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1.

Tema:

A SINISTRALIDADE RODOVIÁRIA – CASO DA TRAGEDIA DE MALUANA

2. Mestrandos:

 Anselmo Chalanhane Manhisse


 Carlos Francisco Come
 Amade Guimalave
 Alcides Francisco Macucule

3. Índice
1. Tema:.............................................................................................................................................. 1
A SINISTRALIDADE RODOVIÁRIA – CASO DA TRAGEDIA DE MALUANA....................................1
4. INTRODUÇÃO............................................................................................................................... 2
5. Objectivos....................................................................................................................................... 2
6. Problema........................................................................................................................................ 3
7. ANÁLISE FOFA.............................................................................................................................. 4
8. Resumo do Diagnostico..................................................................................................................4
9. Pré-Prognostico..............................................................................................................................5
a) Gestão da Segurança Rodoviária....................................................................................................5
b) Mobilidade e Infra-estruturas........................................................................................................5
c) Veículos mais seguros.....................................................................................................................5
d) Utilizadores das rodovias mais seguros.........................................................................................6
e) Assistência médica após acidente..................................................................................................6
10. Referências bibliográficas...........................................................................................................7
4. INTRODUÇÃO

O presente Trabalho de Investigação, surge no âmbito da estrutura avaliativa do Modulo


Informação e Analise ministrados na Academia de Ciências Policiais (ACIPOL) para obtenção do
grau de Mestre Académico nas especialidades de Segurança Pública e Investigação Criminal.

É um tema que a nível nacional trouxe muitas reflexões para o seu combate. As perdas humanas
causadas pelos acidentes de viação, em particular na recente tragédia de Maluana que culminou
com a morte de dezenas de pessoas. Segundo o relatório anual do INATRO (2020), em
Moçambique, a sinistralidade rodoviária pelo seu impacto social e económico foi considerada um
problema de saúde pública, afectando todo tecido social e económico do país. E consta no mesmo
relatório que só no período de 2011-2019 registaram-se 22.385 acidentes de viação que resultaram
em 53.359 vítimas, sendo 13.500 óbitos. Ainda neste período, Crianças e Adolescentes, com a faixa
etária de [0-17] anos, 22% foram vítimas de acidentes de viação, que resultaram em perdas de vidas
em 25%. As sextas, sábados e domingos, são os dias que mais registaram acidentes de viação e
óbitos; o período das 15:00 às 21:00 é as horas do dia que mais acidentes de viação e óbitos
registaram.

Pensa-se que o combate da sinistralidade rodoviária traduz-se numa defesa do direito à vida. Para
além destas perdas humanas mais brutais vividas na tragédia de Maluana, que mostra que a
sinistralidade acarreta consequências económicas, sociais e agora muito em voga as consequências
ambientais.

Com este trabalho pretende-se familiarizar o processo de realização de um diagnóstico desde a


identificação, descrição e caracterização de um problema, identificar os factores condicionantes,
suas consequências e projectar a sua evolução.

A metodologia aplicada na realização deste trabalho foi diversificada. A investigação iniciou-se com
uma pesquisa documental e bibliográfica no intuito de, partindo do geral para o particular,
enquadrar o tema deste trabalho bem como recorrendo à Internet, fonte de informação essencial na
actualidade. No trabalho de campo, recorreu-se essencialmente à análise de dados sobre a
sinistralidade rodoviária na Província do Maputo.

5. Objectivos

Como forma de dar resposta ao problema formulado anteriormente, tendo em conta o


enquadramento teórico e a investigação de campo, definiram-se os seguintes objectivos específicos:
 Caracterizar os factores de risco associados a um acidente.
 Analisar a Sinistralidade em particular na tragédia de Maluana.
 Identificar qual a preparação/formação que é dada por cada entidade responsável pela formação
do condutor.
 Identificar o contributo da Polícia de Trânsito, na Formação/Preparação do condutor para uma
condução segura.
 Apresentar sugestões para uma melhoria na preparação do condutor para uma condução segura.

