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Issufo Pedro

Ética na Antiguidade: Platão, Sócrates, Aristóteles, Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino

Universidade Rovuma

Extensão de Cabo Delgado

2022
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Issufo Pedro

Ética na Antiguidade: Platão, Sócrates, Aristóteles, Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino

Licenciatura em ensino de Básico

Trabalho de caracter avaliativo a ser


entregue no Curso de Ensino Basico, na
cadeira de Etica e Diontologia Profissional
do Professor- III, recomendado pelo
docente:

Mestre Ricardo Afonso Batalha

Universidade Rovuma

Extensão de Cabo Delgado

2022
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Índice

Resumo.......................................................................................................................................................4

Introdução..................................................................................................................................................6

1. A ética na Antiguidade: a ética grega....................................................................................................7

1.1.Etimológica do Termo Ética................................................................................................................7

Riqueza terminológica e expressiva...........................................................................................................7

1.2.Os clássicos..........................................................................................................................................8

1.2.1.Os sofistas.........................................................................................................................................8

1.3.A ética na Idade Média: uma ética totalmente religiosa e cristã........................................................12

1.4.A ética em Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino...................................................................13

Conclusão.................................................................................................................................................14

Referências Bibliográficas.......................................................................................................................15

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Resumo

O primeiro filósofo que escreveu sobre ética foi Aristóteles. Com esse título, Aristóteles escreveu duas
obras: Ética a Nicómaco (seu filho) e Ética a Eudemo (seu aluno). Os filósofos gregos sempre
subordinaram a ética às ideias de felicidade da vida presente e do sumo bem. Nos textos antigos, ética
quase sempre parece estar relacionada com desejo inato ao homem de busca da realização do sumo
bem. A filosofia grega preocupa-se com a reflexão sobre ética desde os primórdios. Isso porque ética,
ou a sede de justiça, é uma das três dimensões da filosofia. As outras duas seriam a teoria e a sabedoria.
Em Roma, ética passa a ser denominada “mores”; que significa “moral”. No direito romano a palavra
ética refere-se a normas de conduta ou princípios que regem a sociedade ou um determinado grupo e
em uma determinada época. Numa palavra: lei.

A ética é histórica, o que se deve ao facto de estar solidificada em noções de valor, que mudam à
medida que se descobrem novas verdades. O agir ético não será apenas uma simples reprodução de
acções das gerações anteriores, mas uma actividade reflexiva que oriente a acção a seguir num
determinado momento de nossa vida pessoal. Quando surgem questionamentos sobre a validade de
determinados valores ou costumes, e a realidade exige novos valores que possam orientar a ética, surge
a necessidade de uma teoria que justifique esse novo agir, uma vez que é impossível a acção ética sem
que o agente compreenda a racionalidade dessa acção.

Palavra-chave: A ética na Antiguidade (Platão, Sócrates, Aristóteles, Santo Agostinho e Santo Tomás de
Aquino).

Abstract

The first philosopher who wrote about ethics was Aristotle. With this title, Aristotle wrote two works:
Ethics to Nicomachus (his son) and Ethics to Eudemus (his student). Greek philosophers always
subordinated ethics to the ideas of happiness in the present life and the highest good. In ancient texts,
ethics almost always seems to be related to man's innate desire to achieve the highest good. Greek
philosophy has been concerned with reflection on ethics since the beginning. This is because ethics, or
the thirst for justice, is one of the three dimensions of philosophy. The other two would be theory and
wisdom. In Rome, ethics is called “mores”; which means "morals". In Roman law the word ethics

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refers to norms of conduct or principles that govern society or a certain group and at a certain time. In a
word: law.

Ethics is historical, which is due to the fact that it is solidified in notions of value, which change as new
truths are discovered. Ethical action will not only be a simple reproduction of actions of previous
generations, but a reflexive activity that guides the action to be followed at a given moment in our
personal life. When questions arise about the validity of certain values or customs, and reality demands
new values that can guide ethics, the need arises for a theory that justifies this new act, since ethical
action is impossible without the agent understanding the rationality of that action

Keywords: Ethics in Antiquity (Plato, Socrates, Aristotle, Saint Augustine and Saint Thomas Aquinas).

