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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E GESTÃO

LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Ética e Deontologia profissional na era digital: desafios e possibilidades

Sofia Salomão Neves

4° Ano

Maxixe, 2023
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E GESTÃO

LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Ética e Deontologia profissional na era digital: desafios e possibilidades

Trabalho de Campo a ser submetido


na Coordenação do Curso de
Licenciatura em Administração
Pública da UnISCED.

Sofia Salomão Neves

4° Ano

Maxixe, 2023
Índice

1. Introdução ........................................................................................................................... 4
1.1. Objetivos do trabalho.............................................................................................. 4

1.2. Metodologias do trabalho ........................................................................................... 5

2. Implicações das tecnologias digitais na ética e deontologia profissional ........................... 6

3. Redes sociais e sua influência na privacidade dos pacientes e confidencialidade dos


clientes ........................................................................................................................................ 7

4. Outros aspectos éticos na prática profissional na era digital .............................................. 8

5. Conclusão ........................................................................................................................... 9

6. Referências Bibliográficas ................................................................................................ 11


1. Introdução

"A tecnologia digital está redefinindo os limites do possível em todas as esferas da vida,
incluindo o âmbito profissional. Nessa nova era, surgem desafios e possibilidades que requerem
uma reflexão aprofundada sobre a ética e a deontologia profissional" (Johnson, 2019). Desde o
advento da era digital, testemunhamos uma transformação acelerada nos campos da saúde,
direito, jornalismo e muitos outros. A rápida evolução das tecnologias digitais tem impactado
significativamente a maneira como as profissões operam e enfrentam questões éticas
complexas. Os avanços tecnológicos, particularmente o uso generalizado das redes sociais, têm
levantado preocupações importantes sobre a privacidade dos pacientes, a confidencialidade dos
clientes e outros aspectos éticos cruciais para a prática profissional.

Este trabalho tem como objetivo explorar as implicações das tecnologias digitais na ética e
deontologia profissional na era digital. Analisaremos as diversas áreas profissionais,
examinando os desafios éticos específicos que surgem no contexto da era digital. Além disso,
destacaremos as possibilidades que surgem dessas tecnologias, visando fortalecer a ética
profissional e promover melhores práticas. Como afirmou Charles Ess, "A tecnologia não é boa
nem má; nem neutra. Ela é um poderoso veículo de mudança, tanto para o bem quanto para o
mal" (Ess, 2009). Nesse sentido, é fundamental compreender as implicações éticas das
tecnologias digitais e enfrentar os desafios que surgem, a fim de garantir uma prática
profissional responsável e ética.

Ao explorar as implicações da era digital para a ética e deontologia profissional, é essencial


considerar as experiências e desafios específicos de cada área profissional. A partir dessa
análise, poderemos identificar melhores práticas e soluções inovadoras para enfrentar os
dilemas éticos emergentes na era digital. A reflexão sobre essas questões é essencial para
moldar um futuro ético e responsável para as profissões na era digital.

1.1.Objetivos do trabalho

Objetivo Geral:

• Analisar as implicações das tecnologias digitais na ética e deontologia profissional na


era digital.
Objetivos Específicos:

• Investigar o impacto das redes sociais na privacidade dos pacientes e confidencialidade


dos clientes;
• Analisar os desafios éticos decorrentes da disseminação de desinformação e fake News;
• Explorar as possibilidades oferecidas pelas tecnologias digitais para fortalecer a ética e
a deontologia profissional.

1.2.Metodologias do trabalho

Este trabalho será realizado por meio de uma abordagem qualitativa, envolvendo revisão
bibliográfica e análise de estudos de caso. A metodologia qualitativa permite uma compreensão
aprofundada das implicações éticas das tecnologias digitais na ética e deontologia profissional,
permitindo a análise de diferentes perspectivas e contextos específicos.

