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ÉTICA E CIDADANIA

A Ética Tem Varias Definições E Conceitos:

Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, ÉTICA é "o estudo dos juízos de apreciação
que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal,
seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto”. Etimologicamente falando,
ética vem do grego "ethos", e tem seu correlato no latim "morale", com o mesmo significado:
Conduta, ou relativo aos costumes. Podemos concluir que etimologicamente ética e moral são
palavras sinônimas.

"Ethos; ética, em grego; designa a morada humana. O ser humano separa uma parte do mundo
para, moldando-a ao seu jeito, construir um abrigo protetor e permanente. A ética, como morada
humana, não é algo pronto e construído de uma só vez. O ser humano está sempre tornando
habitável a casa que construiu para si. Ético significa, portanto, tudo aquilo que ajuda a tornar
melhor o ambiente para que seja uma moradia saudável: materialmente sustentável
psicologicamente integrada e espiritualmente fecunda." LEONARDO BOFF, A Águia e a Galinha.

A ética é um comportamento social, ninguém é ético num vácuo, ou teoricamente ético. Quem vive
numa economia a ética, sob um governo antiético e numa sociedade imoral acaba só podendo
exercer a sua ética em casa, onde ela fica parecendo uma espécie de esquisitice. A grande
questão destes tempos degradados é em que medida uma ética pessoal onde não existe ética
social é um refúgio, uma resistência ou uma hipocrisia. Já que ninguém mais pode ter a pretensão
de ser um exemplo moral sequer para o seu cachorro, quando tudo à sua volta é um exemplo do
contrário. - Luis Fernando Veríssimo

“A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de explicar,
quando alguém pergunta.” (VALLS, Álvaro L.M. O que é ética. 7a edição Ed. Brasiliense, 1993,
p.7)

O termo ética deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma pessoa). Ética é um conjunto
de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade.

Histórico

Historicamente, a idéia de Ética surgiu na antiga Grécia, por volta de 500 – 300 a.C, através das
observações de Sócrates e seus Discípulos.

Ética Grega

A ética surge na Grécia, quando os filósofos de cultura ocidental apontam suas teorias aos
“contemporâneos dos mistérios do universo e das forças cósmicas (cosmogonia), para a essência
moral e o caráter dos indivíduos” (GALVÃO, 2002, p. 4), então o homem passa a ser objeto de
pesquisa, iniciando a temática do discurso moral e político como forma de enquadramento social,
e essa tendência movimenta o mundo das idéias, que, percorre em diversos períodos na visão de
filósofos até os dias atuais.

Sócrates (470-399 a.C.) considerou o problema ético individual como o problema filosófico central
e a ética como sendo a disciplina em torno da qual deveriam girar todas as reflexões filosóficas.
Para ele ninguém pratica voluntariamente o mal. Somente o ignorante não é virtuoso, ou seja, só
age mal, quem desconhece o bem, pois todo homem quando fica sabendo o que é bem,
reconhece-o racionalmente como tal e necessariamente passa a praticá-lo. Ao praticar o bem, o
homem sente-se dono de si e conseqüentemente é feliz.

A virtude seria o conhecimento das causas e dos fins das ações fundadas em valores morais
identificados pela inteligência e que impelem o homem a agir virtuosamente em direção ao bem.

Platão (427-347 a.C.) ao examinar a idéia do Bem a luz da sua teoria das idéias, subordinou sua
ética à metafísica. Sua metafísica era a do dualismo entre o mundo sensível e o mundo das idéias
permanentes, eternas, perfeitas e imutáveis, que constituíam a verdadeira realidade e tendo como
cume a idéia do Bem, divindade, artífice ou demiurgo do mundo.

Aristóteles (384-322 a.C.), não só organizou a ética como disciplina filosófica, mas além disso,
formulou a maior parte dos problemas que mais tarde iriam se ocupar os filósofos morais: relação

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entre as normas e os bens, entre a ética individual e a social, relações entre a vida teórica e
prática, classificação das virtudes, etc. Sua concepção ética privilegia as virtudes (justiça, caridade
e generosidade), tidas como propensas tanto a provocar um sentimento de realização pessoal
àquele que age quanto simultaneamente beneficiar a sociedade em que vive. A ética aristotélica
busca valorizar a harmonia entre a moralidade e a natureza humana, concebendo a humanidade
como parte da ordem natural do mundo sendo, portanto uma ética conhecida como naturalista.

