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UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE CIÊNCIAS EMPRESARIAIS


DEPARTAMENTOS DE: CONTABILIDADE E AUDITORIA,
ECONOMIA E DE GESTÃO
PLANO TEMÁTICO E ANALÍTICO

CURSOS DE LICENCIATURA EM:


Contabilidade e Auditoria, Gestão Financeira e Bancária, Gestão de Empresas e
Economia.
DISCIPLINA: Ética Fundamental(Teoria da Ética)
DOCENTES: Grupo de Disciplina
CARGA HORÁRIA: 4 Horas semanais
PRIMEIRO ANO / PRIMEIRO SEMESTRE

EMENTA:

A questão das teorias da ética é uma das questões mais discutidas nas relações entre os
homens em sociedade. De entre as várias questões, a ética e a moral, representam
certamente a fundamentação da existência humana. A ética fundamental na lei geral e a lei
moral, referem-se às nossas acções, a maneira de agir e a maneira de regular a nossa vida
individual assim como social. Elas são portanto do domínio prático da existência humana.
De modo mais claro, as teorias da ética dizem respeito a avaliação ou a apreciação de
nossas acções, de nossa conduta e das nossas regras de vida segundo os critérios do bem e
do mal, do justo e do injusto. Esta disciplina, na perspectiva da USTM é destinada aos
estudantes de todos os cursos de Licenciatura na instituição, com o propósito e intuito de
expor clara e detalhadamente os princípios e regras de conduta tanto individual como
comunitário. Na vertente filosófica, aliada a ética fundamental, temos a dignidade da
pessoa humana na medida em que de modo particular destacam o inalienável valor ético e
dignidade humana que nascem da sua racionalidade e singularidade. De facto, ao longo de

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todo o pensamento, verifica-se um gradual reconhecimento da singularidade do homem.
Elevado à categoria de pessoa humana, a pessoa não é exactamente um dado da natureza,
mas uma conquista, uma caminhada conjunta e pessoal de todos e de cada um. Há sempre
o grande perigo de colocar a pessoa como mero instrumento ao serviço de interesses
distantes e alheios à sua dignidade e aos seus valores éticos.

OBJETIVOS DA DISCIPLINA:
1. Dar a conhecer aos estudantes a tradição ética, sua origem, desenvolvimento e sua
importância na vida de cada dia do cidadão;
2. Cultivar, promover e disseminar, entre os estudantes, o desejo ardente de adoptar um
comportamento ético requerido tanto na vida individual como na vida social através da lei
divina;
3. Mostrar aos estudantes que numa sociedade democrática como a nossa, a ética se
apresenta como uma necessidade primordial para uma boa convivência entre os cidadãos;
4. Reflectir as várias Dimensões da lei moral, explicitando os conceitos inerentes a reflexão
no agir humana em relação a lei natural;
5. Analisar a consciência moral sobre várias perspectiva, esclarecendo que ser pessoa
humana é um projecto sempre aberto e inacabado;
6. Expor os o dever que e debater os fundamentos actuais sobre a sua razão pratica e a sua
utilidade para alcançar a felicidade;
7. Pretende-se com esta disciplina para além da divulgação dos aspectos científicos, trazer
aos estudantes a vertente transformadora (prática), a partir da percepcao da virtude levando
os estudantes para intervenção social.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Nº TEMAS
1 Teoria do Mandamento Divino (Ética da lei divina)
2 Teoria Deontológica (Ética deontológica)
3 Teoria da Lei Natural (Ética da lei natural)
4 Teoria Utilitária (Ética utilitarista)
5 Teoria da Ética das Virtudes (Ética da virtudes)
6. Seminários: Diversas Teorias de Ética

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Total de horas incluindo os seminários: 64H.

