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Revisão – xxxxx
Diagramação e Capa – Luiz Cláudio de Melo
1ª edição 2020.
Vários autores.
ISBN 978-65-992191-1-5
20-47389 CDD-658.78
Índices para catálogo sistemático:
CAPÍTULO 1 ............................................................................... 11
LOGÍSTICA REVERSA E DESENVOLVIMENTO LOCAL SUSTENTÁVEL
Adriano Marinheiro Pompeu e Michel Ângelo Constantino de Oliveira
CAPÍTULO 2 .............................................................................. 51
LOGÍSTICA DO FLUXO DE INFORMAÇÕES NA ÁREA DA SAÚDE
Alexandre Bezerra Lima, Adriano Marinheiro Pompeu e Iael Cristina da Silva Pacheco Marinheiro
CAPÍTULO 3 .............................................................................. 71
PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA DA BLOCKCHAIN APLICADA À LOGÍSTICA
Vinícius José Ferro Gomes e Adriano Marinheiro Pompeu
CAPÍTULO 4 .............................................................................. 97
LOGÍSTICA E INTERNET DAS COISAS NO CONTEXTO DA INDÚSTRIA 4.0
Fábio Correia da Silva e Fábio Barbosa Melo
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Tendências Logísticas Contemporâneas
PREFÁCIO
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Adriano Marinheiro Pompeu e Alexandre Bezerra Lima
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Tendências Logísticas Contemporâneas
CAPÍTULO 1
RESUMO
Crescimento e desenvolvimento são palavras-chave que abarcam discus-
sões e trabalhos que envolvem a inovação, sustentabilidade e a preserva-
ção do meio ambiente. Cada vez mais na atualidade são exigidas ações
que contemplem o contexto de Desenvolvimento Sustentável, uma vez
que o mesmo, se destaca como alternativa fundamental, com potencial
de proporcionar novas condições econômicas, sociais e ambientais à
população. Entretanto, intrinsecamente ligada ao crescimento e desen-
volvimento está a geração de resíduos pela atividade humana. A busca
por novas práticas que contemplem o Desenvolvimento Sustentável
envolve poder público, sociedade e empresas, numa esfera de inovação e
processo de desenvolvimento para as localidades. Pressionadas por nor-
mativas legais e pela ciência de que o Planeta carece de práticas sustentá-
veis, diversas empresas inovam em suas atividades prezando por benefí-
cios ao meio ambiente e ao bem-estar da população local. Na atualidade,
existem empresas que tem como principal ramo de atividade, a destina-
ção correta resíduos, apresentando novas alternativas que contribuem
com o contexto do Desenvolvimento Local Sustentável. Desta maneira,
este capítulo apresenta uma análise referente a Logística Reversa, iden-
tificando sua convergência com o Desenvolvimento Local Sustentável,
descrevendo a inovação da cadeia reversa e sua contribuição para a sus-
tentabilidade. Esta abordagem permite a compreensão da importância
de novas práticas logísticas que contemplem a sustentabilidade com o
intuito de buscar alternativas de Desenvolvimento Local Sustentável.
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Tendências Logísticas Contemporâneas
1 INTRODUÇÃO
Com o crescente aumento populacional e consequentemente aumento
do consumo (demanda) e da produção (oferta), há uma preocupação
constante com a preservação do meio ambiente e com a qualidade de
vida das futuras gerações, pressionando as localidades a buscarem novas
práticas de aproveitamento de resíduos.
O legado do desenvolvimento das nações, regiões, cidades e comu-
nidades traz consigo externalidades positivas e negativas. O processo de
expansão do desenvolvimento humano conduz a novos comportamen-
tos de consumo e, por outro lado, uma gama de empresas que buscam
seus resultados na satisfação dos desejos dos indivíduos, projetando e
disponibilizando no mercado, inovadores produtos e serviços.
A diminuição dos ciclos de vida dos produtos a partir da acele-
ração do desenvolvimento tecnológico, torna o descarte favorável,
como consequência o aumento de passivos ambientais (lixo, polui-
ção, resíduos) é, então, fundamental desenvolver processos que
garantam um progresso sustentável.
Nesse contexto, o Ministério do Meio Ambiente (2005) descreve
que surgiram concepções adversas aos costumes ostensivos e consu-
mistas, fomentadas a partir da expansão do movimento ambientalista,
deixando evidente que o padrão de consumo das sociedades ocidentais
modernas, além de ser socialmente injusto e moralmente indefensável,
é ambientalmente insustentável.
Perante essa constatação, inovar por meio de novas tendências
Logísticas, tornou-se fundamental para o bem-estar do planeta. De
acordo com Ballou (2006), logística pode ser definida como um pro-
cesso de planejamento, implantação e controle eficiente e eficaz dos
custos, dos fluxos de matérias primas, estoque, produtos acabados
e informações interligadas. Estas áreas, quando bem gerenciadas,
podem tornarem-se reversas, analisando desde o ponto de consumo
até um ponto de reprocessamento, com a finalidade de reaver valor
ou alcançar a disposição final correta dos produtos.
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Para Gil (2010, p. 43) “[...] para analisar os fatos do ponto de vista
empírico, para confrontar a visão teórica com os dados da realidade, tor-
na-se necessário traçar um modelo conceitual e operativo da pesquisa”.
O autor destaca que tal modelo pode ser definido como delineamento.
O delineamento é caracterizado pela forma como são coletados os dados
da pesquisa.
Utilizou-se como procedimento técnico nesta pesquisa o estudo de
caso, que de acordo com Gil (2010), podem ser constituídos tanto de um
único quanto de múltiplos casos. O desenvolvimento deste estudo foi feito
com base no caso de uma empresa de coprocessamento de pneus com
características peculiares necessárias à solução do problema de pesquisa.
A empresa situada em Campo Grande/MS, tem como atividade prin-
cipal a trituração de pneus inservíveis, estando essa atividade em confor-
midade com a Resolução 258/99 do CONAMA que, resumidamente,
estabelece que pneus inservíveis devem destruídos de maneira ambien-
talmente adequada.
Após os pneus serem triturados, a empresa abastece novas cadeias
produtivas com este novo produto, sendo em sua maioria aproveitado
como combustível alternativo para a substituição do coque de petróleo
em indústrias cimenteiras, que os utiliza em seus fornos, proporcionando
destinação final ecologicamente adequada.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na região pesquisada foram identificadas diferentes alternativas de
políticas reversas de pneus. Especificamente em Campo Grande, existem
duas empresas que realizam a remoldagem de pneus de veículos de pas-
seios e motocicletas e sete empresas de recapagem de pneus para veícu-
los de carga.
Nos processos de recapagem e remoldagem desses pneus, a raspa-
gem da camada superficial para a aplicação de uma nova camada de bor-
racha (também, conhecida como Camelback) resulta em uma quantidade
considerável de pó de pneu. Esse pó de pneu é comercializado com
uma empresa de Campo Grande que trabalha especificamente com esse
produto, que serve de matéria prima para a fabricação de diversos produ-
tos, como asfalto, tapetes, pisos para academias, entre outros.
Quanto aos pneus inservíveis, abarcam todos os pneus que já cum-
priram seu ciclo de vida do produto e que não podem mais ser recapa-
dos, remoldados ou recauchutados. Nesse estado físico, a trituração é
uma alternativa encontrada.
A Logística Reversa dos pneus inservíveis no Estado do Mato Grosso
do Sul é realizada pela empresa analisada, a qual está vinculada ao pro-
grama Reciclanip da ANIP que visa atender as normas da Resolução do
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a recolha pela empresa para serem levados até sua planta industrial na
cidade de Campo Grande.
