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ACADEMIA DE CIÊNCIAS POLICIAIS

MESTRADO PROFISSIONAL EM CIÊNCIAS POLICIAIS


Módulo de Gestão de Trânsito

Princípios de Perícia Criminal

Docentes: Discentes:
PhD: João de Deus Elísio Valoi
Mcs: Naldo Machacame Joel Napita
José Ngulele
Lurdes Nhancale

Michafutene, 2020
ÍNDICE

1
I. CAPÍTULO – INTRODUÇÃO________________________________________________3

1. CONTEXTUALIZAÇÃO__________________________________________________3
1.1. JUSTIFICATIVA______________________________________________________4
1.2. PROBLEMATIZAÇÃO_________________________________________________4

2. OBJECTIVOS___________________________________________________________5
2.1. GERAL______________________________________________________________5
2.2. ESPECÍFICOS________________________________________________________5

II. CAPÍTULO – REVISÃO BIBLIOGRAFICA_____________________________________6

1. PRINCÍPIOS DA PERÍCIA CRIMINAL_____________________________________6


1.1. PRINCÍPIO DE INTERCAMBIO_________________________________________6
1.2. PRINCÍPIO DE OBSERVAÇÃO_________________________________________7
1.3. PRINCIPIOS DE ANÁLISE_____________________________________________9
1.4. PRINCÍPIO DE INTERPRETAÇÃO_____________________________________10
1.5. PRINCÍPIO DE DESCRIÇÃO__________________________________________11
1.6. PRINCÍPIO DE DOCUMENTAÇÃO_____________________________________13

III. CAPÍTULO - METODOLOGIA____________________________________________14

1. MÉTODO DE PESQUISA________________________________________________14

2. RECOLHA DE DADOS__________________________________________________14

IV. CAPÍTULO – CONSIDERAÇÕES FINAIS___________________________________15

1. CONCLUSAO__________________________________________________________15

V. REFERÊNCIAS BIBLIGRAFICAS___________________________________________16

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I. CAPÍTULO – INTRODUÇÃO
1. CONTEXTUALIZAÇÃO
Os acidentes de viação têm a sua evolução histórica no início da invenção do motor a vapor,
constituem um fenómeno amplo e complexo onde encontram a sua maior manifestação no
espaço urbano (Jovchelovitch, 2000).
Nos últimos anos, os acidentes de viação são responsáveis, em todos os países do mundo, por um
número cada vez maior de mortes, bem como pelo aumento da morbidade entre as suas vítimas,
(Mello, 2002).
O relatório organização mundial da Saúde (OMS, 2009), refere que anualmente morrem cerca de
1,3 milhões de pessoas, a nível mundial, devido aos acidentes de viação e mais de 20 milhões de
pessoas sofrem ferimentos ligeiros ou graves resultando em incapacidade temporária ou
permanente com custos elevados para a sociedade, para a saúde e para a economia de cada país.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que em 2030 os acidentes de viação estejam
entre as cinco principais causas de morte a nível mundial, o que resultará em cerca de 2,4
milhões de mortes por ano. As consequências económicas dos acidentes rodoviários representam
cerca de 1% a 3% do produto interno bruto (PIB) nos países de todo o mundo, atingindo um total
de mais de US $ 500 bilhões (OMS, 2009; OMS, 2013).
Todavia sabe-se que os factores de risco associados aos acidentes de viação têm habitualmente
um carácter comportamental que contribui para cerca de 90 a 95% dos acidentes de viação
(AV’s) e que advém das atitudes, crenças, opiniões e valores dos condutores.
Os AV’s têm criado mortes nas sociedades moçambicanas, para além de destruírem
infraestruturas públicas e privadas e criam embaraço no desenvolvimento socioeconómico de
Moçambique.
As notícias moçambicanas relatam, quase diariamente sobre os AV’s que acontecem nas estradas
das três regiões do país (Norte, Centro e Sul).
Cunha (2008), numa obra de moçambicana que retrata a vida de sinistralidade rodoviária em
todas as classes de veículos, onde abordam também o comportamento humano e os três factores
na condução (factor Natureza, Humano e Via).
Cardoso (2012), defende a organização da urbanização para um trânsito seguro e por fim
Almeida (2011), estuda os acidentes de viação desde o seu início (abrangido os custos de um

