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TRABALHO INDIVIDUAL
Discente:
Stélio Vicente Bernardo Docente:
Pe. Agostinho Rosário
Discente:
Docente:
Trabalho individual da
cadeira de ética e deontologia
profissional, universidade
católica de moçambique,
como parte de requisitos de
avaliação.
1.3. Metodologia.................................................................................................................1
2.1.1. Os sofistas....................................................................................................................2
2.4. Aristóteles....................................................................................................................4
VII. CONCLUSÃO...........................................................................................................11
O presente trabalho aborda um tema que diz respeito a ética na antiguidade que por sua vez
serão desenvolvidos também algumas pontos relacionados ao tema como: “a ética grega
antiga que está voltada, em sua maior parte, para a questão da essência humana: o que é o
homem, afinal? No que consiste a felicidade? Onde encontrá-la”? por outa teremos a ética na
Idade Média: uma ética totalmente religiosa e cristã, ou seja se concentra em virtudes
supremas ou teologais como: a fé, a esperança e a caridade. Regulam as relações entre o
homem e Deus e são virtudes em escala divina. As virtudes elevam o ser humano de uma
ordem terrestre para uma ordem sobrenatural, na qual possa viver uma vida plena, feliz e
verdadeira, sem as imperfeições, as desigualdades e injustiças terrenas.
Os ideais éticos a ética hoje assume várias orientações e tem vários critérios para ser
classificada. Mas qual é o critério da moralidade? O que significa dizer que agir moralmente
significa agir de acordo com a própria consciência? Quando agimos, o que buscamos? Qual
seria o ideal da vida ética?
I.3. Metodologia
Para a elaboração deste trabalho, segui os preceitos do estudo exploratório, por meio de uma
pesquisa bibliográfica, que de acordo com Gil (2008), “é desenvolvida a partir de material já
elaborado, constituído de livros e artigos científicos” (p.50).
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II. A ética na antiguidade (ética grega)
De acordo com Sadoque Vieira (2023), afirma que “a ética grega antiga está voltada, em sua
maior parte, para a questão da essência humana: o que é o homem, afinal? No que consiste a
felicidade? Onde encontrá-la”?
Com base no autor acima a ética grega tenta trazer aspetos relacionados a questões humanas,
desde o seu surgimento, seu objetivo assim como alcança-lo. Os filósofos gregos acreditavam
que ao definir adequadamente a essência do homem, se poderia, a partir daí, apresentar as
respostas para as grandes questões éticas.
Alma (psiqué): a alma é o centro da ética antiga grega. A ética não nos traz
nenhum benefício físico como saúde ou beleza, sua finalidade é trazer benefício à
alma.
Virtude (areté): em grego, tem o sentido de excelência. Se aplica tanto às pessoas
quanto aos objetos, por exemplo, a virtude (excelência) de uma faca é cortar bem;
a de um construtor é construir bem. As virtudes morais mais comuns entre os
gregos são: coragem, justiça, piedade, moderação, etc.
Felicidade (eudaimonia): é o fim último do homem, aquilo para o qual todo
homem tende. Os filósofos gregos buscaram definir o que é e como alcançar a
felicidade. Importante ressaltar que felicidade entre os gregos não se refere aquele
sentimento agradável e temporário; a eudaimonia deve ser entendida mais como
um modo de ser que aperfeiçoa a natureza humana.
II.1.1. Os sofistas
A palavra "sofista" significa mestre ou sábio, e vem da palavra “sofia” que significa sabedoria.
Portanto, os sofistas consideravam-se detentores da sabedoria. Eles não ambicionam o
conhecimento gratuito especulativo, mas cobram para ensinar. Os sofistas ensinam a arte de
convencer, de expor, argumentar ou discutir, colocam em dúvida não só a tradição, mas a
existência de verdades e normas universalmente válidas ( Padre Elton, Padre Jorge & Padre
Luís,2017, p.11).
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Para os sofistas, não existiam regras ou verdades válidas universalmente, consequentemente,
não há uma ética absoluta que determine o bem e o mal universalmente. Portanto, a ética dos
sofistas era subjetivista e relativista.