O Estado de Mato Grosso do Sul possui 79 municípios, sendo que
apenas 22 possuem ecopontos instalados e em pleno funcionamento.
Em parte, isso se deve ao fato de os municípios serem pequenos e não
gerarem uma capacidade suficiente de pneus que viabiliza o recolhi-
mento, aspecto que aumenta os custos de logística. Diante disso, em par-
ceria com a Ecopneu, os próprios municípios se organizaram e criaram
ecopontos estrategicamente localizados que concentram a estocagem
dos pneus de determinada área geográfica. Cabe destacar que os ecopon-
tos se constituem em barracões seguros e cobertos para evitar o acúmulo
de água, com alvará de funcionamento e licença ambiental. Os próprios
municípios realizam a coleta e transporte dos pneus até o ecoponto.
Após o processamento dos pneus, a empresa transporta os chips de
borracha (pedaços de pneu triturado) até os clientes por meio de cami-
nhões próprios. É interessante destacar que os veículos que realizam a
entrega desse produto são diferentes daqueles que efetuam a recolha,
uma vez que as características dos produtos antes e depois do processa-
mento são diferentes.
Quando os caminhões carregados de chips chegam aos clientes, são
pesados para a emissão da Nota Fiscal, cujo peso é repassado para a
Reciclanip que emite “um certificado” para a empresa correspondente
à quantidade fornecida. Nesse sentido, a Reciclanip funciona como um
“banco” das indústrias fabricantes de pneus, que são suas associadas,
pois ela coordena todo o processo de reciclagem que gera créditos para
as empresas fabricarem pneus novos (SEABRA, 2016).
Quando um fabricante associado quer produzir uma quantidade de
pneus novos, solicita junto à Reciclanip a compra de determinada quan-
tidade de chips de pneus triturados. Esse fabricante paga a Reciclanip que
transfere os valores para a empresa que realizou o serviço reverso de
logística e processamento. Nesse sentido, a compra de chips de pneus
reciclados funciona como uma autorização para a fabricação de novos
pneus, cujas quantidades devem ser equivalentes. A Figura 7 apresenta
os produtos finais da empresa, na imagem pode-se visualizar os chips ao
lado direito do pneu em miniatura.
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De acordo com Seabra (2016), 95% dos pneus triturados são radiais,
os quais possuem tramas de aço em sua estrutura. Do peso total de um
pneu, a quantidade de aço pode chegar até 20%, de acordo com o tipo de
pneu, seu tamanho e tipo de veículo em que é utilizado, sendo o restante
composto por produtos oriundos do petróleo. No processo de tritura-
ção, 80% do aço são extraídos devido ao tamanho do chip (duas polega-
das), já que para aumentar essa proporção, há a necessidade de diminuir
o tamanho do chip. Mensalmente, esse processo gera aproximadamente
300 toneladas de metal extraído dos pneus.
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O termo arbovirose deriva da expressão inglesa ARthropod BOrne VIRUSES, adotada em 1942, para designar grupo de
infecções virais, cujos agentes foram isolados de animais que tinham participação na etiologia das encefalites.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A demanda de pneus é crescente devido às várias cadeias que se inter-
ligam com a produção e importação de pneumáticos, consequentemente,
a quantidade de pneus inservíveis gera vários problemas ambientais, pois
estes pneus dispostos inadequadamente podem resultar graves riscos ao
meio ambiente e à saúde pública. Desse modo, é de vital importância que
sejam estudadas as formas que são utilizadas para a destinação correta
dos mesmos.
A preocupação com as políticas reversas e o reaproveitamento
dos recursos escassos é de fundamental importância para a susten-
tabilidade do planeta. Frequentes inovações, métodos e alternativas
de aproveitamento de diversos produtos até então entendidos como
sem utilidade despertam a atenção de toda sociedade, cada vez mais
consciente sobre a responsabilidade social e ambiental das empresas
produtoras de bens duráveis.
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VIEIRA, Liszt. Cidadania e Globalização. 2. ed. Record. Rio de Janeiro: 2004. 144 p.
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CAPÍTULO 2
RESUMO
O contexto contemporâneo de atendimento as demandas da população,
está cada vez mais orientado à eficiência e eficácia da gestão de diversos
processos. De forma geral, os processos logísticos abarcam inúmeras
áreas da gestão, uma vez que está presente no gerenciamento de ações,
desde os conceitos de transporte e gestão de materiais, até as fases de
fluxos de informação e integração de elos organizacionais. Organizações
tanto públicas quanto privadas, buscam consolidar seus processos de
atendimento, por meio de ações que tem como foco a eficácia de seus
serviços, contudo, a compreensão da eficiência destes processos de aten-
dimento ao cliente, precisa ser analisada sob a ótica de diferentes concei-
tos de gestão. Neste sentido, a gestão logística quanto bem compreendida
e aplicada, se destaca como um método eficaz de análise e adequação
em diversos setores, onde o serviço de atendimento à saúde pública, se
destaca como um setor que carece de adequação constante, haja vista que
trata de uma área de fundamental importância para a população. Desta
forma, este capítulo tem como objetivo geral apresentar uma análise da
logística dos fluxos de informação, presentes no serviço de agendamento
e regulação de consultas da Secretaria Municipal de Saúde de Alagoas, ao
buscar à compreensão e clareza dos processos do SISREG como ferra-
menta de atendimento do SUS. Mediante a um estudo de caso efetuado
em uma unidade de saúde, localizada em Maceió/AL, foi desenvolvida
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1 INTRODUÇÃO
Em termos contemporâneos, quando existe a menção ao termo gestão
logística, refere-se à busca incessante de ações para otimização de serviços
e/ou produtos que necessitam serem ofertados de maneira adequada as
necessidades dos clientes. Em determinadas situações, percebe-se que alguns
métodos utilizados para gerir serviços e/ou produtos, não comtemplam em
totalidade as necessidades e expectativas dos clientes que os utilizam.
Neste sentido, é essencial buscar compreensão dos conceitos que
compõem a gestão logística em organizações de diversos setores, uma
vez que alguns segmentos, carecem de gestão eficaz de seus serviços. A
gestão logística abrange desde as operações de transporte, armazenagem
e estocagem, até o gerenciamento dos fluxos de operações e informa-
ções, de forma geral, o gerenciamento de fluxos e atividades logísticas,
depende de informações claras e procedimentos adequados para atingir
eficiência e eficácia nos processos de atendimento as demandas.
Ao relacionar conceitos da logística dos fluxos de informação ao
sistema de saúde pública, percebe-se que o mesmo precisa ser analisado,
para que seja possível identificar pontos de otimização e adequação de
alguns processos administrativos de serviços, haja vista que é papel fun-
damental de qualquer entidade pública ou privada, prover processos ade-
quados para atendimento e solicitação de seus clientes.
Para que tais processos de atendimento sejam contemplados em con-
formidade com o esperado, existe o Sistema de Centrais de Regulação
(SISREG) desenvolvido pelo Departamento de Informática do Sistema
Único de Saúde (DATASUS), que foi inserido no município de Maceió/
AL, com um propósito adequar o sistema de agendamento de consultas
médicas, entretanto, para sua efetiva funcionalidade, é necessário com-
preender os fluxos de informação de maneira eficiente para que se possa
utilizá-lo com exatidão e eficácia.
Na busca pela compreensão das informações necessárias para adequação
dos processos de atendimento ao público, a expansão dos conceitos de gestão
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quisa. Esta senha foi obtida por meio da Diretoria de Atenção à Saúde,
uma vez que a mesma, teve concordância com a necessidade da pesquisa
a ser realizada.
