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SUPRIMENTOS PARA
PEQUENAS EMPRESAS
UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
M516l
Mejia, Lino Esteban Llamosan
Logística de suprimentos para pequenas empresas. /
Lino Esteban Llamosa Mejia – Indaial: UNIASSELVI, 2018.
CDD 658.7
Impresso por:
Lino Esteban Llamosa Mejia
APRESENTAÇÃO...........................................................................07
CAPÍTULO 1
Referencial Estratégico-Teórico para Compreender
a Logística de Suprimentos.........................................................09
CAPÍTULO 2
Gestão de Recursos....................................................................27
CAPÍTULO 3
Previsão De Suprimento E Demanda Na Cadeia
De Suprimentos............................................................................49
CAPÍTULO 4
Gestão de Estoques.....................................................................83
CAPÍTULO 5
Gestão de Transporte...............................................................103
APRESENTAÇÃO
Bem-vindos à disciplina Logística de Suprimentos para Pequenas Empresas.
Esta obra trata da Logística de Suprimentos, fator chave na administração de
empresas. Atualmente os executivos são conscientes da complexidade das
operações, e para tanto, implementam uma gestão eficiente com o propósito
de obter uma vantagem competitiva. Assim, o foco deste trabalho está no
planejamento e gestão de recursos na lógica da Teoria Baseada em Recurso
(TBR) que permite a empresa obter uma posição competitiva.
Bons estudos!
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Capítulo 1 Referencial Estratégico-Teórico para Compreender a Logística
de Suprimentos
Contextualização
A logística teve seu início no âmbito militar (França – século XVIII), no qual os
fluxos de recursos como soldados, informações, comida e munições desafiavam
as longas distâncias e grandes perigos, os quais são próprios das guerras. Esses
fluxos de recursos, em muitas situações, representavam a chave para garantir
sucesso ou fracasso na guerra. Para exemplificar sua importância, podemos citar o
dia D na batalha de Normandia, que aconteceu em 6 de junho de 1944, na Segunda
Guerra Mundial. A operação que durou apenas um dia, foi planejada por um período
aproximado de um ano por parte de tropas dos aliados. O planejamento da logística
incluía: fluxo de Informações falsas filtradas para os alemães, fluxo logístico impecável
de armamento, tanques, pessoas e outros. A operação foi um êxito no âmbito da
logística e foi o fator-chave para ganhar a Segunda Guerra Mundial.
Por sua vez, no âmbito empresarial, o termo logística tem sido um fator-chave para
as operações relacionadas à produção em termos de tempo, qualidade e flexibilidade.
Com o incremento da competição entre empresas e a Revolução Industrial, as empresas
precisam de gestores na área da logística que consigam cumprir com as especificações
do cliente. Portanto, os gestores da logística de suprimentos para pequenas empresas
têm um desafio pela frente em relação a uma boa gestão no que se refere aos termos
de fluxos de informações e integração com o fornecedor e cliente ao longo da cadeia
de produção. Uma boa gestão na área pode permitir a uma empresa ter uma vantagem
competitiva e melhores desempenhos com respeito a seus concorrentes.
Definição de Logística
Como discutido anteriormente, o termo logística iniciou-se no campo militar
e logo foi adaptado para um ambiente empresarial. Assim, executivo de logística
é, atualmente, um cargo muito importante para as companhias de primeira classe;
como resultado, uma ótima gestão vai permitir obter uma vantagem competitiva e
melhores desempenhos. Por exemplo, enquanto algumas empresas da indústria
de vestuários oferecem nas lojas quatro coleções ao ano; a multinacional de
moda, Zara, aproveita sua logística integral e consegue oferecer até oito coleções
por ano, tornando-se uma das empresas líderes do setor.
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LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
“[...] é o processo A primeira definição de termo logística foi feita pelo Conselho
de planejamento, de Gestores de Logística: “[...] é o processo de planejamento,
implementação e
implementação e controle eficiente e eficaz do fluxo de armazenagem
controle eficiente e
eficaz do fluxo de de mercodorias em processo, produtos terminados e fluxo de
armazenagem de informações, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com
mercodorias em o objetivo de atender às necessidades do cliente” (COUNCIL OF
processo, produtos LOGISTICS MANAGEMENT, 1986).
terminados e fluxo
de informações,
Assim, podemos destacar os seguintes atributos na definição
desde o ponto de
origem até o ponto descrita. Primeiramente, o fluxo de produtos e também de informações
de consumo, com o ao longo dos processos produtivos de uma empresa basicamente de
objetivo de atender manufatura é a preocupação por parte do conselho. Nesta definição,
às necessidades do não somente importa o fluxo de produtos como também o fluxo de
cliente” informações. Para exemplificar, poderíamos falar sobre a multinacional
de moda Zara. O executivo da logística da Zara não somente está preocupado
com os fluxos do seu produto ao longo da cadeia, como também se preocupar
com o fluxo de informações, como são os desenhos das roupas, os quais são, na
indústria da moda, um dos atributos principais apreciados pelo cliente.
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Capítulo 1 Referencial Estratégico-Teórico para Compreender a Logística
de Suprimentos
FONTE: O autor
Atividade de Estudos:
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LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
Definição da Logística de
Suprimentos ou Gestão da Cadeia de
Suprimentos
O fenômeno da O fenômeno da hipercompetição, o crescimento rápido das
hipercompetição, empresas e a abertura comercial por parte dos países tem desafiado a
crescimento rápido visão da logística.
das empresas e
abertura comercial A hipercompetição tem o objetivo de tornar os produtos mais
por parte dos países,
competitivos em termos de custos, pois as empresas realocam suas
tem desafiado a
visão da logística. fontes de produção para países com custos de produção mais baratos
como a China ou a Índia. Isto apresenta um desafio para o executivo
da logística, pois terá que fazer uma gestão logística para distâncias maiores.