6. Problema

No caso particular do Distrito da Manhiça, segundo dados fornecidos pelo relatório do 1º semestre,
da sinistralidade rodoviária elaborado pelo INATRO, em colaboração com a PRM, foram registados
28 acidentes de viação, que provocaram 15 mortes, 13 feridos graves, 13 feridos ligeiros, 9 danos
Materiais e 6 danos ligeiros. Neste contexto, a presente a abrangência torna-se importante formular
um problema que delimite o tema aos factos. Como os mesmos são pouco abordados leva a que
sejam tratados e investigados.

Devido a esse facto optou-se como diagnostico das informações da sinistralidade rodoviária da
tragédia de Maluana, saber se “ A preparação do condutor estava orientada para uma
condução em segurança”. Segundo Isaque (2002), a preparação do condutor inclui todos os
conhecimentos que são adquiridos nas escolas, sem esquecer o papel da família, da sociedade, das
Escolas de Condução bem como o papel da Polícia de Trânsito através das suas várias acções de
sensibilização. Tem que se ter ainda em atenção que quando se fala da preparação do condutor
deve-se englobar todos os conhecimentos apreendidos, inicialmente enquanto peão, passageiro e só
numa fase posterior englobar a aprendizagem do domínio do veículo a motor.

Neste sentido procurou-se saber qual a preparação que é dada, actualmente, ao indivíduo para ter
uma condução em segurança, através das várias entidades e intervenientes neste difícil processo,
onde muitas das vezes não é reconhecida a sua importância. Contudo também se pretende mostrar
que a Policia de Trânsito, pode continuar a contribuir como uma importante ajuda neste longo
processo de formação.

Face ao problema da sinistralidade rodoviária proposto e como forma de o solucionar torna-se


necessário formular a pergunta de investigação, que é: Como melhorar a preparação do
condutor tendo em vista uma condução em segurança?
7. ANÁLISE FOFA

A metodologia SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, and Threats) ou seja, Forças,


Fraquezas, Oportunidades e Ameaças, consiste numa técnica de gestão que tem como principal
finalidade avaliar os ambientes interno e externo de uma empresa/organização, revelando os pontos
fortes e fracos, bem como as oportunidades e ameaças existentes no seu meio envolvente. No
seguimento da consulta interna realizada, e já mencionada anteriormente, foi possível identificar:

AMBIENTE INTERNO
PONTOS FORTES (FORÇAS) PONTOS FRACOS (FRAQUEZAS)
Sistemas de informação geográfica avançados Dificuldade de recrutamento e de fidelização de
recursos humanos
Capacidade de definição e coordenação de Centralização da informação nas chefias
políticas de segurança rodoviária
Capacidade de adaptação à utilização de novas Baixa reputação institucional
tecnologias
Dirigentes qualificados e orientados para a Resistência à mudança
melhoria contínua da organização
AMBIENTE EXTERNO
OPORTUNIDADES AMEAÇAS
Aumento do n.º de eventos em que se Concorrência temática (prevenção rodoviária)
enquadra a segurança rodoviária
Reforço da cooperação internacional Sentimento de impunidade dos condutores (face
permitindo a partilha de boas práticas à fraca eficácia dos sistemas contra ordem
pública)
Utilização de novas tecnologias de informação Alterações políticas e legislativas susceptíveis de
e comunicação gerar instabilidade
Diversificação e maior imediatismo dos canais Conflitos de competências com outros
de comunicação organismos públicos