Conforme o sistema foi sendo utilizado, a percepção da falta de
clareza das informações, foram ficando a cada vez mais evidentes, apre-
sentando um reflexo da complexidade do organograma apresentado
anteriormente. Devido as estas percepções preliminares, tornou-se
necessário analisar a clareza das informações dos colaboradores que uti-
lizam o sistema. Durante o período de coleta de dados, foram atribuídos,
às amostragens, 480 questionários para os usuários e 40 questionários
aos profissionais, além das informações coletadas no próprio sistema e
de grande relevância para as constatações existentes na pesquisa.
Foi identificado que ocorreram reduções nos gastos públicos de
2013 a 2015 conforme apresentado Tabela 1, entretanto, conforme
relatado pelos colaboradores, essa diminuição apenas ocorreu por
limitações de exames ou especialidades, desta forma, não se pode
caracterizar uma correlação com o sistema analisado. De acordo
com os dados coletados, de 2013 para 2014 acontece uma redução
de gasto em R$ 43.229,70 de investimento pela Secretaria Muni-
cipal de Saúde (SMS), assim como de 2014 para 2015 houve uma
redução em R$ 6.705,03.
Tabela 1: Gasto público total de 2013 a 2015
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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com as análises realizadas, percebe-se uma certa incom-
preensão, por parte da gestão, e isso impôs um período de inúmeras
queixas da população, como também dos funcionários envolvidos. Ficou
evidente que as queixas são extremas em determinadas unidades e inter-
nas em outras, desta forma evidencia-se que a complexidade do pro-
cesso, por falta de clareza dos fluxos de informações, ocasiona proble-
mas e insatisfações.
Fica clara a evidência de que existem incoerências, uma vez em que
o tempo para determinados agendamentos de exames ou consultas
ocorrem em poucos minutos, até em segundos, por conta da baixa oferta
e uma enorme demanda a qual se pode comprovar.
A necessidade de rapidez no agendamento, ocasiona inconsistências
no sistema de agendamento, desta forma, o Gráfico 1 apresenta informa-
ções adquiridas ao longo da pesquisa, através do SISREG, onde pode-se
evidenciar o tempo mediante a quantidade de agendamentos. Mesmo
diante dessas limitações existentes pelo manuseio desproporcional do
sistema, o sistema continua sendo utilizado sem a devida atenção aos
fluxos de informações, o que poderiam minimizar e/ou eliminar erros,
caso a utilização ocorresse de forma assertiva.
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A abrangência da logística é notadamente de grande contribuição na
resolução de problemas de diferentes perspectivas, organizações de dife-
rentes áreas e segmentos distintos, podem e devem voltar suas atenções
para a gestão eficaz dos processos logísticos. No que tange ao estudo de
caso realizado neste capítulo, a clareza dos fluxos de informação é um fator
determinante para a eficiência de processos de atendimento ao cliente.
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REFERÊNCIAS
ALAGOAS, Complexo Regulador de Alagoas – CORA, 2013.
BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/Logística
Empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. 616p.
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BRASIL, Ministério da Saúde. Lei nº 8.080/90 – Sistema Único de Saúde – SUS – 1990.
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DF: Senado Federal, 1988. 202 p.
CARDOSO, Caroline dos Santos. BELLUZZO, Regina Célia Baptista. A Importância do
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Administração Contemporânea, v. 5, p. 183-196, 2000.
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CAPÍTULO 3
PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA DA
BLOCKCHAIN APLICADA À LOGÍSTICA
RESUMO
A tecnologia blockchain surgiu através da criação da criptomoeda bitcoin, que foi apre-
sentada por seu possível criador Satoshi Nakamoto (2008), devido as suas caracte-
rísticas referentes à segurança e rapidez do fluxo de informações, as potencialidades
de sua aplicação no setor logístico e na cadeia de suprimentos são inúmeras. No que
tange ao avanço das tecnologias relacionadas à indústria 4.0, tanto o conceito de
blockchain quanto o de supply chain, comtemplam a necessidade constante de inovar e
proporcionar eficiência e eficácia aos processos logísticos. Desta forma, esse capítulo
tem por objetivo realizar uma prospecção tecnológica através do monitoramento
tecnológico com base em dados de patentes sobre a tecnologia blockchain aplicada
logística e cadeia de suprimentos. A pesquisa sobre dados de direitos de produtos
e processos intelectuais e tecnológicos, utilizou a base de patentes do sistema de
inteligência em propriedade intelectual Questel-Orbit, tendo resgatado 222 famílias
de patentes, sendo 16% pertencentes das 10 principais empresas depositantes da
tecnologia. Após o estudo de prospecção tecnológica, constatou-se que a essencial
importância da tecnologia blockchain, quanto interligada com à logística e cadeia de
suprimentos, uma vez que os inventos dessa tecnologia estão revolucionando os
modelos de produção atual e viabilizando as aplicações da indústria 4.0, assim, pos-
sibilitando a geração de inovações na área logística de maneira global.
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1 INTRODUÇÃO
Atualmente a humanidade vivencia um grande fenômeno relacionado
à transformação digital, tendo como foco diversas tecnologias capazes de
gerar impactos sociais, econômicos e globais. No topo dessa onda tecnolo-
gia pode-se destacar avanços nas seguintes tecnologias: Internet das Coisas
– IoT, impressões 3D, Realidade Virtual, Inteligência Artificial e Blockchain.
Os debates promovidos pelo surgimento das criptomoedas no ano
de 2008, em particular a bitcoin, que devido sua natureza, provoca trans-
formações no ecossistema econômico-financeiro, que, trouxe à tona a
valorosa inovação tecnológica denominada blockchain. Esta tecnologia
de alto impacto é capaz de proporcionar grandes mudanças, haja vista
que facilita a transferência de dados com maior eficiência e segurança
nas transações financeiras, tanto em aspectos temporais como de custos
transacionais (CARVALHO et al, 2017).
De acordo com Petroni; Monaco; Gonçalves (2018, p.64) “A tec-
nologia Blockchain, pode ser utilizada de maneira única para autenticar
determinada identidade de funções computacionais de maneira irrefu-
tável e imutável através de sua chave ou cadeia de blocos.” Isso permite
que a segurança das informações seja preservada, viabilizando transa-
ções financeiras e proporcionando agilizada dos fluxos logísticos.
Nos primeiros quatro anos após o surgimento da bitcoin, houve uma
forte concentração de discussões em relação às criptomoedas, aspectos
de pagamentos e formas de estocar valor. Após essa fase surge à segunda
geração da tecnologia, denominada “Blockchain 2.0” trazendo consigo
inovações em smart contracts5, possibilitando a implementação de apli-
cações descentralizadas e autônomas, aplicado a contratos financeiros,
financiamentos coletivos e até o uso em jogos (MOUGAYAR, 2018).
Hoje em dia há uma diversidade de projetos, com grandes volumes
de investimentos, direcionados para a implantação de plataformas de
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Protocolo de computador auto executável criado com a popularização das criptomoedas e feito para facilitar e reforçar a
negociação ou desempenho de um contrato, proporcionando confiabilidade em transações online.
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‘Grupo ou aglomerado de empresas, parâmetros e/ou aspectos semelhantes, que estão interligados e podem trabalhar em
conjunto.
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2 FUNDAMENTOS DA
TECNOLOGIA BLOCKCHAIN
A tecnologia blockchain foi desenvolvida juntamente com a criação
da criptomoeda bitcoin, sendo estes conceitos apresentados como com-
plementares por Satoshi Nakamoto (2008), em seu white paper intitulado
“Bitcoin: A peer-to-peer electronic cash system”. Essa invenção permite que
transações financeiras sejam realizadas entre as partes sem a necessidade
de um terceiro de confiança (intermediários financeiros centralizados), o
que viabiliza a bitcoin como moeda digital.