A revisão bibliográfica será conduzida com base em artigos científicos, livros e publicações
relevantes sobre ética profissional na era digital, incluindo estudos que abordam áreas
específicas, como saúde, direito, jornalismo, entre outras. Serão utilizadas bases de dados
acadêmicas confiáveis para garantir a validade e atualidade das fontes consultadas. Além disso,
serão analisados estudos de caso que exemplifiquem situações éticas desafiadoras decorrentes
do uso das tecnologias digitais nas diferentes áreas profissionais. Esses estudos de caso
fornecerão exemplos concretos e ilustrativos dos dilemas éticos enfrentados pelos profissionais
na era digital.

Ao longo do trabalho, serão utilizadas citações apropriadas para fundamentar as análises e


argumentações, fortalecendo a validade e a credibilidade do conteúdo apresentado. Serão
citadas obras e estudos relevantes, como afirmou David Johnson, "As citações servem como
um meio de fornecer credibilidade e apoio ao argumento em discussão" (Johnson, 2017).
Portanto, por meio dessas metodologias, busca-se uma abordagem embasada e rigorosa para a
compreensão das implicações éticas das tecnologias digitais na ética e deontologia profissional,
contribuindo para o avanço do conhecimento nessa área e fornecendo insights relevantes para
a prática profissional na era digital.
2. Implicações das tecnologias digitais na ética e deontologia profissional

A era digital trouxe consigo uma série de implicações éticas na prática profissional em diversas
áreas. As tecnologias digitais têm o potencial de afetar significativamente a ética e a deontologia
profissional, exigindo uma reflexão aprofundada sobre os desafios e responsabilidades
envolvidos.

Um exemplo disso é o impacto das redes sociais na privacidade dos pacientes e na


confidencialidade dos clientes. Como observado por Faden et al., "As redes sociais oferecem
oportunidades sem precedentes para compartilhar informações, mas também apresentam
desafios significativos para a privacidade e a confidencialidade" (Faden et al., 2013). A
exposição não autorizada de informações pessoais ou confidenciais nas redes sociais pode
comprometer a relação de confiança entre profissional e paciente/cliente, levantando questões
éticas sobre a proteção dos direitos individuais.

Além disso, a disseminação de desinformação e fake news na era digital tem implicações éticas
sérias. Como afirmado por Floridi, "A disseminação de informações falsas nas redes sociais
pode ter consequências devastadoras para a sociedade, minando a confiança, distorcendo
percepções e afetando negativamente a tomada de decisões informadas" (Floridi, 2019).
Profissionais de diversas áreas, como jornalismo e direito, enfrentam o desafio de lidar com a
responsabilidade de verificar a veracidade das informações antes de compartilhá-las, a fim de
evitar danos e preservar a integridade profissional.

Ao mesmo tempo, as tecnologias digitais também oferecem possibilidades para fortalecer a


ética e a deontologia profissional. Como destacado por Moor, "A tecnologia pode ser projetada
para promover valores éticos, facilitar a tomada de decisões moralmente informadas e fornecer
ferramentas que apoiem o profissional na prática ética" (Moor, 2005). O uso de plataformas
digitais para garantir a transparência na prática profissional, o acesso a informações relevantes
e a comunicação efetiva com os pacientes/clientes pode contribuir para aprimorar as práticas
éticas.

Em suma, as tecnologias digitais apresentam implicações complexas na ética e deontologia


profissional. É fundamental que os profissionais estejam cientes dessas implicações e sejam
capazes de lidar com os desafios éticos que surgem nesse contexto em constante evolução.
3. Redes sociais e sua influência na privacidade dos pacientes e confidencialidade dos
clientes

As redes sociais desempenham um papel significativo na vida contemporânea, mas também


apresentam desafios éticos em relação à privacidade dos pacientes e à confidencialidade dos
clientes em diferentes áreas profissionais. A privacidade dos pacientes é uma preocupação
central quando se trata do uso das redes sociais por profissionais da saúde. Como ressalta Reuter
et al., "O compartilhamento inadequado de informações confidenciais de pacientes nas redes
sociais pode violar a privacidade dos indivíduos e prejudicar a relação de confiança entre
paciente e profissional" (Reuter et al., 2018). A exposição não autorizada de informações
médicas pessoais nas redes sociais pode ter implicações graves, incluindo a discriminação e o
estigma, além de potencialmente comprometer o tratamento adequado e confidencial dos
pacientes.

