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Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2023
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Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2023
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Índice
Introdução...................................................................................................................................3
Funções da ética..........................................................................................................................4
Meta-Ética...................................................................................................................................5
Ética Normativa..........................................................................................................................6
Éticas teológicas..........................................................................................................................6
Éticas deontológicas....................................................................................................................6
Ética aplicada..............................................................................................................................7
A Ética de epicurismo.................................................................................................................9
Ética moderna...........................................................................................................................11
Conclusão..................................................................................................................................13
Referencia Bibliográfica...........................................................................................................14
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Introdução
O presente trabalho visa abordar sobre a ética. A palavra ética vem do grego ethos,
originalmente tinha o sentido de “morada”, “lugar em que se vive” e posteriormente
significou “carácter”, “modo de ser” que se vai adquirindo durante a vida. O termo moral
procede do latim mores que originariamente significava “costume” e em seguida passou a
significar “modo de ser”, “carácter”., ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da
investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional,
fundamentada, científica e teórica. É uma reflexão sobre a moral. Nesta lógica trata-se de uma
área filosófica dedicada aos assuntos morais, e significa aquilo que pertence ao carácter.
Objectivos
Objectivos Gerais
Compreender a origem do termo Ética;
Objectivo Específicos
Descrever a origem do termo Ética;
Debruçar a concepção da ética na antiguidade;
Abordar a Ética em Santo agostinho.
Metodologia usada
A metodologia usada na elaboração deste trabalho, demos a maior atenção ao método
hermenêutico textual, que consiste na leitura, interpretação e compreensão de obras que
tratam do tema em destaque, método histórico comparativo, e para dar maior passividade o
trabalho obedece a seguinte estrutura lógica: parte introdutora, desenvolvimento da questão,
conclusão e a sua respectiva bibliografia.
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Uma das possíveis definições de ética seria a de que é uma parte da filosofia (e também
pertinente às ciências sociais) que lida com a compreensão das noções e dos princípios que
sustentam as bases da moralidade social e da vida individual.
Para Barros Filho e Pompeu (2014, p. 25) “Ética é ao mesmo tempo reflexão sobre a
vida e vida pensada. Ao mesmo tempo princípio e acção. Norma e deliberação.
Decisão e vida decidida. Para Aristóteles, o objecto da ética é a práxis. Para Kant, a
vontade. A ética exprime a maneira como uma cultura e uma sociedade definem para
si mesmas o que julgam ser o mal e o vício, a violência e o crime e, como
contrapartida, o que consideram ser o bem e a virtude, a brandura e o mérito.
Em outras palavras, trata-se de uma reflexão sobre os valores das acções sociais consideradas
tanto no âmbito colectivo como no âmbito individual. Em outros termos a ética busca avaliar
os princípios em seu individual, onde cada grupo possui seus próprios valores, culturas e
crenças. Ela constitui um sistema de argumentos dos quais os grupos ou as pessoas justificam
suas acções. Na filosofia clássica, a ética não se resumia à moral (entendida como "costume",
ou "hábito", do latim mos, mores), mas buscava a fundamentação teórica para encontrar o
melhor modo de viver e conviver, isto é, a busca do melhor estilo de vida, tanto na vida
privada quanto em público. Frankena (1973)
Funções da ética
A ética tem uma tripla função: 1) esclarecer o que é a moral, quais são seus traços específicos;
2) fundamentar a moralidade, ou seja, procurar averiguar quais são as razões que conferem
sentido ao esforço dos seres humanos de viver moralmente; 3) aplicar aos diferentes âmbitos
da vida social os resultados obtidos nas duas primeiras funções, de maneira que se adopte uma
moral crítica em vez da subserviência a um código. Frankena (1973)
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Meta-Ética
Historicamente, a meta-ética surgiu associada a uma ideia bastante radical de acordo com a
qual a discussão ética não pode ser mais do que mera analise linguística. Frankena (1973)
Meta-ética refere-se aos autores da análise da linguagem. Ela é uma metalinguagem ocupada
em esclarecer os problemas tanto linguísticos como epistemológicos da ética. Ela tenta
discernir a cientificidade, a suficiência, os caracteres formais, a situação epistemológica da
ética. (Cortina &Martinez, 2005, p.4)
Segundo Frankena (1973), diz existe três tipos de problemas meta-éticos, ou três questões
gerais: 1. Qual o significado dos termos e juízos morais? 2. Qual a natureza dos juízos
morais? 3. Como os juízos morais podem ser apoiados e defendidos?