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Introdução

O presente trabalho baseia-se na perspectiva de Ética na Antiguidade abordando nas ideias de Platão,
Sócrates, Aristóteles, Santo Agostinho e Santo Tomas de Aquino. Para muitos, a ética é essencialmente
subjetiva, tem a ver com valores e opiniões pessoais, o que explica porquê as pessoas discordam sobre
tantas questões éticas. Esta discussão entre objetivismo e subjetivismo remonta aos Sofistas e a
Sócrates e Platão. Enquanto os sofistas consideravam que o bem e o mal refletem as opiniões
subjetivas, Platão e Sócrates acreditavam que o bem e o mal faziam parte da natureza objetiva das
coisas. No mundo de hoje, o individualismo e a concorrência feroz parece ter feito triunfar o
utilitarismo: os fins justificam os meios. Não só no mundo dos negócios mas também ao nível político,
com decisões tomadas a partir do ideal aritmético da justiça social que lhe está subjacente. Esta
abordagem foi adoptada em detrimento de uma abordagem objetiva das normas morais, reforçando o
relativismo moral, as "éticas de ocasião", "éticas corporativas", valores de conveniência.

Objectivos gerais

 Falar de Ética na Antiguidade: Platão, Sócrates, Aristóteles, Santo Agostinho e Santo Tomas de
Aquino.
Objectivos específicos

 Demonstrar etimologicamente o termo ética;Caracterizar a Etica na


 Antiguidadesegundo Platao, Socrates e Aristoteles;
 Conhecer a Etica da Idade Media nas perspectivas de Santo Agostinho e Santo Tomas de
Aquino.

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1. A ética na Antiguidade: a ética grega
1.1. Etimológica do Termo Ética
Etimologicamente, o termo “ética” vem do grego ethos. Quando escrito éthos, com acento agudo (em
grego, inicia com a letra épsilon), representa a ideia fundamental de usos, costumes, que na vida de um
povo ocupam um lugar importante no conceito próprio de moralidade, e, portanto, identificando-se
mais com a moral e, quando escrito êthos, com acento circunflexo (em grego, inicia com a letra êta),
significa carácter ou modo de ser, e dá, portanto, a ideia de disposição interior, de personalidade.
Portanto, podemos dizer que o universo ético compreende esses dois pôlos: o pôlo exterior (próprio da
moral, dos costumes), e o pôlo interior (próprio da interioridade, do carácter).

Originariamente, o conceito era tomado a partir do seu carácter exterior, de vida colectiva. Daí o
conceito ser usado para acções que promovam o bem comum ou a justiça no meio social. Devido ao
facto de que os gregos a utilizavam no sentido de hábitos e costumes que privilegiassem a boa vida e o
bem viver entre os cidadãos, com o tempo tal palavra passou a significar modo de ser ou carácter.
Enfim, tinha que se garantir um modelo de vida que deveria ser adquirido ou conquistado pelo homem
por meio da disciplina rígida que lhe formaria o carácter e que seria transmitida aos jovens pelos
adultos. Na Grécia, o homem aparece no centro da política, da ciência, da arte e da moral, uma vez que
para sua cultura até os deuses eram humanos com seus defeitos e qualidades.

Riqueza terminológica e expressiva

Os significados principais da ética podem ser sintetizados da seguinte forma, como expõe Carlos
Maria Martini, na sua obra Viagem pelo vocabulário da ética (citado em Ética geral:
apontamentos, s.a.: p.2):

a) Ética significa costume, o que se costuma fazer, aquilo que normalmente se faz. Ethos, em
língua grega, indica o costume social, o modo de comportamento próprio de uma determinada
sociedade.

b) Outro significado mais específico indica uma sociedade bem orientada, isto é, uma sociedade
que se pode definir ‘boa’, que segue comportamentos que brotam da experiência e da
sabedoria, como elementos positivos para a paz, a ordem social e o bem comum.

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Diz o cardeal Martini:

Penso que a ética deva ser principalmente um lugar onde as pessoas sejam
permanentemente encorajadas, animadas e confortadas. A grande palavra da
ética é: podes fazer mais e melhor, na vida és chamado a ser algo superior; é
possível ser honesto e é uma aventura extraordinária do espírito. (Martini, 1994,
citado em Ética geral: apontamentos, s.a.: p.2)

1.2. Os clássicos
A ética como ciência nasceu com o advento das cidades gregas, no "Século de Péricles"
(século V a.C.), primeiro com os sofistas, depois com Platão e Aristóteles, autor das três
obras básicas da ética no Ocidente: Ética a Nicómaco, A grande moral e a Ética a
Eudemio. Comecemos pelo "idealismo platónico".

1.2.1. Os sofistas
Estes constituem um movimento intelectual na Grécia do séc. V (a.C.).

A palavra "sofista" significa mestre ou sábio, e vem da palavra “sofia” que significa
sabedoria. Portanto, os sofistas consideravam-se detentores da sabedoria. Eles não
ambicionam o conhecimento gratuito especulativo, mas cobram para ensinar.

