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12/07/2023 17:41 1º Roteiro de estudo

1º Roteiro de estudo

Site: TCU Moodle Site Impresso por: Fernando Afonso de Nadai


PNPC - Mecanismo da prevenção: Conhecendo a Gestão da Ética Data: quarta, 12 Jul 2023, 17:47
Curso:
e da Integridade
Livro: 1º Roteiro de estudo

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Índice

Apresentação do tópico

1ª Unidade: Ações de conscientização da ética e integridade


1.1 A ética nas organizações
1.2 O que é um plano de integridade
1.3 O patrocínio da Alta Direção
1.4 Ações de conscientização e a cultura organizacional
1.5 Minicaso
1.6 Vídeos Complementares
1.7 Material Complementar
1.8 Referências

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Apresentação do tópico

Assista ao vídeo do Prof. Jackson Souza com a apresentação geral da primeira aula.

Olá

Iniciamos nosso curso Implementação de práticas do mecanismo Prevenção, Conhecendo a Gestão da Ética e da Integridade. O curso está inserido no
âmbito do Programa Nacional de Prevenção à Corrupção (PNPC), iniciativa das redes de controle de todo o Brasil, que tem como objetivo a melhoria
dos mecanismos e componentes das organizações públicas no enfrentamento da corrupção.

O curso está dividido em 5 aulas. Vamos falar inicialmente sobre as ações de conscientização da ética e integridade nas organizações, depois
trataremos sobre a importância de se ter um código de ética e uma comissão de ética atuante. Em seguida, discutiremos sobre as políticas de
prevenção aos conflitos de interesse e sobre a necessidade de se ter práticas de tratamento quando da variação de patrimônio dos colaboradores.
Continuando, na quarta aula falaremos da necessidade de regulamentação de recebimento de presentes e de participação em eventos, para depois
concluir com uma abordagem sobre as principais estruturas de controle que as organizações devem ter para minimizar a ocorrência de eventos de
fraude e corrupção.

Essa é a primeira de uma série de três ações de capacitação, todas na modalidade EaD, que as redes de controle levam para as organizações, no
esforço de capacitação e qualificação do pessoal que integra as quase dez mil organizações públicas que atualmente abrangem o programa.

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1ª Unidade: Ações de conscientização da ética e integridade

Quantas vezes não ouvimos e falamos em ética e moral como sinônimos de comportamento correto, adequado, honesto, não é mesmo?

Mas, quando usamos essas palavras no dia a dia, é comum haver uma confusão de conceitos, daí a importância de fazermos uma distinção inicial. E
quanto incluímos a integridade na tentativa de conceituação, mais confusão se forma na nossa cabeça.

Então vamos lá!

Mas não se preocupe em decorar conceitos. A diferenciação será meramente para fins de estudo e tem o objetivo de, em alguns momentos e
situações específicas, marcar essa distinção e não gerar mais confusão.

O mais importante nesse momento é saber que a difusão de comportamentos éticos é uma importante ferramenta de combate à corrupção.

E falando nisso, já de início é importante também contextualizar as discussões sobre ética e integridade no âmbito do que se propõe o nosso curso,
que é o de levar as melhores práticas e ferramentas de gestão ao enfrentamento da corrupção, dentro da filosofia do PNPC, que é o Programa
Nacional de Prevenção à Corrupção.

Nesse sentido, o PNPC trata o enfretamento da corrupção, como não poderia deixar de ser (está até no nome, né?) na perspectiva da prevenção,
privilegiando a capacitação das organizações no desenvolvimento e aprimoramento das ferramentas gerenciais e de governança que as proteja desse
mal que tanto corrói nossas organizações e nossa sociedade.

Não que o combate a posteriori dos eventos de fraude e corrupção não seja importante, ou deva ser deixado de lado.

Não!

Havendo fraude e corrupção os responsáveis têm que ser identificados e punidos, na forma da lei.

Na esfera criminal, os ministérios públicos e as polícias civil e federal estão em constante atuação em operações de desbaratamento das organizações
criminosas que assaltam os cofres públicos. Os tribunais de contas e as controladorias, nas suas esferas da atuação, também exercem importante papel
na repressão dos atos de gestão irregulares e dos quais decorrem prejuízos para o erário.