Assim, a definição inicial da logística apenas considera uma empresa no âmbito
local e centrado basicamente na produção de bens físicos e desconsidera a
comercialização de serviços, assim como o processo da hipercompetição.
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Capítulo 1 Referencial Estratégico-Teórico para Compreender a Logística
de Suprimentos
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LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
FLUXO DE INFORMAÇÃO
Manufatura
Logística
Fornecedor Fornecedor Cliente Cliente
grau 2 grau 1 Compras Marketing grau 1 grau 1
Produção Finanças
R&D
GESTÃO DA DEMANDA
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Capítulo 1 Referencial Estratégico-Teórico para Compreender a Logística
de Suprimentos
Atividades de Estudos:
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LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
FONTE: O autor
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Capítulo 1 Referencial Estratégico-Teórico para Compreender a Logística
de Suprimentos
vende. Por exemplo, a empresa que vende fios e tecidos com preço de R$30,00
possivelmente tem um custo de R$20,00 e um ganho de R$10,00. Por outro lado, a
Zara, que é o principal agente da cadeia, também já teve seus próprios lucros com
um preço de produção e desenho de R$50,00 e R$80,00, respectivamente. Assim, o
lucro gerado em nosso exemplo de R$80,00 representa o ganho para a toda a cadeia
ou valor criado, descontando os ganhos particulares dos agentes que participaram na
produção da calça, a qual tem um preço de venda de R$250,00.
A consideração para maximizar o lucro para toda a cadeia tem que ter
relação com a análise que foi feita na definição e centra em um dos principais
fatores. A primeira característica seria a integração em termos de processos
produtivos (fornecedor, fornecedor de nosso fornecedor, cliente e cliente de nosso
cliente) e também um compartilhamento de informações entre os fornecedores,
fornecedores de nossos fornecedores, clientes e clientes de nossos clientes.
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LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
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Capítulo 1 Referencial Estratégico-Teórico para Compreender a Logística
de Suprimentos
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LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
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Capítulo 1 Referencial Estratégico-Teórico para Compreender a Logística
de Suprimentos
do valor da companhia, o grupo ao qual pertence a Zara, tem uma cotização para
inícios de 2018 de um valor de €29.600 milhões de euros, e é considerada umas
das marcas com maior valor no mercado.
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LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
Atividades de Estudos:
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Capítulo 1 Referencial Estratégico-Teórico para Compreender a Logística
de Suprimentos
Algumas Considerações
Neste capítulo, procuramos caracterizar a literatura sobre cadeia de
suprimentos. Como foi analisado, o termo logística forma parte de um conceito
maior denominado Supply Chain Management ou gestão da cadeia de
suprimentos. Vimos também como o Council of Logistics Management (CLM)
mudou de nome para Council of Supply Chain Management Professionals
(CSCMP) com a finalidade de se adaptar ao novo cenário empresarial dinâmico e
às necessidades dos profissionais. Podemos dizer também que a palavra-chave
na definição da cadeia de suprimentos é integração.
Referências
CHOPRA, S.; MEINDL, P. Supply chain management: strategy, planning and
operation. 3. ed. New Jersey: Pearson, 2007.
COUNCIL of Logistics Management. What is it all about? IL: Oak Brook, 1986.
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LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
FORBES. The world’s most valuable brands. 2017. Disponível em: <https://
www.forbes.com/pictures/591c87fc31358e03e5593101/11-ge/#6f01a30b31c9>.
Acesso em: 3 jan. 2018.
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C APÍTULO 2
Gestão de Recursos
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Capítulo 2 Gestão de Recursos
Contextualização
Um requisito primário para que as empresas consigam produzir bens ou
serviços são os recursos. Dessa forma, cada empresa aproveita seus recursos
na quantidade e qualidade que considera melhor para garantir o objetivo. Assim,
uma firma que produz cerveja, por exemplo, precisará de recursos como: mão de
obra, insumos intermediários, uma planta de produção etc. No entanto, a empresa
não atua sozinha na indústria, mas compete com outras que também utilizam
diferentes quantidades e qualidades dos recursos com uma estratégia similar ou
diferente. Como resultado, existe na indústria de bebidas alcoólicas, empresas
com um bom desempenho, outras que têm um desempenho igual (na média), as
que têm um desempenho abaixo da média.
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LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
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Capítulo 2 Gestão de Recursos
• Recurso terra: são aqueles recursos que vêm da natureza São aqueles
e podem ser utilizados nos processos produtivos. Alguns recursos que vêm
exemplos do fator de produção terra são: depósitos minerais, da natureza e
fontes de água, fauna, semeadura de culturas, construção de podem ser utilizados
nos processos
edifícios e outros. Além disso, o valor desse fator vai depender
produtivos.
de sua escassez e localização. Se o recurso está mais perto
do processo produtivo, este será mais valioso. Por exemplo, a Zara tem
um centro de logística valioso que está localizado no centro da Europa.
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LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
Atividade de Estudos:
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Capítulo 2 Gestão de Recursos
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LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
A TBR explica como uma empresa pode ter uma posição competitiva e parte
de duas presunções: os recursos são heterogêneos; e os recursos são inamovíveis
ou têm um custo muito alto ao serem transferidos. A primeira presunção (recursos
são heterogêneos) implica que as empresas não possuem os mesmos recursos
que seus concorrentes, assim, uma empresa, como por exemplo a DHL, não
possui os mesmos recursos que seu competidor direto, Fedex. No entanto, DHL
e Fedex diferenciam-se em tecnologia, processos, capabilities etc. Esta diferença
entre as empresas é chamada de heterogeneidade de recursos. A segunda
presunção (os recursos são inamovíveis ou têm um custo muito alto ao ser
transferido) representa o ambiente onde a empresa opera, e o fato de apresentar
barreiras para a livre circulação ou transferência dos recursos.
a) Valioso
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Capítulo 2 Gestão de Recursos
A resposta é sim. A Zara possui um recurso valioso que é sua marca com
uma presença global e um valor de mais de 25 bilhões de dólares americanos. A
empresa também possui uma equipe de mais de 3.000 desenhistas bem treinados
e capacitados, os quais estão presentes nas principais passarelas de modas do
mundo. Estes recursos (marca e desenhistas) permitem que empresa mantenha
um preço maior de seus produtos, em relação a seus concorrentes, enquanto seus
clientes estão dispostos a pagar pelo valor estipulado. Na área de operações, a
Zara tem uma logística de abastecimento ou cadeia de abastecimento integrada,
ágil, flexível e eficiente que permite que empresa mantenha seus custos de
produção competitivos.