Os sofistas ensinam a arte de convencer, de expor, argumentar ou discutir, colocam em


dúvida não só a tradição, mas a existência de verdades e normas universalmente válidas.
Para eles, não existe nem verdade nem erro, e as normas — por serem humanas — são
transitórias.

Para Protágoras (491/481 - ? a.C.), tudo é relativo ao sujeito, ao "homem, medida de


todas as coisas”. Aqui temos uma confirmação inconfundível do relativismo ou
subjectivismo. Górgias, por sua vez, sustenta que é impossível saber o que existe
realmente e o que não existe.

Platão (427-347 a.C.)

Foi discípulo de Sócrates. Para ele, a ética se relaciona intimamente com a filosofia
política, e a polis é o terreno da vida moral.

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Para Platão (427-347 a.C.), agir eticamente é agir com retidão de consciência. A
inteligência, quando bem utilizada, conduz ao Bem, ao Belo, ao Justo. Ao comportar-se
de forma ética, o homem aproxima-se do verdadeiro mundo, o mundo das Ideias, do
qual o mundo em que vivemos é uma mera cópia. O verdadeiro sábio procura atuar em
busca do ideal e corrigir-se quando se engana. Através da sua inteligência e virtude, o
homem regressa ao mundo das ideias.

A ética de Platão depende:

a) da sua concepção metafísica: dualismo do mundo sensível e do mundo das


ideias permanentes, eternas, perfeitas e imutáveis, que são a verdadeira
realidade, e têm como cume a Ideia do Bem, divindade, artífice ou demiurgo
do mundo;
b) da sua doutrina da alma: princípio que anima ou move o homem. A alma
consta de três partes: razão, vontade ou ânimo e apetite. A razão que
contempla e quer racionalmente é a parte superior, o apetite, relacionado com
as necessidades corporais, é a inferior.

Como o indivíduo por si só não pode aproximar-se da perfeição, torna-se necessária


a presença do Estado ou da Comunidade política; isto é, o homem é bom enquanto
bom cidadão. A Ideia do ser humano se realiza somente na comunidade. Por
isso, a ética desemboca necessariamente na política. O homem se forma
espiritualmente somente no Estado e mediante a subordinação do indivíduo à
comunidade.
Sócrates (470-399 a.C.)

Este compartilha o desprezo dos sofistas pelo conhecimento da natureza, bem como sua
crítica da tradição, mas rejeita o seu relativismo e o seu subjectivismo.

Para Sócrates, o saber fundamental é o saber a respeito do homem (daí a sua máxima:
"conhece-te a ti mesmo"): (1) é um conhecimento universalmente válido, contra o que
sustentam os sofistas; (2) é, antes de tudo, conhecimento moral; e (3) é um
conhecimento prático (conhecer para agir rectamente).

A sua ética é conhecida como Ética racionalista pelas seguintes razões:

 Uma concepção do bem (como felicidade da alma) e do bom (como o útil para a

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felicidade);
 A tese da virtude (areté: capacidade radical e última do homem) como
conhecimento, e do vício como ignorância (quem age mal é porque ignora o
bem; por conseguinte, ninguém faz o mal voluntariamente);
 A tese, de origem sofista, segundo a qual a virtude pode ser transmitida ou
ensinada.
 É um conhecimento universalmente válido, contra o que sustentam os sofistas;
(2) é, antes de tudo, conhecimento moral; e (3) é um conhecimento prático
(conhecer para agir rectamente);
 A bondade, o conhecimento e a felicidade se entrelaçam estreitamente;
 O homem age rectamente quando conhece o bem e, conhecendo-o, não pode
deixar de praticá- lo; por outro lado, aspirando ao bem, sente-se dono de si
mesmo e, por conseguinte, é feliz.
Aristóteles (384-322 a.C.)

