Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
3o Ano/ 2o Semestre
Cadeira:
Ética e Deontologia Profissional
Tema:
Genesis da Ética
Discentes:
Berta Jaime Francisco
Elísio Basílio Chaphata Docente:
Eulogio Erasto Máximo Quissimisse Yassin Mateus
Florentina Baptista
Isaura José Gabriel
José Maria Domingos
Joana Agostinho
Juvêncio Artur Sairome
Luís Domingos José
Melody Tobias Daimone
Olívio Mário Trinta
Orlando Ndaramo
Francisca Anónio João
Genesis da Ética
Discentes:
Nos dias actuais, em nossa sociedade, para muitos indivíduos o que interessa é a riqueza,
como alcança-la não interessa muito. Para muitos não importa se vai ou não ferir o ser igual
na busca por bem partícula. E porque a sociedade se encontra nessa “doença”, tal facto de
desrespeito do bem comum em detrimento do particular, tem “infectado” as nossas
sociedades.
Evidentemente, a sociedade ao pautar por tais acções, demonstra que está deixando de lado
os valores morais e éticos que no passado mediaram o agir e reagir social dos indivíduos.
Ao longo dos anos, a ética tem sido um dos pilares fundamentais nas interacções humanas e
a organização social. Ela permeia a reflexão sobre a moralidade, os valores e os princípios
que norteiam as acções e decisões dos indivíduos e da sociedade como um todo. A busca
pela compreensão da origem da ética nos leva a mergulhar nas raízes históricas da filosofia
e nas reflexões dos grandes pensadores ao longo dos séculos.
Este trabalho tem como objectivo explorar a origem da ética e sua relação com os conceitos
de justiça e bem comum. Paralelamente à análise da origem da ética, o trabalho arrola a
estreita relação entre esse campo de estudo e os conceitos de justiça e bem comum.
1.1.Objectivos
1.1.1. Geral
Falar da Genesis da Ética e a Noção da Justiça e Bem Comum.
1.1.2. Específicos
Conhecer a origem da ética;
Conhecer e papel da justiça na busca do bem comum;
Descrever as vantagens do bem comum nas sociedades.
1.1.3. Metodologia
1
em periódicos e artigos científicos, jornais, boletins, monografias, dissertações, teses,
material cartográfico, internet, com o objectivo de colocar o pesquisador em contacto
directo com todo material já escrito sobre o assunto da pesquisa”. Através desta, usou-se os
materiais devidamente referenciados na presente pesquisa.
2
2. Genesis da Ética
Segundo Martins (2019, p. 5) Ética não se constitui num conjunto de pequenas regras, mas
em princípios que só podem ser compreendidos no seio de uma comunidade, na
complexidade de suas relações, de suas aspirações, etc. Na óptica da autora “a história
revela que as discussões sobre a ética remontam o chamado período clássico”.
Posto isso, fica nítido que a origem da ética remonta aos primórdios da filosofia na Grécia
Antiga, onde filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles exploraram questões
relacionadas à moralidade e à conduta humana. Tal como testifica Egg (s.d, p. 1-2) ao
afirmar que o “significado da palavra ética vem do Grego ethos, referente ao modo de ser
do indivíduo, ou ao carácter do ser humano. Na Grécia Antiga, período que coincide com o
século IV a.C., os filósofos gregos foram os primeiros a pensar o conceito de ética,
associando a tal palavra a ideia de moral e cidadania”.
3
Na perspectiva de Egg (s.d) “Sócrates, considerado um dos pais da ética ocidental,
enfatizava a importância do autoconhecimento e da busca pela verdade como fundamentos
para a acção moral. Ele argumentava que a virtude é um conhecimento que pode ser
alcançado por meio do diálogo e do questionamento constante”.
“Platão, discípulo de Sócrates, desenvolveu uma teoria ética baseada no conceito das
"Formas" ou "Ideias". Ele acreditava que a moralidade derivava de uma compreensão
objectiva do mundo das Formas, onde a justiça, a bondade e outras virtudes existiam como
entidades universais e imutáveis” (EGG, s.d, p.6).
Como argumenta Egg (s.d, p.6) “Aristóteles, por sua vez, concentrou-se na ética da virtude.
