Tais componentes consideram a
transversalidade das ações sobre a determinação do processo saúde-doença. São eles:

Figura 8. Componentes da vigilância em saúde.

Vigilância epidemiológica

Conjunto de ações que proporcionam o conhecimento e a detecção de mudanças nos fatores


determinantes e condicionantes das saúdes individual e coletiva, com a finalidade de recomendar e
adotar as medidas de prevenção e de controle das doenças, transmissíveis e não-transmissíveis, e
agravos à saúde.

Para acessar a página da Vigilância Epidemiológica, clique aqui.

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Vigilância em saúde do(a) trabalhador(a)

Conjunto de ações que visam à promoção da saúde, prevenção da morbimortalidade e redução de


riscos e vulnerabilidades na população trabalhadora, por meio da integração de ações que
intervenham nas doenças e agravos, bem como em seus determinantes decorrentes dos modelos de
desenvolvimento, de processos produtivos e de trabalho.

Para acessar a página da Vigilância em Saúde do Trabalhador, clique aqui.

Vigilância em saúde ambiental

Conjunto de ações e serviços que propiciam o conhecimento e a detecção de mudanças nos fatores
determinantes e condicionantes do meio ambiente e que interferem na saúde humana, com a
finalidade de recomendar e adotar medidas de promoção à saúde, prevenção e monitoramento dos
fatores de riscos relacionados às doenças ou agravos à saúde.

Para acessar a página da Vigilância em Saúde Ambiental, clique aqui.

Vigilância sanitária

Conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos
problemas sanitários, decorrentes do ambiente, da produção e da circulação de bens e da prestação
de serviços do interesse da saúde.

Abrange a prestação de serviços e o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se


relacionem com a saúde, compreendendo todas as etapas e processos, da produção ao consumo e
descarte.

Para acessar a página da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), clique aqui.

Fonte: do autor, 2022.

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Legislação da vigilância em saúde
A vigilância em saúde é amparada por legislação específica, com leis, portarias e resoluções
que regulamentam e normatizam o escopo de atuação e ações a ela vinculadas.

A seguir, apresentamos a legislação em questão, mostrando os pontos mais relevantes.

Organização das ações de vigilância epidemiológica



Lei n.° 6.259, de 30 de outubro de 1975.
Dispõe sobre a organização das ações de vigilância epidemiológica, sobre o Programa
Nacional de Imunizações, estabelecendo normas relativas à notificação compulsória de
doenças, e dá outras providências.

Principais pontos:

A lei organiza as ações de vigilância epidemiológica, o Programa Nacional de


Imunizações e torna obrigatória a notificação de doenças transmissíveis selecionadas,
constantes de relação estabelecida por portaria.

Regulamentação das ações de vigilância epidemiológica



Decreto n.° 78.231, de 12 de agosto de 1976.
Regulamenta a Lei n.° 6.259, de 30 de outubro de 1975, que dispõe sobre a organização das
ações de vigilância epidemiológica, sobre o Programa Nacional de Imunizações, estabelece
normas relativas à notificação compulsória de doenças, e dá outras providências.

Principais pontos:

A vigilância epidemiológica passa a ser exercida nacionalmente, em todas as instâncias


de gestão (municipal, estadual e federal), a partir de um conjunto de serviços de saúde,
instituídos na esfera pública ou privada, habilitados para tal fim, e organizados sob a
coordenação do Ministério da Saúde, observadas as diretrizes gerais do Sistema
Nacional de Saúde.

27
Criação do SUS

Lei n.° 8.080, de 19 de setembro de 1990.

Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização


e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.

Principais pontos:

O SUS incorporou o SNVE, definindo, em seu texto legal (Lei nº 8.080/90), a vigilância
epidemiológica como “um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a
detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e
adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos”.

As ações de vigilância epidemiológica passaram a ser operacionalizadas em um


contexto de profunda reorganização do sistema de saúde brasileiro, caracterizada pela
descentralização de responsabilidades e integralidade da prestação de serviços.

Instituição da Política Nacional de Vigilância em Saúde



Resolução CNS n.º 588, de 12 de julho de 2018, do Conselho Nacional de Saúde.
Instituída a Política Nacional de Vigilância em Saúde (PNVS).

Principais pontos:

Definição da Política Nacional de Vigilância em Saúde como uma política de Estado e


função essencial do SUS, tendo caráter universal, transversal e orientador do modelo de
atenção nos territórios, sendo a sua gestão de responsabilidade exclusiva do poder
público.

Definição de vigilância em saúde e todos os níveis e níveis de atenção à saúde,


abrangendo os serviços instituídos no âmbito público e privado, além de abarcar os
estabelecimentos relacionados à produção e circulação de bens de consumo e
tecnologias que, direta ou indiretamente, se relacionem com a Saúde.

Compreensão da articulação dos saberes, processos e práticas relacionados à vigilância


epidemiológica, vigilância em saúde ambiental, vigilância em saúde do trabalhador e
vigilância sanitária, alinhando-se com o conjunto de políticas de saúde no âmbito do
SUS.

Inserção de ações de vigilância em saúde em todas as instâncias e pontos da Rede de


Atenção à Saúde do SUS, mediante articulação e construção conjunta.

Organização sobre os princípios do SUS (integralidade, descentralização, equidade,


universalidade, regionalização e participação da comunidade) e com base territorial.
Garantia do direito das pessoas e da sociedade às informações geradas pela vigilância e28
com cooperação e articulação intra e intersetorial para ampliar a atuação sobre
determinantes e condicionantes da saúde.

Integralidade, intersetorialidade e a vigilância em saúde


A vigilância em saúde tem como característica a integração de seus componentes (vigilâncias
epidemiológica, sanitária, ambiental e saúde do trabalhador), que se estruturam pelos
diferentes níveis de atenção e por meio de distintas práticas sanitárias. Ela se dá, portanto, a
partir da integralidade de ações e serviços que, por sua vez, se articulam de forma
intersetorial (BRASIL, 2018).

Os conceitos de integralidade e intersetorialidade são muito importantes para o


desenvolvimento das ações de vigilância em saúde. Diante disso, vamos relembrá-los:

A integralidade é um dos princípios do SUS e definido como um conjunto


articulado e contínuo de ações assistenciais, preventivas e de promoção à saúde, a
fim de garantir a universalização do acesso, por meio da atenção às necessidades
de saúde, em todos os níveis de complexidade do sistema de saúde. Também,
refere-se à organização de respostas governamentais aos determinantes do
processo saúde-doença, assegurando a saúde da população (NORONHA, LIMA,
MACHADO, 2008).

A intersetorialidade é a integração de diversos setores governamentais e não-


governamentais com vistas à solução de problemas complexos, cuja característica
fundamental é a multidimensionalidade. Envolve o reconhecimento de
problemas, necessidades ou oportunidades comuns aos setores e a convergência
de esforços, conhecimentos e recursos para o planejamento, a execução e a
avaliação de ações integrais (FIOCRUZ, 2020a, on-line).

"A inserção da Vigilância em Saúde na Rede de Atenção à Saúde (RAS) deve contribuir
para a construção de linhas de cuidado que agrupam doenças e agravos e
determinantes de saúde, identificando riscos e situações de vulnerabilidade" (Resolução n.°
588, de 12 de julho de 2018, do Conselho Nacional de Saúde).

29
RAS é o conjunto de ações e serviços de saúde
articulados em níveis de complexidade crescente,
com a finalidade de garantir a integralidade da
assistência à saúde (Decreto 7.508, de 28 de junho
de 2011).

Desta forma, considerando o princípio da integralidade e a importância da organização das


RAS para as ações de vigilância em saúde, estas devem ser inseridas em todas as instâncias e
pontos de atenção da rede, mediante articulação e construção conjunta entre profissionais e
gestores.

Para reforçar a compreensão sobre como esses conceitos se aplicam à vigilância, assista ao
vídeo, a seguir, com o Dr. Cesar Inoue, médico epidemiologista, do Hospital Israelita Albert
Einstein.

https://player.vimeo.com/video/919561464

30
Modelos explicativos do processo saúde e doença:
bases para compreender a vigilância em saúde

Compreendendo os conceitos e arcabouço normativo que determinam o que é a vigilância


em saúde e suas ações, podemos aprofundar nosso conhecimento e explorar as teorias a
partir das quais a vigilância é colocada em prática.

A seguir, apresentamos os objetivos de aprendizagem deste tópico.

Objetivos de aprendizagem
Descrever os modelos explicativos do processo saúde-doença.

Identificar os fatores determinantes e condicionantes de saúde individual e coletiva.

Demonstrar a aplicação dos modelos explicativos do processo saúde-doença para ações


de prevenção relacionadas à vigilância em saúde.

Identificar as principais medidas que devem ser empregadas para a prevenção e


controle do agravo (primaria, secundária e terciária).

Sabemos que a vigilância em saúde abrange monitorar e agir em diferentes situações da


vida de indivíduos e comunidades, a fim de garantir melhores condições de saúde.

31
Para tanto, como compreender o conceito de saúde e os modelos explicativos das
condições que agem sobre o processo de saúde e doença?

Importante lembrar:

“O processo saúde-doença é uma expressão usada para


fazer referência a todas as variáveis que envolvem a saúde
e a doença de um indivíduo ou população, e considera que
ambas estão interligadas e são consequência dos mesmos
fatores. De acordo com esse conceito, a determinação do
estado de saúde de uma pessoa é um processo complexo
que envolve diversos fatores. Diferentemente da teoria da
unicausalidade, muito aceita no início do século XX, que
considera como fator único de surgimento de doenças um
agente etiológico – vírus, bactérias, protozoários -, o
conceito de saúde-doença estuda os fatores biológicos,
econômicos, sociais e culturais e, com eles, pretende obter
possíveis motivações para o surgimento de alguma
enfermidade” (FIOCRUZ, 2020b, on-line).

Conceituar saúde e identificar os aspectos que a influenciam são temas de constantes


estudos na história. Se considerarmos as últimas décadas, vigora o conceito estruturado na

Declaração de Alma-Ata, a qual define “saúde como um estado de completo bem-estar


físico, mental e social, e não somente ausência de doenças ou enfermidades” (OPAS, 2015).

Desta forma, podemos considerar que ter saúde ou ter doença não está condicionado a uma
única causa, tampouco é uma condição estática, e sim que existe um processo dinâmico, no

qual atuam diversos aspectos que influenciam essa relação: desde os aspectos biológicos,

32
individuais e psicológicos, até aspectos sociais – padrões comportamentais, culturais, relações
sociais, políticos, relações de poder e condições econômicas.

Para entendermos os modelos explicativos do processo saúde-doença, vamos utilizar os

seguintes exemplos:

1 História natural da doença (HND);

2 Modelo dos determinantes sociais de saúde (DSS).

História natural da doença


Quando falamos sobre a HND, estamos nos referindo ao modelo desenvolvido por Leavell e
Clark, em 1976, que trata da progressão de um processo de doença em um indivíduo ao longo
do tempo, bem como dos possíveis desfechos.

Assim, a HND enriquece o conceito de saúde, refletindo sobre a evolução das doenças, a partir
de três pilares:

O agente;

O suscetível;

O meio ambiente.

Ao apoiarmos a observação de um agravo nesse modelo, podemos chegar à forma de


transmissão, ao período de incubação, à clínica das doenças, ao diagnóstico e aos desfechos

33
relativos à doença (ROUQUAYROL, 2018).

A HND, primeiro, divide o processo saúde-doença em duas macrofases:

Epidemiológico;

Patológico.

Figura 9. Macrofases da saúde-doença.

 

Epidemiológico

Esse primeiro período traz, basicamente, a relação entre o indivíduo suscetível e o meio ambiente em
que ele vive ou se encontra. Nele, poderão ser observadas as pré-condições para que a doença se
desenvolva.