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LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
b) Raro
Por outra parte, se um recurso é raro e está nas mãos de poucas empresas
numa indústria, por exemplo, mineração, também poderia ser fonte de uma
posição competitiva e o sucesso da empresa vai depender de como ela consegue
fazer uma boa gestão desses recursos.
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Capítulo 2 Gestão de Recursos
c) Inimitável
Isto quer dizer que o atributo de inimitável refere-se ao recurso não é de livre
comercialização no mercado; não existe a maneira de imitar ou fazer uma cópia
dele; ou caso pudesse ser feita uma cópia, esta teria um valor muito alto, gerando
uma situação de desvantagem para a empresa.
A reposta é sim. Zara tem recursos que são valiosos, raros e difíceis de
imitar. Empresas competidoras perderiam muito tempo para criar uma marca
respeitável, uma estrutura de cadeia de suprimentos integrada verticalmente e
que seja ágil, flexível e eficiente, o que permite à empresa fazer entregas em
tempo recorde e manter os custos de produção competitivos. O departamento
de desenho com 3.000 pessoas, mencionado anteriormente, é um recurso
apenas valioso e raro, mas não inimitável. Algumas empresas desenhistas que
trabalham para Zara poderiam ser compradas no mercado de trabalho por parte
de empresas competidoras que podem oferecer melhores condições de trabalho
ou aumento de salário.
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LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
a) Organização
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Capítulo 2 Gestão de Recursos
FONTE: O autor
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Atividade de Estudos:
FONTE: O autor.
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Capítulo 2 Gestão de Recursos
Tendências e Oportunidades
(Produtos e Serviços) para
Pequenas Empresas
Nesta seção, apresentamos algumas tendências e oportunidades para
pequenas empresas, utilizando o marco teórico analisado anteriormente.
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Capítulo 2 Gestão de Recursos
Fonte: <https://brasil.elpais.com/brasil/2014/02/26/
tecnologia/1393369995_154946.html>. Acesso em 7 jun. 2018.
a) Blockchain
Esta tecnologia é exibida nos principais jornais todas as semanas, pois situa-
se em um contexto em que as pessoas estão deixando de utilizar moedas físicas
e cada vez mais utilizam formas digitais de fazer pagamentos, devido à rapidez e
seguridade que representam. Se uma pessoa quer fazer uma compra utilizando
esta moeda digital, basta ter uma carteira digital. Em São Paulo, há mais de 50
lojas que aceitam como pagamento o Bitcoin, e no Brasil a quantidade de lojas
que o aceitam está próxima de países desenvolvidos.
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LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
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Capítulo 2 Gestão de Recursos
Fonte: <https://oglobo.globo.com/economia/aplicacoes-praticas-
do-blockchain-20691028>. Acesso em: 7 jun. 2018.
a) Startups
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LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
Fonte: <https://oglobo.globo.com/economia/startups-levam-conhecimento-
brasileiro-para-mundo-22092752>. Acesso em: 8 jun. 2018.
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Capítulo 2 Gestão de Recursos
Algumas Considerações
Neste capítulo, procuramos analisar a visão tradicional e moderna dos
recursos. Como foi visto, os economistas clássicos analisaram o recurso ou fontes
de produção: trabalho, capital e terra; enquanto o seguidor da Teoria Baseada em
Recursos os analisa e classifica em: valioso, raro e inimitável, em um contexto em
que os recursos são heterogêneos e difíceis de ser transferidos.
Referências
BARNEY, J. Firm resources and sustained competitive advantage. Journal of
Management. 1991. Disponível em: <http://doi.org/10.1177/01492063910170010
8>. Acesso em: 13 jun. 2018.
COLLINS, J. Good to great: why some companies make the leap and others
don´t. New York, NY: Harper Colling, 2001.
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LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
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C APÍTULO 3
Previsão de Suprimento e Demanda
na Cadeia de Suprimentos
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Capítulo 3 Previsão De Suprimento E Demanda Na Cadeia De Suprimentos
Contextualização
As empresas, hoje em dia, operam em um ambiente hipercompetitivo,
dinâmico e com regras de mercado pouco claras. Assim, elas precisam prever
possíveis panoramas em relação as suas vendas, preços, custos, entre outros
fatores, e a partir desse parâmetro desenhar um plano de ação aproveitando os
dados disponíveis pela própria empresa ou aqueles adquiridos no mercado. É
importante que haja integração neste processo, visto que a previsão da variável
de interesse, como por exemplo as vendas, precisa ser compartilhada ao longo da
cadeia de suprimentos com a finalidade de sincronizá-la com as ações de outros
departamentos da empresa como compras, finanças, logística e comercial.
Uma empresa com um bom sistema de previsão permitirá aos gestores tomar
decisões pertinentes, com o intuito de melhorar o desempenho competitivo da
empresa, e consequentemente, a utilização dos recursos financeiros, humanos e
tecnológicos. Convém evidenciar também o aproveitamento dos dados massivos
(big data) que estão disponíveis no mercado e com fácil acesso. O uso adequado
e análise dos dados permitem obter previsões mais exatas e confiáveis para
auxiliar nas decisões por parte do gestor.