Segundo Vaz (1999, p.19), No início do século XX, Georg Edward Moore ganhou
destaque ao alegar que o predicado “bom” não é passível de definição; apresentou a
tese da “falácia naturalista” que para alguns revela erro de lógica quando se quer
deduzir, definir ou identificar, de uma propriedade natural uma propriedade não
natural, qual seja, um “é” de um “dever ser”, ou, para outros, seria qualquer tentativa
de se definir o predicado “bom”, pois não lograria êxito. Ressalte-se que Moore
acreditava ser a bondade uma propriedade objectiva, todavia apreensível por intuição.
Dos argumentos de Moore parecia defluir que as propriedades morais, não sendo naturais, a
despeito de serem reais, conservam uma aura de mistério; ademais, em razão de não serem
naturais, não seriam acessíveis à investigação empírica, sendo apenas apreensíveis por
intuição moral, o que – convenhamos – não deixa de ser algo nebuloso. (Vaz, 1999)
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Ética Normativa
Ética normativa é a investigação racional, ou uma teoria, sobre os padrões do correto e
incorrecto, do bom e do mau, com respeito ao carácter e à conduta, que uma classe de
indivíduos tem o dever de aceitar
Segundo Frankena (1973, p.27), diz que, a ética normativa é a área da ética que
enfrenta a questão do modo como devemos viver, que floresceu na época do
iluminismo, quando os filósofos passaram, a entender que aquilo que deveria pautar as
escolhas morais deveria ser a razão humana, e não os valores religioso
Podemos dividir as correntes da ética normativa em duas grandes linhas: éticas teleológicas e
deontológicas.
Éticas teológicas
Segundo Frankena (1973, p.28) salienta que as teorias teleológicas sustentam que o padrão ou
critério básico ou último para decidir do moralmente certo, errado, obrigatório etc. é o valor
não-moral que venha a surgir. A decisão final deve ter em conta, directa ou indirectamente, a
porção de bem surgida ou, melhor, a proporção da prevalência do bem sobre o mal
produzidos.
Ética teológica determina o que é correto de acordo com uma finalidade (télos) a atingir. Suas
duas correntes principais são: ética consequencialista e ética de virtudes.
A ética de virtudes começa com Aristóteles, que expõe sua teoria centralmente no livro Ética
a Nicômaco. Aristóteles inicia sua teoria das virtudes, perguntando o que nós, seres humanos,
queremos em nossa vida. Qual a finalidade última das nossas acções? Como resposta, nos é
indicada a felicidade (eudaimonia). (Aristoteles, 2006, p.24)
Éticas deontológicas
A ética deontológica sustenta que existem princípios auto-evidentes ou algum princípio
válido a priori tal como o Imperativo Categórico de Kant.
Éticas deontológicas Sustentam que, pelo menos, há outras circunstâncias, além das
consequências boas ou más, que podem tornar correta ou obrigatória uma acção ou uma regra
- determinados traços, próprios do ato mesmo e independentes do valor que ele faça surgir.
(Frankena, 1973, p.30)
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Ética aplicada
A ética aplicada é uma das áreas onde a filosofia, praticada na sua melhor
tradição argumentativa, demonstra a sua fecundidade como instrumento de
abordagem a alguns dos grandes problemas da humanidade. A filosofia é uma
actividade viva, caracterizada pelo estudo minucioso dos problemas e pela tentativa
de produzir respostas convincentes alicerçadas em argumentos sólidos. (Singer, 1993)
Segundo Cortina & Martinez (2005, p.29) dizem que a ética não tem como tarefa
apenas o esclarecimento e a fundamentação do fenómeno da moralidade, mas também
a aplicação de suas descobertas aos diferentes âmbitos da vida social. Ao lado da
tarefa de fundamentação existe a tarefa da aplicação que consiste em averiguar como
os princípios ajudam a orientar os diferentes tipos de actividade.
Contudo não basta reflectir sobre como se aplicam os princípios em cada âmbito concreto, é
preciso levar em conta a especificidade de cada actividade com suas próprias exigências
morais e seus próprios valores. Trata-se de averiguar quais são os bens internos que cada tipo
de actividade deve trazer para a sociedade e quais são os valores e hábitos que é preciso
incorporar para alcançá-los. (Cortina & Martinez, 2005, p.29)
A ética de Sócrates é racionalista, e dentro dela está uma concepção do bem e de virtude.