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sinistro) até ao seu término pelas autoridades judicias, são os autores que nas suas pesquisas
criaram o interesse pelo tema a ser desenvolvido neste projecto de pesquisa.
Nas cidades dos países em vias de desenvolvimento, como é o caso de Moçambique, o
crescimento acelerado do número de veículos automóveis em circulação nas estradas, sem, no
entanto, se fazer acompanhar pela devida expansão da rede rodoviária ou pelo melhoramento das
vias existentes, têm resultado em congestionamento das rodovias que muitas vezes culminam em
acidentes de viação (Bonz, 2004).
Os principios da pericia criminal, encontram-se inseridos no contexto da prevenção de acidentes
de viação, onde são analisados os factores para sua ocorrência, causas e as consequências. Neste
contexto, há uma necessidade de um estudo aprofundado dos principios que norteam a
investigação das causas da ocorrência dos acidentes de viação.

1.1. JUSTIFICATIVA

Este estudo é de estrema importância, pois enquadra-se num ciclo explicativo às autoridades
competentes da segurança rodoviária como o caso da Polícia de Trânsito, INATTER, Concelhos
Municipais e a grupos de sociedade Civil no que diz respeito os factores que influenciam para
ocorrência de AV’s e que possam desenhar políticas públicas para a proteção e prevenção dos
acidentes de viação. Um estudo minucioso dos principios da pericia criminal, pode conduzir os
peritos em acidentes de viação a elaborar pareceres técnicos à medida para o apuramento das
reais causas que deram lugar ao acidente de viação.

1.2. PROBLEMATIZAÇÃO

A Perícia Criminal se desenvolve nos ultimos tempos para dar resposta os acontecimentos
criminais que tem-se registado em todo o mundo. Os sinais são visíveis para este
desenvolvimento.

Segundo Almeida (2011, P.7), actualmente, com a necessidade de estudos em novos ramos e
sub-ramos, a Medicina Legal é hoje uma espécie enquanto a Perícia Criminal é o género.

Este autor acrescenta ainda que diversos são os ramos de actuação da Perícia Criminal: acidentes
de Trânsito, Crimes contra pessoas (homicídio, suicídio), crimes contra patrimônio,

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documentoscopia, Crimes de Informatica, identificação de pessoas humans, balísticas, exames de
drogas, identificação de veículo, Crimes contra meio ambiente, engenharia legal (desabamento,
soterramentos, acidentes de trabalho) entre outros.

Enfim a lista é extensa e com tendência a crescer, dada a contribuição de outras Ciências e das
necessidades correntes do sector jurídiciario que busca por meio de Perícia Criminal acompanhar
os meios tecnologicos da actualidade e entender a criminalidade sob olhar científico
direccionado no local do crime ou só no corpo de delito, como o chamam os Operações do
direito.

Deste modo, surge a seguinte pergunta de pesquisa: Até que ponto a adopção das ferramentas
psicopedagogicas referentes à pericia criminal influenciam no esclarecimento das reais causas
dos acidentes de viação?

2. OBJECTIVOS
2.1. GERAL

Desenvolver competências psico-pedagógicas aos agentes da PRM na área da pericia criminal


convista a uma melhor gestão de trânsito.

2.2. ESPECÍFICOS

 Definir os conceitos de perícia criminal;


 Identificar os princípios da perícia criminal;
 Relacionar a aplicação da teoria com a realidade vivida pelos agentes da PRM no
processo de gestão de trânsito;

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II. CAPÍTULO – REVISÃO BIBLIOGRAFICA
1. PRINCÍPIOS DA PERÍCIA CRIMINAL
Naturalmente em qualquer actividade científica observa se certos princípios básicos para o
sucesso de actividade que se pretende realizar, e no caso da Perícia Criminal, por se tratar de um
trabalho científico existem alguns principios fundamentais que devem ser observados e
dominados por qualquer perito de cada área de Investigação, nomeadamente: Princípio de
observação, de análise de Interpretação, de descrição e de documentação. Portanto, para melhor
entendido dos princípios acima elucidados, vamos tentar particularizar a cada um dele.

2.3. PRINCÍPIO DE INTERCAMBIO

Na consumação de um acontecimento e de acordo com as características do mecanismo utilizado


para a sua execução, deve normalmente haver uma troca de provas entre o autor, a vítima e o
local dos acontecimentos. É um princípio físico básico, uma vez que entre o contato com todos
os objetos, haverá necessariamente transferência de elementos materiais entre eles. (PIMENTEL,
2015)

A troca de material entre os objetos sempre será possível quando houver colisão entre os dois,
quanto maior a intensidade do contato, maior o nível de troca, ou seja, os objetos ou materiais, ao
interagirem, permutam características ainda que de forma microscópica.

