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Abílio José Everaldo


José Miguel
Maria Zito
Merina Romão
Rapina Augusto

A ORIGEM DO TERMO ÉTICA

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2023
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Abílio José Everaldo


José Miguel
Maria Zito
Merina Romão
Rapina Augusto

A ORIGEM DO TERMO ÉTICA


Licenciatura em ensino de Filosofia com Habilitações da Ética

O presente trabalho é de carácter


avaliativo a ser entregue no
Departamento de Letras e Ciências
Sociais na cadeira de Introdução à
Filosofia. 1o Ano/ I o Semestre

Docente: Faruk Abdul Amede

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2023
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Índice
Introdução...................................................................................................................................3

A origem do termo Ética.............................................................................................................4

Funções da ética..........................................................................................................................4

Meta-Ética...................................................................................................................................5

Ética Normativa..........................................................................................................................6

Éticas teológicas..........................................................................................................................6

Éticas deontológicas....................................................................................................................6

Ética aplicada..............................................................................................................................7

A concepção da ética na antiguidade..........................................................................................7

A Éticas em Platão (428−348 a.c)...............................................................................................8

A concepção de éticas segundo Aristóteles................................................................................8

A Ética de epicurismo.................................................................................................................9

Divindade: Imortal e Bem-Aventurada.......................................................................................9

A Morte é Nada para Nós.........................................................................................................10

Os Desejos Naturais e inúteis...................................................................................................10

O prazer: início e fim da vida feliz...........................................................................................10

A Ética em Santo agostinho (354−430 a.c)..............................................................................11

A Ética em São Tomas Aquino (1224−1274)...........................................................................11

Ética moderna...........................................................................................................................11

Conclusão..................................................................................................................................13

Referencia Bibliográfica...........................................................................................................14
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Introdução
O presente trabalho visa abordar sobre a ética. A palavra ética vem do grego ethos,
originalmente tinha o sentido de “morada”, “lugar em que se vive” e posteriormente
significou “carácter”, “modo de ser” que se vai adquirindo durante a vida. O termo moral
procede do latim mores que originariamente significava “costume” e em seguida passou a
significar “modo de ser”, “carácter”., ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da
investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional,
fundamentada, científica e teórica. É uma reflexão sobre a moral. Nesta lógica trata-se de uma
área filosófica dedicada aos assuntos morais, e significa aquilo que pertence ao carácter.

Objectivos
Objectivos Gerais
 Compreender a origem do termo Ética;

Objectivo Específicos
 Descrever a origem do termo Ética;
 Debruçar a concepção da ética na antiguidade;
 Abordar a Ética em Santo agostinho.

Metodologia usada
A metodologia usada na elaboração deste trabalho, demos a maior atenção ao método
hermenêutico textual, que consiste na leitura, interpretação e compreensão de obras que
tratam do tema em destaque, método histórico comparativo, e para dar maior passividade o
trabalho obedece a seguinte estrutura lógica: parte introdutora, desenvolvimento da questão,
conclusão e a sua respectiva bibliografia.
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A origem do termo Ética


A palavra ética vem do grego ethos, originalmente tinha o sentido de “morada”, “lugar em
que se vive” e posteriormente significou “carácter”, “modo de ser” que se vai adquirindo
durante a vida. O termo moral procede do latim mores que originariamente significava
“costume” e em seguida passou a significar “modo de ser”, “carácter”.

Segundo Frankena (1973), sustenta que, ética é um conjunto de conhecimentos


extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras
morais de forma racional, fundamentada, científica e teórica. É uma reflexão sobre a
moral. Nesta lógica trata-se de uma área filosófica dedicada aos assuntos morais, e
significa aquilo que pertence ao carácter.

Uma das possíveis definições de ética seria a de que é uma parte da filosofia (e também
pertinente às ciências sociais) que lida com a compreensão das noções e dos princípios que
sustentam as bases da moralidade social e da vida individual.

Para Barros Filho e Pompeu (2014, p. 25) “Ética é ao mesmo tempo reflexão sobre a
vida e vida pensada. Ao mesmo tempo princípio e acção. Norma e deliberação.
Decisão e vida decidida. Para Aristóteles, o objecto da ética é a práxis. Para Kant, a
vontade. A ética exprime a maneira como uma cultura e uma sociedade definem para
si mesmas o que julgam ser o mal e o vício, a violência e o crime e, como
contrapartida, o que consideram ser o bem e a virtude, a brandura e o mérito.