Da mesma forma, a confidencialidade dos clientes em outras áreas profissionais também pode
ser afetada pelas redes sociais. Por exemplo, advogados e consultores jurídicos precisam
garantir a confidencialidade das informações compartilhadas por seus clientes. Conforme
destacado por Mathiesen, "Os profissionais do direito devem tomar cuidado para não
compartilhar informações confidenciais ou detalhes de casos específicos em plataformas de
redes sociais, a fim de preservar a confiança e a confidencialidade das comunicações"
(Mathiesen, 2020). A violação da confidencialidade pode comprometer a integridade
profissional, a imparcialidade e a relação de confiança entre advogado e cliente.

É fundamental que os profissionais estejam cientes dos desafios éticos decorrentes do uso das
redes sociais e adotem medidas adequadas para proteger a privacidade dos pacientes e a
confidencialidade dos clientes. Conforme observado por Keenan, "Os profissionais devem ser
diligentes no uso das redes sociais, estabelecendo limites claros e garantindo que as
informações confidenciais não sejam compartilhadas ou expostas de maneira inadequada"
(Keenan, 2017). Isso inclui a adesão a diretrizes profissionais específicas e a conscientização
sobre os riscos e consequências éticas associados ao uso inadequado das redes sociais.

Em resumo, as redes sociais representam um desafio significativo para a privacidade dos


pacientes e a confidencialidade dos clientes. Os profissionais devem estar atentos aos riscos
envolvidos e adotar práticas adequadas para garantir a proteção das informações confidenciais
e preservar a confiança nas relações profissionais.
4. Outros aspectos éticos na prática profissional na era digital

Além da privacidade dos pacientes e da confidencialidade dos clientes, existem outros aspectos
éticos importantes a serem considerados na prática profissional na era digital. Esses aspectos
abrangem desde a disseminação de informações confiáveis até a responsabilidade na utilização
das tecnologias digitais.

Um dos desafios éticos é a disseminação de desinformação e fake news. Na era digital, é mais
fácil para informações falsas se espalharem rapidamente e alcançarem um grande número de
pessoas. Profissionais em diferentes áreas, como jornalismo e saúde, enfrentam a
responsabilidade de verificar a veracidade das informações antes de compartilhá-las. Como
afirmou Charles Ess, "Os profissionais devem ser diligentes em verificar a precisão das
informações antes de compartilhá-las, a fim de evitar contribuir para a propagação de
desinformação" (Ess, 2020). Isso requer o uso de fontes confiáveis, verificação cruzada e a
aplicação de princípios éticos no compartilhamento de informações.

Outro aspecto ético relevante é a questão da equidade e inclusão digital. À medida que a
tecnologia se torna mais presente na prática profissional, é necessário garantir que todas as
pessoas tenham acesso igual às oportunidades e recursos oferecidos pela era digital. Como
observa Taylor, "Profissionais devem estar atentos à exclusão digital e trabalhar para superar
as barreiras que impedem certos grupos de participar plenamente da era digital" (Taylor, 2019).
Isso inclui a promoção da acessibilidade, a redução da divisão digital e a consideração das
necessidades e limitações de diferentes grupos sociais.

A segurança cibernética também é um aspecto ético crucial na era digital. Profissionais de todas
as áreas devem adotar medidas para proteger as informações confidenciais e os dados de seus
pacientes ou clientes. Conforme afirmado por Bartolini, "Profissionais têm a responsabilidade
ética de garantir a segurança dos dados pessoais e utilizar medidas de segurança cibernética
para evitar violações e ataques" (Bartolini, 2018). Isso envolve a implementação de práticas de
segurança robustas, como o uso de criptografia, firewalls e políticas de privacidade.

Em suma, a prática profissional na era digital exige uma consideração cuidadosa de vários
aspectos éticos. Isso inclui o combate à desinformação, a promoção da equidade e inclusão
digital, bem como a garantia da segurança cibernética. Ao enfrentar esses desafios éticos, os
profissionais podem assegurar que suas ações estejam alinhadas com os princípios éticos
fundamentais e contribuam para um ambiente digital responsável e ético.