Patológico

O período patológico, por sua vez, compreende o surgimento da doença, desde alterações no nível
celular, até a manifestação clínica de sinais/sintomas.

Fonte: do autor, 2022.

34
A partir dessas duas etapas, o modelo se torna complexo, especificando fases para cada
momento da doença:

Pré-Patogênese;

Patogênese.

Figura 10. História natural da doença.

Pré-Patogênese

A pré-patogênese se configura como a evolução das relações e dos condicionantes, sejam eles
individuais, sociais, genéticos ou do ambiente, que propiciam o aparecimento de alguma doença.

São fatores condicionantes:

Fatores Biológicos individuais: aqueles relacionados ao próprio indivíduo, podendo ser


consideradas condições genéticas, sexo e idade. Exemplo: fatores genéticos podem tornar um
indivíduo mais suscetível à aquisição de algumas doenças.

Fatores Sociais: todos aqueles externos ao indivíduo, mas que sobre ele exercem influência.
Aqui, excluem-se os fatores genéticos ou agentes agressores químicos, físicos ou biológico. São
considerados fatores sociais:

35
a) Socioeconômicos: relacionados às condições de vida, de trabalho e de renda e à
possibilidade de acesso a bens e ao consumo. A suscetibilidade aumenta à medida que se
reduz o acesso à renda e ao consumo. Exemplo: casos de tuberculose entre a população em
situação de rua.

b) Sociopolíticos: relacionados ao grau de intervenção governamental, de leis e da


participação social, que influenciam no acesso do cidadão a direitos, informações e decisões.
Exemplo: decisões políticas ou leis que criminalizam a homoafetividade, reduzem o acesso a
serviços de saúde e aumentam a vulnerabilidade, preconceito, estigma e violência contra a
comunidade LGBTQIA+.

c) Socioculturais: condições que normatizam valores, crenças, comportamentos e que são


validados e manifestos pela sociedade. Exemplo: uma sociedade em que se exacerba o medo
e a repulsa à manifestação clínica de alguma doença, colabora para o isolamento dos
indivíduos acometidos.

d) Psicossociais: condições que estabelecem a relação entre os indivíduos e entre o indivíduo


e a sociedade, influenciando estratégias de gestão pessoal e de enfrentamentos. Exemplo:
ausência de relações parentais estáveis e falta de apoio no contexto social em que um
indivíduo vive, podem influenciar na adesão ao tratamento medicamentoso diante de uma
enfermidade.

Fatores Ambientais: Conjunto de todos os fatores que mantém relações interativas com o
agente etiológico e o suscetível. São considerados fatores ambientais:

a) Ambiente físico: clima, recursos hídricos, agentes químicos/físicos.

b) Poluição e doenças respiratórias.

c) Agrotóxicos em alimentos.

d) Ambiente biológico:

36
Estado nutricional.

Uso de medicamento (talidomida e os efeitos teratogênicos em fetos).

Agressores ambientais:

Agentes habitualmente presentes nos ambientes.

Agentes pouco comuns, que diante de novas situações passam a se fazer presente de modo
perceptível em algum evento epidemiológico.

Agentes que “explodem” em situações anormais (desastres naturais/catástrofes).

Patogênese

A patogênese se configura quando o indivíduo já tem alguma forma da doença instalada no seu
corpo. Dentro dela, a evolução da doença se subdivide em algumas fases:

Fase Pré-Clínica:

Patogênese precoce.

Período de incubação (horizonte clínico).

Fase Clínica (aparecimentos de sinais e sintomas da doença):

Doença precoce discernível.

Doença avançada/complicações da doença.

Desfechos:

Morte.

Cronicidade.

Defeitos permanentes.

Recuperação/Cura.

37
O período da patogênese começa com perturbações no nível bioquímico do nosso corpo e, depois,
vai atingindo estruturas de outros níveis: atinge células, altera a forma de um órgão, prejudicando

sua função e, disso, dá-se um dos desfechos: defeito permanente, invalidez, recuperação/ cura ou
morte.

Pré-Clínica

A fase pré-clínica ainda não apresenta sintomas discerníveis.

Patogênese precoce:

Alterações bioquímicas, histológicas e fisiológicas.

A doença já está implantada, mas não é perceptível.

A doença pode ser identificada por meio de exames clínicos ou laboratoriais orientados.

Fase Clínica

A doença começa a apresentar sinais clínicos quando atinge os órgãos em sua forma e função.

Doença Precoce Discernível.

Doença avançada/complicações da doença.

Horizonte Clínico

O horizonte clínico representa o limite que separa as alterações bioquímicas, histológicas e


fisiológicas da manifestação clínica da doença.
Abaixo do horizonte clínico, estão as doenças ainda sem o aparecimento de sinais e/ou sintomas.
Acima, estão as manifestações clínicas, ou seja, os sinais e/ou sintomas da doença.

Fonte: do autor, 2022.

38
Ao considerarmos o esquema explicativo da HND, é possível identificar os diversos níveis de
prevenção, com o objetivo de antecipar ou mesmo impedir o caminho evolutivo de uma
doença, ou agravo. A atuação nos diversos níveis de prevenção, por meio de medidas de
prevenção e controle, é foco das ações da vigilância.

Figura 11. Níveis de prevenção e a HND.

 

  

39
Prevenção Primária

Limitar a incidência de doença mediante o controle de suas causas e fatores de risco.

Promoção da Saúde

Voltadas para um amplo público, as ações de promoção da saúde são pensadas tendo como foco
diferentes padrões de vida, sociais, econômicos ou culturais que possam, por uma ou outra razão,
gerar risco aos indivíduos e populações.

Exemplo: alimentação saudável, prática de atividade física, saneamento básico, desenvolvimento


de programas sociais e institucionais e de políticas públicas com participação popular.

Proteção Específica

Também voltadas para um amplo público, são ações que visam combater uma doença específica,
tendo foco em suas causas e fatores de risco específicos.

Exemplo: vacina de hepatite B e uso de preservativo.

40
Prevenção Secundária

Visa a redução das consequências mais graves de uma doença, mediante a detecção prévia e
tratamento precoce dos casos.

Objetivos da prevenção secundária:

Diagnóstico precoce;

Limitação do dano;

Cura.

Prevenção Terciária

Visa a redução do progresso e das complicações de uma doença, bem como de sequelas e
deficiências.

Objetivos da prevenção terciária:

Reabilitação.

Fonte: do autor, 2022.

Exemplificando
Acompanhe os exemplos para melhor compreensão da atuação dos diferentes níveis
de prevenção.

Com isso, passaremos de forma breve por alguns agravos e entender como suas
medidas específicas de controle e prevenção se relacionam com a HND.

41
1

Exemplos de ações de acordo com os níveis de prevenção para as


IST (exceto hepatites virais)

Fonte: do autor, 2022.

Objetivos preventivos:

Desenvolver ações para reduzir a morbimortalidade.

Definir e indicar as medidas de controle da transmissão.

Interromper a cadeia de transmissão.

42
2

Exemplos de ações de acordo com os níveis de prevenção para as


hepatites B e C

Fonte: do autor, 2022.

Objetivo preventivo:

Evitar a disseminação dos vírus das hepatites.

43
3

Exemplos de ações de acordo com os níveis de prevenção para a


hanseníase

Fonte: do autor, 2022.

Objetivos preventivos:

Detectar e tratar os casos precocemente.

44
4

Exemplos de ações de acordo com os níveis de prevenção para a


tuberculose

Fonte: do autor, 2022.

Objetivos preventivos:

Detectar e tratar os casos precocemente.

45
FECHAMENTO
Essas imagens são uma breve síntese da relação entre prevenções, agravos e a HND.

O modelo da HND dá suporte à descrição das múltiplas e diferentes enfermidades. Sua maior
utilidade é apontar os diferentes métodos de prevenção e de controle, servindo de base para
compreender situações reais que permitam a adoção de medidas preventivas.

Determinação social do processo saúde-doença

O modelo aplicado à determinação social do processo saúde-doença compreende a relação e


o impacto que o desenvolvimento econômico, as condições sociais, culturais e ambientais
exercem sobre as condições de saúde de um indivíduo ou populações (BUSS; PELLEGRINI
FILHO, 2007).

No Brasil, a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais de Saúde utiliza o modelo


desenvolvido por Dahlgren e Whitehead, em 1991, para referenciar profissionais e gestores
quanto ações necessárias para o enfrentamento das iniquidades em saúde (OMS, 2010;
BRASIL, 2008).

O modelo permite visualização hierárquica dos determinantes sociais nos níveis de


saúde. Em sua representação, são estruturadas três camadas, segundo sua abrangência.
Desde a mais próxima dos indivíduos, na qual se estabelecem os determinantes proximais,
tais como estilo de vida; passando pelas condições de vida e trabalho (exemplo: acesso à
educação, moradia, saneamento básico e emprego), seguindo até o extremo mais longínquo,
que congrega os determinantes macroeconômicos, culturais e ambientais gerais.

46
Figura 16. O modelo dos determinantes sociais, de Dahlgren e Whitehead.

  

1. Características individuais

São os fatores diretamente ligados ao indivíduo e que influenciam ou, até mesmo, determinam seu
estado de saúde.

Por exemplo: idade, sexo e fatores hereditários.

2. Estilo de vida dos indivíduos.

São definidos como um conjunto de comportamentos individuais capazes de favorecer ou não a


saúde. Eles são construídos por cada pessoa e são modificáveis a partir da escolha dos sujeitos
(MADEIRA et al., 2018).

Por exemplo: alimentação saudável, prática de atividade física e tabagismo.

47
3. Redes sociais e comunitárias.

Nessa camada, consideram-se os fatores ligados à influência das redes de apoio do indivíduo. A partir
dela, geram-se fatores protetores ou destrutivos.
Quanto mais protetiva essa rede, maior coesão social o indivíduo apresenta. Essa coesão é benéfica
para a saúde do indivíduo, bem como, da comunidade.

Por exemplo: um indivíduo, sem uma rede de apoio, teria uma dificuldade maior de passar por uma
cirurgia ou tratamento de saúde complexo.

4. Condições de vida e de trabalho.

As condições de vida e trabalho impactam muito a vida de um indivíduo. Elas evidenciam, de forma
clara, a situação de pessoas que estão em desvantagem social e que, portanto, correm riscos
diferenciados e devem receber intervenção diferenciadas (equidade).

Esses riscos podem estar relacionados a:

• Ambiente de trabalho;

• Desemprego;

• Habitação;

• Água e esgoto;

• Acesso a serviços sociais.

Assim, pessoas em situações desfavoráveis de vida e de trabalho correm um risco aumentado que,
por exemplo, pode estar ligado à condições de moradia, exposição à situações perigosas ou
estressantes de trabalho e acesso limitado a serviços básicos.

5. Condições socioeconômicas, culturais e ambientais gerais.

Nesse nível, estão os macrodeterminantes. Esses, por sua vez, estão ligados às condições econômicas,
políticas, culturais e ambientais.

Fonte: adaptada de Brasil, 2008, p. 14.

48
As camadas apresentam determinantes que exercem influência na saúde de indivíduos
e populações com abrangências distintas, mas que se interrelacionam. Para análise do
objeto de atuação da vigilância, é importante identificar de que maneira os determinantes
atuam para que possam ser proporcionadas ações e respostas sanitárias e sociais contínuas e
integradas.

49
Vamos retomar os objetivos da vigilância em saúde:

Acompanhar o comportamento epidemiológico de doenças (transmissíveis e não


transmissíveis).

Detectar precocemente surtos, epidemias, mudanças na distribuição espacial


das doenças e a identificação de grupos populacionais mais afetados.

Propor medidas de prevenção e controle das doenças/ agravos e, posteriormente,


avaliar se estas medidas foram eficazes.

Para que os objetivos possam ser alcançados, são organizados um “conjunto de ações
destinadas a controlar determinantes, riscos e danos à saúde de populações que vivem
em determinados territórios” (BRASIL, 2010, p. 16).