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LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
PREVISÃO
Previsão Previsão
Fornecedor Manufatura Cliente
FONTE: o autor
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Capítulo 3 Previsão De Suprimento E Demanda Na Cadeia De Suprimentos
a) Previsão da demanda
Quanto maior a
O caso descrito anteriormente, apresenta os processos típicos cadeia, maior a
numa cadeia de suprimentos e exemplifica como a previsão em dificuldade na
qualquer processo da cadeia (cliente, loja, distribuidor-importador previsão.
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LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
FONTE: O autor
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Capítulo 3 Previsão De Suprimento E Demanda Na Cadeia De Suprimentos
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LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
Fonte: <https://oglobo.globo.com/economia/com-demanda-
fraca-falta-de-inovacoes-analistas-reduzem-projecoes-para-
iphone-x-22228612>. Acesso em: 12 jun. 2018.
a) Previsão de suprimentos
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Capítulo 3 Previsão De Suprimento E Demanda Na Cadeia De Suprimentos
2. Estoque: em primeiro lugar, uma ótima gestão de estoque Uma ótima gestão
implica utilizar os mesmos componentes para diferentes itens de estoque implica
que a empresa produz, ou seja, a empresa precisa adaptar a utilizar os mesmos
sua infraestrutura de armazenagem aos diferentes produtos componentes para
diferentes itens que
que vende. Por exemplo, uma empresa que vende roupas
a empresa produz.
e implementos esportivos para snowboard e golf teria que
desenhar um armazém com capacidade para armazenar estes produtos
de maneira dinâmica ao longo do ano.
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LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
Uma ótima gestão Em segundo lugar, uma ótima gestão de estoque implica
de estoque implica armazenar produtos com uma demanda previsível. Por exemplo, uma
armazenar produtos empresa assume o compromisso de fornecer roupa de inverno para
com uma demanda a polícia durante os próximos anos. Assim, ela poderia produzir e
previsível. armazenar estes produtos por duas temporadas com antecedência e
permitir que a capacidade de produção esteja livre para elaborar pedidos mais
urgentes e com uma escassa previsão de demanda.
Fonte: <https://oglobo.globo.com/economia/nintendo-dobra-previsao-de-lucro-
com-fortes-vendas-do-console-switch-22010319>. Acesso em: 12 jun. 2018.
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Capítulo 3 Previsão De Suprimento E Demanda Na Cadeia De Suprimentos
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LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
Atividades de Estudos:
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Capítulo 3 Previsão De Suprimento E Demanda Na Cadeia De Suprimentos
Métodos de Previsão
Todo modelo de previsão apresenta algumas características e uma margem
de erro. Retomando o exemplo da Zara, que tem presença em São Paulo, Rio
de Janeiro e outras regiões do Brasil, a matriz pede uma previsão de vendas
anual para as duas principais regiões do Brasil, portanto, a área comercial prevê
vendas de 10.000 unidades de roupas para as lojas localizadas em São Paulo e
vendas de 11.000 unidades para as lojas localizadas no Rio de Janeiro. Ao final
do ano, as vendas reais para a região de São Paulo foram de 9.000 unidades e
para a região do Rio de Janeiro foram de 12.000. Como consequência, há uma
margem de erro de 1.000 unidades para as duas regiões, o que demostra que as
previsões não foram exatas. Embora o gestor não seja bem visto por estes erros,
os problemas decorrentes são um fator-chave para o modelo de estimação, pois
fornecem valiosas informações da variável que está sendo estudada.
Em segundo lugar, um bom modelo de previsão segue o princípio de
parcimônia. Este princípio pressupõe a simplicidade no uso de variáveis
dependentes para entender um fenômeno. Imaginemos dois modelos para explicar
o crescimento das vendas: o primeiro está representado por duas variáveis (preço
e poupança), o segundo por três (preço, volume e Produto Interno Bruto – PIB) e
os dois modelos têm o mesmo poder de precisão. Portanto, aplicando o princípio
de parcimônia, o modelo mais adequado a escolher seria o primeiro.
Em terceiro lugar, os erros das previsões a longo prazo são maiores do que
as de curto prazo. Atualmente, é um desafio fazer modelos de previsão de três
anos, e muito mais difícil mensurar modelos para períodos longos, como de dez
anos. Um dos fatores que restringem as previsões é o dinamismo do mercado e a
presença de hipercompetição. O curto e o longo prazo são relativos e dependem
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LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
a) Qualitativo
Uma previsão Uma previsão qualitativa é subjetiva e está fundamentada no
qualitativa é julgamento humano. O método procura descobrir, compreender
subjetiva e está e interpretar o fenômeno que está sendo estudado por meio das
fundamentada no percepções e interpretações dos observadores. Geralmente, este
julgamento humano.
método é utilizado quando não se possui informação histórica da
variável que se pretende analisar. Por exemplo, quando uma empresa deseja
posicionar-se numa indústria com um novo produto ou quando a empresa deseja
ingressar em uma nova indústria nunca antes explorada. Entre as vantagens
deste método podemos citar:
62
Capítulo 3 Previsão De Suprimento E Demanda Na Cadeia De Suprimentos
Vantagens Desvantagens
• Procura descobrir, compreender e in- • Requer um observador com ex-
terpretar o fenômeno que está sendo periência relevante, imparcial e in-
estudado através das percepções e tuitivo para interpretar e analisar os
interpretações dos dados. dados.
• É usado para identificar variáveis para • O método não pretende generalizar
um modelo de previsão quando não os resultados obtidos da amostra.
existe data histórica. Geralmente utilizado para formular
• Permite analisar comportamentos de modelos ou hipóteses.
grupos de consumidores e entre in- • O observador pode envolver seus
divíduos. próprios interesses, motivações e
• O número de amostras ou data é rel- antecedentes no momento da coleta
ativamente pequeno em relação a de dados e na análise.
modelos quantitativos. • Excesso de confiança, pressões exter-
nas ou interesses comerciais podem
interferir na análise das informações.
