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1º ANO
Disciplína:
Tema:
Discente:
BERNARDO JOÃO
Código: 21230712
Maputo
, , Maio de 2023
UNIVERSIDADE ABERTA ISCED
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
Bernardo João
1.1.Objectivos:....................................................................................................................2
1.1.1.Geral:.........................................................................................................................2
1.1.2.Específicos:................................................................................................................2
1.1.3.Metodologia...............................................................................................................2
2.Referencial Teórico.........................................................................................................3
3.Política.............................................................................................................................4
4.Ética.................................................................................................................................5
6.Considerações Finais.......................................................................................................8
7.Referências Bibliográficas...............................................................................................9
1.Introdução
A relação entre ética e política adquiriu formas e valores bem distintos ao longo da
história da humanidade, desde uma forte relação entre ética e política na Antiguidade,
uma ruptura entre ambas no Renascimento e início da modernidade, uma crise de valores
característica da contemporaneidade até uma proposta atual de reaproximação entre
ambas. Como é manifesto, na história da cultura ocidental encontram-se diferentes
teorias acerca da relação entre ética e política, algumas das quais afirmam a
compatibilidade, ou também a convergência, ou diretamente a substancial identidade dos
dois termos; outras afirmam a divergência, a incompatibilidade ou diretamente o
antagonismo (BOVERO, 1992, p. 141).
É sobre esta intricada relação que iremos discorrer ao longo deste trabalho. Antes de
prosseguir, talvez seja interessante para o leitor uma compreensão mais exata do
conceito de ética e política.
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1.1.Objectivos:
1.1.1.Geral:
1.1.2.Específicos:
1.1.3.Metodologia
O método comparativo aparece aqui ligado a análise de dados de diversas fontes para
consubstanciar as afirmações em torno da tenmática, e consequentimente, mostrar factos
que denotem diferenciação das diversas fases do processo.
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2.Referencial Teórico
Com efeito, na polis grega, tanto o estudo da ética quanto da constituição da polis (da
política) lançam as bases para o comportamento justo do indivíduo e do cidadão. Platão
(1993), inclusive, compara a ideia de justiça, tanto no indivíduo quanto na sociedade,
como sendo a harmonia entre suas partes. Essa dupla perspectiva aparece já no início da
obra A República de Platão, a partir do Livro II quando este afirma que o homem justo
em nada diferirá da cidade justa e será semelhante a ela (435b). Para Del Vecchio (1925,
p. 14) aparecem aí fundidas a norma moral e jurídica, a política e a ética, inclusive a
psicologia, ou seja, a vida interior do indivíduo e as relações sociais.
Isso de laços entre o indivíduo e a polis, se já existe certa simetria em Platão, radicaliza-
se em Aristóteles, o qual tratou predominantemente da justiça no livro V da Ética a
Nicômaco. John Morrall afiança-nos: [...] como Platão na República, Aristóteles vê uma
analogia entre a vida da polis e a vida da família, e traça semelhanças entre os modos
pelos quais se podem governar famílias e estados[...] (1981, p.45 apud CORRÊA, 2011,
p. 78).A concepção de justiça para os gregos estabelece uma relação direta entre ética e
política tanto para Platão quanto para Aristóteles, pois a justiça (dikaiosýne) é também
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virtude (areté). A justiça é tanto a ordem da comunidade dos cidadãos quanto virtude
individual que consiste no discernimento do que é justo ou injusto.
Portanto, os gregos não possuíam essa visão que separa a ética da política como sendo a
primeira da esfera individual e a segunda exterior ao indivíduo e ambas tratadas
separadamente: “[...] na polis grega, o cidadão, em si, é reconhecido como tal apenas a
partir de sua inserção na comunidade política” (CORRÊA, 2011, p. 83). Ademais,
apenas na polis a felicidade (eudaimonia) é passível de ser alcançada e na relação entre a
vida individual e a vida em comunidade uma é condição de realização plena da outra e
vice-versa.
3.Política
É uma obra unitária na qual convergem oito tratados relativamente independentes cuja
datação aproximada e concatenação ficaram estabelecidas na interpretação clássica de
werner Jaeger, de 1928. No essencial, a sequência dos oito livros foi determinada pelo
próprio Aristóteles no parágrafo final da Ética a Nicómaco (X,10,1181b19 e ss ).
‘’Pimeiro procuramos rever o que foi dito pelos nossos predecessores que investigaram
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este assunto. Depois com base na nossa recolha de constituições, consideremos o que
preserva e o que destrói as cidades bem como as respectivas constituiçoes e quais são as
causas de que umas sejam bem governadas e outras não. Estudadas estas questões,
podemos compreender melhor qual a melhor constituição, como cada uma deve ser
ordenada e de que leis e costumes carece”.