De acordo com Morkunas; Paschen; Boon (2019, p. 296) blockchain
pode ser definido da seguinte maneira:
O Blockchain fornece um banco de dados digital descentralizado de transações,
também conhecido como livro razão distribuído, que é mantido e atualizado por
uma rede de computadores que verifica uma transação antes de ser aprovada e adi-
cionada ao livro razão. Ele permite que as partes em transação troquem a proprie-
dade de ativos representados digitalmente em um sistema ponto a ponto imutável
e em tempo real sem o uso de intermediários (MORKUNAS; PASCHEN; BOON,
2019, p. 296).
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3 BLOCKCHAIN APLICADO
AOS PROCESSOS LOGÍSTICOS
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Nas palavras de Wang et al. (2019 p. 7): “Por sua natureza consensual
distribuída, as blockchains também ameaçam o papel dos intermediários
nas cadeias de suprimentos, o que significa que alguns intermediários
tradicionais podem ser retirados do mercado”. Desse modo, é possível
a entrada de outros intermediários especializados na integração e análise
de dados por meio da tecnologia blockchain.
O Quadro 3 apresenta casos de uso da tecnologia blockchain na
cadeia de suprimentos, trazendo os tipos de adoção, os casos de uso,
exemplos da cadeia de suprimentos e os raciocínios de adoção da
tecnologia.
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Tendências Logísticas Contemporâneas
4 COLETA DE DADOS
A metodologia do presente estudo faz uso de técnicas de prospecção
tecnológica para avaliar o panorama tecnológico das inovações relacio-
nadas à tecnologia blockchain aplicada à logística e cadeia de suprimen-
tos, que de acordo com (MAYERHOFF 2008, p. 1):
Estudos de Prospecção constituem a ferramenta básica para a fundamentação nos pro-
cessos de tomada de decisão em diversos níveis na sociedade moderna. O propósito
dos estudos de prospecção não é desvendar o futuro, mas sim delinear e testar visões
possíveis e desejáveis para que sejam feitas, hoje, escolhas que contribuirão, da forma
mais positiva possível, na construção do futuro. Tais visões podem ajudar a gerar polí-
ticas de longo termo, estratégias e planos que dispõem circunstâncias futuras prováveis
e desejadas em um estreito alinhamento (MAYERHOFF, 2008, p. 1).
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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Depósitos de Famílias de Patentes por Ano
Os depósitos de famílias de patentes de blockchain aplicada à logís-
tica e cadeia de suprimentos tem início no ano de 2012 com apenas 02
famílias de patentes depositadas. A partir do ano de 2016 houve um
grande crescimento de depósitos de invenções relacionados à blockchain
aplicada à logística e cadeia de suprimentos, sendo 31 famílias de paten-
tes depositadas em 2016, 53 famílias de patentes depositadas em 2017,
109 famílias de patentes depositadas em 2018, ano de maior número de
depósitos, representando um aumento de um pouco mais de 100% em
relação ao ano anterior. O ano de 2019 até o momento do resgate dos
resultados apresentou 20 famílias de patentes depositadas. A Figura 2
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir desta pesquisa prospectiva, é perceptível que apesar da
tecnologia blockchain aplicada aos processos logísticos estar em plena
ascensão, iniciando seu crescimento a partir de 2016, até o ano de 2019
não apresenta um elevado número de depósitos de patentes. Foi possível
localizar através das buscas 222 famílias de patentes, o status legal que
apresenta 186 famílias de patentes solicitadas, 31 famílias de patentes
concedidas e 5 famílias de patentes expiradas.
Como principais países de proteção da tecnologia blockchain
aplicada a logística e cadeia de suprimentos pode-se destacar Estados
Unidos da América com 110 depósitos de famílias de patentes,
China com 77 depósitos de famílias de patentes e a Organização
Europeia de Patentes (EP) com 74 depósitos de famílias de paten-
tes. Demonstrando assim o interesse de grandes potências econô-
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Tendências Logísticas Contemporâneas
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Adriano Marinheiro Pompeu e Alexandre Bezerra Lima
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Tendências Logísticas Contemporâneas
CAPÍTULO 4
RESUMO
A indústria é uma inegável fonte de crescimento para as economias,
gerando valor e sendo uma das principais responsáveis pela difusão de
inovações tecnológicas ao longo do sistema econômico. Sendo algumas
das mais importantes inovações das últimas décadas, as tecnologias da
informação e comunicação se aprofundaram em variados segmentos.
Como reflexo destas tecnologias, configurou-se um novo “formato” da
indústria, comumente chamado indústria 4.0 ou indústria inteligente.
Fenômeno fortemente relacionado a uma crescente informatização
tanto dos componentes da indústria, quanto dos serviços, a indústria
4.0 possui como elementos chave os Sistemas Ciber-Físicos, as fabricas
inteligentes, a internet dos serviços e a internet das coisas. Ao estender
as conexões da internet a objetos físicos antes desconectados, a inter-
net das coisas traz oportunidades para sua utilização nos mais diversos
segmentos. A logística não pode ser considerada um setor para o qual
a internet das coisas seja algo necessariamente novo, uma vez que tec-
nologias relacionadas já são utilizadas no setor. Ainda assim, a internet
das coisas oferece diversas possibilidades que podem ser benéficas para
o segmento, tendo em vista que este envolve grandes quantidades de
remessas que precisam ser armazenadas, rastreadas e deslocadas por veí-
culos, máquinas e pessoas. Portanto, objetiva-se aqui, identificar como a
internet das coisas pode ser incorporada à logística, conectando o setor à
lógica da indústria 4.0. Para tal, por se tratar de uma pesquisa de natureza
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1 INTRODUÇÃO
A indústria é uma importante área, sendo responsável por grandes
saltos ocorridos ao longo do tempo, tanto do ponto de vista do pro-
gresso técnico e tecnológico, como também em termos de crescimento
econômico das diversas regiões ao redor do globo. O formato da indús-
tria e das diversas relações que a compõem e sustentam seu funciona-
mento, assim como a própria dinâmica da mesma, progrediu junto aos
avanços científicos e tecnológicos, alcançando o que hoje é chamado de
indústria 4.0.
Este novo arquétipo industrial se aproveita do desenvolvimento das
tecnologias da informação e comunicação, robótica e demais segmentos
que, em conjunto, compõem o núcleo do que representaria uma quarta
revolução industrial. Uma vez que tais tecnologias podem ser aplicadas
à indústria, trazendo novas soluções a demandas já existentes, criando
novos padrões, inclusive por parte dos consumidores transformando a
produção. Fica evidente que os setores interligados ao setor industrial,
entre os quais também se insere o setor de logística, também podem (e
devem) explorar as oportunidades advindas deste paradigma.
Entre os diversos componentes da indústria 4.0 está ainda a internet
das coisas, representando a ligação entre dispositivos antes desconec-
tados da grande rede, e todas as repercussões que este elo possa trazer.
Deste modo, considerando-se a crescente importância dessas tecnolo-
gias, do âmbito doméstico até a própria cadeia de suprimentos, objeti-
va-se aqui, identificar como a internet das coisas pode ser incorporada à
logística, conectando o setor à lógica da indústria 4.0. Para tal, o presente
estudo terá como objetivos específicos a caracterização da indústria 4.0;
a apresentação da internet das coisas e seu alcance; e a delimitação de
potenciais utilizações da mesma no setor de logística.