Ele argumentava que a moralidade estava relacionada ao desenvolvimento das virtudes
humanas, como coragem, sabedoria e justiça. Para Aristóteles, a felicidade e o bem-estar
eram alcançados por meio da prática regular dessas virtudes, encontrando um equilíbrio
moderado entre os extremos”.
Esses filósofos gregos estabeleceram as bases para o estudo da ética, naturalmente, a ética
não se restringe apenas à filosofia grega. Ao longo da história, diferentes culturas e
tradições desenvolveram seus próprios sistemas éticos, baseados em suas visões de mundo,
religiões e valores culturais.
Discorrendo por diversas literaturas, compreendemos que a ética tem sido tradicionalmente
analisada por filósofos desde o tempo dos gregos clássicos. A palavra ética vem do grego
ethos, que significa hábito ou costume, indicando, assim, aos comportamentos humanos.
Na Filosofia, a ética de acordo com Carapeto e Fonseca (2012, p.8) diz respeito ao “o
domínio da filosofia responsável pela investigação dos princípios que orientam o
comportamento humano. Ou seja, que tem por objecto o juízo de apreciação que distingue o
bem e o mal, o comportamento correto e o incorrecto”.
Para Kombo (s.d, p.8) “a Ética é o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou
incorrecto, justo ou injusto, adequado ou inadequado”.
4
Novamente Carapeto e Fonseca (2012, p.8) dizem que “a ética é um modo de regulação dos
comportamentos que provém do indivíduo e que assenta no estabelecimento, por si próprio,
de valores (que partilha com outros) para dar sentido às suas decisões e acções”.
Enfim, percebe-se então que a ética “faz um maior apelo à autonomia, ao juízo pessoal do
indivíduo e também à sua responsabilidade do que os outros modos de regulação, pelo que
se situa numa perspectiva de auto-regulação” (CARAPETO & FONSECA, 2012, p.8).
A ética antiga refere-se aos períodos filosóficos da Grécia Antiga e Roma, que
compreendem os ensinamentos de filósofos como Sócrates, Platão, Aristóteles e os
estoicos. Nessa fase, a ética estava associada à busca da virtude e da sabedoria para
alcançar a vida boa e o bem-estar pessoal. A ênfase era colocada nas noções de justiça,
coragem, temperança e prudência.
Durante a Idade Média, a ética estava profundamente enraizada nas doutrinas religiosas,
principalmente no cristianismo. A ética medieval era influenciada pelos escritos de teólogos
como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. O foco era a harmonização da fé e da
razão, e a moralidade estava ligada à obediência aos mandamentos divinos e ao
cumprimento dos deveres religiosos.
A era moderna viu um afastamento gradual das concepções teocêntricas e uma maior
ênfase nos princípios racionais e humanistas. Filósofos como René Descartes, Immanuel
Kant e John Stuart Mill contribuíram para o desenvolvimento da ética moderna. Descartes
defendeu a autonomia da razão, Kant enfatizou a ética baseada no dever e na
5
universalidade, enquanto Mill destacou a importância da busca da felicidade e do
utilitarismo.
2.3.Importância da Ética
Isso significa simplesmente que “os seres humanos vivem em sociedade. E para subsistir,
qualquer sociedade precisa de normas, escritas e não escritas, que ligam os indivíduos e
regulam os seus comportamentos quando estes se relacionam nos seus vários papéis ou
domínios de intervenção (familiar, social, profissional, etc.), de forma a manter a coesão e a
integração social harmoniosas.” (CARAPETO & FONSECA 2012, p.7).
Na óptica dos autores estas servirão de base para identificar o que é certo e o que é errado,
o que é permitido e o que não é permitido, dando previsibilidade à sua conduta. Estes
padrões culturais ou de conduta, socialmente criados, são vinculativos para os membros do
grupo. Só assim a sociedade pode desenvolver-se, num contexto de ordem e estabilidade,
que permite aos homens construir projectos de vida”.
Corroborando com os autores “ao proporcionar uma vida social ordenada e ao atribuir-lhe
um papel ou vários papéis nessa vida, as normas contribuem ainda para oferecer aos
indivíduos uma identidade socialmente reconhecida” (CARAPETO & FONSECA 2012,
p.7).