Desta forma, o processo de trabalho na vigilância em saúde é estruturado com ações, que se
organizam desde a coleta e análise dos dados, desenvolvimento das propostas de
intervenções, culminando na divulgação das informações.

Coleta da dados/ processo investigativo;

Análise de dados;

Proposição de medidas de intervenção;

50
Divulgação das informações.

A seguir, são apresentadas as definições e em que consiste cada uma dessas ações:

Figura 17. Organização do processo de trabalho em vigilância em saúde.

 

 

Coleta de Dados/ processo investigativo

Consiste na identificação de problemas prioritários e das necessidades de saúde inerentes às


dinâmicas sociais vivenciadas por uma população em uma determinada área, por meio da coleta de
dados demográficos, variáveis econômicas, sociais e culturais, bem como as condições de trabalho e
vida das populações e seu perfil epidemiológico. Desta forma, é importante reconhecer que as ações
devem estar planejadas e desenvolvidas para um território específico.
O território é reconhecido como um espaço vivo e dinâmico, de relações cotidianas entre indivíduos,
comunidades, organizações administrativas, culturais e políticas.
É imprescindível o uso de sistemas de informação, indicadores sociodemográficos e de saúde e
demais fontes de dados que promovam a identificação dos dados no território.

51
Análise dos dados

O objetivo da análise dos dados é caracterizar a situação ou caso e, se possível, estabelecer nexos
causais, gerando, assim, informações para a tomada de decisão. A depender do tipo de abordagem, o
enfoque pode ser individual e/ou populacional.

Os possíveis enfoques são:

• Enfoque clínico: identifica os problemas em sua dimensão biológica e individual.

• Enfoque epidemiológico: identifica os problemas em grupos populacionais.

• Enfoque social: identifica os problemas na população, tendo em vista os processos


de desenvolvimento econômico, social e político, que constituem os determinantes
sociais dos problemas e necessidades de saúde.

Proposição de Medidas de Intervenção

Após a caracterização da situação e/ou dos casos, devem ser planejadas ações para implementar
estratégias de prevenção, com vistas a promover mudanças diante da situação encontrada.

A partir dos enfoques dados ao objeto do trabalho, as intervenções obedecerão as seguintes


diretrizes:

• Enfoque clínico: diagnóstico e tratamento individuais.

• Enfoque epidemiológico: intervenções sobre o controle de vetores, ações de


prevenção e educação.

• Enfoque social: intervenção sobre os determinantes sociais com caráter interpessoal


e interdisciplinar.

52
Divulgação das informações

A divulgação das informações é uma etapa importante, pois funciona como uma retroalimentação
de todo o processo de trabalho da vigilância em saúde, tanto para demonstrar a importância do
engajamento dos envolvidos quanto para reforçar a utilidade de todos os passos desenvolvidos
anteriormente.

Fonte: do autor, 2022.

A vigilância em saúde compreende o olhar à todas as situações que interferem no processo


saúde-doença de indivíduos e populações, o que significa compreender quais e de que forma
os fatores sociais, políticos e ambientais impactam nas condições de saúde e adoecimento
das coletividades.

Por meio dos modelos explicativos da HND e dos DSS, é possível entender essas relações e
suas importâncias para estruturarmos as ações de prevenção, assistência e controle dos
agravos em saúde.

53
O que é Vigilância Epidemiológica?

A vigilância epidemiológica é um dos componentes da vigilância em saúde, tem sua


historicidade na constituição das políticas de saúde no país e é considerada um pilar da
saúde pública.

Vamos relembrar seus conceitos e abordar suas ferramentas e aplicações.

A seguir, apresentamos os objetivos de aprendizagem deste tópico.

Objetivos de aprendizagem
Compreender o que é vigilância epidemiológica.

Explicar as principais atribuições da vigilância epidemiológica.

Conforme conceituado na Lei n.º 8.080, de 19 de setembro de 1990, § 2º


do artigo 6º, a vigilância epidemiológica se designa como:

54
“Um conjunto de ações que fornecem o conhecimento, a detecção
ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade
de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das
doenças ou agravos.”

Mas afinal, o que são “fatores determinantes e condicionantes de saúde”, nesse contexto?

Podemos entender esses fatores como todo elemento que exerce influência sobre o processo
saúde-doença de indivíduos ou coletividades. Estão em intrínseca relação com as condições
de saúde e organização da gestão e dos serviços e, nessa condição, podem ser identificados e
medidos por meios científicos, permitindo que sejam iniciadas ações específicas de
intervenção e controle.

Em termos de vigilância, são exemplos-chave de fatores determinantes e condicionantes de


saúde:

Saneamento Meio
Moradia Trabalho
Básico Ambiente

Atividade
Renda Educação Transporte
Física

Acesso aos bens e


Lazer aos serviços Alimentação
essenciais

55
A vigilância epidemiológica age na coleta, análise e monitoramento de dados relacionados
aos casos suspeitos ou confirmados de doenças e agravos. Notifica, divulga e realiza
recomendações, para que a gestão e as equipes de saúde dos territórios possam executar, de
forma mais assertiva, a prevenção e o controle de doenças e agravos e os fatores de risco a eles
relacionados.

Veja, a seguir, as principais atribuições da vigilância epidemiológica e seus exemplos efetivos


(OPAS, 2002; BRASIL, 2018):

Estimar a magnitude dos eventos



Por exemplo: observação de quantas vezes uma população é acometida por determinada
doença.

Detectar mudanças na ocorrência e distribuição de doenças



Por exemplo: presença de surtos, epidemias e a presença de problemas emergentes.

Observar mudanças nos padrões de ocorrência de agentes e hospedeiros para


presença de doenças

Por exemplo: realização de vigilância laboratorial de vírus influenza, capaz de identificar a


variante do vírus que circula na população.

56
Identificar, quantificar e monitorar as tendências e padrões do processo saúde-
doença na população

Por exemplo: aumento da ocorrência de doenças sexualmente transmissíveis.

Detectar mudanças nas práticas de saúde



Por exemplo: aumento na taxa de cesarianas.

Como podemos observar, todos estes atributos têm a função de fornecer dados para a tomada
decisão, definição de prioridades e avaliação dos impactos de prevenção e controle (OPAS,
2002; BRASIL, 2018).

57
Ações da Vigilância Epidemiológica

As ações de vigilância epidemiológica são executadas nos âmbitos federal, estadual e


municipal, de forma coordenada e contínua, a fim de garantir a atenção aos processos
dinâmicos das condições de saúde nos territórios e auxiliar a tomada de decisão e a
priorização da gestão em saúde.

O reconhecimento da magnitude de suas ações requer a compreensão de conceitos,


definições e critérios estabelecidos e envolvidos em todo o processo de aplicação da
vigilância epidemiológica, no sistema de saúde brasileiro.

A seguir, apresentamos os objetivos de aprendizagem deste tópico.

Objetivos de aprendizagem
Descrever as ações da vigilância epidemiológica.

Explicar os principais atributos da vigilância epidemiológica.

Integrar as ações da vigilância com a realidade cotidiana do profissional da saúde.

Diferenciar agravo, doença e evento.

Compreender o conceito de definição de casos e os critérios utilizados para fins de


vigilância epidemiológica.

Comparar definição de caso de acordo com critério sensível e específico.

Diferenciar critérios clínicos e laboratoriais de critérios epidemiológicos.

Demonstrar aplicação da definição de caso.

58
Identificar possíveis diferenças entre os critérios para definição de caso para notificação,
do ponto de vista de vigilância, bem como os critérios de diagnóstico clínico para ações
de cuidado dos pacientes.

Citar o fluxo de notificação.

Compreender o Guia de Vigilância em Saúde como fonte confiável para informações


técnicas e operacionais do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde (SNVS).

Constituída como um sistema, a vigilância epidemiológica se estabelece por meio de


diferentes e integradas ações. São elas:

Figura 18. Ciclo de ações adotadas pela Vigilância Epidemiológica.

 

 

59
Identificar casos suspeitos ou confirmados

O ato de identificar um caso de interesse nacional para notificação é uma ação de vigilância. Para
isso, é necessário verificar se a situação investigada atende aos critérios de definição para ser
considerada como um caso identificado.

A definição de casos suspeitos ou confirmados é considerada como:


“Um conjunto de critérios que se utiliza para decidir se uma pessoa tem ou não uma particular
doença ou apresenta um determinado evento adverso à saúde” (WALDMAN, 1998).

Essas definições também podem mudar ao longo do tempo, à medida que mais informações são
obtidas.

Coletar dados / noti car

Esse ato se resume à coleta de dados do caso (frequentemente realizada por meio instrumento
conhecido como ficha de notificação), podendo ser suspeito ou confirmado. A comunicação às
autoridades sanitárias pode ser realizada por qualquer cidadão.
Em conformidade com a Lei nº 6.259/1975, da presidência da república, a notificação da ocorrência
de casos suspeitos ou confirmados de doenças de interesse nacional, aos gestores do SUS, é
obrigatório para os profissionais de saúde ou para os responsáveis pelos serviços de saúde, públicos
ou privados.

Segundo a Portaria nº 204/2016, do Ministério da Saúde, a notificação é a:

“Comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde feita à autoridade sanitária


por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas de intervenção
pertinente.”

A coleta de dados pode ocorrer de forma:

• Passiva: o caso busca um serviço de saúde.

• Ativa: o serviço de saúde busca possíveis casos.

• Sentinela: a busca ocorre de forma seletiva.

60
Conforme Portaria nº 33/2005, do Ministério da Saúde, em seu artigo 3º, os responsáveis pela
notificação são os profissionais de saúde no exercício da profissão, bem como os responsáveis por
organizações e estabelecimentos públicos e particulares de saúde e ensino. Em conformidade com a
Lei nº 6.259/1975 são obrigados a comunicar aos gestores do SUS, a ocorrência de de casos suspeitos
ou confirmados de doenças de interesse nacional.

A lei também diz que o não cumprimento desta obrigatoriedade será comunicado aos conselhos de
entidades de Classe e ao Ministério Público para que sejam tomadas as medidas punitivas cabíveis.

Mais adiante veremos detalhes sobre a ficha de notificação.

Analisar e Interpretar

Para que os dados coletados se transformem em informação, são necessárias a análise e a


interpretação. Para isso, após a coleta de dados, normalmente realizada na ficha de notificação, estes
são inseridos em um sistema de informação da vigilância epidemiológica e, posteriormente, são
analisados e interpretados com a finalidade gerar informações utilizadas para recomendações de
prevenção e controle de doenças.

Mais adiante veremos detalhes sobre os sistemas de informações de saúde, em especial o sistema de
informação da vigilância epidemiológica.

Divulgar a informação

Divulgar informações e análises epidemiológicas são atribuições de todas as esferas de governo. Por
meio dessas divulgações é que todos podem ter conhecimento da situação de saúde e doença do seu
território (bairro, município, estado, região, país, entre outros) e até mesmo do serviço de saúde.
Verificar se as recomendações para a ação estão surtindo efeitos.

Na esfera nacional, as divulgações ocorrem por meio de boletins epidemiológicos, informes


epidemiológicos eletrônicos e painéis de indicadores – os quais conheceremos mais à frente.

61
Recomendar (promoção, prevenção, controle)

Com o conhecimento das informações de saúde e doença em mãos, os gestores de saúde


(municipais, estatuais, federais e até mesmo de serviços de saúde locais) realizam diversas
recomendações, sempre considerando ações voltadas à promoção da saúde, como também de
prevenção e controle de doenças e agravos.

Tais medidas de prevenção podem ainda ser classificadas como primárias, secundárias, terciárias ou
quaternárias.