Virtude é a capacidade do ser humano de conhecer o bem e o mal, o que é bom ou ruim e
optar pelo bem.
O objectivo do ser humano existir, segundo Platão, é libertar-se do que é material, para
chegar a um estágio de admiração e contemplação de um mundo perfeito, onde a ideia do
bem é completa. Isso acontece com a ajuda da comunidade política. O bom homem é o bom
cidadão. Este estilo de vida e de política aparece em sua obra intitulada A República. Onde
inclusive as funções das diferentes classes sociais são orientadas pela razão, através do
exercício de virtudes.
com o do seu mestre devido a forma que abordam a suas questões, o seu mestre era mais
mitológico e ele mais empírico.
De acordo com Vásquez, (1992, p. 238), afirma na sua ética que a verdadeira virtude,
é a capacidade de um ser colocar em ato a própria natureza cujo esta natureza do
homem é ser racional, e a virtude consiste consistem em o homem realizar plenamente
a sua racionalidade para que o homem realize plenamente a sua natureza e preciso que
desenvolva, as virtudes éticas, dianoéticas
As virtudes éticas são as que envolvem a vida social, constituindo o complexo sistema de
conduta e costumes dentro da própria sociedade e as virtudes dianoéticas representam a
realização das indicações do intelecto ela funda-se na observação do comportamento humano.
Para o próprio comportamento. Por isso a ética deve ser capaz de indicar quais são os fins, por
meio dos quais o homem realiza a sua própria natureza e deve indicar os meios adequados
para realizar tais fins.
De acordo com Gramba (1993. p.69.) afirma que os fins de cada Acão humana se
submetem aos fins mais elevados, se submetem aos fins mais elevados a ética deve
coordenar a relação entre esses, fins com isto evitar se há a desintegração e harmonia
do agir humano por este motivo ele referiu que se a ética é como ciência
arquitectónica, assim como arquitectura, a ética a ética permitem estabelecer a
harmonia de uma construção, pois ela harmoniza o agir humano e determinando oque
é o bem e quais são os meios para obtê-lo.
Abbagnano (1991,p.174) diz que Aristóteles afirma que todas as acções do homem tendem a
fins que são bens por exemplo a riqueza, a honra prazer pela satisfação que pode proporcionar
a vontade são bens na busca desses bens existe um fim supremo desejado por si próprio, um
fim que outros dependem Aristóteles considera estes fins como sendo a felicidade.
os juízos do povo a respeito dos deuses (...) se baseiam (...) em opiniões falsas. Daí a
crença de que eles causam os maiores malefícios aos maus e os maiores benefícios aos
bons. Irmanados pelas suas próprias virtudes, eles só aceitam a convivência com os
seus semelhantes e consideram estranho tudo que seja diferente deles. (Epicuro, 1997,
p. 25-26).
Já quanto à morte, Epicuro a trata como privação das sensações. Mostra que não devemos
temê-la, mas que devemos procurar viver bem e de forma feliz até que ela chegue, uma vez
que não é importante ser eterno. “Acostuma-te à ideia de que a morte para nós não é nada,
visto que todo bem e todo mal residem nas sensações, e a morte é justamente a privação das
sensações.” (Epicuro, 1997, p. 27).
Os desejos são naturais (physikaí) ou inúteis (kenaí). Os desejos naturais são aqueles
próprios à natureza humana, isto é, a phýsis é o desejo de comer, beber, abrigar-se; o
desejo fundamental de “nos afastarmos da dor e do medo”, isto é, do desprazer. Os
desejos inúteis, vãos ou privados (o termo é traduzido por vazio (Diôgenes apud
Epicuro, 1997, p. 35).
O desejo natural (comer, beber e, mais, estar bem física e psiquicamente) surge como desejo
de superar o desprazer (de fome, de encontrar-se desconfortável física e psiquicamente). O
prazer é, portanto, o satisfazer aquelas necessidades. Remete a uma carência, faz-se objecto de
busca “quando sofremos sua ausência; ao contrário, quando não sofremos, essa necessidade
não se faz sentir” (Epicuro, 1997, p. 37).
É neste sentido que o prazer é princípio. É um princípio que move o ser vivo quando este não
está como deve estar.