6
Ainda na senda dos autores supracitados, a regulação dos comportamentos dentro de um
grupo social, pode resultar basicamente de uma intervenção externa ou do próprio
indivíduo:
Quando uma entidade externa dita ao indivíduo a forma como ele deve decidir ou
agir, estamos perante uma hetero-regulação, ou seja, o controlo dos
comportamentos do indivíduo é imposto do exterior. A regulação dos
comportamentos passa, neste caso, pelo respeito das regras ditadas pela
autoridade e pela possibilidade de uma sanção em caso de incumprimento.
Quando a regulação dos comportamentos emerge sobretudo do indivíduo, que
decide por ele mesmo as suas escolhas e as suas acções, estamos perante uma
auto-regulação. A autonomia individual é regulada essencialmente por normas
vindas do interior do próprio homem e que o expõem ao julgamento de terceiros.
Nesta circunstância, o indivíduo encontra a fonte da regulação dos seus
comportamentos num sentido construtivo e partilhado pelos membros do grupo
ao qual ele pertence. (CARAPETO E FONSECA 2012, p.7).
Compreendemos então que o agir do Homem enquanto ser social, emana de duas possíveis
formas: quando este age mediante a ordenança de uma entidade socialmente instituída para
tal (hetero-regulação) ou mesmo pela auto-regulação (quando a regulação dos
comportamentos emerge sobretudo do indivíduo, que decide por ele mesmo as suas
escolhas e as suas acções).
Na nossa sociedade, “os principais modos de regulação dos comportamentos (ou seja,
formas de balizar as acções dos indivíduos) são a ética, a moral, os costumes, o direito e a
deontologia. Cada um destes modos aproxima-se mais da auto-regulação ou da hetero-
regulação: a moral é o modo que se aproxima mais da hetero-regulação e a ética da auto-
regulação” (CARAPETO & FONSECA, 2012, p.7).
Fica portanto nítido desde já, que a ética implica ou seja, diz respeito a auto-regulação do
indivíduo. Pensamento defendido por Kombo, ao afirmar que “a reflexão sobre a acção
humana é que caracteriza a Ética” (s.d, p.8).
7
Orientação moral: A ética fornece um conjunto de princípios e valores que
orientam o comportamento humano, ajudando as pessoas a discernir entre o que é
certo e o que é errado. Ela oferece directrizes para a conduta individual e colectiva,
promovendo acções moralmente corretas.
Tomada de decisão ética: A ética auxilia na tomada de decisões complexas,
proporcionando um quadro de referência para avaliar as diferentes opções e seus
impactos éticos. Ela ajuda a considerar não apenas os interesses pessoais, mas
também as consequências morais e o bem-estar dos outros.
Relações interpessoais saudáveis: A ética é essencial para a construção e
manutenção de relacionamentos saudáveis e harmoniosos. Ao seguir princípios
éticos, como honestidade, respeito, empatia e justiça, as pessoas estabelecem bases
sólidas para a confiança mútua e o entendimento.
Vida em sociedade: A ética é crucial para a convivência pacífica e harmoniosa em
sociedade. Ela estabelece padrões de comportamento que promovem a cooperação,
o respeito aos direitos dos outros e a busca pelo bem comum. Sem ética, a sociedade
pode ser marcada por conflitos, injustiças e abusos.
Desenvolvimento pessoal: A ética desempenha um papel essencial no
desenvolvimento pessoal e no aprimoramento do carácter. Ela estimula o
autoconhecimento, a reflexão sobre os valores pessoais e a busca pela virtude. O
cultivo de uma vida ética contribui para o crescimento moral e a autotransformação
positiva.
Responsabilidade profissional: A ética é fundamental em todas as profissões e
campos de actuação. Ela estabelece padrões de conduta ética para garantir que os
profissionais ajam com integridade, respeito pelos clientes, colegas e comunidade
em geral. A ética profissional promove a confiança e a credibilidade em
determinada área.
Impacto social e global: A ética influencia o desenvolvimento e a implementação
de políticas públicas, leis e regulamentações. Ela desempenha um papel importante
na defesa dos direitos humanos, na promoção da justiça social, na equidade e na
sustentabilidade ambiental. A ética também nos desafia a considerar o impacto de
nossas acções na sociedade e no mundo como um todo.
8
Ela molda nossas escolhas, nossas interacções sociais e contribui para a construção de um
mundo mais justo, ético e sustentável.