A Ética é um ramo da Filosofia; é a Filosofia Moral, ou pensamento filosófico acerca da


moralidade, dos problemas morais e dos juízos morais.

Em outras palavras, trata-se de uma reflexão sobre os valores das acções sociais consideradas
tanto no âmbito colectivo como no âmbito individual. Em outros termos a ética busca avaliar
os princípios em seu individual, onde cada grupo possui seus próprios valores, culturas e
crenças. Ela constitui um sistema de argumentos dos quais os grupos ou as pessoas justificam
suas acções. Na filosofia clássica, a ética não se resumia à moral (entendida como "costume",
ou "hábito", do latim mos, mores), mas buscava a fundamentação teórica para encontrar o
melhor modo de viver e conviver, isto é, a busca do melhor estilo de vida, tanto na vida
privada quanto em público. Frankena (1973)

Funções da ética
A ética tem uma tripla função: 1) esclarecer o que é a moral, quais são seus traços específicos;
2) fundamentar a moralidade, ou seja, procurar averiguar quais são as razões que conferem
sentido ao esforço dos seres humanos de viver moralmente; 3) aplicar aos diferentes âmbitos
da vida social os resultados obtidos nas duas primeiras funções, de maneira que se adopte uma
moral crítica em vez da subserviência a um código. Frankena (1973)
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Os estudos teóricos da Filosofia Moral subdivide a Ética em diversas categorias, sendo


assim, a ética divide-se em três campos: meta-ética, ética normativa e ética aplicada.

Meta-Ética
Historicamente, a meta-ética surgiu associada a uma ideia bastante radical de acordo com a
qual a discussão ética não pode ser mais do que mera analise linguística. Frankena (1973)

Meta-ética refere-se aos autores da análise da linguagem. Ela é uma metalinguagem ocupada
em esclarecer os problemas tanto linguísticos como epistemológicos da ética. Ela tenta
discernir a cientificidade, a suficiência, os caracteres formais, a situação epistemológica da
ética. (Cortina &Martinez, 2005, p.4)

Segundo Pietrek (2011, p.11) salienta que a meta-ética trata do conjunto de


questionamentos prévios – acerca da composição essencial das propriedades éticas,
dos enunciados externados nessa seara, dos juízos morais – que devem ser
respondidos para se entender como as perguntas éticas materiais podem ser
respondidas a partir da perspectiva adoptada pelas mais variadas tradições morais.

Segundo Frankena (1973), diz existe três tipos de problemas meta-éticos, ou três questões
gerais: 1. Qual o significado dos termos e juízos morais? 2. Qual a natureza dos juízos
morais? 3. Como os juízos morais podem ser apoiados e defendidos?

No decorrer da história algumas teorias surgiram com a finalidade de justificar os juízos


morais, tais teorias, porém, não satisfazem alguns dos requisitos para a aceitação das normas e
princípios morais no que diz respeito a uma questão de racionalidade.

Segundo Vaz (1999, p.19), No início do século XX, Georg Edward Moore ganhou
destaque ao alegar que o predicado “bom” não é passível de definição; apresentou a
tese da “falácia naturalista” que para alguns revela erro de lógica quando se quer
deduzir, definir ou identificar, de uma propriedade natural uma propriedade não
natural, qual seja, um “é” de um “dever ser”, ou, para outros, seria qualquer tentativa
de se definir o predicado “bom”, pois não lograria êxito. Ressalte-se que Moore
acreditava ser a bondade uma propriedade objectiva, todavia apreensível por intuição.