8. Resumo do Diagnostico

Considerando os resultados obtidos e o caminho traçado até ao momento, verificámos que se


mantém algumas fragilidades já anteriormente identificadas em anos antecedentes, sobretudo no
que se refere à escassez e dificuldade de recrutamento dos recursos humanos, natureza de serviço
integrado (dependente do INATRO no âmbito da partilha de serviços comuns). Contudo, o INATRO
tem um elevado know-how no âmbito da segurança rodoviária e, encontrando-se em processo de
reestruturação, é sentido que o processo de crescimento interno proporcionará uma renovada
energia no desenvolvimento e adequação das competências do seu actual capital humano, no
desenvolvimento e execução de ambiciosos e ambicionados projectos com recurso a novas soluções
tecnológicas (inteligência artificial) no âmbito da prevenção rodoviária, na realização das
necessárias e importantes campanhas de sensibilização, entre outras oportunidades que o INATRO
prontamente irá estudar e aplicar na prossecução dos objectivos ligados à sua missão.

9. Pré-Prognostico

As metas para a Segurança Rodoviária visam sobretudo orientar a Província do Maputo no sentido
de se estabelecer um compromisso, tendo em vista o alcançar do grande objectivo estabelecido para
2022: a redução da sinistralidade rodoviária em 50%. Assim, os 5 pilares que sustentam as linhas de
acção para o próximo ano são:

a) Gestão da Segurança Rodoviária

Meta 1: até 2022, estabelecer um plano de acção nacional multissectorial de segurança rodoviária,
com metas e prazos determinados.

b) Mobilidade e Infra-estruturas

Meta 2: até 2022, a N1 em particular o troço, Marracuene Manhiça deve ser projectadas segundo
padrões técnicos que considerem a segurança rodoviária.

Meta 4: até 2022, mais de 75% das viagens e/ou deslocações devem ser realizadas em rodovias que
respeitem os padrões técnicos de segurança rodoviária para todos os utilizadores.

c) Veículos mais seguros

Meta 5: até 2022, 100% dos veículos novos (produzidos, vendidos ou importados) e usados devem
respeitar os padrões de segurança de alta qualidade, como os regulamentos prioritários
recomendados pelo INATRO.
d) Utilizadores das rodovias mais seguros

Meta 6: Até 2022, reduzir para metade a proporção de veículos que circulem acima do limite de
velocidade e reduzir as lesões e mortes relacionadas com o excesso de velocidade;

Meta 7: aumentar a proporção de motociclistas que utilizam correctamente os capacetes de


protecção padronizados para cerca de 100%;

Meta 8: Até 2022, aumentar a proporção de utilização de cintos de segurança por parte dos
ocupantes de veículos ou de sistemas padrão de retenção para crianças em cerca de 100%;

Meta 9: Até 2022, reduzir para metade o número de lesões e mortes no trânsito relacionados ao
consumo de álcool e/ou reduzir os casos relacionados a outras substâncias;

e) Assistência médica após acidente

Meta 12: Até 2022, todos o país deve estabelecer e alcançar metas nacionais que visem minimizar o
intervalo de tempo entre a ocorrência de um acidente e a assistência médica.
10. Referências bibliográficas

INATER, 2020. Plano de actividades – 2020, Maputo, 2020

Gil, H. (2006). El peligro está en la ignorância. Revista Tráfico y Seguridad Vial, (178). Acedido em
15 Agosto de 2021.

Montoro, L. (2008). El factor humano està presente al menos en el 70 por ciento de los accidentes
de tràfico. Primera conferencia del Ciclo de conferencias. Movilidad Responsable. Valores en
movimiento. Acedido em 15 de Agosto de 2021.

Leal, A. (2006) Estudo Estatístico sobre as Causas da Sinistralidade Rodoviária com Vitimas
Mortais. Revista da Guarda Nacional Republicana Pela Lei e Pela Grei.

Gomes, R. (2005). Educação Rodoviária: segurança e promoção da saúde como estratégias de


uma cidadania consciente, Saúde e o grande público Mestrado Curso de Especialização
Complementar (MCEC). Observatório de Segurança Rodoviária.

Pinto, C. (2006). Auto representação e hetero-representação dos condutores de veículos


automóveis ligeiros: contributo para a compreensão da guerra civil rodoviária em Portugal.
Lisboa: Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.

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