Ética Medieval

”Nós sofremos com a agitação das ondas, mas é o senhor que nos transporta.

Dos sermões de Santo Agostinho”.

Na idade média, os valores éticos são marcados pela influência da religião católica e suas
doutrinas.

O cristianismo que se tornou a religião oficial de Roma a partir do século IV, sobreviveu ao fim do
império e ganhou força sobre as ruínas da sociedade antiga imperou seu domínio por dez séculos.
Neste período a igreja enriqueceu e manteve um forte domínio sobre o modo de pensar fazendo
com que o teocentrismo passasse a definir as formas de ver e sentir, contribuindo para a formação
ética medieval. Para a ética cristã medieval a igualdade só podia ser espiritual ou no futuro para
um mundo sobrenatural e a mensagem cristã tinha um conteúdo moral, não havendo proposta por
uma igualdade real dos seres humanos.Com isto, a ética cristã procura regular o comportamento
dos humanos com vistas ao outro mundo, sendo o valor supremo encontrado em Deus.

Teorias Éticas Fundamentais

Santo Agostinho (354-430). Fundamentou a moral cristã, com elementos filosóficos da filosofia
clássica. O objetivo da moral é ajudar os seres humanos a serem felizes, mas a felicidade
suprema consiste num encontro amoroso do homem com Deus. Só através pela graça de Deus
podemos ser verdadeiramente felizes.

St. Tomás Aquino (1225-1274). No essencial concorda com Santo Agostinho, mas procura
fundamentar a ética tendo em conta as questões colocadas na antiguidade clássica por
Aristóteles.

Ética Moderna (Séc. XV-XVII)

A filosofia moderna reduz o homem à Razão. A ética doutrinante deste século é a ética moderna.
Aqui neste período, a ética se caracteriza pelo contraste à ética Teocêntrica e Teológica da Idade
Média. A ética moderna surge com a sociedade que sucede a sociedade feudal da Idade Média,
moldada pelas conseqüências da Reforma Protestante que provoca um retorno aos princípios
básicos da tradição cristã, porém o individuo passa a ter responsabilidades, tomadas como mais
importantes que obediências aos ditames religiosos e a autoridades e costumes, assim, com essa
transformação, em varias ordens, leva o surgimento da ética moderna.

Neste período ocorrem mudanças na Ciência, na Política, na Economia, na Arte e principalmente


na Religião, onde se transfere o centro de Deus para o homem que passa a adquirir um valor
pessoal, que “[...] acabará por apresentar-se como o absoluto, ou como o criador ou legislador em
diferentes domínios, incluindo nestes a moral” (VASQUEZ, 1978, p. 248).

Teorias Éticas Fundamentais Da Idade Moderna

Descartes (1596-1650). Este filósofo simboliza toda a fé que a Idade Moderna deposita na razão
humana. Só ela nos permitiria construir um conhecimento absoluto. Em termos morais mostrou-se,
todavia muito cauteloso. Neste caso reconheceu que seria impossível estabelecer princípios
seguros para a ação humana. Limitou-se a recomendar uma moral provisória de tendência estóica:
O seu único princípio ético consistia em seguir as normas e os costumes morais que visse a
maioria seguir, evitando deste modo rupturas ou conflitos.

John Locke (1632-1704). Este filósofo parte do princípio que todos os homens nascem com os
mesmos direitos (Direito á Liberdade, à Propriedade, à Vida). A sociedade foi constituída, através

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de um contrato social, que visava garantir e reforçar estes mesmos direitos. Neste sentido, as
relações entre os homens devem ser pautadas pelo seu escrupuloso respeito.

David Hume (1711-1778). Defende que as nossas acções são em geral motivadas pelas paixões.
Os dois princípios éticos fundamentais são a utilidade e a simpatia.

Ilustração. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), concebe o homem como um ser bom por
natureza (mito do "bom selvagem) e atribui a causa de todos os males à sociedade e à moral que
o corromperam. O Homem sábio é aquele que segue a natureza e despreza as convenções
sociais. A natureza é entendida como algo harmonioso e racional.

Ética Contemporânea (Séc. XIX-XX)

O Utilitarismo ou Universalismo Ético. Este é formulado por Jeremy Bentham (1748-1832). A maior
felicidade para o maior número de pessoas. Esta ética é chamada “moral do bem estar”, o bem é
útil para o individuo e o coletivo.