Dos argumentos de Moore parecia defluir que as propriedades morais, não sendo naturais, a
despeito de serem reais, conservam uma aura de mistério; ademais, em razão de não serem
naturais, não seriam acessíveis à investigação empírica, sendo apenas apreensíveis por
intuição moral, o que – convenhamos – não deixa de ser algo nebuloso. (Vaz, 1999)
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Ética Normativa
Ética normativa é a investigação racional, ou uma teoria, sobre os padrões do correto e
incorrecto, do bom e do mau, com respeito ao carácter e à conduta, que uma classe de
indivíduos tem o dever de aceitar

Segundo Frankena (1973, p.27), diz que, a ética normativa é a área da ética que
enfrenta a questão do modo como devemos viver, que floresceu na época do
iluminismo, quando os filósofos passaram, a entender que aquilo que deveria pautar as
escolhas morais deveria ser a razão humana, e não os valores religioso

Podemos dividir as correntes da ética normativa em duas grandes linhas: éticas teleológicas e
deontológicas.

Éticas teológicas
Segundo Frankena (1973, p.28) salienta que as teorias teleológicas sustentam que o padrão ou
critério básico ou último para decidir do moralmente certo, errado, obrigatório etc. é o valor
não-moral que venha a surgir. A decisão final deve ter em conta, directa ou indirectamente, a
porção de bem surgida ou, melhor, a proporção da prevalência do bem sobre o mal
produzidos.

Ética teológica determina o que é correto de acordo com uma finalidade (télos) a atingir. Suas
duas correntes principais são: ética consequencialista e ética de virtudes.

A Ética Utilitarista é uma vertente baseada em conceitos específicos de utilidade, isto


é, para os autores que a defendem, nenhuma atitude ou acção ética é destituída da
noção de consequência. Assim, o raciocino ético baseia-se, essencialmente, nas
consequências que determinada acção trará sobre os envolvidos. Frankena (1973)

A ética de virtudes começa com Aristóteles, que expõe sua teoria centralmente no livro Ética
a Nicômaco. Aristóteles inicia sua teoria das virtudes, perguntando o que nós, seres humanos,
queremos em nossa vida. Qual a finalidade última das nossas acções? Como resposta, nos é
indicada a felicidade (eudaimonia). (Aristoteles, 2006, p.24)

Éticas deontológicas
A ética deontológica sustenta que existem princípios auto-evidentes ou algum princípio
válido a priori tal como o Imperativo Categórico de Kant.

Éticas deontológicas Sustentam que, pelo menos, há outras circunstâncias, além das
consequências boas ou más, que podem tornar correta ou obrigatória uma acção ou uma regra
- determinados traços, próprios do ato mesmo e independentes do valor que ele faça surgir.
(Frankena, 1973, p.30)
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Ética aplicada
A ética aplicada é uma das áreas onde a filosofia, praticada na sua melhor
tradição argumentativa, demonstra a sua fecundidade como instrumento de
abordagem a alguns dos grandes problemas da humanidade. A filosofia é uma
actividade viva, caracterizada pelo estudo minucioso dos problemas e pela tentativa
de produzir respostas convincentes alicerçadas em argumentos sólidos. (Singer, 1993)

Segundo Cortina & Martinez (2005, p.29) dizem que a ética não tem como tarefa
apenas o esclarecimento e a fundamentação do fenómeno da moralidade, mas também
a aplicação de suas descobertas aos diferentes âmbitos da vida social. Ao lado da
tarefa de fundamentação existe a tarefa da aplicação que consiste em averiguar como
os princípios ajudam a orientar os diferentes tipos de actividade.

Singer (1993,p.31) mostra-nos a filosofia no seu melhor, introduzindo de forma exemplar os


seguintes temas: Natureza da ética; Noção de igualdade; Direitos dos animais: Eutanásia;
Aborto; Fome no mundo; Problema dos refugiados; Ética do meio ambiente; Desobediência
civil; Natureza da acção ética; Sentido da vida.

Contudo não basta reflectir sobre como se aplicam os princípios em cada âmbito concreto, é
preciso levar em conta a especificidade de cada actividade com suas próprias exigências
morais e seus próprios valores. Trata-se de averiguar quais são os bens internos que cada tipo
de actividade deve trazer para a sociedade e quais são os valores e hábitos que é preciso
incorporar para alcançá-los. (Cortina & Martinez, 2005, p.29)