3.1.Justiça
Na perspectiva de Filho (2000) a justiça “é um princípio ético e moral que envolve tratar
todas as pessoas de forma imparcial, equitativa e de acordo com a lei. Ela busca garantir
que os direitos de todos sejam respeitados, que as decisões sejam tomadas de forma justa e
que haja igualdade de oportunidades para todos os membros da sociedade”.
Para São Tomás de Aquino Século XIII d.C a justiça diz respeito a “vontade constante e
perpétua de dar a cada um o seu direito”.
Neste sentido, notamos que a justiça pressupõe que cada membro da sociedade usufrua ou
viva de acordo com o que lhe devido por ser membro daquela sociedade, que lhe sejam
respeitados os direitos a seu favor pelo simples facto de ser parte da tal sociedade.
Numa sociedade onde a justiça é uma realidade, temos indivíduos vivendo em harmonia,
havendo distribuição equitativa dos recursos públicos, sem considerar a cor, raça, posição
social. Quando se tratam de assuntos de natureza pública, todos os cidadãos são abrangidos.
Na sociedade justa, são respeitados os direitos de cada um, cada um recebe de acordo com
o seu direito.
9
3.1.1. Vantagens da Justiça
10
o Estímulo ao Desenvolvimento Económico: A existência de um sistema judicial
confiável e transparente é atraente para investidores e empresas, pois proporciona
um ambiente mais estável e seguro para fazer negócios.
o Responsabilização dos Governantes: A justiça também implica na
responsabilização dos governantes e líderes, garantindo que eles sejam responsáveis
por suas acções e decisões perante a lei e o interesse público.
3.2.Bem Comum
Souza (2012) refere que “uma imagem clássica e clara para a compreensão do conceito de
bem comum pode ser encontrada na antiguidade, na obra do filósofo grego Parménides, que
viveu entre o V e o IV século a.C. Parménides afirma que o “Ser” se apresenta ao mesmo
tempo Uno (Todo ou Universal) e Múltiplo (Partes ou Particulares) ”.
Por exemplo, em qualquer organismo vivo uma célula é um todo em si mesma, mas contém
partes menores que a integram. Um órgão vital é um todo em si, mas parte de um ser maior:
o corpo humano.
Portanto, as células, os órgãos e os seres são partes inseridas num todo mais amplo, num
Universo, como as sociedades dos povos (o universo político) e o conjunto de planetas (o
Universo planetário ou galáctico).
Assim, o todo tem deveres para com as partes (Justiça distributiva), e as partes em relação
ao todo (Justiça social), bem como as partes têm deveres entre si (Justiça comutativa), e
ambas têm, reciprocamente, direitos, conforme a teoria aristotélica sobre a Justiça.
11
Assim sendo, “o bem comum se identifica com o Bem supremo, bem geral, bem de todos,
interesse público e expressões correlatas. Está contraposto aos bens das partes, ou seja, bens
ou interesses particulares, sem os anular, pois um dos fins últimos do bem comum é
garantir a cada um a sua perfeição para servir a comunidade” (SOUZA, 2012, p.30).
Pensamento corroborado por Filho (2000, s.d) ao afirmar que “o bem comum nada mais é
do que o próprio bem particular de cada indivíduo, enquanto este é parte de um todo ou de
uma comunidade. O bem comum é o fim das pessoas singulares que existem na
comunidade, como o fim do todo é o fim de qualquer de suas partes”.
Mesmo o filosofo Santo Agostinho Sc. IV e V d.C afirmou que “o bem comum é a paz de
todos. É a tranquilidade de ordem. É a harmonia de cada um consigo mesmo e com os
outros”.
Tomás de Aquino Século XIII d.C “o bem comum tem a natureza de um fim, não apenas
para a multidão, mas também para cada uma das partes que a compõem”.
Na busca pelo bem comum não há espaço para interesses particulares, visto que esses
colocam em causa a essência deste importante aspecto no seio a comunidade.
Podemos compreender que se os indivíduos que fazem a sociedade estarem bem consigo
mesmos, aí sim teremos uma sociedade que materializa o bem comum. Visto que os
membros da sociedade são a finalidade do bem comum.
12
Se o contrário se verificar, então não teremos o bem comum, mas sim particular, e desta
feita estará afectada a comunidade. Naturalmente, teremos situações de distribuição
desigual dos recursos e serviços públicos, como é caso da educação, saúde entre outros.
