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ANAIS DA X MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA – NOV.

/ 2016
ISSN – 2317-5915

Confronto entre Ética e a contabilidade criativa

Alessandra Cortinove Serafim Justo1


Darlene Froes2
Katieli Nunes Fernandes3
Silvia Vargas Mombach4

Resumo: Este artigo apresenta elementos sobre a conduta ética do profissional contador e o
confronto com a contabilidade criativa. Na busca por melhores resultados, as empresas muitas vezes
utilizam de práticas que nem sempre são bem vistas pela contabilidade e pelos investidores, este
artigo terá como objetivo mostrar a ética do profissional contábil e a prática da contabilidade criativa
que muitas vezes exige um grau de descumprimento dos princípios e normas contábeis. No exercício
profissional e no caso de profissões especializadas, como é o caso dos contadores, há sempre seus
“Códigos de Ética” que estão adequados a cada especialização, lincados ás punições contidas no
código penal, ou seja, se um profissional fere a ética ele está sujeito a penalidades ligadas sua
profissão. Os escândalos contábeis envolvendo empresas e o meio político do país intensificam a
preocupação da sociedade quanto a informações que demonstram uma real situação. Assim, é
necessário que o profissional de contabilidade exerça uma conduta ética, sem perder sua autonomia
para trabalhar, já que a atividade do contabilista é a prestação de serviços e o fornecimento de
informações que auxilia nas tomadas de decisões presentes e futuras. Estamos vivendo em ambientes
onde a competitividade entre as pessoas é alta, os profissionais não medem esforços para alcançar
seus objetivos rapidamente. O artigo irá relatar fatos reais que ocorreram no meio empresarial que
tiveram destaque na mídia, e a importância da conduta ética firme tanto do lado profissional quanto
individual, para assumir uma posição que não seja subornado pelas organizações.

Palavras-chave: Ética profissional; Contabilidade criativa; Responsabilidade.

Abstract: In search for better results, companies often use practices that are not always well seen
by the accounting and investors, this article will aim to show the ethics of professional accounting
and the practice of creative accounting. The practice of creative accounting often requires a degree
of non-compliance with accounting principles and standards in professional practice in the case of
specialized professions, such as accountants, there is always his, "Codes of Ethics" that are
appropriate for each specialization , hyperlinked ace punishments contained in the criminal code,
that is, if a professional injures ethics it is subject to penalties linked his profession. The accounting
scandals involving companies and the political environment of the country intensified the concern of
society as information showing a real situation. It is therefore necessary that the accounting
professional exercise ethical conduct without losing their autonomy to work, as the accounting
officer's activity is the provision of services and the provision of information that assists in making
the present and future decisions. We are living in environments where competitiveness between
people is high, professionals do not measure efforts to achieve their goals quickly, we will report real
events that occurred in the business environment that have featured in the media, and the importance
of firm ethical conduct both the professional side and individual, to take a position that is not bribed
by organizations.

Keywords: Professional ethics, Creative contability; Responsibility.


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C o m p l e x o d e E n s i n o S u p e r i o r d e C a c h o e i r i n h a

Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail:
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ANAIS DA X MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA – NOV. / 2016
ISSN – 2317-5915

1 INTRODUÇÃO

Estamos em uma época em que a carga tributária para pequenas e grandes empresas
cresce consideravelmente, incentivando empresários e contadores a usar da contabilidade
criativa para analisar as normas de tributação fiscal e suas ambiguidades, ou seja, as normas
possuem diversas opções de uma mesma contabilização a ser feita. Essa nova técnica
ocasiona discussões entre os profissionais da classe contábil que possuem sua atividade
voltada a um código de ética específico, para muitos a prática é vista como ilegal, porém ela
não infringe a lei e sim utiliza de sua subjetividade para reduzir o valor de imposto recolhido.
Segundo Lázaro Plácido Lisboa (2009, p.30): “A ética é um ramo da Filosofia que lida com
o que é bom ou mau, certo ou errado”.

Diante do contexto acima, surgiu a seguinte problemática: Qual deve ser a atitude
do profissional contábil ao se deparar com o confronto entre a ética e a Contabilidade
Criativa?

Usando como justificativa os atuais escândalos contábeis envolvendo empresas e o


meio político no país, que acarretam na preocupação da sociedade quanto a fidelidade nas
informações contábeis prestadas pelas empresas, elaboramos o artigo através de pesquisa
bibliográfica em literatura específica sobre Ética, de estudos do Código de Ética Profissional,
do Código de Ética do Profissional Contábil e das normas do Conselho Regional de
Contabilidade do Rio Grande do Sul. O objetivo é abordar a importância do papel da ética
na contabilidade, e como a falta de ética interfere na sociedade, assim como na profissão do
contador que trabalha com informações sigilosas e sensíveis dos seus clientes, informações
imprescindíveis na tomada de decisões que interferem diretamente no patrimônio das
empresas.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Nesta seção discorre-se a importância do papel da conduta ética na profissão contábil


e a análise do impacto ocorrido na legislação e nos procedimentos de controle contra práticas
de manipulação de dados contábeis. A contabilidade criativa, pode não ser uma prática
legalmente caracterizada como crime, mas é considerada fraudulenta e antiética visto que
prejudica a consistência e a credibilidade das informações apresentadas aos usuários.