Os âmbitos mais desenvolvidos e promissores da ética aplicada são os seguintes: Bioética-


autonomia, beneficência e justiça; Genética- apresenta questões éticas que não se pode evitar:
Até onde vão os processos de mudança? Quais são os fins últimos das manipulações
genéticas? Quem está legitimado a tomar decisões nesses assuntos?; Ética da economia e da
empresa-eficiência económica com os valores morais da equidade e da justiça, o fim e o
sentido, valor da confiança e responsabilidade social; Ética da educação moral
democrática-habilidades técnicas e sociais, racionalidade instrumental, desejo de auto-
realização e a interacção solidária. (Cortina & Martinez, 2005)

A concepção da ética na antiguidade


Sócrates (470−399 a.c), era publicamente adversário da corrupção moral da sua cidade. Pela
exposição de suas ideias, e a contínua insistência em provocar as pessoas para aprofundar o
conhecimento, foi acusado de desvirtuar a juventude e condenado a morte.

Segundo Sócrates o que devemos saber de importante é sobre o ser humano,


conforme sua frase característica: “Conhece-te a ti mesmo”. Quando procuramos
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conhecer o que é o homem e a mulher, elaboramos um conhecimento comum. Só


podemos elaborar este conhecimento analisando as acções do ser humano, e os
motivos pelo quais alguém age desta ou daquela maneira, e uma vez, analisada as
acções, as mesmas podem ser melhoradas. (Vásquez 1992, p. 237)

A ética de Sócrates é racionalista, e dentro dela está uma concepção do bem e de virtude.
Virtude é a capacidade do ser humano de conhecer o bem e o mal, o que é bom ou ruim e
optar pelo bem.

Para Sócrates, bondade, conhecimento e felicidade se entrelaçam estreitamente. O


homem age rectamente quando conhece o bem e, conhecendo-o, não pode deixar de
praticá-lo; por outro lado, aspirando ao bem, sente-se dono de si mesmo e, por
conseguinte, é feliz. (Vásquez 1992, p. 238).

Éticas em Platão (428−348 a.c)


Platão também tinha uma posição contrária à corrupção da vida política ateniense. Sua ética
está ligada directamente a seu pensar político. Para ele, a cidade (polis) é onde se desenvolve
a moral, o comportamento e as atitudes de uma pessoa. Ou seja, a maneira de agir diante
dos outros é muito importante.

A ética de Platão depende intimamente, como a sua política: a) da sua concepção


metafísica (dualismo do mundo sensível e do mundo das ideias permanentes, eternas,
perfeitas e imutáveis, que constituem a verdadeira realidade e têm como cume a Ideia
do Bem, divindade, artífice ou demiurgo do mundo); b) da sua doutrina da alma
(princípio que anima ou move o homem e consta de três partes; razão, vontade ou
ânimo, e apetite; a razão que contempla e quer racionalmente é parte superior, e o
apetite, relacionado com as necessidades corporais, é a inferior). (Vásquez, 1992, p.
238).

O objectivo do ser humano existir, segundo Platão, é libertar-se do que é material, para
chegar a um estágio de admiração e contemplação de um mundo perfeito, onde a ideia do
bem é completa. Isso acontece com a ajuda da comunidade política. O bom homem é o bom
cidadão. Este estilo de vida e de política aparece em sua obra intitulada A República. Onde
inclusive as funções das diferentes classes sociais são orientadas pela razão, através do
exercício de virtudes.

Os governantes-filósofos, deveriam guiar-se pela virtude da Prudência.

• Os Guerreiros, que defendem o Estado, devem guiar-se pela Fortaleza.

• Os Artesãos e comerciantes devem guiar-se pela Temperança. (Vásquez, 1992, p. 238).

A concepção de éticas segundo Aristóteles (384−322 a.C.)


O pensamento ético de Aristóteles o discípulo mais brilhante de Platão, não ficou de fora
também inerrante a questão ética embora os seus pensamentos, fossem um pouco diferente
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com o do seu mestre devido a forma que abordam a suas questões, o seu mestre era mais
mitológico e ele mais empírico.
De acordo com Vásquez, (1992, p. 238), afirma na sua ética que a verdadeira virtude,
é a capacidade de um ser colocar em ato a própria natureza cujo esta natureza do
homem é ser racional, e a virtude consiste consistem em o homem realizar plenamente
a sua racionalidade para que o homem realize plenamente a sua natureza e preciso que
desenvolva, as virtudes éticas, dianoéticas

As virtudes éticas são as que envolvem a vida social, constituindo o complexo sistema de
conduta e costumes dentro da própria sociedade e as virtudes dianoéticas representam a
realização das indicações do intelecto ela funda-se na observação do comportamento humano.
Para o próprio comportamento. Por isso a ética deve ser capaz de indicar quais são os fins, por
meio dos quais o homem realiza a sua própria natureza e deve indicar os meios adequados
para realizar tais fins.