Sócrates defendeu uma tese contrária à dos sofistas. Para ele há um conhecimento que é
universalmente válido, derivado do conhecimento da essência humana, pela qual podemos
fundamentar uma moral universal. O que nos difere essencialmente dos outros animais é a
nossa razão, somos seres dotados de alma racional, logo, é na razão que as normas éticas
devem se fundamentar.
Para Sócrates, a alma humana se torna perfeita através da ciência e do conhecimento. Para ele
o conhecimento é a principal virtude humana, que nos conduz à conduta ética. Com o
aperfeiçoamento da nossa razão, conseguimos controlar as paixões, emoções e instintos, ou
seja, temos autodomínio. “Para Sócrates, portanto, o conhecimento basta para se alcançar a
felicidade”.
Segundo Padre Elton, Padre Jorge e Padre Luís (2017), diz que “Para Sócrates, o saber
fundamental é o saber a respeito do homem (daí a sua máxima: "conhece-te a ti mesmo"): é
um conhecimento universalmente válido, contra o que sustentam os sofistas; é, antes de tudo,
conhecimento moral; e é um conhecimento prático (conhecer para agir retamente)” (p.12).
Uma concepção do bem (como felicidade da alma) e do bom (como o útil para a
felicidade);
A tese da virtude (areté: capacidade radical e última do homem) como conhecimento,
e do vício como ignorância (quem age mal é porque ignora o bem; por conseguinte,
ninguém faz o mal voluntariamente);
A bondade, o conhecimento e a felicidade se entrelaçam estreitamente.
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O homem age retamente quando conhece o bem e, conhecendo-o, não pode deixar de
praticá lo; por outro lado, aspirando ao bem, sente-se dono de si mesmo e, por
conseguinte, é feliz.
Platão seguiu o mesmo caminho do seu mestre Sócrates propondo uma ética racionalista,
dando ênfase na separação corpo e alma. A ética de Platão depende:
Ainda Sadoque Vieira (2023), afirma que “Platão acreditava que a sabedoria é a virtude mais
básica, e através dela poder-se-ia unificar todas as outras virtudes. Ele, assim como Sócrates,
identificava a sabedoria com a virtude e o vício com a ignorância. Alcançar o bem está
relacionado ao “compreender bem””. Platão defendia que o corpo era sede das paixões e dos
desejos, e isso poderia desviar o homem do caminho para o bem.
Para Platão, somente o filósofo consegue atingir o mais alto nível de sabedoria, por isso é seu
dever ter a virtude da justiça e governar a cidade. Aos outros membros da pólis com os
soldados e os trabalhadores comuns é exigida a virtude da temperança, moderação, etc.
Na sua obra A República, podemos observar no mito da caverna que somente o sábio pode se
libertar das amarras que lhe obrigavam a observar somente as sombras, e ao se libertar, pôde
contemplar o sol, que simboliza a ideia do Bem.
II.4. Aristóteles
Sadoque Vieira (2023), Aristóteles desenvolveu também uma ética racionalista. Na ética
aristotélica encontramos as noções de:
a felicidade;
a virtude;
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meio-termo ou justo meio;
a justiça;
Em suas investigações éticas, Aristóteles determinou qual seria o fim último do homem, que
segundo ele, seria a felicidade. Todos os homens buscam a felicidade, mas alguns acreditam
encontrá-la na riqueza, no prazer ou na honra. Aristóteles discorda totalmente dessa visão.
Mas o que é a felicidade para Aristóteles?
A justiça para Aristóteles é dar a cada um aquilo que lhe é devido, nem mais, nem menos, ou
seja, aqui também se aplica a noção de meio-termo. É preciso, segundo Aristóteles, haver
uma proporção entre a recompensa e o mérito.
A razão humana, segundo os estoicos, deveria dominar nossos instintos pela vontade. Por
essa razão, eles falavam que a virtude do sábio é viver de acordo com sua razão, sua natureza,
e aceitar passivamente o destino e a dor. A ética do estoicismo é baseada na busca da paz
interior e no autocontrole pessoal, fora do agitado ambiente da vida política.