A ética contemporânea também surge numa época de progressos em varias ordens, e exercem
seus influxos até os dias de hoje. “No plano filosófico, a ética contemporânea se apresenta em
suas origens como uma reação contra o formalismo e o racionalismo abstrato kantiano”
(VASQUEZ, 1978, p. 251), e também no racionalismo de Hegel.

Éticas Fundamentais Contemporâneas

Kant (1724-1804). Partindo de uma concepção universalista do homem, afirma que este só age
moralmente quando, pela sua livre vontade, determina as suas ações com a intenção de respeitar
os princípios que reconheceu como bons. O que o motiva, neste caso, é o puro dever de cumprir
aquilo que racionalmente estabeleceu sem considerar as suas conseqüências. A moral assume
assim, um conteúdo puramente formal, isto é, não nos diz o que devemos fazer (conteúdo da
ação), mas apenas o princípio (forma) que devemos seguir para que a ação seja considerada boa.

Imperativos Da Moral Kanteana:

"Age de tal forma que trates a humanidade, tanto na tua pessoa como na de qualquer outro,
sempre e simultaneamente como um fim em si mesmo e nunca simplesmente como um meio".

"Age apenas seguindo as máximas que possas ao mesmo tempo querer como leis universais".

Utilitarismo. Jeremy Bentham(1748-1832) e Stuart Mill (1806-1873) desenvolverão uma ética


baseada no princípio da utilidade. As ações morais são avaliadas em função das conseqüências
morais que originam para quem as pratica, mas também para quem recai os resultados. Princípio
que deve nortear a ação moral: "A máxima felicidade possível para o maior número possível de
pessoas". O Bom é aquilo que for útil para o maior número de pessoas, melhorando o bem-estar
de todos, e o Mal o seu contrário. Esta concepção deu origem no século XX às éticas pragmáticas.

Sartre. A moral é uma criação do próprio homem que se faz a si próprio através das suas escolhas
em cada situação. O relativismo é total. Mas este fato não o desculpa de nada. A sua
responsabilidade é total dado que ele é livre de agir como bem entender. A escolha é sempre sua.

Habermas (1929). Após a 2ª Guerra Mundial, Habermas surge a defender uma ética baseada no
diálogo entre indivíduos em situação de equidade e igualdade. A validade das normas morais
depende de acordos livremente discutidos e aceites entre todos os implicados na ação.

Hans Jonas (1903-1993). Perante a barbárie quotidiana e a ameaça da destruição do planeta,


Hans Jonas, defende uma moral baseada na responsabilidade que todos temos em preservar e
transmitir às gerações futuras uma terra onde a vida possa ser vivida com autenticidade. Daí o seu
princípio fundamental: "Age de tal modo que os efeitos da tua ação sejam compatíveis com a
permanência da uma vida humana autêntica na terra".

Crítica. Ao longo de todo o século XIX e XX sucederam-se as teorias que denunciaram o caráter
repressivo da moral, estando muitas vezes ao serviço das classes dominantes (Karl Marx, 1818-
1883) ou dos fracos (Nietzsche,1844-1900).Outros demonstram a falta de sentido dos conceitos

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éticos, como "Dever", "Bom" e outros (Alfred J.Ayer), postulando o seu abandono por se revelarem
pouco científicos. Sigmund Freud (1856-1939) demonstrou o caráter inconsciente de muitas das
motivações morais. Um das correntes que maior expressão teve no século XX, foi a que procurou
demonstrar que as raízes biológicas da moral, comparando o comportamento dos homens e de
outros animais.

Aquilo que denominamos por "ética" é apresentado como uma forma camuflada ou racionalizada
de instintos básicos da nossa natureza animal idênticos a outros animais.

Novas Problemáticas. As profundas transformações sociais, culturais e científicas das nossas


sociedades colocaram novos problemas éticos, nomeadamente em domínios como a tecnociência
(clonagem, manipulação genética, eutanásia, etc), ecologia, comunicação de massas, etc.

Importância da Ética

A importância da ética hoje se dá pela necessidade, por uma questão de sobrevivência;


considerando que a humanidade passa por um momento de anseio por uma vida melhor e acima
de tudo digna e feliz. Podemos dizer que o tema mais ecumênico que existe atualmente é o da
dignidade humana, vida com qualidade e por fim, a felicidade. No entanto percebemos que o
mundo se tornou um caus, e o homem como um todo se encontra perdido em meio a tanta
confusão; é o verdadeiro “jogo dos interesses”. O comportamento ético não consiste
exclusivamente em fazer o bem a outrem, mas em exemplificar em si mesmo o aprendizado
recebido. É o exercício da paciência em todos os momentos da vida, a tolerância para com as
faltas alheias, a obediência aos superiores em uma hierarquia, o silêncio ante uma ofensa
recebida.