Sobre esta questão José Paulo Cosenza (2004, p. 2) contribui:


Apesar da prática, é muito difícil apresentar um conceito unânime sobre esse
fenômeno, comprovamos que existe um consenso sobre o fato de a contabilidade
criativa poder ser entendida como uma maquiagem da verdadeira situação
patrimonial da empresa. A maioria dos autores que estudaram este tema concorda
com o fato de a contabilidade criativa, por interesses os mais diversos, sempre
envolve aspectos que mostram uma imagem diferente da real.

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Considerando a contribuição dada pelo autor acima e as disposições do Código de


ética do Contador, conclui que a contabilidade criativa não está de acordo com os objetivos
reais da contabilidade, visto que não oferece aos usuários informações fidedigna, este
posicionamento tem como propósito evidenciar a falta de ética envolvida, ou seja, nem tudo
que é lícito é ético. Para Lopes de Sá (2009, p. 17) “Ética é a ciência da conduta humana
perante o ser e seus semelhantes, analisando a vontade e o desempenho virtuoso em face de
suas intenções e atuações a sua pessoa ou a comunidade em que insere.”

Com o intuito de compreender essa relação do homem com o mundo e justificar o


comportamento moral, vamos abordar o estudo da Ética que se tornou alvo de discussão de
grandes filósofos.

3 METODOLOGIA

Para a realização do trabalho foram consideradas pesquisas bibliográficas em artigos


e livros que abordam o conceito de contabilidade criativa, a ética profissional, o Código de
ética do profissional contábil e análise dos processos administrativos e contábeis da empresa
X.

4 A ÉTICA

Muitos e de diversas naturezas são os relacionamentos estabelecidos pelo ser


humano, e cada um desses relacionamentos tem uma razão particular para existir e buscar
objetivos específicos, como por exemplo, sociedade matrimonial; sociedade profissional;
sociedade religiosa; sociedade de lazer; sociedade de saúde; sociedade militar.

Com o intuito de compreender essa relação do homem com o mundo e justificar o


comportamento moral, vamos abordar o estudo da Ética que se tornou alvo de discussão de
grandes filósofos.

Nós seres humanos somos seres habituados a conviver em pequenas sociedades, as


quais são fundadas por hábitos e costumes e que são impostos a nós desde nosso nascimento.
A expressão de Aristóteles “O homem é um animal social por natureza” tem várias
definições, mas a principal é a integração verificada entre duas ou mais pessoas, que somam
esforços para que determinado objetivo seja alcançado. Ao longo da vida nos deparamos
com situações que nos fazem refletir e escolher se nossa atitude deve ser voltada a nossos
valores ou se devemos decidir pelo que nos é mais vantajoso naquele momento. Viver em
sociedade significa a manutenção dos relacionamentos entre os membros que a compõe.

4.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ÉTICA


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A Ética pode ser medida e analisada em diferentes épocas da história, assim como
em diferentes culturas e estados, o desenvolvimento da ética surgiu com objetivo de resolver
os problemas de relacionamento entre os homens e para entender seu comportamento moral
e afetivo. Além do objetivo de estudar o desenvolvimento natural do ser humano, visto que
as doutrinas passavam pela família e evoluíam de acordo com as novas gerações.

Os primeiros estudos sobre ética e moral ocorreram na antiga civilização Grega, com
a criação das chamadas estado-cidade que influenciavam o pensamento dos principais
filósofos da época que se preocupavam com os problemas do homem, principalmente nos
termos políticos e morais. Foi nesse cenário que surgiram os Sofistas (significado: mestre ou
sábio), que ao contrário dos pensadores da época se preocuparam a entender o universo e
seu funcionamento, concentrando esforços na compreensão e estudo do homem político e
jurídico, buscavam um saber prático que pudesse ser utilizado no dia-a-dia para expor,
argumentar ou discutir ensinamentos.

E também grandes filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles, assim como os


sofistas que foram pensadores contemporâneos, Sócrates foi um dos primeiros a falar sobre
as questões morais dentro do âmbito filosófico.

Além da Ética Grega não podemos deixar de abordar a Ética Cristã que tende a
regular o comportamento dos seres humanos com vistas a outro mundo (a uma ordem
sobrenatural), colocando o seu fim ou valor supremo fora do ser humano, isso é, em Deus.

A Ética Moderna onde o homem adquire um valor pessoal não só como ser espiritual
mas também como ser corpóreo, sensível; passa a ser visto como um ser dotado de razão e
também de vontade. Aparece no centro da política, da ciência, da arte e da moral; possuía
tendência antropocêntrica, e seu ponto culminante era baseada na ética de Kant, onde o ponto
de partida é o factum (o fato) da moralidade. A moral Kantiana exclui a ideia de que
possamos ser regidos se não por nós mesmos, é a pessoa humana, ela própria, que é a medida
e a fonte do dever, o homem é criador dos valores morais, dirige ele próprio a sua conduta.