Mas é sabido por todos que esse processo de identificação, responsabilização e punição é demorado, custoso para a sociedade e, infelizmente, pouco
efetivo no sentido de prevenir e evitar que novos casos aconteçam.

Por mais que a polícia investigue e prenda, o ministério público ofereça a denúncia e a justiça condene os corruptos, o mal já foi feito. A política
pública não se realizou ou foi feita de modo incompleto.

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A escola ficou sem alimentação escolar ou foi servida em quantidade insuficiente. O hospital não recebeu os remédios e equipamentos. Pessoas
morreram por causa disso. Alunos ficaram sem estudar.

Nenhuma condenação ou restituição de valores é capaz de reparar os enormes danos para a sociedade.

Saiba mais sobre o Índice de Percepção da Corrupção acessando o site da Transparência Internacional em https://transparenciainternacional.org.br/

A prevenção então se apresenta como alternativa mais adequada de enfrentamento da corrupção, pelo seu baixo custo de implantação e alta
efetividade de resultados.

Ações simples e ao alcance de todas as organizações públicas, independentemente de sua infraestrutura ou qualificação de pessoal, podem ser
adotadas com vista à diminuição dos casos de corrupção, com possibilidade de situar o Brasil em posições melhores nos índices de percepção da
corrupção e com os eventos controlados e em níveis aceitáveis, semelhantes aos países mais avançados no seu enfrentamento.

Pois bem! Feitas as distinções e a contextualização vamos ao nosso conteúdo.

Inicialmente, vamos tratar da ética nas organizações, como fator inicial de criação de uma cultura organizacional que estabeleça uma espécie de
escudo contra eventos de fraude e corrupção.

Os agentes privados que se relacionam com a sua organização, a partir da implementação e aperfeiçoamento desses mecanismos, vão saber que ali
não prosperam ações e condutas que estejam em desacordo com probidade e com o interesse público, fazendo com que esses agentes sequer tentem
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qualquer conduta em outro sentido.

Eventuais agentes públicos com propensão a atos de corrupção também estarão limitados em sua ação delitiva, em razão da força do grupo, a
chamada cultura organizacional.

Falaremos um pouco mais sobre cultura organizacional e a influência da ação de agentes públicos corruptos nos tópicos a seguir.

Então, o que se propõe é que as organizações difundam seus conceitos de ética e moral para dentro da organização, como parte do processo de
criação ou reforço da cultura organizacional.

Mas não é só isso!

É preciso também, e isso é muito importante, que se promova essa difusão para fora da organização, em todo o seu entorno de relacionamento,
alcançando os colaboradores que não integram seu quadro de pessoal, como empregados das empresas de terceirização, principalmente aqueles
alocados nas atividades da organização, como pessoal da limpeza e conservação, copeiragem, atendimento e segurança.

Inclua aí também aqueles que não estão exercendo atividades dentro da organização, mas com ela mantém relações, como os prepostos e
responsáveis por esses contratos de terceirização.

Não esquecer também dos estagiários, considerando que eles compõem um contingente numericamente importante em contato com a organização e
com um componente adicional de relevância. São estudantes que com a organização mantêm importante relacionamento de execução de atividades
ao mesmo tempo em que têm a sua formação profissional e de relação interpessoal moldada pela cultura da organização em que estão inseridos no
estágio.

Temos então um cenário em que as organizações precisam adotar práticas que reflitam a moral do grupo e a ética organizacional, formando uma
cultura de integridade.

Daí porque ganha importância a existência de um plano de integridade, que estruture as ações e atividades nesse sentido.

Assume papel importante na construção de uma consciência ética na organização a alta direção, que pode ser representada pela presidência, dirigente
máximo, colegiado diretivo ou outras denominações e composição do centro decisório.

Todos esses aspectos serão abordados nos tópicos seguintes, de modo a trazer as informações necessárias para a compreensão e implementação de
práticas de conscientização da conduta ética e íntegra em sua organização.