Monitorar / avaliar

Uma vez ocorrendo a notificação, o monitoramento / avaliação é uma ação que permeia todo o
processo de vigilância epidemiológica, e em todas as esferas, objetivando melhorar a qualidade das
ações de vigilância, nos seguintes aspectos:

• Identificação de dados inconsistentes ou informações faltantes.

• Retroalimentação do sistema de vigilância como forma de completar os dados faltantes


ou ajustar os inconsistentes.

• Identificação da subnotificação com estratégias de busca ativa de casos não identificados.

• Apoio técnico aos profissionais que integram o sistema de vigilância epidemiológica


como forma de aprimorar e qualificar todas as ações realizadas.

Sistemas

No centro de tudo, para dar suporte à integração dessas ações, são utilizados vários sistemas de
informações, sendo o sistema principal o Sistema de Notificação de Agravos de Notificação
(Sinan).

Fonte: adaptada de Brasil, 2018, p. 31.

62
As ações de Vigilância Epidemiológica são transversais e acontecem em todas
as esferas de saúde, por diversos pro ssionais da saúde. Assim, pode ser que
você também atue em ações de vigilância.

Veja alguns exemplos de atuação na vigilância epidemiológica:

• Você alguma vez suspeitou que um paciente estava com alguma


doença de noti cação compulsória, como Covid-19, tuberculose,
dengue, entre outras?

• Você já realizou teste rápido de sí lis, HIV e/ou hepatites virais em algum
paciente?

• Você já preencheu alguma cha de noti cação de doença/ agravo de


interesse nacional?

• Você já realizou busca de gestante com sí lis para continuidade de


tratamento?

• Você já realizou ou encaminhou algum paciente sintomático respiratório


para realizar o teste do escarro?

• Você já indicou ou encaminhou algum paciente para receber indicação


de tratamento para tuberculose, sí lis, HIV e aids?

• Você já atendeu ou encaminhou algum paciente para aplicação de alguma


vacina?

• Você já analisou a situação da unidade de saúde em que atua quanto a, por


exemplo, o número de pacientes em tratamento de alguma doença ou
agravo (como sí lis, hanseníase, tuberculose, entre outros)?

• Você já compartilhou informações sobre a situação de alguma


doença ou agravo que a unidade de saúde ou município atende?

• Se você já realizou alguma dessas ações, signi ca que já faz parte da


Vigilância Epidemiológica de onde atua. 63
Assim, podemos certificar que não importa a rede de atenção na qual o profissional de saúde
está atuando, ele sempre realizará alguma ação de vigilância epidemiológica.

Exemplos:

O profissional de saúde pode estar em:

a. um ambulatório especializado de nefrologia (rede de atenção especializada) e suspeitar


ou até mesmo identificar um caso de hepatite C, em um dos pacientes em
acompanhamento;

b. um pronto-socorro de politrauma e notificar um caso de violência autoprovocada;

c. um centro de reabilitação de fisioterapia e identificar sinais na pele de um paciente


sugestivo de hanseníase.

Finalmente, podemos afirmar que muitas ações de vigilância epidemiológica, em especial,


a identificação e notificação de casos, são transversais e podem ocorrer em todas as redes
de atenção à saúde.

64
A vigilância epidemiológica se inicia no indivíduo. Quando uma pessoa é identificada
vivenciando uma situação que configura uma suspeita ou uma confirmação de um agravo,
ou doença, essa situação é registrada.

É a soma desses registros que constitui a base da vigilância epidemiológica.

Porém, para que uma situação seja registrada, é preciso compreender:

O que caracteriza agravo ou doença?

O que é um evento no contexto de vigilância epidemiológica?

Vamos estruturar esses conceitos, conforme a Portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016, do


Ministério da Saúde:

A GR AV O DO E N Ç A E VE N TO

O agravo, em vigilância epidemiológica, é definido como:

“[...] qualquer dano à integridade física ou mental do indivíduo, provocado por


circunstâncias nocivas, tais como acidentes, intoxicações por substâncias químicas, abuso
de drogas ou lesões decorrentes de violências interpessoais, como agressões e maus tratos, e
lesão autoprovocada [...]”, inciso I, Art. 2º (BRASIL, 2016, p. 2).

65
A GR AV O DO E N Ç A E VE N TO

A doença, em vigilância epidemiológica, é definida como:

“[...] enfermidade ou estado clínico, independente de origem ou fonte, que represente ou


possa representar um dano significativo para os seres humanos [...]”, inciso III, Art. 2º (BRASIL,
2016, p. 2).

A GR AV O DO E N Ç A E VE N TO

Um evento, em vigilância epidemiológica, considera:

“[...] situação que pode constituir potencial ameaça à saúde pública, como a ocorrência de
surto ou epidemia, doença ou agravo de causa desconhecida, alteração no padrão clínico
epidemiológico das doenças conhecidas, considerando o potencial de disseminação, a
magnitude, a gravidade, a severidade, a transcendência e a vulnerabilidade, bem como
epizootias ou agravos decorrentes de desastres ou acidentes [...]”, inciso V, Art. 2º(BRASIL,
2016, p. 2).

66
Para que um caso (agravo, doença ou evento) seja identificado, é fundamental que haja
critérios de identificação bem definidos.

Esses critérios podem ser clínicos, laboratoriais ou epidemiológicos e são estabelecidos a

partir de características específicas de cada agravo, doença ou evento.

É o conjunto destes critérios que determina o que chamamos definição de caso da


doença.

Para exemplificar:

Uma determinada doença pode ter características


específicas que ocasionam:

febre alta;

coriza;

tosse;

dor no corpo;

inflamação na garganta;

67
exame de carga viral positivo.

Assim, o critério de definição de caso desta doença


pode englobar diversas características (clínicas e
laboratoriais).

Contudo, pode ser critério definidor de caso apenas o


exame de carga viral positivo, já que é o que basta
para confirmar um caso suspeito.

Como definir esses critérios?

Vamos estruturar essas definições:

68
Cada caso identificado pelo sistema de vigilância epidemiológica será analisado a partir de
uma definição de caso, estabelecida com base nos critérios clínicos laboratoriais e
epidemiológicos. É ela que determinará a confirmação, ou não, da sua ocorrência.

A definição de caso, portanto, regula a entrada de dados no sistema de vigilância e possibilita,


assim, a comparação dos dados. Contudo, essa definição não é estática e pode mudar ao longo
do tempo, à medida que mais informações ou até mesmo tecnologias são obtidas para
investigação de um agravo, doença ou evento.

Outro fator importante, é compreender que a definição de caso de uma doença, estabelecida
para notificação de casos, pode ser diferente daquele usado para o diagnóstico clínico desta
mesma doença. Essas diferenças de critérios podem ocorrer, pois a definição para fins da
vigilância epidemiológica pode ser mais sensível ou mais específica (BRASIL, 2018; CDC, 2012;
OPAS, 2002).

Vejamos:

69
Vantagens: aquele que é amplo,
com objetivo de capturar a maioria
ou todos os casos verdadeiros.

Desvantagem: às vezes também


pode incluir casos falsos positivos
(casos de outras doenças ou casos
já descartados).

Vantagens: aquele que é mais


restrito, com objetivo de capturar
realmente os indivíduos que estão
com uma determinada doença.

Desvantagem: exigência de que


todos os casos sejam testados para
sua confirmação.

O Sistema de Vigilância Epidemiológica constitui-se a partir de um fluxo dinâmico de


informações, que impactam em novos critérios para a definição de casos. Desta forma, é
importante que o profissional esteja sempre atualizado.

70
Assista, a seguir, ao vídeo Repórter Saúde, para entendermos melhor o que é e como pode
variar, de modo mais sensível ou mais específico, a definição de caso.

https://player.vimeo.com/video/919561540

71
Antes de continuarmos, é importante ressaltar que não há pretensão de explorarmos o vasto
campo das definições de casos e agravos ou dos fluxos, prazos e recomendações. O tema é
extenso e está em constante evolução. A todo momento surgem novos achados, definições e
procedimentos.

Portanto, recomendamos que você se mantenha sempre atualizado, acessando o Guia de


Vigilância em Saúde, visto que ocorrem modificações frequentes, além de esse ser um
documento oficial do Ministério da Saúde.

No documento você encontrará:

1 Recomendações relacionadas às ações de vigilância em saúde presentes na Lista


Nacional de Notificação Compulsória de Doenças, Agravos e Eventos de Saúde
Pública.

2 Procedimentos relativos aos fluxos, prazos, instrumentos, definições de casos


suspeitos e confirmados, funcionamento dos sistemas de informação em saúde,
condutas, medidas de controle e demais diretrizes técnicas para
operacionalização do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde (BRASIL, 2021).

72
73
Coleta de Dados e Noti cação

O Sistema de Vigilância Epidemiológica é alimentado pelos dados coletados e notificados, e


essa ação estruturante será delineada neste conteúdo.

A seguir, apresentamos os objetivos de aprendizagem deste tópico.

Objetivos de aprendizagem
Diferenciar vigilância ativa, passiva e sentinela de casos.

Reconhecer a importância da notificação de casos.

Descrever o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).

Compreender o funcionamento do principal sistema de informação da Vigilância


Epidemiológica.

Demonstrar o acesso às fichas de notificação de casos.

Explicar o preenchimento da ficha de notificação de casos.

Explicar a operacionalização e o fluxo das informações no SINAN.

Destacar o manual de normas e rotina do SINAN.

74
A coleta de dados baseia-se, principalmente, na notificação de casos.
Deste modo, esta se realiza por um processo contínuo e padronizado
de coleta.

A obtenção destes dados pode ser realizada por revisão em prontuários, esforços de
investigação ou em demais bases de dados que tem outros propósitos, ou seja, a obtenção
dos dados pode ocorrer por meio de buscas ativa, passiva ou sentinela (OPAS, 2010).

Há distintos tipos de coleta de dados, vamos às características de cada uma:

PA SSI VA AT I VA SE N T I N E L A

A coleta ocorre quando o caso (suspeito ou confirmado) busca, de modo espontâneo, um


serviço de saúde.

Principais características:

A unidade notificadora é um serviço de saúde, que envia os dados de modo rotineiro e


periódico as autoridades sanitárias.

O profissional da saúde geralmente é o responsável pela identificação do caso.

Essa busca é adequada para o monitoramento das tendências ao longo do tempo, local
e pessoa.

75
PA SSI VA AT I VA SE N T I N E L A

Nessa situação, a equipe de saúde realiza uma busca intencional de casos.

Principais características:

Requer ações direcionadas (exemplo: busca em sistemas de informação; busca em


residências).

Autoridades de saúde solicitam a busca das informações.

Geralmente, ocorre em casos de doenças ou de situações de interesse especial.

PA SSI VA AT I VA SE N T I N E L A

Significa dizer que as buscas de casos são seletivas, focadas em amostra populacional e
em unidades de saúde selecionadas.

Principais características:

Fonte de notificação específica (unidade de saúde sentinela).

A busca de caso é feita em uma população selecionada (amostra da população).

As tentativas espaçadas desse método permitem estudar as tendências de


determinados eventos de interesse.

76
Noti cação
Os casos, identificados por meio de diferentes iniciativas (busca ativa, passiva ou sentinela) e
inseridos nos sistemas de informação, devem ser comunicados por meio da sua notificação.

Segundo o Ministério da Saúde (2021), define-se notificação como:

Comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo à


saúde feita à autoridade sanitária por profissionais de saúde, ou
qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas de intervenção
pertinente.

Para melhor compreensão, podemos dividir o conceito elaborado pelo Ministério da Saúde
(2021), da seguinte maneira:

É a comunicação da ocorrência de
a) O que é a notificação? determinada doença ou agravo à
saúde feita à autoridade sanitária.

Os profissionais de saúde ou qualquer


b) Quem faz a notificação?
cidadão.

Para fins de adoção de medidas de


c) Qual o objetivo da notificação?
intervenção pertinente.

Portanto, esse caso, uma vez notificado, será transformado em dado e, posteriormente, em
informação.

