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ACIPOL
ACADEMIA DE CIÊNCIAS POLICIAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
MESTRADO ACADÉMICO EM CIÊNCIAS POLICIAIS

PREVENÇÃO DA CRIMINALIDADE JUVENIL NO BAIRO TREVO-


PROVINCIA DE MAPUTO

Mestrando:
 Alcides Francisco Macucule

Docentes:
Phd. Fernando F. Tsucane
Msc. JediãoMaluve

Michafutene, 7 de Novembro de 2021


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ACADEMIA DE CIÊNCIAS POLICIAIS
MESTRADO ACADÉMICO EM CIÊNCIAS POLICIAIS

Trabalho de pesquisa apresentado na


Coordenação de Cursos de Mestrado na
Academia de Ciências Policiais como parte
dos requisitos necessários para avaliação no
Módulo Teorias de Prevenção Criminal.

Mestrandos:
AlcidesFrancisco Macucule

Michafutene, 07 de Novembro de 2021


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Índic
Índice
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................................1

1.1. Objectivos.............................................................................................................................................3

1.1.1. Geral.................................................................................................................................................3

1.1.2. Especificos........................................................................................................................................4

2. Revisao da Literatura................................................................................................................................4

2.1. Segurança Pública................................................................................................................................4

2.2. Os Jovens de hoje.................................................................................................................................4

2.3. Drogas..................................................................................................................................................5

2.4. Violência..............................................................................................................................................5

2.5. Jovens e criminalidade..........................................................................................................................6

3. A Criminalidade Jevenil no bairro Trevo - Provincia de Maputo.............................................................7

3.1. Tipologia de Criminalidade..................................................................................................................7

3.2. Segurança Publica na Provincia de Maputo..........................................................................................7

3.3. O sistema de prevenção e combate ao crime........................................................................................7

Consideracoes finais.........................................................................................................................................8

Referências bibliográficas..............................................................................................................................10

Legislação......................................................................................................................................................10
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1. INTRODUÇÃO

O objetivo desta pesquisa é descrever o modo como a iniciativa de Prevenção do Crime e da


violência (CVPI) vem obtendo resultados efetivas no Bairro Trevo na Provincia de Maputo,
identificando, junto aos adolescentes e Jovens e aos residentes, a mudança de comportamento
antes, durante e após a assistência do Programa, propondo, a partir dessa identificação,
outras possibilidades de convivencia social. Será demonstrado ainda, que este Programa de
prevenção do crime e da violência é de suma importância para a construção de um mundo melhor,
mais digno amigável e democrático.

A adolescência é uma fase crítica da vida de qualquer ser humano e é geralmente nesta fase onde as
drogas e a violência encontram espaço para inserir-se na vida do ser humano. Criar uma
consciência de saúde e paz na mente dos adolescentes, ensinando-os o porquê, para que, e como
dizer não às drogas e à violência, capacita-os a entrar na fase da adolescência com uma grande
probabilidade de não serem contaminados. É isso que a iniciativa de Prevenção do Crime e da
violência faz através de seus agentes.

Esta trabalho é importante para a realização de uma pesquisa que identifique a importância das
iniciativa de Prevenção do Crime e da violência no combate à criminalidade no âmbito da
adolescência, justificando-se pelo uso abusivo de psicotrópicos e da violência que são dois
potenciais problemas que afligem a sociedade cearense. O primeiro é o combustível do segundo. À
medida que o uso de drogas aumenta, a violência cresce em igual proporção. Somos vítimas,
mesmo sem usá-las. A droga não destrói só a vida de quem usa, mas de toda a família. E de
família em família nossa sociedade vai se degradando.

Ultimamente tem sido frequente propagaçao noticiosa dos índices de violência, no rádio, televisão,
jornais, etc, envolvendo jovens como infratores e vítimas. Tal índice tem me feito refletir sobre as
causas, efeitos, consequências desse aumento alarmante da juventude como protagonistas e vítimas
de alguma ocorrência ou delito.

O problema do uso indevido de drogas em nossa sociedade é cada vez mais assustador. As drogas
vêm destruindo muitas famílias e a qualquer momento elas podem entrar em nossos lares.
Devemos estar sempre atentos! Os Jovens são um alvo fácil para as investidas deste grande mal.
Temos que agir. Mas o que fazer para protegê-los?
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Os pais geralmente assistem estes factos de muito longe, porém eles são peças chaves para se
alcançar o objetivo maior: ―Afastar Nossos jovens das Drogas e da Violência. Precisa-se engajá-los
nesta luta.