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1.1 A ética nas organizações

Como vimos na introdução, há diferenças conceituais entre ética e moral.

Vamos recordar rapidinho?

Ética: constitui-se em um conjunto de regras que conduz os indivíduos, permitindo-os agir com base na distinção do que é correto ou incorreto.

Moral: é o padrão de comportamento de uma determinada coletividade, que impõe aos indivíduos dessa comunidade regras de conduta que estejam
alinhadas com o pensamento dominante.

Apesar de se encontrar no âmbito da pessoa (eu, você, seu colega de trabalho etc.) a ética também pode ser atribuída a uma organização.

Devemos compreender que as organizações não são entidades estáticas e sem vida. A exemplo dos seres vivos naturais, elas também pulsam e
interagem com o ambiente, ainda que por meio das pessoas que as compõem, daí a aplicação do conceito de ética também para as organizações.

Chamar uma organização de ética significa que ela atende aqueles pressupostos de constituição de uma entidade (seja ela pessoa física ou
organização) com os valores, princípios e moral comum que a fazem trilhar pelo caminho da retidão.

Mas como compreender isso numa entidade que é constituída por pessoas, cada uma delas com uma história de vida que as enquadra em mais ou
menos propensas a seguirem uma linha comum de retidão comportamental?

Um elemento fundamental nessa compreensão está na construção de uma cultura organizacional, que falaremos mais adiante no tópico 4.

Por ora, é importante compreender que as organizações são compostas por pessoas, que influenciam e sofrem influência do grupo que as compõe, e
isso reflete na forma como aquela organização lida com as questões do dia a dia.

Cuidar da ética nas organizações, ou melhor, tornar uma organização ética significa primeiro cuidar das pessoas que ali estão. Uma organização vai ser
mais ou menos ética de acordo com a propensão à honestidade e correção de ações dessas pessoas.

Uma situação ilustra bem a importância do conjunto de pessoas para a constituição de uma organização ética.

Zenkner (2019, p. 54) faz referência à classificação das pessoas numa organização conforme a propensão à honestidade/desonestidade nas cores
verde, amarelo e vermelha, ou os íntegros, os tíbios e os desonestos.

Os íntegros são incapazes de aceitar benefícios que firam minimamente a sua dignidade, ou seja, aquilo que eles consideram como o correto. Eles são
honestos pela honestidade.

Os tíbios, também chamados de vacilantes, agem de acordo com as circunstâncias, pendendo para um lado ou para o outro na balança da
honestidade e retidão conforme a situação. Eles são honestos ou desonestos de acordo com as circunstâncias.

Já os desonestos não apenas cometem os ilícitos como procuram corromper o ambiente em que atuam, qualquer que seja a circunstância. Eles são
desonestes pela desonestidade, independente da circunstância.

Falaremos mais detalhadamente quanto à importância do patrocínio da alta administração no item 3.

Por enquanto, vale a pena observar o quanto a direção de uma organização tem poder de influenciar os seus integrantes quando são mais ou menos
propensos aos atos de fraude e corrupção, mais especificamente aqueles classificados como vacilantes, que chamamos de tíbios.
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Isso vale tanto para a Alta Direção quanto para as posições de chefia intermediárias, desde que tenha pessoas sob sua responsabilidade.

Quando a posição de chefia é formada por um ‘verde’, a sua forma de liderar pelo exemplo é capaz de influenciar os tíbios (amarelos), passando estes
subordinados a tonalidades esverdeadas, ou seja, assumem comportamentos éticos segundo as circunstâncias e comportamento da organização.

No sentido contrário, ao assumir a posição de chefia um integrante do grupo classificado como ‘desonesto’, o seu exemplo (mau exemplo) contamina
os amarelos vacilantes, que pendem para o comportamento desonesto, comprometendo a integridade daquela organização.

A distinção feita acima entre a “honestidade pela honestidade” e a “honestidade para obtenção de benefícios” pode ser relativizada quando pensamos
nas organizações e o comportamento ético presente em suas ações.