77
Segundo a Portaria nº 204, de 16 de fevereiro de 2016, do Ministério da Saúde, há critérios para
a notificação de doenças e agravos.

Acompanhe o que não podemos esquecer:

IMPORTANTE: O QUE DEVE SER NOTIFICADO


(BRASIL, 2016, BRASIL, 2018):

Agravo, doença e evento de saúde pública de


interesse internacional e nacional, descritas no
Regulamento Sanitário Internacional (RSI) para
todos os países Membros da Organização
Mundial da Saúde (OMS).

Doenças, agravos e eventos de saúde pública de


interesse nacional, que estão inseridas na Lista
Nacional de Notificação Compulsória, por meio
de portaria do Ministério da Saúde.

Qualquer evento de saúde pública que pode


constituir ameaça à saúde pública, como a
ocorrência de surto ou epidemia, doença ou
agravo de causa desconhecida, alteração no
padrão clínicoepidemiológico das doenças
conhecidas com potencial de disseminação, bem
como epizootias ou agravos decorrentes de
desastre, ou acidente.

Possíveis doenças, agravos e eventos de saúde


pública de interesse local (Municipal, Estadual ou

78
Distrital) que podem ser estabelecidas em
portaria pelos entes federados.

Assim, cabe ao profissional de saúde em seu exercício ou os responsáveis pelos

estabelecimentos públicos, ou privados de saúde terem o conhecimento destas portarias e


resoluções, além de normas técnicas estabelecidas, a fim de cumprir com seu dever de
comunicar as autoridades sanitárias sempre que necessário.

Esta comunicação, a depender do agravo, doença ou evento de saúde pública, deve ser feita

de maneira imediata, ou semanal.

Conforme Portaria nº 33, de 14 de julho de 2005, do Ministério da Saúde, em seu artigo 3º, "os
responsáveis pela notificação são os profissionais de saúde no exercício da profissão,
bem como os responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e
particulares de saúde e ensino" (BRASIL, 2005).

Esta portaria incluiu apenas algumas doenças na lista de notificação compulsória, conforme
seu preâmbulo: "inclui doenças à relação de notificação compulsória, define agravos de
notificação imediata e a relação dos resultados laboratoriais que devem ser notificados pelos
Laboratórios de Referência Nacional ou Regional."

Em conformidade com a Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975, são obrigados a comunicar


aos gestores do SUS a ocorrência de casos suspeitos ou confirmados de doenças de interesse
nacional (BRASIL, 1975).

A lei também diz que o não cumprimento desta obrigatoriedade será comunicado aos
conselhos de entidades de Classe e ao Ministério Público para que sejam tomadas as
medidas punitivas cabíveis.

Por fim, é importante compreender que a notificação compulsória de casos de doenças e de


agravos à saúde tem caráter sigiloso. A Lei nº 14.289, de 3 de janeiro de 2022, reforça a

obrigatoriedade da preservação do sigilo, sendo vedada a divulgação, pelos agentes públicos

79
ou privados, de informações que permitam a identificação da condição de pessoa que vive
com qualquer doença e agravo de notificação compulsória. Este sigilo somente poderá ser
quebrado nos casos determinados por lei (BRASIL, 2022).

IMPORTANTE!

A notificação compulsória imediata é realizada


em até 24 (vinte e quatro) horas, a partir do
conhecimento da ocorrência do caso.

A notificação compulsória semanal pode ser


realizada em até 7 (sete) dias, a partir da detecção
do caso.

Assim, agravos ou doenças que requerem medidas de


controle e de prevenção e que se enquadrem na
notificação imediata devem ser comunicadas
prontamente.

Além disto, pode haver a obrigatoriedade da notificação negativa, que se trata da


comunicação semanal realizada pelo responsável do estabelecimento à autoridade de
saúde, informando que não foi identificado nenhum caso registrado. Normalmente, esta
estratégia de comunicação é utilizada para doenças ou agravos de notificação compulsória
que estão em fase de eliminação ou que já foram eliminados em determinado território, com

a finalidade de monitorar possível reintrodução.

Conheça um pouco mais sobre as notificações na vigilância epidemiológica, assistindo o


vídeo a seguir, com o Dr. Cesar Inoue, médico epidemiologista, do Hospital Israelita Albert

80
Conheça um pouco mais sobre as notificações na vigilância epidemiológica, assistindo o vídeo a
seguir, com o Dr. Cesar Inoue, médico epidemiologista, do Hospital Israelita Albert
Einstein.

https://player.vimeo.com/video/919561574

Sistema de Informação de Agravos de Noti cação (SINAN)


As ações da vigilância epidemiológica são suportadas por sistemas de informação específicos,
e o principal deles é o SINAN.

A implantação do SINAN, no início da década de 1990, não ocorreu de forma homogênea em

todo o território nacional.

Em 1998, o Centro Nacional de Epidemiologia (CENEPI) desenvolveu estratégias para sua


imediata implantação em todo o Brasil. Foi constituída uma comissão específica para o

81
desenvolvimento de instrumentos, definição de fluxos e composição de novo software, capaz
de responder sua abrangência em todo o país (Portaria FUNASA/MS nº 073, de 09 de março de
1998).

A Portaria nº 204, de 16 de fevereiro de 2016, do Ministério da Saúde, padronizou os


procedimentos normativos relacionados à notificação compulsória no âmbito do SUS,
colaborando de forma expressiva para o aprimoramento e efetividade do SINAN.

Veja, a seguir, mais algumas de suas características:

Abrangência

Abrangência nacional e disponível em todos os municípios, mesmo naqueles que
eventualmente não dispõem de computadores. Nesses casos, os dados são inseridos no
sistema via regionais de saúde.

Objetivo

Coletar, transmitir e disseminar dados gerados rotineiramente pelo sistema de vigilância
epidemiológica, fornecendo informações para análise do perfil de morbidade da população,
nas três esferas de governo e Distrito Federal.

Instrumentos de coleta de dados do SINAN


Para que seja realizada uma coleta de dados estruturada em todo o território nacional é
fundamental a utilização de instrumentos padronizados.

82
As fichas de notificação/ investigação de casos são os principais instrumentos para
coleta de dados do SINAN. As unidades federadas deverão utilizar estes modelos de fichas,
que são padronizadas pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), do

Ministério da Saúde. Toda vez que ocorrer alteração nestes instrumentos de coleta de dados,
as Secretarias Estaduais de Saúde (SES) devem coordenar, em articulação com a Secretarias
Municipais de Saúde (SMS), a ampla divulgação da atualização destes instrumentos aos
serviços de saúdes público e privado e, se necessário, realizar o recolhimento dos modelos

antigos e substituição pelos novos.

Também, cabe aos profissionais de saúde consultarem o site oficial do Ministério da Saúde
para verificar os instrumentos a serem utilizados.

A seguir, veremos com mais detalhes as informações sobre a ficha de notificação/


investigação de casos e conheceremos como ter acesso a todos os instrumentos.

Ficha de notificação/ investigação


A vigilância epidemiológica produz as informações de saúde com base nos dados contidos na
ficha de notificação/ investigação. A ficha de notificação de casos, por possuir vários campos a
serem preenchidos, por vezes, é julgada como um instrumento burocrático, mas ela cumpre
a função de padronizar a coleta de dados, e seus campos preenchidos por completo, se
tornam o centro do processo de conhecimento da ocorrência de determinados agravos e
doenças a fim de direcionar as políticas públicas de saúde.

Como citamos anteriormente, a ficha de notificação/ investigação de caso se torna o principal


instrumento do SINAN. Ela é utilizada para o registro de caso suspeito ou confirmado de uma
doença, ou agravo, preenchida normalmente de forma individual (por paciente) e no nível
administrativo mais periférico, nas unidades de saúde de cada município.

Há fichas com dados agregados, como a ficha de investigação de surto, composta por dados
de identificação e caraterização do local do surto e o diagnóstico inicial; e a planilha de
acompanhamento, que contém as informações do quantitativo de casos do surto e seu
encerramento.

83
A ficha individual por agravo/ doença é bem completa, com campos que permitem a
identificação desde o nível individual (dados pessoais), até o mais amplo, relacionado ao local
e período da ocorrência do caso (espaço e tempo), além de especificidades da doença ou
agravo dos casos suspeitos, ou confirmados. Contudo, não se trata apenas de identificar os
eventos: a organização dos campos e sua posterior inserção no sistema são o que permite a
extração dos dados e análises mais completas, fundamentando todo o planejamento das
ações e orientações mais assertivas.

Destacamos que, geralmente, cada agravo terá sua ficha específica, ainda que todos
possuam a mesma estrutura-base (dados gerais, identificação do caso, dados demográficos e
dados complementares).

Todos os campos da ficha de notificação devem ser preenchidos por completo e com letra
legível. Em caso de dúvidas sobre algum deles, também é possível consultar o instrucional de
preenchimento da ficha de notificação/ investigação. Esse instrumento detalha o que deve
ser preenchido em cada campo da ficha.

Acompanhe, no exemplo a seguir, os campos da ficha de notificação da tuberculose.

84
Figura 19. Ficha de notificação de tuberculose no SINAN.

Dados Gerais

85
Identificação do caso e dados demográficos

Dados Complementares

Fonte: Ficha de notificação de tuberculose no SINAN - Brasil. Portal SINAN, 2023.

86
As fichas de cada agravo de notificação e seu instrucional de preenchimento podem
ser encontrados no site: https://portalsinan.saude.gov.br/

87
Passo 1

Fonte: Brasil. Portal Sinan, 2023.

Acesse o link e clique em “Doenças e Agravos”, na seção “Acesso à Informação”, no


menu ao lado esquerdo.

88
Passo 2

Fonte: Brasil. Portal Sinan, 2023.

Será aberto um menu de agravos em ordem alfabética. Selecione o agravo desejado.

89
Passo 3

Fonte: Brasil. Portal Sinan, 2023.

Ao entrar na página, vá até a seção de Instrumentos para registro e análise. Nela,


você encontrará:

a ficha de notificação / investigação;

o instrucional de preenchimento de ficha de notificação/ investigação;

o dicionário de dados;

a ficha de acompanhamento;

o caderno de análise.

90
IMPORTANTE!
Se surgir alguma dúvida de qual ficha você deve utilizar para notificar determinada
doença/agravo, lembre-se que Guia de Vigilância em Saúde da SVSA/MS traz todas
essas recomendações.
Acesse aqui o Guia de Vigilância em Saúde.

Qual a importância do preenchimento de uma ficha de


notificação/investigação?
Como sabemos, todos os dados preenchidos na ficha de notificação são inseridos em um
sistema, que posteriormente observados e analisados se transformam em informação de
saúde. Estas informações podem conter achados importantes que, consequentemente,
geram medidas de controle e prevenção de doenças ou agravos mais eficazes.

Como, por exemplo:

A detecção de surtos e epidemias e seus enfrentamentos de forma adequada.

A verificação da mudança do comportamento da doença, bem como alteração na


faixa etária acometida, permitindo a adoção de medidas voltadas às populações
especificas com maior vulnerabilidade.

91
A identificação de locais com maior ocorrência da doença, para a implementação
ou aprimoramento de recursos e políticas melhor direcionadas às realidades
destes locais.

A aplicação imediata de medidas de controle e prevenção de doenças ou agravos,


que podem ser eliminados e até mesmo erradicados.

A identificação da evolução da saúde quanto às terapêuticas adotadas, para o


desenvolvimento de novos tratamentos e medicamentos.

Nesse sentido, os dados inseridos nas fichas de


notificação e sua posterior inclusão no SINAN ou em
demais sistemas de informação tornam-se
importantes instrumentos para a formulação e
avaliação das políticas, planos e programas de saúde,
subsidiando o processo de tomada de decisões, com
vistas a contribuir para a melhoria da situação de
saúde da população.