FONTE: O autor
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LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
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Capítulo 3 Previsão De Suprimento E Demanda Na Cadeia De Suprimentos
FONTE: O autor
Atividade de Estudos:
a) ( ) Delphi
b) ( ) Construção de cenários
c) ( ) Opinião da força de vendas
d) ( ) Regressão
a) Séries temporais
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LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
FONTE: O autor
FONTE: O autor
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Capítulo 3 Previsão De Suprimento E Demanda Na Cadeia De Suprimentos
FONTE: O autor
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LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
1 1
(Equação 2) St+1 = Ʃ Y
y i=1 i
Na qual:
FONTE: O autor
68
Capítulo 3 Previsão De Suprimento E Demanda Na Cadeia De Suprimentos
II- Médias móvel: este método é similar ao anterior, mas com Médias móvel: este
a diferença de que utiliza os novos dados estimados para método é similar ao
obter a nova média. Enquanto a média simples leva todos os anterior, mas com
valores em conta, a média móvel descarta os valores mais a diferença de que
antigos e incorpora as observações mais recentes estimadas. utiliza os novos
dados estimados
O processo é repetitivo e apresentado na equação 3.
para obter a nova
média.
1 1
(Equação 3) St+1 = Ʃ Y
k i=t–k+1 i
Na qual:
1
S13 = (5.276) = 1.758,67
3
1
S11 = (7.516,33) = 1.959,22
3
FONTE: O autor
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LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
Na qual:
A equação 4 indica que quanto mais próximo “α” está de um, mais agressivo
é o ajuste do método. De igual maneira, quanto mais próximo “α” está de zero,
menos agressivo é o ajuste. Para uma melhor compreensão, supomos uma
estimação de demanda para vendas no período um, dois e três, denotados como
S1, S2 e S3 nas seguintes equações:
70
Capítulo 3 Previsão De Suprimento E Demanda Na Cadeia De Suprimentos
FONTE: O autor
Nas quais:
71
LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
FONTE: O autor
72
Capítulo 3 Previsão De Suprimento E Demanda Na Cadeia De Suprimentos
FONTE: O autor
Nas quais:
s – Intervalo da sazonalidade.
Lt – Nível da série no período t.
bt – Estimativa de tendência no período t.
Ft – Componente sazonal no período t.
m – Número de períodos futuros.
St+m – Previsão da variável dependente.
73
LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
Imaginemos que a Zara emita uma solicitação para fazer uma previsão das
vendas de roupas de criança para os próximos três períodos. Portanto, você inicia
uma coleta de dados de vendas históricas de roupa para criança nos últimos
24 períodos e com isso pretende fazer uma previsão para os períodos 25, 26
e 27. Para a previsão são considerados α=0.2, β=1.0 e γ=0.1, um horizonte de
previsão=7, m=4 e o ponto inicial Lt=0, Bt=0, Ft=0.95.
Vendas estimadas
Vendas α = 0.2
Tempo Lt Bt Ft
(milhões de reais) β = 1.0
γ = 0.1.
1 362 0 0 0.95 0
2 385 0 0 1.01 0
3 432 0 0 1.13 0
4 341 380 9.75 0.89 0
5 382 391.99 11.99 0.95 373.43
6 409 403.93 11.93 1.01 409.25
7 498 420.3 16.37 1.14 477.82
8 387 435.59 15.28 0.89 390.89
9 473 459.78 24.18 0.96 439.01
10 513 488.45 28.66 1.01 494.85
11 582 515.65 27.2 1.14 588.69
12 474 540.03 24.37 0.89 484.12
13 544 564.6 24.56 0.96 543.26
14 582 585.81 21.21 1.01 595.65
15 681 605.05 19.24 1.13 689.97
16 557 623.96 18.9 0.89 558.19
17 628 644.81 20.84 0.96 620.52
18 707 671.91 27.09 1.01 681.64
19 773 694.95 23.04 1.13 791.46
20 592 706.78 11.82 0.88 632.15
21 627 705.03 -1.74 0.95 679.3
22 725 705.03 0 1.01 717.9
74
Capítulo 3 Previsão De Suprimento E Demanda Na Cadeia De Suprimentos
FONTE: O autor
FONTE: O autor
Atividade de Estudos:
75
LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
a) ( ) Média Simples.
b) ( ) Média Móvel.
c) ( ) Método de suavização exponencial simples.
d) ( ) Método de Holt.
e) ( ) Método de Holt-Winters.
c) Causal
(Equação 15) Y = b0 + b1 X + μ
76
Capítulo 3 Previsão De Suprimento E Demanda Na Cadeia De Suprimentos
No qual:
No qual:
Por fim, o modelo apresenta uma parte explicada (b1 e Xit) e outra não
explicada (μit).
77
LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
Atividade de Estudos:
a) ( ) Qualitativo.
b) ( ) Quase experimento.
c) ( ) Regressão.
d) ( ) Método de Holt.
e) ( ) Séries temporais.
d) Simulação
78
Capítulo 3 Previsão De Suprimento E Demanda Na Cadeia De Suprimentos
Em uma época nem tão remota assim, na metade dos anos 1980, a
motocicleta no Brasil vivia um momento de transição: de veículo outrora exclusivo,
importado, caro e prioritariamente usado como objeto de lazer. A maciça
produção de modelos de pequena cilindrada em Manaus (AM) popularizou seu
uso, destacando outra faceta: a do meio de transporte e de trabalho – em muitos
lugares, substituindo animais que faziam esta função.