METODOLOGIA/ RECURSOS DIDÁTICOS:


A transmissão de conhecimentos será feita através de aulas teóricas, que serão dedicadas a
exposição de conteúdos e fundamentos teóricos que suscitará diálogo onde se reflectirá e
gerará debates. Ao longo das aulas será desenvolvida uma abordagem participativa, por
forma a criar-se um ambiente agradável susceptível de evidenciar o dinamismo individual.
Por isso os estudantes estão convidados a emitir as suas opiniões.
Será usado o método de ensino por via de aulas expositivas viradas para um ensino
concentrado no estudante.
As aulas serão desenvolvidas com o acompanhamento de livros indicados na bibliografia e
apostilas. Para o efeito recomenda-se antecipadamente aos estudantes a leitura e revisão dos
temas propostos.
O conteúdo da disciplina será desenvolvido recorrendo sempre a exemplos práticos e a
intensa participação dos estudantes, para que estes venham a compreendera importância da
Ética nas nossas vidas quotidianas.
Haverá seminários que se realizarão trabalhos de pesquisa com temas diversos. Estes devem
ser apresentados pelos estudantes.
Teremos avaliações regulares e contínuas e no fim Exames.

AVALIAÇÃO:
As avaliações serão realizadas de acordo com o calendário Académico e a média de
frequência será calculada pela média aritmética simples das notas de dois testes adicionado
ao trabalho prático do estudante.
Assim, a média de frequência (MF) será calculada como:
MF = Teste I (40%) + Teste II (40%) + Trabalhos 20%.
As condições de acesso e aprovação ao exame são estabelecidas pelo regulamento
pedagógico da USTM em vigor. O exame consiste na realização de uma prova escrita.

BIBLIOGRAFIA:
Adolfo Sanchez Vasquez, Ética, pp.136-150.

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Almeida, Rogério, (1988). Os Valores éticos e políticos. Editora Porto, Porto.
Aquino, Tomás, (1943). Summa Teológica. São Paulo, Edições Loyola,
Arendt, Hanna. (s/d). Condição Humana. Trad. Celso Lafer, Florence, Editora Universitária
(USP). Edgar Morin.
Boff, L. (2004). Ética e Moral: a busca dos fundamentos. (s/l). Petrópolis: Vozes. 2ª Edição
Cano, Betual; (2001). Ética: Arte de Viver: a Alegria de ser Pessoa com Dignidade. 3ª
Edição, São Paulo.
Catâneo, M. (2009). Ética Moderna. Palhoça, Brasil. Unisul Virtual.
Cortina, A. (2003). O fazer ético: guia para educação moral. São Paulo, Brasil. Moderna.
Cortina, Adela, (1996). Ética Civil e Religião, Paulinas, São Paulo.
Dalai Lama (1999). Uma Ética para o Novo Milênio. Rio de Janeiro: Sextante. 7 ed.
Días, M. O. (2014). Ética, Organização e Valores ético-morais. Viseu, Portugal. UPC.
Durant, Guy, (1991). A Bioética, Natureza, Princípios, Objectivos. Paulus, São Paulo.
Hans Kung, (1993). Uma ética para a sobrevivência humana. S. P., ed. Paulina.
IDEM, Republica, livro VIII.
Hegarty, Ângela e Leonardo, Siohan (s/d). Direitos Humano: Uma agenda para o Século
XXI, Instituto Piaget.
Jonas Hans, (2006). O Principio da Responsabilidade, Editora PUC, Rio de Janeiro.
Jonas Hans, (2006). O Principio da Responsabilidade: O ensaio de uma Ética para a
civilização tecnologica.
Kant, Immanuel, (2000). Fundamentação Metafísica dos Costumes. Trad. de António
Lopes, colecção pensadores, São Paulo.
Giannetti, E. (1993). Vícios privados, benefícios públicos: a ética na riqueza das nações.
São Paulo, Brasil. Cia das Letras.
Levinas, Emmanuel; (2009). Humanismo do Outro Homem. Editora Vozes, Petrópolis.
Marculino, Camargo (1999). Fundamentos de Ética Geral e Profissional, Vozes, Petrópoles.
Marciano Vidal, (1978). Moral de atitude. São Paulo.
Maritain, Jacques, (1999). Humanismo integral, Palavra, Madrid.
Mill, John Stuart (2004). Utilitarismo. Lisboa: Porto Editora. Trad. de Pedro Galvão.
Mondin, Battista, (1980). O Homem, Quem é ele? Elementos de Antropologia Filosófica,
Paulinas, São Paulo.
Mounier. Emmanuel, (1967). Manifesto ao Serviço do Personalismo. Livraria Morais,
Lisboa.
Nascimento, Sílvio Firmo do (2010). A Pessoa humana segundo Erich Fromm. Curitiba
Juruá editora, Brasil.