Por fim a ética contemporânea que surge em meados do século XIX, devido às
mudanças que a evolução da ciência provocou na humanidade, numa era em que nos
deparamos com inúmeros progressos científicos e técnicos que questionam até mesmo a
existência da humanidade, reconhece como novo sistema social o Socialismo. As principais
correntes da Ética Contemporânea são: O Existencialismo, o Pragmatismo, a Psicanálise, o
Marxismo, o Neopositivismo e a Filosofia Analítica.

4.2 A FUNÇÃO DA ÉTICA

Podemos observar que em qualquer sociedade sempre há de existir dilemas morais


que serão um reflexo de atitudes humanas, diante de situações, onde as ações de indivíduos

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ou de grupos de indivíduos contrariam aquilo que a sociedade estabelece como padrões de


comportamento.

Lázaro Plácido Lisboa (2009, p. 24), diz:


O comportamento das pessoas, enquanto fruto dos valores nos quais cada um
acredita, sofre alterações ao longo da história. Tal fato significa que aquilo que
sempre foi considerado como um comportamento amoral pode, a partir de
determinado momento, passar a ser visto como um comportamento adequado a luz
a moral.

A ética tem por função investigar e explicar o comportamento das pessoas, essa
função tende a servir de parâmetro para a fixação de padrões aceitos pela maioria, visando
diminuir o nível de conflitos de interesse de dentro da sociedade.

4.3 COMPORTAMENTO ÉTICO

Diariamente, as pessoas deparam com cenas nas quais a falta de ética pode ser
facilmente visualizada sem que nem mesmo estejamos fora de casa, os meios de
comunicação retratam todos os dias essas cenas sejam em fatos reais ou em forma de ficção.

As regras que regem o dia a dia de qualquer sociedade apresentam-se de vários


modos, como se espera que essas regras sejam cumpridas, para cada uma delas existe uma
penalidade caso sejam descumpridas, ainda que esta penalidade não seja clara para todos,
elas sempre existirão. Essa situação é válida para qualquer sociedade e para todos os seus
segmentos.

No âmbito profissional, em casos de profissões especializadas, como é o caso dos


contadores, além das chances normais de quebrar as regras apresentadas, existem também
as chances específicas oriundas da especialização.

No exercício profissional há sempre suas próprias regras, os “Códigos de Ética”


adequados a cada especialização, adicionalmente às punições normais contidas no Código
Penal, os profissionais que desrespeitarem correm o risco de penalidades inerentes à
profissão.

Segundo Lázaro Plácido Lisboa (2009), “diz que certamente o convívio em sociedade
trará benefícios gerais a partir do momento em que todos estejam dispostos a proteger os
valores éticos. Para tanto, é necessário que esses valores sejam claros, amplamente
difundidos e válidos para todos”.

A ética define padrões sobre o que julgamos ser certo ou errado, bom ou mau, justo
ou injusto, legal ou ilegal, na conduta humana e na tomada de decisões em todas as etapas e
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relacionamentos da nossa vida. O fato, porém, é que cada vez mais essa é uma qualidade
fundamental para quem se preocupa em ter uma carreira longa, respeitada e sólida.

4.4 CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL

Ética profissional é um conjunto de normas e valores de relacionamento e


comportamento adotados no ambiente de trabalho. A ética por muitas vezes pode ser
confundida com leis e regulamentos, mas diferentemente dessas que são aplicadas de forma
obrigatória com riscos de penalidades, abrange aspectos que o ser humano na sua própria
concepção considere como princípios básicos para uma convivência social e uma forma leve
e honesta de levar sua vida.

Devido à importância da Ética para a vida em sociedade, foi criado o código de ética
geral passível para todas as profissões e os códigos de ética específicos para profissionais de
nível superior (contador, advogado, médico, etc.). Criados para estabelecer critérios de
conduta do indivíduo perante seu grupo social e para evitar desonra ao nome da categoria
profissional, o interesse e obrigação de cumprir o código passam a ser de todos os
profissionais já que a conduta é obrigatória e exigível legalmente. Antônio Lopes de Sá
(2015) descreve que uma espécie de contrato de classe gera o Código de Ética Profissional
e os órgãos de fiscalização do exercício passam a controlar a execução de tal pela magna.
Dessa forma, o Código de Ética está presente em qualquer agrupamento onde as pessoas
tenham um objetivo a ser atingido ou compartilhado, mas nem sempre é colocado em prática,
como exemplo, podem-se citar as questões de fraudes e corrupção nos meios corporativos e
políticos. Para fins deste estudo, esses dois comportamentos são considerados como
consequências da perda dos padrões éticos.