A iniciativa de Prevenção do Crime e da violência (CVPI) é um programa das Open Society


Foundations assente na visão de que o sistema de justiça criminal, per se, não é capaz de estancar a
violência. O tratamento do crime e da violência requer uma abordagem integrada de longo prazo
que perspective as causas e impulsionadores do crime, para além da aplicação da lei e das sanções
de justiça criminal. Através da concessão de subvenções e de actividades programáticas a Iniciativa
procura melhorar o perfil local e internacional da agenda de prevenção, catalisar a inovação e a
parceria dos governos locais com a sociedade civil, incrementar o conhecimento das boas práticas,
e, mobilizar apoio e recursos para o desenvolvimento e implementação de políticas apropriadas a
nível local.

Ao longo deste trabalho o método a ser empregado será a revisao bibliográfica, buscando analisar
acerca das mudanças sociais no dia-a-dia alcançadas pelo referido Programa.
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1.1. Objectivos
1.1.1. Geral

 Descrever o modo como a iniciativa de Prevenção do Crime e da violência (CVPI) vem obtendo
resultados efetivas no Bairro Trevo.

1.1.2. Especificos

 Identifique a importância da CVPI na Provincia de Maputo


 Comprender os conceitos das politícas públicas que versam sobre o consumo de drogas
 Interpretar o comportamento dos jovens durante a implementação da CVPI

2. Revisao da Literatura

Neste capitulo trataremos do tema prevenção da Criminalidade Juvenil na Provincia de Maputo, um


tema virado para Segurança Pública, como dever do Estado e direito do cidadão

2.1. Segurança Pública

Conforme a Constituição Moçambicana 2019, a Segurança Pública é um conjunto de ações e


processos Administrativos (executivo), jurídicos (legislativo) e judiciais (judiciário). Depende da
harmonia entre os poderes, das ligações entre os instrumentos de coação, justiça e cidadania e do
comprometimento dos agentes públicos. O objetivo é a Paz Social (ordem pública) a ser preservada.

Nesta ordem, a Segurança Pública é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, ou seja,
além do Estado há a necessidade do comprometimento de toda a sociedade, para que consigamos
ter uma vida mais segura. No entanto, o que, infelizmente, se tem visto é que além das polícias,
poucas pessoas têm se comprometido com a segurança de nossa cidade, o que tem dificultado
sobremaneira o desenvolvimento de políticas públicas no sentido de combater a violência e a
criminalidade na Provincia de Maputo.

2.2. Os Jovens de hoje

A sociedade urbana actual é cheia de contradições em um espaço físico cada vez mais reduzido.
A expansão individualista, consumista e hedonista gera uma grande vítima: o jovem, que busca
nesse turbilhão o preenchimento de suas carências afectivas e emocionais. Essa desumanização se
verifica na agressividade, violência, formação de tribos, como meio de superar o problema pela
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alienação e pela indiferença.

Segundo Regina Novaes (2002), entre os jovens de hoje, a desigualdade mais evidente remete
à classe social, no entanto, somam-se a essa outras formas de distinção e preconceito como o
gênero, a raça e o local de moradia. Quanto a esse último, revela a autora que determinadas áreas
urbanas conhecidas como, subúrbios, vilas, periferias, morros, conjuntos habitacionais,
comunidades são subjugadas pela violência e a corrupção dos traficantes e da polícia.

2.3. Drogas

A Organização Mundial de Saúde – OMS define droga como toda substância que
introduzida no organismo modifica uma ou mais funções, em virtude de alterações provocadas
no Sistema Nervoso Central, o que, conseqüentemente, modifica os estados emocional e
comportamental, embotando as idéias, o pensamento e a razão.

A Lei nº 3/97, de 13 de Março é a principal legislação que define o quadro repressivo do tráfico e
consumo de estupefacientes. Naturalmente que os juízes abordam, aplicam e punem o tráfico em
função da gravidade das infracções, sendo que se pune mais severamente o tráfico do que o
consumo. Conforme estudos da Open Society Foundations (OSF), o público jovem, abusa o
consumo para lidar com muitas situações para as quais está inseguro ou despreparado.

Por tanto, o uso de drogas de consumo ilícito ou mesmo lícito, como álcool e fumo, preocupam
autoridades. Os jovens experimentam, muitas vezes, através de um amigo. Mas também é
largamente usada para diminuir frustrações e ansiedade, solidão, experimentar novas sensações e
em virtude de maus exemplos familiares. Não existem regras infalíveis para o seu combate nem
soluções mágicas para minimizar seus efeitos sobre o equilíbrio físico e moral de seus usuários.