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Nietzsche, F; A (1997). Genealogia da Moral, Editora Guimarães, Lisboa.
Pessini, Léo, (s/d). Problemas atuais de Bioética, Edições Loyola, 5ª edição, São Paulo.
Pinto, Anselmo Orlando (2015). Dignidade e Direitos dos Trabalhadores em Moçambique.
Leitura Teológico-Moral. Imprensa Universitária. Maputo.
Savater, F. (2002). Ética para um jovem (10 ed.). Lisboa. Editorial Presen
Texto De Brotéria, sobre a ética e economia.
Tugendhat, Ernst. (2007). Lições sobre Ética. Petrópolis: Vozes.
Valadier, Paul, (1998). Anarquia de valores. Será o relativismo fatal?. Lisboa, Instituto
Piaget.
Wamala, Joseph, (2011). Apontamentos não editados.
Legenda:
AT = Aula Teórica; AP = Aula Prática; SEM = Seminário; TH = Total de Horas.

PLANIFICAÇÃO ANALÍTICA E SEMANAL

Semana Nº de Aulas Conteúdo Tipo de Aula


Tema 1: Conceitualização e Desenvolvimento
Histórico da Ética e Moral
1.1. Apresentação de todos e do plano e observações
de estudo;
Teórica
1.2. Noção de conceito de: Ciência, Razão, Sentido e

1ª-2ª 1-8 Leitura.


1.3. Definição etimológica de ética e moral e segundo
alguns autores;
Teórica
1.4. Diferenças e semelhanças entre ética e moral.

Tema 2: Teoria da Ética:


1. Divisao da Ética 2. Ética formal
2.1. Os Actos do homem e os Actos humanos
3ª-4ª 9 -16
2.2. O objecto da Ética e Ética Normativa (carácter
normativo, cujo fundamento encontra-se na Metafisica,
na Psicologia e na Sociologia).Relação Ética e outras
ciências
 A Metafisica

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Fundamenta objetivamente a moralidade ao enquadra-la
na ordem geral do Universo e no fim Ultimo do homem.
 A psicologia,
 A psicologia: estabelece uma determinada
conceptiva do, das sua faculdades e accoes e, por
17-20
consequência, orienta a moralidade de acordo com o

sujeito operante.
 Relação da Ética com Sociologia,
 O homem como um ser social, a sociologia ao
considerar a natureza e a estrutura da sociedade,
dai que proporciona novas bases para a Ética.

1ª AVALIACAO

2.3. Ética Formal (ou Geral) estuda os fundamentos ou


princípios da moralidade, de acordo com o fim ultimo do
Teoria e a
homem Divisão
7ª-9ª 25-32
2.4. a) Moralidade objectiva: estuda a consciência
moral, a lei moral, o dever e o direito.
b) Moralidade subjectiva: a responsabilidade moral,
mérito e o demérito, a virtude e o vicio, isto é, as
consequências que se originam das condicinas gerais
estabelecidas, dai que as condicinas são objectivas
(liberdade e a consciência moral).
A conceptiva da Lei geral e da Lei moral (S. Tomás)

10ª-12ª 33 -40  Definição da lei geral em S. Tomás: como sendo Teórica


uma ordenação da razão promulgada por aquele que
tem a seu cargo uma comunidade para bem da
mesma.
 A Lei Eterna (divina): existe na mente divina um
plano ou uma ordem, segundo a qual Deus dirige a
todas criaturas para o seu fim. Como esse plano
existe na inteligência divina, chama-se Lei eterna.
 A Lei Natural: o conjunto de normas que o homem
deve trilhar para conseguir o fim para que foi criado.