Ressalta-se que este capítulo foi realizado através de levantamento de
informações em bases de dados, artigos e estudos, de pesquisadores ou
instituições relevantes para o tema, se tratando ainda de uma pesquisa de
natureza exploratória e bibliográfica. Conforme Gil (2002), a pesquisa
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exploratória tem como objetivos o aprimoramento de ideias ou desco-
berta de intuições, proporcionando maior familiaridade com o problema,
ao passo que a pesquisa bibliográfica tem como grande vantagem per-
mitir ao pesquisador cobrir uma grande quantidade de fenômenos, em
especial quando há grande dispersão dos dados no espaço.
Deste modo, o estudo está estruturado em quatro seções, sendo a
primeira a presente introdução, seguido por uma segunda seção abor-
dando a indústria 4.0 e uma terceira sobre a internet das coisas. Por fim,
a quarta e última seção versará sobre a relação entre a internet das coisas
e a logística, apresentando aplicações destas tecnologias no setor.
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Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Hermann, Pentek, Otto (2015), Smit et al (2016) e
FIRJAN (2016)
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chão de fábrica;
5. Monitoramento e ajuste de todas as operações da fábrica em
tempo real;
6. Controle e gerenciamento remotos baseados na visibilidade total
das operações;
Direcionamento dos produtos acabados para o mercado de massa
e semiacabados para plantas orientadas aos clientes.
Em outras palavras, nestas fábricas os sistemas ciber-físicos garan-
tem a tomada de decisão autônoma através da conexão constante entre
a parte física e a parte virtual, recebendo e enviando dados de máquina
a máquina e entre máquinas e pessoas por meio da internet das coisas.
Em complemento a este processo, os clientes podem realizar custo-
mizações e apresentar demandas específicas, que serão direcionadas ao
processo produtivo via internet dos serviços, constituindo um grande
processo que aliados aos demais fatores, constitui a indústria 4.0.
Imagine a produção de um determinado produto que necessite, em seu aca-
bamento, de porcas, parafusos e arruelas. Na sua linha de produção, encontra-se
um produto inteligente: um recipiente para essas porcas, parafusos e arruelas com
uma câmera infravermelha embutida que monitora o montante de peças contido no
recipiente. Caso esta quantidade esteja abaixo do estoque de segurança, o depósito
irá encomendar automaticamente as novas peças via RFID. Isso permite uma gestão
baseada no consumo de peças em tempo real (FIRJAN, 2016, p. 14).
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mento dos indivíduos. Neste sentido, cabe observar que, nesta definição em
específico, são excluídos objetos como smartphones, tablets e computadores,
mesmo que os objetos conectados à internet das coisas possam necessitar
do envolvimento de dispositivos que sejam parte da “internet tradicional”.
Rose, Eldridge, Chapin (2015) informam que o termo Internet das
Coisas foi utilizado pela primeira vez pelo britânico Kevin Ashton, pio-
neiro em tecnologia, em 1999, sendo uma forma de sistema no qual os
objetos do mundo físico se conectariam à internet por meio de sensores.
Hoje, o termo descreve cenários em que as capacidades de computação e
conexão da internet se estenderiam não apenas a sensores, mas também
a uma série de objetos e dispositivos do cotidiano.
A internet das coisas envolve tecnologias como o RFID, Bluetooth, 5g e
Wi-Fi, bem como dispositivos, tecnologias embarcadas e aplicativos. Do ponto
de vista de aplicativos conectados, alguns mecanismos de pesquisa permitem
visualizar o crescimento ou distribuição dos dispositivos ao redor do mundo.
Sobre a distribuição, as Figuras 3 e 4 mostram o panorama em 2014, em
termos de dispositivos em geral (Figura 3) e sistemas de controle industrial
especificamente (Figura 4). Nas Figuras 5 e 6 é possível visualizar através de
outro mecanismo os dados de 2019, seja em relação ao total dos dispositivos
conectados à internet das coisas, como apresentado na Figura 5, ou, em uma
abordagem mais próxima da indústria e da logística, por meio dos dispositi-
vos de transporte (automóveis, embarcações e etc.), na Figura 6.
Figura 3 – Dispositivos conectados à internet
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o presente capítulo, espera-se ter evidenciado o crescente
impacto da indústria 4.0, e especificamente da internet das coisas nas
atividades produtivas e econômicas nos últimos anos, bem como seu
potencial para os próximos, dado o grande alcance destas tecnologias.
Como uma importante área dentro da lógica da indústria 4.0, a inter-
net das coisas, ao permitir a conexão de dispositivos antes desconectados
da rede, traz consigo uma série de oportunidades de utilização, seja do
ponto de vista doméstico, ou ainda em termos comerciais e industriais.
114
Tendências Logísticas Contemporâneas
REFERÊNCIAS
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CAPÍTULO 5
RESUMO
Este capítulo apresenta uma análise comparativa do preço da passagem
aérea no mês de janeiro de 2020, com origem na cidade de São Paulo
para os destinos Maceió- AL e seu principal concorrente, Recife-PE,
considerando as três principais empresas aéreas que operam nestes dois
destinos, além de uma análise dos impactos dos serviços de transporte.
O estudo foi realizado através do método de pesquisa survey, com o
levantamento de dados quantitativos para duas amostras: uma do destino
Alagoas e outra do destino Pernambuco. Estas duas amostras de preços
foram comparadas diariamente e identificadas as diferenças percentu-
ais e o resultado encontrado, confrontado com a literatura de Sistemas
Regionais de Inovação e de Concorrência Competitiva. Os resultados
demonstraram que há um equilíbrio entre os preços de passagens aéreas
para as regiões, mas o alto valor diminui os impactos positivos do turismo
nas mesmas, considerando que as empresas aéreas não pertencem aos
estados investigados ou à Região Nordeste do Brasil.
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1 INTRODUÇÃO
O turismo é uma indústria que vem evoluindo em conjunto com
os avanços tecnológicos no transporte de passageiros. No passado, uti-
lizando barcos e trens, e na atualidade, final do século XX e início do
século XXI, principalmente o avião, que viabilizou o deslocamento de
grande número de turistas, a uma velocidade muito maior, transformou
viagens de meses ou semanas em dias ou horas, o que possibilitou a
inserção da região nordeste em um roteiro turístico nacional. Esse novo
mercado evoluiu com o advento da internet, novas ferramentas e pla-
taformas de comunicação, a uma grande velocidade, com a difusão de
informações e a possibilidade de oferta de vários atrativos turísticos,
antes não amplamente conhecidos.
Embora ainda considerado um estado periférico no turismo no nor-
deste brasileiro e a existência de grande concorrência regional, Alagoas
tem potencial para captar um maior número de turistas. Para a consecu-
ção de resultados, stakeholders8 e fatores têm que trabalhar em conjunto
para superar a concorrência e agregar valor à atividade e para a região.
Como o turismo é uma indústria significativa, principalmente para
economias em desenvolvimento (LAGE e MILONE, 2002), e com o
objetivo de proporcionar caminhos para o crescimento econômico com
desenvolvimento econômico, verificou-se a necessidade de estudar crite-
riosamente o custo do meio de transporte mais utilizado por turistas, o
avião, e compara-lo ao maior concorrente de Alagoas, o Estado de Per-
nambuco, na busca de encontrar algum entrave para o turismo alagoano,
justificando esta pesquisa.
Para a execução da pesquisa foi utilizada a metodologia survey, a qual
consiste em utilização de dados primários e secundários para o enten-
dimento de uma determinada situação. Este capítulo está dividido em:
inovação e concorrência, economia do turismo, análise dos dados e con-
8
É uma palavra em inglês muito utilizada nas áreas de administração, inovação e tecnologia da informação cujo objetivo é
designar as pessoas e grupos mais importantes para um planejamento estratégico ou plano de negócios, ou seja, as partes
interessadas.