Ética moderna
A idade moderna é o período histórico entre os séculos XV a XVIII. Abandonam- se as
explicações sobrenaturais e assume-se a visão antropocêntrica: A pessoa é o ponto de
partida para compreender tudo. A ética moderna é de uma sociedade que se estrutura no
final do modelo feudal de sociedade (medieval) e grandes transformações se verificam: novas
forças produtivas sob o modelo capitalista e desenvolvimento científico. A burguesia
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como classe social se fortalece, impondo seu jeito de pensar e de viver e motivando as
revoluções, como exemplo: a Revolução Francesa em 1789.
Kant (1724-1804). Para Kant o ser humano possui consciência de seu conhecimento e de
sua moral, e a partir disto pode agir, criar e legislar.
É Kant que expressa mais perfeitamente o que vem a ser a ética moderna. Ele viveu toda sua
vida em uma cidade alemã chamada Koenigsberg. Era um admirador da Revolução Francesa
(1789), e desejava ver o mesmo na Alemanha, contudo devido as condições históricas as
alterações ficaram somente no campo das teorias.
Kant apresenta uma teoria sobre o ato de conhecer: o objecto a nossa frente não é igual
e permanente, mas ao contrário: aquilo que conhecemos é produzido pela nossa
consciência. E o mesmo acontece com a nossa moral, é a consciência do indivíduo
que dita sua própria lei. Kant toma com ponto de partida da sua ética o factum (o fato)
da moralidade. É um fato indiscutível, certamente, que o homem se sente responsável
pelos seus actos e tem consciência do seu dever. (Vásquez 1992, p. 248).
Para isto o homem precisa ser livre. E assim a moral para Kant deve estar fundamentada na
bondade dos actos. Mas o que é realmente bom para a pessoa? A boa vontade. Pois ela
age unicamente pelo respeito ao que deve ser feito. E sobre o dever Kant apresenta o
imperativo categórico, que explica o pensamento ético kantiano: “Age de maneira que
possas querer que o motivo que te levou a agir se torne uma lei universal”.
O homem e a mulher deste modo orientam suas atitudes em vista da lei do dever e não
segue outra lei senão o que lhe diz sua consciência. Assim, Kant põe a moral num ponto
alto, pois a situa em um ser humano concreto, e a finalidade da vida está no mundo real que
pode ser visto, e não em outro mundo ideal ou sobrenatural.
A ética kantiana é uma ética formal e autónoma. Por ser puramente formal, tem de
postular um dever para todos os homens, independentemente da sua situação social e
seja qual for o conteúdo concreto (...) por conceber o comportamento moral como
pertencente a um sujeito autónomo e livre, activo e criador, Kant é o ponto de partida
de uma filosofia e de uma ética na qual o homem se define antes de tudo como ser
activo, produtor ou criador. (Vásquez 1992, p. 250)
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Conclusão
Depois de uma leitura exaustiva e compreensiva, concluímos que a ética tem uma tripla
função: 1) esclarecer o que é a moral, quais são seus traços específicos; 2) fundamentar a
moralidade, ou seja, procurar averiguar quais são as razões que conferem sentido ao esforço
dos seres humanos de viver moralmente; 3) aplicar aos diferentes âmbitos da vida social os
resultados obtidos nas duas primeiras funções, de maneira que se adopte uma moral crítica em
vez da subserviência a um código. A ética em santo agostinho trata da virtude devinha Tudo
que Deus criou é bom, mas o mal rompeu com a hierarquia da recta ordem divina. Dessa
forma, a beatitude do homem só pode ser encontrada em Deus e para isto ele precisa ser
curado do pecado divino. Este amor não é simplesmente amar de qualquer forma, mais do
próprio Deus estabeleceu. Faz-se necessariamente Viver de forma ético-moral.
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Referencia Bibliográfica
Abagnano, Nicola. (1991) Historia da Filosofia Vol 1. 5 ed. Editorial Presença Lisboa.
Antiseri, Dario; Reale, Giovanni. (2001) História da Filosofia (vol. I). 8. ed. São Paulo:
Paulus.
Barros Filho, Clóvis; Pompeu, Júlio. (2014) A filosofia explica grandes questões da
humanidade. 2 ed. São Paulo: Casa do Saber.
Diôgenes Laêrtios. (1997) Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres. (Mário da Gama Kury). 2.
ed. Brasília: UNB.
Epicuro. (1973) Antologia de textos. São Paulo: Abril Cultural. (Os Pensadores) .
Vaz, Henrique C. de Lima. (1999) Escritos de filosofia IV: introdução à ética filosófica I. São
Paulo, Loyola.