De acordo com Gramba (1993. p.69.) afirma que os fins de cada Acão humana se
submetem aos fins mais elevados, se submetem aos fins mais elevados a ética deve
coordenar a relação entre esses, fins com isto evitar se há a desintegração e harmonia
do agir humano por este motivo ele referiu que se a ética é como ciência
arquitectónica, assim como arquitectura, a ética a ética permitem estabelecer a
harmonia de uma construção, pois ela harmoniza o agir humano e determinando oque
é o bem e quais são os meios para obtê-lo.

Abbagnano (1991,p.174) diz que Aristóteles afirma que todas as acções do homem tendem a
fins que são bens por exemplo a riqueza, a honra prazer pela satisfação que pode proporcionar
a vontade são bens na busca desses bens existe um fim supremo desejado por si próprio, um
fim que outros dependem Aristóteles considera estes fins como sendo a felicidade.

Ética de epicurismo (341 a.c−271 a,c)


A ética epicurista como a ataraxia, a ausência de medo frente à morte, a caracterização do
prazer, e a correta compreensão dos desejos, têm suas bases de justificação no empirismo de
Epicuro, por dois motivos: o princípio de toda escolha ou rejeição é o prazer e a dor; por outro
lado, o conhecimento mesmo do que sejam a morte e o vira-se das coisas, é relativo às
experiências acumuladas que permitem generalizar e inferir a verdade única ou múltipla sobre
elas.
E, no que diz respeito à física, a concepção da alma como corpo material e atómico, é
fundamental na explicação da mortalidade do ser humano. Daí, todo o enfoque ético voltar-se
para sua vida única, irrepetível e limitada.

Divindade: Imortal e Bem-Aventurada


Epicuro afirma que acredita na existência dos deuses, em deuses que são perfeitos e imortais,
não sendo modificados por falsos juízos que os mortais têm acerca deles. Os deuses não
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interferem no andamento das coisas do cosmo e do homem. Conceber assim a divindade


representaria, para Epicuro, não só fonte de inquietação para os homens, mas também uma
impiedade:

os juízos do povo a respeito dos deuses (...) se baseiam (...) em opiniões falsas. Daí a
crença de que eles causam os maiores malefícios aos maus e os maiores benefícios aos
bons. Irmanados pelas suas próprias virtudes, eles só aceitam a convivência com os
seus semelhantes e consideram estranho tudo que seja diferente deles. (Epicuro, 1997,
p. 25-26).

A Morte é Nada para Nós


Epicuro aborda o valor da vida, ainda que seja curta, mas de grande importância se for bem
vivida. Justifica que de nada adiantaria viver muito, se não se vivesse bem. Este ensinamento
epicurista é um grande legado para a sociedade de hoje e nos faz pensar, por exemplo, o que
intencionaram os terroristas no ataque a Nova Iorque. Teria sido a mesma questão pensada
por Epicuro: ainda que viva pouco, viva bem? De nada adiantaria viver mais, num mundo que
não fosse desejado.

Já quanto à morte, Epicuro a trata como privação das sensações. Mostra que não devemos
temê-la, mas que devemos procurar viver bem e de forma feliz até que ela chegue, uma vez
que não é importante ser eterno. “Acostuma-te à ideia de que a morte para nós não é nada,
visto que todo bem e todo mal residem nas sensações, e a morte é justamente a privação das
sensações.” (Epicuro, 1997, p. 27).

Os Desejos Naturais e inúteis


Quanto aos desejos, alguns são chamados por Epicuro de inúteis. Mas há desejos necessários
e, portanto, naturais. São estes últimos responsáveis pela nossa felicidade, pelo bem-estar de
nosso corpo, pelas nossas palavras, pela nossa vida.