2.4. Violência

Para Chongo (2017), a violência é quase sempre um acto criminoso. Aviolência afigura-se como
um comportamento que causa intencionalmente dano ou intimidaçãomoral a outra pessoa. Tal
comportamento pode invadir a autonomia, integridade física e psicológica de outra pessoa.

Por outro lado, na visão do Fernandes (2007), a violência, é mais intimidação do que facto. Ela
estaria associada, desde Freud (1976a; 1976b), à pulsão de morte, ao que não faz vínculo com a
linguagem, ao que excede o corpo e a capacidade de representação do aparelho psíquico, e não à
agressividade dirigida a alguém. Daí a compulsão à repetição como seu correlato, conforme o
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sujeito revive situações que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca trouxeram
satisfação, “algo que parece mais primitivo, mais elementar e mais pulsional do que o princípio
do prazer” (Freud, 1976a, p. 37).

Por tanto, as causas do aumento da violência, tem sido a facilidade do comércio das drogas nas
diversas ruas, e locais públicos junto dos jovens e adultos das mais diversas classes sociais.
Drogas essas que tem causado divórcios, afastamento familiar, crimes, prisões e disputas por
pontos de venda.

2.5. Jovens e criminalidade

Na nossa cultura, não existem rituais de passagem que marquem a saída da infância e a entrada na
fase adulta. Assim, a joventude é considerada por CONCHA-EASTMAN, et. tal..(2007) como
um período intermediário entre a infância e a fase adulta, um período de moratória, no qual o
jovem adia a sua inserção na cultura, “preparando-se” para ela. Apesar de apresentar todas as
condições para o exercício da vida sexual, profissional e afetiva, a sociedade não permite que ele
exerça esses papéis. A fase da adolescência é, pois, marcada por um “não lugar”, um intervalo,
um período de espera para a entrada no mundo social. Se esse período de moratória imposto pela
sociedade pode dificultar a inserção social do jovem, sabemos que um intervalo entre o despertar
do real da puberdade e a assunção de uma posição sexuada se faz necessário.

Ao se deparar com o que faz furo no saber, o sujeito adolescente precisa construir um saber sobre
si que possibilite alojar o seu gozo e sustentar seu desejo. Para isso, é necessário um “compasso
de espera”, certa moratória, que permita ao sujeito construir uma resposta sintomática, fazer um
arranjo particular com o qual ele organizará sua existência, sua relação com o mundo e com o
gozo.

Assim, diante da falha de saber no real, que se presentifica para todos, a trajetória de alguns jovens
parece conduzi-los a estratégias de inscrição (e não de segregação) no laço social pela via do crime.
Nesse sentido, diante de fenômenos característicos da puberdade (como o esfacelamento da
imagem, a impossibilidade simbólica de dizer das mudanças físicas e afetivas e do real que irrompe
com o encontro com a sexualidade - ou castração), o saber do crime poderia ser pensado como um
Outro que garante uma resposta e uma inscrição no laço social. E, conforme inclua atos agressivos
sua composição, pode ainda se configurar em uma via suplementar de escoamento pulsional.
Pressupomos, pois, que o jovem, na busca de afirmação de si, tempo da reafirmação de posições e
escolhas, endereça-se a um Outro do saber (mundo do crime) e produz um saber possível a partir
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daí sobre si mesmo (complementarmente podendo fazer desse arranjo uma solução para o
excedente pulsional que o atravessa). O Outro do crime prometeria resposta ao furo da estrutura,
pois ofereceria um sistema normativo e regulador, ainda que não dialetizável, que funcionaria como
contorno ao real pulsional em jogo na puberdade.

3. A Criminalidade Jevenil no bairro Trevo - Provincia de Maputo

A criminalidade no bairro trevo, vem crescendo de forma qualitativa nos ultimos tempo. Segundo
Fereira (2006), a explicação para o aumento da criminalidade nesta província pode ser atribuída
acausas ou factores isolados como consumo e trafico de drogas entre os jovens.

3.1. Tipologia de Criminalidade

Segundo o Código Penal de Moçambique, crime é todo e qualquer acto descrito e declarado
passível de pena por lei estabelecida anteriormente antes do momento da ocorrência de tal acto.
Assim, em Moçambique toma-se em consideração os crimes registados, ou seja, todos aqueles
crimes detectados pelas autoridades competentes ou levados ao seu conhecimento por meio de
denúncia ou queixa.