Por que “também”? Simples: é este tipo de veículo que há anos se constitui
em verdadeira “salvação da lavoura” do exigente e evoluído mercado europeu e da
Ásia -- em países como Indonésia, Tailândia, Vietnã e obviamente os gigantescos
China e Índia, scooters têm conquistado cada vez mais espaço.
Fonte: <https://carros.uol.com.br/colunas/coluna-o-motociclista/2017/10/17/
assim-como-a-moto-substituiu-o-jegue-scooter-pode-ser-
nova-moto-de-entrada.htm>. Acesso em: 18 jun. 2018.
79
LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
80
Capítulo 3 Previsão De Suprimento E Demanda Na Cadeia De Suprimentos
Algumas Considerações
Neste capítulo, analisamos a previsão da demanda e de suprimentos em
uma cadeia de suprimentos. A previsão da demanda prevê a quantidade futura
de vendas de produtos ou serviços por parte da empresa, enquanto a previsão
de suprimentos refere-se à utilização eficiente das compras de materiais
intermediários, uso de armazenagem, capacidade da fábrica entre outros, cuja
finalidade é alinhar-se com a previsão da demanda e suas exigências.
Referências
BOYER, K.; LEWIS, M. Competitive priorities: Investigating the need for trade-
offs in operations strategy. Production and Operations Management. 11(1),
9-20. 2002. Disponível em: <http://doi.org/10.1111/j.1937-5956.2002.tb00181.x>.
Acesso em: 18 jun. 2018
81
LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
Jornal O Globo. 2017. Ambev vende mais cerveja no Brasil, mas tem queda
de lucro no 1o trimestre. Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/
negocios/noticia/ambev-tem-queda-de-20-no-lucro-liquido-do-1o-tri.ghtml>.
Accesso em: 11 fev. 2018.
WU, S.; MELNYK, S.; FLYNN, B. Operational Capabilities: The Secret Ingredient.
Decision Sciences Journal. v. 41, n. 4, p. 721-754. 2010. Disponível em: <http://
doi.org/10.1111/j.1540-5915.2010.00294.x>. Acesso em: 19 jun. 2018.
82
C APÍTULO 4
Gestão de Estoques
84
Capítulo 4 Gestão de Estoques
Contextualização
Como analisado no Capítulo 3, a previsão e a gestão de estoques depende
fundamentalmente da previsão de demanda. Por exemplo, o gestor de um armazém
implementa um sistema de compra quinzenal. Cada compra contém uma quantidade
de 20.000 quilogramas de lítio, que é utilizado para a fabricação de baterias. Porém,
por motivos de desabastecimento na produção deste insumo, por parte de seu principal
fornecedor localizado no Chile, o gestor terá que se adaptar a estas mudanças e avaliar
novamente os intervalos de tempo e quantidade em cada pedido de lítio.
85
LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
GESTÃO DE ESTOQUE
Estoque
Grau 0
Compras Marketing
Produção Finanças
R&D
Cliente Grau 2
Cliente Grau 1
Cliente Grau 1
Cliente Grau 2
Processo
de Manufatura
86
Capítulo 4 Gestão de Estoques
Para exemplificar a primeira questão, como uma ótima gestão pode ter
impacto em uma melhoria no lead time, vamos analisar o caso de maior sucesso
na indústria de e-commerce, a Netshoes (ÉPOCA, 2012).
No ano 2002, a empresa começa a vender calçados por dois principais canais
de distribuição: lojas físicas e através da internet. No final do mesmo ano, os
dados da web apresentaram resultados surpreendentes: 70% das vendas foram
de ocasião, e assim, a gerência da empresa decidiu que não valia a pena manter
operando as lojas físicas e estabeleceu dar maior importância ao e-commerce.
Como consequência, em 2009 a empresa já faturava mais de R$100 milhões e,
desde então, vem dobrando seus resultados a cada ano.
87
LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
(Equação 1) PR = (D * LT) + ES
Na qual:
PR – Ponto de ressuprimento
D – Demanda média
88
Capítulo 4 Gestão de Estoques
PR = (D * LT) + ES
PR = (200 * 2) + 3 * 200
PR = 1.000 baterias
FONTE: O autor
89
LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
Porém, no dia a dia, a demanda, assim como o lead time, não são constantes
devido a fatores externos, como uma ruptura de suprimento, escassez de algum
insumo do fornecedor ou alguma mudança nas regras do mercado (aumento
dos impostos de importação), entre outros. Portanto, os gestores geralmente
utilizam o estoque de segurança. O gráfico a seguir apresenta o mesmo caso
descrito anteriormente, mas com a presença de um estoque de segurança de 300
unidades de baterias, com o qual, o ponto de ressuprimento (PR) aumenta em
300 unidades, ou seja, 1.300 baterias (1.000 + 300).
FONTE: O autor
90
Capítulo 4 Gestão de Estoques
91
LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
Na qual:
NR – Nível de ressuprimento
D – Demanda média
IR – Intervalo de ressuprimento
LT – Lead time (tempo de ressuprimento)
ES – Estoque de segurança
NR = D * (IR + LT) + ES
NR = 2.900
92
Capítulo 4 Gestão de Estoques
FONTE: O autor
A decisão do estoque mais alto foi tomada para reduzir rupturas e estar
mais bem preparada para a melhora do mercado neste ano, que consideramos
que irá acontecer”, disse o presidente da companhia, Peter Estermann, durante
teleconferência com analistas na tarde desta segunda-feira. O executivo afirmou
também que o ambiente competitivo está mais “saudável” neste ano, ressaltando
que o cenário continua promocional, mas mais “comportadinho”. A empresa
esclareceu que a implementação de um novo sistema de vendas e de incentivos
para empregados termina de ocorrer até dezembro.
Fonte: <http://www.valor.com.br/empresas/5330315/varejo-eleva-estoque-
na-aposta-de-vendas-melhores-no-trimestre>. Acesso em: 20 jun. 2018.