Assim, num universo tão vasto, o bom preenchimento da ficha é a peça-chave para o controle,
redução e erradicação de muitas doenças e agravos. Trata-se de um gesto diretamente ligado

à preservação da vida humana.

92
Recomenda-se que todos os dados das fichas de notificação e investigação de agravos
notificados como suspeitos e/ou confirmados sejam inseridos no SINAN, mesmo que ainda
não tenha sido concluído a investigação.

Segundo a Instrução Normativa n.º 02/SVS/MS, de 22 de novembro de 2005, do Ministério da


Saúde, algumas doenças devem ser incluídas no SINAN, após sua confirmação, a saber:

Aids em menores de 13 anos;

Aids em maiores de 13 anos;

Esquistossomose (em área não endêmica);

Gestante HIV+ e crianças expostas;

Hanseníase;

Leishmaniose Tegumentar Americana;

Sífilis congênita;

Tuberculose.

Já aquelas fichas de notificação e investigação de agravos notificados como suspeitos e/ou


confirmados, que foram inseridas sem seus respectivos encerramentos, devem ser concluídas
no SINAN, em um prazo de até 60 dias, para a maioria dos casos, exceto nos agravos a seguir:

93
Quadro 1. Encerramento dos casos em agravos específicos

AGRAVO PRAZO DE ENCERRAMENTO

Sarampo
30 dias após a notificação.
Rubéola

Leishmaniose Tegumentar Americana


180 dias após a notificação.
Leishmaniose Visceral

180 dias após a data de nascimento da


Síndrome de rubéola congênita
criança.

Hepatites virais 240 dias após a notificação.

Os prazos são contados após a data do


diagnóstico, para os seguintes casos:

Hanseníase (em tratamento)


PB (Paucibacilares): 09 meses.

MB (Multibacilares): 18 meses.

Caso ocorra abandono de tratamento,


os prazos de encerramento, após a
data do diagnóstico, são:

Hanseníase (abandono de tratamento)


PB (Paucibacilares): 02 anos.

MB (Multibacilares): 04 anos.

94
AGRAVO PRAZO DE ENCERRAMENTO

Os prazos são contados após a data do


diagnóstico, para os seguintes
esquemas de tratamento:

Tuberculose Esquemas I e IR: 09 meses.

Esquema II: 12 meses.

Esquema III: 15 meses.

Fonte: Brasil, 2005, p. 47 e 48.

Portanto, é importante que os profissionais de saúde das unidades notificadoras


compreendam estas recomendações de inserção e encerramento dos dados no SINAN. Assim,
poderão notificar e investigar os casos, sempre acrescentando, quando necessário, demais
dados da ficha, com a finalidade de encerrar todos os casos de modo e em tempo adequado.

Operacionalização e fluxo das informações do SINAN


Como o sistema é bastante capilarizado e pode ser operado no nível mais periférico, nas
unidades de saúde municipais, é primordial que o fluxo das informações seja bem
estabelecido, considerando as particularidades de cada local.

Da mesma forma, a sua operacionalização deve levar em conta as responsabilidades de cada

participante do processo, considerando as condições estruturais, de forma que não haja


prejuízo ao fluxo das informações.

95
Figura 23. Operacionalização do SINAN.

    

Unidades de Saúde.

As Unidades de Saúde iniciam o processo com a notificação da suspeita de agravo ou doença. Elas
preenchem a ficha de notificação, podem digitar diretamente no sistema do Sinan ou, dadas as
condições estruturais, encaminhar para outras esferas de gestão administrativa.

As Unidades de Saúde podem ou não analisar os dados, a depender das orientações de seu
município.
Lembramos que o Sinan pode ser operacionalizado nas unidades de saúde, seguindo a orientação
de descentralização do SUS, mas essa operacionalização do sistema é definida por cada município.
Portanto, fique atento ao fluxo estabelecido em seu município.

Secretarias Municipais de Saúde.

As Secretarias Municipais de Saúde – caso existam na estrutura –, ao receberem as fichas de


notificação, avaliam se estão preenchidas corretamente e digitam as informações no sistema (caso
isso ainda não tenha sido feito), ou podem encaminhar as fichas para outras esferas de gestão
administrativa.

Da mesma forma que as unidades de saúde, elas podem ou não analisar os dados, a depender da
estrutura do município.

96
Secretarias Regionais de Saúde.

Da mesma forma que as Secretarias Municipais, as Secretarias Regionais de Saúde podem ou não
existir na estrutura (a depender da necessidade ou de recursos), e basicamente têm as mesmas
atribuições:

• Podem recepcionar as fichas e digitá-las no sistema, mas são casos mais raros
(normalmente a digitação já ocorreu anteriormente).

• Analisam ou não os dados.

Importante lembrar sempre as orientações locais, visto que se trata de processo descentralizado.

Secretarias Estaduais de Saúde.

As Secretarias Estaduais de Saúde podem executar as mesmas atividades que as esferas anteriores,
porém a operacionalização é mais rara e a análise é feita em praticamente todos os casos.

Ministério da Saúde.

O Ministério da Saúde recebe as notificações e faz a análise dos dados. Não existe a recepção da ficha
e digitação no sistema federal.

Fonte: adaptada de Brasil, 2007, p. 26-8.

Esse fluxo de operacionalização é cíclico, ou seja, as informações podem voltar para esferas
inferiores para solicitar complemento e/ou atualização dos dados e, ainda, para repassar os
achados e orientações.

97
Limitações dos Sistemas de Noti cação
Agora que conhecemos como a operacionalização desse sistema de notificação ocorre,
podemos nos aprofundar no tema e pensar quais são as limitações e os pontos de melhoria
desse sistema.

Ouça o podcast a seguir com o Dr. Cesar Inoue, médico epidemiologista, do Hospital Israelita
Albert Einstein:

05:44

98
Outros Sistemas de Informação

Embora tenhamos o SINAN como o principal sistema de informação para a notificação de


agravos e doenças, existem outros sistemas de grande importância para a vigilância
epidemiológica.

A seguir, apresentamos os objetivos de aprendizagem deste tópico.

Objetivos de aprendizagem
Descrever os principais sistemas de informação em saúde.

Localizar as informações oficiais da vigilância epidemiológica.

99
Acompanhe a descrição de alguns dos principais Sistemas de Informação em Saúde
utilizados:

SINASC - Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos



O Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) foi implantado oficialmente a partir
de 1990, com o objetivo de coletar dados sobre os nascimentos informados em todo território
nacional e fornecer dados sobre natalidade para todos os níveis do Sistema de Saúde.

Os dados que alimentam o SINASC são provenientes da Declaração de Nascidos Vivos (DN),
preenchida pelos profissionais de saúde ou até mesmo por parteiras tradicionais,
reconhecidas e vinculadas às unidades de saúde. A DN também é um documento utilizado
para lavratura da Certidão de Nascimento nos cartórios de registro civil.

Fluxo do sistema
O fluxo da informação via sistema é praticamente o mesmo do SINAN, considerando
questões estruturais de cada local.

Para acessar o sistema, clique em: http://sinasc.saude.gov.br/default.asp

Saiba mais: Ministério da Saúde. Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC)
Acesse: https://svs.aids.gov.br/daent/centrais-de-conteudos/dados-abertos/sinasc/

SIM - Sistema de Informação de Mortalidade



O Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) está implementado em todos os municípios
brasileiros e digitalizado naqueles que dispõem de infraestrutura para tal.

Trata-se de um sistema utilizado na coleta de dados quantitativos e qualitativos sobre óbitos


ocorridos no Brasil, e, a partir da causa mortis atestada pelo médico, é possível construir
indicadores e processar análises epidemiológicas importantes para a gestão na área de
saúde. Alguns exemplos de informações e relatórios:

Taxa de mortalidade infantil e materna;

Mortalidade proporcional por grupos de causas;

100
Mortalidade proporcional por causa-base.

Fluxo do Sistema
A ficha utilizada é a Declaração de Óbito, e o fluxo da informação pelo sistema é
praticamente o mesmo do Sinan, considerando questões estruturais de cada local.

Para acessar o sistema, clique em: sim.saude.gov.br

Saiba mais: Ministério da Saúde. Sistema de Informação de Mortalidade:


https://svs.aids.gov.br/daent/centrais-de-conteudos/dados-abertos/sim/

SIH /SUS –Sistema de Informações Hospitalares do SUS



A finalidade do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) é a de transcrever
todos os atendimentos provenientes de internações hospitalares que foram financiados pelo
SUS. É um sistema relevante, que gera informação para orientar o gestor na tomada de
decisões relacionadas ao planejamento das ações de saúde, inclusive para a vigilância em
saúde.

O SIH é alimentado pelos dados derivados da Autorização de Internação Hospitalar


(AIH), que contém informações sobre:

o hospital;

o paciente (idade, sexo, entre outros);

o histórico da hospitalização (tipo admissão, especialidade, tempo de internação);

o motivo da alta hospitalar;

os diagnósticos (primário e secundário, entre outros);

os procedimentos hospitalares;

os custos hospitalares.

Esta AIH é preenchida pelo hospital após a alta hospitalar e enviada eletronicamente para a
Secretaria de Saúde municipal ou estadual, dependendo do nível de gestão. Os dados são
consolidados no nível nacional.

Assim, SIH/SUS alimentado com os dados corretamente preenchidos, a morbidade/


mortalidade hospitalar do município ou do estado estará refletida por meio da Classificação
Internacional de Doenças (CID) registrado na AIH, servindo, por sua vez, como indicador da

101
atenção ambulatorial. Além do desempenho e as condições sanitárias do estabelecimento,
que podem ser avaliados a partir das taxas de óbito e de infecção hospitalar.

Para ter acesso às informações geradas pelo SIH, acesse:


https://datasus.saude.gov.br/acesso-a-informacao/producao-hospitalar-sih-sus/

Saiba mais: Ministério da Saúde. Sistema de Informações Hospitalares do SUS:


http://sihd.datasus.gov.br/principal/index.php

GAL - Gerenciador de Ambiente Laboratorial



O Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) é um sistema desenvolvido para Rede
Nacional de Laboratórios de Saúde Pública para a realização de exames e ensaios em
amostras humanas, animais e ambientais. Ele segue padrões nacionais e é desenvolvido de
acordo com os protocolos do Ministério da Saúde.

O objetivo do GAL é informatizar e gerenciar o sistema de laboratórios de saúde pública,


permitindo o acompanhamento das etapas dos exames, a geração de relatórios
epidemiológicos e analíticos e o envio dos resultados de casos suspeitos ou confirmados de
doenças de notificação compulsória ao Sinan. Ele também auxilia nas decisões
epidemiológicas e gerenciais dos laboratórios de saúde.

Para acessar o sistema, clique aqui: http://gal.datasus.gov.br/GALL/index.php?area=13

Saiba mais: Ministério da Saúde. Gerenciador de Ambiente Laboratorial:


http://gal.datasus.gov.br/GALL/index.php.

SICLOM - Sistema de Controle Logístico e Medicamentos



O Sistema de Controle Logístico e Medicamentos (SICLOM) tem como função o
gerenciamento da logística dos medicamentos antirretrovirais (ARV), controlando o estoque
e a distribuição deles, bem como obtenção de informações sobre o uso de diferentes
esquemas terapêuticos.

De ampla capilaridade – são mais de 900 unidades dispensadoras de medicamentos,


distribuídas em todos os estados da federação mais o DF – o seu gerenciamento é realizado

102
pelo DATHI, com coordenação pelos departamentos de IST/aids e hepatites virais dos estados
e municípios.

Da mesma forma que outros sistemas, o SICLOM possibilita a extração de diversas


informações e relatórios, tais como:

Relação dos pacientes em TARV (Tratamento Antirretroviral);

Relação dos médicos que estão prescrevendo os medicamentos;

Histórico terapêutico;

Controle de estoque das UDM (Unidades Dispensadoras de Medicamento).