3.2. Segurança Publica na Provincia de Maputo

A segurança pública na Província de Maputo tornou-se uma questão de contestação. Para a maioria
da população, principalmente aquela que se faz ouvir pelos meios de comunicação social, a
insegurança tornou-se num desafio e um problema. Esta conclusão resulta da percepção, quase
generalizada, de que o crime e a violência na Província de Maputo, estão a aumentar.

De acordo com Adrono (2002), em grande medida, a percepção e sensação de insegurança das
populações resulta da publicação pela mídia de actos criminosos de forma sensacionalista. O autor
defende que o medo do crime e do sentimento de insegurança acarretam efeitos psicológicos
negativos sobre as pessoas, causando lhes ansiedade, desconfiança, alienação, insatisfação com o
bairro, com acomunidade e com a vida para além de que cria um pânico social.

3.3. O sistema de prevenção e combate ao crime

O sistema de prevenção e combate ao crime na Província de Maputo é extenso mas frágil. É extenso
porque possui diversas instituições, organizações e unidades. De acordo com o Decreto Presidencial
nº 18/2000 de 21 de Novembro que Define as atribuições e competências do Ministério do Interior
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(MINT), o MINT é o órgão central do aparelho do Estado responsável porassegurar a ordem,


segurança e tranquilidade públicas na Província de Maputo. Ao MINT cabem as seguintes
atribuições:

a) A execução da política da ordem, segurança e tranquilidade públicas;

b) A garantia da permanente prontidão das Forças da Lei e Ordem, para prevenir e combater a
criminalidade e asviolações da legalidade.

Compete ao Ministério do Interior, assegurar o funcionamento da Polícia da República de


Moçambique (PRM), prevenir e reprimir a prática de crimes e manter aordem social. Portanto, o
Ministério do interior é o órgão máximo responsável pela elaboração e implantação de estratégias
de combate àviolência e à criminalidade, prevenir a criminalidade, coordenar a protecção e
segurança de pessoas e bens, organizar o combate para a eliminação de males sociais entre os
jovesn. Sob tutela do MINTencontramos, para além da PRM, o sistema prisional.

Outra instituição que se revela de capital importância para a segurança pública na Provincia de
Maputo é o Ministério daJustiça, também garantidora da lei e ordem. Sob sua tutela encontram-se
em primeiro lugar os tribunais formais na Província.
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Consideracoes finais.

Com o programa da iniciativa de Prevenção do Crime e da violência (CVPI), a provincia do


Maputo vem envidando esforços no sentido de garantir a segurança pública. Esses esforços exigem,
no entanto investimento avultado em recursos humanos, materiais, financeiros e tecnológicos. Em
termos do desenvolvimento de instituições,organizações e unidades destacadas a garantia da
segurança pública na Provínvia já deu passos gigantescos se comparado com outras provincias.

Pode-se concluir ainda que o ambiente de segurança pública na Província de Maputo, não é
completamente negativo. As comunidades levam uma vida normal e conduzem seus negócios sem
qualquer tipo de problemas. A segurança e protecção dos bairros mais vulneráveis não pode ser
negligenciada pois os efeitos da insegurança resultam num aumento da pobreza que por sua vez
pode motivar acriminalidade e a violência. Seria necessário quebrar o ciclo vicioso da pobreza e
consumo de drogas para diminuir acriminalidade. A luta contra a criminalidade e a violência exige
também respostas multissectoriais e o envolvimento de todos os.
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Referências bibliográficas

ADORNO, Sérgio, Exclusão socioeconômica e violência urbana, Sociologias, Porto Alegre, ano
4, nº 8, jul/dez 2002

CONCHA-EASTMAN, Alberto; MALO, Miguel, Da repressão à prevenção da violência: desafio


para a sociedade civil e para o setor saúde, Ciência & Saúde Coletiva, 11(Sup): 1179- 1187, 2007,
Sociologias, Porto Alegre

FERNANDES, Rubem (2007) César. Segurança para viver. In: NOVAES, R. e VANNUCHI, P.
Juventude e sociedade. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo.

NOVAES, Regina; VANNUCHI, Paulo, (2007) Juventude e Sociedade: Trabalho, educação,


cultura e participação, São Paulo.

FERREIRA, Plauto Roberto de Lima e BARROSO, Maria de Fátima Vale. Segurança e


Drogadição.Fortaleza: ICTUS, 2006

Legislação

Decreto Presidencial nº 18/2000 de 21 de Novembro

Codigo Penal 2019

Costituicao da República de Moçambique 2018

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