O Principio de intercâmbio poderia ser chamado também de Principio de contacto ou de


intercomunicabilidade, conforme Assevera Garcia e POVOA havendo contacto entre dois
objectos ambos deixam e recebemos vestígios. Toda interação entre dois corpos faz com que
haja uma troca de substâncias ou matéria ainda que ínfima ou microscópica, podendo ser
evidente ou latente. No tocante aos Acidentes de Trânsito é fundamental este princípio, uma vez
que norteia o perito a examinar o acidente com vista a colectar os vestígios que comprovem a
relação entre os objectos em examinar e o local dos factos e relação deles.

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A importância de Principio de intercâmbio se redobra quando se leva em consideração que o
local de acidente de trânsito é ambiente que por certo será desfeito.

Um segundo levantamento deve mesmo local de acidente trânsito nas mesmas condições iniciais
é improvável. No percurso de levantamento as pontes se quebram. Não há possibilidades de se
retornar à condição inícial do levantamento. Uma vez desfeito o local, os vestígios ali presentes
sofrerão interferências nos diversos outros factores prejudicando um segundo levantamento.

Para Princípio da Interpretação: “Dois objetos podem ser indistinguíveis, mas nunca idênticos”.
Também chamado de “Princípio da Individualidade”, prevê que a identificação genética é
entreposta em três graus diferentes: identificação genérica, específica e a individual, sendo a
última mais buscada nos exames periciais.

Em suma de acordo com este princípio toda vez que dois corpos estabelecem uma relação ou
entram em contacto existe uma transferência de material entre ambos. Todo contato do
delinquente com a vítima e com a cena dos fatos deixa indícios que podem ser recolhidos pelo
investigador para identificá-lo.

2.4. PRINCÍPIO DE OBSERVAÇÃO

A evolução das Ciências forense e criminal nos dias de hoje, veio revolucionar a área da Perícia
e civil. Actualmente é possível descobrir a marca deixara pelos criminosos num local de crime
através de umas poucas células que dele ficaram, por intermedio do exame de ADN. (NETO &
KLEINUBING 2009).

Para permitir a análise segurança desses micro-vestigios, estão sendo desenvolvidas novas
técnicas mais avançadas no campo da física e química, os quais podem analisar e reconhecer
substâncias por meio de traços, isto é, quantidades insignificativas da ordem de picograma
(elementos Química ou moléculas que contenham), portanto, um corolário deste princípio.
Segundo Neto e Kleinubing (2009; P.2) a ausência de vestígios não significa, necessariamente, o
vestígio em ausência, imagine-se, na cena do crime, não foi levantado nenhum fio de cabelo. Isto
não significa necessariamente que o criminoso seja careca.

A observação compete ao perito. A ele cabe a responsabilidade de revelar os vestígios presentes


no local a partir das suas observações. As relações constadas no local do acidente de viação

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devem ser consistentes a ponto de não haver dúvidas. Desta forma passa- se à documentar factos
de maneira que os resultados do levantamento possibilite uma proposta dinâmica pelas
testemunhas ou pelas partes que são interesses em que suas versões sobre os factos prevaleçam
para se livrar da responsabilidade criminal ou civil conforme os casos.

Para Almeida (2011,P.8), “não se deve esquecer que o observados, por mais que gente se
distância interage com objecto observado.” O mesmo autor acrescenta que o perito criminal cria
o juízo técnico de valor decorrente de todo o seu arcabouço de conhecimento e formação. Estas
interações podem ser benéficas ou prejudiciais aos trabalhos periciais. Todo vai depender da
capacidade de abstração do perito de local em entender o seu papel, destinguir no ambiente do
local do acidente de trânsito seu laboratório, e buscar isolar as variaveis que interferem na sua
colheita de vestígios.

Observar cientificamente significa olhar atentamente, examinar de forma minuciosa e criteriosa


os detalhes sobre o assunto em questão, devendo respeitar os princípios e normas de colheita e de
levantamento de dados do local de acidentes viação, tema do qual se tratará mais adiante com
maior profundidade.