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2 INOVAÇÃO E CONCORRÊNCIA
O desenvolvimento de uma determinada indústria acontece através
de inovações, evoluções as quais possibilitam vantagens a seu deten-
tor em relação a seus concorrentes, trazendo ganhos extraordinários
(SCHUMPETER, 1932). Em uma perspectiva Evolucionária, onde o
desenvolvimento da uma região está diretamente relacionado às inova-
ções desenvolvidas ou assimiladas (COOK, 2001), emergindo assim o
conceito de Sistema Regional de Inovação. Mas outros fatores se fazem
relevantes no contexto de competição, a concorrência.
Nesse sentido, Porter (1980) considera a concorrência como fun-
damental para a estratégia empresarial, ao analisar seus efeitos sobre
as empresas, na comparação de mercados (Porter, 1985), e em relação
às estratégias das nações (Porter, 1990), no e nesse caso o Estado de
Alagoas. Mesmo concentrando-se na concorrência, sua análise é muito
mais ampla, com vista atenta na estrutura econômica e institucional a
qual se desenvolve o ramo de negócios.
Ao analisar a estrutura da concorrência existente num determinado
ramo de negócios, Porter (1980) apontou cinco forças atuantes sobre a
empresa, ao definir concorrência como rivalidade ampliada. As cinco
forças são:
1) ameaça de novos concorrentes (outras regiões turísticas);
2) ameaça de substitutos de produtos ou serviços de outros ramos;
3) poder de negociação dos turistas;
4) poder de negociação dos fornecedores; e
5) rivalidade entre as empresas existentes.
Outra contribuição de Porter foi o conceito de “estratégias competi-
tivas”, que aponta três caminhos: liderança no custo total, diferenciação
e enfoque. A estratégia de menor custo total que possibilita retornos
maiores ou preços mais baixos. A segunda estratégia diz a respeito da
diferenciação, que nada mais é do que criar algo novo, de modo que ele
se torne o diferencial no mercado, o que possibilitaria o turista pagar um
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3 ECONOMIA DO TURISMO
O turismo é definido pela própria Organização Mundial de Turismo
- OMT (Agência Especializada das Nações Unidas para o Turismo),
como “as atividades que as pessoas realizam durante suas viagens e per-
manência em lugares distintos do que vivem, por um período de tempo
inferior a um ano consecutivo, com fins de lazer, negócios e outros”
(OMT, 2003, p.23).
Seguindo a definição formal, não se pode considerar o turismo dire-
tamente como uma indústria, uma vez que não produz bem econômico,
mas sim uma atividade de prestação de serviços. Contudo, por ter algumas
conotações praticamente iguais às de uma indústria e, principalmente, a
importante dimensão que tem para o crescimento e desenvolvimento
de um país, em especial para os países com potencial turístico e com
sua economia em desenvolvimento, o turismo pode ser denominado de
“indústria sem chaminé”. (MONTEJANO, 2001).
No Brasil, pode-se observar mais detalhadamente a evolução da
demanda turística no Gráfico 1, onde em um período de dez anos, o
valor gasto por turistas no país cresceu mais de três vezes, saindo de
24,3 bilhões de Dólares em 2003 para 76,9 bilhões de Dólares em 2012
(WTO – 2013). São justamente estes gastos em uma economia local que
possibilitam a criação de empregos e desenvolvimento regional (LAGE
E MILONE, 2002).
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por ser um estado periférico na região nordeste, Alagoas precisa
se posicionar como produto turístico na forma mais eficiente possível,
com ofertas de serviços turísticos de qualidade atrelados a seus atrativos
naturais, gastronômicos e culturais.
Em uma perspectiva evolucionária, o diferencial surge através de ino-
vações, mas as mesmas no turismo são rapidamente copiadas o que dimi-
nuem o seu efeito. Para tanto, uma abordagem que pode trazer efeitos
positivos para as firmas formadoras do setor é a abordagem de preços,
qual preconiza o menor custo total para obter vantagem perante a con-
corrência.
Se o custo é relevante, a presente pesquisa investigou um dos serviços
com custo mais elevado, o transporte aéreo, e demonstrou um equilíbrio
de preços de passagens aéreas entre o Destino Alagoas e o Destino Per-
nambuco, com origem no Estado de São Paulo, maior emissor de turis-
tas para Alagoas. Dependendo da companhia aérea e da data, os preços
variam positivamente para qualquer um dos dois destinos. Vale ressaltar
que a distância entre o Estado de Alagoas e o Estado de São Paulo é
menor que a distância entre o Estado de Pernambuco e o Estado de
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CAPÍTULO 6
RESUMO
O objetivo deste capítulo é apresentar o estado da arte e as perspecti-
vas da utilização de aeronaves não tripuladas – drones – na entrega de
encomendas domiciliares diretas. É preciso compreender a relevância
do processo de entrega domiciliar na cadeia de suprimentos no cenário
econômico contemporâneo, avaliar a potencialidade do drone como
veículo de transporte de mercadorias e contextualizar seu uso e tendên-
cias. A discussão visa compilar, através de revisão bibliográfica, evidên-
cias existentes sobre o tema e apontar quais são os próximos passos que
as organizações pretendem seguir em termos de marketing, tecnologia
e inovação para conquistar compradores e fidelizar clientes com essa
nova modalidade de entrega. Os resultados apontam que, na cadeia de
suprimentos, o drone já é utilizado em larga escala. Na entrega de enco-
mendas, aparece como possibilidade plausível para adaptar-se e atender
necessidades de organizações e clientes. A evolução do seu uso alavanca
o interesse de empresas e pesquisadores em torná-lo uma ferramenta
cada vez mais adaptável aos empreendimentos. A utilização de drones na
entrega de encomendas domiciliares diretas já existe, é uma tendência,
embora distante de ser realidade.
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1 INTRODUÇÃO
Num cenário de competitividade, cada detalhe influencia na decisão
de compra do cliente. A gama de opções existentes, seja de marcas ou
de produtos, eleva o nível de julgamento do consumidor quanto aos
requisitos necessários em sua tomada de decisão. Junta-se a isso a dis-
ponibilidade proporcionada pela globalização do comércio. Hoje em
dia já não é necessário conhecer alguém que vá ao exterior quando
se deseja algum produto. O comércio eletrônico facilita a procura e
encurta o tempo de espera.
No contexto marcado pela diversificação das opções, é ponto pací-
fico que preço e qualidade deixam de ser diferenciais e tornam-se obri-
gações básicas para as empresas. A real concorrência envolve, dentre
outros fatores, ter a mercadoria e entregar o pedido dentro da exigência e
necessidade do comprador. Assim, a organização capaz de proporcionar
a melhor experiência de compra se sobressai em resultados.
No dia 14 de dezembro de 2016, a Amazon, percussora e uma das
gigantes mundiais em e-commerce, anunciava sua primeira entrega feita
com o uso de uma aeronave não tripulada do tipo drone. Em setembro
de 2019, o Ifood, empresa de entrega de alimentos, anunciou o início de
testes com o uso do mesmo equipamento para entregas no Brasil. Assim
como a própria logística, drones foram criados e aperfeiçoados primei-
ramente para uso militar. Com o tempo, tornaram-se populares e aces-
síveis ao grande público, seja como ferramenta de trabalho ou simples
diversão, sendo utilizados em grande escala atualmente. Agora começam
a ser inseridos na batalha por redução de custos e conquista de clientes.