Ao se comportar de maneira ética, as organizações criam um escudo contra a investida de agentes internos e externos que poderiam comprometer a
sua integridade, e esse é um benefício que não se pode desconsiderar.

Nesse caso, difere do interesse mesquinho e momentâneo, para um interesse legítimo, o de criar uma proteção adicional para a organização.

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1.2 O que é um plano de integridade

Como vimos nos tópicos anteriores, a integridade de uma organização está relacionada à aplicação dos conceitos de ética e moral pelas pessoas que
compõem aquela organização.

Mas para colocar em prática, ou para que a integridade se materialize na prática, ou seja, que apareça nas situações do dia a dia organizacional, é
importante que se tenham as ações e atividades arrumadas de modo que a sua aplicação seja facilmente compreendida, assimilada e praticada por
todos.

Daí a importância da existência de um plano de integridade da organização.

É importante, nesse passo, introduzir dois conceitos para que não haja confusão terminológica, se bem que os conceitos esclarecem mais dúvidas de
natureza operacional do que propriamente conceitual.

O que vem a ser um programa de integridade e um plano de integridade?

Tomando emprestado as definições da CGU em seu manual de implementação de programas de integridade, temos:

Programa de Integridade: conjunto de medidas e ações institucionais voltadas para a prevenção, detecção, punição e remediação de fraudes e atos
de corrupção com o objetivo de garantir um ambiente de integridade, ou seja, é a estrutura de incentivos organizacionais, o guia de comportamento
dos agentes públicos de uma determinada organização alinhados ao interesse público.

Plano de Integridade: é o documento que contém a sistematização de um conjunto organizado de medidas a serem implementadas, em um
determinado tempo, com a finalidade de prevenir, detectar e remediar as ocorrências de atos que firam a integridade daquela organização. É um
documento formal, aprovado pela alta direção, com as informações, atividades e propostas de implementação de um programa de integridade.

É importante destacar que a promoção de um programa de integridade em uma organização pressupõe a maturidade de várias estruturas
organizacionais, como a auditoria interna, corregedoria e ouvidoria, bem como de atividades, como a promoção da transparência e de processos de
prevenção à corrupção.

Assim, a ideia de um programa de integridade é integrar todas essas atividades em um objetivo comum, materializada em um plano, de modo que a
condução da organização se dê de modo íntegro, minimizando os riscos de corrupção, em benefício da coletividade.  

Alguns elementos são essenciais na construção de um plano de integridade: os padrões éticos; a comunicação e treinamento; o estabelecimento de
canais de denúncia; as medidas de controle e as correções.

Padrões éticos: formalização do que se espera do comportamento dos agentes de uma organização e a base de princípios e valores que orientam
esse comportamento. Deve conter manuais de conduta, código de ética, diretrizes de integridade e comissão de ética formalmente designada.

Comunicação e treinamento: preocupação em levar para toda a organização os princípios norteadores da integridade, normalmente expostos no
Código de Ética. Todos aqueles que interagem com a organização, e não apenas os colaboradores diretos, devem ser alcançados pela política de
comunicação, por meio de eventos periódicos sobre ética. Os contatos da comissão de ética devem estar disponíveis para todos.

Canais de denúncia: controles internos ativos e atuantes e cultura organizacional anticorrupção forte são fatores que já inibem o cometimento de
fraudes, principalmente quando já são de conhecimento de todos da organização. Mas sabemos que não é suficiente. Por isso que a denúncia de
ocorrência de irregularidades dentro das organizações é medida necessária. Esses canais devem ser de fácil acesso para colaboradores e cidadãos, e
têm como objetivo receber denúncias sobre comportamentos indevidos praticados por pessoas da organização. Aos denunciantes, inclusive os
servidores, as regras devem estar claras, inclusive as medidas de proteção, especialmente quando a denúncia envolver a alta direção.

Medidas de controle: quando da realização de auditorias, a Unidade de Controle Interno deve incluir nos trabalhos a verificação da adequação dos
mecanismos de integridade, fazendo as recomendações para sua melhoria, aplicando as medidas disciplinares previstas quando observadas.