Foi discípulo de Platão e fundador da sua própria escola, o Liceu, cujos discípulos
eram chamados de peripatéticos (de perípatos, que significa caminhar por), pois ele
ensinava os seus discípulos caminhando. Também de particular importância se
revestiu o "realismo aristotélico".
Segundo Aristóteles (384-322 a.C.) defendia que a ética é a ciência prática do bem.
E Bem é aquilo que todos desejam. Não existe um único bem, este é relativo, é um
modo de existência determinado pela natureza das diferentes criaturas - por isso, ao
agir, cada um deve tratar de forma igual o que é igual e de forma desigual o que é
desigual. Cada um procura alcançar o bem ao atuar, pelo que do bem depende a
autorealização do homem, a sua felicidade. O bem próprio do homem é a
inteligência: o homem é um animal racional.
Por isso, o homem deve viver segundo a razão, de forma a alcançar as virtudes,
nomeadamente a sabedoria. E Aristóteles define a virtude, por oposição à
mediocridade, como um hábito que torna bom quem o pratica. As virtudes são ideais
que o homem procura alcançar e que proporcionam o completo desenvolvimento da
humanidade, como, por exemplo, honestidade, coragem, generosidade, justiça e
prudência. Esses ideais são descobertos através da reflexão.

Para Aristóteles, na continuidade do seu mestre Platão, o homem se forma


espiritualmente somente no Estado e mediante a subordinação do indivíduo à

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comunidade. O fim último do homem é a felicidade (eudaimonia) e esta se realiza
mediante a aquisição de certos modos constantes de agir (ou hábitos) que são as
virtudes. Estas não são atitudes inatas, mas modos de ser que se adquirem ou
conquistam pelo exercício e, já que o homem é ao mesmo tempo racional e
irracional. Existem duas classes das virtudes:
As virtudes intelectuais ou dianoéticas: que operam na parte racional do
homem, isto é, na razão.

As virtudes práticas ou éticas: que operam naquilo que há nele de irracional,


ou seja, nas suas paixões e apetites, canalizando-as racionalmente.

Mas o que é virtude para Aristóteles? Para ele, a virtude consiste no termo médio
(in medio virtus) entre dois extremos (um excesso e um defeito). A virtude é um
equilíbrio entre dois extremos instáveis e igualmente prejudiciais.
Tabela : Apresentação das virtudes e seus vícios (por excesso e por defeito) de acordo
com Aristóteles. Fonte: Adaptado de Silva (1998, p. 131).

Vício por excess VIRTUDE Vício por deficiência


Temeridade Coragem Cobardia
Libertinagem Temperança Insensibilidade
Esbanjamento Sobriedade Avareza
Vulgaridade Magnificência Vileza
Vaidade Respeito próprio Modéstia
Ambição Prudência Moleza

Irascibilidade Genitileza Indiferença

Orgulho veracidade Descrédito próprio

Zombaria Agudeza de Esperito Falta de civismo

Condescendência Amizade Enfado

Inveja Justa Indignação Malevolência

A comunidade social e política é o meio necessário da moral, e o homem é, por


natureza, um animal político. A vida moral é uma condição ou meio para uma vida
verdadeiramente humana (a vida teórica na qual consiste a felicidade) acessível a uma
minoria ou elite. A maior parte da população mantém-se excluída não só da vida teórica,

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mas da vida política. Para Aristóteles, a vida moral é exclusiva de uma elite, pois só ela
é que pode realizá-la. O homem bom (o sábio) deve ser um bom cidadão.

1.3. A ética na Idade Média: uma ética totalmente religiosa e cristã


Algumas premissas importantes

Quando o cristianismo nasce, por meio das perseguições, espalha-se em todo o império
romano e em todo o mundo grego. No séc.IV, Roma converte-se ao cristianismo e este
torna-se a religião oficial do Estado. Toda a cultura passa a se deixar transformar pela
mensagem cristã. Assim, na Idade Média, temos verdades reveladas a respeito de Deus,
das relações do homem com o seu criador e do modo de vida prático que o homem deve
seguir para obter a salvação no outro mundo. Deus é concebido como um ser pessoal,
bom, omnisciente e todo-poderoso. O ser humano tem seu fim último em Deus, que é o
seu bem mais alto e o seu valor supremo. Deus exige a sua obediência e a sujeição a
seus mandamentos, que têm o carácter de imperativos supremos.

O que o homem é e o que deve fazer definem-se essencialmente não em relação com
uma comunidade humana (como a polis) ou com o universo inteiro, e sim, em relação a
Deus. Todo o seu comportamento — incluindo a moral — deve orientar-se para Ele
como objectivo supremo. A essência da felicidade (a beatitude) é a contemplação de
Deus; o amor humano fica subordinado ao divino; a ordem sobrenatural tem a primazia
sobre a ordem natural humana.