Diante desse quadro, é plausível questionar a viabilidade da utilização
desta ferramenta como veículos de transporte para entrega de encomen-
das em domicílios. O drone é um diferencial competitivo que veio para
ficar e alterar o patamar de competitividade entre empresas? O objetivo
deste capítulo é apresentar o estado da arte e as perspectivas da utiliza-
ção de aeronaves não tripuladas – drones – na entrega de encomendas
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2 ENTREGA DOMICILIAR NA
LOGÍSTICA CONTEMPORÂNEA
Com o passar dos anos, muitas coisas evoluíram na forma como
empresas vendem e pessoas adquirem bens de consumo. O método
tradicional de se comercializar mercadorias resiste. Seja em locais com
difícil acesso à internet ou ao crédito, seja nas grandes avenidas povoadas
por lojas de grife, com produtos desejados em suas vitrines, o hábito de
ir ao ponto de venda para comprar sobrevive.
A principal transformação na forma de consumir se deu com a
inserção, popularização e consolidação do e-commerce como opção na
relação entre vendedores e consumidores. Lojas virtuais passaram da
condição de futuro para realidade em poucos anos.
Outra estratégia contemporânea a ser considerada é adotada por
empresas, objetivando atender mais rapidamente os desejos dos clientes.
O marketplace é a evolução do e-commerce. Consiste numa plataforma
que associa várias lojas num portal virtual de vendas, aumenta o leque de
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B2W é uma empresa de comércio eletrônico que controla os sites Americanas.com, Submarino, Shoptime e SouBarato. A
empresa foi criada em 2006 sob o modelo de marketplace.
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3 CUSTOS E OPERACIONALIZAÇÃO
DAS ENTREGAS EM DOMICÍLIO
Um dos principais problemas da entrega em domicílio é o custo da
operação. A etapa final do processo de entrega é conhecida como Last
Mile, em português, última milha. O Last Mile, sozinho, é responsável
por uma fatia significativa do custo total das operações logísticas das
empresas, algo entre 28 a 53%, o que dificulta sua otimização (BAP-
TISTA, 2016b). No e-commerce, estima-se que o frete representa 58%
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Para ser utilizado como veículo de entrega, o drone vem sendo aper-
feiçoado ao redor do mundo. De acordo com EFE (2017), a chinesa
JD.com desenvolve sete modelos de aeronaves especificamente para
entregas, sendo seis elétricos. No entanto, a figura 04 mostra o maior dos
equipamentos da empresa, que tem quase dois metros de envergadura,
capacidade para transportar até 30 quilos e é abastecido com gasolina.
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mendas. Pontos críticos precisam ser sanados até que a operação seja,
de fato, uma realidade no rol de opções do consumidor quando questio-
nado como quer receber suas compras.
Hoje, a principal barreira é a questão legal acerca da operação do
equipamento. Na maioria dos países é preciso certificar e registrar o
drone, assim como é o licenciamento de um automóvel, por exemplo. O
operador também precisa ter autorização para voar. A ANAC no Brasil
e o Federal Aviation Administration – FAA – nos Estados Unidos são
exemplos de órgãos que regulamentam e administram esses processos.
Segundo o Intelipost (2016), a ANAC ainda estuda alternativas para
regularizar e regulamentar o manuseio e o transporte de mercadorias por
meio dos drones, o que facilitaria a expansão do uso desse equipamento.
De acordo com Berman (2019), a americana UPS recebeu da FAA a pri-
meira certificação necessária para operar uma companhia aérea drones
em 27 de setembro de 2019 e está autorizada a fazer entrega de medica-
mentos e outros itens hospitalares na região de um complexo médico/
hospitalar na Carolina do Norte.
A ocupação do espaço aéreo é outro objeto de estudos. Drones con-
vivem com aeronaves como aviões e helicópteros. A diferença está no
fato desses últimos equipamentos serem tripulados e suscetíveis a fatali-
dades. Um céu povoado de drones, buscando ser ágeis em atender clien-
tes, pode tornar-se um pesadelo para o tráfego aéreo. O uso do drone
no espaço aéreo americano é alvo de uma severa legislação regulatória,
o que restringe bastante sua funcionalidade (TREBILCOCK, 2018). Na
cidade de São Paulo, por não haver regulamentação específica, o voo
de drones para entregas de mercadorias ainda é proibido (AUGUSTO,
2018). Na China, o espaço aéreo das cidades é fortemente controlado
e uso das aeronaves não tripuladas é terminantemente proibido (EFE,
2017), restringindo testes e entregas a áreas rurais.
Há ainda problemas relacionados com a funcionalidade da entrega
em si. É preciso planejar o processo para que o drone realmente entre-
gue o produto da forma solicitada pelo cliente. Intelipost (2016) lembra
que, antes de tudo, as mercadorias levadas precisam ser cuidadosa-
mente armazenadas em compartimentos resistentes a impactos. O local
da entrega também não pode ser desprovido de condições de pouso.
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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando cogita-se alterar e inovar algo, pensa-se em justificativas plau-
síveis para fazer tal mudança. Na guerra comercial da economia globali-
zada, utilizar uma tecnologia antes dos concorrentes significa aumentar a
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china.ghtml>. Acesso em 11 de out. 2019.
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CAPÍTULO 7
Volmir Rabaioli
Adriano Marinheiro Pompeu
RESUMO
A logística sempre esteve presente nos momentos difíceis da história
da humanidade, apresentando-se como um elemento fundamental para
a solução de diversos tipos de problemas relacionados à gestão. Nesses
momentos, geralmente o setor conseguiu se reinventar e melhorar seus
processos no que tange à superação de variados desafios. O mesmo
ocorreu durante a pandemia do coronavírus, em que a gestão logística
precisou ser adaptada e melhorada para a nova realidade. A queda no
faturamento do setor foi de 69% e afetou 90% das empresas, enquanto
somente 3% das empresas conseguiram aumentar suas receitas. Sem
poder abrir as portas para receber os clientes em suas lojas, o e-commerce,
as redes sociais e aplicativos se transformaram em canais eficientes para
divulgar produtos no varejo. Desde o início da pandemia, em março,
até o final do mês de julho, mais de 135 mil lojas aderiram ao e-commerce,
gerando boas oportunidades de negócios para as empresas que conse-
guiram se adaptar rapidamente. Desta forma, o intuito deste capítulo
é apresentar a importância da gestão logística em tempos de desafios
globais, uma vez que as empresas que utilizam de forma eficiente os con-
ceitos logísticos, por meios digitais e plataformas eletrônicas, conseguem
vantagens competitivas perante os concorrentes.
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1 INTRODUÇÃO
Entre o fim do ano de 2019 e início do ano de 2020, o mundo foi
acometido por uma das maiores pandemias da história da humanidade.
O vírus COVID-19, popularmente conhecido como Coronavírus, pro-
porcionou uma mudança de paradigmas nos mais diversos setores eco-
nômicos e sociais, causando impactos negativos mesmo em nações que
eram consideradas altamente estáveis.
Assim como outros vírus que sofrem mutações, durante a pande-
mia não há vacina, ocasionando a necessidade de isolamento social,
trazendo consigo a redução do consumo, redução da produção e con-
sequentemente o fechamento de empresas. Tais consequências, estão
intrinsecamente relacionadas à necessidade de superar desafios, todavia,
a capacidade de se reinventar não é tarefa fácil e desta forma a gestão
logística se apresenta como fator fundamental para enfrentamento e
superação de desafios.
O objetivo das reflexões que se seguem, é apresentar a importância
da gestão logística e identificar de forma inicial, os impactos da pande-
mia do Coronavírus na logística brasileira. Esta primeira percepção, em
tese, visa analisar os reflexos sobre as atividades produtivas e econômi-
cas, sejam eles, positivos ou negativos, em um momento ímpar das socie-
dades e suas organizações.