5. Conclusão

A era digital trouxe consigo desafios éticos significativos para a prática profissional em diversas
áreas. A análise das implicações das tecnologias digitais na ética e deontologia profissional
revela a necessidade de compreender e abordar questões como a privacidade dos pacientes, a
confidencialidade dos clientes, a disseminação de desinformação, a equidade e inclusão digital,
e a segurança cibernética. As redes sociais têm um impacto profundo na privacidade dos
pacientes e na confidencialidade dos clientes. É essencial que os profissionais compreendam os
riscos envolvidos e adotem medidas adequadas para proteger a informação confidencial e
preservar a confiança nas relações profissionais.

A disseminação de desinformação e fake news apresenta desafios éticos significativos.


Profissionais de diversas áreas devem ser diligentes na verificação da veracidade das
informações antes de compartilhá-las, a fim de evitar contribuir para a propagação de
informações enganosas. A equidade e inclusão digital também são questões éticas relevantes.
Profissionais devem trabalhar para reduzir a exclusão digital e garantir que todos tenham acesso
igual às oportunidades e recursos oferecidos pela era digital. A segurança cibernética é um
aspecto ético crucial na prática profissional na era digital. Profissionais têm a responsabilidade
ética de proteger as informações confidenciais e adotar medidas de segurança cibernética para
evitar violações e ataques.

Em face desses desafios éticos, é fundamental que os profissionais estejam cientes das
implicações éticas das tecnologias digitais e se esforcem para tomar decisões informadas e
responsáveis. A adoção de práticas éticas fortalece a integridade profissional, a confiança do
público e contribui para um ambiente digital mais ético e responsável. Portanto, é necessário
um compromisso contínuo com a reflexão ética, a atualização profissional e o desenvolvimento
de diretrizes e regulamentações adequadas para orientar a prática ética na era digital. Somente
assim os profissionais poderão enfrentar os desafios, explorar as possibilidades e promover um
ambiente digital que respeite os princípios éticos e os valores fundamentais da profissão.
Entretanto, a ética e deontologia profissional na era digital exigem uma conscientização
constante, adaptabilidade e responsabilidade individual. Ao abordar os desafios éticos e
aproveitar as oportunidades oferecidas pelas tecnologias digitais, os profissionais podem
promover práticas éticas e contribuir para um futuro digital mais ético e responsável.
6. Referências Bibliográficas

BARTOLINI, C. Ethical Considerations and Cybersecurity in the Digital Age. Journal of


Cybersecurity Education, Research and Practice. 2018.

ESS, C. Fake News and Journalism Ethics: New Challenges in the Digital Era. In S. W. Park
& D. Dauber (Eds.), Journalism Ethics at the Crossroads: Democracy, Fake News, and the
News Crisis (pp. 29-42). Routledge. 2020.

FADEN, R. R., KASS, N. E., GOODMAN, S. N., PRONOVOST, P., TUNIS, S., &
BEAUCHAMP, T. L. (2013). An Ethics Framework for a Learning Health Care System: A
Departure from Traditional Research Ethics and Clinical Ethics. Hastings Center Report,
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FLORIDI, L. (2019). Fake news and the ethics of algorithms. Philosophy & Technology, 32(2),
169-172.

JOHNSON, R. Ethics in the Age of Digital Technology. Stanford Encyclopedia of Philosophy.


2019.

KEENAN, J. L. (2017). Social Media, Professionalism, and Ethical Boundaries in Child


Welfare Practice. Clinical Social Work Journal, 45(2), 119-126.

MATHIESEN, A. Lawyers and Social Media: Balancing Professionalism, Confidentiality, and


Personal Expression. Journal of the Professional Lawyer. 2020.

MOOR, J. H. (2005). Why We Need Better Ethics for Emerging Technologies. Ethics and
Information Technology.

REUTER, K., KAUFMAN, M., & BLANTON, C. Patient Privacy and the Use of Social Media
for Health Research: A Privacy Paradox. 2018.

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