Atividade de Estudos:
94
Capítulo 4 Gestão de Estoques
FONTE: O autor
Sistema ABC
Uma fábrica de baterias para celulares precisa de vários materiais como:
lítio, alumínio, cobre, entre outros. Assim, o armazém dessa fábrica precisará ter
mais de um item como estoque e, é muito provável que alguns desses materiais
95
LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
sejam mais importantes que outros. Por exemplo, o gestor pode considerar que
o estoque do recurso lítio pode ser mais importante do que outros materiais
para a produção de baterias. Outros itens podem ter valores altos, de modo que
altos níveis de estoque representem um alto custo financeiro para a empresa.
Como consequência, os gestores precisam ter um controle prioritário sobre
aqueles recursos importantes que estão sendo armazenados, e sobre os menos
importantes, ou seja, armazenar motores não é o mesmo que armazenar pneus.
• Primeira etapa: elaborar uma relação dos itens que se deseja classificar
com o método ABC. O Quadro 2 apresenta os resultados.
96
Capítulo 4 Gestão de Estoques
FONTE: O autor
FONTE: O autor
97
LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
FONTE: O autor
FONTE: O autor
98
Capítulo 4 Gestão de Estoques
Atividade de Estudos:
99
LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
Medidas de Desempenho
São métricas As medidas de desempenho, conhecidas como KPI, são métricas
quantitativas quantitativas que refletem a performance da empresa na realização de
que refletem a seus objetivos e estratégias. A diferença entre a métrica e a KPI é que
performance esta segue os objetivos estratégicos da empresa, enquanto as métricas
da empresa na não necessariamente.
realização de
seus objetivos e
estratégias. Se o gestor deseja conhecer a situação da empresa em um
determinado momento, basta medir e analisar as principais KPIs da
empresa. As métricas mais importantes utilizadas na gestão de armazenamento são:
II. Custo estoque médio: indica qual valor em dinheiro (R$) a empresa
está gastando em armazenagem e movimentação. Entre os custos
podemos listar: equipamentos, espaço, mão de obra, energia, entre
outros. A equação 4 apresenta a fórmula de cálculo:
100
Capítulo 4 Gestão de Estoques
Atividade de Estudos:
101
LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
Algumas Considerações
Neste capítulo, procuramos analisar a gestão de estoques em um contexto
de uma cadeia de suprimentos. Estes estoques representam capital imobilizado
ou recursos que esperam ser utilizados para produzir bens ou serviços. Assim, o
presente capítulo focou na utilidade do estoque e o nível ótimo a ser considerado
pela empresa.
Referências
CROXTON, K. L.; et al. The supply chain management processes. International
Journal of Logistics Management. v. 12, Issue 2, p. 13-36. 2001. Disponível
em: <https://doi.org/10.1108/09574090110806271>. Acesso em: 20 jun. 2018.
102
C APÍTULO 5
Gestão de Transporte
104
Capítulo 5 Gestão de Transporte
Contextualização
Infelizmente, os fatores de produção não estão perto do ponto de consumo,
ainda mais em um contexto de países em desenvolvimento, nos quais alguns
centros de produção estão longe do ponto de vendas, enquanto outros estão
próximos dos armazéns e famílias por força da migração mal organizada dos
campos para as grandes cidades. Como consequência, o gestor de logística de
suprimentos tem o desafio de desenhar um sistema de transporte para levar suas
mercadorias desde suas fábricas até o ponto final, o consumidor, considerando os
fatores mencionados inicialmente.
105
LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
Nas palavras da própria Amazon (2018, s.p), o futuro das compras será
“o que você quiser, na hora em que quiser, onde quiser, com a rapidez que
quiser”. Prova disso é o AmazonFresh, um serviço da empresa, no qual as
entregas podem ser em até 24 horas após o pagamento do pedido efetuado, e
para os produtos de mercearia, com valores acima de US$50,00, as taxas de
envio são gratuitas. Contudo, este modelo apresenta um desafio para o gestor:
uma promessa de entregas no mesmo dia pode trazer um incremento de custo
de transporte e alguns obstáculos neste processo. É muito mais fácil
Uma empresa de
pequeno porte despachar caminhões cheios do que fazer entregas para cada pedido.
pode aproveitar
uma ótima Assim, seguindo com o exemplo do sistema da Amazon, uma
gestão eficiente empresa de pequeno porte pode aproveitar uma ótima gestão eficiente
de transporte ao de transporte ao considerar fatores como flexibilidade, entrega ágil e
considerar fatores
customização, o que pode permitir que tenha uma posição competitiva
como flexibilidade,
entrega ágil e em relação à concorrência. Logicamente, criar um sistema eficiente não
customização é fácil, mas uma vez desenvolvido, pode trazer ganhos acima da média.
107
LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
108
Capítulo 5 Gestão de Transporte
CONCESSIONÁRIAS
ASSOCIADAS DA ANTF
Ferrovia Transnordestina Logística (FTL)
Ferrovia Tereza Cristina (FTC)
MRS Logística
RUMO - Malhas Norte, Oeste, Paulista e Sul
VALE - Estrada de Ferro Carajás (EFC) e
Estrada de ferro Vitória a Minas (EFVM)
VLI - Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) e
Ferrovia Norte Sul (FNS) - Tramo Norte
Extensão (km)
Bitola Bitola es-
Operadoras Origem Bitola Total (¹)
larga treita
mista (²)
(1,60 m) (1,00 m)
América Latina Logística Malha Norte
- 735 - - 735
– ALLMN
América Latina Logística Malha Oeste
RFFSA - 1.953 - 1.953
– ALLMO
América Latina Logística Malha Pau-
RFFSA 1.533 305 269 2.107
lista – ALLMP
América Latina Logística Malha Sul –
RFFSA - 7.223 - 7.223
ALLMS
Estrada de Ferro Carajás – EFC (Vale) - 997 - - 997
Estrada de Ferro Vitória a Minas –
- - 888 - 888
EFVM (Vale)
109
LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
Fonte: <http://ri.rumolog.com/ptb/8674/65093.
pdf>. Acesso em: 20 maio 2018.