Um código de ética contém normalmente informações sobre seus princípios gerais e


regras particularidades sobre problemas específicos que surgem na prática da profissão.
Nenhum código de ética consegue abranger os problemas que aparecem diariamente no
exercício de cada profissão, ele deve ser um meio de consulta para melhor orientar na tomada
de decisão.

A definição dos Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial (2000) a


seguir ilustra bem esse contexto:
O código de ética ou de compromisso social é um instrumento de realização da
visão e missão da empresa, que orienta suas ações e explicita sua postura social a
todos com quem mantém relações. O código de ética e/ou compromisso social e o
comprometimento da alta gestão com sua disseminação e cumprimento são bases
de sustentação da empresa socialmente responsável.

Os preceitos do código de ética devem atingir todos os membros de um grupo, que


varia de organização para organização e difere quanto ao formato, conteúdo e extensão, mas
pode ter conteúdos semelhantes, um exemplo de itens que podem constar em um código de
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ética: seja honesto, ser responsável, seja eficiente, seja preparado, seja digno, seja Justo e
seja bom.

Um código de ética deve conter preceitos que visam sobre as obrigações do grupo
em, no mínimo, quatro áreas: competência, sigilo, integridade e objetividade.

4.5 A ÉTICA E A EVOLUÇÃO DA SOCIEDADE

A contabilidade surgiu com o desenvolvimento da economia e do mercado e das


necessidades do homem de controlar suas receitas e despesas. Os primeiros indícios da
necessidade deste profissional, foi na era da Sociedade Primitiva. Nessa época a economia
era restrita a pequenos grupos que trabalhavam da agricultura e pecuária. Para controle do
comércio os proprietários se depararam com a necessidade do controle de vendas e estoque
e iniciaram sua administração pela contagem física dos bens.

Com o crescimento da agricultura e das produções artesanais, iniciou-se as


expedições marítimas para compra e venda de materiais de outras regiões. Esse novo cenário
criou a necessidade de um controle mais apurado de compras, vendas, investimentos e
resultados, pois esses comerciantes tinham de atender as expectativas dos sócios e do estado
que iniciava a cobrança de impostos

Tivemos o surgimento da Sociedade Industrial, com ela a economia passa a se basear


no capital e no trabalho mecanizado e da produção em série. Houve a criação de grandes
indústrias e prestadoras de serviços, além da obrigatoriedade do pagamento de impostos para
pessoas Físicas e Jurídicas. O que justificou a criação de sistemas de informações contábeis,
sistemas gerenciais e a divulgação de relatórios aos acionistas, gerentes e governo.

Tivemos a criação da auditoria externa, o controle dos custos de produção, o


reconhecimento de depreciação, organização de instituições e órgãos fiscalizadores da
contabilidade e elaboração do orçamento, controle e divulgação da contabilidade pública.

Com a chegada da Sociedade do Conhecimento, a economia foi considerada


globalizada pois passou a trabalhar com recursos de informatização de produção. Tivemos
ainda um grande reconhecimento e destaque da tecnologia da informação e telecomunicação.
Essa etapa se destaca na história pela harmonização das normas internacionais de
contabilidade e pelo crescimento do sistema de informações contábeis para decisões
estratégicas.

Conforme relata Rokembach (2009) O V Congresso Brasileiro de Contabilidade,


realizado em Belo Horizonte, no ano de 1950, foi um marco importante no estudo e debate
do tema Código de Ética Profissional, no país, na área contábil. Nessa época, surgiu a
primeira codificação de normas para orientar a conduta ética dos profissionais em
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contabilidade. Em 1970, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), atendendo


determinação ao art. 10 de Decreto-Lei 1.040, de 1969, aprovou o Código de Ética do
profissional Contabilista, através da Resolução 290, que por vinte anos, orientou como
deveria ser a conduta do profissional de Contabilidade no exercício de suas atividades.
Assim em 1996, o CFC introduziu Código de Ética do Profissional Contábil, através da
Resolução 803, de 10 de outubro de 1996, que visa nortear a conduta desse profissional de
forma a prestar adequadamente seus serviços à sociedade. Além de servir como guia a ação
moral, o código de ética profissional possibilita que a profissão de contador declare propósito
seu de:
a) Cumprir regras da sociedade;
b) Servir com lealdade e diligência;
c) Respeitar a si mesma.

Segundo Rokembach (2009) ainda que os princípios éticos aplicáveis a profissão, em


resumo dizem respeito à:
a) Responsabilidade, perante a sociedade, de atuar com esmero e qualidade, adotando
critério livre e imparcial;
b) Lealdade, perante o contratante de seus serviços, guardando sigilo profissional e
recusando tarefas que contrariem a moral;
c) Responsabilidade para com os deveres da profissão mesma aprimoramento técnico,
inscrição nos órgãos de classe etc.;
d) Preservação da imagem profissional, mantendo-se atualizado em relação às novas
técnicas de trabalho, adotando, igualmente, as mais altas normas profissionais de conduta.
O contador deve contribuir para o desenvolvimento e difusão dos conhecimentos próprios
da profissão. O respeito aos colegas deve ser sempre observado.