O bem comum pressupõe a elaboração de normas e leis que acima de tudo beneficiem cada
cidadão da comunidade, e não apenas um certo grupo de indivíduos. Nesse sentido, o bem
comum é de suma importância para a efectivação de uma sociedade equitativa, aquela que
“busca pelo bem-estar e prosperidade colectiva, garantindo que as políticas, leis e acções
promovam o benefício de todos, sem deixar ninguém para trás” (FILHO, 2000).
Ao longo do presente trabalho, vimos que a efectivação do bem comum é fundamental para
o funcionamento saudável e equitativo de uma sociedade. O conceito de bem comum
refere-se aos interesses, necessidades e benefícios compartilhados por todos os membros de
uma comunidade, em oposição aos interesses individuais ou de grupos específicos.
Nesta senda, de acordo com Souza (2012) e Filho (2000) podemos argumentar em torno da
relevância ou vantagem do bem comum nos seguintes aspectos:
13
Bem-Estar e Qualidade de Vida: Políticas e acções orientadas para o bem comum
geralmente buscam melhorar a qualidade de vida de todos, incluindo acesso a
cuidados de saúde, educação, segurança e outras necessidades básicas.
Sustentabilidade: A busca pelo bem comum também abrange a protecção do meio
ambiente e a sustentabilidade das gerações futuras, garantindo que os recursos
naturais sejam preservados para benefício de todos.
Coesão Social: O bem comum ajuda a construir uma sociedade coesa, onde os
membros estão dispostos a trabalhar juntos para resolver problemas e enfrentar
desafios compartilhados.
Fortalecimento Institucional: Governos e instituições que buscam o bem comum
têm maior probabilidade de serem legítimos e respeitados pelos cidadãos,
fortalecendo a governança democrática.
Responsabilidade e Ética: Priorizar o bem comum enfatiza a importância de agir
com responsabilidade, ética e integridade, colocando os interesses colectivos acima
dos interesses individuais.
Longevidade e Resiliência: Uma sociedade que valoriza o bem comum é mais
resiliente e tem maior probabilidade de enfrentar crises e mudanças ao longo do
tempo, pois está fundamentada em valores compartilhados.
Em suma, a busca pelo bem comum é um elemento essencial para criar e manter uma
sociedade justa, equitativa, harmoniosa e próspera, onde todos os membros possam
alcançar seu potencial máximo e viver com dignidade.
A relação entre justiça e bem comum é intrínseca. Uma sociedade que busca a justiça,
garantindo que todos sejam tratados de maneira justa e equitativa, é mais propensa a
alcançar o bem comum. Quando a justiça prevalece, é mais provável que as políticas e
decisões tomadas visem ao benefício colectivo, reduzindo a desigualdade e promovendo a
harmonia social.
14
Podemos resumir a relação entre a justiça e bem comum da seguinte forma:
15
O bem comum e a justiça são conceitos complementares que se apoiam mutuamente na
busca por uma sociedade mais justa, igualitária e solidária. Ambos enfatizam a importância
de considerar os interesses colectivos e individuais em busca de uma sociedade mais
equitativa e harmoniosa para todos.
16
4. Conclusão
A noção de justiça está intrinsecamente ligada à ética, pois envolve a busca pela igualdade,
equidade e tratamento justo para todos os membros da sociedade. A justiça é um princípio
que permeia a aplicação das leis, a resolução de conflitos e a protecção dos direitos
fundamentais dos indivíduos. Ela é essencial para promover a harmonia social e a
estabilidade da comunidade.
O bem comum, por sua vez, é o objectivo colectivo da sociedade, onde os interesses e
benefícios são compartilhados por todos, em oposição aos interesses individuais ou de
grupos específicos. A busca pelo bem comum requer a promoção da justiça, a garantia de
acesso igualitário a recursos e oportunidades e a criação de políticas que visem ao benefício
de toda a sociedade.
Portanto, a ética, a justiça e o bem comum estão interligados e são fundamentais para a
construção de uma sociedade justa, equitativa e inclusiva. Através de princípios éticos
sólidos e instituições justas, é possível promover o bem-estar de todos os membros da
sociedade e alcançar um equilíbrio entre o desenvolvimento individual e colectivo.
17
5. Referências Bibliográficas
SOUZA. C, A, M, de. Bem comum, bem de Todos. Chave de leitura direito. Cidade Nova.
2012.
18