As virtudes fundamentais são: a prudência, a fortaleza, a temperança e a justiça, que são


as virtudes morais em sentido próprio, e regulam as relações entre os homens. São
virtudes em escala humana. As virtudes supremas ou teologais são: a fé, a esperança e a
caridade. Regulam as relações entre o homem e Deus e são virtudes em escala divina.
As virtudes elevam o ser humano de uma ordem terrestre para uma ordem sobrenatural,
na qual possa viver uma vida plena, feliz e verdadeira, sem as imperfeições, as
desigualdades e injustiças terrenas. Todos os homens, sem distinção — homens e
mulheres, escravos e livres, cultos e ignorantes —, são iguais diante de Deus e são
chamados a alcançar a perfeição e a justiça num mundo sobrenatural.

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1.4. A ética em Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino
O cristianismo não é uma filosofia, mas uma religião (isto é, antes de tudo, uma fé e um
dogma, um encontro pessoal com alguém: Jesus). Ele faz-se filosofia na Idade Média
para esclarecer e justificar, lançando mão da razão, o domínio das verdades reveladas ou
para abordar questões que derivam das (ou surgem em relação com as) questões
teológicas. Portanto, a filosofia é serva da teologia. A ética é limitada pela sua índole
religiosa e dogmática.

Os principais representantes são: Santo Agostinho (354-430) e Santo Tomás de Aquino


(1226-1274).

Santo Agostinho (354-430)

Santo Agostinho defende a elevação ascética até Deus, que culmina no êxtase místico
ou felicidade, que não pode ser alcançada neste mundo. Ele sublinha ovalor da
experiência pessoal, da interioridade, da vontade e do amor: “eu Te procurava fora de
mim, mas Tu estavas dentro de mim”, “Deus é mais íntimo do que o meu íntimo”.

Santo Tomás de Aquino (1226-1274).

Para Santo Tomás de Aquino , Deus é o bem objectivo ou fim supremo, cuja posse
causa gozo ou felicidade, que é um bem subjectivo. A contemplação (ou o
conhecimento entendido como visão de Deus) é a meia mais adequada para alcançar o
fim último. Na sua doutrina político-social, Tomás atém-se à tese do homem como ser
social ou político, e, ao referir-se às diversas formas de governo, inclina-se para uma
monarquia moderada, ainda que considere que todo o poder derive de Deus e que o
poder supremo caiba à Igreja.

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Conclusão

No meu ponto ponto da exposição aristotélica, podemos notar outra oposição com
relação à ética platônica: conforme esta, o homem só pode ser bom e virtuoso ao
contemplar a ideia do Bem – o que aponta para a diferença entre as concepções
idealistas/racionalistas apresentadas por Platão e as concepções realistas/empiristas
expostas pelo peripatético. Aristóteles critica a identificação feita por seu mestre entre
virtude e conhecimento, de modo que conhecer a essência da Justiça implicaria em ser
justo, haja vista que são identificados. Assim, o conhecimento da ideia do Bem seria a
condição para o bem agir, e a virtude consistiria em somente um tipo de conhecimento
teórico, conforme a crítica feita pelo Estagirita. Este afirma que a razão não é a única a
atuar na determinação da boa conduta, devendo-se levar em conta os sentimentos por
auxiliarem na formação das virtudes, além do fato de que as virtudes implicam uma
atividade racional.

A ética como ciência nasceu com o advento das cidades gregas, no "Século de Péricles"
(século V a.C.), primeiro com os sofistas, depois com Platão e Aristóteles, autor das três
obras básicas da ética no Ocidente: Ética a Nicómaco, A grande moral e a Ética a
Eudemio. Comecemos pelo "idealismo platónico". Estes constituem um movimento
intelectual na Grécia do séc. V (a.C.).

A palavra "sofista" significa mestre ou sábio, e vem da palavra “sofia” que significa
sabedoria. Portanto, os sofistas consideravam-se detentores da sabedoria. Eles não
ambicionam o conhecimento gratuito especulativo, mas cobram para ensinar.

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Referências Bibliográficas

CARAPETO. Carlos, FONSECA. FATIMA (2012. Pg: ). Ética e Deontologia –


Manual de Formação.lisboa

Ética geral: apontamentos (2001). Seminário Interdiocesano de Filosofia S. Agostinho,


Matola.

FERAIL, G. (1956). Historia de la Filosofía I: Grecia y Roma. Madrid:


Biblioteca de Autores Cristianos (BAC).

GORDON,T. (2005). Relazioni efficaci: Come costruirle, come non pregiudicarle.


Molfetta (BA): Edizione la meridiana.

ARISTÓTELES (2003). A ética; textos selecionados. São Paulo: Edipro.

PLATÃO. (2000) A república. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.


SPINOZA, Baruch. (1973)  Ética. São Paulo: Abril Cultural.

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