FACULDADE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIA POLÍTICA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Trabalho de Campo da Disciplina: (Nome da Disciplina)

Tema: Aristóteles: A Politica e a Ética

Nome do(a) Estudante:

Amiel Paulo dos Santos

Nome do Tutor(a):

Álvaro Jaime Fernando M. Dembuenda

Tete, Maio de 2023

INTRODUÇÃO

O propósito deste trabalho é analisar como a política e a ética adquiriram formas e valores bem
distintas ao longo da história, isto é, na ótica de Aristóteles.

Reza a historia, que ele defendia que a política era objecto de estudo, porque ele valorizava a
inteligência humana.

Na filosofia aristotélica a política é um desdobramento natural da ética; segundo ele, na verdade

ambas compõe a filosofia prática.

• Problematização
As formas sob as quais foi estabelecida e definida a Politica e a Ética na cultura ocidental ao
longo dos seculos, são significativas. Entretanto, será que existe alguma relação entre estas?
Porque Na chamada antiguidade clássica podia ser consideradas indissociáveis entre elas?
Entretanto, para a sua compreensão é necessário trazer a partir do passado e do presente a leitura
da política e da Ética.

• Objectivos da pesquisa
Compreender a autonomia da Politica em relação a Ética, não como forma de separa-las, mas de
considerar a política como sendo portadora da sua própria moralidade que pode não coincidir
com os valores da tradição em algum momento; e a relação existente entre ambas, através do
estudo do filósofo Aristóteles.

• Metodologia
DESENVOLVIMENTO

Aristóteles, nasceu no ano 385 a.C. em Estagiros, cidade da trácia fundada por colonos gregos,
na costa setentrional do mar Egeu.

A politica é obra que que figura com destaque no corpus aristotélico. Para Aristóteles, a política
se preocupa com a felicidade colectiva da cidade. Desse modo, é tarefa da política investigar e
descobrir quais são as formas de governo e as instituições capazes de assegurar a felicidade
colectiva.
Aristóteles vê uma analogia entre a vida da cidade e a vida da família, e traça semelhanças entre
os modos pelos quais se podem governar famílias e estados . Ele observa que o homem é um ser
que necessita de coisas e dos outros, sendo por isso um ser carente e imperfeito buscando a
comunidade para alcançar a completude. E a partir disso ele deduz que o homem é naturalmente
politico.
A política, como arte, ciência ideologia ou como filosofia da administração do Estado surgiu na
Grécia antiga numa altura em que as cidades estavam organizadas como estados independentes.
Aristóteles, concebe a politica não como algo ideal, mas como o possível a ser aplicado num
dado lugar.
Afirma que a comunidade política é soberana entre todas e inclui todas as outras. Isto significa
que a comunidade política é a cidade, que inclui todas as outras formas de comunidade que a
compõe.
Portanto, o animal político ou cidadão é o homem livre que goza de direitos naturais por sua
competência.
Segundo ele, a ética esta preocupada com a felicidade individual. Pode-se igualmente considerar
que os estudos sistemáticos acerca da ética iniciaram com Aristóteles. Mas, não se pode afirmar
que Aristóteles tenha inaugurado a ética. Todavia, Aristóteles é o primeiro a sistematizar tais
reflexões, compondo aquilo que poderíamos chamar de tratado ético.
Ele afirma igualmente que a ética é uma virtude, isso quer dizer que os princípios éticos estão
determinadas pelo caracter virtuoso de uma pessoa. Vale lembrar aqui que a ideia de virtude, na
Grécia antiga, não é idêntica ao conceito actual muito influenciado pelo cristianismo.
Para Aristóteles, se a ética é condição de autorrealização do individuo com base na razão, pode-
se dizer o mesmo da politica que é a condição de autorrealização da cidade e uma e outra não
estão separadas, assim como não estão separados o individuo e o cidadão. Para Aristóteles a ética
atinge a sua plenitude no mundo da política desde a Grécia clássica.
Percebe-se assim, como a razão ética e política são elementos inseparáveis, constitutivos do
homem. Por outro lado, a característica de ser racional o conduz a vida politica.
Afirma que a comunidade política é soberana e inclui todas as outras. Isto significa que a
comunidade política é a cidade, que inclui todas as outras formas de comunidade que a compõe.
A Politica e a Ética de Aristóteles, podem contribuir de várias maneiras para o aprofundamento
das relações no nosso cotidiano; por exemplo entre o docente e o estudante, bem como dos
estudantes entre si e dos docentes também entre si. Seus princípios e objetivos podem concorrer
para um melhor convivência, quando considerados sob a ótica do bem maior, seja a felicidade e a
boa vida. Para os objetivos aqui propostos, esse bem maior seria uma melhor convivência e a
possibilidade de relação entre docentes e estudantes mais humanizada, caraterizando claras
possibilidades de melhoria do processo de ensino das actividades de estudo e da aprendizagem
bem como promovendo a boa convivência entre todos eles.

Na política, um dos primeiros pressupostos para a boa vida e a convivência entre indivíduos é o
reconhecimento desses como seres políticos e sociáveis. Sendo impossível ao homem deixar ou
não de conviver com seus semelhantes. Para que a boa convivência, a amizade e o bem de todos
seja o fim maior a ser alcançado, algumas disposições individuais acerca de cada elemento
devem ser levadas em consideração, uma vez que a consciência de bem e sua busca também são
ojectos de estudo e reflexão por Aristóteles

Na ética esse fim é um bem. A felicidade do cotidiano é resultado da boa vivencia, da amizade e
da harmonia nas acções e relações entre os indivíduos, uma forma de exercício e pratica diária.

Por tanto, a obra de ARISTOTELES é muito extensa. De entre várias obras por ele tratadas,
inclui-se a Ética e a Politica as quais mereceram atenção neste trabalho.
CONCLUSÃO
Aristóteles não era nada mais do que um intelectual, no melhor sentido da palavra, um letrado
que as vezes agia não sem prudência, mas nunca sem coragem ou sem retidão.
Para Aristóteles, a justiça é a virtude que faz a ligação entre a política e a ética. Isto ocorre por a
justiça ser responsável em submeter o interesse individual ao interesse comum.
Desde a antiguidade, Aristóteles já destacava o importante pepel que a justiça deve desempenhar
para a vida da sociedade, hoje a sociedade está cansada de notícias envolvendo escândalos de
corrupção e posturas não condizentes com nossos representantes políticos e clama por uma
sociedade justa. Pois, nem sempre há convergência entre as práticas políticas e os princípios
morais.
Assim já percebemos que na há como se distanciar da ética na vivencia comunitária. E tal
impossibilidade reflete que o homem só se realiza plenamente na comunidade politica.
BIBLIOGRAFIA
(1981,p.45,CORREA, 2011,P.78)
(Politica, 1252 a3-5)
Ética a Nicômaco
ARISTOTELES, Politica. Trad. de António Campelo de Amaral e Carlos de Carvalho Gomes.
Edição bilingue. Lisboa: Veja, 1998.
(ARISTOTELES, 1996, p. 134)