Correções: a partir da detecção de ocorrência de casos de má conduta, infração às normas e códigos estabelecidos, a aplicação de medidas corretivas
deve ser acompanhada de revisão de procedimento e retroalimentação do programa de modo a contemplar ações mitigadoras de novas ocorrências.

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1.3 O patrocínio da Alta Direção

As organizações são compostas por pessoas e essas pessoas levam para a organização toda a sua experiência de vida; todo o rol de conhecimento, de
ideias pré-concebidas (os chamados preconceitos), de virtudes e defeitos, próprios dos seres humanos.

Para qualquer avanço organizacional, qualquer mudança ou implementação de novas práticas, é fundamental a assimilação das razões de ser dessas
mudanças, dos propósitos e da visão de futuro que a organização tem com as inovações em curso por todos os seus integrantes.

Do chamado chão de fábrica (ainda que sua organização não seja uma fábrica) até a presidência (ou função equivalente) todos devem caminhar no
mesmo sentido, sob pena de as mudanças pretendidas resultarem em um fracasso.

No entanto, a alta direção assume papel fundamental no processo de criação de uma cultura organizacional de ética e integridade.

Vimos no item 1 da presente aula, na caracterização das pessoas numa organização segundo a sua propensão à honestidade/desonestidade, que
aqueles integrantes da organização que são os tíbios ou vacilantes quanto às suas convicções do que seja honestidade e desonestidade, são
influenciados pela alta direção e que ela tem influência decisiva no comportamento que os tíbios assumem.

Nesse sentido, é fundamental para o sucesso de um programa de integridade que a alta direção assuma declarada e formalmente o patrocínio da
implantação do programa, dotando a organização dos meios necessários à sua efetivação. Até mesmo porque o primeiro passo de um plano de
integridade deve ser dado pela direção da organização, pois é ela quem aprova a proposta de implementação do programa, seu escopo, diretrizes e
cronograma.

Então, se você faz parte da alta direção, assessora o dirigente de sua organização ou tem algum tipo de acesso a ele, não deixe de destacar a
importância de que, para o sucesso de um programa de integridade, a direção da organização deve:

Patrocinar o programa perante os públicos interno e externo


Solicitar o comprometimento de todos
Manifestar constante apoio durante a implementação do programa
Liderar pelo exemplo, adotando postura ética exemplar
Aprovar as medidas de integridade propostas
Disponibilizar recursos humanos e materiais para o desenvolvimento e implementação do programa

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1.4 Ações de conscientização e a cultura organizacional

As ações de conscientização voltadas para a ética e integridade dentro do contexto de uma determinada cultura organizacional podem parecer à
primeira vista como algo complexo e que demanda infraestrutura e pessoal altamente qualificado para serem implementadas.

Claro que, se sua organização possui os meios para implementação de ações de modo bastante estruturado e sistematizado, a prevenção à corrupção
agradece muito, mas essa não é a realidade da maioria das organizações.

Podemos conceituar cultura organizacional como o conjunto de valores e práticas em que a organização se apoia no exercício de suas atividades
institucionais, funcionando como um sistema de controle informal que direciona as ações dos indivíduos que a compõem.

E nesse contexto, uma organização cuja cultura privilegia a prática de atos com ética e integridade tem, em seu cotidiano, o exercício dessas ações de
conscientização como praxe e em harmonia com as atividades ordinárias, criando ciclos virtuosos que se retroalimentam.

Algumas medidas que estimulem o ambiente organizacional a praticar as ações de conscientização não apenas para os servidores integrantes do
quadro próprio, mas também a colaboradores externos que interagem com a organização são medidas simples, mas que contribuem para essa
virtuose de integridade.

Concluídas as considerações iniciais do nosso curso, com um panorama sobre a ética e a integridade e a importância de iniciativas que tornem o
ambiente organizacional refratário a ações que atentem contra a ética, é hora de estudarmos um documento essencial para a concretização dos
princípios éticos: o Código de Ética.