Todavia, olhar do perito do local deve ser diferentes olhar de simples curiosos e dos envolvidos
no acidente no sentido de que o seu levantamento deve ser científico, isto é, buscar relações que
resulta do registo dos acontecimentos os quais poderão resultar a sua conclusão sobre acidentes
levantado e periciado.

A importância do princípio de observação se redobra quando se leva em consideração que o local


de acidente de viação e qualquer negligência que houver cria um ambiente propício que o local
será desfeito. Um Segundo levantamento do mesmo local e as mesmas condições oficiais é
improvável e quase impossível porque no percurso de levantamento as portas se querem, isto é,
or dados levantado não oferecerão maior fiabilidade. Portanto, não há possibilidades de se
retornar à condição inicial do levantamento.

Uma vez desfeito o local, os vestígios ali presentes sofreram interferências de diversos factores
(naturais e sociais), prejudicando deste modo o Segundo levantamento. Portanto, a observação
deve ser feita com cuidado, com metodologia e com parâmetro que permita uma análise dos

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factos. Embora não pareça, o papel do perito do local de acidente de viação, é colocar em ordem
naquilo em que os outros veem como desordem de modo a facilitar o seu trabalho.

A observação não termina no levantamento de local, isto é, permanece durante a redação do


laudo (relatório) e dos exames completamente de vestígios, incluindo o material fotográfico e de
feitura do local de modo a permitir uma explicação dos factos ocorridos no terreno por parte do
Juiz competente.

O local do sinistro não se encerra no levantamento e o estabelecimento de relações entre os


objectos no local de acidente de viação, isto é, a revelação de outros vestígios interfiram na
conclusão do laudo (relatório), pois estes devem ser interpretados, comentados e levados em
consideração com os devidos ressalvas necessárias.

2.5. PRINCIPIOS DE ANÁLISE

Este princípio deve ser criteriosamente seguido o método científico, porque qualquer falha ou
desvio deste princípio, dá lugar erros graves de dificil correcção de modo a formular uma
hipótese coerentesobre o assunto a ser analisado e posteriormente fundar uma teoria.

Segundo Almeida, 2011 P.9) consiste no método científico de um conjunto de procedimentos


dispostos em sequências lógica e racional, que trata de determinada questão em estudo buscando-
se uma resposta efectiva para determinado problema.

Certo caso ocorrido que se pretende fazer uma perícia, ao analisar, o perito presente no local da
ocorrência, pode estabelecer uma determinada teoria sobre o assunto em perícia, embora, muitas
vezes algumas interpretacoes sobre os fenomenos fisico não dependem apenas de uma perícia,
sendo necessário a realização de outros exames complementares para o estacionamento do facto.

Portanto, de uma matéria geral, tudo depende de um critério escolhido para a colheita de dados a
serem periciados por meio dos quais se pode relacionar e estabelecer uma teoria sobre o facto
ocorrido e a partir desta relação, formular- se hipóteses que as vulgar conveniente sobre o facto e
fundar a teoria.

Na visão do Almeida (2011, P.9) levantar hipótese no estudo de um acidente de trânsito é buscar
a causa determinants para o acidente. Este autor acrescenta que a função precípua da hipótese é

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servir de norteadora para as definir em que condiçoes efectivamente em que acidente ocorreu. Na
busca pela resposta de sua hipótese ou hipóteses, o perito formará a sua tese com relação só
acidente de trânsito em questão, sempre colocando em paralelo a análise do problema, ou seja, a
possibilidade de o acidente ter ocorrido de forma diversa so entendimento proposto inicialnente.

Por exemplo se há informação que se registou um acidente de viação do tipo colisão entre
veiculos em que um veículo colidiu com um outro e o motorista causador do mesmo se pôs em
fuga deixando caído uma das suas chapas de matrícula plástica no chão, ou pedaços de vidro do
farol do pisca-pisca.

Alguns testes com a chapa e os fragmentos de vidros da viatura fugitiva que ostentava na altura
do sinistro, pode ser feito no sentido de se analisar a proveniência da informação e a sua relação
com o sucedido fundindo-se uma hipótese que mais tarde as transformará em tese.

O mesmo sucede com o coefeciente de atrito entre pneu de um veículo interveniente num
acidente de viação e o tipo de pavimentação de uma determinada rodovia podem ser testados no
próprio local do sinistro, desde que a equipa de peritos esteja preparados para o efeito, bem como
as condições no local sejam fielmente reproduzidas.

Deste modo, a teoria a estabelecer neste caso, corresponderá à definição sobre como ocorreu o
acidente, naturalmente, com base na perícia científica.