O método utilizado para a análise foi o dedutivo, alicerçado em pes-
quisas bibliográficas pertinentes ao assunto, com coleta de dados ini-
ciais junto aos órgãos governamentais e revistas especializadas do setor
logístico brasileiro, sem descartar eventuais constatações com percep-
ções empíricas. Em sua maioria, são dados primários quantitativos que
expressam uma situação econômica percebida até o momento, conforme
o foco deste trabalho, sem entrar na esfera social.
Não é possível avançar além de um levantamento exploratório ainda
em fase inicial pelo fato de a situação epidemiológica ainda não estar
controlada. No momento em que este conteúdo foi produzido, as pos-
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dados pessoais não sejam utilizados para outros fins ou por terceiros
(GUERREIRO, 2006).
Para Andrade e Silva (2017) há dois fatores elementares que motivam
as pessoas a mudar o comportamento de compra: a praticidade da
compra online, principalmente de clientes que residem longe dos centros
distribuidores; e a economia de recursos, haja vista que geralmente o
preço dos produtos na internet é menor que o praticado nas lojas físicas.
Soares, Batista e Scandiuzzi (2015) acrescentam a eficiência nas compras,
maior variedade de produtos e serviços personalizados, facilidade de
acesso e a comodidade.
As vendas de comércio eletrônico vêm crescendo significativamente
nas últimas décadas, trazendo novos desafios para as organizações. Esse
desenvolvimento possibilita que empresas tradicionais adotem estratégias
de atendimento por mais de um canal de distribuição, incluindo vendas
on-line em seus negócios (MELACINI et al., 2018). Essas mudanças afe-
taram principalmente as vendas no varejo e resultaram em uma grande
transformação na logística de distribuição para atender a demanda, exi-
gindo significativos investimentos em infraestrutura, gestão de proces-
sos e recursos para armazenamento e distribuição (HÜBNER, KUHN,
WOLLENBURG, 2016).
3 A PANDEMIA DO CORONAVÍRUS
E SEU IMPACTO NA ECONOMIA
No início do ano de 2020 a humanidade foi surpreendida com a
notícia de que na China havia a contaminação de humanos pelo corona-
vírus (SARS-CoV-2), cuja doença recebeu a nomenclatura de Covid-19
por meio da Organização Mundial da Saúde (OMS). Conforme a OMS,
a maioria dos pacientes poderia adquirir o vírus sem apresentar sintomas
e cerca de 20% dos casos poderiam precisar de atendimento hospitalar
devido às dificuldades respiratórias, sendo que desses casos, aproxima-
damente 5% poderiam apresentar insuficiência respiratória e precisar de
respiradores mecânicos.
A transmissão do vírus ocorre de uma pessoa contaminada para
outra pessoa por meio de contato pessoal físico, gotículas de saliva,
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cessos rígidos, com considerável custo de frete dos produtos. Para isso,
investiram em parcerias com empresas transportadoras para agilizar suas
entregas com um custo mais acessível, o que permitiu realizar entregas
em menor período de tempo, de maneira que muitos produtos fossem
entregues em até 24 horas.
Nessa linha de pensamento, há a necessidade de mencionar os inú-
meros protocolos e exigências sanitárias impostas e adotadas por todos
os elos das cadeias logísticas, no sentido prevenir e eliminar quaisquer
contaminações cruzadas dos produtos e consequentemente das pessoas
lá no final da cadeia. Esse é mais um legado deixado pela pandemia,
principalmente em situações até então invisíveis e desnecessárias e que
passam a fazer parte do cotidiano das empresas, sendo mais um aspecto
da gestão logística que é incorporado.
A agilidade das entregas é mais um fator positivo advindo desse período
obscuro enfrentado pela sociedade e pela logística. Somado a isto pode-se
citar a comodidade geradas pelas vendas on-line e a melhoria dos processos
logísticos. Tal situação fez com que parte da população se tornasse mais
digital, o que influenciou diretamente na gestão dos processos logísticos.
Afinal, um cliente perdido é uma venda a menos que deixa de ser realizada,
e, provavelmente, contabilizada por um concorrente.
Essa digitalização e volatilidade das operações comerciais é uma
tendência futura, principalmente pelo fato de que as pessoas (físicas e
jurídicas) foram obrigadas a adotar em um primeiro momento e que
dificilmente voltam para os métodos antigo, justamente pela praticidade
e principalmente pela redução dos custos. Ou seja, independente das
etapas logísticas e processos, entramos definitivamente numa era mais
digital, em que os resultados positivos não afetam somente as empresas
que conseguiram adequar seus processos logísticos, mas também para
os clientes que souberam usufruir e superar os desafios. Infelizmente,
muitas empresas não estavam preparadas e foram afetadas. Àquelas
que conseguiram permanecer no mercado, é uma oportunidade ímpar
para melhorias, adoção de métodos de gestão eficazes e por que não
dizer, profissionais.
Por último, não podemos deixar de citar a nossa percepção sobre
a necessidade de uma maior atenção governamental para o setor logís-
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A pandemia do coronavírus marcou um momento ímpar na história
da humanidade, impondo desafios para uma geração de pessoas e empre-
sas, que, de certa forma, não estavam preparadas para tal calamidade. Em
um piscar de olhos, tudo estava pelo avesso, a liberdade foi confiscada
e o direito de ir e vir limitado, evidenciando que a sobrevivência das
pessoas e das empresas estava em risco.
Nesse contexto, o gerenciamento logístico e da cadeia de suprimen-
tos foi fundamental para contribuir de maneira significativa durante a
pandemia, prezando pela distribuição e o abastecimento da população,
para suprir suas necessidades básicas, como alimentos e medicamentos.
O fluxo contínuo das operações, processos, produtos, serviços e infor-
mações aliados às plataformas digitais permitiram que a cadeia de supri-
mentos pudesse ser gerida de maneira satisfatória, desde os fornecedores
iniciais até os consumidores finais. Para isso, a integração e coordenação
de todos os processos de negócios que integram as diversas organizações
ao longo da cadeia de suprimentos foi um fator determinante.
O isolamento social forçou os gestores a encontrar alternativas para
a continuidade das atividades produtivas, desencadeando em novos
métodos de trabalho, com uso de plataformas digitais que definitiva-
mente podem agregar muito na criação e desenvolvimento de novos
métodos de gestão logística. A agilidade somada à redução de custos
pode impactar diretamente no resultado final das empresas, principal-
mente pelo aval do consumidor que constantemente busca produtos
de qualidade, com preços menores e disponíveis a qualquer momento
e lugar. Não podemos esquecer-nos de mencionar a qualificação dos
profissionais de logística que foram desafiados a se reinventar nesse pro-
cesso, principalmente pela situação imposta sem precedentes para essa
geração. A situação exigiu deles outras competências e habilidades, o que
tende a ser um marco para o futuro que se aproxima.
A utilização de tecnologias digitais ganhou espaço e deve orientar o
setor logístico no futuro. Novos aplicativos e redes sociais foram incor-
porados aos negócios, se tornando grandes aliados na divulgação dos
produtos, expansão de marcas e consolidação de negócios. A partir destas
percepções iniciais em meio a uma situação ainda indefinida, trabalhos
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REFERÊNCIAS
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SOBRE OS AUTORES
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VOLMIR RABAIOLI
Contato: rabaiole@hotmail.com
Administrador de Empresas, Pós-Graduado em Engenharia de Produ-
ção, Pós-Graduado em Gestão de Operações e Logística, Mestre em
Desenvolvimento Local, Doutor em Ciências Ambientais e Sustentabi-
lidade Agropecuária. Atua em áreas de Gestão Empresarial, Gestão da
Produção e Gestão de Pessoas. Professor em Cursos de Administração,
Engenharias, Ciências Contábeis, Logística, Recursos Humanos e Pro-
cessos Gerenciais. Coordenador de Cursos de Administração e Logís-
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