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Praticando a apatia e a imperturbabilidade, o indivíduo define-se moralmente sem
necessidade da comunidade como cenário necessário da vida moral. O estóico vive
moralmente como cidadão do cosmos, não da polis. Os principais representantes desta
corrente são: Zenão, Séneca, Epícteto e Marco Aurélio.
A ética epicurista, que é muitas vezes confundida com o hedonismo, mas que possui
diferenças, é caracterizada pela fuga do sofrimento, da dor, e em busca do domínio próprio,
da tranquilidade de espírito (ataraxia) e do prazer espiritual.
Quando o cristianismo nasce, por meio das perseguições, espalha-se em todo o império romano
e em todo o mundo grego. No séc.IV, Roma converte-se ao cristianismo e este torna-se a
religião oficial do Estado. Toda a cultura passa a se deixar transformar pela mensagem cristã.
Assim, na Idade Média, temos verdades reveladas a respeito de Deus, das relações do homem
com o seu criador e do modo de vida prático que o homem deve seguir para obter a salvação no
outro mundo(p.15).
Em conformidade com autor Deus é concebido como um ser pessoal, bom, omnisciente e
todo-poderoso. O ser humano tem seu fim último em Deus, que é o seu bem mais alto e o seu
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valor supremo. Deus exige a sua obediência e a sujeição a seus mandamentos, que têm o
carácter de imperativos supremos.
O que o homem é e o que deve fazer definem-se essencialmente não em relação com uma
comunidade humana (como a polis) ou com o universo inteiro, e sim, em relação a Deus.
Todo o seu comportamento incluindo a moral deve orientar-se para Ele como objectivo
supremo. A essência da felicidade (a beatitude) é a contemplação de Deus; o amor humano
fica subordinado ao divino; a ordem sobrenatural tem a primazia sobre a ordem natural
humana.
As virtudes elevam o ser humano de uma ordem terrestre para uma ordem sobrenatural, na
qual possa viver uma vida plena, feliz e verdadeira, sem as imperfeições, as desigualdades e
injustiças terrenas. Todos os homens, sem distinção homens e mulheres, escravos e livres,
cultos e ignorantes , são iguais diante de Deus e são chamados a alcançar a perfeição e a
justiça num mundo sobrenatural.
Com base no autor os principais representantes são: Santo Agostinho (354-430) e São Tomás
de Aquino (1226-1274). Agostinho defende a elevação ascética até Deus, que culmina no
êxtase místico ou felicidade, que não pode ser alcançada neste mundo. Ele sublinha o valor
da experiência pessoal, da interioridade, da vontade e do amor: “eu Te procurava fora de
mim, mas Tu estavas dentro de mim”, “Deus é mais íntimo do que o meu íntimo”.
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Para Tomás, Deus é o bem objectivo ou fim supremo, cuja posse causa gozo ou felicidade,
que é um bem subjetivo. A contemplação (ou o conhecimento entendido como visão de
Deus) é o meio mais adequado para alcançar o fim último.
Padre Elton, Padre Jorge e Padre Luís (2017), “A ética moderna sucede à sociedade feudal da
Idade Média e passa por mudanças em todas as ordens” (p.16/17):
Desta forma o que a ética agora desenvolve principalmente é a preocupação com a autonomia
moral do indivíduo. Este indivíduo procura agir de acordo com a sua razão natural. O mundo
medieval, baseado na autoridade da "palavra divina revelada", já está longe.
Assim temos Rousseau (1712-1778), com o ideal de uma vida melhor graças ao retorno às
condições naturais, anteriores à civilização. Também temos Kant, que busca descobrir em
cada homem (e neste sentido é antiaristocrata e burguês) uma natureza fundamentalmente
igual, porém natureza livre. O agir de acordo com a nossa natureza.
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Assim sendo a crítica da ideologia busca descobrir, por trás dos discursos sobre as ações
humanas, individuais ou grupais, os (verdadeiros) interesses reais, materiais, económicos ou
de dominação política. Por trás dos apregoados interesses éticos e universais, descobrir a
hipocrisia e revelar o cinismo dos interesses económicos, políticos e particulares.