A Ética No Trabalho

A ética está ligada a verdade e este é o primeiro passo para aproximar-se do comportamento
correto. No campo do trabalho, a ética tem sido cada vez mais exigida, provavelmente porque a
humanidade evoluía em tecnologia, mas não conseguiu se desenvolver na mesma proporção
naquilo que se refere à elevação de espírito. A atitude ética vai determinar como um profissional
trata os outros profissionais no ambiente de trabalho, os consumidores de seus serviços: clientes
internos e externos entre outros membros da comunidade em geral.

A ética é indispensável ao profissional, porque na ação humana “o fazer” e “o agir” estão


interligados. O fazer diz respeito à competência, à eficiência que todo profissional deve possuir
para exercer bem a sua profissão. O agir se refere à conduta do profissional, ao conjunto de
atitudes que deve assumir no desempenho de sua profissão.

Cidadania

É muito importante entender bem o que é cidadania. Trata-se de uma palavra usada todos os dias,
com vários sentidos. Mas hoje significa, em essência, o direito de viver decentemente.

Cidadania é o direito de ter uma idéia e poder expressa-la. È poder votar em quem quiser sem
constrangimento. É poder processar um médico que age de negligencia. É devolver um produto
estragado e receber o dinheiro de volta. É o direito de ser negro, índio, homossexual, mulher sem
ser descriminado. De praticar uma religião sem se perseguido.

Há detalhes que parecem insignificantes, mas revelam estágios de cidadania: respeitar o sinal
vermelho no transito, não jogar papel na rua, não destruir telefones públicos. Por trás desse
comportamento está o respeito ao outro.

Conceito:

No sentido etimológico da palavra, cidadão deriva da palavra civita, que em latim significa cidade,
e que tem seu correlato grego na palavra politikos – aquele que habita na cidade.

Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, “cidadania é a qualidade ou estado do


cidadão”, entende-se por cidadão “o indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um estado,
ou no desempenho de seus deveres para com este”.

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Cidadania é a pertença passiva e ativa de indivíduos em um estado - nação com certos direitos e
obrigações universais em um específico nível de igualdade (Janoski, 1998).

No sentido ateniense do termo, cidadania é o direito da pessoa em participar das decisões nos
destinos da Cidade através da Ekklesia (reunião dos chamados de dentro para fora) na Ágora
(praça pública, onde se agonizava para deliberar sobre decisões de comum acordo). Dentro desta
concepção surge a democracia grega, onde somente 10% da população determinava os destinos
de toda a Cidade (eram excluídos os escravos, mulheres e artesãos).

Histórico Da Cidadania

Grécia. Os nossos conceitos atuais de cidadania começaram a forjar-se na antiga Grécia. As


revoluções políticas que aqui ocorreram após o século VI a.C. forma no sentido de definirem o
cidadão como aquele que tinha um conjunto de direitos e deveres, pelo simples fato de serem
originário de uma dada cidade-estado. Estes direitos eram iguais para todos e estavam
consignados em leis escritas.

A cidadania confundia-se com a naturalidade e encontrava a sua expressão na Lei. O mais levado
dos direitos era o da participação dos cidadãos nas decisões da cidade, podendo ser escolhido ou
nomeado para qualquer cargo público. Todos os demais habitantes da cidade, como as mulheres
ou os estrangeiros (metecos) estavam afastados desses direitos.

Império Romano. O direito romano definiu a cidadania como um estatuto jurídico-político que era
conferido a um dado indivíduo, independentemente da sua origem ou condição social anterior. Este
estatuto (status civitas) uma vez adquirido atribuia-lhe um conjunto de direitos e deveres face à lei
do Império. É neste estatuto que, se inspira os conceitos mais modernos de cidadania.

Idade Média. A desagregação do estado romano traduz-se no fim do conceito grego-romano de


cidadania. Em seu lugar aparece o conceito de submissão. Os direitos do individuo passam a estar
dependentes da vontade arbitrária do seu senhor. Malgrado este panorama, um importante conceito
começa a difundir-se nesta altura: a consciência que todos os homens eram iguais, porque filhos de
um mesmo Deus. Ninguém é por natureza escravo ou senhor, são as circunstâncias do nascimento
ou os acasos da vida é que ditam as diferenças entre os homens.