Atualmente o profissional contábil é encarregado de trabalhar com a área financeira,


econômica e patrimonial de pessoas jurídicas (empresas). Faz parte das tarefas deste
profissional estar totalmente adequado às leis que dizem respeito ao patrimônio das pessoas
jurídicas, datas e prazos dos impostos que a empresa deve pagar e interpretar, de forma
correta, as informações coletadas para, desta forma, saber que atitudes devem ser tomadas
para o crescimento das empresas onde exerce suas funções.

Conforme o manual do contador1: O contador cuida da escrituração dos livros fiscais


e comerciais. Essa escrituração envolve o lançamento de notas fiscais emitidas e recebidas
para posterior geração dos impostos devidos. Esses livros ficam disponibilizados ou são
apresentados periodicamente aos órgãos de fiscalização, cuidará dos registros e controle dos
funcionários da sua empresa e ainda pode desempenhar um papel de consultor gerencial,
podendo através dos seus relatórios auxiliar na tomada de decisões gerenciais e financeiras
da empresa. O contador tem acesso a informações cruciais das empresas, por isso é preciso
que este profissional paute a sua conduta com ética, cuidado e honestidade.

1 http://www.manualdocontador.com.br/htmlorientacoes/_18.htm
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4.6 ÉTICA X O MUNDO DA CONTABILIDADE CRIATIVA

Existem distintos conceitos sobre a Contabilidade Criativa e a maioria delas está


vinculada intenção de maquiar as contas contábeis das empresas.

Segundo Sousa (2011, p.4-7):


A contabilidade criativa é um fenômeno contábil que consiste em produzir
informações diferenciadas a partir das ambiguidades existentes nas normativas
contábeis, evidenciando um resultado desejado de acordo com os interesses e os
objetivos de quem se utiliza dos resultados da prática. Para tanto, são utilizados
mecanismos baseados na legislação, já que as leis não são suficientemente claras
para que se abortem todas as possibilidades da criatividade.

Entre os diversos objetivos para uso da contabilidade criativa, destaca-se:

•Melhorar a imagem apresentada;


•Estabilizar a imagem no decorrer dos anos;
•Debilitar a imagem demonstrada.

Incentivos para
Objetivos perseguidos
a empresa

● Pressão da comunidade investidora para que a


empresa se encontre em uma situação ideal.
● Exigência de responder adequadamente às
expectativas do mercado geradas por prognósticos favoráveis.

Melhorar a imagem apresentada


● Interesses em determinadas políticas de
dividendos.
● Desejo de obter recursos externos.
● Necessidade de procura de “parceiros” para
absorção da empresa.
● Sistema de remuneração vinculado aos lucros.

● Existência de uma clara preferência externa


por comportamentos regulares.
● Efeito positivo da estabilidade na situação da
Estabilizar a imagem no decorrer empresa, com reflexo positivo na cotação das ações.
dos anos ● Benefícios nas políticas de dividendos em
razão de ganhos menos oscilantes.
● Preferência externa por perfis de riscos
reduzidos.

● Preferências por pagar poucos impostos.


● Interesse em distribuir baixos níveis de
resultados.
Debilitar a imagem demonstrada ● Existência de possibilidade de atribuir êxitos
(big bath) em anos posteriores.
● Sistemas de remunerações que se baseiam em
aumentos salariais vinculados às melhoras conseguidas.
● Dependência de tarifas máximas prescritas
pelo Estado.

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● Interesse na obtenção de subvenções


condicionadas à situação que atravessa a empresa

FONTE:
http://www.crcpr.org.br/new/content/publicacao/revista/revista136/contabilidade_criativa.htm

Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário o Brasil está no ranking


dos países que possuem a tributação mais alta do planeta e isso reflete principalmente nas
empresas por possuírem movimentações financeiras altas e constantes. Usando desta
justificativa o famoso “jeitinho brasileiro” toma conta dos escritórios e setores contábeis
para se obter o êxito de apresentar informações contábeis para benefício da Pessoa Jurídica
em determinado momento.

Fonte:
Instituto

Brasileiro de Planejamento Tributário

Para o Prof. Remo Dalla Zanna (2015):

As fraudes administrativas da contabilidade podem ser classificadas em dois tipos:

1. As que o contador capta e, neste caso, três situações podem ocorrer:

a. O contador é consciente, mas não é conivente é simplesmente omisso;

b. O contador é conivente, mas não participa do resultado financeiro da fraude.


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c. O contador participa do resultado financeiro da fraude e, por isso, permite sua perpetração
sem qualquer escrúpulo profissional.

2. As que o contador não capta e, neste caso, o problema, geralmente decorre de falta de
atenção ou incompetência do contabilista que não se vale de recursos técnicos como:
Controles internos contábeis; Reconciliação de contas patrimoniais e diferenciais; Revisão
e análise de demonstrações contábeis; Levantamentos físicos periódicos com os quais possa
comprovar a exatidão dos saldos das contas.