Por mais que variem os enfoques filosóficos ou mesmo as condições históricas, algumas
noções, ainda que bastante abstratas, permanecem firmes e consistentes na ética. Uma delas é
a questão da distinção entre o bem e o mal. Agir eticamente é agir de acordo com o bem. A
maneira como se definirá o que seja este bem é um segundo problema, mas a opção entre o
bem e o mal, distinção levantada já há alguns milénios, parece continuar válida. Numa
apresentação da moral tomista, encontramos a seguinte definição: “A moral é uma ciência
prática, cujo objeto é o estudo e a direção dos atos humanos em ordem a conseguir o último
fim, ou seja, a perfeição integral do homem, no que consiste a felicidade.
As respostas variam, como fomos vendo nesta abordagem histórica da ética. Para os gregos, o
ideal ético estava ou na busca teórica e prática da ideia do bem, da qual as realidades mundanas
participariam de alguma maneira (Platão), ou estava na felicidade, entendida como uma vida
bem ordenada, uma vida virtuosa, onde as capacidades superiores do ser humano tivessem a
preferência, e as demais capacidades não fossem, afinal, desprezadas, na medida em que o ser
humano, ser sintético e composto, necessitava de muitas coisas (Aristóteles) (p.24).
A ética hoje assume várias orientações e tem vários critérios para ser classificada. Mas qual é
o critério da moralidade? O que significa dizer que agir moralmente significa agir de acordo
com a própria consciência? Quando agimos, o que buscamos? Qual seria o ideal da vida
ética?
Para outros gregos, o ideal ético estava no viver de acordo com a natureza, em harmonia
cósmica. (Esta ideia, modificada, foi depois adotada por teólogos cristãos, no seguinte
sentido: viver de acordo com a natureza seria o mesmo que viver de acordo com as leis que
Deus nos deu através da natureza). Os estóicos insistiram mais nesta vida natural. Já os
epicuristas afirmavam que a vida devia ser voltada para o prazer: para o sentir-se bem. Tudo
o que dá prazer é bom.
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"conhece-te a ti mesmo" volta à tona, em Santo Agostinho, que agora ensina que "Deus nos é
mais íntimo que o nosso próprio íntimo". O ideal ético é o de uma vida espiritual, isto é, do
acordo com o espírito, vida de amor e fraternidade.
VII. Conclusão
Em gesto de conclusão digamos que foi possível alcançar alguns objetivos relativamente ao
tema abordado, dizer que a questão atual é principalmente saber se, mesmo sabendo isto, os
homens de hoje ainda se sentem em condições de agir individualmente, isto é, agir
moralmente. A massificação, a indústria cultural, a ditadura dos meios de comunicação e
mesmo as ditaduras políticas são fenómenos que têm de ser analisados também nesta
perspetiva, para sabermos até que ponto o homem de hoje ainda pode escolher entre o bem e
o mal.
a reflexão ético-social do século XX trouxe, além do que foi desenvolvido, uma outra
observação importante: na massificação atual, a maioria hoje talvez já não se comporte mais
eticamente, pois não vive imoral, mas amoralmente. Os meios de comunicação de massa, as
ideologias, os aparatos económicos e do Estado, já não permitem mais a existência de sujeitos
livres, de cidadãos conscientes e participantes, de consciências com capacidade julgadora.
Seria o fim do indivíduo? Talvez seja necessário determo-nos agora nas questões ligadas à
pessoa humana, sua dignidade, seu valor fundamental.
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VIII. Referencias bibliográficas
Padre Laissone, J. C., Padre Augusto J. & Padre Matimbiri, L. A. (2017). Manual de ética
geral, breve historia da ética. Moçambique, beira.
Vieira, sodoque. (2021). Filosofia do inicio, Ética grega antiga, um resumo. Recuperado em:
https://filosofiadoinicio.com/etica-grega-antiga/. Acesso em: 21 de Fev. de 2023.
https://filosofiadoinicio.com/etica-grega-antiga/
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