110
Capítulo 5 Gestão de Transporte
16,0
Soja 16,1
14,6
16,2
12,5
Milho 14,0
13,0
6,6
11,9
Açúcar 10,2
9,6
11,0
10,1
Carvão Mineral 9,1
9,7
10,0
5,0
Farelo de soja 4,5
5,4
6,6
4,7
Celulose 3,4
2,8
2,7
4,6
Óleo Diesel 4,7
4,7
4,4
2,8
Produtos siderúrgico 3,1
- outros 4,5
4,3
2,2
Bauxita 3,8
3,8
4,1
38,9
Outros 40,8
42,5
45,4
111
LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
Atividade de Estudos:
112
Capítulo 5 Gestão de Transporte
113
LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
114
Capítulo 5 Gestão de Transporte
115
LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
Atividade de Estudos:
116
Capítulo 5 Gestão de Transporte
117
LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
118
Capítulo 5 Gestão de Transporte
Outros: 186.051
SBPA Salgado Filho Porto Alegre 19.676
SBBE Internacional de Belém/Júlio Cezar Ribeiro Belém 19.187
SBKP Viracopos Campinas 18.426
SBCF Tancredo Neves - Confins Belo Horizonte 17.296
Outros: 14.630
SBVT Eurico de Aguiar Salles Vitória 12.412
SBCT Afonso Pena Curitiba 11.578
SBSG Governador Aluizio Alves São Gonçalo do Amarante 7.806
SBCY Marechal Rondon Várzea Grande 7.155
SBGO Santa Genoveva Goiânia 7.023
SBRJ Santos Dumont Rio de Janeiro 5.713
SBSL Marechal Cunha Machado São Luis 4.872
SBFL Hercílio Luz Florianópolis 4.365
SBJP Presidente Castro Pinto João Pessoa 3.904
SBCG Campo Grande Campo Grande 3.866
SBTE Senador Petrônio Portella Teresina 3.323
SBSN Maestro Wilson Fonseca Santarem 3.162
SBPV Governador Jorge Teixeira de Oliveira Porto Velho 3.030
SBAR Santa Maria Aracaju 2.771
SBMO Zumbi dos Palmares Maceió 2.765
SBPJ Brigadeiro Lysias Rodrigues Palmas 2.106
SBNF Ministro Victor Konder Navegantes 1.944
SBLO Governador José Richa Londrina 1.707
SBUL Tenente - Coronel Aviador César Bombonato Uberlândia 1.628
SBIL Bahia - Jorge Amado Ilhéus 1.438
SBMA João Correa da Rocha Marabá 1.277
SBMG Sílvio Name Júnior Maringá 1.019
SBJV Lauro Carneiro De Loyola Joinville 1.001
SBRP Leite Lopes Ribeirão Preto 972
Total: 650.048
119
LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
Atividade de Estudos:
a) Aquaviário
Container de 20 pés
Dimensões externas: comp.: 6.058 / larg.: 2.438 / alt.: 2.591
Cubagem: 33,2 m3
Peso Máx: 24.000 kg / Tara: 2.080 kg / Carga: 21.920 kg
120
Capítulo 5 Gestão de Transporte
Container de 40 pés
Dimensões externas: comp.: 12.192 / larg.: 2.438 / alt.: 2.591
Cubagem: 67,6 m3
Peso Máx: 30.480 kg / Tara: 3.550 kg / Carga: 26.930 kg
121
LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
FONTE: <http://www.visionmaritima.com.uy/noticias/puertos-comerciales-noticias/puertos-
de-brasil-movilizarian-mil-millones-de-toneladas-para-el-2012/>. Acesso em: 20 maio 2018.
122
Capítulo 5 Gestão de Transporte
Frete T./1.000km
Carga Ano Frete T./1.000km
(IGP- DI)
Granel (-petróleo) 2013 R$37,03 R$30,86
Container 2013 R$80,17 R$66,81
Carga-solta 2013 R$83,92 R$69,94
Granel (-petróleo) 2014 R$36,43 R$31,82
Container 2014 R$90,51 R$79,06
Carga-solta 2014 R$77,71 R$67,88
Granel (-petróleo) 2015 R$43,74 R$39,52
Container 2015 R$80,02 R$72,28
Carga-solta 2015 R$107,37 R$97,00
Granel (-petróleo) 2016 R$37,60 R$37,60
Container 2016 R$67,03 R$67,03
Carga-solta 2016 R$94,48 R$94,48
Atividade de Estudos:
123
LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
a) ( ) Container Dry
b) ( ) Container Reefer
c) ( ) Container Tanque
d) ( ) Container Flat Rack
a) Intermodal
124
Capítulo 5 Gestão de Transporte
Algumas Considerações
Neste capítulo, procuramos analisar os principais modais de transporte no
Brasil (ferroviário, rodoviário, aéreo, aquaviário e intermodal). Foram abordadas
as principais características, vantagens e desvantagens de cada modal, assim
como algumas informações estatísticas sobre o sistema de transporte brasileiro.
A escolha de um modal para transportar mercadorias depende fundamentalmente
de três fatores: custo, valor agregado da mercadoria e tempo de entrega.
Assim, empresas que exportam comodities geralmente utilizam o modal
ferroviário e aquaviário, enquanto envios de eletrodomésticos são movimentados
principalmente pelo modal aéreo.
125
LOGÍSTICADESUPRIMENTOSPARAPEQUENASEMPRESAS
Referências
BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento,
organização e logística empresarial. São Paulo: Bookman, 2001.
126