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 A Lei Positiva: uma ordenação da razão, procedente
da vontade livre do legislador que se vem juntar a lei
natural para a determinar e explicar.
 Lei Moral: conjunto de normas pertencentes a lei
natural ou positiva que conduzem o homem para o
seu fim ultimo.(se excluem as leis sociais, civis,
políticas e económicas, como pertencentes a ordem
terrena).
 As Leis Morais, tem caracteres específicos que as
distinguem de quaisquer outras: sao obrigatórias,
absolutas e universais.
1ª Avaliação
Tema 4:Teoria Deontológica
41-48
13ª e (Ética Deontologia).
24ª

4.1. A Lei moral: as leis morais, são o conjunto de normas


Teórica
pertencentes a lei natural ou positiva que conduzem o
Kant (1995)
homem para o seu fim último. Fundamentação
da Metafisica
Os ditames da consciência moral:
dos Costumes.
 obrigatórias: obrigação moral
 Absolutas: Imperativo categórico, moral do dever
(age unicamente de acordo com a máxima que te
faca simultaneamente desejar a sua transformação
em lei universal). 2. Age de tal forma que trates a
humanidade, tanto na tua pessoa como na de
qualquer outro, sempre simultaneamente como um
fim, e nunca simplesmente como um meio.
 Universais:Valido para todos os homens de todos os
tempos e lugares.
 4.2. Condicionas do dever: Liberdade e a
Dualidade da natureza Humana (Age de tal forma
que trates a humanidade, tanto na tua pessoa como
na de qualquer outro, sempre simultaneamente como
um fim, e nunca simplesmente como um meio),nas
três disposições kantianas:
 Animalidade

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 Humanidade
 Personalidade :(boa vontade),[…] a boa vontade não
é pelo que produz e realiza, nem por facilitar o
alcance de um fim que nos proponhamos, mas apenas
pelo querer mesmo[…]
4.6. Fundamento do dever e direito:
49-52 Teórica
 Racionalismo
25
 Positivismo
 Teísmo
Teoria Utilitária (Ética utilitarista)
26ª 53-60  Teoria de prazer maior (calculo das utilidades) Teórica
 Critério de discriminação de carácter qualitativo Stuart Mill,
 Definição do Critério de utilidade :[…]as acções Utilitarismo
são licitas na medida em que tendem a promover a Jeremy
felicidade e ilícitas na medida em que tendem a Bentham, Uma
promover o contrario da felicidade. Por felicidade Introdução aos
entende-se o prazer e a ausência da dor; por Princípios da
infelicidade, a dor e a privação do prazer. Moral e da
 Distinção entre a quantidade e a qualidade dos Legislação,
prazeres. […] independentemente de qualquer 1982
sentimento obrigação moral respeitante a tal
preferência, dos dois este serão o prazer
desejável[…]
 Felicidade pessoal e felicidade geral. - O Critério
utilitário nao consiste na maior felicidade do agente,
mas na maior soma de felicidade geral; e, se ee
possível duvidar que a nobreza de carácter de um
homem o torne sempre mais feliz, nao ee possível
negar que aumente a felicidade dos outros, e que, em
geral, nao seja de grande vantagem para o
mundo[…]

Tema 5: Teoria da Ética das Virtudes (Ética da Prática


virtudes)
5.1. Virtude: Uma disposição habitual do homem para Prática
27 61-64
cumprir o dever
 A Prudência, a fortaleza, a temperança e a justiça:
27ª
(a justice consiste na vontade firme e constante de dar a
cada um o que lhe ee devido).
 Tipos de justice :

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61-64  A justice comutativa, distributiva e social
28ª
 Virtudes teológica:
 A fé, a esperança e a caridade (caridade consiste no
amor ao próximo)
5.2. Vicio (disposição permanente para a imoralidade ou
para certas formas da imoralidade)
2 AVALIACAO

Teórica
EXAME SEMESTRAL

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