Portanto segundo Neto e Plumbing, (2009:3) “analisar é decompor os diversos passos da


investigação científica em seus elementos constituintes, de maneira ordenado e sequencial.”

Na busca pela resposta do estudo feito no local do acidente, o perito formará a sua tese do
problema, ou seja, a possibilidade do acidente ter ocorrido de forma diversa só ente proposto
inicialmente. Levantado o problema, construido a hipótese e analisadas as possíveis resposta,
tanto esperados como a oposta, o perito formará uma sintese para o caso formulando no final a
sua conclusão sobre o acidente de viação em referência.

Como se pode observar a conclusão de um laudo não deve ser fruto da imaginação, ou fruto da
interferência de informações prestadas pelas partes ou de testemunhas local. A conclusão de um
laudo de acidente de trânsito é fruto de um percurso metodológico científico, ainda que seja para,
ao final ser inconcluso. Portanto a conclusão deve ser feita com base na composição de todos

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elementos examinados no local do sinistro, que tenham relação com o mesmo. (ALMEIDA,
2011,P.9).

2.6. PRINCÍPIO DE INTERPRETAÇÃO

Este princípio está relacionado aos aspectos de identificação dos elementos presentes no local de
acidente de viação. Do ponto de vista forense definimos identificar como a accão de definir um
grupo ou conjunto particular dentre muitos grupos suspeitos por exemplo, a identificação forense
de um veículo pode ser feita através de fragmentos de pecas encontradas num local de
atropelamento de autoria desconhecida. (NETO & KLEINJBING 2011 P.3)

Mas estes elementos não definem o veículo como um único ou seja não individualiza
acrescentam os autores. Por outro Lado, a indivisualzação é definição de um elemento único de
grupo identificado e bem sempre pode ser feita directamente pelo perito, podemos depender de
factores externos à Perícia.

Pra Almeida (2011, P.10) identificar consiste em definir o grupo a que pertence determinado
objecto de estudo e posicioná-lo dentro da cena-local de acidente de trânsito.

No caso dia veículos envolvidos em acidente de viação, a sua identificação se torna fácil na
medida em que que estes se encontram no local, bastando ao perito tomar os devidos cuidados de
registar os dados e posição de imobilização antes da sua retirada. Outros casos em que o
motorista se tenha posto em fuga, a identificação começa pelos vestígios no local, cujas
características podem não identificar especificamente o veiculam em si mas defini ao menos o
grupo a que pertence.

A interpretação dos vestígios passa pela análise de suas características e pela busca de sua
origem; ou seja, aplicar a etiologia, a Ciência que busca a causa e a definição das coisas. Buscar
a origem dos vestígios é verificar e contratar qual dos elementos (sujeitos) participou do acidente
e efectivamente produziu o vestígio examinado.

Tal regra vale para qualquer vestígio considerando que os corpos ao entrar em contacto deixam
marcas um no outro e cabe ao perito presente no local durante a sua intervenção verificar a
origem dessas marcas, fazer sua interpretação, isto é, relacionar is vestigios entre si e buscar a

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identificação do referido vestígio com a sua origem para aferir a sua relação com o sucedido.
(ALMEIDA 2011 p.10)

2.7. PRINCÍPIO DE DESCRIÇÃO

Um dos erros frequentes nos exames periciais, é a graça descrição dos acontecimentos registados
no local, de modo a peemitir uma compreensão mais exaustiva do sucedido. De acordo com
Almeida, (2011, P.10), o laudo pericial deve ser redigido de forma clara e precisa. A descrição
do ambiente-local de acidente de viação de trânsito- deve ser fidedigna, devendo haver real
compatibilidade entre os factos e a exposição do laudo pericial. O mesmo autor acrescenta ainda
que a descrição deve ser qualitativa e quantitativa.

Com relação ao acidente de trânsito, não basta apenas informar a existência deste ou daquele
vestígio presente no local. Cabe ao perito de local, em respeito a este princípio fundamental,
descrever as caracteristicas do vestígio e determinar por por meio de medições, ou por escala, ou
por tabela, ou por comparação, a intensidade desse vestígio. Uma das tarefas a ser
desempenhadas pelo perito de local é realizar as devidas medições de comprimentos, definir
intensidade, avaliar numericamente os danos sofridos ou provocados pelos veículos
intervenientes no sinistro e dimensionar proporções.