Sua organização não tem código de ética? Tem mas seus fundamentos e princípios não são assimilados por sua organização? Então vamos correndo
para a próxima aula, em que iremos tratar não apenas do documento “Código de Ética” como também de uma importante estrutura para a
consecução dos objetivos descritos no código, que é a Comissão de Ética.

Então, vamos lá?

Mas antes de prosseguir para a próxima aula, não deixem de fazer as questões de avaliação e de assistir aos vídeos.

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1.5 Minicaso

Os estágios de desenvolvimento moral

O filósofo americano Lawrence Kolhberg dividiu o desenvolvimento moral em seis estágios e para ilustrar, podemos citar um exemplo de um prefeito
de uma pequena cidade que recusa a oferta de um empresário que tem interesse em firmar contratos com a prefeitura de patrocinar o time de futebol
amador do município em que o filho do prefeito joga.

Para a recusa do prefeito ao patrocínio oferecido podemos vislumbrar algumas possíveis razões que enumeramos a seguir:

a)       Por obediência e medo de punição, pois o prefeito tem medo de ser punido se for descoberto;

b)      Por interesse próprio, pois ele teme ser descoberto, o que poderá manchar o seu nome;

c)        Por conveniência pessoal, já que a divulgação da sua recusa poderia repercutir positivamente e reforçar sua imagem e dos seu partido, como
íntegros;

d)      Por respeito ao contrato social estabelecido implicitamente no código de conduta do município, que proíbe qualquer tipo de favorecimento e
regula os conflitos de interesses;

e)      Por princípios éticos da sua personalidade, pois entende que o que está em jogo são os seus valores de independência e o interesse público.

Listadas as possíveis razões, qual você entende que é a mais correta?

Observe que, para quem vê de fora, a conduta do prefeito leva para uma mesma direção: a recusa da oferta do patrocínio. A conduta atende à
moralidade social e jurídica.

Ou seja, todas as alternativas são possíveis e leva a um mesmo resultado, mas você arriscaria dizer qual delas, e apenas ela, ele teria agido com
integridade? Ele teria validado a conduta com a sua ética?

Para reflexão.

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1.6 Vídeos Complementares

Na internet encontramos materiais que podem ser úteis para compreensão e aprofundamento dos conhecimentos adquiridos. Por esse motivo,
recomendamos que acessem e assistam aos seguintes vídeos da série “Tchiluanda, o RTN (Resultado Tesouro Nacional) em história”, produzida pela
Secretaria do Tesouro Nacional:

  

·         O vídeo apresenta a Palestra Ética no Serviço Público do professor Leandro Karnal que trata da concepção de ética na sociedade, das relações
patrimonialistas do estado brasileiro, o trato com a coisa pública na construção de um compromisso individual com a ética. Acesse:

·          Como vimos nas aulas, os conceitos de ética e moral são variados, em que pese trazerem um núcleo comum. Nesses vídeos curtos, trazemos
mais sobre a conceituação e as diferenças filosóficas e práticas entre ética e moral. Acesse:

·          Veja nesse vídeo de animação, alguns conceitos e informações que a CGU traz sobre programa e plano de integridade. Acesse:  

·         Palestra promovida pelo Ministério da Economia em que é feita uma relação entre governança e integridade pública. Acesse:  

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·         Apresentação promovida pela Controladoria Geral do Estado do Mato Grosso, sobre Programas de Integridade e Compliance nas Contratações
Públicas e os Desafios para o Setor Privado.. Acesse:

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1.7 Material Complementar

Para aprofundar os conhecimentos adquiridos, recomendamos a leitura do seguinte material complementar:

Publicação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) que traz um amplo estudo sobre os programas de integridade pública no Brasil comparando-os com
programas internacionais de combate à corrupção. Acesse: https://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/83365/79132

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1.8 Referências

STJ. Recurso Especial 1.023.904/RJ, relatoria Min. Luiz Fux. Disponível em: https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp. Acesso em: 11 abr. 2022.

ZENKNER, Marcelo. Integridade Governamental e Empresarial. Belo Horizonte: Fórum, 2019.

CGU. Manual para implementação de Programas de Integridade. Brasília: 2017

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