Abaixo relacionamos as práticas mais comuns dos atos ilícitos, usando como referência
o dia-a-dia perante a empresa analisada.

Abertura de crédito junto a Instituições financeiras: na liberação de empréstimos ou na


relação de troca de duplicatas a financeira analisa a capacidade do contratante em cumprir
com seu passivo (dívida ativa) através de análise do Balanço Patrimonial e do Demonstrativo
do Resultado do Exercício - DRE. Para conseguir esse empréstimo as empresas que possuem
o passivo maior que suas previsões de receitas e direitos mascaram suas obrigações e os
prejuízos do ano, ou seja, alteram as informações dos seus resultados com o intuito de
transparecer uma imagem de ótima saúde financeira a empresa, e dar a confiança ao
contratado de que a empresa tem suas contas pagas em dia e um baixo risco de liquidez.
Nesse cenário o contador assina o documento/declaração adulterada, o que o faz cúmplice e
conivente da fraude realizada;

Compras e vendas realizadas sem a emissão de Nota Fiscal: Nesse caso a omissão por
parte do contador ocorre, pois a venda/compra não é informada ao órgão fiscalizados
(Receita Federal) e não é tributada de impostos (ocorrência que motiva esse ato). O estoque
da empresa aumenta ou diminui sem que essa informação passe pelo fisco, com a diferença
do estoque real com o informado ao fisco ocorre um ajuste contábil no final do exercício que
mascara a fraude realizada. Conforme o Prof. Remo Dalla Zanna (2015): “Na medida em
que a escrituração contábil for feita em base a documentos falsos, alterados ou fictícios,
torna-se, ela própria, falsa, alterada e fictícia”.

Zanna cita nesse caso a fraude no valor do inventário dos estoques, aumentando-o ou
diminuindo-o para fins escusos, inclusive para camuflar sonegação do ICMS;

Uso de Notas Fiscais de despesas Administrativas para liquidar saídas de caixa para
atividades não relacionadas a empresa: Neste caso usamos como exemplo o uso do
dinheiro da empresa para pagar despesas dos sócios e donos das empresas, gastos esses
relacionados a suas contas pessoais. Para poder justificar o uso do valor o contador realiza a
entrada de notas fiscais que são consideradas de despesas administrativas, ou seja, despesas
decorrentes dos gastos para venda e funcionamento da atividade fim da empresa (Notas de
combustível, alimentação, construção e reforma, bens e utensílios, entre outros). Esse ato é
considerado ilícito e fere com o princípio da entidade, pois a declaração do pagamento não

¹Instituição a que está vinculado (SIGLA), cidade, estado, país. E-mail: xxx@gmail.com.
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é verdadeira e cabe ao contador retirar do lucro toda e qualquer despesa que seja financiada
pela empresa e que não foi para sua atividade final;

Manipulação Fiscal: Para cada faixa de Receita Bruta anual da empresa existe uma opção
tributária que se enquadra (segundo o site Portal tributário2: Simples Nacional até
4.800.000,00, Lucro Presumido até 48.000.000,00 e Lucro Real a partir de 48.000.000,00)
dentro dessa opção a lei estipula tributos e alíquotas a serem pagas. Neste caso o
empreendedor abre mais de uma empresa optante pelo Simples Nacional pois sua alíquota e
obrigação fiscal é menor, e sempre que sua receita bruta (seu recebimento sem dedução das
obrigações a pagar) ultrapassar o limite estipulado pela Receita Federal o empreendedor
passa a emitir suas notas fiscais de vendas e compras pelo CNPJ de outra das suas empresas,
assim não demonstra a Receita Federal seu verdadeiro faturamento e não é obrigada a mudar
sua opção tributária e logo pagar mais impostos;

Salário de funcionário não demonstrado na Folha de pagamento: Esse caso é conhecido


como “pagamento por fora”, nele a empresa contrata o funcionário sem assinar sua carteira
ou assina com valor de salário menor ao acordado. Com isso o valor de obrigações
trabalhistas pagas (INSS, FGTS, IRPF, Sindicato, etc.) é inferior ao realmente devido. Esse
valor é pago em dinheiro, para que não se registre nenhuma prova contra a empresa, no caso
do funcionário querer buscar seus direitos judicialmente e a baixa de saída do valor é
registrada na liquidação de notas fiscais compradas de fornecedores, já especificas para este
fim. Lembrando que se a nota fiscal utilizada for de matéria prima o estoque deverá ser
modificado tendo-se assim a consciência do contador, já se a nota fiscal for de serviço o
contador não consegui identificar a fraude.