Portanto, descrever um acidente de viação significa posicionar os objectos quer produzidos pelos
veículos quer pertencentes as vítimas no espaço e o facto no tempo, fazer as avaliações de
intensidade de cada vestígio e suas origens e nomeá-los, ou seja, designar pelo nome apropriado
casa vestígio presente e examinado no local.

Porém, devido a importância na actividade prática da Perícia, o princípio de descrição dever ser
aplicado em todo percurso de análise de um acidente de viação pois sem o qual nada fará sentido
a actividade pericial.

Em relação o estudo de velocidade todo cálculo, toda comparação deve ser acompanhada de uma
justificação técnica- cientifica ou seja, todo parâmetro a ser seguido deve ter uma origem
cientifica ou, quando não, origem técnica por se tratar de uma actividade técnica e científica.

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Segundo Almeida (2011P. 10) toda conclusão deve ser acompanhada de uma percurso no
qualquer concatenação de ideias baseadas em fundamentos da Ciência forense, so final dá
credibilidade e confiabilidade ao trabalho pericial.

De acordo com Neto e Kleinubing (2009, P.4), sendo o exame pericial realizado com base em
princípios científicos, o resultado hoje obtido não pode ser tornar errado ou contrário depois de
passado algum tempo, quando novas técnicas ou metodologias esteja disponíveis, isto é, o
resultado do exame não pode variar conforme passa o tempo. Estes autores acrescentam ainda
que "o resultado de um exame pericial é constante com relação ao tempo e deve-se ser exposto
em linguagem ética e juridicamente perfeita."

2.8. PRINCÍPIO DE DOCUMENTAÇÃO

O principio de documentação está relacionada com a cadeia de custódia da prova pericial,


segundo a qual, a fidelidade da prova material fica estabelecida através da cadeia de custódia,
que informação, a qualquer tempo, onde ela esteve, por que, com quem e o quê resultou de sua
análise. O objectivo principal deste princípio é de informar qualquer interveniente no processo a
trajectória de uma prova material desde sua origem até a análise final. (NETO & KLEINUBING,
2009,P.4).

Estes autores exemplificam da seguinte forma: "um projétil cuja história seja desconhecida,
encaminhado para o confronto balístico com uma arma suspeita, pode ter sido forjado para
incriminar ou inocentar alguém. É a quebra da cadeia de custódia. Uma forma de se assegurar a
cadeia de custódia de um vestígio é documentá- lo em cada passo: colheita, laboratório,
expedição. Se houver manipulações intermediárias, elas também devem ser documentadas".

Uma das garantias de evitar o forjamento de um vestígio que as pretende seja analisado para se
chegar à sua relação com o crime, é documenta-lo em cada passo que se dá de modo que se evite
a destruição desta prova que é bastante útil para uma Investigação.

Portanto, a cadeia de Custódia é uma actividade fundamental no manuseamento de vestígios que


se pretende que sejam presentes no juizo da causa, porque cada passo deve corresponder um
documento que oficializar a trajectória feita de modo que o mesmo que haja outros
intermediários deverão fazê-lo o que vai facilitar o controlo eficaz de vestígios.

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Em suma, documentar sob prisma criminal significa o acto de registar de todos os vestígios em
todo seu percurso desde sua origem, laboratório, até so destino final, isto é, juiz da causa onde
será analisado com o respectivo relatório.

III. CAPÍTULO - METODOLOGIA


1. MÉTODO DE PESQUISA
O método é conceituado como o caminho para atingir determinado fim. Nesta senda, configura-
se na forma como o pesquisador irá proceder aos seus estudos sobre determinado assunto, a fim
de chegar ao resultado pretendido.

Método, em seu sentido geral, é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários
para atingir um fim dado ou um resultado desejado. Nas ciências, entende-se por método o
conjunto de processos que o espírito humano deve empregar na investigação e demonstração da
verdade (CERVO e BERVIAN citados por ANDRADE 2006:31).

O estudo é fruto da realização de um trabalho de análise e pesquisa, focando os perímetros de


segurança e as alternativas tácticas como tema principal. Várias bibliografias de autores com
expressão significativa no campo científico foram pesquisadas, oportunidade que trouxe as
principais ideias apresentadas, tendo como alvo fundamentar a proposta deste trabalho.