Os desejos são naturais (physikaí) ou inúteis (kenaí). Os desejos naturais são aqueles
próprios à natureza humana, isto é, a phýsis é o desejo de comer, beber, abrigar-se; o
desejo fundamental de “nos afastarmos da dor e do medo”, isto é, do desprazer. Os
desejos inúteis, vãos ou privados (o termo é traduzido por vazio (Diôgenes apud
Epicuro, 1997, p. 35).

O prazer: início e fim da vida feliz


Epicuro deixa manifesto a ideia de que o homem deve filosofar e buscar através desta prática
a felicidade, tal a obra: Carta a Meneceu. Porém, a felicidade não deve ser buscada por uma
única vez, mas durante todo o decorrer da vida, conforme indica: “(...) o fim último é o prazer,
(...) que é ausência de sofrimentos físicos e de perturbações da alma. (Epicuro, 1997, p. 43).
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O desejo natural (comer, beber e, mais, estar bem física e psiquicamente) surge como desejo
de superar o desprazer (de fome, de encontrar-se desconfortável física e psiquicamente). O
prazer é, portanto, o satisfazer aquelas necessidades. Remete a uma carência, faz-se objecto de
busca “quando sofremos sua ausência; ao contrário, quando não sofremos, essa necessidade
não se faz sentir” (Epicuro, 1997, p. 37).

É neste sentido que o prazer é princípio. É um princípio que move o ser vivo quando este não
está como deve estar.

A Ética em Santo agostinho (354−430 a.c)


A ética em santo agostinho trata da virtude devinha Tudo que Deus criou é bom, mas o mal
rompeu com a hierarquia da recta ordem divina. Dessa forma, a beatitude do homem só pode
ser encontrada em Deus e para isto ele precisa ser curado do pecado divino. Este amor não é
simplesmente amar de qualquer forma, mais do próprio Deus estabeleceu. Faz-se
necessariamente Viver de forma ético-moral.

Ética de agostinho verdadeira felicidade. Assim, o homem precisa usar os valores do


amor ordenando para se aproximar do bem supremo, agindo assim o amor se torna um
bem para o próprio homem e o seu próximo. O amor é conduzido pela vontade,
conduzir o homem para Deus e guiar toda a sua vida ética e divina, deve ser amado.
Reale & Antiseri (2001,p.148)

A Ética em São Tomas Aquino (1224−1274)


Com base o pensamento da ética de Aquino na sua ética aborda na aceitação dos princípios
cristãos, através da razão e da fé, em perfeita harmonia, num processo de clarificação dos
conceitos e procura de significados, para fazer da escuridão, luz e da confusão, clareza. Com
esse processo, Tomás de Aquino procura estudar o lugar e a natureza dos seres humanos na
ordem cósmica criada por Deus.
Segundo Aquino ética parte do principio da existência de deus, porque nenhuma ética
e possível sem metafísica deve ser fundamentar no conhecimento teológico e no
conhecimento filosófico, na fé e na razão, ética Para Tomás de Aquino, e aquilo que é
bom para mim, tem de ser, também, bom para a minha família, para a minha
comunidade e para a minha nação. Reale & Antiseri (2001,p.456)

Ética moderna
A idade moderna é o período histórico entre os séculos XV a XVIII. Abandonam- se as
explicações sobrenaturais e assume-se a visão antropocêntrica: A pessoa é o ponto de
partida para compreender tudo. A ética moderna é de uma sociedade que se estrutura no
final do modelo feudal de sociedade (medieval) e grandes transformações se verificam: novas
forças produtivas sob o modelo capitalista e desenvolvimento científico. A burguesia
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como classe social se fortalece, impondo seu jeito de pensar e de viver e motivando as
revoluções, como exemplo: a Revolução Francesa em 1789.

Kant (1724-1804). Para Kant o ser humano possui consciência de seu conhecimento e de
sua moral, e a partir disto pode agir, criar e legislar.

É Kant que expressa mais perfeitamente o que vem a ser a ética moderna. Ele viveu toda sua
vida em uma cidade alemã chamada Koenigsberg. Era um admirador da Revolução Francesa
(1789), e desejava ver o mesmo na Alemanha, contudo devido as condições históricas as
alterações ficaram somente no campo das teorias.