Fluxo do Sistema
O médico faz a solicitação do medicamento via formulário específico para a unidade
dispensadora de medicamentos (UDM) e, a partir daí, a solicitação segue via sistema de
informação em todas as esferas de saúde (municipal, regional e estadual, até chegar ao nível
nacional).

Para acessar o sistema, clique em: https://siclom.aids.gov.br/

Saiba mais: Ministério da Saúde. Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites


Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Vigilância Epidemiológica. Sistema de
Informação. Siclom. Acesse: https://www.gov.br/aids/pt-br/indicadores-
epidemiologicos/sistemas-de-informacao/siclom.

SISCEL- Sistema de Controle de Exames Laboratoriais da Rede Nacional de


Contagem de Linfócitos CD4+/CD8+ e Carga Viral do HIV

O Sistema de Controle de Exames Laboratoriais da Rede Nacional de Contagem de


Linfócitos CD4+/CD8+ e Carga Viral do HIV (SISCEL) é um sistema exclusivo para o HIV/aids e
é utilizado para monitorar os procedimentos laboratoriais de contagem de linfócitos T
CD4/CD8 e quantificação da carga viral do HIV, para avaliação de indicação de tratamento e
monitoramento de pacientes em terapia antirretroviral (TARV).

A abrangência desse sistema é bem considerável: está disponível em 96 laboratórios de


contagem de CD4 e 94 laboratórios de CV (carga viral). Todos os estados brasileiros mais o DF
possuem esse sistema como módulo gerencial.

Além do mais, o SISCEL é utilizado para dar apoio às políticas do Programa Nacional de IST e
AIDS, possibilitando extração de relatórios com informações sobre:

103
Relação dos pacientes em monitoramento;

Relação das unidades solicitantes, unidades coletoras e unidades executoras de exames


de CD4 e CV;

Controle e histórico de exames realizados por laboratório e por paciente;

Exames CD4/CD8 e CV realizados por período e ano de coleta;

Quantidade de exames realizados por motivo da solicitação do exame.

Fluxo do Sistema
A solicitação de exame e a coleta dos dados são feitas na ficha para contagem de Linfócitos T
CD4+ / CD8+ e obedecem ao seguinte fluxo:

1. Paciente procura a instituição de saúde de sua preferência;

2. Instituição de saúde preenche o formulário e envia para laboratório de referência;

3. Laboratório de referência faz a coleta e envia para instituição executora de exames;

4. Instituição executora analisa a coleta e retorna laudo de resultados para instituição de


saúde solicitante.

Para acessar o sistema, clique em: https://siscel.aids.gov.br/ .

Saiba mais: Ministério da Saúde. Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites


Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Vigilância Epidemiológica. Sistema de
Informação. Siscel. Acesse: https://www.gov.br/aids/pt-br/indicadores-
epidemiologicos/sistemas-de-informacao/siscel.

SIMC - Sistema de Monitoramento Clínico



O Sistema de Monitoramento Clínico (SIMC) é voltado para o monitoramento das lacunas de
tratamento das PVHIV (pessoas vivendo com HIV), com busca ativa (assistência contínua) de
quem necessita de cuidados, mas que, por algum motivo, não está dando sequência ou
alcançando sucesso no enfrentamento do agravo.

São três situações monitoradas, obtidas com o cruzamento das informações de outros
sistemas (SISCEL e SICLOM): pessoas que não iniciaram o tratamento, aqueles que
abandonaram o tratamento e os que não estão conseguindo reduzir a carga viral.

104
Veja como identificá-las:

Sem início do TARV

As pessoas que ainda não iniciaram o TARV são identificadas a partir do cruzamento dos
dados das PVHIV que realizaram exames de carga viral, mas que não constam no registro
de dispensa de medicamentos no SICLOM, indicando um GAP no tratamento.

Abandono de TARV acumulado

As PVHIV que estão há mais de 100 dias sem dispensa de medicamentos de TARV no
Siclom são consideradas casos de abandono.

TARV sem supressão viral

Aquelas PVHIV com esquema iniciado ou modificado há pelo menos 6 meses (180 dias) que
possuem, após esse período, carga viral detectável (mais de 50 cópias por ml), indicam o
não sucesso no enfrentamento, requerendo uma investigação mais aprofundada. Essas
informações são obtidas cruzando os dados no SISCEL (carga viral) e SICLOM (dispensa
efetiva de pelo menos um medicamento nos últimos 100 dias).

Para acessar o sistema, clique em: https://simc.aids.gov.br/login.

Saiba mais: Ministério da Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e


Infecções Sexualmente Transmissíveis. Sistemas de Informação. Sistema de
Monitoramento Clínico das Pessoas Vivendo com HIV/aids (SIMC). Acesse:
http://antigo.aids.gov.br/pt-br/gestores/sistemas-de-informacao/sistema-de-
monitoramento-clinico-das-pessoas-vivendo-com-hivaids.

SITE-TB - Sistema de Informação de Tratamentos Especiais de Tuberculose



O Sistema de Informação de Tratamentos Especiais de Tuberculose (SITE-TB) permite
notificar, solicitar medicamentos, acompanhar e encerrar os casos com indicação de
esquema especial.

Além da gestão de casos, o SITE-TB se propõe a realizar a gestão de medicamentos,


possibilitando a realização de dispensação, solicitação, recebimento, transferências e
controle de estoque.

105
Trata-se de um sistema on-line e complementar ao SINAN, já que todos os indivíduos devem
ser notificados ao confirmar o diagnóstico de tuberculose, independentemente do tipo de
tratamento a ser utilizado.

Da mesma forma que o SINAN, sua abrangência é nacional (disponível em todos os


municípios) e é destinado a todas as coordenações dos programas de controle da
tuberculose, bem como aos profissionais de laboratório, que poderão realizar a vigilância dos
casos.
Como existem pequenas particularidades, há três fichas específicas para as situações:

FICHA DE NOTIFICAÇÃO TB - indicação de esquema especial;

FICHA DE NOTIFICAÇÃO TUBERCULOSE DROGARRESISTENTE (TB-DR);

FICHA DE NOTIFICAÇÃO CASOS DE MICROBACTERIOSE NÃO TUBERCULOSA (MNT).

Para saber mais detalhes sobre as fichas e seu preenchimento, bem como outras
informações e orientações, acesse: http://sitetb.saude.gov.br/.

IL-TB - Sistema de Informação para notificação das pessoas em tratamento de


Infecção Latente de Tuberculose

O IL-TB é o Sistema de Informação para notificação das pessoas em tratamento da infecção


latente pelo Mycobacterium Tuberculosis e tem por objetivo registrar todas as pessoas
infectadas por essa bactéria e cujo tratamento será iniciado.
É um sistema on-line, com abrangência nacional (disponível em todos os municípios), que
permite a extração de dados para gerar indicadores destinados ao monitoramento e
avaliação das ações de vigilância da IL-TB, coordenados pelos programas e profissionais que
atuam no controle da tuberculose.

Para ver mais detalhes sobre a ficha e seu preenchimento, bem como outras
informações e orientações, acesse: http://sitetb.saude.gov.br/

106
Consulta Rápida
No anexo abaixo, está disponível um quadro, resumido, dos sistemas de informação que
acabamos de ver:

Lista de sistemas de informação.pdf


70.4 KB

107
Divulgação das Informações

Considerando a importância das informações para o processo de vigilância e da tomada de


decisão em saúde, vamos acompanhar de que maneira as informações podem ser
divulgadas e utilizadas para as ações de prevenção em vigilância epidemiológica.

Objetivos de aprendizagem
Localizar informações oficiais da vigilância epidemiológica.

Diferenciar os tipos de prevenção em vigilância epidemiológica.

Já compreendemos que dados geram informações, contudo é válido relembrar a diferença


entre esses dois conceitos:

DA DO S I N F O R MA Ç Õ E S

Dado é a unidade primária, que ao ser trabalhada, gera a informação.

Os dados são coletados e registrados diariamente pelos profissionais de saúde, e dizem


respeito aos aspectos sociodemográficos (idade, sexo, escolaridade, residência, entre

108
outros), clínicos (sinais e sintomas), laboratoriais (data do resultado de carga viral), e
epidemiológicos (exposição de risco), entre outros.

Exemplo: número de homens diagnosticados com aids em 2018 a 2021.

Frequência segundo ano diagnóstico.


Sexo: Masculino.
Período: 2018 - 2021.

Ano
Frequência
diagnóstico

2018 26.776

2019 26.399

2020 21.200

2021 9.705

TOTAL 84.080

DA DO S I N F O R MA Ç Õ E S

São dados processados e convertidos em um contexto significativo e em usos específicos


(O’BRIEN, 2008).

Exemplo: O Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) registou os seguintes dados: m


2011 = 12.151 óbitos por causa básica aids e em 2021 = 11.238 óbitos por causa básica aids.

109
Posteriormente, estes dados foram trabalhados de forma lógica, partindo de um ponto de
vista, e gerou-se o indicador de coeficiente de mortalidade de cada ano.

Assim, este processo resultou na seguinte informação de saúde:


No período de 2011 a 2021, verificou-se uma queda de 25% no coeficiente de mortalidade
padronizado para o Brasil, que passou de 5,6 para 4,2 óbitos por 100 mil habitantes.

Divulgação de Informações
Uma vez que os dados tenham sido coletados, registrados e analisados de forma a gerar
informações, essas precisam ser divulgadas ao público e às instituições interessadas, de uma
maneira eficiente e confiável.

Quais são as soluções implementadas para isso?

Vejamos a seguir:

Boletim Epidemiológico
Sabemos que, após a coleta e recepção dos dados, existe um trabalho árduo de análises,
interpretações e pesquisas. Nesse momento, a informação se torna conhecimento.

O conhecimento, no entanto, precisa ser compartilhado. Para isso, os boletins


epidemiológicos são as principais ferramentas de comunicação. Podem ser editados e
publicados periodicamente por municípios, unidades federadas e pela esfera federal na
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA).

Os boletins publicados pela SVSA são configurados como instrumentos de vigilância, com a
finalidade de divulgar informações relevantes e qualificadas, com potencial de contribuir nas
orientações das ações em Saúde Pública no país.

110
São publicações de caráter técnico-científico, de acesso livre e em formato eletrônico, com
sequência de:

Monitoramento de eventos e doenças com potencial para desencadear ações em


emergências de Saúde Pública nacional e internacional;

Análises da situação epidemiológica de doenças e agravos sob responsabilidade


da SVSA;

Relatos de investigação de surtos e de outros temas de interesse da vigilância em


saúde para o Brasil.

Os boletins epidemiológicos contêm informações essenciais sobre os agravos e são


disponibilizados, periodicamente, pelo Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites
Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde e
Ambiente, do Ministério da Saúde.

Boletim Epidemiológico.
Ministério da Saúde. Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e
Infecções Sexualmente Transmissíveis.
Disponível em: https://www.gov.br/aids/pt-br/centrais-de-conteudo/boletins-
epidemiologicos
Acesso em: 26 mai. 2023.

111
O lançamento anual de alguns boletins epidemiológicos tem como data preferencial de
publicação àquela alusiva ao agravo. O intuito é promover maior destaque aos avanços e
enfrentamentos, ampliando a discussão pública sobre o tema.

Acompanhe os exemplos:

O 3º sábado do mês de outubro foi

instituído como Dia Nacional de

Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita,

por meio da Lei nº 13.430/2017, e tem

como objetivo estimular a participação

dos profissionais e gestores de saúde nas

atividades comemorativas da data, com

vistas a enfatizar a importância do

diagnóstico e do tratamento adequado

da sífilis na gestante durante o pré-natal

e da sífilis em ambos os sexos,

como doença sexualmente

transmissível.