4.Ética
O corpo é um instrumento da alma e deve colaborar com ela na realização da sua tarefa
enquanto homem. A alma comanda e o corpo obedece. O corpo é subordinado como
instrumento da alma. O corpo é, total e exclusivamente, feito para o bem da alma Outro
ponto importante a elucidar é o método aristotélico subjacente à Ética a Nicômacos.
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Aristóteles não aceita o método matemático de Platão. Condena absolutamente a
exigência de um método geométrico exato. Deve-se tratar de ganhar com o raciocínio,
porém empregando os fenômenos como provas e como exemplos. Ademais, é necessário
pôr a norma filosófica em harmonia com as idéias éticas imperantes, colocando de
manifesto o núcleo de verdade encerrado nelas por meio de uma manipulação conceptual
das mesmas. Aristóteles, na Ética a Nicômacos, opõe-se, explicitamente, aos que pedem
um método exato. Este é incompatíve com a natureza da ética. A ciência aristotélica é a
ética aplicada e não a ciência abstrata. A ética aristotélica é uma ética do bom senso,
fundada nos juízos morais do homem que possa considerar-se, em geral, bom e virtuoso.
Aristóteles procurou fundar sua ética referindo-se à natureza humana como tal.
Embora nem sempre haja convergência entre as práticas políticas e os princípios morais,
é fato hoje que a sociedade em geral está cansada de tantas notícias envolvendo
escândalos de corrupção e posturas não condizentes com nossos representantes políticos
(tanto na esfera do poder executivo quanto do legislativo) e clama por uma sociedade
mais justa, no mesmo sentido em que desde a antiguidade Platão e Aristóteles já
destacavam o importante papel que a justiça deve desempenhar para a vida em
sociedade. Em um de seus pronunciamentos como candidato à presidência da República,
Rui Barbosa afirmou: “Toda a política se há de inspirar na moral. Toda a política há de
emanar da Moral. Toda a política deve ter a Moral por norte, bússola e rota” (apud
NOGUEIRA, 1993, p. 350). Além disso, “a intensa crise política no país impõe que faça
algumas reflexões sobre o problema da ética na política” (CHERCHI, 2009, p. 15).
Para alguns há uma incompatibilidade inelutável entre ética e política e ambas devem ser
consideradas em domínios opostos. Para outros “[...] há uma forte expectativa,
particularmente nos regimes democráticos, de que os governantes se conduzam de
acordo com critérios de probidade e justiça na administração dos negócios públicos”
(DINIZ, 1999, p. 57). De qualquer forma é preciso considerar que o âmbito da esfera
política não pode ser reduzido ao universo da ética e da moral, pois como afirma Frota
(2012, p. 14): “Os valores políticos transcendem os valores éticos e o universo da
política não pode ser confundido com o da ética”.
Tanto a ética quanto a política são temas de uma longa tradição do pensamento filosófico
e continuam a permear nossa realidade contemporânea por uma razão muito simples: não
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há como pensar a vida em sociedade sem valores morais e sem organização política. A
questão é: as duas questões estão relacionadas ou devem ser tratadas de forma
independente? Como vimos, ao longo da história, nem sempre os filósofos tiveram a
mesma opinião sobre o assunto e ainda hoje esse tema é motivo de conflitos de ideias.
Afinal, ética e política podem convergir entre si? “Podem ser ambos referidos a um
mesmo termo de comparação, ou pertencem a universos incomensuráveis porque muito
distantes? Pode-se responder de um e outro modo e articular a resposta de muitos modos
diferentes” (BOVERO, 1992, p. 143). Para Cherchi (2009, p. 15), “a ética na política, diz
respeito à conduta de cidadãos investidos em funções públicas, que como agentes
públicos são responsáveis por manter uma conduta ética compatível com o exercício do
cargo público para os quais foram eleitos”.
Por fim vale ressaltar que a sociedade contemporânea parece, de fato, cansada de ouvir
falar de tantos escândalos na política e a apatia e até mesmo repulsa de muitos cidadãos
pela política são a consequência direta da forma como a política é conduzida pelos
nossos governantes. Mas nem todos os cidadãos ficam passivos diante dos problemas
que envolvem a classe política. As mais recentes manifestações da população brasileira
como as do ano corrente ou as de 2014 ou 2013 atestam isso. A sociedade está cada vez
mais disposta a se mobilizar pela “moralidade pública”.
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6.Considerações Finais
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7.Referências Bibliográficas