Kant apresenta uma teoria sobre o ato de conhecer: o objecto a nossa frente não é igual
e permanente, mas ao contrário: aquilo que conhecemos é produzido pela nossa
consciência. E o mesmo acontece com a nossa moral, é a consciência do indivíduo
que dita sua própria lei. Kant toma com ponto de partida da sua ética o factum (o fato)
da moralidade. É um fato indiscutível, certamente, que o homem se sente responsável
pelos seus actos e tem consciência do seu dever. (Vásquez 1992, p. 248).

Para isto o homem precisa ser livre. E assim a moral para Kant deve estar fundamentada na
bondade dos actos. Mas o que é realmente bom para a pessoa? A boa vontade. Pois ela
age unicamente pelo respeito ao que deve ser feito. E sobre o dever Kant apresenta o
imperativo categórico, que explica o pensamento ético kantiano: “Age de maneira que
possas querer que o motivo que te levou a agir se torne uma lei universal”.

O homem e a mulher deste modo orientam suas atitudes em vista da lei do dever e não
segue outra lei senão o que lhe diz sua consciência. Assim, Kant põe a moral num ponto
alto, pois a situa em um ser humano concreto, e a finalidade da vida está no mundo real que
pode ser visto, e não em outro mundo ideal ou sobrenatural.

A ética kantiana é uma ética formal e autónoma. Por ser puramente formal, tem de
postular um dever para todos os homens, independentemente da sua situação social e
seja qual for o conteúdo concreto (...) por conceber o comportamento moral como
pertencente a um sujeito autónomo e livre, activo e criador, Kant é o ponto de partida
de uma filosofia e de uma ética na qual o homem se define antes de tudo como ser
activo, produtor ou criador. (Vásquez 1992, p. 250)
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Conclusão
Depois de uma leitura exaustiva e compreensiva, concluímos que a ética tem uma tripla
função: 1) esclarecer o que é a moral, quais são seus traços específicos; 2) fundamentar a
moralidade, ou seja, procurar averiguar quais são as razões que conferem sentido ao esforço
dos seres humanos de viver moralmente; 3) aplicar aos diferentes âmbitos da vida social os
resultados obtidos nas duas primeiras funções, de maneira que se adopte uma moral crítica em
vez da subserviência a um código. A ética em santo agostinho trata da virtude devinha Tudo
que Deus criou é bom, mas o mal rompeu com a hierarquia da recta ordem divina. Dessa
forma, a beatitude do homem só pode ser encontrada em Deus e para isto ele precisa ser
curado do pecado divino. Este amor não é simplesmente amar de qualquer forma, mais do
próprio Deus estabeleceu. Faz-se necessariamente Viver de forma ético-moral.
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Referencia Bibliográfica
Abagnano, Nicola. (1991) Historia da Filosofia Vol 1. 5 ed. Editorial Presença Lisboa.

Antiseri, Dario; Reale, Giovanni. (2001) História da Filosofia (vol. I). 8. ed. São Paulo:
Paulus.

Aristóteles. (2006) Ética a Nicômaco. 2ª ed.. Lisboa, QUETZAL Editores

Barros Filho, Clóvis; Pompeu, Júlio. (2014) A filosofia explica grandes questões da
humanidade. 2 ed. São Paulo: Casa do Saber.

Cortina, A. e Martinez, E. (2005) Ética. S. Paulo, Edições Loyola.

Diôgenes Laêrtios. (1997) Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres. (Mário da Gama Kury). 2.
ed. Brasília: UNB.

Epicuro. (1973) Antologia de textos. São Paulo: Abril Cultural. (Os Pensadores) .

Frankena, W. (1973) Ética. Rio de Janeiro: Zahar.

Gambra, R. (1993) História da Filosofia. Lisboa: Planeta Editora.

Pietrek, Torsten. (2011) Phänomenologische Metaethik. Alemanha: Createspace.

Singer, Peter. (1993) Ética Prática, Cambridge University Press, Cambridge.

Vasquez, Adolfo Sanchez. (1992) Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Vaz, Henrique C. de Lima. (1999) Escritos de filosofia IV: introdução à ética filosófica I. São
Paulo, Loyola.

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