112
O Dia Mundial de Combate à AIDS,

internacionalmente definido como o dia 1°

de dezembro, é uma data voltada para que o


mundo una forças para a conscientização

sobre a Síndrome da Imunodeficiência

Adquirida (SIDA). Desde o final dos anos 80,


tal dia vigora no calendário de milhares de

pessoas ao redor do mundo.

No último domingo do mês de janeiro, é


comemorado o Dia Mundial contra a

Hanseníase e, no dia 31 de janeiro, é o Dia


Nacional de Combate e Prevenção da
Hanseníase, data instituída pela Lei nº

12.135/2009. A hanseníase (antigamente

conhecida como lepra) é uma doença

infecciosa e contagiosa, causada pelo bacilo


Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen.

113
Foi escolhido o dia 27 de julho como Dia

Mundial das Hepatites Virais, criado em

2010 pela Organização Mundial da Saúde


(OMS). No Brasil, a Lei nº 13.802/2019

também instituiu o julho amarelo, a ser

realizado a cada ano em todo o território


nacional, quando são efetivadas ações

relacionadas à luta contra as hepatites virais.

A data de Combate à Tuberculose foi

escolhida em 24 de março de 1882,

quando Robert Koch anunciou que havia

descoberto a bactéria causadora da

doença.

Segundo a OPAS, “celebrar” esse dia é


importante porque ajuda na

“conscientização sobre as consequências

devastadoras à saúde, sociais e

econômicas desta doença e para

intensificar os esforços com o objetivo de

acabar com essa epidemia global"

114
O acesso à informação é fundamental para aprimorar a gestão em saúde. Para além dos
boletins, elas podem ser disponibilizadas por meio da tabulação de dados e dos painéis de
indicadores.

Vamos acompanhar alguns exemplos:

Tabulação dos Dados


Para que os dados sejam transformados em informação, há um passo importante: a

tabulação dos dados, que consiste na organização dos conteúdos para uma leitura mais
precisa e uma análise assertiva da situação.

Assista, a seguir, ao vídeo Repórter Saúde, no qual são apresentados os passos para realizar a
tabulação dos dados.

https://player.vimeo.com/video/919561621

Painel de Indicadores
O Ministério da Saúde disponibiliza, aos gestores e profissionais da saúde, um painel de—

indicadores epidemiológicos e dados básicos sobre alguns importantes agravos: HIV e aids,

115
sífilis e hepatites virais.

Veja como acessar:

Painel de Indicadores
Acompanhe a sequência de passos que devem ser percorridos para acessar o Painel
de Indicadores com dados de agravos monitorados - HIV e aids, sífilis, hepatites,
tuberculose, hanseníase - do Ministério da Saúde.

Passo 1

Acesse o site

Para começar, você deve acessar o site https://www.gov.br/aids/.

116
Passo 2

Vigilância Epidemiológica

Depois, rolar a página até o final e clicar em vigilância epidemiológica.

Nesta página, temos acesso ao painel de indicadores e dados básicos.

117
Passo 3

Painéis de indicadores e dados básicos

Clique em Painéis de indicadores e dados básicos para acessar os dados de


indicadores para todos os agravos monitorados: HIV e aids, sífilis, hepatites,
tuberculose, hanseníase.

118
Passo 4

Links de acesso aos indicadores

Aqui estão os links de acesso aos dados de indicadores para todos os agravos
monitorados: HIV e aids, sífilis, hepatites, tuberculose, hanseníase, entre outros.

Vamos utilizar a aids, como exemplo, para navegarmos no sistema.

Clique em "Indicadores e dados básicos do HIV/aids nos municípios brasileiros".

119
Passo 5

Escolha a abrangência dos dados

A página é dividida em duas seções: na parte superior, temos a abrangência dos


dados. É aí que vamos escolher o recorte da informação que queremos ver: dados
regionais, estaduais ou municipais.

Passo 6

Acesse os números

Se quiser trabalhar com os dados, estes podem ser baixados no formato de um


arquivo Excel, clicando em “baixar dados”.

120
Passo 7

Tipos de indicadores disponíveis

Vamos detalhar um pouquinho os tipos de indicadores disponíveis?


Selecionamos aqui o recorte municipal, ou seja, vamos consultar os dados de aids, no
município de Macapá, no estado do Amapá.

Clique na seta "abrangência dos dados" até encontrar Amapá. Selecione Macapá, no
item "subcategoria".

Passo 8

Tabelas com dados


O primeiro dado que recebemos é uma tabela referente a casos notificados de aids.
Ela mostra o número de casos e a taxa de detecção desse agravo, desde 1980. Abaixo,
há uma série de tabelas mostrando outras informações (exemplo: razão de sexo,
gestante infectada, nível de escolaridade, entre outros).

121
Passo 9

Visualização gráfica

Ao fim da página, nos é apresentada a visualização de alguns desses dados em forma


de gráfico, o que torna o entendimento muito claro e bem ilustrado.

Qualidade de informação
Dentre os painéis de indicadores epidemiológicos, o Ministério da Saúde também se
preocupa em disponibilizar os dados de qualidade da informação.

Veja como acessar:

122
Qualidade da Informação
Acompanhe a sequência de passos que devem ser percorridos para acessar o Painel
de Indicadores de Inconsistência.

Os indicadores de inconsistência colaboram para a análise da qualidade da


informação de agravos monitorados - HIV e aids, sífilis, hepatites, tuberculose,
hanseníase - do Ministério da Saúde.

Passo 1

Acesse o site

Para começar, você deve acessar o site https://www.gov.br/aids/.

123
Passo 2

Painéis de indicadores de inconsistências

Depois, rolar a página até o final e clicar em Painéis de Indicadores de


Inconsistências.

124
Passo 3

Links de acesso aos indicadores de inconsistência

Podemos ver que todos os links sobre qualidade de informações levam às


coletâneas de diferentes tipos de inconsistências percebidas sobre os dados
coletados.

Vamos utilizar como exemplo o primeiro link da lista, os indicadores de


inconsistência das hepatites virais nos municípios brasileiros.

125
Passo 4

Escolha a abrangência dos dados

A página é dividida em duas seções: na parte superior, temos a abrangência dos


dados. É aí que vamos escolher o recorte da informação que queremos ver: dados
regionais, estaduais ou municipais.

126
Passo 5

Acesse os números

É na metade inferior da página que as tabelas com os dados aparecem.

Agora, da maneira em que estamos vendo a tela, as informações se referem ao Brasil


em geral. Mas afinal, que inconsistências estão indicadas neste relatório?

São vários tipos, que variam de acordo com o recorte e com a doença.

Por exemplo, a segunda tabela resume o que está sendo demostrado na tela (nome:
tabela 1 - casos de hepatites virais sem informação de escolaridade ou raça), está
mostrando quantos casos de hepatites virais não vieram acompanhadas da
informação de escolaridade ou raça. Nestes casos, o que provavelmente aconteceu
é que a notificação foi preenchida de forma incompleta, apenas registrando o
caso como positivo, sem mais informações sobre o indivíduo. Temos aqui um
ótimo exemplo de sugestão de melhoria no preenchimento das fichas de notificação,
e que só pudemos notar porque existe este controle de qualidade dos dados
recebidos.

127
Passo 6

Outro exemplo de indicadores disponíveis

Vamos detalhar os tipos de indicadores disponíveis?

Utilizaremos um exemplo de outra inconsistência que a análise de qualidade dos


dados levantou: na tabela 2 - Vacinação completa para hepatite A e classificação
etiológica de hepatite A.

A história que essa tabela nos conta é que há algo estranho acontecendo. Isso porque
existe vacina para prevenir casos de hepatite A, mas mesmo assim há casos dela
sendo diagnosticados em pessoas vacinadas, como mostram os números. Será que
essas pessoas estão mesmo com essa doença ou foi erro de diagnóstico, ou
preenchimento da ficha? Ou será que há algo de errado nas vacinas que elas
receberam?

128
Recomendações (Promoção / Prevenção / Controle)
Com os dados tabulados e análises realizadas, a vigilância epidemiológica divulga uma série
de recomendações, sempre considerando ações voltadas à promoção da saúde, como
também de prevenção e controle de doenças e agravos.

Tais medidas de prevenção podem ainda ser classificadas como primárias, secundárias,
terciárias ou quaternárias.

Vamos relembrar sua aplicação:

Lembre-se que já falamos de prevenção e controle


quando tratamos da história natural da doença
(HND). Neste momento, elas aparecem de uma forma
menos atrelada à HND, mas os conceitos têm os
mesmos contornos.

PR E V E N Ç Ã O PR E V E N Ç Ã O PR E V E N Ç Ã O PR E V E N Ç Ã O
PR I MÁ R I A SE C UN DÁ R I A TE R C IÁR IA Q UAT E R N Á R I A

A prevenção primária é a ação destinada às condições de saúde impactadas pelos fatores de


risco, com o objetivo de evitar um problema de saúde individual ou populacional, antes do
desenvolvimento de uma condição clínica.

Inclui a promoção da saúde e a proteção específica.

Por exemplo: imunização, orientação de atividade física para diminuir chance de


desenvolvimento de obesidade.

129
PR E V E N Ç Ã O PR E V E N Ç Ã O PR E V E N Ç Ã O PR E V E N Ç Ã O
PR I MÁ R I A SE C UN DÁ R I A TE R C IÁR IA Q UAT E R N Á R I A

A prevenção secundária é a ação realizada para detectar um problema de saúde, muitas


vezes em estágio subclínico, no indivíduo ou em uma população. São ações que promovem o
diagnóstico definitivo, o tratamento oportuno e a prevenção da disseminação do agravo e
seus efeitos de longo prazo.

Por exemplo: rastreamento, diagnóstico precoce.

PR E V E N Ç Ã O PR E V E N Ç Ã O PR E V E N Ç Ã O PR E V E N Ç Ã O
PR I MÁ R I A SE C UN DÁ R I A TE R C IÁR IA Q UAT E R N Á R I A

A prevenção terciária é a ação implementada para a redução de prejuízos funcionais a


indivíduos ou coletividades, consequentes de um problema agudo ou crônico, incluindo
reabilitação.

Por exemplo: prevenir complicações HIV com TARV.

PR E V E N Ç Ã O PR E V E N Ç Ã O PR E V E N Ç Ã O PR E V E N Ç Ã O
PR I MÁ R I A SE C UN DÁ R I A TE R C IÁR IA Q UAT E R N Á R I A

130
De acordo com o dicionário da WONCA (NORMAN, TESSER, 2009), considera-se a prevenção
quaternária como a ação destinada a detectar indivíduos em risco de intervenções
excessivas, sejam elas diagnósticas e/ou terapêuticas, a fim de protegê-los de novas
intervenções médicas inapropriadas e sugerir-lhes alternativas eticamente aceitáveis.

Por exemplo: fisioterapêutica no tratamento das sequelas da hanseníase para adaptar o


indivíduo às novas condições físicas.

Todas as documentações (protocolos, notas informativas) com as recomendações de


prevenção e controle de cada agravo/ doenças podem ser consultadas no site oficial do
Ministério da Saúde.

Vejamos, a seguir, alguns exemplos de documentos que contêm recomendações de controle


e prevenção:

Guia de Vigilância em Saúde.


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131
CLIQUE AQUI

Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ( PCDT).


Disponível em: https://www.gov.br/aids/pt-br/centrais-de-conteudo/pcdts.
Acesso em: 26 mai. 2023.

CLIQUE AQUI

Documentos disponíveis em biblioteca virtual específica.


Disponível em: https://www.gov.br/aids/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes
Acesso em: 26 mai. 2023.

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132
Fechamento

Chegamos ao fim do módulo "Princípios da Vigilância Epidemiológica" e, para finalizar, o


Repórter Saúde retoma os principais pontos abordados.

https://player.vimeo.com/video/919561654

133
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ALBERT EINSTEIN
INSTITUTO ISRAELITA DE
ENSINO E PESQUISA
CENTRO DE EDUCA<;AO EM SAUDE
ABRAM SZAJMAN

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