Segundo o site Jornal Contábil3 ainda temos:

Uso de meios falsos para fazer registros: Uso de notas frias, meias notas, documentos com
valores menores ou maiores que os verdadeiros, cálculos confusos e propositadamente
equivocados;

Lançamentos falsos: Lançamentos feito sem suporte documental ou com documentos


inadequados,

Erros intencionais: Erros de cálculos e de transposição de saldos;

Destruição intencional de documentos: Destruição de documentos originais


comprobatórios ou sua não exibição à perícia, ou, alternativamente, exibição de cópias xérox
modificadas,

2 http://www.portaltributario.com.br/noticias/lucroreal_presumido.htm

3 http://www.jornalcontabil.com.br/serie-estudos-fraudes-e-contabilidade/
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Alteração de documentos originais: Alteração de documentos mediante rasuras, manchas


e cortes feitos com a intenção de esconder indícios e pistas;

Emissão de duplicatas comerciais frias ou duplicação das reais: Consiste na emissão e


negociação de duplicatas de matéria prima ou de serviços sem que as operações comerciais
que lhe dariam suporte fático tivessem ocorrido. São as chamadas “duplicatas frias”
negociadas com bancos em operações de desconto ou vendidas às empresas de fomento
mercantil, no caso da duplicação o desconto de uma mesma duplicata ocorre a duas ou mais
financeiras.

Registros impróprios de reservas do Patrimônio Líquido: Registrar “provisões” como se


fossem “reservas” do Patrimônio Líquido com o objetivo de aumentar o valor patrimonial
das ações;

Não contabilização de Depreciações: Não contabilizar depreciações ou fazê-lo por valor


inferior ao correto com o objetivo de aumentar o lucro para iludir a boa fé de investidores
do mercado bolsístico ou sócios ausentes;

Realizar as Provisões com valor maior do real: Aumentar as provisões de diversos tipos
além do razoável com o propósito de reduzir o lucro tributável, chamado “lucro real” e, com
isso, pagar menos imposto de renda, reduzir o lucro a ser distribuído aos sócios e depreciar
o valor da empresa como um todo,

Realizar lançamentos em contas erradas: Fazer lançamentos de fatos da mesma natureza


em diversas contas, de naturezas diferentes, com o objetivo de confundir qualquer
investigação na expectativa que o perito perca a pista;

Burlar os cálculos de atualização monetária: Errar propositadamente cálculos de


atualização monetária e encargos financeiros, tanto no Ativo (credor) como no Passivo
(devedor) com o propósito de falsear a real situação da empresa, perante credores, acionistas
e outros interessados.

Para evitar esses tipos de fraudes citadas acima é necessária uma fiscalização
minuciosa e contínua evitando assim, a intervenção na credibilidade das informações
prestadas.

Abaixo citamos fatos ocorridos no Brasil e que tiveram uma grande repercussão na
mídia:

Caso de Carlos Alberto de Oliveira dono da Caoa fabricante e revendedora de


Veículos da marca Hyundai no Brasil. Segundo Costa Ana Clara (2016) o dono da empresa
foi participante das três maiores operações da Polícia Federal no Brasil.

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Em julho deste ano, a Justiça Federal confirmou a sonegação de R$5,2 bilhões de


impostos sobre automóveis importados em nome da Caoa. Carlos Alberto de Oliveira fazia
ainda uma operação para esvaziar seu patrimônio artificialmente. Era uma forma de evitar
que a Justiça tomasse bens para garantir o pagamento da dívida bilionária. Os procuradores
descobriram a fraude ao buscar ativos (bens da empresa) no patrimônio da Caoa para garantir
o pagamento da dívida fiscal. Eles perceberam que o grupo enviava dinheiro de forma ilegal
de uma de suas unidades para empresas offshore (empresa aberto no exterior e legalmente
não se paga imposto) e, depois, trazia parte desses valores de volta para outra unidade do
grupo no Brasil. Apenas entre 2013 e 2014 a empresa enviou ao Panamá (paraíso fiscal) R$
6,7 bilhões. A revista conta ainda que em 2004, o grupo entrou com uma ação judicial
questionando a incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na revenda dos
veículos que importava da Ásia. A ação resultou favorável à Caoa, que conseguiu o direito
de vender seus carros importados sem IPI. Mas a Receita percebeu uma trapaça: apesar de
ter sido desonerada, a Caoa continuava cobrando o imposto dos clientes. Ou seja, enganava
governo e o consumidor – e lucrava.

A Caoa ainda pagou cerca de R$ 20 milhões de propina ao ministro do


Desenvolvimento, Indústria e Comércio, para ser favorecida pelo programa Inovar Auto,
criado pelo governo para conceder incentivos a montadoras que produzissem automóveis
com ao menos 65% de conteúdo nacional. O Ministério Público estima que os benefícios
conseguidos por meio dessa propina tenham feito a Caoa economizar cerca de R$ 600
milhões ao ano em impostos.