Para a materialização deste trabalho, foi utilizado o artifício qualitativo nas apreciações
bibliográficas atingidas, de acordo com o raciocínio de Gil (2008, p.59) “a investida qualitativa
de um problema, além de ser uma opção do investigador, justifica-se, sobretudo, por ser uma
forma adequada de entender a natureza de um fenômeno social”.

3. RECOLHA DE DADOS

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A metodologia adoptada para fundamentar a ideia a ser exposta no trabalho inclui a colecta e
análise criteriosa dos dados de caráter bibliográfico, ou seja, o atual estudo foi construído a partir
de meditações teóricas, sendo igualmente os objetivos gerais e específicos gerados acima. Tais
meditações teóricas serão conseguidas transversalmente de pesquisas bibliográficas alcançadas
em livros, artigos, monografias, dissertações, relacionados à temática.

Também serão pesquisadas e colectadas informações relevantes e atualizadas na internet, acerca


do tema, delineando a reflexão conforme se veem, bem como as referências bibliográficas
citadas neste estudo.

IV. CAPÍTULO – CONSIDERAÇÕES FINAIS


1. CONCLUSAO
Com a materialização deste trabalho, foi possível concluir que os princípios de perícia criminal
apresentam uma característica fundamental, ou seja, são normas imediatamente descritivas,
primariamente retrospectivas e com pretensão de definibilidade e abrangência, portanto,
estabelecem uma orientação prática a ser alcançada e determinam uma função diretiva para uma
conduta a ser adotada em casos de qualquer transgressão da lei.

A presente pesquisa mostrou que a perícia criminal desempenha um papel relevante na rede
interorganizacional de segurança pública e justiça criminal. O valor essencial do serviço é fazer o
link entre a ciência e a justiça. O valor para a sociedade é conciliar o interesse social de que haja
uma apuração eficaz dos delitos, com o respeito aos direitos humanos. Assim sendo, todos são
princípios científicos da criminalística que se preocupam em desvendar os indícios encontrados e
solucionar o crime ocorrido.

Os princípios supracitados orientam os trabalhos dos Peritos Oficiais, estabelecendo uma linha
mestra para a atuação proficiente destes profissionais na árdua tarefa de descobrir a verdade e
esclarecer para a sociedade que os criminosos não ficaram impunes e que a injustiça não
prevalecerá.

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Deste modo fica claro que a obediência aos princípios explicitados é fundamental para o bom
funcionamento e andamento das atividades periciais como alicerce para o andamento eficiente e
eficaz das ações policiais, devendo este ser um dos aspectos de tônica para definir políticas
públicas destinadas ao avanço da Segurança Pública, fortalecendo o modo dos gestores públicos
agirem e aplicarem esforços e investimentos nesta área crucial para o desenvolvimento da
sociedade como um todo.

Por fim, é evidente perceber que no ambiente em que surgiu, no cultivo de sua etiologia
científica e no atendimento a seus bem definidos objetivos, a perícia criminal edificou-se como
uma das ciências da prova material, firmando-se através dos princípios aqui evidenciados.

V. REFERÊNCIAS BIBLIGRAFICAS
ALMEIDA, Lino Leite de (2011), Manuel de Perícias em Acidentes de transito, Campinas, São
Paulo, Millennium Editora,

ALVES & FERREIRA, (2004). Mobilidade urbana de trafico, Porto editora,

AZEVEDO, V et Al. (2009). Sinistralidade Rodoviário. Porto editora,

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. (1993). Fundamentos de metodologia científica. São


Paulo: Atlas.

________________________. (1995). Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas.

LAKATOS, E. M. (2003). Fundamentos de Metodologia Científica, 59 Edição, São Paulo.


Editora Atlas S.A.

NETO, Osvaldo Negrini, et KLEINUBING, Rodrigo, (2009), Dinâmica dos acidentes de


trânsito, análise, reconstrução e prevenção. 3ª Edição, São Paulo, Atlas Millennium editora.

________________________________________, (2012), Dinâmica dos acidentes de trânsito,


análise, reconstrução e prevenção. 4ª edição, São Paulo, Atlas Millennium editora.

RICHARDSON, R. J. (1999). Pesquisa social: métodos e técnicas. 3ª Edição, São Paulo

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WHO (2009). Global status report on road safety: time for action. Geneva. World Health
Organization

Relatórios consultados

 Relatório do Instituto Nacional da Estatista - (2015/2016)


 Relatório da Organização Mundial da saúde. (2011) - Região africana
 Relatório do Banco de Moçambique (2015)

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