Idade Moderna. Entre os séculos XVI e XVIII, desenvolvem-se em toda a Europa três importantes
movimentos políticos que conduzem a uma nova perspectiva sobre a cidadania.

a) Na maioria dos países a centralização do Estado, implicou o fim do poder arbitrário dos grandes
senhores. Este processo foi quase sempre precedido pelo reforço do poder dos reis, apoiados num
sólido corpo de funcionários públicos. Os cidadãos passam a reportar-se ao Estado e não a uma
multiplicidade de senhores.

b) Em Inglaterra, em fins do século XVII os cidadãos colocam fim ao próprio poder absoluto dos
reis e consagram o principio da igualdade de todos face à lei. O Estado enquanto instituição, só se
justifica como garante dos seus direitos fundamentais, como a liberdade, a igualdade e a
propriedade.

c) Alguns teóricos, como Jhon Locke, vão mais longe e proclamam que todos os homens
independentemente do estado nação a que pertençam, enquanto seres humanos possuem um
conjunto de direitos inalienáveis. Nascia deste modo o conceito de direitos humanos e da própria
cidadania mundial.

Época Contemporânea. Século XIX. As lutas sociais que varrem a Europa no século XIX procuram
consagrar os direitos políticos e os direitos económicos. Nos primeiros os cidadãos reclamam a
possibilidade de elegerem ou substituir quem os governem; Nos segundos reclamam o acesso aos
bens e património coletivamente produzidos e acumulado.

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Época Contemporânea. Século XX. Os combates sociais avançam no sentido de uma melhor
distribuição da riqueza colectivamente gerida, nomeadamente para assegurar condições de vida
mínimas para todos os cidadãos. A cidadania confere automaticamente um vasto conjunto de direitos
econômicos, sociais, culturais, etc;

assegurados pela sociedade de pertença.

Globalização. Assistimos hoje a dois importantes movimentos com reflexos profundos ao nível da
cidadania.

Os estados nação estão a ser diluídos em organizações supra-nacionais, nas quais os seus
cidadãos têm cada vez menor poder de decisão. Muitos dos seus direitos tradicionais, como os
direitos políticos, tornam-se meras ficções.

Os estados nação com populações cada vez mais heterogêneas estão a ser pressionados para
alargar os seus critérios de atribuição da cidadania, tendo em vista permitir o acesso à riqueza
produzida e acumulada a todos aqueles que os procuram para viver e trabalhar, como os
imigrantes, refugiados, etc.

Num período de enorme mobilidade de pessoas à escala mundial, caminhamos para um novo
conceito de cidadania identificada com uma visão cosmopolita.

O Que É Cidadania?

Ser cidadão é respeitar e participar das decisões da sociedade para melhorar suas vidas e a de
outras pessoas. Ser cidadão é nunca se esquecer das pessoas que mais necessitam. A cidadania
deve ser divulgada através de instituições de ensino e meios de comunicação para o bem estar e
desenvolvimento da nação.

A cidadania consiste desde o gesto de não jogar papel na rua, não pichar os muros, respeitar os
sinais e placas, respeitar os mais velhos (assim como todas às outras pessoas), não destruir
telefones públicos, saber dizer obrigado, desculpe, por favor e bom dia quando necessário... até
saber lidar com o abandono e a exclusão das pessoas necessitadas, o direito das crianças
carentes e outros grandes problemas que enfrentamos em nosso mundo.

"A revolta é o último dos direitos a que deve um povo livre para garantir os interesses coletivos:
mas é também o mais imperioso dos deveres impostos aos cidadãos."

Juarez Távora - Militar e político brasileiro.

Direitos E Deveres Do Cidadão

Na constituição brasileira os artigos referentes a esse assunto podem ser encontrados no Capítulo
I, Artigo 5º que trata dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos. Cada um de nós tem o direito
de viver, de ser livre, de ter sua casa, de ser respeitado como pessoa, de não ter medo, de não ser
pisado por causa de seu sexo, de sua cor, de sua idade, de seu trabalho, da cidade de onde veio
da situação em que está, ou por causa de qualquer outra coisa. Qualquer ser humano é nosso
companheiro porque tem os mesmos direitos que nós temos. Esses direitos são sagrados e não
podem ser tirados de nós; se forem desrespeitados, continuamos a ser gente e podemos e
devemos lutar para que eles sejam reconhecidos. Às vezes cidadãos se vêem privados de
usufruírem de seus direitos por que vivem cercados de preconceito e racismo é incrível, mas ainda
nos dias de hoje encontramos pessoas que se sentem no direito de impedir os outros de viverem
uma vida normal só porque não pertencem a mesma classe social, raça ou religião que a sua. Nós
cidadãos brasileiros temos direitos e devemos fazer valer o mesmo independente do que temos ou
somos, ainda bem que a cada dia que passa muitas pessoas estão se conscientizando e
acabando com o preconceito e aquelas que acabam sofrendo por isso estão correndo atrás de
seus direitos.