Outro caso que foi apresentado por Rodrigues Lino (2005) é o esquema de sonegação
do grupo Schincariol, segundo a polícia, esse caso tinha como base a parceria da cervejaria
com centenas de distribuidores. Constituídas em nome de laranjas, essas distribuidoras eram
usadas para emitir notas fiscais subfaturadas e realizar operações contábeis falsas. A
diferença dos valores subfaturados era recebida “por fora” e em dinheiro e levada aos donos
da cervejaria. Foi através de denúncias anônimas de sonegação à Receita na fábrica de
Cachoeira de Macacu (RJ) e da descoberta de uma mala de dinheiro que a Polícia Federal
passou a investigar a existência de irregularidades fiscais na empresa.

Podemos dizer que os casos descritos ocorrem pelo incentivo da sociedade capitalista
e a ganância dos empresários em obter cada vez mais lucro, situações estas que induzem o
contador a cometer práticas que vão contra sua ética profissional, estando ele ciente ou não
e refletido na visão da sociedade.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O contador é um profissional que vem se destacando cada dia mais no mercado, sua
principal função é auxiliar empresários e administradores referente as tributações e
exigências da lei perante as pessoas jurídicas e norteá-las nas tomadas de decisões que
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objetivem um crescimento econômico em um mercado financeiro cada vez mais concorrido.


Esse profissional é visto como uma chave principal dentro das organizações, pois possuem
acesso e controle á informações confidenciais e de grande importância para a atividade da
empresa, é ele que controla e enumera os principais processos dentro da organização.

Assim como na área do direito e da saúde o contador possui um código de ética


próprio à sua classe, normas de ética do profissional que norteiam e regem suas principais
atividades. Atualmente surge entre esses profissionais o termo Contabilidade Criativa,
assunto que gera discussões e controvérsias entre contadores e estudiosos da contabilidade.
Conforme abordamos no trabalho essa atitude leva o profissional a buscar brechas e
ambiguidades na lei que ocasionam a empresa um benefício na distorção de seus resultados
econômicos, a prática não pode ser considerada ilegal pois não se trata de uma atitude que
vá contra as normas, mas sim uma atitude que não está prevista na lei ou que ela denomina
rime.

Para analisar a relação do contador com a contabilidade criativa, definimos quais


são as possibilidades de manipulações das informações contábeis, o que leva os
administradores de empresas a realizar práticas criativas e como as empresas podem optar
por mostrar uma imagem fictícia em comparação com a real. Para alcançar o objetivo que
dele se espera, o contabilista deve estabelecer em seu comportamento determinadas
características que refletem a integridade nos serviços, boa conduta profissional,
objetividade, competência, confiabilidade e agir “sempre” com o código de Ética
Profissional de sua classe e o do profissional em geral.

Em análise ao conteúdo pesquisado conclui-se que a posição do contador frente a


existência da contabilidade criativa não é nada fácil, pois estabelecer limites entre a
contabilidade “ética” e a prática da contabilidade criativa pode exigir o descumprimento dos
princípios e normas contábeis. Cabe ao profissional refletir sobre a possibilidade de
considerar a inclusão dessa nova prática no seu plano de trabalho, identificando se os
procedimentos usados são legais e garantindo assim fielmente as leis que regem a
contabilidade.

REFERÊNCIAS
MOREIRA, Joaquim Manhães eat al. A Ética Empresarial no Brasil. São Paulo:
Thomson, 2002

NALINI, José Renato. Ética Geral e Profissional. 9 ed. rev. Atual. amp. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2012.

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PLÁCIDO LISBOA, Lázaro. Ética Geral e Profissional em Contabilidade. São Paulo:


Atlas, 2 ed. , 2009.

SÁ, Antônio Lopes. Ética Profissional. São Paulo: Atlas, 9 ed., 2015.

SÁNCHEZ VÁZQUEZ, Adolfo. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

SOUSA, W.D. (In Press). Contabilidade Criativa Versus Fraude Contábil. Monografia
em Contabilidade. Petrolina/Pe: 2011.

VAZ. Henrique Cláudio Lima. Ética e Direito. São Paulo: Loyola, 2002. p. 267.

Ética em Pesquisa. Disponível em: < http://www.ghente.org/etica/ >. Acesso em 07 de


setembro de 2016.

Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial. Disponível em


https://docs.com/apae-queimados/3891/elaboracao-codigo-de-etica-ethos-claudio-abramo.
Acesso em 12 de outubro de 2016.

Jornal Contábil. Disponível em: <http://www.jornalcontabil.com.br/serie-estudos-


fraudes-e-contabilidade/ >. Acesso em 10 de outubro de 2016.

So Contabilidade. Disponível em:


<http://www.socontabilidade.com.br/conteudo/duvida2.php>. Acesso em 08 de setembro
de 2016.

Revista ISTO É; RODRIGUES Lino, 2005. Disponível em


<http://istoe.com.br/7007_O+ESQUEMA+DA+SCHIN/>. Acesso em 12 de outubro de
2016.

Revista EPÓCA; COSTA Ana Clara, 2016. Disponível em


http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2016/08/fraudes-fiscais-bilionarias-de-dono-da-caoa-
amigo-do-pt.html. Acesso em 12 de outubro de 2016.

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