Mas como cidadãos brasileiros não têm apenas direitos, mas deveres para com a nação, além de
lutar pelos direitos iguais para todos, de defender a pátria, de preservar a natureza, de fazer
cumprir as leis e muito mais. Ser cidadão é fazer valer seus direitos e deveres civis e políticos, é
exercer a sua cidadania. Com o não cumprimento do dever o cidadão brasileiro pode ser

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processado juridicamente pelo país e até mesmo privado de sua liberdade.

Declaração dos direitos humanos e do cidadão (alguns artigos)

I - Os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos; as distinções sociais não podem
ser fundadas senão sobre a utilidade comum.

II - O objetivo de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis


do homem; esses direitos são, à liberdade, à propriedade, à segurança e a resistência à opressão.

III - O princípio de toda a soberania reside essencialmente na razão; nenhum corpo, nenhum
indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane diretamente.

IV - A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique a outrem. Assim, o exercício dos
direitos naturais do homem não tem limites senão aqueles que asseguram aos outros membros da
sociedade o gozo desses mesmos direitos; seus limites não podem ser determinados senão pela
lei.

V - A lei não tem o direito de impedir senão as ações nocivas à sociedade. Tudo o que não é
negado pela lei não pode ser impedido e ninguém pode ser constrangido a fazer o que ela não
ordenar.

VI - A lei é a expressão da vontade geral; todos os cidadãos têm o direito de concorrer,


pessoalmente ou por seus representantes, à sua formação; ela deve ser a mesma para todos, seja
protegendo, seja punindo. Todos os cidadãos, sendo iguais a seus olhos, são igualmente
admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo sua capacidade e sem
outras distinções que as de suas virtudes e de seus talentos.

VII - Nenhum homem pode ser acusado, detido ou preso, senão em caso determinado por lei, e
segundo as formas por ela prescritas. Aqueles que solicitam, expedem ou fazem executar ordens
arbitrárias, devem ser punidos; mas todo cidadão, chamado ou preso em virtude de lei, deve
obedecer em seguida; torna-se culpado se resistir.

VIII - A lei não deve estabelecer senão penas estritamente necessárias, e ninguém pode ser
punido senão em virtude de uma lei estabelecida e promulgada ao delito e legalmente aplicada.

IX - Todo homem é tido como inocente até o momento em que seja declarado culpado; se for
julgado indispensável para a segurança de sua pessoa, deve ser severamente reprimido pela lei.
X - Ninguém pode ser inquietado por suas opiniões, mesmo religiosas, contanto que suas
manifestações não perturbem a ordem pública estabelecida em lei.

XI - A livre comunicação dos pensamentos e opiniões é um dos direitos mais preciosos do


homem; todo o cidadão pode, pois, falar, escrever e imprimir livremente; salvo a responsabilidade
do abuso dessa liberdade nos casos determinados pela lei.

XII - A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita de uma força pública; essa força é
então instituída para vantagem de todos e não para a utilidade particular daqueles a quem ela for
confiada.

XIII - Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração, uma contribuição
comum é indispensável; ela deve ser igualmente repartida entre todos os cidadãos, em razão de
suas faculdades.

XIV - Os cidadãos têm o direito de constatar, por si mesmos ou por seus representantes, a
necessidade da contribuição pública, de consenti-la livremente e de vigiar seu emprego, de
determinar sua quota, lançamento, recuperação e duração.

XV - A sociedade tem o direito de pedir contas de sua administração a todos os agentes do poder
público.

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XVI - Toda a sociedade na qual a garantia dos direitos não é assegurada, nem a separação dos
poderes determinada, não tem constituição.

XVII - A propriedade, sendo um direito inviolável, e sagrado, ninguém pode ser dela privado
senão quando a necessidade pública, legalmente constatada, o exija evidentemente, e sob a
condição de uma justa e prévia indenização.

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